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SHEILA RINGENBERG ATUAÇÃO DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA BRONQUIECTASIA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA FLORIANÓPOLIS, 2010

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SHEILA RINGENBERG

ATUAÇÃO DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA BRONQUIECTASIA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

FLORIANÓPOLIS, 2010

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SHEILA RINGENBERG

ATUAÇÃO DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA BRONQUIECTASIA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Monografia apresentada ao Centro Integrado de Estudos e Pesquisas do Homem como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Acupuntura

Orientador Prof. Marcelo Fabián Oliva

FLORIANÓPOLIS, 2010

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CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM ACUPUNTURA

ATUAÇÃO DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA BRONQUIECTASIA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Elaborada por SHEILA RINGENBERG

COMISSÃO EXAMINADORA:

___________________________________________________

Prof. Marcelo Fabián Oliva, Esp. Orientador

___________________________________________________

Prof. Cleto Emiliano Pinho Membro de Banca

___________________________________________________

Profa. Thais Habkost Machado Membro de Banca

Florianópolis, agosto de 2010

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RESUMO

Este trabalho apresenta uma revisão bibliográfica sobre a atuação da acupuntura na bronquiectasia, afim de reunir estudos e publicações realizados nessa patologia que atualmente possui grande significância no meio médico, como uma patologia crônica e de contínuo tratamento. O termo bronquiectasia refere-se a uma dilatação anormal e permanente dos brônquios, com destruição dos seus tecidos, podendo ocorrer de forma difusa ou localizada nos pulmões. A bronquiectasia ocorre como resultado de infecções respiratórias de repetição, em doenças como a Fibrose Cística, entre outros, e vêm acometendo grande número de indivíduos. Com a crescente utilização e reconhecimento da prática da acupuntura no Ocidente, sua atuação se torna mais ampla e elucidada pelos meios científicos e novas áreas de atuação estão sendo pesquisadas. Esta pesquisa foi do tipo revisão bibliográfica, e teve como objetivo reunir as publicações e tratamentos de acupuntura utilizados na bronquiectasia. Foram utilizados como base pesquisas em livros, acervos de artigos pela internet, bases de dados. Palavras Chave: acupuntura, bronquiectasia

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Sistema Respiratório FIGURA 2 – Ventilação Pulmonar FIGURA 3 – Brônquios Normais e Bronquiectasia FIGURA 4 – Pulmão com bronquiectasia, Pulmão Normal

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Padrões Agudos de Tosse TABELA 2 – Padrões Relacionados à Tosse Crônica TABELA 3 - Retenção de Umidade-Mucosidade no Pulmão

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 08 2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 09 2.1 PULMÃO ................................................................................................................09 2.1.1 Anatomia..............................................................................................................09 2.1.2 Fisiologia ............................................................................................................ 10 2.1.3 Bronquiectasia .................................................................................................... 10 2.2 ACUPUNTURA ......................................................................................................13 2.2.1 Acupuntura no Brasil .......................................................................................... 14 2.2.2 Pontos de Acupuntura ........................................................................................ 14 2.3 O PULMÃO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ......................................... 15 2.3.1 Fisiologia do Pulmão na Medicina Tradicional Chinesa ..................................... 15 2.3.2 O Meridiano do Pulmão (Tai yin da Mão) ........................................................... 16 2.3.2.1 Relação Pulmão- Coração .............................................................................. 17 2.3.2.2 Relação Pulmão- Baço/Pâncreas ....................................................................17 2.3.2.3 Relação Pulmão- Fígado ................................................................................. 18 2.3.2.4 Relação Pulmão- Rim ......................................................................................18 2.3.2.5 Relação Pulmão- Intestino Grosso .................................................................. 18 2.3.2.6 Etiologia dos Padrões de Desarmonia do Pulmão .......................................... 19 2.3.2.7 Desequilíbrio da Energia do Pulmão ............................................................... 19 2.3.2.8 Origens das Desarmonias do Pulmão ............................................................. 20 2.4 Tosse na Visão da Medicina Tradicional Chinesa ............................................... 22 2.4.1 Etiologia e Patologia da Tosse ......................................................................... 22 2.4.2 Classificação .................................................................................................... 23 2.4.3 Diagnóstico da Tosse ....................................................................................... 24 2.4.4 Tratamento da Tosse ....................................................................................... 24 2.5 Padrões de Desarmonia do Pulmão Correspondentes ao Diagnóstico Ocidental de Bronquiectasia ............................................................................................................. 25 2.5.1 Deficiência do Yin do Pulmão .......................................................................... 26 2.5.2 Retenção de Mucosidade no Pulmão .............................................................. 26 2.5.3 Calor Perverso Obstrui o Pulmão e Invade a Superfície .................................. 28 3. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 30 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 30

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1. INTRODUÇÃO Na sociedade atual, várias são as opções de tratamentos em saúde. As terapias naturais ganham cada vez a aceitabilidade e têm mostrado benefícios consideráveis. A acupuntura, apesar de ser uma técnica milenar, somente na atualidade tem ganhado seu reconhecimento por parte da sociedade médica ocidental. A busca pela cientificidade da acupuntura, através de estudos científicos, que buscam de uma forma mais racional a investigação dos benefícios e forma de atuação das agulhas, ou de outras técnicas afins que estão contidas nessa possibilidade terapêutica, tem feito dessa técnica uma grande aliada ao processo de cura/melhora dos processos de doença. Suas vantagens não se limitam à diminuição da dor. Seu espectro de ação vai além da analgesia, ela trata várias desordens psicossomáticas. A acupuntura tem sido opção terapêutica, pois além de ter mostrado sua eficácia, é um método sem danos consecutivos ao organismo, sem efeitos colaterais. Existem pacientes que necessitam continuamente de uso de medicamentos, entre eles podemos citar os portadores de bronquiectasias. Estes pacientes fazem uso de antibióticos sempre que ocorrem infecções respiratórias, e no caso desta patologia, isso ocorre com freqüência. Medidas já têm sido tomadas para a prevenção da agudização do quadro clínico, com quadros recorrentes de infecções respiratórias, entre essas medidas está a realização constante de fisioterapia respiratória, com o objetivo de manter a higiene brônquica, e com isso evitar o acúmulo de secreções pulmonares. O amplo campo de atuação da acupuntura instiga-nos a questionar que a acupuntura poderá também atuar de forma positiva na bronquiectasia, no período entre crises, prevenindo e aumentando o espaço de tempo entre elas, e também nos períodos de infecções respiratórias, contribuindo para o restabelecimento das funções normais em um menor período de tempo. Estudos são necessários para elucidar de que forma a acupuntura poderá atuar nessas condições, e de que forma a Medicina Oriental caracteriza essa patologia nos seus conceitos de energia Yin e Yang, dos Cinco Elementos e padrões de desarmonia do órgão Pulmão.

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2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 PULMÃO 2.1.1 Anatomia Os pulmões são dois órgãos localizados no interior da caixa torácica, revestidos externamente por uma membrana denominada pleura. Os pulmões apresentam forma cônica, com ápices, bases, e margens, sendo septados em lobos pelas fissuras (figura 1). Este par de órgãos está apoiado sob o diafragma, protegido pelas costelas, ficam separados um do outro em grande parte pelo coração. O pulmão direito divide-se em três lobos (superior, médio e inferior). Já o pulmão esquerdo está dividido em dois lobos (superior e inferior) (UNIFESP).

Figura 1: Sistema Respiratório Fonte: http://www.unifesp.br/dmorfo/histologia/ensino/pulmao/anatomia.htm A função do sistema respiratório é proporcionar ao organismo uma troca de gases com o ar atmosférico, assegurando permanente oxigenação do sangue, necessária para as reações metabólicas, e em contrapartida servindo como via de eliminação dos gases residuais, que são resultado dessas reações. A traquéia constitui um tubo que faz continuação à laringe, penetra no tórax e termina se bifurcando em dois brônquios principais. O arcabouço da traquéia é constituído por aproximadamente 20 anéis cartilaginosos incompletos para trás, que são denominados cartilagens traqueais. Internamente a traquéia é constituída por mucosa, e o epitélio é ciliado, o que facilita a expulsão de mucosidades e corpos estranhos. Inferiormente a traquéia se bifurca, dando origem aos dois brônquios principais: direito e esquerdo.

