193
SILVA, ADCLEIDES ARAÚJO Módulos Celulares Pré-fabricados de Concreto Protendido para Construção de Lajes Nervuradas [Rio de Janeiro] 2003 XXVIII, 166 p.29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc., Engenharia Civil, 2003) Tese – Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE 1. Lajes Pré-fabricadas 2. Concreto Protendido 3. Módulos celulares I. COPPE/UFRJ II. Título (série) ii

SILVA, ADCLEIDES ARAÚJO Módulos Celulares Pré-fabricados ... · geométricos construtivos (nas cotas verticais dos consoles de pilares) ou por troca de tipos de vigas, nota-se

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  • SILVA, ADCLEIDES ARAJO

    Mdulos Celulares Pr-fabricados de

    Concreto Protendido para Construo de

    Lajes Nervuradas [Rio de Janeiro] 2003

    XXVIII, 166 p.29,7 cm (COPPE/UFRJ,

    M.Sc., Engenharia Civil, 2003)

    Tese Universidade Federal do Rio de

    Janeiro, COPPE

    1. Lajes Pr-fabricadas

    2. Concreto Protendido

    3. Mdulos celulares

    I. COPPE/UFRJ II. Ttulo (srie)

    ii

  • minha famlia, Antonio,

    Sebastiana e rica, por todo apoio

    e incentivo.

    iii

  • AGRADECIMENTOS

    Primeiramente agradeo a Deus, que me deu a oportunidade, nimo e pessoas generosas

    que muito me ajudaram.

    Aos meus pais, minha irm e minha noiva que sempre me motivaram a prosseguir na

    conquista de meus ideais;

    Ao professor Ronaldo Carvalho Battista, por sua orientao, sua amizade e pelas lies

    de dignidade e profissionalismo;

    professora Eliane por sua amizade, incentivo e ajuda inicial para o desenvolvimento

    deste trabalho;

    Aos amigos e irmos Daniel, Tiago, Emerson, Walber, George e Cleber pelo apoio e

    companheirismo, e aos demais colegas de turma; Aluzio, Fabrcio, Francisco e Patrcio;

    Aos amigos e companheiros, Miguel, Hisashi, Marco, Gadea, Wendell, Roberto e

    Vinicius;

    Aos amigos do laboratrio de computao e da secretaria da coordenao do PEC,

    Thelmo, Clio, Sass, Jairo, Rita, Wilma e Beth;

    A todos que colaboram direta e indiretamente para que este trabalho pudesse ser

    realizado.

    iv

  • Resumo da Tese apresentada COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessrios para a

    obteno do grau de Mestre em Cincias (M.Sc.)

    MDULOS CELULARES PR-FABRICADOS DE CONCRETO PROTENDIDO PARA

    CONSTRUO DE LAJES NERVURADAS

    Adcleides Arajo da Silva

    Novembro/2003

    Orientador: Ronaldo Carvalho Battista

    Programa: Engenharia Civil

    O emprego de elementos pr-fabricados de concreto armado agiliza o processo

    construtivo e proporciona maior controle de qualidade reduzindo as perdas materiais e os

    servios no canteiro. Em geral, obras com grandes vos, tais como de edificaes industriais

    e comerciais, utilizam elementos protendidos, uma vez que estes possuem maior capacidade

    de carga e apresentam menores deformaes. Entretanto, elementos pr-fabricados

    protendidos requerem o emprego de concretos com alta resistncia nas primeiras idades

    para no tornar moroso o processo de produo. Assim, tem sido crescente a utilizao de

    concreto de alto desempenho, j que, alm de elevada resistncia ruptura, proporciona

    grande durabilidade s estruturas.

    O presente trabalho prope dois tipos de mdulos celulares pr-fabricados

    protendidos para construo de lajes nervuradas de concreto de alto desempenho, buscando

    solues que apresentem melhor desempenho estrutural que as convencionais lajes

    formadas por mdulos de seo transversal . Os desempenhos desses dois tipos de

    mdulos sob ao de cargas estticas e suas caractersticas de vibraes so avaliados com

    auxlio de modelagem computacional via MEF. Os resultados numricos obtidos para esses

    dois tipos de mdulos propostos so comparados com o mdulo de seo equivalente com

    os mesmos volumes de concreto, a fim de avaliar o desempenho estrutural e mostrar a

    viabilidade prtica de uma das solues alternativas propostas.

    v

  • Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for

    the degree of Master of Science (M.Sc.)

    PREFABRICATED PRESTRESSED CONCRETE BOX-GIRDER MODULES

    FOR CONSTRUCTING RIBBED SLABS

    Adcleides Arajo da Silva

    November/2003

    Advisor: Ronaldo Carvalho Battista

    Department: Civil Engineering

    The use of prefabricated reinforced concrete elements streamlines the construction

    process and provides greater quality control, reducing material losses and services in the

    construction site. In general, long-span constructions, such as those found in industrial and

    commercial buildings, make use of prestressed elements, since these have greater load

    capacity and display smaller deformations as compared to the conventional reinforced

    counterparts. However, the use of prestressing in prefabricated elements requires high

    strength concrete at early ages, for not slowing down the production process. Hence, high

    performance concrete has seen an ever larger use since, besides reaching high strength at

    early ages, it provides a greater durability to structures.

    This work proposes two types of prefabricated prestressed box-girder modules to

    construct high-performance-concrete ribbed slabs, in search of solutions that present a better

    structural performance than the conventional cross-section slab modules. The behaviour

    of these two types of box-girder modules under the action of static loads and their vibration

    characteristics are evaluated through computer FEM modeling. The obtained numerical

    results for these two proposed module types are compared with the section modules

    having equivalent concrete volumes, in order to assess their structural performances and

    show the practical viability of one of the proposed alternative solutions.

    vi

  • NDICE

    Captulo I - INTRODUO 1

    I.1 Histrico e Definies 3

    I.2 Escopo do Trabalho 6

    Captulo II - ESTADO DA ARTE DA PR-FABRICAO 7

    II.1 Principais Vantagens e Desvantagens da Pr-fabricao 9

    II.2 Classificao 10

    II.3 Aplicaes dos Pr-fabricados 11

    II.3.1 Tendncias e Inovaes na Tecnologia de Pr-fabricados 13

    Captulo III - PECULIARIDADES NO PROJETO E EXECUO DE PR-

    FABRICADOS 15

    III.1 Planejamento da Produo 15

    III.2 Montagem da Estrutura 18

    III.3 Ligaes entre Elementos Pr-fabricados 20

    III.3.1 Execuo das Ligaes e Continuidade entre Mdulos de Lajes 23

    III.3.2 Patologias em Ligaes 28

    III.4 Elementos Compostos 32

    Captulo IV - TRANSFERNCIA DE ESFOROS 34

    IV.1 Aderncia de Cordoalhas Pr-tracionadas 35

    IV.1.1 Descrio dos Mecanismos 37

    IV.1.2 Deslizamentos 41

    IV.1.3 Comprimento de Ancoragem 42

    IV.1.4 Comentrios com Base em Resultados Experimentais 43

    vii

  • IV.2 Transferncia de Cisalhamento do CML para o CPM 44

    IV.2.1 Descrio dos Mecanismos 45

    IV.2.2 Formulaes Matemticas da Resistncia ao Cisalhamento na Interface 46

    Captulo V - MODELOS DESENVOLVIDOS E CRITRIOS DE ANLISE 49

    V.1 Critrios de Anlise 52

    V.2 Modelagem via MEF 52

    V.2.1 Modelagem para Anlise Esttica 53

    V.2.2 Modelagem para Anlise Estrutural no Estado Limite de Servio, sob Critrios

    de Deformaes e de Vibraes 59

    V.3 Descrio das Sees dos Mdulos de CPM Analisados 60

    Captulo VI - APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS 72

    VI.1 Desempenho sob Ao de Carregamentos Estticos 72

    VI.1.1 Transferncia da Protenso 72

    VI.1.2 Resistncia s Solicitaes Estticas 79

    VI.1.3 Deslocamentos Devidos Flexo 84

    VI.2 Anlise de Vibraes 89

    VI.3 Padronizao dos Mdulos 100

    VI.4 Protenso Adicional nos Mdulos Trapezoidais Padronizados 105

    VI.4.1 Freqncias e Modos Naturais de Vibrao 110

    VI.5 Variao da Resistncia do Concreto 113

    VI.6 Distribuio de Esforos em Painis de Lajes 116

    VI.6.1 Repartio Transversal de Cargas em Lajes Pr-fabricadas 116

    VI.6.2 Tenso de Aderncia na Interface 128

    viii

  • Captulo VII - ANLISE COMPARATIVA DE DESEMPENHO 131

    VII.1 Desempenho sob o Critrio de Carregamento Esttico 131

    VII.2 Desempenho sob Critrio de Freqncias Naturais de Vibrao 136

    VII.2.1 Desempenho dos Mdulos Trapezoidais Otimizados 140

    VII.3 Desempenho sob o Critrio de Distribuio de Esforos em Painis

    de Lajes 141

    VII.4 Concluses Sobre as Anlises Comparativas de Desempenho 142

    Captulo VIII - CONCLUSES 143

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 146

    ANEXO A 149

    ix

  • NDICE DE FIGURAS

    Figura I-1 Prova de carga de viga pr-moldada ps-tensionada da Ponte do Galeo, [8].4

