8
$ m ' ¦.VV..Í,--;, ' ANNO XV ¦ >_^:-^>«E^I- M RIO DE JANEIRO, io DE JULHO DE 1912 NUM. 1486, S©F© -ffisSPWJÉÉ S-_.^_tl_*_oS- Periódico humorístico -Ilustrado bi-semanal te j, REDACÇÃO E JiSCRIPTORIO.,*,-¦ l.UA DO HOSPÍCIO N. 218 '_'" | TELEPHONE3.S1S - ==i.__ ¦ Pomada milagrosa para «.arthros ..,' -t_j eczeraas, empingens, etc. -.,.' Uma rapariga "honesta" ______"-.'¦¦ J3^;. ;í|Í Ella —O senhor está enganadoI'Eu sou uma rapariga honesta, vivo do suor do meu rosto, e não quero saber de homem que>ã_ venha com boas intenções..,*.,',1 -n- u Elle—Você, uma rapariga honesta?. . . Ora, contar isso a outro! Ainda hontem eu estava a porta do Rio Ntt e vi você entrar na casa de modas da Dolores, que fica ali mesmo ao lado, 110 214. "O Rio Nu" está installado á rua do Hospício n. 218, próximo á Avenida Passos :. Do pharmaceutico e chimico João da Silva Silveira (PELOTAS—RIO GRANDE DO SUL) Ciranda depwratlvo do -.mi-fM*. I m.-.o que cura a .Sjrpiillla» Casa Man-—Pelota», Rio Grande do Sul. Caixa, 66.—Casa Filial e Deposito Geral ¦ RUA CONSELHEIRO SARAIVA, 14 e 16.—Caixa, 148-Rio de Janeiro ~z==xxx=VEl-DF-SE EM TODAS AS PHARMACIAS E DBOGARÍAS¦:, ¦, --¦; —-l^____-______...-¦,_*_.,-..., ¦¦¦«"" *

S©F© -ffisSPWJÉÉ S- .^ tl * oS- Uma rapariga honestamemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01456.pdfentrar na casa de modas da Dolores, que fica ali mesmo ao lado, 110 214. "O

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: S©F© -ffisSPWJÉÉ S- .^ tl * oS- Uma rapariga honestamemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01456.pdfentrar na casa de modas da Dolores, que fica ali mesmo ao lado, 110 214. "O

• $ m ' ¦.VV..Í,--;, '

ANNO XV

¦ >_^:-^>«E^I-

MRIO DE JANEIRO, io DE JULHO DE 1912 NUM. 1486,

S©F© -ffisSPWJÉÉ S-_.^_tl_*_oS-

Periódico humorístico-Ilustrado bi-semanal te j,

REDACÇÃO E JiSCRIPTORIO .,*,-¦

l.UA DO HOSPÍCIO N. 218 '_'"

|TELEPHONE3.S1S

- ==i.__ ¦

Pomada milagrosa para «.arthros ..,' -t_j

eczeraas, empingens, etc. -.,.'

Uma rapariga "honesta"______ "-.'¦¦ J3^;. ;í|Í

Ella —O senhor está enganadoI'Eu sou uma rapariga honesta, vivo do suor do meu rosto, e não quero saber de homem que>ã_venha com boas intenções. .,*.,', 1 -n- u

Elle—Você, uma rapariga honesta?. . . Ora, vá contar isso a outro! Ainda hontem eu estava a porta do Rio Ntt e vi vocêentrar na casa de modas da Dolores, que fica ali mesmo ao lado, 110 214.

"O Rio Nu" está installado á rua do Hospício n. 218, próximoá Avenida Passos

:.

Do pharmaceutico e chimico João da Silva Silveira(PELOTAS—RIO GRANDE DO SUL)

Ciranda depwratlvo do -.mi-fM*. I m.-.o que cura a .Sjrpiillla»

Casa Man-—Pelota», Rio Grande do Sul. Caixa, 66.—Casa Filial e Deposito Geral ¦ RUA CONSELHEIRO SARAIVA, 14 e 16.—Caixa, 148-Rio de Janeiro~z==xxx= VEl-DF-SE EM TODAS AS PHARMACIAS E DBOGARÍAS ¦:, ¦, --¦; —-l^____-______...-¦ ,_*_.,-..., ¦¦¦« "" *

Page 2: S©F© -ffisSPWJÉÉ S- .^ tl * oS- Uma rapariga honestamemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01456.pdfentrar na casa de modas da Dolores, que fica ali mesmo ao lado, 110 214. "O

•*-"¦¦?¦-

O RIO NU -- 10 DE JULHO DE 1912

— EXPEDIENTE —•*í* 9; ASSIGNATURAS

.. Anno i2$ooo Semestre 7$oooExterior, anno 20$ooo

Numero avulso 100 réis.. fa Nos Estados e no interior, 200 réis

Os Agentes do Correio ou qualquer pessoa quenos enviar 3 assignaturas com pagamento adeantado,podem descontar I 5 °|„ dc commiNMAo-

Toda a correspondência, seja de que espécie fôr,StW -f'-' . deve ser dirigida ao gerente desta folha.

ANT0LH0S

QUAL A MELHOR

MÍJLI-IER DO "PAVILHÃO"

* m

W *

,# •

*¦.

I erça-eeira, 9 de Julho de 1912. Santos do dia :Santa Faduncha, S. Potoquinha de Traz, Santa

Carona, S. Larguinho Fundo, Santa Bichinha, S. Cabel-ludo, S. Fedoroso, etc, etc.

Serão peritos na arte dc rebolar—diz Mme. ThiaAnna, a celebre cartomante da rua Tobias Barreto, 11.669—os homens e as mulheres que nascerem hoje.Quer dizer que enriquecerão aquelles que fizerem do«rebolo« profissão — o que não é nada para estranharnos nossos dias, pois temos o desgosto dc declarar queconhecemos muitos homens que rebolam, em certoscasos, como verdadeiras vaccas hespanholas.

Das mulheres, então, nem falemos !

Nas zonas chies da nossa encantadora metrópole sóse fala no forrobodó da casa de... modas da Dolores, arealizar-se na noite de 29 do corrente. Promovem-n'o asfunecionarias Mariquinhas Cruzeiro, Albertina PorrePreto e Aurelia Mendes. Tem havido grande atrapalha-ção na distribuição dos convites.

Mrae. Filhotinha Graúda iniciou no dia 4 p. p. assuas recepções occuhas, essas encantadoras recebições tãoapreciadas pelos amigos 'Íntimos de tão distmeta hori-Zputal reservada.

Faz annos hoje o Sr. João Pelludo, director de umahospedaria da rua de Sant'Anna,

Intelligcntissimo, peritissimo, illustrissimo, queri--disslmo c tudo o mais terminado em issimo o Sr. JoãoPelludo é o modelo dos nossos Gouveias invertidos.

Quando certa funecionaria se mudou da zonaSant'Anna para outra mais rendosa, o distinetissimoinvertido fez um serviço único, admirável, assombroso^

Correu á casa da referida funecionaria e, pela pri-meira ve/., experimentou as delicias da solução dc umproblema muito conhecido, cuja confecção está apenascm dois algarismos dc formas iguacs : dois 6, um direitoe outro ao contrario.

Sc como director de hospedaria o Sr. João Pelludoé exemplar, como invertido é cxemplarissimo.

Filho de uma excellente... raça, homem correcto,S. S. é um... puro de primeira grandeza, que faz honraao seu nome c á sua profissão.

Ha muito que nos vêm pedindo para abrirmos umConcurso:—Qual a melhor mulher do "Pavilhão"?!...— isto c, aquella que reúne maiores sympathias ;' quepossue maior numero dc admiradores ( comprchcndcm-nos, não?) que tem maneiras mais distinetas; etc, etc.E' chegada a occasião.

Abrimos, pois, este concurso durante io dias: dc 9a 19 do corrente.