Os brônquios principais fazem a ligação da traquéia com os pulmões, e ao atingirem os pulmões correspondentes, os brônquios principais dividem-se em brônquios lobares.

Os brônquios lobares subdividem-se em brônquios segmentares, cada um destes distribuindo-se a um segmento pulmonar.

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Os brônquios segmentares ramificam-se em bronquíolos e estes em alvéolos (local onde ocorre a troca de gases).

O reflexo da tosse encontra-se nos brônquios de maior calibre (CONDE, 2008).

Alvéolos são “sacos” de ar, onde ocorrem as trocas gasosas. 2.1.2 Fisiologia A ventilação pulmonar é um processo composto pela inspiração e expiração. Na inspiração, há uma contração do músculo diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma com a sua contração desce, aumentando desta forma a caixa torácica, isso diminui a pressão interna em relação à externa, que faz com que o ar entre nos pulmões (figura 2). O ar se desloca de gradientes de maior pressão para menor pressão. Já na expiração, o diafragma e os músculos intercostais relaxam, diminuindo o tamanho da caixa torácica. Isso aumenta a pressão interna, e conseqüentemente o ar sai dos pulmões (VILELA, 2009).

Figura 2: Ventilação Pulmonar Fonte: VILELA, 2009

2.1.3 Bronquiectasia

Bronquiectasia refere-se a “dilatação dos brônquios”, em que há uma dilatação anormal e permanente das vias aéreas subsegmentares, e a dilatação está associada a uma destruição inflamatória dos tecidos musculares e elásticos das paredes brônquicas (figura 3 e 4).

Esse acometimento pode ocorrer de forma localizada ou difusa no pulmão (CONDE, 2008).

Durante os episódios de exacerbação do quadro clinico, por infecção, a secreção se apresentará mais espessa e purulenta (CONDE, 2008).

Em análise a 314 portadores de bronquiectasia, Bogossian et AL concluíram que ela manifesta-se por volta da quinta década de vida e com predomínio do sexo feminino

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Figura 3: Brônquios normais e bronquiectasia Fonte: Manual Merck Saúde para a Família

Figura 4: Pulmão com bronquiectasia, pulmão normal. Fonte: Bronquiectasis

Como etiologia da bronquiectasia, podemos destacar: - Congênita: ausência de elementos da parede brônquica; - Obstrução brônquica: corpo estranho, neoplasia, adenopatia hilar, impactação mucóide, DPOC ou asma; - Pneumonite inflamatória: aspiração de conteúdo gástrico ou substâncias cáusticas, inalação de gases tóxicos; - Resposta imunológica exacerbada: aspergilose broncopulmonar alérgica, bronquiectasia pós-transplante pulmonar, artrite reumatóide; - Deficiência imunológica: hipogamaglobulinemia, deficiência de IGA, SIDA, neoplasia; - Deficiência da depuração mucociliar: discinesia ciliar primária, fibrose cística, Síndrome de Young, discinesia ciliar secundária (asma, tóxica, bactérias); - Pós infecciosa: bactérias, fungos, vírus, protozoários; - Outras: síndrome sinusobronquial, idiopática. (OLIVEIRA e CARVALHO, 2002) Em um estudo realizado por Bogossian et al, a tuberculose foi uma causa de bronquiectasia de muita relevância. No estudo foram analisados 314 pacientes portadores de bronquiectasia, e os dados obtidos foram significativos, sendo que 42,3% dos pacientes do estudo tinham bronquiectasia pós- tuberculose. Dentre as bronquiectasias de origem não-tuberculosa, a sinusite foi o fator etiológico de maior

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predominância. A prevalência maior nos dois grupos (etiologia tuberculosa e não tuberculosa) foi do sexo feminino. Entre os sintomas mais freqüentes, nos dois grupos, estão a tosse, expectoração e dispnéia. O grupo com antecedente de tuberculose apresentava maior incidência de escarro com sangue, e menor incidência de expectoração em relação ao outro grupo. Em relação à localização, no grupo da tuberculose a prevalência foi em lobo superior, enquanto que no outro grupo foi na língula e lobo inferior. Em outro estudo, realizado por MOREIRA et al em 2003, com 170 pacientes que internaram em um hospital especializado em doenças pulmonares em Porto Alegre no período entre 1978 e 2001, verificou-se que o número de casos de bronquiectasia em países em desenvolvimento ainda é alto quando comparado aos países desenvolvidos. Em 72,3% dos casos havia antecedência de tuberculose ou pneumonia na infância. Entre as manifestações clínicas apresentadas pelos 170 pacientes estudados, houve prevalência de tosse e expectoração, e significativo número com hemoptise. Na fisiopatologia desta patologia, podemos citar entre os achados compatíveis com bronquiectasia: - Colonização de microorganismos e na interação de diversas enzimas e mediadores químicos, causadores de reação inflamatória e destruição da árvore brônquica; - Infiltração de neutrófilos no tecido, que declinam a batida ciliar, resultando em um transporte mucociliar deficitário e conseqüente obstrução brônquica (LAMARI et al, 2006). - Essas complicações levam a destruição do tecido muscular e elástico das paredes brônquicas, perda do tônus normal da parede brônquica, dilatação da área afetada, a retirada das secreções da árvore brônquica é difícil/ineficaz.

Segundo LAMARI et al, em 2006, as principais manifestações clínicas da

broquiectasia são tosse crônica, persistente, com expectoração volumosa, purulenta, de odor fétido; febre; podendo apresentar hemoptise, inapetência, halitose, letargia e prostração; dispnéia de esforço, com o aparecimento de distúrbio ventilatório obstrutivo. A tosse é um mecanismo de defesa do corpo, que expele corpos estranhos que chegam até as vias aéreas inferiores. Seu mecanismo está relacionado a cinco componentes: receptores da tosse, nervos aferentes, centro da tosse, nervos eferentes e músculos efetores. Seu processo inicia pela irritação de receptores que estão localizados nas vias aéreas (não estão presentes nos alvéolos e no parênquima pulmonar). A partir do estímulo desses receptores, o impulso da tosse é conduzido pelo nervo vago até a medula, onde está localizado difusamente o centro de tosse. Os receptores da tosse são denominados rapidamente adaptáveis, e suas fibras são delgadas, mielinizadas e que conduzem o estímulo. Segundo publicado no Suplemento sobre tosse, em 2006, a tosse crônica na maioria dos casos está relacionadas com processo inflamatório incidindo nas vias aéreas. O quadro clínico varia do assintomático ao quadro clínico de supuração broncopulmonar com tosse crônica e expectoração espessa de aspecto muco-purulento e odor fétido. Nas exacerbações infecciosas o paciente apresenta piora da tosse e aumento na produção de secreção, acompanhado ou não de anorexia, queda do estado geral, febre e dispnéia. A hemoptise é comum e pode ocorrer em

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qualquer momento da evolução de um quadro de bronquiectasia, inclusive como primeiro indício de doença (GUIMARÃES, 2001).

A maioria dos pacientes apresenta uma tosse produtiva com escarro purulento e sofre de repetidas infecções torácicas. Pode ocorrer a hemoptise em graus variáveis e em alguns pacientes ela pode representar o único sintoma; isto é conhecido como bronquiectasia “seca” (GASKELL, 1988).

Quando ocorre um processo infeccioso o paciente pode apresentar febre acompanhada de sintomas semelhantes à de uma pneumonia. Nas obstruções graves há possibilidade de haver cianose central, devido a hipoxemia gerada pela obstrução brônquica (PRESTO, 2007).