    Figura II-1 Viga Vierendeel, [12 ]. 8

    Figura II-2 Segmento de elemento protendido para revestimento de tnel, [16 ]. 8

    Figura II-3 Lajes , [19 ]. 8

    Figura II-4 Telha de seo trapezoidal, [19]. 9

    Figura II-5 Edifcio garagem, [14 ]. 11

    Figura II-6 Estdio esportivo, [15 ]. 11

    Figura II-7 Shopping Center, [15 ]. 12

    Figura II-8 Centro Integrado de Educao Pblica-CIEP, [20 ]. 12

    Figura II-9 Viaduto, [18 ]. 12

    Figura II-10 Ponte para pedestre, [15 ]. 13

    Figura III-1 Frma metlica das Vigas Peixe utilizadas nos acessos da Ponte Presidente

    Costa e Silva que liga o Rio de Janeiro a Niteri , [18 ]. 16

    Figura III-2 Frma para execuo de viga Vierendeel, [12]. 17

    Figura III-3 Pista-forma para produo de seo T, [21 ]. 17

    Figura III-4 Frma metlica regulvel para laje , [13 ]. 18

    Figura III-5 Viga de seo I sendo iada, [15 ]. 19

    Figura III-6 Montagem de lajes alveolares protendidas, [17 ]. 19

    Figura III-7 Viga peixe da Ponte Rio-Niteri durante a fase de montagem, [18 ]. 19

    x

  • Figura III-8 Montagem de pilar pr-fabricado. 20

    Figura III-9 Diagrama clssico de momento fletor x rotao das ligaes. 22

    Figura III-10 Ligaes de lajes pr-fabricadas na direo longitudinal da mesa, [6]. 24

    Figura III-11 Continuidade de lajes de seo sobre vigas com uso de armadura

    passiva. 25

    Figura III-12 Ligao entre mdulos de seo trapezoidal usando apenas sobrecapa de

    CML armado, [proposto neste trabalho]. 26

    Figura III-13 Corte representando a real situao de apoio das lajes para o caso das

    ligaes apresentadas na Figura III-11 e III-12. 27

    Figura III-14 Vista em corte de uma ligao sobre viga entre mdulos pr-fabricados de

    laje de seo transversal celular (trapezoidal ou bitrapezoidal) com

    emprego de armadura ativa adicional, [proposto neste trabalho]. 27

    Figura III-15 Estabelecimento de continuidade das vigas sobre console dos pilares,

    [6]. 28

    Figura III-16 Ligao de vigas-calha sobre topo de pilar: nota-se abertura da junta das

    vigas sobre o apoio, mais pronunciada na metade superior da junta,

    indicando rotao relativa causada pela deformao por flexo das vigas

    devido ao fenmeno reolgico de fluncia do concreto, [9]. 29

    Figura III-17 Ligao longitudinal de laje : nota-se m execuo das ligaes (juntas)

    longitudinais das lajes, o que vem a resultar na ocorrncia de carbonatao

    do concreto, [9]. 30

    Figura III-18Ligao entre lajes esconsas: devido aos recortes desiguais nas nervuras

    h situao de grande desnvel entre as lajes esconsas contguas

    apoiadas sobre aba-console de viga principal, [9]. 30

    xi

  • Figura III-19Passagem de duto: furo na laje pr-moldada para passagem de duto de

    instalaes prediais. Nota-se que no houve nenhum tratamento estando a

    armadura exposta ao da corroso, [9]. 31

    Figura III-20Ligao de laje e viga transversal: devido aos grandes desvios

    geomtricos construtivos (nas cotas verticais dos consoles de pilares) ou

    por troca de tipos de vigas, nota-se o recorte da extremidade da nervura de

    um mdulo esconso de laje executado antes da concretagem, com

    inteno de realizar um dente no previsto em projeto. Nota-se o mau

    acabamento do recorte, onde as extremidades das armaduras (ativa e

    passiva) esto desprotegidas. Tambm se verifica o pequeno contato entre

    a aba-console da viga e a nervura da laje, [9]. 31

    Figura III-21Tenses normais atuantes num elemento composto pr-moldado de

    concreto protendido, correspondente a cada fase construtiva. 33

    Figura IV-1 Variao de tenso x distncia da extremidade da pea de CPM com

    armadura pr-tracionada aderente, [22]. 36

    Figura IV-2 Diagrama tenso aderente x deslizamento para fios lisos e cordoalhas lisas,

    segundo FIB2000, [23 ]. 38

    Figura IV-3 a) Trajetrias das tenses principais determinadas por fotoelasticidade

    para o caso de cordoalhas ancoradas por aderncia; b) Tenso principal de

    trao e tenso de trao de borda, como uma funo de bdV=0 , para

    cordoalhas ancoradas por aderncia, [24]. 38

    Figura IV-4 Distribuio de tenses no concreto e no ao, na zona de ancoragem por

    aderncia de um fio pr-tracionado, [24]. 39

    Figura IV-5 Efeito Hoyer no extremo de uma armadura, [24]. 40

    Figura V-1 Mdulo com seo transversal do tipo . 50

    Figura V-2 Mdulo com seo transversal do tipo bitrapezoidal. 50

    Figura V-3 Mdulo com seo transversal do tipo trapezoidal. 50

    xii

  • Figura V-4 Exemplo de discretizao em elementos finitos de um mdulo tpico de

    seo trapezoidal. 53

    Figura V-5 Corte transversal da discretizao em elementos finitos de um mdulo . 56