As condições são as seguintes :

Podem ser votadas todas as mulheres que fazemparte da Companhia do "Pavilhão Internacional". Cadacoupon representa um voto. O mesmo votante pódc cn-viar quantos coupons (votos) quizer para a mesma can-didata. Os votos não precisam vir assignados. Os couponsdevem vir dentro de um cnvcloppc ou sobre-carta, como endereço

L. GanleConcurso de Mulheres

"O Rio Nu"

A Europa vae curvar-se mais uma vez anteBrazil. O Rio possue também o seu heimaphrodita..O Rio civiliza-se, ., Os subúrbios civilizam-se...

E' cm Cascadura que existe esse prodígio.Santo Deus I Um hermaphrodita no Rio !"A Europa curvou-se ante o Brazil..."

Tem estado ligeiramente doente o Sr. CornelioGostoso, illustrc negociante da nossa praça.

Por esse motivo, Mme. Gostoso, se vc privada dereceber na próxima segunda-feira os seus amantes maisqueridos.

Correio dos "Antolhos"

Gommosa—Temos ouvido falar no emprego desseobjecto, porém — vamos dar-lhe a nossa... opinião —achamos que o gargallo de garrafa, além de fino, c durodc mais !

Nesse caso, antes usar uma banana da terra.Jumenta—Só honrem recebemos a sua carta. Mora

sozinha? Não tem compromissos? Onde quer que aprocuremos ?

Fantoche—No largo do Rocio ainda ha meninosbonitos. Dê um pulinho até lá, ahi por volta das dezhoras da noite.

L. 1

"O Bio Nu" tem a redacção, escriptorrlooffic*_.____as â rua do Hospício 11. 218, próximo .Avenida Passos.

Lettres dun mussiú

Au muite illiistré gencrel Jiilio Koe/ue.

Care gencrel:

Les mes sinecres boes-vindesl Em nom de leBrésil tout jc vous dou un abracinhe apertado et unbaisinhe cantadinhe dans le votre coti d'hommeillustrc!...

Lc Brésil sende comm'Íl est un pais civilisé etadeantade, il ne podic pas recevoir dc forme plus brülantle mensagelre de Ia fraternité argentine, et je, sendecomme je suis, un garçon de gostozinhe apurade qu'aadmiratlon par tout quante est digne d^tre admire, jcne podíe pas também deixer d'escrevoir á vous cettecartinhe de chorosos bocs-vindes, que jc face elle allcraconipanhee de tres foguetes dans gyrandolc et de unbouquet de visteuses fieurs blanches' colhides dans lcjardin dc Ia rcstdcncc dc une ex-freirinhe já velhote, quefoi dc lc convente dc 1'Ajudc.

. L'Argentine c'est une republique qu'a merecide àmoi toute Ia admiration et amitté, quand plus non sejepeles jolies argentines qui jc connais et que residen danscêrtes zones três concorrides e três commcntécs dc cettecapitei,

Esses argentines sont touts elles muite gostozinheset j'ai par elles une paixão tão louque, tão louque quejeerc capez de mater á toutes les outres femmes s'ellesnon tivessen também le qu'cllcs ont et sc 11c soubessenpas trater Ia gente avec le mesme carinhe que les ditsargentines patrices votres.

Et, por parler agore cn femmes : je vais prevenir ávous d'une importam chóse.

Je ne sais pas sc alguém a dite já á vous que jcsuis un rapazinhe ami originei de touts les visitents duRie dc Janvríer; j'ai par costume, par conte proprie,presentier dunc forme espccicl touts les hospedes dc Ianacion.

Ore, vous êtes un hospede du Brésil, pourtant,cumprinde lc mon progrcmme, je vais lever á vous,quelquer jour dc cettes, une nuilatinhe desdentéc que jccontratei dans Ia ruc de Saint-Jorgc. Esse mulaiinhe,elle sabe faisir chôscs admirablcs et j'ai Ia certezeabsolute de que vous haveis de íiquer tão encante áponte de Iimpcr les mains á parede et de rasgucr lesfralds dc Ia chemise de dormir.

Esperai vous, pois, ce present unlquc et recevaí,por conte du governe brésilcire et de Ia Light dansgarrafes outre abracinhe et outre baisinhe chupadinhedu votre admíratcur graúde et cotubacc

Pierre Trepadeür.

ALERTA, NEGRADA íEmfim ! Já se acha á venda o colossal romance de

arroxoA Cabeça do Carvalho

original do único no gênero, o nosso, multo nosso,exclusivamente nosso Vagabundo

Preço, 2SOOO Pelo Correio, 2S500

Uma grande "enquête"

Qual o estado civil da mulhermais apreciado pelos homens?

O sexo barbado em acçãoFinalmente, resolvemos dar que fazer também aos

marmanjos!E* já sem conta o numero dc cartas que, nestes ul-

timos dias, temos recebido ; os homens, os que nos cs-creveram, protestam contra a pouca importância quelhes ligamos e quasi nos impõem que abramos tambémuma mqitile qne lhes diga respeito, isto é, que possa serrespondida pelo sexo feio.

Resolvemos fazer-lhes a vontade. Para isso aprovei-tamos o thetna — Qual o estado civil da mulher maisapreciado pelos homens ? •— fornecido por um dos leitoresprotestantes e ainda a resposta que, a seguir, nos dá omesmo leitor.

O thema está, pois, lixado devida e definitivamente;a resposta, por signal que bastante curiosa, eil-a na in-tegra :

« — O que é o homem ? Quaes os seus gostos maisapurados ? Por que razão vive o homem ?

Ahi estão tres perguntas a que nem mesmo umsábio poderá responder com exactidão. O homem é umpedaço dc carne volante, um ente que a seiencia medicadefine de unia forma e que eu, aliás com muita razão,julgo ser de outra.

O homem é para mim, que também sou homem,um objecto indispensável á vida pratica ; porém, concor-dando-se : no caso de haver mulheres. Nào havendo estas,o homem é superfiuo, é como que uma pedra pequenaque sc encontra num arcai, c que apenas está ali porqueoutras muitas, íguaes, ali sc acham também, reunidas,formando aquillo a que a seiencia dá o nome de areai.

Quaes os seus gostos mais apurados?Tem muitos; o homem, a bem dizer, tem apurados

quasi todos os gostos; simplesmente varia num e esse,o principal, é um gosto bruto, ligeiro, um gosto queacaba apenas tem principiado, um gosto, emfim, que égosto por que se lhe não pôde chamar outra coisa.

Muitos homens ha, entretanto, que chamam a essegosto o melhor da vida. Concordo ; mas sou tambémde opinião que esse gosto, para elle tão bom, ha dcaborrcccl-o depois de uma certa idade — que pôde nãochegar a muito avançada.

Por que razão vive o homem ?Por muitas. O homem vive, primeiro porque nasceu,

segundo porque precisa de viver, terceiro porque é ne-cessario que viva, quarto porque ha mulheres no mundo,etc. etc. Está, portanto, provado que o homem tem milrazões para viver, e razões^ essas que lhe são incontes-taveis.

E agora, respondidas as perguntas acima, por nósmesmo citadas, mas necessárias para o assumpto destaetiquete, passemos a declarar qual o estado civil aa mulhermais apreciado pelos homens.

Vou tirar por mim a conclusão, que me parece deveser satisfatória.

Tenho conhecido a mulher cm todos os seus esla-dos — a solteira, a donzella, a casada, a amante, aviuva — mas, digo-o francamente, a unica que mais meagradou c que, por conseqüência mais aprecio, c acasada.

A mulher casada c tudo !O medo, o receio dc ser apanhada pelo marido, as

precauções dispostas maravilhosamente para receber oamante querido, as entrevistas ligeiras c medrosas, oscarinhos rápidos mas alTecUiosos como nenhuns outros,isso tudo, na mulher casada, vale todos os thesouros domundo.

, E é por isso que eu, apezar dc contar actualmcntc52 annos dc idade c estar, por isso, já um tanto fatigadoda vida c dos prazeres, afiirmo que é mais apreciadopelos homens, na mulher, o estado dc casada c bcmdigoeste estado, único que me fez, durante a minha moci-dade, conhecer e fruir os melhores gosos desta vida.

Dc V. S.— Um amigo leitor».