Os pacientes com bronquiectasia de etiologia tuberculosa apresentam como principal sintoma a hemoptise e aqueles com bronquiectasia de etiologia não-tuberculosa cursam mais com tosse produtiva e pneumonia de repetição (NETO, 2001).

Como medidas profiláticas podemos citar o diagnóstico precoce, o tratamento das patologias broncopulmonares que intervém na patogenia das bronquiectasias (pneumonias, absessos pulmonares, tuberculose, corpos estranhos...) e evitar agentes irritantes como poeira, tabaco, vapores químicos, etc...

A fisioterapia respiratória é utilizada como coadjuvante no tratamento, atuando na higiene brônquica. Além disso, são utilizados também antibióticos de amplo espectro, como amoxicilina ou similares, cefalosporinas ou tetraciclinas de primeira ou segunda geração. Nos pacientes que apresentam bronquiectasias localizadas, unilaterais e sintomáticas com supuração e/ou hemoptises importantes e com boa função pulmonar, são os que tem possível indicação de cirurgia de ressecção pulmonar (MOREIRA et al, 2003). 2.2 Acupuntura A acupuntura é uma prática antiga e teve sua origem na China, há 5.000 anos atrás. O termo “acupuntura” é uma tradução livre do termo chinês zhenjiu, que significa zhen- agulha (terapia) e jiu – cauterização/moxa (terapia). Assim, quando as pessoas utilizam o termo acupuntura, estão referindo-se à acupuntura e moxabustão (ERNST & WHITE, 2001). Em latim, o termo acupuntura vem de acus, que significa agulha, e pungere, que significa picada ou punção. Um dos legados mais antigos que fala sobre a acupuntura é o “hoang ti nei king su wen” ou seja, o “clássico de medicina interna do imperador amarelo”, que foi gerado em 4.000 a.C., mas somente foi escrito em 300a.C. e seus conceitos permanecem até hoje (TEIXEIRA, 2007). Segundo o Hwang Ti Nei Jing, os chineses da Idade da Pedra descobriram que o aquecimento do corpo com areia ou pedra quente aliviava dores abdominais e articulares. Assim surgiu a moxa (WEN, 1994). Historicamente, a acupuntura e a moxabustão têm sido usadas em diferentes formas de tratamento de um grande número de problemas de saúde (ERNST & WHITE, 2001) Foi através dos missionários jesuítas que os primeiros relatos de acupuntura chegaram ao Ocidente. Foi em 1928 que um relato completo desse ramo da Medicina chegou aos Europeus (MANN, 1994 ).

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A teoria da acupuntura afirma que as estruturas do corpo encontram-se em equilibro pela atuação das energias Yin (negativo) e Yang (positivo), sendo que se essas energias estiverem em equilíbrio, o organismo estará em saúde, e o desequilíbrio entre essas energias causará doenças (WEN, )

A acupuntura consiste na inserção de agulhas, muito finas, em pontos específicos do corpo, e através da estimulação destes pontos reflexos reestabelecer o equilíbrio entre as energias Yin e Yang do corpo, alcançando resultados terapêuticos favoráveis (WEN, ). A dificuldade de aceitação desse método terapêutico pela medicina ocidental perpetuou ao longo do tempo. As pesquisas científicas eram escassas, e a dificuldade do entendimento da forma como as agulhas agem produzindo efeitos positivos, faziam com que a acupuntura fosse conceituada como um “método placebo”, em que a melhora do paciente poderia ser provocada pela “auto-sugestão”. Atualmente a realidade da acupuntura já vem sendo modificada, visto que já se comprovaram alguns dos seus efeitos, e pesquisas vem sendo realizadas de forma crescente. Algumas bases neurofisiológicas dos efeitos da acupuntura no mecanismo cerebral foram estudadas, através de trabalhos científicos e análises por equipamentos que fazem a leitura das reações cerebrais aos estímulos da acupuntura, e que tem comprovado que a acupuntura provoca alterações cerebrais positivas. 2.2.1 A Acupuntura no Brasil

O Ministério da Saúde inclui, apenas em 1999, as consultas médicas em homeopatia e acupuntura na tabela de procedimentos do Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA/SUS)9.

Através da portaria 971 o Ministério da Saúde aprovou a regulamentação de Práticas Integrativas e Complementares, que garante a prática de acupuntura no SUS a diversos profissionais da área da saúde, entre eles, fisioterapeutas, além de farmacêuticos, biomédicos, enfermeiros e psicólogos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que a acupuntura poderia servir como tratamento principal ou complementar para as mais diversas patologias, por exemplo: enxaquecas, problemas gastrointestinais, alergias e algias diversas. Além disso, vários estudos têm demonstrado que a acupuntura apresenta uma influência profunda sobre os problemas físicos, emocionais, sendo recomendável a combinação dessa técnica com outros tratamentos, incluindo a fisioterapia (VECTORE, 2005).

2.2.2 Pontos de Acupuntura Pontos de acupuntura encontram-se nos canais de energia e se projetam na pele, e representam o mais exterior da relação Interior-Exterior dos Órgãos e Vísceras. Os pontos podem tornar-se dolorosos ou podem ter manifestações funcionais ou orgânicas que estão relacionadas ao estado energético dos Zang Fu e dos Canais de Energia.

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Devido à sua localização, mais externamente, os pontos de acupuntura sofrem influencia do meio ambiente, tanto Celestiais quanto perversas. Dessa forma, os pontos podem receber energia Celestial e servir de barreira para as energias Perversas, que se conseguirem atravessar essa barreira, entram no corpo através dos pontos de acupuntura (YAMAMURA, 2001). Em um estudo realizado por Cláudia Patrícia Torres Cruz, em 2007, foram medidos os sinais elétricos em pontos de acupuntura, com o objetivo de verificar se os sinais elétricos nos pontos de acupuntura são diferentes dos pontos circundantes sobre a pele. Os voluntários do estudo eram puncionados com três agulhas de acupuntura, sendo que somente uma agulha era puncionada no ponto de acupuntura (IG4). Os resultados deste estudo mostraram que existe uma diferença de propriedades elétricas entre o ponto de acupuntura e o ponto que não é de acupuntura. Os pontos de acupuntura correspondem às regiões da pele onde encontramos uma alta concentração de terminações nervosas sensoriais, que se relacionam intimamente com nervos, vasos sanguíneos, tendões, periósteo e cápsulas articulares (WU, 1990). Os 366 pontos clássicos de acupuntura estão relacionados a dois tipos de fibras nervosas, conhecidas como A Delta e C (NOZABIELI, 2000). Quando a área do ponto de acupuntura é estimulada, manda informação para o sistema nervoso central. Da medula espinhal, vai até a formação reticular, atingindo o mesencéfalo. O feixe nervoso dirige-se então para várias regiões do cérebro, principalmente para o hipocampo e para o hipotálamo, áreas responsáveis pela memória e pelo sistema nervoso autônomo e hormonal, respectivamente. Ocorre liberação de endorfina, enfefalina e dimorfina que bloqueiam e entrada de estímulos dolorosos. Nas vias descendentes, ocorre liberação de substâncias opióides nas estruturas relacionadas com estas vias (NOZABIELI, 2000). 2.3 O PULMÃO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA 2.3.1 Fisiologia do Pulmão na Medicina Tradicional Chinesa O Pulmão é o começo e o final da circulação energética, é o lugar onde se forma a energia de contribuição em sua forma inicial e primaria que percorrerá, ininterruptamente, os doze canais e meridianos com um ritmo circulatório já descrito de duas horas por meridiano, com o fim de estimular a atividade das unidades energéticas.