    Figura V-6 Vista frontal da discretizao em elementos finitos de um mdulo . 56

    Figura V-7 Vista lateral da discretizao em elementos finitos de um mdulo . 57

    Figura V-8 Geometria do mdulo analisado para validao da modelagem. 57

    Figura V-9 Vista frontal da discretizao de uma laje com mdulos trapezoidais. 59

    Figura V-10 Vista lateral da discretizao de uma laje com mdulos trapezoidais. 59

    Figura V-11 Painel formado por mdulos de seo transversal . 62

    Figura V-12 Disposio das cordoalhas do mdulo P01 com vo de 10,0m. 62

    Figura V-13 Disposio das cordoalhas do mdulo P02 com vo de 12,5m. 63

    Figura V-14 Disposio das cordoalhas do mdulo P03 com vo de 15,0m. 63

    Figura V-15 Disposio das cordoalhas do mdulo P04 com vo de 15,0m. 64

    Figura V-16 Disposio das cordoalhas do mdulo P05 com vo de 17,5m. 64

    Figura V-17 Disposio das cordoalhas do mdulo P06 para o vo de 20,0m. 65

    Figura V-18 Mdulo com seo transversal bitrapezoidal, apenas seo pr-fabricada. 65

    Figura V-19 Vista em planta de um mdulo com seo transversal bitrapezoidal. 66

    Figura V-20 Geometria dos mdulos B01,B02 e B03 com seo bitrapezoidal. 66

    Figura V-21 Disposio das cordoalhas dos mdulos B01, B02 e B03 com vos de

    10,0m, 12,5m e 15,0m, respectivamente. 66

    Figura V-22 Geometria dos mdulos B04, B05 e B06 com seo bitrapezoidal. 67

    xiii

  • Figura V-23 Disposio das cordoalhas dos mdulos B04, B05 e B06 com vos de

    15,0m, 17,5m e 20,0m, respectivamente. 67

    Figura V-24 Mdulo com seo transversal trapezoidal. 68

    Figura V-25 Frma para execuo dos mdulos de seo trapezoidal. 68

    Figura V-26 Vista em planta de um mdulo com seo transversal trapezoidal. 69

    Figura V-27 Geometria do mdulo T01, T02 e T03 com 10,0m, 12,5m e 15,0m de vo,

    respectivamente. 69

    Figura V-28 Disposio das cordoalhas nos mdulos T01, T02 e T03 com 10,0m, 12,5m

    e 15,0m de vo, respectivamente. 70

    Figura V-29 Geometria dos mdulos T04, T05 e T06 com seo trapezoidal. 70

    Figura V-30 Disposio das cordoalhas dos mdulos T04, T05 e T06 com vos de

    15,0m, 17,5m e 20,0m, respectivamente. 70

    Figura V-31 Geometria dos mdulos otimizados T04-1, T05-1 e T06-1. 71

    Figura V-32 Disposio das cordoalhas dos mdulos otimizados T04-1, T05-1 e T06-1

    com vos de 15,0m, 17,5m e 20,0m, respectivamente. 71

    Figura VI-1 Distribuio de tenses normais yy(MPa) na direo longitudinal do

    mdulo B02, nos elementos de casca na primeira fase construtiva. 73

    Figura VI-2 Distribuio de tenses normais yy(MPa) na direo longitudinal da mesa

    superior do mdulo B02, nos elementos de casca na primeira fase

    construtiva. 74

    Figura VI-3 Distribuio de tenses cisalhantes xy(MPa) no mdulo B02, nos

    elementos de casca na primeira fase construtiva. 74

    Figura VI-4 Distribuio de tenses cisalhantes xy(MPa) na mesa superior do mdulo

    B02, nos elementos de casca na primeira fase construtiva. 74

    xiv

  • Figura VI-5 Distribuio de tenses cisalhantes xz(MPa) na mesa superior do mdulo

    B02, nos elementos de casca na primeira fase construtiva. 75

    Figura VI-6 Distribuio de tenses cisalhantes xz(MPa) na mesa superior do mdulo

    B02, nos elementos de casca na primeira fase construtiva. 75

    Figura VI-7 Distribuio de tenses normais xx (MPa) no apoio do mdulo B02, nos

    elementos slidos. 75

    Figura VI-8 Distribuio de tenses normais yy (MPa) no apoio do mdulo B02, nos

    elementos slidos. 76

    Figura VI-9 Distribuio de tenses normais zz (MPa) no apoio do mdulo B02, nos

    elementos slidos. 76

    Figura VI-10 Distribuio de tenses normais yy (MPa) no mdulo B02, nos elementos

    de casca, na primeira fase construtiva. 80

    Figura VI-11 Distribuio de tenses normais yy (MPa) no mdulo B02, nos elemento

    de casca da mesa pr-fabricada, na primeira fase construtiva. 80

    Figura VI-12 Distribuio de tenses normais yy (MPa) no mdulo B02, nos elemento

    de casca, na segunda fase construtiva. 80

    Figura VI-13 Distribuio de tenses normais yy (MPa) no mdulo B02, nos elemento

    de casca da mesa pr-fabricada, na segunda fase construtiva. 81

    Figura VI-14 Distribuio de tenses normais yy (MPa) no mdulo B02, nos elementos

    de casca, somente sob ao das sobrecargas. 81

    Figura VI-15 Distribuio de tenses normais yy (MPa) no mdulo B02, nos elemento

    de casca da mesa moldada in loco, somente sobre ao das sobrecargas

    acidentais. 81

    Figura VI-16Distribuio de tenses cisalhantes xy (MPa) no mdulo B02, nos

    elemento de casca da mesa moldada in loco, somente devido ao das

    sobrecargas. 82

    xv

  • Figura VI-17 Sobrecarga correspondente ao ELS-F dos mdulos B01 a B03, P01 a P03

    e T01 a T03, os quais possuem seo transversal com 0,55m de altura. 83

    Figura VI-18 Sobrecarga correspondente ao ELS-F dos mdulos B04 a B06, P04 a P06

    e T04 a T06, os quais possuem seo transversal com 0,80m de altura. 83

    Figura VI-19 Sobrecarga correspondente ao ELS-F dos mdulos P04 a P06 de seo e

    dos mdulos otimizados T04-1 a T06-1. 84

    Figura VI-20 Flecha na seo mdia dos mdulo de 10,0m em cada fase construtiva. 85

    Figura VI-21 Flecha na seo mdia dos mdulo de 12,5m em cada fase construtiva. 85

    Figura VI-22 Flecha na seo mdia dos mdulo de 15,0m em cada fase construtiva. 86

    Figura VI-23 Flecha na seo mdia dos mdulo de 15,0m em cada fase construtiva. 86

    Figura VI-24 Flecha na seo mdia dos mdulo de 17,5m em cada fase construtiva. 87

    Figura VI-25 Flecha na seo mdia dos mdulo de 20,0m em cada fase construtiva. 87

    Figura VI-26 Flecha na seo mdia dos mdulos trapezoidais otimizados, em cada fase

    construtiva. 88

    Figura VI-27 Primeiro modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos B01 a B06,

    respectivamente com as seguintes freqncias: 13,85Hz, 9,01Hz, 6,32Hz,

    8,27Hz, 6,22Hz e 4,76Hz. 90

    Figura VI-28Segundo modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos B01 a B06,

    respectivamente com as seguintes freqncias: 21,27Hz, 13,86Hz, 9,73Hz,

    11,92Hz, 8,75Hz e 6,89Hz. 91

    Figura VI-29Terceiro modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos B01 a B06,

    respectivamente com as seguintes freqncias: 29,99Hz, 19,63Hz,

    13,82Hz, 16,00Hz, 12,05Hz e 9,28Hz. 91

    xvi

  • Figura VI-30 Primeiro modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos P01 a P06,

    respectivamente com as seguintes freqncias: 11,88Hz, 7,71Hz, 5,39Hz,

    7,80Hz, 5,79Hz e 4,46Hz. 92

    Figura VI-31Segundo modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos P01 a P06,

    respectivamente com as seguintes freqncias: 17,10Hz, 11,11Hz e

    7,77Hz, 10,33Hz, 7,68Hz e 5,92Hz. 92

    Figura VI-32Terceiro modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos P01 a P06,

    respectivamente com as seguintes freqncias: 23,13Hz, 15,16Hz,

    10,66Hz, 12,86Hz, 9,60Hz e 7,41Hz. 93

    Figura VI-33Primeiro modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos T01 a T06 e

    T04-1 a T06-1, respectivamente com as seguintes freqncias: 14,29Hz,

    9,37Hz, 6,61Hz, 9,55Hz, 7,13Hz, 5,52Hz, 10,89Hz, 8,19Hz e 6,35Hz. 93

    Figura VI-34Segundo modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos T01 a T06 e

    T04-1 a T06-1, respectivamente com as seguintes freqncias: 23,53Hz,

    15,43Hz, 10,89Hz, 14,39Hz, 10,80Hz, 8,40Hz, 15,87Hz, 11,99Hz e

    9,33Hz. 94

    Figura VI-35 Terceiro modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos T01 a T06 e

    T04-1 a T06-1, respectivamente com as seguintes freqncias: 34,84Hz,

    22,78Hz, 16,05Hz, 19,92Hz, 14,99Hz, 11,67Hz, 21,05Hz, 15,98Hz e

    12,50Hz. 94

    Figura VI-36 Forma modal do quarto modo de vibrao das lajes formadas por mdulos

    T01 a T03, B01, e do quinto modo de vibrao das lajes formadas pelos

    mdulos P01 a P03, B02 a B03 e T04 a T06. 95

    Figura VI-37 Forma modal do quarto modo de vibrao das lajes formadas por mdulos

    P01 a P03, B02, B03, e do quinto modo de vibrao das lajes formadas

    pelos mdulos T01 a T03, B01, P04 a P06. 95

    xvii

  • Figura VI-38Forma modal do quarto modo de vibrao das lajes formadas pelos

    mdulos T04 a T06, P04 a P06, B04 a B06, T04-1 a T06-1, e do quinto

    modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos T01 a T03 e B01. 96

    Figura VI-39 Quinto modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos B04 a B06 e

    dos mdulos trapezoidais otimizados (T04-1 a T06-1). 96

    Figura VI-40 Freqncias naturais de vibrao para lajes de 10,00x10,00x0,55m. 97

    Figura VI-41 Freqncias naturais de vibrao para lajes de 12,50x12,50x0,55m. 97

    Figura VI-42 Freqncias naturais de vibrao para lajes de 15,00x15,00x0,55m. 98

    Figura VI-43 Freqncias naturais de vibrao para lajes de 15,00x15,00x0,80m. 98

    Figura VI-44 Freqncias naturais de vibrao para lajes de 17,50x17,50x0,80m. 99

    Figura VI-45 Freqncias naturais de vibrao para lajes de 20,00x20,00x0,80m. 99

    Figura VI-46Freqncias naturais de vibrao de lajes feitas com mdulos

    otimizados. 100

    Figura VI-47 Disposio das cordoalhas no mdulo padro T01-2 com vo

    de 10,0m. 101

    Figura VI-48 Disposio das cordoalhas no mdulo padro T02-2 com vo

    de 12,5m. 101

    Figura VI-49 Disposio das cordoalhas no mdulo padro T04-2 com vo

    de 15,0m. 102

    Figura VI-50 Disposio das cordoalhas no mdulo padro T05-2 com vo

    de 17,5m. 102

    Figura VI-51 Disposio das cordoalhas no mdulo padro T06-2 com vo

    de 20,0m. 103

    Figura VI-52 Sobrecarga correspondente ao ELS-F nos mdulos T01-2 a T06-2. 104

    xviii

  • Figura VI-53 Flecha na seo mdia dos mdulos padronizados, em cada fase

    construtiva. 105

    Figura VI-54 Corte longitudinal de uma seo trapezoidal com adio de armadura de

    protenso com geometria poligonal. 105

    Figura VI-55 Detalhe de uma forma vivel de se estabelecer a continuidade mediante

    utilizao de armadura passiva dos mdulos que receberam adio de

    armadura ps-tracionada no aderente de geometria poligonal. 106

    Figura VI-56 Detalhe de uma forma vivel de se estabelecer a continuidade mediante a

    utilizao de armadura ps-tracionada no aderente de geometria

    poligonal. 106

    Figura VI-57 Sobrecarga correspondente ao ELS-F dos mdulos padronizados com

    protenso mista (T01-3 a T06-3). 107

    Figura VI-58 Flecha no meio do vo dos mdulos padronizados biapoiados, que

    receberam adio de protenso (protenso mista). 108

    Figura VI-59 Sobrecarga correspondente ao ELS-F dos mdulos com protenso mista

    (T01-3 a T06-3) com as seguintes condies de contorno: uma

    extremidade engastada e a outra apoiada. 109

    Figura VI-60 Flecha no meio do vo dos mdulos padronizados com uma extremidade

    engastada que receberam adio de fora de protenso

    (protenso mista). 110

    Figura VI-61 Freqncias naturais de vibrao das lajes formadas por mdulos

    padronizados biapoiados. 111

    Figura VI-62 Freqncias naturais de vibrao das lajes formadas por mdulos

    padronizados com uma extremidade engastada e a outra simplesmente

    apoiada. 111

    xix

  • Figura VI-63Primeiro modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos padronizados