J. DOS DlAHOS.

LICOR TIBAINAO melhor purificador do sangue

GRANADO í. C.» — Rua I" de Março, 14

Page 3: S©F© -ffisSPWJÉÉ S- .^ tl * oS- Uma rapariga honestamemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01456.pdfentrar na casa de modas da Dolores, que fica ali mesmo ao lado, 110 214. "O

O RIO NU ío DE JULHO DE 1912 '3

GambiarrasDin.xOD

de fazer parte do Rio Nu o nosso velho ca-

marada que sob o pseudonymo de Chico Ponto

fazia esta sucção.Os seus muitos affazeres foram o único motivo de

sua sabida desta folha, o que sinceramente lamentamos.Ninguém sabe dizer por que tanto chora a Gina

SamAnna. ,, .A pobre, está-se vendo, ha de passar na vida real

como passa na do theatro por uma incomprehendida,coitada, quando cila tanto se esforça para dar a compre-hender o que lhe falta... . , ,

'Pobre Gina ! A diplomacia tem espinhos I...

Está sendo já escandaloso, diz-nos o actor Sá, o

que se passa com o Leitão e a Auzenda.Pôde ser que assim seja. Não duvidamos mesmo,

porque nem um nem outro tem que pedir licença a nin-

guem para dar escândalo.Mas,.. o que tem o Sá com isso?

A Sra. Olvmpia Pereira, si não trata quantoantes de fazer uso' do Elixir de. Nogueira, elo chimicoSilveira, vae parar perto com as banhas.. .

Experimente, tome ao menos um Irasco do pode-roso depurativo e verá que essa gordura balofa lhe des-apparece. .

Imaginem ! A Clarisse Paredes queria nada me-nos de um conto de réis por mez para licar por contado Loureiro.

Então, com os trezentos mil réis que elle dava, naoficava bem paga ? Um conto ganhava a Carmen...

Não ha que ver : a Clarisse entrou com o pi es-querdo.

Não ha meio de sahir de scena o rcrrobõlló, noS. José.

O Paschoal, si desta vez não .hca mesmo rico, janão o fica mais.

Coitado do Álvaro de Almeida ! Um trabalhao, acuidar da Auzenda, para no fim apenas ver...

E' doloroso, realmente. Para tratar das bagagens naAlfândega e do arranjo do camarim, serviu o Álvaro ;para o resto, não... -

,\o mesmo tempo é bem feito.Faz gosto ver a Marcellína I Parece que é dona

deste Rio de Janeiro !O' moça, você não vé que anda a servir de negaça

á Ermelinda 1 No dia que cila quizer você vae de ca-trambias. ,,__ ,.,,,,

Tome, emquanto é tempo, A Saude da Mulher, paraestar em condições de resistir quando a outra lhe der otombo.

O maestro Luz Júnior recebeu ha dias, a horado ensaio no theatro Carlos Gomes, a seguinte carta dacorista Irene dos Anjos :

Sobrescripto :para o ¦

Maiestro Luiz Gunorda Irene — P. M. C.

Caria , .Maiestro pidia-lhe a fineza de me despencar hoje do

emsaio de coros por que estou bastante constipada quaseque nem poço fallar, e com bastantes dores de cabeça,deixei-me licar hoje na cama,

pur isso peço o favor que muito lhe- agradeçoIrene dos Anjos.

Parabéns i Sra. Irene pela sua sab-.loria.liem dissemos nós que o Zé Alves Vadio Júnior

havia de chegar para a legitima e para a AssumpçâoCome-Meleca.

E se não... a ultima que o affirme, se alguém se¦atrever a duvidar. - ••.

Parece que tem gosto em ser feio e que temamor ás coisas feias o Ghira Guilhermina Rocha.

Alam de se juntar com a Amélia Silva, o rapaz deuagora para deixar crescer o bigode.

Mas que raio de gostos estragados !Sempre queríamos ter o prazer de descobrir

quem é a martyr a quem o Alberto Ferreira (lia todosos dias uni bocadinho de comida dos cinco pratos que lhetocam (á martyr) no almoço. ,- - , .

Vae por bom caminho o menino, nao haja duvida !As jóias da Elvira ainda não foram todas rifadas.

Mas está para breve a coisa. Uma vez que já se princi-piaram a rifar... '..,,.„

Ha mais uma cara nova no "Pavilhão entre ascoristas. .

Desta ve/. a victima é uma estreante na uirte ; ena-ma-se Adelia dos Santos e, como diz o Carlos Leal, temares de sopcira do Bairro Alto.

• _ Diz a Maria das Neves que adoece sempre que aobrigam a regar no páo de madrugada.'Ora

alii está uma coisa difiicil de comprehender IPegar no páo ! Qual ) Isto só mesmo de um Amor

sem Olhos! _ , ,. ,.Está doente a Cândida Leal. Mas explica-se :

desde que alguém começou a dar á cosi: Ia pelo Recreio,era natural que a menina adoecesse.

Prcvinc-se ao Raul Soares: a assiduidade doVianna numa frisa do S. Pedro traz água no bico. Aoque parece,' o lio mem zinho do seguro quer segurar aZazá...

Abre o olho, Raul!Diz o Gabriel Prata que o Álvaro, quando entra

no camarim da Auzenda, canta a valsa das rosas : -

E fui eu quemesteve a adornar

«a o seu gentil,bello ninho de amar !...

Deixe o rapaz, seu Gabriel! Quem canta seus malesespanta.

O nosso amigo Leitão é sempre gentil, semprecorrecto.

Cá temos uma cartinha a agradecer-nos o conselhode fazer uso do Miicusan, que na sua opinião é um espe-cinco de primeira ordem.

Já sabíamos; e foi por isso que lh'o .aconselhamos.*_. A Sra. Thereza Gomes tem também pretenções a

empresaria, e agarrou-se a S. Pedro.Esperemos o que dahi sahe com tanta mora.,.lidade...

Não haverá quem diga ao Olympio Nogueiraque elle precisa cortar aquella horripilante cabelleira ?

A coisa cheira já a promessa. Scl-o-á 1O Salles Ribeiro vac-sc embora I Vae casar-se !

Damos-lhe os parabéns pela escolha...Do theatro Recreio enviaram-nos a seguinte

nota, que transcrevemos textualmente :« Oh Álvaro ¦ '

__. .-Por que i que as coristas do Theatro Recreio, todas

as noites cantam á porta do teu Camarim o seguinte:

Anda cá Manoel da hortaTens que casar com ella ».

Emquanto o Costa dava á cosia lá pelo Recreio,a Cândida Leal esqueceu o Costa e foi, na noite de 5 docorrente, fazer umas jestiuhas ao actor Amaral.

E* o caso de dizer como a Ermelinda ;« Parabéns, ó Cândida ! Parabéns, Amaral! Vocês

eram tão inimigos um do outro . »João Ratão.

Au Bijou de Ia Mode-£^T£.aiacado e a varejo. Calçado nacional e estrangeiro parahomens, senhoras e crianças. Preços baratissimos, ruada Carioca n. 8o. Telephone ^.66o.

Papeis extraviadosMEMÓRIAS DE UMA SENHORA CASADA

«Soífri desgosto-profundo quando pediu minha mãoe meu papá, furibundo, disse quu não u que não I Masdepois, já bem cantado, deu afinal o seu sim, marcandoum prazo apertado para que o meu Serafim me fizessesua esposa,

Como o papá é bomzinho ! Vou ter o meu man-dinho, vou saber como é a cousa...

iiHoje elle veio em visita â nossa casa e me trouxe,

além dum gostoso doce, uma jóia bem bonita : um anel,uma marqiiise, com mais de vinte brilhantes, tão lindos,tão coruscantes, que o seu valor talvez frize por contode réis ou mais. Elle mesmo quiz mettel-o no meudedo, e tanto zelo causou-me delicias taus, que nemmesmo o repruhuiidi quando, córando de pejo, umardente e longo beijo na minha boca senti,..

mMinha mãe, por um momento, deixou-nos a sós.

Eu tremo... Seraphim (tentou-o o demo I ) dirige-sea passo lento para meu lado — ai tle mim ! — não sei...com a vista turvada. . . senti-me logo abraçada peloesperto Serafim !