O Pulmão é o local onde ocorre a troca da energia do interior com o do exterior do corpo (HUI HE, BAI NE, 1999). O Qi é o comandante do sangue, como o Qi formado no Pulmão impulsiona o sangue acumulado no coração para nutrir toda a estrutura física. O Sangue está próximo do Qi do Pulmão e os Jin Ye do Qi da Bexiga, isto significa que o Pulmão gera a energia que o Coração precisa para impulsionar o sangue e que os líquidos orgânicos são impulsionados pela energia da Bexiga. De acordo com o desenvolvido até agora podemos estabelecer a outra função fundamental do Pulmão, exposto no Su Wen, capítulo 10: todo o Qi é dirigido pelo Pulmão, ele controla todo o Qi do corpo. Se esta atividade for insuficiente se produzirão síndromes de insuficiência de energia: respiração débil, astenia, adinamia, etc.

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O Pulmão é a continuação da pele e vice-versa e suas funções são similares bioenergeticamente falando, e assim o Pulmão é Taiyin (é mais externo) e via de comunicação do interior e exterior e, portanto se projeta na estrutura material e física mais externa. Ele está em contato com o exterior, fazendo de toldo protetor de toda a função orgânica, conseqüentemente as alterações do meio repercutirão no Pulmão em primeiro lugar, sendo conhecimento o princípio: o Pulmão é muito sensível ao exterior, e por conseqüência o fator patógeno cósmico provoca alterações no Pulmão. Este fator penetra pela boca, nariz e pele produzindo a sintomatologia típica dos quadros gripais e virais em geral: tosse, amigdalite, faringite, febre, bronquite, etc. O nariz é o órgão dos sentidos ligado ao Pulmão e ele se comunica com o nariz podendo distinguir os odores. Este princípio nos dá uma base e tratamento nas alterações do nariz e do olfato através do meridiano do Pulmão e de seu acoplado Intestino Grosso. O nariz é a janela do Pulmão, e o agente patogênico externo Calor penetra muitas vezes pelo nariz, agredindo o Pulmão, manifestando-se por obstrução nasal, rinorréia e anosmia. (AUTEROCHE, 1992; NOGUEIRA PEREZ) Do ponto de vista bioenergético, o pulmão se encarrega da produção e o Rim da captação; se o Rim perde seu poder de captação produz-se uma congestão pulmonar com síndrome de plenitude como asma, tosse e dispnéia. Assim mesmo o Pulmão complementa o Rim de modo que suas insuficiências se afetam mutuamente. 2.3.2 O Meridiano do Pulmão (Tai-Yin da Mão) Meridianos são os canais de energia que estão diretamente ligados aos Zang Fu (Órgãos e Vísceras), desta forma ocorre a ligação dos Zang Fu com as estruturas somáticas. É o local onde o Sangue e o Qi circula (YAMAMURA, 2001).

O meridiano do Pulmão é de natureza Yin, e apresenta-se acoplado ao meridiano do Intestino Grosso, que é Yang, de forma que a energia é transmitida ao Intestino Grosso através do meridiano do Pulmão, que por sua vez, recebe energia do Fígado. Nos cinco elementos, o Pulmão pertence ao Elemento Metal de Yin. O meridiano do Pulmão possui onze pontos no seu trajeto (WEN, 1985).

O meridiano do Pulmão inicia na parte central do abdômen, desce para se conectar ao Intestino Grosso. Retorna para a região da Cárdia, onde atravessa o diafragma. No mediastino ele forma uma rede energética que constitui o envoltório energético do Coração (Xin). Após isso entra no Pulmão (Fei), segue para a garganta, onde emite dois ramos: o ascendente e o descendente. O ramo ascendente vai para a garganta e chega às amígdalas, e o ramo descendente continua seu trajeto e alcança a região infraclavicular, onde se localiza o ponto Zhongfu. A partir desse ponto, desce ao longo da face radial e palmar do braço; segue pelo antebraço e termina ao nível do leito ungueal do polegar (YAMAMURA, 2001, WEN, 1985). O canal de energia principal do Pulmão associa-se ao órgão Pulmão, conecta-se com o Intestino Grosso e une-se ao Estomago e Rim pelos Canais de Energia Secundários Profundos (YAMAMURA, 2001). O Pulmão é o órgão (Zang) situado mais alto, e é o mais superficial dos órgãos, e considerado um órgão delicado, já que entra em contato com o ambiente

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externo, servindo como proteção a toda função orgânica, isso o torna mais suscetível e sensível a invasões de fatores patogênicos externos.

O Pulmão comanda a respiração, governa o Qi, dirige a difusão-purificação-descida, difunde o Wei Qi e o Jin aos músculos, pele e superfície do corpo, para promover a defesa, umedecimento, nutrição e aquecimento da pele. Além disso, regula a transpiração, regula a via das águas, ajuda o coração na circulação do sangue e é local onde os vasos se reúnem (HUI NE, BAI NEI, 1999).

O Pulmão também tem a função de descender e levar ao Rim as essências energéticas elaboradas a partir do Rongqi (Energia Nutritiva) e das essências “claras” e líquidas através do sangue (PEREZ, 2009).

A função do Pulmão determina a voz, dependendo do estado energético do Pulmão existirá voz alta e ou baixa e débil, afonia, rouquidão e outras peculiaridades da voz que podem manifestar alterações pulmonares (PÉREZ, 2009). Se o Qi do Pulmão estiver deficiente, os fatores patogênicos externos têm mais facilidade em penetrar no organismo (ROSS, 1994). Se o Qi do Pulmão estiver enfraquecido, ocorrerá debilidade na função de Difusão, que leva à Estagnação do Qi e dos Jin Ye no Pulmão, ocasionando acúmulo de Mucosidade no Pulmão (ROSS, 1994). Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), o funcionamento correto das funções do organismo está relacionado com o correto funcionamento dos órgãos e vísceras, que por sua vez, funcionam de forma integrada, de forma que a função de um interfere no funcionamento do outro. A seguir, serão discutidas as principais relações do Pulmão com outros Zang-Fu. 2.3.2.1 Relação Pulmão- Coração Essa relação é muito importante e indissolúvel, relacionado ao metabolismo superior, e é necessária para a nutrição física dos tecidos, de modo que “o Qi é o comandante do sangue, e o sangue é a mãe do Qi”. Desta forma, uma insuficiência do Rongqi (Energia Nutritiva) e do Qingqi (Energia torácica) provocará uma diminuição na impulsão do Xue (Sangue), causando obstrução, estase e lentificação na circulação, opressão torácica, hipopnéia, palpitações, cianose labial e distal, língua púrpura, etc. (PEREZ, 2009). Nesta relação tão íntima, o Coração pode estar em Plenitude, e pode originar síndromes de invasão Pulmonar e, portanto patologia de Fogo do Pulmão com sintomas de tosse, hemoptise, febre vespertina, sudorese noturna, polidipsia, asma, etc. A tristeza freqüentemente esgota tanto o Qi do Pulmão quanto o do Coração, tendo como manifestação pulso Fraco na posição Frontal dos lados esquerdo e direito (MACIOCIA, 1996). 2.3.2.2 Relação Pulmão-Baço/Pâncreas O Pulmão é filho do Baço/Pâncreas na teoria dos Cinco Elementos e depende da função do Baço/Pâncreas de digestão e transporte. Esses dois órgãos auxiliam-se mutuamente em suas funções. O Baço/Pâncreas extrai a Essência refinada dos Alimentos e a envia em ascendência ao Pulmão, onde a combina com o ar para formar o Qi Torácico (MACIOCIA, 1996).