    T01-3, T02-3, T04-3, T05-3 e T06-3 para o caso de uma extremidade

    engastada e a outra simplesmente apoiada, respectivamente com as

    seguintes freqncias: 17,79Hz, 11,70Hz, 13,89Hz, 10,58Hz e 8,37Hz. 112

    Figura VI-64Segundo modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos padronizados

    T01-3, T02-3, T04-3, T05-3 e T06-3 para o caso de uma extremidade

    engastada e a outra simplesmente apoiada, respectivamente com as

    seguintes freqncias: 24,94Hz, 16,42Hz, 15,60Hz, 12,42Hz e

    10,29Hz. 112

    Figura VI-65Terceiro modo de vibrao das lajes formadas pelos mdulos padronizados

    T01-3, T02-3, T04-3, T05-3 e T06-3 para o caso de uma extremidade

    engastada e a outra simplesmente apoiada, respectivamente com as

    seguintes freqncias: 36,23Hz, 23,58Hz, 18,33Hz, 15,26Hz e

    13,16Hz. 113

    Figura VI-66Sobrecargas correspondente ao ELS-F para mdulos com diferentes

    concretos (mdulos T04-2, T04-4 e T04-5). 114

    Figura VI-67 Flecha na seo do meio do vo em cada fase construtiva para os mdulos

    com diferentes concretos (T04-2, T04-4 e T04-5). 115

    Figura VI-68 Freqncias naturais de vibrao das lajes com uma extremidade

    engastada e a outra simplesmente apoiada. 116

    Figura VI-69 Painel de laje formado por mdulos trapezoidais padronizados ligados

    longitudinalmente pela sobrelaje armada. 117

    Figura VI-70 Discretizao da laje formada por mdulos trapezoidais padronizados. 117

    Figura VI-71 Primeiro caso de carga parcial (1kN/m distribudo numa metade

    da laje). 118

    xx

  • Figura VI-72 Distribuio transversal de deslocamentos verticais (mm) na seo mdia

    dos mdulos para o primeiro caso de carga parcial. 119

    Figura VI-73 Repartio transversal de carga nos mdulos para o primeiro caso de carga

    parcial. 119

    Figura VI-74 Distribuio transversal de esforo cortante (kN/m) na direo transversal

    ao eixo longitudinal dos mdulos (Vxz) a 80cm das extremidades dos

    mesmos para o primeiro caso de carga parcial. 120

    Figura VI-75 Distribuio transversal de esforo cortante (kN/m) na direo transversal

    ao eixo longitudinal dos mdulos (Vyz) a 80cm das extremidades dos

    mesmos para o primeiro caso de carga parcial. 120

    Figura VI-76Distribuio transversal de momento fletor transversal ao eixo longitudinal

    dos mdulos Mxx (kNm/m) na seo mdia para o primeiro caso de carga

    parcial. 121

    Figura VI-77 Distribuio transversal de momento fletor longitudinal Myy (kNm/m) na

    seo mdia dos mdulos para o primeiro caso de carga parcial. 121

    Figura VI-78 Segundo caso de carga parcial (1kN/m distribudo apenas num

    mdulo). 122

    Figura VI-79 Distribuio transversal de deslocamentos verticais (mm) na seo mdia

    dos mdulos para o segundo caso de carga parcial. 122

    Figura VI-80Repartio transversal de carga nos mdulos para o primeiro caso de

    carregamento parcial. 123

    Figura VI-81 Distribuio transversal de esforo cortante (kN/m) na direo transversal

    ao eixo longitudinal dos mdulos (Vxz) a 80cm das extremidades dos

    mesmos para o segundo caso de carga parcial. 123

    Figura VI-82 Distribuio transversal de esforo cortante (kN/m) na direo transversal

    ao eixo longitudinal dos mdulos (Vyz) a 80cm das extremidades dos

    mesmos para o segundo caso de carga parcial. 124

    xxi

  • Figura VI-83 Distribuio transversal de momento fletor transversal ao eixo

    longitudinal dos mdulos Mxx (kNm/m) na seo mdia para o segundo

    caso de carga parcial. 124

    Figura VI-84 Distribuio transversal de momento fletor longitudinal Myy (kNm/m) na

    seo mdia dos mdulos para o segundo caso de carga parcial. 125

    Figura VI-85 Terceiro caso de carga parcial (1kN/m distribudo entre dois

    mdulos). 125

    Figura VI-86 Distribuio transversal de deslocamentos verticais (mm) na seo mdia

    dos mdulos para o terceiro caso de carga parcial. 126

    Figura VI-87 Repartio transversal de carga nos mdulos para o terceiro caso de

    carregamento parcial. 126

    Figura VI-88 Distribuio transversal de esforo cortante (kN/m) na direo transversal

    ao eixo longitudinal dos mdulos (Vxz) a 80cm das extremidades dos

    mesmos para o terceiro caso de carga parcial. 127

    Figura VI-89 Distribuio transversal de esforo cortante (kN/m) na direo transversal

    ao eixo longitudinal dos mdulos (Vyz) a 80cm das extremidades dos

    mesmos para o terceiro caso de carga parcial. 127

    Figura VI-90Distribuio transversal de momento fletor transversal ao eixo longitudinal

    dos mdulos Mxx (kNm/m) na seo mdia para o terceiro caso de carga

    parcial. 128

    Figura VI-91 Distribuio transversal de momento fletor longitudinal Myy (kNm/m) na

    seo mdia dos mdulos para o terceiro caso de carga parcial. 128

    Figura VI-92 Distribuio transversal de tenso solicitante de aderncia (MPa) no plano

    de interface da mesa pr-fabricada com a camada de CML da sobrelaje

    armada (xy) a 80cm das extremidades dos mdulos para a carga de

    4,80kN/m uniformemente distribuda. 129

    xxii

  • Figura VI-93 Distribuio transversal de tenso solicitante de aderncia (MPa) no plano

    de interface da mesa pr-fabricada com a camada de CML da sobrelaje

    armada (xy) a 80cm das extremidades dos mdulos para a carga de

    1,0kN/m uniformemente distribuda. 130

    Figura VII-1 Desempenho dos mdulos celulares com relao aos equivalentes mdulos

    (todos com 0,55m de altura), sob o critrio de sobrecarga esttica

    correspondente ao ELS-F. 132

    Figura VII-2 Desempenho dos mdulos celulares em relao aos mdulos (todos com

    0,80m de altura), sob o critrio de sobrecarga correspondente

    ao ELS-F. 132

    Figura VII-3 Desempenho dos mdulos padronizados com adio de cordoalhas ps-

    tracionadas, sob o critrio de sobrecarga esttica correspondente ao ELS-

    F, com relao aos mdulos padronizados apenas pr-tensionados. 134

    Figura VII-4Desempenho dos mdulos com protenso mista com uma extremidade

    engastada e a outra simplesmente apoiada, sob o critrio de sobrecarga

    esttica correspondente ao ELS-F, em relao aos mesmos mdulos com

    condio biapoiada. 135

    Figura VII-5 Desempenho das lajes formadas por mdulos bitrapezoidais com relao

    as lajes (ambos com 0,55m de altura), sob o critrio de valores de

    freqncias naturais. 136

    Figura VII-6 Desempenho das lajes formadas por mdulos bitrapezoidais com relao

    as lajes (ambos com 0,80m de altura), sob o critrio de valores de

    freqncias naturais. 137

    Figura VII-7 Desempenho das lajes formadas por mdulos trapezoidais com relao as

    lajes (ambos com 0,55m de altura), sob o critrio de valores de

    freqncias naturais. 137

    xxiii

  • Figura VII-8 Desempenho das lajes formadas por mdulos trapezoidais com relao as