Inda se fosse só isso !.. . Beijou-me os olhos, aboca, o eólio, a nuca, e eu louca, como presa de umfeitiço, nada dizia... Seus beijos faziam-me calefrios,mas com prazer recubi-os ardendo em loucos desejos...

IVMas como são curiosos os homens enamorados !

Inda não 'stamos casados, inda não somos esposos, e jáo sór Serafim deseja saber a còr das minhas ligas. . .Que horror! Recuso mostrar... Pois sim ! Elle insistecom vehemencia, roga, supplica, implora, ameaça-mec quasi chora, e eu — ah ! meu Deus, que demência 1 —ergo as saias té a altura precisa p'ra que elle veja moque tanto deseja, mas essa má creatura com taes olharesespia que vé das ligas além... Vé bem mais do quedevia u diz-me . «Escuta, meu bem... tens umas pernasde truz !>> Sinto arder-mu cm fogo o rosto e comenorme desgosto lhe brado : «Credo, Jesus !»

VVem perto o dia uicolhido para o nosso casamento.

Em casa nem um momento du descanso; anda umprurido de arrumações, de costuras, de grandes prepa-

rativos, todos se movem activos votando-mu mil venturas. Vou casar-me... Então i certo ? Vou unir-me aoSerafim... E sinto um medo sem fim ao vero dia tãoperto...

Medo de que?... Por acaso é motivo p'ra re-ceios ?. .. Mas sinto uns vagos anceios e digo : «Casoou não caso ?,.,»

VICasei-me! Casei-me, emfim ! Sou hoje, afinal, a

esposa do meu caro Serafim ! Serei acaso ditosa ? Nãosei, não posso dizer... Acho que inda é muito cedo,mas... vá lá muito em segredo: a coisa é boa a valer I...»

Confere com o original.

Copiado ii.

"O Rio Nu" tom a redacção, escriptorio eofficfnas a rua do Hospicio n. 218, próximo aAvenida Passos.

Publicações a pedidoHospício, 214

Então, sua Dolores não responde ao calote dos100 fachos ?

Casa de modas não é rotula da rua do Núncio.Min.

A um adoutoradoEntão, meu adoutorado das dúzias! A coisa sahiu ao

contrario do que querias ! O preferido não foi o MachadoLotcrico, como en%e letras não ; foi o Cafita.

Andas sem sorte, hein, adoutorado. Maioral, profes-sór de línguas a pulso, alcovíteiro das zonas, e porcumulo, depois de teres arranjado o marchante para aoutra, vês a bolsinha vasia, as jóias no prego, as roupasboas no. "belchior" e um pontapé no... sim senhor !

Já é não ter sorte ! Compra uma figa, meu adouto-rado... a ver se a cabula te sahe das costas ! — A almade uni Felt^,

Aos conquistadoresNão vão á zona Lavradio 69. Ha doença_ na casa.

E' precisa a turma de "mala-mosquitos". — Pimpão.

Esta na hora I...( Declaração que fa-z uma âonTellinha aos

apreciadores do gênero )Está na hora!Nào cuidem os marmanjos que se trata aqui de uma

declaração menos seria. Não, senhores 1 Aquelle " estána hora ! "

quer dizer que está, clfectivamente, na hora ;quer dizer que chegou a occasião e que é preciso apro-veital-a.

Imaginem-me uma mocinha nova, intelügcnte, bo-nita, donzella e com muita vontade de amar.

Imaginem-me e procurem-me, Chamo-me Alice,moro na rua do Cattete n°... isso agora I o numero éque eu não digo,

Mas se algum rapaz sympathico e também intclli-gente quizer apreciar uma excellente fruclinha ainda cmprimeira mão, não tem mais a fazer do que ir percorreramanhã, das duas ás quatro horas da tarde, a rua doCattete, pela calçada do lado direito de quem entra pelolargo da Gloria.

A' porta de uma casa de seis andares ha de encon-traruma moça de cabellos louros tendo na mão esquerdaum lenço de seda branco e na direita um leque còr derosa.

Essa moça sou eu.Ao chegar perto de mim o pretendente deve parar

u exclamar :— Alice 1Eu respondo; depois... o resto será como se

combinar.Mãos á obra, rapazes ! Olhem que é amanhã, das

duas ás quatro da tarde 1 Trata-se de uma donzella !Não se esqueçam nem faltem, porque... está na hora !

Alice.

Pagamento de SOSOOOCerto %inho, freqüentador da zona Joaquim Silva,

participa a todos os seus conhecidos e a quem interessarque pagou á funecionaria Hercilia a quantia de 50S000que lhe devia.

Lápis Azul.

Água Japoneza- Não ha outra que tornea pelle mais macia. Dá ao cabello a cor que se deseja.E' tônico, faz crescer o cabello e extirpa a caspa.— Ruados Andradas 95.

licor tibainaO «nelhor purificador do sangue

GRANADO íc C.» — Rua 1° de Março, 14

¦u

a

Page 4: S©F© -ffisSPWJÉÉ S- .^ tl * oS- Uma rapariga honestamemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01456.pdfentrar na casa de modas da Dolores, que fica ali mesmo ao lado, 110 214. "O

?'¦'-!

O RIO NU— io DE JULHO DE 1912

fejíigS^tW

COMO ESTAVA COMO RSTOU

IVií«i*»l <lr AnjjicoPeloten-te

Não ha em todo omundo medicamentomais efficü7. contra tosses.resfriados, inriuenza, co-queluches, bronchiies,e:c, do que o Peitoral drAngico 1'elotnisf., verda-deiro especifico contra atuberculose nos primeirosgráos. E' o melhor pci-roral do mundo. O Peito-ral dc Angico Pelotensenáo exige resguardo.Vcn-de-se em iodas as phsr-macia:; c drogarias.

Depósitos' Pelotas, Ed.C. Sequeira ; Rio. Drog.Pacheco ; S. Paulo, Ba-mel & C.; Santos, Drog.Colombo.

= GONORRHÉA -e todos os eorrimentos

são rapidamente curados pela injecção

— KING —ReiiieíSio novo e infallivel

Approvado pela Directoriu de Saude Publica.

A' venda em todas as pjiarmacias e drogarias.

Preço do vidro, 2S500

Menina esperta

ty \)ryr'Tyfyyt€^y/À

m/Mm

-

yy ~yyy, - --'/m^Myy '¦-

I V 'il-'' !¦- •- - ¦ *ij

A MÃE — Ah 1 Quininha ! Você sujou no chão !A filha —Nao fui eu, mamãe. . . Eoi a minha boneca, mas eu

vou castigal-a para ella náo ser porca !

WyyWlí^

©T^ \i> .,

¦N^Jt--..- . ...... , ,\. \ aya^T-viVaV^A-.-a ¦':*.-- /Ti

yy

O passageiro (nijaqui a bordo uma poli.

íando desesperadamente) — Oh ! Que falta fazpara evitar que esle vapor jogasse tanto 1,..

^^^mif yy cryS^rK^ÍmlSS%*éS&( y£í$$'

.^ÉlL arara <H A&áèwf»

Ingenuidades. AMIZADE. E AMOR

A amizade é um sentimentoQue o espirito avigora,Nos dando contentamento,Sem proveitos muito embora !

Amigo leal e puroE' um diamante sem jaca,E' celeste palinuro,Na vida ditosa graça !

O amor c bello, incffavei.Um propulsor do progresso,Tornando a vida agradável,De alto céo nos dando o ingresso..

O amor também solfrimentoSempre nos dá neste mundo ;Traz dias de desalentoE de dissabor profundo.

Pelo amor nós padecemos,Mas temos felicidade ,Tantos desgostos não temosNa verdadeira amizade.

Mas ambos nos são precisos :Si do amor vêm negros dias,Delle vêm almos sorrisos,Também muitas alegrias...

A amizade é qual um hym.no,Dando amenissimo goso ;Mas, sentimento divino,O amor é mais saboroso...

Camisinha.

%-«a

A neurasthenia, moléstia que tem .zombado de todos os recursos dasciencia que garante o passaportepara o outro mundo, é" facilmentecombatida com a leitura estimulantedos satânicos romances que vende-mos em nosso escriptorio. Hospi-cio, 2 j S.

