Sexualidade na Terceira Idade

Trabalho realizado:Discente: Letcia Silva 20061577

Docente:Prof. Doutora Diana Vallescar

Disciplina:Interveno Psicopedagogica na populao Idosa

Introduo A sexualidade uma necessidade fundamental do ser humano, cuja dinmica e riqueza deve ser vivida plenamente. Esta nasce, cresce e evolui com o ser humano, sendo por isso necessria para a realizao plena, como pessoa, de todo o indivduo. O amor e prazer que da se retira no terminam com o envelhecimento.

Conceito de Sexualidade:Nos ltimos anos houve uma evoluo relativamente ao conceito de sexualidade, percebendo-se que esta no se reduz ao acto sexual ou genital. A Organizao Mundial de Sade define sexualidade como uma energia que nos motiva a procurar amor, contacto, ternura, intimidade; que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual; ela influencia pensamentos, sentimentos, aces e interaces e, por isso, influencia tambm a nossa sade fsica e mental.

Conceito de Sexualidade: bvio que uma das grandezas da sexualidade a relao sexual, porm, ela no se reduz a este acto; ela compreende a necessidade de contacto, ternura de intimidade, um conjunto de sentimentos, comportamentos e afectos.Alm da dificuldade em compreender o conceito abrangente de sexualidade, denota-se uma tendncia em desvincul-la deste perodo da vida. Como, se de um momento para o outro, esta dimenso desaparecesse, fosse lacrada da vida das pessoas. O idoso, analogamente criana, analisado numa perspectiva assexuada, sem quereres, sem desejos, sem sentires, sem fantasias, sem expectativas.

Mitos Respeitantes ao IdosoFrequentemente deparamo-nos com discursos sociais que denunciam esteretipos negativos associados s pessoas de terceira idade, nomeadamente, que no se interessam pela sexualidade (Fernandes, 1996). Ora, se a sexualidade uma parte essencial do relacionamento com os outros, particularmente no domnio amoroso, como possvel ponderar que na terceira idade no h espao para amar, para ser amado, para sentir e para desejar. Esta atitude repressora da sexualidade das pessoas de terceira idade muito patente nos adultos, principalmente nos familiares, que so um dos factores que eternizam esta assexualidade

Mitos Respeitantes ao IdosoA sexualidade na terceira idade frequentemente vista e baseada em velhos esteretipos privado de significados, como tambm associada a disfuno ou insatisfao.Os esteretipos de que as pessoas idosas no so atraentes fisicamente, no tm interesses por sexo ou so incapazes de sentir algum estmulo sexual, ainda so amplamente difundidos.Estes esteretipos, unidos a falta de informao, induzem a gente a uma atitude pessimista em tudo que se refere ao sexo na velhice.

Mito: Os idosos so indivduos assexuadosUm estudo realizado nos Estados Unidos levado a cabo com universitrios pedia-lhes que fizessem uma estimativa da frequncia que os seus pais tinham relaes sexuais. Em mdia os estudantes referiram que os pais tinham relaes menos de metade das vezes que os inquritos para casais da sua idade. Cerca de seis por cento dos estudantes recusaram-se a responder e um quarto deles opinou que os pais nunca tinham tido relaes ou que o faziam menos de uma vez por ano. Por aqui j se pode ver qual a atitude para com a sexualidade dos idosos.

Sexo Vs SexualidadeA sexualidade expressa-se de diferentes formas nas mltiplas etapas do ciclo vital, assim a sexualidade evidentemente vivenciada e expressada de diferentes maneiras na terceira idade, comparativamente com as restantes etapas. Conforme refere Capodieci (2000, 231), na idade avanada ama-se de maneira mais profunda, consegue-se purificar o amor da paixo que mais sensual do que genital. Assim, para eles, um olhar ou uma carcia podem valer mais do que muitas declaraes de amor. com estas palavras e expresses, bem mais espontneas e autnticas que a sexualidade pode ser vivenciada pela pessoa e pelo casal nesta fase vital.

Mudanas na Terceira IdadeMas, o prprio envelhecimento fisiolgico produz mudanas universais, afectando todas as pessoas que chegam terceira idade:Mudanas na mulherMudanas no homem Os efeitos das doenas ou invalidez

Mudanas na mulherNa mulher h uma mudana no nvel pessoal e social que se inicia entre os 48 e 51 anos que a menopausa, ou seja o fim da menstruao e da funo reprodutiva. Aps este tempo, a mulher tem hoje, mais ou menos 25 anos ps menopausa onde no deve ser desprezada a sua sexualidade. Com a menopausa as mudanas fisiolgicas atrficas ocorrem na pele, mamas, mucosa genital e tambm h sintomas psicolgicos como irritabilidade ou mudanas de humor, variveis de mulher para mulher.

Mudanas na mulherAs mudanas sexuais so mais lentas e progressivas pela diminuio na produo de hormonas femininas. Efectivamente, a resposta sexual sofre algumas alteraes, mas no desaparece. Por outro lado, a situao ps menopausa, vantajosa: no h o temor da gravidez, no despende tanto tempo para cuidar dos filhos e geralmente se libertou de inibies que atrapalhavam sua vida sexual anterior.