    lajes (ambos com 0,80m de altura), sob o critrio de valores de

    freqncias naturais. 138

    Figura VII-9 Desempenho das lajes formadas por mdulos otimizados com relao as

    lajes , sob o critrio de valores de freqncias naturais. 141

    Figura VIII-1 Sistema passivo de atenuao de vibrao [32] instalado no interior de

    um mdulo com seo trapezoidal, proposto neste trabalho. 145

    xxiv

  • NDICE DE TABELAS

    Tabela V-1 Aes estticas consideradas em cada etapa de anlise. 55

    Tabela V-2 Propriedades do mdulo analisado para validao da modelagem. 58

    Tabela V-3 Mximos deslocamentos na seo mdia do mdulo de acordo com o

    clculo analtico e o clculo numrico. 58

    Tabela V-4 Caractersticas dos mdulos analisados com vos de 10,0m, 12,50m

    e 15m. 60

    Tabela V-5 Caractersticas dos mdulos analisados com vos de 15,00, 17,50

    e 20,00m. 61

    Tabela V-6 Caractersticas dos mdulos otimizados. 62

    Tabela VI-1Tenses mximas e mnimas no concreto nas extremidades dos mdulos

    com 0,55m de altura. 77

    Tabela VI-2 Tenses mximas no concreto nas extremidades dos mdulos com altura

    de 0,80m. 78

    Tabela VI-3 Tenses mximas no concreto nas extremidades dos mdulos

    otimizados. 79

    Tabela VI-4 Deformaes mximas nas lajes sob o critrio de aceitabilidade

    sensorial. 89

    Tabela VI-5 Caractersticas dos mdulos trapezoidais padronizados para sobrecargas

    usuais em edificaes comerciais e industriais. 101

    Tabela VI-6 Tenses mximas no concreto nos extremos dos mdulos padronizados.103

    xxv

  • Tabela VI-7 Caractersticas dos mdulos padronizados para sobrecargas de edificaes

    de indstrias e de comrcios. 107

    Tabela VI-8 Caractersticas mecnicas dos concreto usados, [30 ]. 113

    Tabela VI-9 Tenses mximas no concreto nas extremidades dos mdulos. 114

    Tabela VII-1 Desempenho dos mdulos otimizados, sob o critrio de sobrecarga esttica

    correspondente ao ELS-F, com relao aos mdulos de seo . 133

    Tabela VII-2 Faixas de freqncias fundamentais e valores limites para a 1 freqncia

    natural de vibrao de alguns componentes de estruturas submetidas

    vibraes causadas pela ao de pessoas. 139

    Tabela VII-3 Valor da primeira freqncia natural de vibrao para cada

    laje estudada. 139

    Tabela VII-4 Valor da primeira freqncia natural de vibrao para as lajes compostas

    por mdulos padronizados biapoiados. 140

    xxvi

  • LISTA DE SMBOLOS

    Ecs mdulo de elasticidade secante do concreto aos 28 dias;

    fck - a resistncia compresso do concreto aos 28 dias;

    inf,ctkf - resistncia inferior trao do concreto;

    ctdf - resistncia inferior traode clculo do concretopara determinao da

    aderncia;

    bpdf - tenso de aderncia entre a armadura pr-tracionada e o concreto;

    ctf - resistncia traode do concreto;

    pin - coeficiente de conformao da armadura de protenso aderente;

    c coeficiente de ponderao da resistncia do concreto;

    u - a tenso de cisalhamento horizontal ltima;

    fyd - a tenso de escoamento da armadura;

    - ngulo de atrito interno, que para concreto de resistncias normais cerca de 37;

    c - coeso do concreto; no caso de concreto com resistncia normal este valor pode ser

    considerado igual ao da resistncia trao do concreto;

    w - a taxa geomtrica da armadura transversal ligao;

    n - tenso normal ao plano de cisalhamento;

    Vhu - o esforo cortante horizontal ltimo;

    xxvii

  • Tu - a foras de trao ltima na armadura;

    Asw - a rea de armadura transversal;

    Ac - a rea de concreto;

    tg - a inclinao dos dentes, os quais teoricamente representam rugosidade da

    superfcie. Pode assumir os seguintes valores: 1,7 para concreto monoltico, 1,4

    para superfcies artificialmente rugosas, 0,8 a 1,0 para superfcies lisas e conexes

    concreto-ao.

    ij tenso normal na face de normal i na direo j (para i = j);

    ij tenso cisalhante na face de normal i na direo j (para i j);

    Mij momento devido a tenso ij ou ij;

    Vij cortante devido a tenso ij ou ij.

    Sendo i e j as direes do sistema global de coordenadas cartesianas.

    xxviii

  • Captulo I

    INTRODUO

    O setor brasileiro da construo civil indicado como um dos principais geradores de

    emprego do pas. Em janeiro de 2003, este setor respondeu por pouco menos que 1,2

    milhes de empregos formais na economia nacional [1]. Este setor tambm apontado

    como sendo responsvel por cerca de 15 a 50% do consumo dos recursos naturais

    extrados, um exemplo disso que aproximadamente dois teros da madeira natural

    extrada utilizada na construo civil [2].

    Uma das principais preocupaes o fato de que grande parte da matria utilizada nas

    construes desperdiada sob forma de entulho. Estima-se que o entulho gerado em

    obras brasileiras que utilizam sistemas convencionais de construo, com estrutura

    independente, situa-se entre 10 e 20% da massa total edificada, com variaes em

    funo do elemento de alvenaria e do grau de organizao e controle da obra [3].

    A massa de resduos de construo geradas nas cidades no mnimo igual massa de

    resduo domiciliar. Em cidades brasileiras de mdio e grande porte, as massas de

    resduos gerados pelas construes variam de 41% a 70% do total dos resduos slidos

    urbanos produzidos, segundo PINTO apud JOHN [4]. Os resduos slidos tornaram-se

    um grande problema social, uma vez que se no tratados devidamente podem gerar

    grandes impactos ambientais, alm disso, as reas urbanas destinadas a sua deposio

    esto ficando cada vez mais escassas [5].

    Apesar da grande importncia da construo civil em todo o contexto social, o fato dela

    apresentar grandes desperdcios de materiais, baixa produtividade, baixo controle de

    qualidade e morosidade, considerada uma indstria atrasada, quando comparada a

    outros ramos industriais. A industrializao da construo, que o emprego racional e

    mecanizado de materiais, meios de transporte e tcnicas construtivas, a maneira eficaz

    de reduzir esse atraso, uma vez que alm de promover melhor aproveitamento dos

    1

  • recursos naturais e agilizar o processo de produo ainda facilita o atendimento dos

    padres de qualidade estabelecidos pelas novas diretrizes do comrcio globalizado [6].

    A pr-fabricao um mtodo industrial de produo em srie, em que por meio de

    equipamentos e dispositivos de elevao apropriados seus produtos so montados na

    obra. Este conceito intrinsecamente ligado ao de pr-moldagem, j que esta ltima,

    quando aplicada produo em grande escala, resulta na pr-fabricao.

    O emprego de estruturas de concreto pr-fabricado est diretamente relacionado com o

    grau de desenvolvimento social e tecnolgico do pas, mas caractersticas regionais

    tambm influenciam seu emprego. H uma forte tendncia de aumento do emprego de

    pr-moldados, principalmente em paises em desenvolvimento. No Brasil, a tecnologia

    de concreto pr-fabricados ainda muito tacanha, apenas entre 5 a 10% do cimento

    consumido so utilizados na produo de pr-moldados [6]. Tambm h pouca

    disposio de trabalhos tcnico-cientficos nacionais que abordem o assunto.

    O presente trabalho trata de um estudo sobre estruturas de concreto pr-fabricado, tendo

    como objetivo principal propor elementos pr-fabricados pr-tensionados de concreto

    de alto desempenho para composio de lajes nervuradas para edificaes industriais e

    comerciais que apresentem melhor desempenho estrutural que a convencional laje .

    A metodologia empregada para realizao deste trabalho baseou-se em anlises

    numricas de diferentes mdulos pr-fabricados pr-tensionados de concreto de alto

    desempenho para formao de lajes. Para tanto, foram projetadas lajes a partir da

    justaposio de mdulos pr-fabricados pr-tensionados de concreto com seo

    transversal do tipo para diferentes vos, em seguida, foram projetadas lajes formadas

    por mdulos com os mesmos vos, porm com outras formas de sees transversais.

    Com auxlio de modelagem computacional via Mtodo dos Elementos Finitos - MEF

    todas as lajes foram analisadas segundo os critrios: carga esttica correspondente ao

    estado limite de compresso excessiva (ELS-CE), ou formao de fissuras (ELS-F) ou

    deformaes excessivas (ELS-DEF) e avaliao das freqncias naturais de vibrao,

    onde apenas nesta ltima anlise os mdulos foram justapostos formando painis

    quadrados. Comparando os resultados obtidos nas simulaes numricas pde-se avaliar

    o desempenho das diferentes lajes projetadas.

    2

  • I.1 Histrico e Definies

    A origem do concreto pr-moldado (CPM) se confunde com a prpria histria do

    concreto armado, j que, tanto o barco de Lambot (1855) quanto o vaso de flores de

    Monier (1861) podem ser considerados elementos pr-moldados.