El I.F.Hl I.A

nao me der agora mesmo umama loucura ?! Matar-me á lalvida disso, porque não gosto de

sperança, laço uma loucura !', suieidiindo-sc em seguida ?ngedias, mas.. . casarei com

Não . temos moiivos de queixados nos'-..."; amigos do Prata ; aocontrario: enviai m-nos um emis-savio de subido valor, talvez a maisalta figura da Argentina. , .

Ivla:. si vier outro, por favor nãonos traga aquelle trio que nostrouxe o general Roca !

G que ha de mimoso e agradavei encontra-se~ no bello i-omance NOÍTE DE NOIVADO ESque vendemos em nosso esepipíoi-io a 500 réis

^jO^js-*^' \ ^wy\\ yyyy-yy.Sb8u] 1 i /7^-v ^Êfy y~ >yyy-:y~ri¦WÈÉÈÈ&-y »»^'^ ~-:myú

^^-swç^^-^ssgs^®^'x! --^yy~V Ipl\ \mr.fNW^e^^er7^mr >-.„ -$&&•¦• .iy-\

— Toma!... Toma !... (A''parte) Mamãe ouvindo isso, pensamesmo que foi a boneca e não me castiga. . .

A morte do bombeiro : cm vez da clássica vela para alumiar a entrada na éter-nidade. u mangueira em pleno funecionamento.. .

Dona Maria das Dores,Muito gentil creatura,E' criada do Bra/ Piores,Trata-o com muita ternura...

lisse Braz, da vida farto,Náo recebe uma visitaE só entra no seu quartoA Dores, que é bem bonita.

Si um amigo impertinenteSua presença reclama,Dizem-lhe : Braz 'stá doente,Está com dores na cama...

X.* g .§ ° a %~

5 fi

•p cg

< a3 o 2 ° acr o

Page 5: S©F© -ffisSPWJÉÉ S- .^ tl * oS- Uma rapariga honestamemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01456.pdfentrar na casa de modas da Dolores, que fica ali mesmo ao lado, 110 214. "O

'• í

O RIO NU — io DE JULHO DE in-2 S

ESSssr <#Ç*^K EGSl^l / x/^v7^fe^'

que eu

Esse gabinete do centro está desoceupado agora, li' o único; aproveite e vá ali alliviar-se.Nào, senhora; eu espero. Cedo a vez a essa moça que ahi vem e que parece estar muito mais apertada doEu vou logo atrás delia...

l O Dr. Tucano — Qual, mou amigo Porco ! Você está aqui, está batendo com o rabo na cerca Icê não acredita na transmtgração das almas? Si acredita,Tenha fé que ainda ha de voltar ao mundohsformado." O Porco — Em lingüiças. .. Já sei... Foi o que suecedeu a meus pães c suecede a todo aquelle

tem a desgraça dc nascer porco...

2 o „

O- —

_ já*

Álbum de Vistas .ESTÁ A VENDA

o «•4° numero dessa esplendida collecção de photo-gravuras, justamente denominada Collecção «deFt&cjo, pois a contemplação das scenas nella estampa-das,'*tiradas do natural, e a leitura dos primorosos versos

que jas acompanham constituem um excitante dos maisenerjgicos para os organismos depauperados, infiltrando-lhes iio sangue uma lava incandescente capaz dc reani-mar ipm defunto.'"AGENCIA

DE REVISTAS E JORNAESFigurinos, Romances e Cartões Postaes

Aáceita c dá prompta execução a qualquer encommenda,

(i assim como acceita assignaturas e vende

jt avulsos. — NOVIDADES POR TODOS O.S VAPORES.

,1 ESraz Lauria

RljA DO OUVIDOR, 181 — RIO DE JANEIROTclephone n. 4.677

Amores de um Frade2» EDIÇÃO

IS<'ss.i «¦¦9-[i>i)^';i*ilissiui:i novHln, ciij:i lir:ii|<?iiitlv ,"..CHM) i*x('itiiil;ii*'*s tÍ4*on (1<és<1*i* !oj[i> i-ssjoÍ.mIíi,oilii |ii'(iiii|>la isiii.i !£¦ r-Jj^-io 4-0111 ijravurasm;i<is iipr<[>pri:iil:-is ao -.issimi ]>!¦»•.

AMORES DE UM FRADEque .-¦ o 11. I ila COIXECÇlO IJIOKOSA. sue nestil'£• ftdi-,-i\-- muito niHii-ririitln n:i |inr(c material ev vviirililo p«rli> mesmo |ii-i*v°

500 RÉIS,<-iii nosso «>Nf>ri|itorio á rnii 1I0 !los;>trii» mi-mera SIM.

lti'<*<-lM-iii-t.r priliilos tív loni i|iie. n «rompa-iiluidoM i!» respectiva imporlíiHcin, devem sei",'i,,l,-reV,,,l„s ,, ,\. \ÜIXOSO

Tônico «Japonez — Para perfumar o cabelloe destruir as parasitas, evitando com seu uso diário todasas enfermidades da cabeça, não ha como o Tônico Japo-nez — Rua dos Andradas. 95.

-^ss^^Tv>\-assswmBaWÊ^t

K'L

m }*fe.Wtf*

v> -y

li.,--:mlw,.ivi

M mt

Ai¦riimSmmã

SSííft

— Sombra implacável, pavoroso espectro !,. . Por que diabo hei de euencontrar-me com esse vulto todas as vezes que bebo um pouquinho mais?....

club)- Thon o que e queO frkguez ( no reslaurant devocê tem de bom ?

O garçon—Tenho cabeça de vitella, costella dc porco, ligado deveado, mão de vacca. coxas de gallmha...

O freguez— SÍ você tem tudo isso, sen Thomaz, você é um homemlevado de todos os. .. bichos !

ML Jíigl^.--

mm

— Oh I minha senhora ! Acceítc o meu amor! A tosse chronica quetanto medo lhe mettia já a curei radicalmente com o Peitoral de Angico Peto-tense l

1 «u£

Page 6: S©F© -ffisSPWJÉÉ S- .^ tl * oS- Uma rapariga honestamemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01456.pdfentrar na casa de modas da Dolores, que fica ali mesmo ao lado, 110 214. "O

_0 RIO NU — to DE-JULHO DE rgia

Contratempo*Ü

^^kríam ii horas da noite quando Miguel entrou nochatcau. Vinha aborrecidissimo, e não teve uma

palavra para festejar os companheiros — os castellões,os habitantes do famoso chateou : um quarto pouco vastoonde, a par da maior harmonia, reinava a maiorpobreza.

Ha ali para os quatro moradores apenas tres leitosde ferro. A um canto, vê-se enrolado um mappa-nmndide palha ordinária que serve para estudos geographicosfora de horas, como diz pittorescamente o seu dono. En-tenda-se por nuippii-mtiudi uma esteira.

Das tres camas, apenas uma está regularmentecomposta : tem lençol, travesseiro enfronhado, colcha,etc, se bem que não primem muito pela alvura. Aoutra mostra mi um colchão surrado, em cujo interiortalvez sò haja moinha em vez dc palha. O travesseira,de forro vermelho, tem em ambas as faces uma crostaescura e sebosa — prova de sua longa idade c dc quepara o seu proprietário roupa dc cama é objecto de luxo.A terceira está coberta por uma colcha dc chitão azul,sob a qual nada ha mais que quatro taboas dc pinhodescansando sobre as negras travessas de ferro. E' comcerteza a mais pobre. Pregos espectados na parede, aqui,aü, acolá, de espaço a espaço, exercem a funeção decabides.

Accrescente-se a tudo isso uma estante pejada delivros, uma mesa de pinho carregada de bugigangas,tres cadeiras de assento de páo, de estabilidade duvidosa,e ter-se-á completado a descripçâo do mobiliário. Umperfeito ninho de bohemios.

O recem-chegado sentara-se macambuzío na bordada cama. Aquella ãttitude, tão difTerentc da dos demaisdias, sobrcsaltou os eircuinstantes.

Que diabo te aconteceu, Miguel, que vens darua triste como quem vem de um enterro ? perguntouum d'elles.