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Segundo o Su Wen, o Qi do Baço/`Pâncreas transporta a essência que ascende para o Pulmão e pela permeabilidade dos condutos de água descende para a Bexiga. Ambos são encarregados pelo equilíbrio hídrico orgânico, isso nos indica que uma patologia dos Yinye e da água afetem com freqüência essa relação, por exemplo, uma insuficiência do Yang do Baço/Pâncreas produz insuficiência do Qi Pulmonar, com sintomas de astenia, debilidade, hipopnéia, voz baixa, etc.; assim mesmo, a umidade dos “líquidos claros” não vai ser transportada e se condensam formando Tanyin (fleuma), que alteram a função do Yang do Pulmão (descendente e dispersora), ocasionando acúmulos de fleuma no Pulmão com alterações na mecânica pulmonar: tosse com expectoração abundante. Isso confirma o principio que diz que o Baço/Pâncreas forma a Fleuma e o Pulmão armazena. Assim mesmo, uma alteração do Pulmão pode afetar o Baço/Pâncreas produzindo um desequilíbrio hídrico. Se há uma deficiência na função do Pulmão de dispersar e descender, ocorre um bloqueio na função de aporte do Baço/Pâncreas e, portanto, a Fleuma alterarão o Triplo Aquecedor Médio e Inferior provocando sinais de Umidade, como edema, lassitude, fadiga muscular, distensão abdominal, etc. (PEREZ, 2009). 2.3.2.3 Relação Pulmão-Fígado O Pulmão governa o Qi, o Fígado regulariza e armazena o Sangue, sendo que um depende do outro para desempenhar suas funções, assim, o Fígado depende do Qi do Pulmão para regularizar o Sangue e o Pulmão depende do Qi do Fígado para garantir o movimento suave do Qi (MACIOCIA, 1996). A relação entre o Pulmão e o Fígado ocorre também pela conexão do canal interno que parte do Fígado, atravessa o diafragma e se conecta com o Pulmão. O Fígado ascende seu Qi e o Pulmão descende, o Fígado ascende o “turvo dos alimentos” para o Coração; o Coração descende o Sangue ao Rim. Se ocorrer uma aceleração do transporte (relacionada com uma causa psíquica), se produzirá uma subida do Fogo hepático que desequilibrará o Qi/Yin do Pulmão a descer, a relação energia-água do Pulmão, aparecendo Secura no Pulmão, dor nas costas, tosse com hemoptise, irritação da laringe e faringe, etc. (PEREZ, 2009). 2.3.2.4 Relação Pulmão- Rim O Pulmão e o Rim relacionam-se de várias maneiras, pois o Pulmão envia o Qi e os Fluidos Corpóreos em descendência para o Rim, e este responde mantendo o Qi embaixo e evapora alguns Fluidos Corpóreos, enviando o vapor resultante de volta ao Pulmão para umedecê-lo.

Se o Pulmão altera a sua função de dispersar e descender, ou se o Rim não provoca transformações hídricas podem influir-se negativamente produzindo alterações no metabolismo dos líquidos, aparecendo sintomas de edema, tosse, secura da pele, dispnéia de esforço, anúria, etc. Do ponto de vista bioenergético, o Pulmão se encarrega da produção e o Rim da captação dos líquidos; se o Rim perde seu poder de captação ocorre congestão pulmonar associada com síndromes de Plenitude, como asma, tosse e dispnéia.

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Da mesma forma, o Pulmão complementa o Rim, e suas insuficiências afetam-se mutuamente (PÉREZ, 2009). 2.3.2.5 Relação Pulmão- Intestino Grosso O Pulmão está diretamente relacionado com o Intestino Grosso, interna e externamente, e este relacionamento é muito importante para a execução das funções corpóreas comuns.

O Qi Pulmonar purifica e descende e por ser a fonte superior da água, hidrata a função do seu acoplado, facilitando a evacuação de fezes. Se a função do Pulmão está diminuída, os líquidos orgânicos não podem descer aparecendo desta forma constipação. Isso é comum em pessoas idosas que apresentam um declínio do Qi do Pulmão. Por outro lado, se o Intestino Grosso está com sua função diminuída, ocorrerão alterações no Pulmão, como tosse, asma, alterações dermatológicas, etc. (MACIOCIA, 1996; PEREZ, 2009). 2.3.2.6 Etiologia dos Padrões de Desarmonia do Pulmão O pulmão é o mais exterior dos sistemas, pois controla a pele e influencia o Qi Defensivo, por isso o pulmão é o mais suscetível a ataques por fatores patogênicos exteriores. (MACIOCIA, 1996) Os fatores patogênicos lutam contra o Qi Defensivo, dificultando a função de dispersar e descender do pulmão. O vento frequentemente combina-se com o frio e o calor para formar o Vento-Frio e o Vento-Calor, que são os dois fatores mais comuns no ataque contra o pulmão. (MACIOCIA, 1996) O medo do Rim, a raiva do Fígado, a ansiedade do Coração e a preocupação do Baço, podem levar a deficiência do Qi. A mágoa do Pulmão, a melancolia do Coração e a depressão do fígado, podem resultar em estagnação do Qi. Esses fatores psicológicos contribuem de forma a diminuir a circulação do Qi do Pulmão e do Qi Defensivo, diminuindo a resistência do corpo a fatores patogênicos exteriores (Ross, 2003). 2.3.2.7 Desequilíbrio da Energia do Pulmão

Manifesta-se por irregularidades na dispersão, purificação, descenso da energia do pulmão e também por insuficiência da energia do pulmão.

Se o Qi do Pulmão estiver deficiente, os fatores patogênicos externos têm mais facilidade em penetrar no organismo (ROSS, 1994). Se o Qi do Pulmão estiver enfraquecido, ocorrerá debilidade na função de Difusão, que leva à Estagnação do Qi e dos Jin Ye no Pulmão, ocasionando acúmulo de Mucosidade no Pulmão (ROSS, 1994).

O Pulmão se relaciona com o exterior, e se a função de Difusão estiver deficiente, a circulação do Wei Qi pela pele e músculos também será deficiente, de forma que a defesa do corpo estará também debilitada. Isso facilita a invasão do corpo pelos fatores patogênicos externos (ROSS, 1994).

Se o pulmão não dispersa energia, o controle da respiração se altera e causa insuficiência dos mecanismos da energia, levando a uma obstrução da

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respiração, aparecendo sintomas como: obstrução nasal, espirros freqüentes, coceira na garganta e tosse. Se houver uma estagnação na energia de defesa Wei, os espaços da pele e as glândulas se fecham e há ausência de sudorese. Se houver insuficiência de energia do pulmão, não há força para dispersão e acontece instabilidade na energia de defesa Wei e observa-se transpiração espontânea com facilidade de resfriar-se (HUI NE, BAI NE, 1999). 2.3.2.8 Origens das Desarmonias do Pulmão

Vento Calor Externo → Invasão do Pulmão pelo Vento-Calor

Calor interno, tendência ao → Retenção de Mucosidade Calor no Pulmão Acúmulo de Mucosidade, Invasão pro Vento-Calor Ou por Vento-Frio que Transforma mais tarde

Calor. ↑ Seqüela de febre; retenção → Yin do Pulmão Deficiente De calor no Pulmão, Yin Dos Rins Deficientes Tosse prolongada; Deficiência → Qi do Pulmão Deficiente Estagnação por longo De Qi do Coração e do tempo Baço/Pâncreas, Invasão de Pulmão pelos Fatores Externos Frio e Umidade Interna Retenção de Mucosidade-Frio no Pulmão Ou Externa; tendência ao Acúmulo de Mucosidade ↑ Vento-Frio Externo Invasão do Pulmão pelo Vento-Frio Fonte: ROSS, 1994 A doença é um desequilíbrio entre o Zhengqi (fatores essenciais ou antipatógenos) e o Xieqi (fatores patógenos) que aparecerá quando a energia vital está debilitada e o fator patogênico é muito intenso. A capacidade dos fatores essenciais depende, por sua vez, das energias herdadas Zhongqi e do “céu anterior”; das energias de contribuição obtidas por meio da dieta e respiração O

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energias do “céu posterior”, dos fatores emocionais o Shenqi, do meio geográfico e ambiental e de outros de menor importância como o desgaste físico excessivo, atividade sexual excessiva, traumatismos, etc.