    Acredita-se que a primeira aplicao de elementos pr-moldados em estruturas de

    edificaes foi realizada na Frana, em 1891, utilizando-se vigas pr-moldadas na

    construo do Cassino de Biarritz. Na primeira dcada do sculo XX, principalmente

    nos EUA e Europa, houve grandes avanos na tecnologia de CPM, tais como [6 ]:

    Em 1900, surgiram nos EUA os primeiros elementos pr-moldados de grandes

    dimenses para cobertura;

    Foram executados elementos pr-moldados de pisos para um edifcio de quatro

    andares nos EUA, em 1905;

    Foram produzidos, em 1906, os primeiros elementos pr-fabricados na Europa,

    que foram trelias e estacas de concreto armado;

    A Edison Portland Corporation, pertencente a Thomas Alva Edson, em 1907,

    produziu, no canteiro, todas as peas pr-moldadas para construo de um

    edifcio industrial nos EUA;

    Em 1907, iniciou-se a aplicao do sistema Tilt-up nos EUA, o qual consiste

    na produo de paredes pr-moldadas sobre o solo junto ao local definitivo e

    assim as mesmas so simplesmente erguidas e posicionadas na vertical.

    Houve um grande impulso na utilizao de pr-moldados na Europa aps a Segunda

    Guerra Mundial, devido principalmente ao desenvolvimento da tecnologia de concreto

    protendido, da escassez de mo-de-obra e da necessidade de construo em grande

    escala, onde foram construdas habitaes, galpes e pontes [6 ].

    No Brasil, uma das primeiras grandes obras, que se tem registro, com utilizao de

    elementos pr-moldados foi executada em 1926, pela construtora dinamarquesa

    Christiani-Nielsen, a construo do hipdromo da Gvea. Nesta obra foram utilizadas

    3

  • estacas de concreto pr-moldado nas fundaes (que constituiu um recorde sul-

    americano a execuo de 8km de estacas com o comprimento mximo de at 24m) e

    tambm foi construdo o muro de fechamento da rea do hipdromo, neste se utilizou

    pilares pr-moldados com ranhuras laterais onde foram encaixadas placas tambm pr-

    moldadas, tal sistema permite a opo do fcil desmonte do muro. Foi utilizado um

    cimento Portland dinamarqus de alta resistncia inicial.

    A seguir so citados alguns marcos no avano da tecnologia de pr-moldados no Brasil,

    conforme registrado por Vasconcelos [7 ]:

    Em 1949, foi inaugurada no Rio de Janeiro a Ponte do Galeo, sendo esta a

    primeira obra em que foi utilizada protenso no Brasil, naquela oportunidade

    essa obra foi recorde mundial de extenso e foram empregados elementos pr-

    moldados. A Figura I-1 mostra o ensaio de prova de carga, monitorado pelo

    saudoso Prof. Fernando Luiz Lobo Carneiro, numa das vigas pr-moldadas da

    Ponte do Galeo;

    Figura I-1 Prova de carga de viga pr-moldada ps-tensionada da Ponte do Galeo, [8].

    4

  • Na dcada de 50, em So Paulo, a construtora MAU, especializada em

    construes industriais, construiu vrios galpes pr-moldados utilizando

    prticos protendidos. Esta mesma construtora tambm produziu tesouras de

    CPM do tipo viga Vierendeel curva e pilares pr-moldados com seo V;

    Em 1964, foram construdos os primeiros edifcios de vrios pavimentos (12

    edifcios de 12 pavimentos), com estrutura reticulada. Tratava-se do conjunto

    residencial da USP;

    Em 1965, foi fundada a CINASA, primeira empresa brasileira a investir no

    sistema tilt up para a construo de unidades habitacionais, onde foram

    desenvolvidos trs padres de casas que atendiam trs faixas distintas de poder

    aquisitivo. Esta mesma empresa optou por produzir elementos pr-moldados

    leves, os quais tornariam os custos mais competitivos na produo de casas e

    assim passou a produzir agregado leve de argila expandida, comercializada sob o

    nome de CINASITA.

    Devido ao avano da tecnologia e do uso de elementos de CPM, em 1985, a

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas lanou a NBR9062, que trata

    especificamente do projeto e execuo de estruturas de CPM. A mesma traz as

    seguintes definies [10 ]:

    Elemento pr-moldado: elemento que executado fora do local de utilizao definitiva

    na estrutura, produzidos em condies menos rigorosas de controle de qualidade.

    Elemento pr-fabricado: elemento pr-moldado, executado industrialmente, mesmo em

    instalaes temporrias em canteiros de obra, sob condies rigorosas de controle de

    qualidade.

    Portanto, de acordo com esta norma, quando os elementos pr-moldados so produzidos

    segundo um controle de qualidade mais rigoroso so chamados de elementos pr-

    fabricados. A NBR9062 especifica claramente o padro de controle de qualidade

    mnimo a ser atendido na produo destes dois tipos de elementos.

    No presente trabalho utiliza-se a definio de pr-fabricao como sendo a produo,

    em srie, de elementos pr-moldados sob rigoroso controle de qualidade.

    5

  • I.2 Escopo do Trabalho

    Este trabalho est dividido em oito captulos, incluindo o presente. No segundo captulo

    apresentada uma descrio da evoluo da arte de pr-moldados. O terceiro captulo

    aborda algumas peculiaridades e cuidados que se devem observar no projeto e execuo

    de CPM. No quarto captulo so descritos os mecanismos de transferncia da fora de

    protenso de cordoalhas pr-tracionadas para o concreto e tambm comentada a

    transferncia das tenses de cisalhamento entre concretos de diferentes idades em peas

    fletidas. No quinto captulo so descritas as sees transversais das lajes projetadas, bem

    como, a modelagem utilizada para realizao das anlises, objeto final de estudo do

    presente trabalho. No sexto captulo so apresentados os resultados obtidos em cada tipo

    de laje e so tambm realizadas anlises dos mesmos. O stimo captulo trata-se de uma

    anlise comparativa de desempenho entre as diversas lajes simuladas numericamente. O

    oitavo captulo consiste na apresentao das concluses e indicao de algumas

    sugestes para trabalhos futuros.

    6

  • Captulo II

    ESTADO DA ARTE DA PR-FABRICAO

    Na primeira fase do desenvolvimento da indstria de pr-fabricados investiu-se bastante

    no desenvolvimento de sistemas construtivos de ciclo fechado, o que foi fortemente

    criticado, j que condiciona a explorao esttica e, portanto, dificulta a personalizao

    de projetos.

    Atualmente se tem buscado a industrializao com sistema de produo de ciclo aberto,

    o qual possui como principal caracterstica o emprego de elementos pr-fabricados de

    diferentes procedncias. Pode-se destacar ainda as seguintes caractersticas dos sistemas

    construtivos de ciclo aberto:

    Desenvolvimento de elementos pr-fabricados que possuam diversidade de

    aplicao, bem como, diversificao dos tipos de elementos produzidos;

    Flexibilidade de produo, onde se pode mudar rapidamente o tipo e padro dos

    elementos pr-fabricados produzidos;

    Terceirizao dos servios de montagem, o que facilita a livre concorrncia.

    Portanto, o sistema de produo de ciclo aberto tem proporcionado aumento do

    emprego de pr-fabricados, j que o mesmo alm de tornar a indstria de pr-fabricados

    mais atraente do ponto de vista comercial ainda possibilita certa plasticidade na

    concepo de projetos, o que no ocorre em sistemas de ciclo fechado.

    Nas Figuras II-1 a II-4 so apresentados alguns exemplos dos diversos elementos pr-

    fabricados que hoje so produzidos.

    7

  • Figura II-1 Viga Vierendeel, [12 ].

    Figura II-2 Segmento de elemento protendido para revestimento de tnel, [16 ].

    Figura II-3 Lajes , [19 ].

    8

  • Figura II-4 Telha de seo trapezoidal, [19].

    II.1 Principais Vantagens e Desvantagens da Pr-fabricao

    A escolha do emprego de pr-fabricados deve sempre ser precedido por um estudo de

    viabilidade econmica, j que o mesmo indicado para produo em srie. Segundo [6],

    algumas das principais vantagens da produo em srie de componentes de CPM so:

    Rapidez na execuo;

    Reduo de desperdcios;

    Facilidade de controlar a qualidade dos produtos;

    Reduo ou eliminao de cimbramento;

    Melhores condies de trabalho;

    Facilidade na implementao dos programas de segurana no trabalho.

    Embora haja todas essas vantagens, a produo em srie, sob alguns aspectos, apresenta

    desvantagens, tais como [6]:

    Custo inicial relativamente mais alto, principalmente em curto prazo;

    Necessita de demanda mnima;

    Necessidade de maior espao fsico, tanto para montagem como para produo,

    j que utiliza equipamentos de grande porte;

    Qualificao e especializao dos trabalhadores envolvidos;

    Reduo do nmero de empregos, principalmente os no especializados.