Nada... isto é : uni -contratempo dos diabos.Miguel era tagarela, um grulha. Para que falasse,

não era preciso mais que íntcrrogal-o. A curiosidade doamigo rompera o dique.

Ora imaginem vocês que fiz ha pouco o papelmais ridículo que se possa conceber. E a estas horas ellade certo faz de mim o peor conceito...

Ella quem ? interveiu um curioso.Elisa, meu amigo. Aquelle morenão d'estalo

que requestei ha tempos. Tive-a nos braços, beijeí-a,meus dedos palparam aquella carnação maravilhosa... enada mais.

Por que ? Levaste o «contra» ?Não, infelizmente.Conta-nos isso.

Eu conto. Esperem.E, pachorrentamente, Miguel procurou nas algi-

beiras um cigarro ; accendeu-o e começou :Como talvez algum de vocês não a conheça,

tomo por exordio a descripçâo desse delicioso pedaçode mulher.

De estatura mediana, rica de fôrmas, em cujas' curvas suaves s.e adivinham massiços admiráveis de umacarne rija e sadia; morena, dona dc um palminho derosto dc linhas cbrrectas illuminado por uns olhosnegros que promettem singulares arroubos de volúpia ;graciosa, pé pequeno, e dotada ainda de outros encantossecundários que por si só bastariam para transtornar amais soii.la cabeça —Elisa personifica o typo da mulherideal. Vcl-a e amal-a, como diz a rançosa expressão, foiobra de um momento. Isto, porém, não foi hoje. Já 1:1vão doís annos.

Fiz-lhe a corte, isto é: assedici-a com as minhaslamúrias, abarrotei-lhe as gavetas dc cartas e versos,esgotei a minha lábia sem resultado. Elisa era a virtudeconjugai em pessoa : era fiel ao marido—um typoamarellento, feio, desdenlado, de olhos empapuçados,curvado, magro, pernas de arco: um monstro quasi.Ella não me repellia, mas não me esperançava. Cansei edesisti.

Fnconirei-a hoje quando voltava do escriptorio demeu tio, a quem Fui applicar uma facada de vinte baga-roles , , ,

Emprestu-me cinco, Miguel, interrompeu um.Não sangrou. Deixa-me proseguirí

Encontrci-a, pois, continuou o narrador, mais appc-titosa que nunca. Cumprimentei-a :

D. Elisa, como tem passado?Ella voltou-se promptamente :

Regularmente, obrigada. E o senhor ?Como sempre. Tristemente ; como quem nunca

attingiu ao ideal sonhado.Sim ;

E ella teve um sorriso que me deixou cnleiado.Sabe, Sr. Miguel, disse-me depois de curta

pausa, que é bem pouco perspicaz?Não o percebo.Pois, vendo-iiie de preto, não percebe?Enviuvou, D. Elisa?Sim. Ha seis mezes que um túmulo guarda os

despojos de meu marido.Aquelle reclamo ao seu novo estado era unia pro-

vocação — não acham? Eqüivalia a dizer:—• «Atira-te 1»e então resolvi atirar-me. Sim, que diabo ! A oceasiãoera propicia, era das melhores, mormente tratando-se dcuma mulher dc olhar de fogo que, honesta como era,devia curtir uma fome damnada dc earicias. A fome temcara de réo.

Não lhe dei pezames. Para que ser hypocrita, se anoticia me agradava ? Aventurei uma pergunta.E agora, D. Elisa?

Agora estou só, eis ahi.Esqueceu, porventura, os meus protestos ?

Ella fitou-me de frente e sorriu.Não. Mas não me diga nem mais uma palavra a

esse respeito aqui, em plena rua. O logar é impróprio.Onde hei de falar então ?Em minha casa. se quizer.Quando ? Hoje ?Quando quizer. Para as pessoas de minha ami-

sade nunca se fecham as minhas portas.Escurecia. A noite, pouco a pouco, ia apagando no

Armamento os tons claros das tintas do crepúsculo.Tudo era por mim. Fui afoito.

Se a senhora não levasse a mal, propor-me-ia aacompanhal-a...

Não me opponho. Dá-me muito prazer a suacompanhia.

Passei sorrateiramente cm revista os meus pin-gues recursos. Responderam á chamada apenas duasmoedas de 200 reis.

Que bond tomamos ?S. Januário,

Respirei. Podia acompanhal-a. O arame chegavapara a ida, ainda que fossemos até o fim da linha. Ocavaco que se me apresentava era ter dc voltar inpedibus,.. Mas a aventura valia o sacrifício.

Depois de uma viagem agradabilissima, chegámosao ponto terminal da linha. Saltámos, enfiamos pelarua Bomfim. Ella me fez parar deante de uma casa dcapparencia confortável.

O senhor entra ?Sc o consente...Pois não.Entrei. Ia surpreso pela facilidade-com que as

coisas se encaminhavam. Evidentemente, Elisa se tinharesolvido a não sujeitar-se mais aos tolos preceitos dchonestidade que a impediam de gosar a vida como devia.Por meu turno, entrando, o meu fito era preparar oterreno.

Fez-me sentar na sala dc visitas, mandando-me queesperasse uni pouco emquanto ia desfazer-sc do colleteque a incommodava c dos botins que lhe maguavamos pés.

Voltou dez minutos depois, já de traje difíerente,calçando num pé uma sandália ti noutro a mesmabotina com que linha vindo. Que plano dc mulher!Depois comprchendi.

E' capaz de fazer-mc um obséquio?— pergun-tou-mc.

Com todo gosto.Então desfaça-me o nó desse atacador. Não oconsigo; a bota magôa-mc c preciso tiral-a.

Era uma provocação, cu bem vi.Elisa pousou o pé no assento dc uma cadeira c alçou

impudicamente as saias quasi até o joelho deixando vero canhão bordado da calça.

Ah ! meus amigos, que pernão ! Que primor!Meus olhos tiveram um deslumbramento ao pousa-

rem sobre aquelle feitiço, sobre aquella perna primorosa ;alva, muito alva, deixando ver um breve trecho des-nudado, desde a orla da meia curta até o ponto onde acalça começava a velar discretamente outras mara-vilhas.

Perdi a cabeça.Rápido, com mão nervosa, _ prendi-a e collei num

beijo escaldante os meus lábios á epiderme vellutineadaquelle pomo tentador.

Audacioso ! —exclamou Elisa, retirando a pernasubitamente.

Perdoa o atrevimento. Não pude dominar umimpulso...

Fiquei fora de mim. Tomei-lhe uma das mãos, fa-lando-Ihc phrases de amor com calor. O que disse nâosei; mas fui tão eloqüente, tão convincente, que quandorecobrei um pouco de lucidez tinha-a presa a mim pelacintura, e sentia a tepidez de seu corpo encostado aomeu. A sua boca estava quasi junto á minha. Resistêncianão havia. Elisa entregava-sc. Beijei-a, empolguci-a numturbilhão dc beijos...

Exaltei-a com as minhas earicias, levei a sua exci-tação ao paroxismo.Vem... nào posso mais... — disse por fim.

E fez menção de arrastar-me para a alcova.Despertei de um sonho. RcMecti. Não. Eu não podia

de maneira alguma acceder a tão doce convite, do con-trario expor-me-ia ao ridiculo. Sc a"acompanhasse, for-çosamente tinha de desfazer a minha toilette — e issojustamente é que não nic convinha.

Não 1 — respondi resoluto.EUa approximou-se, muito meiga, c passando-me o

braço à volta do pescoço e fitando-me um olhar capazde abalar uma-pedra, pediu-me com voz alterada :

Vem. Sou tua...Diabos levem a nossa habilidade em disfarçar o máo

estado de nossas roupas brancas! Que entalação ! Tiveuma idéa :

Não 1 Não quero I Castigo a tua indiíTcrciiça deoutróra. E' justo que soffras a mesma pena que soflri :— esperar. Espera até amanhã, para saberes quantocusta.

A situação complicava-se. Elisa "queria mesmo", epara o conseguir pôz em jogo toda a seducção possível.Acabei por desesperar-me e tive um gesto brutal.