Mudanas no homemNo homem o processo de envelhecimento diferente.Normalmente o homem no pensa que o seu tempo acabou. A produo de espermatozides aps os 40 anos menor mas no totalmente ausente. H reduo da produo de testosterona, mas de forma lenta e pouco pronunciada. H porm homens que desencadeiam crises com sintomas psicolgicos como depresso, irritabilidade, falta de impulso sexual e queda dos nveis de testosterona.

Em resumo, as mudanas so:Maior tempo e estimulao genital mais directa. A ereco menos rgida;Existe menor necessidade fsica de ejacular e maior controle desta;Diminuio do volume do smen e do jacto no orgasmo;s vezes diminuio da resposta orgnica;Queda da ereco mais rpida aps a ejaculao;Como so mudanas lentas, so mais fceis de se adaptar e de serem aceitas.

Os efeitos das doenas ou invalidezEmbora as doenas e a invalidez possam afectar a sexualidade, mesmo nas mais srias condies no devem impedir que o indivduo tenha uma vida sexual satisfatriaDisfunes cardacas: Muitas pessoas que sofreram ataques cardacos, temem que relaes sexuais possam causar outros ataques. Esse risco muito baixo, se seguir as orientaes do mdico. Em geral pode-se recomear a actividade sexual aps um perodo de tempo varivel entre 12 a 16 semanas.

Os efeitos das doenas ou invalidezDiabetes:Muitos homens sujeitos ao diabetes no tem problemas, mas uma das poucas doenas que na realidade pode causar impotncia.Artrite:Dores articulares devido a artrite, podem limitar a actividade sexual. Tratamentos cirrgicos ou medicinais podem aliviar as dores. Em alguns casos, os medicamentos podem diminuir o desejo pelo sexo. Exerccio fsico, repouso, banhos quentes e mudanas de posio durante o acto sexual, podem ajudar.

Factores psicossociaisPara alm dos factores fisiolgicos, a vivncia da sexualidade dos mais velhos sofre tambm a influncia das atitudes e expectativas impostas pela sociedade, bem como de factores psicolgicos. O primeiro factor , de qualquer forma, a atitude da pessoa relativamente s suas prprias mudanas fisiolgicas. Diz um ditado que envelhece-se como se viveu, que como quem diz que se espera que a adaptao a esta nova fase ser tanto mais difcil quanto mais tiverem existido dificuldades de adaptao em tempos anteriores.

Factores psicossociaisDe facto, a sexualidade na terceira idade, parece estar mais associada sua dimenso psicoafectiva pois, como salienta Vasconcelos (1994) o sucesso conjugal na velhice est ligado intimidade, companhia e capacidade de expressar sentimentos verdadeiros um para o outro, numa atmosfera de segurana, carinho e reciprocidade e pode significar uma oportunidade de expressar afecto, admirao e amor, a confirmao de um corpo funcional, aliado ao prazer de tocar e ser tocado.

Sociedade vs IndividualidadeSe a sexualidade uma esfera da vida to importante em todas as fases do desenvolvimento, dando significado e segurana s pessoas, maior segurana pode trazer s pessoas de terceira idade pois, perante um conjunto de perdas e riscos que esta etapa pode acarretar, mais necessrio se torna termos algum com quem partilhar as nossas angstias e ansiedades.A postura social generalizada que caracteriza a terceira idade a partir de um conjunto de esteretipos, limitadamente crticos e privados de objectividade, distorcem a realidade dos indivduos.

Sociedade vs IndividualidadeDe facto, a terceira idade tem sido objecto de mltiplas crenas, com a intencionalidade de homogeneizar todas as pessoas, ignorando a sua individualidade. Assim, a aceitao das representaes sociais gerontofbicas, contribui para que o idoso se acomode passivamente a estes rtulos, perpetuando a imagem que os prprios idosos tm em relao a si.Desta maneira, o nosso agir, enquanto profissionais tem como ponto de partida e de chegada a no aceitao destas construes sociais, fazendo com que o prprio idoso tenha autonomia e capacidade para desmontar as representaes que se tem em relao a este perodo da vida, sendo um agente pr-activo desta mudana.

Sociedade vs IndividualidadeAo criarmos espaos de relao, de discusso destes temas, especificamente, o da sexualidade, podemos estar a contribuir para a mudana de uma auto-imagem do idoso, ajud-lo a perceber os seus direitos, as suas capacidades, nomeadamente, a capacidade de amar, de se relacionar, de procurar contacto, de desejar.De facto, reflectindo e desmontando os seus receios (muitas vezes associados submisso da opinio de familiares, a situaes financeiras, entre outros) e percebendo e exigindo a sua individualidade, damos mais qualidade aos anos da sua vida.

Bibliografia

Capodieci, S. (2000). A Idade dos Sentimentos Amor e Sexualidade Aps os Sessenta Anos. Editora: Edusc. Fernandes. A.A. (1996). Velhice e Sociedade. Demografia, famlias e polticas sociais em Portugal. Oeiras: Celta. Manual de Boas Prticas.(2005) Um guia para o acolhimento residencial das pessoas mais velhas. Lisboa.Rafael A.J. (2003). Folha Informativa. Universidade de AveiroRevista Transdisciplinar de Gerontologia. (2007).

Sites Consultados:http://www.virilplant.com/sexualidade-e-idade.htmHttp://www.socialgest.pt/_dlds/APSexualidadenoenvelhecimento.pdfhttp://www.isexp.com.br/si/site/1624?idioma=portugueshttp://www.psicologia.com.pt