    9

  • II.2 Classificao

    A classificao dos elementos pr-fabricados segue a classificao dos elementos pr-

    moldados, j que a diferena destes est no rigor do controle de qualidade adotado no

    processo de produo. Existem diversos critrios de classificao de pr-moldados, tais

    como: processo de produo, tipo de seo transversal ou funo estrutural. A seguir

    so apresentados alguns exemplos comuns de classificao [6 ]:

    Os elementos de CPM podem ser produzidos tanto no canteiro da obra, como em

    local distante da mesma, conforme estudo de viabilidade tcnico-econmica.

    Segundo este critrio existem pr-moldados de fbrica ou de canteiro.

    Os elementos pr-moldados podem ser produzidos j com seo plena ou podem

    receber in loco aumento de sua seo resistente e assim tem-se elementos pr-

    moldados de seo plena ou elementos pr-moldado de seo parcial,

    respectivamente. Os elementos de seo parcial quando complementados

    passam a ser chamados de elementos compostos.

    Dependendo do peso dos pr-moldados, pode ser necessria ou no a utilizao

    de equipamentos especiais para transporte e montagem dos mesmos. Considera-

    se, segundo este critrio, trs tipos de elementos: at 0,3kN elementos leves, de

    0,3 a 5,0kN elementos de peso mdio e acima de 5kN elementos pesados.

    Segundo a preocupao esttica com o pr-moldado, o mesmo pode ser pr-

    moldado normal ou pr-moldado arquitetnico. Os pr-moldados arquitetnicos

    so geralmente utilizados em fachadas ou locais em que os mesmos so visveis.

    Exemplo destes elementos so os painis de fachada, os quais podem ou no ter

    funo estrutural.

    Quanto funo, os elementos podem ser classificados em pr-moldados no

    estruturais ou pr-moldados estruturais, estes ltimos podem ser protendidos.

    A Norma Brasileira de pr-moldados no apresenta claramente uma classificao dos

    elementos pr-moldados fazendo apenas distino de sua funo estrutural, tal como:

    elementos em flexo simples (vigas e lajes), elementos em flexo composta (pilares)

    elementos de fundao (estacas e sapatas). Entretanto, esta norma utiliza o termo peas

    compostas para elementos pr-moldados com seo composta.

    10

  • II.3 Aplicaes dos Pr-fabricados

    A industria de pr-fabricados alcanou um patamar de desenvolvimento tecnolgico, no

    qual existe uma diversidade de sistemas construtivos, artefatos, acessrios e materiais,

    que se adaptam aos diferentes tipos de obras, tais como: pontes, reservatrios, tneis,

    casas, edifcios industriais, comerciais, residenciais e de instituies de ensino, edifcios

    garagem, hotis, hospitais, etc.

    As Figuras II-5 a II-10 mostram alguns exemplos que do noo da diversidade de obras

    realizadas com emprego de elementos pr-fabricados estruturais:

    Figura II-5 Edifcio garagem, [14 ].

    Figura II-6 Estdio esportivo, [15 ].

    11

  • Figura II-7 Shopping Center, [15 ].

    Figura II-8 Centro Integrado de Educao Pblica-CIEP, [20 ].

    Figura II-9 Viaduto, [18 ].

    12

  • Figura II-10 Ponte para pedestre, [15 ].

    Apesar da indstria nacional de pr-fabricados ser bastante desenvolvida,

    principalmente do ponto de vista tcnico, ainda no tem sido aplicada toda sua

    potencialidade, j que o emprego de pr-fabricados tem sido restringido s construes

    de galpes ou alguns elementos tais como: pontes, lajes, blocos de pisos e paredes,

    postes, estacas e manilhas para sistemas de drenagem. No Brasil, ainda no comum o

    uso de elementos pr-fabricados arquitetnicos ou a total construo de obras com

    emprego de pr-fabricados, embora se disponha de toda tecnologia necessria.

    II.3.1 Tendncias e Inovaes na Tecnologia de Pr-fabricados

    A seguir so listados alguns avanos e tendncias que j esto sendo introduzidos na

    indstria de pr-fabricados em todo o mundo [6 ]:

    Produo

    A produo de pr-moldados sempre foi vinculada produo em srie e, portanto, a

    automatizao da produo dos elementos de CPM sempre almejada. Da a constante

    necessidade de se investir no desenvolvimento de novos equipamentos.

    Materiais

    Atualmente, tem-se investido em pesquisas para melhoria das caractersticas do

    concreto. Portanto, tem-se buscado o desenvolvimento de concretos de alto desempenho

    e no apenas concretos de alta resistncia. O concreto de alto desempenho pode ser

    conceituado como o concreto que possui as melhores propriedades de acordo com sua

    13

  • destinao. Desta forma, esses concretos so projetados para que tenham as

    caractersticas desejveis, quer seja resistncia e durabilidade, quer seja tempo de cura,

    quer seja trabalhabilidade, etc.

    Uma das grandes preocupaes atuais a durabilidade das estruturas. Assim esta

    propriedade se tornou um aspecto relevante e objeto de pesquisas que se desenvolvem

    atualmente. A aplicao de concretos de alto desempenho uma forte tendncia em

    todo o mundo, j que o mesmo tambm proporciona um melhor aproveitamento dos

    materiais. J existem vrios registros de obras realizadas com elementos pr-fabricados

    de concreto de alto desempenho.

    Projetos

    Cada vez mais se tem buscado a automatizao de projetos de forma que se possa

    proporcionar solues personalizadas. Em busca de se proporcionar maior versatilidade

    s construes, h tambm uma tendncia de se projetar estruturas desmontveis.

    Ultimamente, nos EUA, Canad e Europa, se tem empregado muito elementos de

    concreto pr-fabricado arquitetnico. O resultado tem sido muito apreciado, tornando-

    se, portanto, uma tendncia do setor, j que certamente o enobrece. Em pases como

    Japo e EUA, onde forte a ocorrncia de sismos e furaces, esto sendo estudadas

    estruturas de CPM que sejam resistentes ao destes fenmenos naturais.

    14

  • Captulo III

    PECULIARIDADES NO PROJETO E EXECUO DE

    PR-FABRICADOS

    Quando os elementos pr-fabricados so produzidos fora de seu local de montagem, isto

    da obra, surgem tanto no processo de produo, como na montagem, algumas

    particularidades que necessitam ser consideradas, j durante a fase de projeto. Dada a

    importncia dessas particularidades, no presente captulo, so feitos alguns comentrios

    sobre as mesmas.

    III.1 Planejamento da Produo

    Independente do local de produo, pr-fabricado de fbrica ou de canteiro, sempre h

    necessidade de se estabelecer um programa do ciclo de produo. A seguir so descritos

    os trs processos de execuo de pr-fabricados mais utilizados:

    Execuo em pista de concretagem: geralmente este tipo de ciclo de produo

    utilizado para execuo de elementos protendidos e consiste na utilizao de uma pista

    de concretagem onde os elementos so moldados em fileira com separadores entre os

    mesmos, de forma que se possa utilizar armadura ativa continua e aplicar a protenso

    em todos os elementos de uma vez, restando apenas o trabalho de corte das armaduras

    ativas entre os elementos. Este sistema se caracteriza por apresentar grande rapidez de

    produo, uma vez que a produo contnua ao longo da pista;

    Execuo em sistema carrossel: neste sistema as frmas se movimentam em um ciclo

    que compreende a passagem por todas as etapas: limpeza e aplicao de antiaderente,

    colocao de armadura, moldagem do concreto, cura do concreto e desmoldagem. Caso

    no seja necessria aplicao de protenso, este sistema tende a ser mais verstil que o

    sistema em pista de concretagem, j que h possibilidade de se mudar a produo do

    tipo de elemento rapidamente.

    15

  • Execuo com frma estacionria: neste processo as frmas no se movimentam,

    portanto, as equipes ligadas no processo de produo que circulam pelas mesmas. Este

    sistema parece ser o que apresenta maior morosidade de execuo.

    O sistema em pista de concretagem, geralmente, necessita de maior espao fsico para

    ser implementado que os demais sistemas. Independente do sistema adotado as

    instalaes fsicas devem ser muito bem planejadas, j que o layout pode influenciar

    consideravelmente na rapidez de execuo.

    Com relao s frmas; pde-se perceber que estas so elementos de grande

    importncia na execuo de pr-fabricados. Devido produo em srie, muito

    comum a utilizao de frmas de plstico ou frmas metlicas (ao ou alumnio), j que

    as mesmas possuem maior capacidade de reutilizao e ainda proporcionam melhor

    acabamento aos elementos. Mas tambm so utilizadas frmas de madeira, fibra de

    vidro, concreto e at frmas mistas (concreto e ao). Portanto, a escolha do tipo de

    frma a ser utilizado depende de cada caso.

    Nas Figuras III-1 a III-4 so mostrados alguns exemplos de frmas utilizadas na pr-

    moldagem.

    Figura III-1 Frma metlica das Vigas Peixe utilizadas nos acessos da Ponte Presidente

    Costa e Silva que liga o Rio de Janeiro a Niteri , [18 ].