Não I Não I Não 1 Irribus I IE afastei-a com violência,Foi um' desastre. Ferida no seu amor próprio, Elisa

revoltou-se, e a cólera substituiu nella a volúpia.O senhor é um pulha ! disse-me fitandõ-me com

desprezo. Saia desta casa immcdiatamente !Mas...

Saia, já disse! Rua ! !Encabulci. Era inútil tentar uma reparação. Sahi.

Puz-mc ao fresco, cheio de vergonha, damnado, e, aindapor cima desse fiasco, tive dc roer 7 kilometros a pé. Eaquí estou.

Afinal, porque não possuiste essa mulher que sete entregava assim ? interrogou um dos ouvintes,

Por causa disto !E Miguel, arrancando a botina, mostrou aos compa-

nheiros um pé negro de pó, nú do tornozello para baixo.Da mcía só havia o cano, preso ao calcanhar por unibarbante.

...por causa disto, meus amigos. Estava deniitaines...

D. TfiRÍ-NCIO.

VIMOS......na quinta da Boa Vista a funecionaria Esther

acompanhada do seu queridinho filhinho Mario.... . .na zona Carioca a Marietta c a Martha fazendo

compras cm certa ourivesaria...... o I.conc recordando-sc dos antigos tempos dc

farras, no «Club dos Excêntricos», no baile ultimo.... . .a Elta fazendo uma falsidade ao seu filhinho

Isaac na casa de modas da Margarida, zona Senhor dosPassos...

...a Julinha Boca dc Chupcta comprando umainjecção cm certa pharmacia da zona Avenida Passos...

.. .0 Pouca Roupa mordendo os beiços de raivaquando viu a Jujú ao lado do menino Cafifa...

. . .0 Ramiro Chapclciro dos «Excêntricos» dípfo-maticamente amarrando a lata na Vidinha Pellanca...

. . .0 Roso espiando a sua polaca da zona Senado,escondido cm certo botequim da mesma zona, esquinada do Lavradio.. .

,. .a Angelina da casa de modas da Marocas, zonaSant'Anna 119, viajando cm um bonde da linha Ca-tumbv...'..

.a Augusta Sacco de Nabos furiosa com a nossanota «nas zonas» por ter o seu velho marchante tomadoconhecimento disso...

.. ,a Marianna aboletada na zona Meni.de Sá 84...

.. .0 Dunga Estrada de Ferro escondendo-se nazona Lapa quando passava a Genoveva Italiana...

...a Albertina Porre Preto em amorosa palestracom a Olympia Jagunça. ..

...a Isaura de certo «chopp» fazendo enormeirepaçào no menino Isaac. .,

Vi Tudo.

"O Rio Nu" tem a redacçâo, escriptorio eofflciiiRs a rua do Hospício n. 2HS. próximo aAvenida Passos.

jí'4fc.

Page 7: S©F© -ffisSPWJÉÉ S- .^ tl * oS- Uma rapariga honestamemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01456.pdfentrar na casa de modas da Dolores, que fica ali mesmo ao lado, 110 214. "O

SWB!¦SP

7-fO RIO NU — io DE JULHO DE 1912

Bibliotheca d'0 RIO NUAcham-se á venda em nosso escriptorio os seguin-

tes romances:A CABEÇA DO CARVALHO — Pyramidal traba-

lho do bestunto do incomparavel Vagabundo, 2$ooo ;pelo Correio, 28500.

AMORES DE UM.ERADE (2» edição, n. 1 da« Collecção Amorosa » )'— Escandalosas peripécias deamor prohibido, acompanhado de interessantes gravuras.Verdadeiras scenas dignas da antiga Roma. Preço, jooréis. Pelo Correio, 800 réis.

NOITE DE NOIVADO (n. 2 da «Collecção Amo-rosry) — Episódios picantes entre um casal recem-untdopelos laços do matrimônio, contados por Mathusalém,íoo réis; pelo Correio, 800 réis.

ÁLBUNS DE VISTAS — Collecção deFogo, contendo cada um oito gravuras tiradas do na-tural, impressas em papel couchè de Ia qualidade e acom-panhadas dc bellos versos explicativos de cada scenarepresentada. Estão publicados os ns. 1, 2, 3 e 4. Preçode cada um, iSooo; pelo Correio, iSjoo.

Todo* oh livro* actm» cI.uiIom «Ao Hino.tra-doa com jjravuratUraduH d» naluriil.

O DONZEL — Aventuras de um moço acanhado eque as circumstancias fizeram o maior conquistador doRio, iS; pelo Correio, 1S500.

UMA CEIA ALEGRE — EngraçaJissima parodia á«Ceia dos Cardeaes», em versos brejeiros. Tres respeita-veis padres contam suas aventuras amorosas, numa Hn-guagem de alcova, sem peias... Preço, 500 réis. PeloCorreio, 800 réis.

Os pedidos dirigidos ao nosso escriptorio, que de-vem vir, acompanhados da respectiva importância, emvales postaes, ordens comn.erciaes. dinheiro ou sellosdo Correio, serão attendidos no mesmo dia e devem serendereçados a

A. VELLOSO, Rua do Hospicio n, 21S.

Nas Zonas...í ) menino da Light, para curar as dores de cornuco-^-^pia que tem de certa cantora, deu agora para bem...gallinha, abrindo o seu coração a todas as coristas decerta companhia portugueza.

. Você assim, seu menino, vae mal, pois tanto aramenão chega para todas. A Odette 1! que já perdeu as espe-'ranças de tirar os pechisbeques do prego.

Ha dias houve grosso sarilho na batuca da Mari-quinhas Cruzeiro, zona Moraes e Valle 27, levando amesma seus pelelecos por ter dado o fora no jiulio quelhe dera 50 fachos.

Não lhe valeu de nada o menino Ávila... Elle sóé valente corii as funccionarias por causa das vantagens !

A Alzira Boneca de Alcatrào, depois que estáusando o chapéo obrigada pela policia, quer vender ascaricias do seu cachorrinho muito caro.

Ora deixe disso, sua funecionaria ; elle já está tãoacariciado...

O pessoal da casa da Dulce Figura Risonha etodo sabido. Agora entrou em uso da A Saúde da. Mulhera Célia, devido ás irregularidades uterinas.

E depois digam que .a Dulce não é uma Maioralamiga das suas inquilinas I

, — por que será que o Heitor faz agora ponto todasas noites no botequim da zona Lavradio, canto da doSenado ?

Será possivel que o Roso esteja amando algumapolaca daquella zona ? Ora você, seu diplomata, mettidonaquella roda... dã-forlum I...

A Isolina Cnveirinha, da zona Riachuelense 71,já se restabeleceu das doenças recolhidas, resultado deter dado as caricias de seu cachorrinho.

Não faça mais essas coisinhas, sua Caveirinha, quevocê é muito magrclla !

A Maria Pé Sujo, depois que se apaixonou pelogerente de certo jornal vespertino, tem andado idiota !¦

ponto de tentar suicidar-se.E nós que pensávamos que a Maioral só tinha

paixão pela Maria Gorda! Tome juizo e não faça maisdessas fitas, que o Luiz não vae nessa oililia .'

Disse-nos certa funecionaria da zona Lapa quea Mariquinhas Cruzeiro, depois de deixar o meninoÁvila fazer-íhc a limpeza completa, dá-lhe como compen-saçao umas amodernadas caricias de seu mimoso cachor-rinho, com o que o menino lanuie-se todo dc contente.

Que felizardo !...Disse-nos o Ramiro que agora pretende entrar

em vída nova, mas primeiramente vae tomar o Elixirdr Nogueira do chimico Silveira, para purificar o sangueestragado por certas pellaucas da zona Riachuelense.

Si ella souber disso, você entra no páo IE' uma má lingua a Lourença Cabeça de Mor-

cego, Maioral da zona Lapa 58. Ha dias estava ella

dizendo a certa funecionaria que a Alice Cavallo de^Páo,quando tem a casa vasia, procura seduzir as inquilinasdas outras casas promettendo mundos c fundos, nãosabendo ellas que cahindo nas mãos da Alice têm queentrar todas as manhãs no rateia para a boia, porquedo contrario ficam na brisa*

Isto não se diz, sua Cabeça de Morcego; será bemfeito se a Alice lhe botar o mangalô í

O tal baptisado que fez a Maria Babona foimesmo cuèra... Os petizes foram de Jeronymo de lã e afestança foi cm casa da Espeto de Páo, sendo de tutu ecarne secca assada em espeto. E a Maria, para econo-misar os cobres do Abel Mineiro, não quiz ir de «Taxi»,foi mesmo de bondinho de tostão c quem fez o discursonão foi o Pinheirinho e sim o seu querido Ricardo.