O desequilíbrio do Yin, do Yang, da energia e do sangue do pulmão pode manifestar irregularidades na respiração ou bloquear a formação de energia e o metabolismo dos líquidos. Também pode influenciar a função fisiológica do coração de controlar os vasos sanguíneos, acarretando um desequilíbrio na circulação de sangue (HUI HE, BAI NE, 1999). De acordo com a fisiopatologia geral descrita, podemos estabelecer uma relação da patologia pulmonar: - Transtornos da atividade do Pulmão por fatores patógenos externos; - Transtornos da atividade do Pulmão por fatores patógenos endógenos; - Transtornos da atividade do Pulmão originado pela união de vários fatores. Qualquer que seja a causa, a afecção pulmonar sempre se classifica em duas síndromes gerais: Vazio geral do Pulmão e Plenitude geral do Pulmão. Os transtornos por fatores patógenos exógenos geralmente enquadram-se dentro do grupo das Plenitudes Agudas, são originados por ação excessiva das energias cósmicas e se distinguem como mais importantes: - Ataque do fator nocivo epidêmico ao Pulmão, refere-se ao ataque viral produzido e induzido por alterações cósmicas e que se manifesta, em uma fase inicial com tosse, faringite, laringite, em geral alterações de garganta (território do Pulmão); aparecem também sinais gerais como febre, polidipsia, pulso rápido, língua roxa nas bordas. - Ataque por Vento Frio provoca sintomas como temor ao frio, resfriado, tosse, obstrução nasal, rinorréia com coriza líquida, anidrose, ausência de febre ou febrícula e artralgias. - Ataque de Secura são transtornos pulmonares que tem origem de uma diminuição dos líquidos pulmonares em relação à energia, esse desequilíbrio gera tosse improdutiva, escarro sanguinolento, inflamação e dor em vias respiratórias altas. Pode ocorrer uma segunda fase em que há secura da mucosa nasal, hemoptise, rouquidão, polidipsia, língua roxa com saburra branca e seca. - Ataque de Calor apresenta sintomas típicos como rubor, tosse, escarro pegajoso, sensação de calor nos brônquios, asma e hemoptise. Pode evoluir para síndrome com febre, tosse crônica, escarro sanguinolento pegajoso e amarelado, opressão e dor torácica, língua com saburra amarela e seca, roxa nas pontas e laterais (PEREZ, 2009). Existem fatores diretos e indiretos que podem produzir alterações no Pulmão. Os fatores diretos estão relacionados ao Shen, os fatores emocionais como angústia, tristeza e ambientes deprimidos que desgastam Shenpo. Os fatores indiretos estão relacionados a uma excessiva influência dos ciclos de assistência e controle. Um exemplo disso é a dominação excessiva do Fogo do Coração por excitação do Shen mental ou efeito de inversão do Fígado por excitação de Shenhoun que pode originar tosse, asma por diminuição do Feiyin devido ao fogo hepático. No caso de uma insuficiência do Yin do Baço/Pâncreas, que transforma os alimentos, ocorrerá formação de fleuma que podem invadir o Pulmão. A

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insuficiência do Yang do Baço/Pâncreas, que transporta as essências, produzirá insuficiência geral do Pulmão, com tosse com abundância de fleuma, dispnéia, e em casos graves, bronquite crônica e asma. Normalmente o desequilíbrio não é causado por um só fator, por isso no diagnóstico e modalidade terapêutica são considerados diversos fatores, sendo que um interfere no estado do outro. Sendo assim, de acordo com cada caso específico, pode ser aplicada uma terapêutica diferente. Não se podem esboçar aqui todas as combinações possíveis dos fatores patogênicos: genéticos, dietéticos, respiratórios, emocionais, ambientais, traumáticos, etc... A tosse crônica é um dos sintomas mais freqüentes na desarmonia do Pulmão, e talvez o mais importante, no quadro clínico de bronquiectasia, e por ser um sintoma freqüente, provoca considerável desconforto ao paciente. Pela sua relevância no quadro clinico e também para o diagnóstico do padrão de desarmonia do Pulmão, a tosse será discutida separadamente, segundo a visão da Medicina Tradicional Chinesa. 2.4 Tosse na Visão da Medicina Tradicional Chinesa

Segundo Auteroche, a tosse é resultado da incapacidade do Pulmão de assegurar sua função de propagação, assim, o Qi torna a subir em contracorrente.

Na Medicina Chinesa, a tosse é um sinal de muitos distúrbios do Pulmão, brandos ou graves, agudos ou crônicos, de Frio ou Calor, Deficiência ou Excesso, Interior ou Exterior. (ROSS, 2003)

A pele está ligada com os Pulmões; quando um Fator Patogênico Externo (Vento Frio) invade a pele, avança para os Pulmões. Quando bebidas e alimentos frios entram no Estômago, vão para cima na direção dos Pulmões, via Meridiano do Pulmão, gerando Frio nos Pulmões. A combinação de Frio Exterior e Interior causa tosse nos Pulmões. (MACIOCIA, 1996). A tosse pode ser decorrente de fatores do Exterior como Vento Frio, Vento Calor ou Vento Secura. Essas invasões do Exterior podem ser predispostas por Deficiência Crônica de Qi Defensivo associada com Deficiência dos Pulmões, dos Rins e do Baço. (ROSS, 2003). 2.4.1. Etiologia e Patologia da Tosse

O Vento Externo é a principal causa de tosses exteriores. Esse tipo de tosse, se devidamente tratada, desaparece rapidamente sem causar conseqüências maiores.

O Vento Frio invade a pele e a porção do Qi de Defesa, prejudicando a descida o Qi do Pulmão.

O Vento Calor entra pelo nariz e pela boca e afeta a garganta, igualmente impedindo a descida o Qi do Pulmão.

O Vento-Secura também invade o Meridiano do Pulmão na garganta, causando tosse muito seca com coceira. (MACIOCIA, 1996)

Na tosse, o principal fator emocional envolvido é a preocupação. Ela prende o Qi e impede a sua função de descida. A tosse é seca.

Consumo excessivo de alimentos frios e crus pode gerar Umidade interna, que afeta o Baço, e estoca-se no Pulmão. Na Medicina Chinesa, o Baço gera

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Fleuma e o Pulmão a estoca, ocorrendo desta forma expectoração profusa no Pulmão.

O consumo excessivo de leite apresenta o mesmo efeito no Pulmão. (MACIOCIA, 1996).

A Estagnação do Qi do Pulmão decorrente de mágoa recente reprimida ou de um processo longo de pesar reprimido pode enfraquecer a função de dispersão dos Pulmões e causar Retenção de Fleuma.

A excitação suprimida ou a raiva suprimida podem se tornar Fogo do Coração ou Fogo do Fígado, respectivamente, e contribuir com o Calor no Pulmão. (ROSS, 2003). Raiva, frustração ou ressentimento geram estagnação do Qi do Fígado, e por longo período, estagnação do Fogo do Fígado, que invade o Pulmão e impede sua função de descida.

Uma doença crônica que afete os Pulmões enfraquece o Qi e/ou o Yin do Pulmão. O Qi Deficiente do Pulmão falha para descer, causando tosse crônica do tipo Vazio.

A falha na descida do Qi do Pulmão ocorre quando os Pulmões ficam obstruídos por um fator patogênico interno ou externo (tipo Plenitude) ou quando o Qi do Pulmão é deficiente e falha para descer corretamente (tipo Vazio). (MACIOCIA, 1996). 2.4..2. Classificação A tosse do tipo plenitude pode ser de origem exterior (Vento-Frio, Vento-Calor ou Vento-Secura), ou de origem interior (Umidade-Mucosidade, Mucosidade-Calor, Fogo ou Mucosidade-Fluida), sendo que cada fator de origem produz sintomas variados. A tosse do tipo Vazio é caracterizada por ser devido a uma Deficiência do Qi do Pulmão, ou por uma Deficiência do Yin do Pulmão.