Livra 1 Foi uma festa dc alta lá com cila 1A ingleza Baby estava com tantas saudades da

crioula Olympia Jagunça que, encontrando--, em certobotequim, cahiu-lhe ás beijocas, provocando grandeescândalo.

Si o velho marchante souber e o menino guarda-livros, você, sua Jagunça, fica sem as verbas I

A Odette Bemgallinha, agora que vae envelhe-cendo, deu para ama secca, passeiando todos os diascom um pequerrucho pela mão.

Quererá a Cantora passar por mãe de família ?...A Maioral Pata Larga tem andado estas ultimas

noites em grossas farras de automóveis, só para fazererescrer as dores de comueopia do seu querido Pasteleíro.

Isso não é de coração, Pata Larga; você está ifazendo fita, pois bastantes saudades tem você docheiriulx) dos bifes !

Por que será que a Mariquinhas Cruzeiro, depoisque a Annita do «Canteiro» voltou de sua viagem derecreio, ficou toda satisfeita a ponto de barrar o seumenino Ávila das amorosas noitadas na baiuca?

Coitadinho I... Que noite de frio e chuvosa curtiuo pobrezinho !

Aboletou-se novamente com casa de modas nazona Senhor dos Passos 135 11 Margarida, ex-Maioralda zona Largo da Sé 22. ¦

Diz a Maioral.que a Elta é a funecionaria que maissorte tem dado ali, pois não faz questão de dar as cari-cias de seu cachorrinho.

Pudera ! Si o Isaac é roxo por essas caricias !

Mala IVrsiiil

Victorino — Muáamo-nós para a rua do Hospicio

Língua nu Prata

Loterias da Capital Federal

Sabbado, 13 do corrente

IO0:OOO$OOOmídSSabbado, 20 do corrente

-50:000$000^por $809 réis

Bilhetes á venda em todas as casas lotericns

Impressões theatraesÍX^ ada de novo registraríamos hoje nesta secçao, si

-**¦ não fosse o erro em que cahimos no passadonumero com referencia á Viuva Alegre, peça que depoisde estar apartada para entrai- cm serviço no Recreio, foidesprezada pelo O Rei das Montanhas.

E s6. Os outros theatros não tem nada de novo anão ser o Apollo, que inaugurou um novo modo dc ar-ranjar receita extraordinária para os artistas, qual seja ode lhes pagar umas mallnéa que está dando aos do-niingos.

Houve por ahi quem dissesse, logo que se annun-ciou a primeira dessas maliuèes. que ia ser feito um pro-testo paia Lisboa, á Associação dos Artistas Dramáticos,por motivo de serem interessados, ou coisa que o valha,na empresa do Apollo, quatro dos seus artistas que coma mira nos lucros sacrificavam os collegas eom as mati-uèes além de abrirem o precedente. Mas. felicmente,pouco tempo durou essa duvida sobre as bellas intençõesdos referidos artistas para com os companheiros.

Foi tudo pago. Augmcntou-se a receita da lotlrtlée,mas augmentou-se também a despesa...

Paço Léo>:.

Justificação

Queixosa, comparaste-me á andorinhaPorque, teu aconchego desdenhando,Súmb, deserto dos teus braços quandoO Inverno destas plagas se avizinha...

Passas as noites — dizes — tintandoDe frio, sem dormir, sem mim, sozinha ;Emquanto do ciúme te espesinhaO fero espinho, que te vae matando,..

— Ah 1 não te deixes, minha doce amada,Colher nas garras dc tão grande magua,Suppondo que por mim és desprezada.

Eu me esquivo de ti porque te estranho :Pois durante o verão tu não sahes d'agua,Quando faz frio, tu não tomas banho...

D, Terencio.

"O Rio Nu" tem a redacçao', escriptorio eofficinas á rua do Hospicio n. 218, próximo AAvenida Passos.

'

ALTA CAVAÇÃO

Outra!... Outra!... Outra!...

A CENTENA 465 I

Na fôrma do louvável costume, com os mesmosrequisitos c a mesma cerimonia, acertámos mais umacentena !

Para outros seria um facto extraordinário, motivopara foguetes e forrobodós. Para nós não passa de umfacto corriqueiro e por isso dispensamo-nos de .commcn-tarios.

Eis o resumo :Dia 3 — Antigo, Camello, 230; Moderno,

Avestruz, 701; Rio, Macaco, 465; Salteado,Cachorro; 2° prêmio, Camello, 129.

. Dia 4—Antigo, Águia, 8oó v Moderno, TSSa-caco, 466; Rio, Águia, 705; Salteado, Cabra;2° prêmio. Gallo, 252.

Dia s —Antigo, Elephante, 645; ModernoCoelho, 959; Rio, Vacca, 499; Salteado, Peru;2» prêmio, Elephante, 846.

Palpites do João Benguela

ãÉÉÍ .-ML ^560—59—758 512—IO—St 1 373—74—176

.^l_ta V- <í-P-?5^_-218—17-920 602—01—404 859—40-138

ladame Joséphine

Porco Borboleta Touro Cavallo69 13 81 4-2

ei.K'1'Eh.AS l*SMtCÍAli.s

179-405--79S- 250—963-886 126 214 -853 — 746

DEZENA* . "

29—27-99-62 :-45— 80—71 -07-85 -54

Palpites do Averuo

668—67—265 452—50—249 534—33—036

&

a-'?¦7

596—94—995 723—21—422 889—90—592

Madame Xakalalak.

Page 8: S©F© -ffisSPWJÉÉ S- .^ tl * oS- Uma rapariga honestamemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01456.pdfentrar na casa de modas da Dolores, que fica ali mesmo ao lado, 110 214. "O

"-'•é. '*"¦ I

O RIO NU — 10 DE JULHO DE ig12

Um almoço bem cavado

jm«"'*j> «WM Vn jriríi rTiii, v ^•j§§|"%X^'J jX--^ j

1) Dois acrobatas (pae e filho ) que andavam pelasruas cavando a vida a fazer gymnastlca chegaram a umlogar solitário e viram sobre uma janella um pratocontendo uma cabeça dc porco assado e ao lado umagarrafa de vinho. Estavam com fome e não tiveramduvida... ife

2 ) O pae estendeu no chão o tapete que trazia sempreenrolado debaixo do braço e poz-sc cm posição de servirde escada ao filho, que devia escalar a janella e trazero pitéo que lhes augmentara o appctitc ; mas o pequenonão alcançava a cobiçada cabeça de porco.

^¦•^'¦''^¦'••^¦«¦•.¦•«¦¦aMMüiHr

f j^i^^ I

5 ) Resolveram então fazer urna prova mais arriscada,.mas de effeito seguro: o pae encolheu as pernas, o filho,encolhido como uma bola, deitou-se dc costas sobre as-plantas dos pés paternos para ser, num impulso forte,,arrojado á altura da janella.

x^^^c«ÉiP::^^cr*^^SBK_[ffiifiW-Mr^S^/ü » . "___S-^w3jKj^—*7\^i]_r*)_fc5?__ki tSuííli_->// ns»->K' '-^»- ^^£r-fyçf

5) .. .cahiu triumphante, de pé, sobre os pés do pae,4) A sorte foi bem executada. O pequeno foi atirado ostentando em uma mão a cabeça dc porco c na outra 6) E cil-os a gosar, satisfeitos, aquelle almoço com»para cima com pericia, apanhou os troços na janella c... a garrafa. que não contavam c que veiu mesmo a calhar...para

Uma Ceia Alegre Desopilante parodia á «Ceia dos CaraVws». Primorososversos alexandrinos, cheios do mais fino espirito... ie 30gráos á sombia. Preço, 500 rs. Pelo Corrais, 800 rs.