A classificação pode ser feita também em tosse aguda e tosse crônica. Esta classificação é mais significativa do ponto de vista clínico. A tosse aguda pode ser dividida em interna e externa, e é sempre do tipo Plenitude. A tosse crônica pode ser dividida em Plenitude e Vazio. 2.4.3. Diagnóstico da Tosse

Os critérios para diagnóstico da tosse podem ser classificados em som, hora do dia e escarro.

Quanto ao som da tosse, o som fraco indica Deficiência, o som alto indica Excesso, a tosse em latido indica Calor e tosse com secreção solta indica presença de Mucosidade.

A tosse que ocorre predominantemente no final da tarde ou à noite indica Deficiência do Yin; a tosse que piora no período da manhã, indica presença de Mucosidade. A presença ou não de escarro é indicativo importante no diagnóstico da tosse, sendo que, se a tosse for sem presença de escarro, pode indicar Deficiência ou Calor; porém, se o escarro for abundante denota presença de Mucosidade nos Pulmões. Além da presença ou não de escarro, poderá ser observada também a coloração do escarro quando este estiver presente; o escarro de coloração amarela

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indica Calor, o escarro de coloração branca indica Frio e o de cor esverdeada indica Calor; se o escarro for pegajoso, indica predominância de Umidade; e se for diluído indica predominância de Frio sobre Umidade ou Mucosidade; se o escarro estiver com raias de sangue, indica Plenitude ou Calor-Vazio (MACIOCIA, 1996). 2.4.4. Tratamento da Tosse

Tosses de origem externa são muito freqüentes e são caracterizadas por alguma deficiência dentro da Plenitude, daí devem-se tonificar bem como expelir Fatores Patogênicos. Nas tosses de origem interna há certa Plenitude dentro do Vazio, daí deve-se clarear e umedecer simultaneamente. (MACIOCIA, 1996)

A tosse aguda tem duração de alguns dias ou no máximo, algumas semanas. É importante estabelecer se é de origem interna ou externa (tabela 1).

Tosse aguda tem origem do Vento Externo, mas o Fator Patogênico pode se tornar interno em alguns dias.

Depois de se estabelecer a característica Exterior ou Interior da tosse, deve-se diferenciar o padrão de cada caso. Se for Exterior, deve-se verificar se é Vento-Frio ou Vento-Calor. Se for Interior, é proveniente de Calor no Pulmão, e deve ser averiguado se há apenas Calor no Pulmão ou Mucosidade-Calor no Pulmão. (MACIOCIA, 1996). Tabela 1 – Padrões Agudos de Tosse Padrões Agudos de Tosse Exterior Interior Invasão de Vento-Frio Calor no Pulmão Invasão de Vento-Calor Mucosidade-Calor no Pulmão Invasão de Vento-Secura

Dentre os padrões agudos, os padrões interiores de Calor no Pulmão e

Mucosidade-Calor no Pulmão são os que caracterizam o quadro clínico de bronquiectasia, na fase de exacerbação do quadro. Quando há Calor no Pulmão, ocorrem sintomas como tosse rouca, dor no tórax, dispnéia, febre, sede, transpiração, queimação das asas do nariz, inquietação e sensação de calor. A língua apresenta-se vermelha com revestimento amarelo, e o pulso é rápido e superflutuante. Os pontos de acupuntura mais utilizados nesse padrão de Calor, segundo Maciocia propôs em 1996, atuam não somente na tosse, mas também na causa-base. Podem ser utilizados pontos do Pulmão, como P5, P1 e P6, além dos pontos VG14 e IG11 com método de sedação. Se ocorre um padrão de Mucosidade-Calor nos Pulmões, ocorrem sintomas como tosse rouca com expectoração profusa, amarela e pegajosa, febre, inquietação, sede, sensação de calor e opressão no tórax. A língua é vermelha com revestimento amarelo e pegajoso, o pulso é rápido e escorregadio. Podem ser utilizados, segundo Maciocia, os pontos P5, P1, VC12, VC9, E40, BP6, P6, VG14, IG11, TA6, BP15, com método de sedação exceto em VC12 que deve ser tonificado.

A tosse crônica pode ser do tipo Plenitude ou Vazio. Os principais padrões estão relacionados na tabela 2.

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Tabela 2 – Padrões relacionados à tosse crônica EXCESSO DEFICIÊ NCIA Umidade-Mucosidade Mucosidade-Fluida Fogo do Fígado

Deficiência do Qi do Pulmão Deficiência do Yin do Pulmão Secura do Pulmão

O padrão da tosse crônica que mais caracteriza a bronquiectasia no período entre crises é a Umidade-Mucosidade nos Pulmões. Neste padrão, ocorrem sintomas de tosse com expectoração profusa de escarro branco e pegajoso, dispnéia (pior de manhã), sensação de opressão no tórax, sensação de plenitude na região epigástrica, náusea, pouco apetite, cansaço, sensação de peso e fezes soltas (MACIOCIA, 1996). 2.5 Padrões de desarmonia do pulmão correspondentes ao diagnóstico ocidental de bronquiectasia Quando falamos em bronquiectasia na Medicina Ocidental, relacionamos essa patologia crônica com um aumento significativo na produção de secreção pulmonar, aumento do número de eventos de infecções respiratórias, entre outros. Porém, existem pacientes portadores de bronquiectasia que fora do período de chamadas “crises”, que são que os períodos de exacerbação dos sintomas, possuem tosse seca e sintomas não específicos. Isso está relacionado ao tamanho da lesão, grau de evolução da patologia. Na Medicina Chinesa, a bronquiectasia está relacionada de forma muito próxima às chamadas Síndromes Fleumosas, que dividem-se em Fleuma-Calor e Fleuma-Umidade. Esses padrões serão discutidos a seguir. 2.5.1. Deficiência do Yin do Pulmão Neste padrão ocorrem sintomas como febre vespertina, transpiração noturna, sensação de calor nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, região malar corada, emagrecimento, pulso fraco, rápido, língua vermelha, às vezes com o revestimento seco e fino. A tosse é seca e improdutiva, ou com catarro viscoso, podendo haver raias de sangue, irritação da garganta, voz rouca e baixa. Este padrão pode desenvolver-se a partir de uma Deficiência anterior do Qi do Pulmão, que ao longo do tempo, leva a uma Deficiência do Yin do Pulmão (MACIOCIA, 1996). Os sintomas gerais manifestam-se com secura e calor no sistema respiratório. O princípio de tratamento neste caso, segundo Ross, 1994, seria dispersar o Calor do Pulmão, fortalecer o Yin do Pulmão e do corpo. Os pontos que poderiam ser utilizados, segundo o autor, são o VG14, P1, P6, B13, B17, C6, C7, BP6, R3.

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A relação desse padrão com a medicina ocidental é compatível com bronquite crônica, bronquiectasia, faringite crônica e tuberculose pulmonar. Segundo Maciocia, 1996, o tratamento para este padrão tem como objetivo tonificar o Yin do Pulmão, nutrir os Fluidos Corpóreos e eliminar o Calor-Vazio. Os pontos utilizados, para este autor, são o P9, VC17, B43, B13, VG12, VC4, R6, VC12, P10, com método de tonificação em todos os pontos, exceto em P10 que deve ser sedado. Outro autor, Pérez, em 2009, relata como objetivos de tratamento para este padrão reconstruir o Yin do Pulmão e hidratar o Pulmão. Os pontos a serem utilizados para este objetivo são o R3, BP6, R7, P9, B15, C7, F2, IG4, IG11, VG14, B13, P10. Segundo Ross, em 2003, a deficiência do Yin do Pulmão pode ser tratada com os seguintes pontos: VC4, VC17, P5, P9, R6, E36 com método de tonificação e P10 e R2 com método de dispersão. 2.5.2. Retenção de Mucosidade no Pulmão O Baço/Pâncreas forma a Umidade, o Pulmão armazena. A essência alimentar chega ao Pulmão através do Baço/Pâncreas e através da atividade fisiológica do Triplo Aquecedor Superior se distribuem a todo o organismo. Se este sistema estiver debilitado haverá uma condensação do Jin (líquido claro), produzindo sintomas respiratórios. A Mucosidade é um fator de doença secundário, derivada de Umidade Interna ou Externa, que pode levar algum tempo para se condensar em Mucosidade e de se acumular. Esta energia turva aparece nas situações de obstrução, de estagnação e de retenção e é uma progressão da Umidade (ROSS, 1994; PÉREZ, 2009). A Mucosidade pode ter origem interna, que se associa com as deficiências crônicas de Qi e de Yang dos Rins, do Baço/Pâncreas e do Pulmão. Pode também ter origem externa, pela invasão do Pulmão pelo Vento-Calor, Vento-Frio e pela Umidade, sendo que esta invasão pode ocorrer pela presença de deficiências internas, ou a agressão pode enfraquecer o Qi do Pulmão, que da Deficiência torna-se em Excesso, considerado um padrão de Falso-Calor (ROSS, 1994). Os sintomas presentes nesse padrão são a tosse ou asma com catarro abundante, ruído na garganta, congestão torácica, às vezes pode ocorrer falta de apetite, náuseas e vômitos, pulso escorregadio e língua com saburra gordurosa grossa. Podem existir sintomas de Calor ou de Frio, dependendo da causa da retenção, Umidade-Frio ou Umidade-Calor, como exposto na Tabela 3 (ROSS, 1994). A Mucosidade provoca a obstrução da circulação do Qi do sistema respiratório, ocasionando lesão nas funções de Descida e Difusão do Pulmão, além disso, pode também ocasionar obstrução no tórax, com sintomas de tosse, opressão torácica, e obstrução no Estômago. O revestimento gorduroso da língua caracteriza o acúmulo de Mucosidade no corpo.

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Tabela 3 – Retenção de Umidade-Mucosidade no Pulmão Mucosidade-Frio Mucosidade-Calor Catarro Branco Amarelo Frio-Calor Sintomas de Frio, e ás

vezes, de Deficiência Interna

Sintomas de Calor

Pulso Escorregadio e Retardado

Escorregadio e Rápido

Revestimento da língua

Gorduroso e branco Gorduroso e Amarelo

No tratamento, deve-se objetivar o fortalecimento da função de Difusão do Qi do Pulmão para dispersar a Mucosidade, dispersar o Vento-Calor, o Frio ou a Umidade, tratar a Deficiência (p.ex, tonificando o Yang dos Rins e do Baço/Pâncreas). Método de harmonização ou sedação e tonificação para tratar a Deficiência. Pontos: P9, B13, B12, IG4, E40 Se houver predominância de Calor, os pontos VG14 e IG11 podem ser acrescentados, se houver predominância de Frio, em virtude da Deficiência, pode-se usar B23 e B20, com moxa para tratar a Deficiência e capacitar o Baço/Pâncreas a transformar a Mucosidade. Caso exista náusea, utilizar o ponto VC12 e CS6. Este padrão apresenta relação com a Medicina Ocidental nas seguintes patologias: Bronquite Crônica, Asma Brônquica, Bronquiectasia. (ROSS, 1994). Segundo Maciocia, em 1996, os padrões de Mucosidade no Pulmão estão divididos em dois padrões, segundo a natureza de Frio ou Calor presente juntamente com a Umidade. Os objetivos de tratamento, no padrão de Mucosidade Frio, é resolver a Fleuma e restaurar a função descendente do Pulmão. Os pontos sugeridos por esse autor para esse fim são P5, P7, P1, VC17, E40, CS6, VC22, VC12, VC9, B20, B13, sendo método de sedação em todos os pontos, exceto nos pontos B20 e VC12 que devem ser tonificados. No padrão de Mucosidade Calor, o autor coloca como objetivos de tratamento resolver a Fleuma, eliminar o Calor, estimular a função descendente do Pulmão. Os pontos sugeridos pelo autor são o P5, P7, P10, IG11, P1, B13, VC12, E40, com método de sedação para todos os pontos, exceto para VC12. Segundo o autor Pérez, em 2009, o objetivo de tratamento para o padrão de mucosidade frio é eliminar as mucosidades e desbloquear o Pulmão, através dos pontos P6 (ponto Xi), P8, E40, BP3, BP9, VC12, E36, P1, B13, VC17 e VC6. O tratamento deste mesmo autor para a mucosidade calor tem como objetivos desbloquear o Pulmão, estimular o Yin do Pulmão e purificar o calor. Os pontos sugeridos são o P6, P1, P5, IG4, IG11 e VG14. Ross, em 2003, propôs para retenção de fleuma calor nos Pulmões os seguintes pontos: VC17, B13, P1, P6, E40, P10 com método de dispersão e sangria no ponto P11. O mesmo autor sugere para a retenção de Mucosidade Frio os pontos VC17, B13, P1, P6, E40 com método de dispersão e moxa nos pontos básicos.

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2.5.3. Calor Perverso Obstrui o Pulmão e Invade a Superfície

Segundo Auteroche, em 1992, o Calor perverso de origem externa obstrui o Pulmão; o Vento Frio que penetra no pulmão, concentrando-se, transforma-se em calor nocivo.

Neste padrão ocorrem sintomas de tosse asmatiforme, respiração ruidosa e rude, mucosidades amarelas e espessas. Garganta dolorida, sede, obstipação e oligúria.

A língua é vermelha, com revestimento amarelo e seco. O pulso é rápido e superficial

Esses sintomas podem estar associados a dores torácicas, escarros de mucosidades malcheirosas e de sangue purulento (AUTEROCHE, 1992). Este padrão apresenta relação com a Medicina Ocidental nas seguintes patologias: Traqueíte Aguda, Infecções Brônquicas, Dilatação dos Brônquios (que corresponde à alteração anatômica da bronquiectasia), Infecções Pulmonares, Pneumonias e Supurações e Abscessos Pulmonares. . O tratamento deve objetivar refrescar e aliviar o Calor do Pulmão, acalmar a tosse e aliviar a respiração. Os pontos que podem ser utilizados para este fim, segundo proposto por Auteroche, em 1992, são: Du Mai 13, Du Mai 12, Vesícula Biliar 20, Intestino Grosso 4, Intestino Grosso 11, Triplo Aquecedor 5, Bexiga 13, Bexiga 45, AM 22, Estomago 40, Pulmão 5, Pulmão 7, Pulmão 11 (sangria), Intestino Delgado 18. O tratamento segundo Pérez, em (ano) objetiva dispersar o calor, refrescar o pulmão e restabelecer os movimentos de descida do Pulmão. Os pontos sugeridos são o TA5, IG4, IG11, VG14, P5, VC22, P6 e B13.

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CONCLUSÃO A acupuntura e a medicina tradicional chinesa oferecem amplas possibilidades de tratamentos e métodos terapêuticos para o restabelecimento de padrões de desequilíbrio energético. Nota-se porém, a necessidade de dados científicos que comprovem a eficácia de cada método adaptado a cada situação, levando-se em conta de que a medicina tradicional chinesa avalia e trata o ser humano como um “todo”, interligando desta forma seus sistemas de funcionamento. Deve-se levar em conta a patologia base, mas é de fundamental importância uma avaliação criteriosa antes de traçar o plano de tratamento. A importância de um diagnóstico correto acarretará no sucesso do tratamento por acupuntura. Na bronquiectasia, como pode-se concluir, há necessidade de estudos científicos, pois há pouca literatura disponível. O maior espectro de estudos está direcionado para a atuação da acupuntura na asma brônquica, que trata-se de outra patologia respiratória, com sintomas e mecanismo etiológico e morfopatológico diferente da bronquiectasia, portanto, deve também ser tratada diferentemente. Com a ascendência da utilização da acupuntura, cresce também o número de estudos e publicações científicas, que contribuirão para a “desmistificação” da acupuntura e o reconhecimento pela comunidade médica da importância da inserção deste método terapêutico nos plano de tratamento e na promoção de saúde em geral.

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