    16

  • Figura III-2 Frma para execuo de viga Vierendeel, [12].

    Figura III-3 Pista-forma para produo de seo T, [21 ].

    17

  • Figura III-4 Frma metlica regulvel para laje , [13 ].

    So desejveis as seguintes caractersticas nas frmas: estabilidade geomtrica,

    estanqueidade, facilidade de colocao de armadura, pouca aderncia, facilidade na

    desmoldagem e pouco custo de manuteno. A NBR9062 [10] trata destes assuntos em

    seu subitem 9.5, e as tolerncias de dimenses so abordadas no subitem 5.2.2.

    III.2 Montagem da Estrutura

    Devido ao peso e s dimenses dos elementos estruturais pr-fabricados, normalmente

    so utilizados equipamentos para seu manuseio e transporte, tais como: gruas, prticos

    rolantes e caminhes.

    Normalmente, para realizao do iamento dos elementos, so utilizadas alas de aos

    especiais, em geral cordoalhas, presas por aderncia ou ganchos internos. Durante estas

    situaes de manuseio os elementos so solicitados a carregamentos diversos e devem

    ser projetados de tal maneira que sejam resistentes aos mesmos.

    As Figuras III-5 a III-8 ilustram alguns exemplos de montagem no canteiro de estruturas

    pr-fabricadas.

    18

  • Figura III-5 Viga de seo I sendo iada, [15 ].

    Figura III-6 Montagem de lajes alveolares protendidas, [17 ].

    Figura III-7 Viga peixe da Ponte Rio-Niteri durante a fase de montagem, [18 ].

    19

  • Figura III-8 Montagem de pilar pr-fabricado.

    Elementos lineares de pequena largura, como vigas, devem ser projetados de tal maneira

    que seja garantida a estabilidade ao tombamento lateral durante as fases de execuo e

    montagem. Esta providncia pode ser tomada, at mesmo, utilizando ligaes do tipo

    encaixe.

    Caso haja concretagem in loco, deve-se garantir o fechamento de juntas para que no

    haja vazamentos. Existe uma diversidade de argamassas que podem ser utilizadas com

    essa finalidade.

    III.3 Ligaes entre Elementos Pr-fabricados

    Assim como ocorre em estruturas de ao, onde os elementos so ligados durante a fase

    de montagem, uma ateno especial deve ser dispensada s ligaes de elementos de

    CPM. A escolha do tipo de ligao influncia tanto na produo e montagem dos

    elementos, como no comportamento da estrutura quando em servio.

    Existe uma grande variedade de tipos de ligaes, capazes de transmitirem os diferentes

    esforos entre os elementos. A NBR 9062 [10 ] classifica as ligaes de elementos pr-

    fabricados de acordo com o tipo de esforo solicitante predominante, portanto tem-se

    20

  • ligaes solicitadas predominantemente por compresso, trao, flexo ou por

    cisalhamento. A seguir so descritos alguns tipos de ligaes utilizadas em estruturas de

    CPM:

    a) Quanto ao grau de restrio

    Ligaes rgidas: ligaes capazes de transmitir perfeitamente todos

    os esforos, ou seja, para o nvel de solicitao no ocorrem rotaes

    relativas entre os elementos conectados;

    Ligaes semi-rgidas: ligaes capazes de transmitir parcialmente os

    momentos entre os elementos;

    Ligaes articuladas: so as ligaes que se deformam irrestritamente

    sem transferncia de momento entre os elementos.

    Embora as ligaes articuladas sejam de mais simples execuo, elas apresentam

    algumas desvantagens, se comparadas s demais, que so:

    M distribuio de esforos nos elementos fletidos, com concentrao

    de momentos fletores no interior dos vos, o que implica em sees

    mais robustas;

    Maiores deflexes, as quais podem, por muitas vezes, ser o fator

    determinante em projetos.

    No caso de serem utilizadas em pilares, aumentam o comprimento

    efetivo de flambagem alm de diminurem a redundncia estrutural.

    As ligaes rgidas e semi-rgidas ainda exigem cuidados nas reas de contato a fim de

    se evitar grandes concentraes de tenses.

    Segundo esta classificao, pode-se perceber que o tipo de ligao definido de acordo

    com sua capacidade de transmitir momento entre os elementos conectados. Portanto, a

    melhor maneira de se representar uma ligao atravs de sua curva caracterstica

    momento x rotao de acordo com a Figura III-9.

    21

  • Ligao articulada

    Ligao rgida

    M

    Ligao semi-rgida

    Figura III-9 Diagrama clssico de momento fletor x rotao das ligaes.

    b) Quanto ao tipo de contato

    Ligaes macias: ligaes que utilizam materiais de amortecimento entre

    os elementos ligados, tais como: neoprene, chumbo, etc. Este tipo de

    ligao produz melhor distribuio de tenses de contato entre os

    elementos, alm de permitir deslocamentos;

    Ligaes duras: so as ligaes que se fazem com o contato direto dos

    elementos ligados, ou assentamento direto sobre camada fina de

    argamassa mida.

    c) Quanto ao material empregado

    Junta de argamassa de assentamento: utiliza concreto ou argamassa,

    portanto, esse tipo de ligao necessita de maior tempo para sua

    efetivao. A argamassa de assentamento pode ser utilizada tanto na

    ligao de elementos pr-fabricados, como entre elemento moldado no

    local e elemento pr-fabricado;

    Junta a seco: especialmente para extremidades dos mdulos-viga, essas

    juntas so realizadas com a utilizao de aparelhos de apoio tpicos,

    almofadas de neoprene, de chumbo ou apenas rtulas metlicas, tal como

    em estruturas de ao.

    22

  • III.3.1 Execuo das Ligaes e Continuidade entre Mdulos de Lajes

    Dependendo do tipo de ligao a ser adotada, os elementos pr-fabricados j so

    produzidos de forma a possibilitarem a execuo da mesma, tal como acontece na

    produo de elementos compostos, onde normalmente se utilizam armaduras salientes,

    que por sua vez quando posteriormente concretadas ajudam na transmisso de esforos.

    Para o estabelecimento das ligaes podem ser utilizados vrios recursos ou

    dispositivos, tais como: armaduras ativas ou passivas, chapas e perfis metlicos

    parafusados ou soldados, aparelhos de apoio, encaixes, consolos, recortes,

    chumbadores, etc.

    Qualquer que seja o recurso utilizado deve-se fazer, assim como em concreto armado e

    protendido, as devidas verificaes e detalhamentos, tais como: verificao de

    comprimentos de ancoragem e emendas de barras, de chapas e de perfis, verificao de

    esforos localizados, etc. Foge do escopo deste trabalho o estudo destas peculiaridades,

    havendo literatura tcnica nacional que trata das mesmas, tais como [6], [10] e [11].

    As Figuras III-10 a III-14 mostram alguns exemplos de procedimentos e dispositivos de

    ligaes entre mdulos pr-fabricados de concreto armado e protendido para formao

    de lajes nervuradas. A Figura III-15 apresenta exemplos de continuidade entre vigas

    sobre pilares. Para vrias outras ligaes entre elementos de concreto pr-moldado e

    entre elementos de concreto pr-moldado e moldado no local ver a referncia [6 ].

    No presente trabalho so utilizadas as seguintes siglas: concreto pr-moldado CPM e

    concreto moldado no local - CML.

    23

  • JuntaA

    a) mdulos de laje em CPM ligados na direo longitudinal.

    CML

    Aba da lajeCPMCPM

    Armadura de continuidade

    Obturao

    b) corte A-A na junta.

    c) detalhes em perspectiva de ligaes da mesa.

    Figura III-10 Ligaes de lajes pr-fabricadas na direo longitudinal da mesa, [6].

    24

  • CMLArmadura passiva

    Aparelho deapoio

    a) Vista em perspectiva.

    Continuidade com armadura passiva

    Travessa

    CPM

    CML

    Aparelho de apoioCPM

    CPM

    Mdulo de Lajes

    b) detalhe em corte da junta.

    Figura III-11 Continuidade de lajes de seo sobre vigas com uso de armadura

    passiva.

    25

  • CPMDiafragma

    CMLContinuidade com armadura passiva

    Aparelho de apoio

    a) Detalhe em perspectiva da continuidade entre mdulos trapezoidais de lajes.

    Continuidade com armadura passiva

    Travessa

    CML

    Aparelho de apoio

    CPM CPM

    Mdulo de Lajes Trapezoidais

    CPMArmadura pr-tracionada

    b) detalhe em corte da continuidade de mdulos trapezoidais de lajes.

    Figura III-12 Ligao entre mdulos de seo trapezoidal usando apenas sobrecapa de

    CML armado, [proposto neste trabalho].

    26

  • Nas Figuras III-11 e III-12 so ilustradas solues usuais para estabelecimento de

    continuidade, entretanto, sua efetividade discutvel j que devido ao estreitamento da

    seo e de existirem dois ns de apoio, um no extremo de cada vo, dependendo do

    nvel de carregamento podero ocorrer rotaes relativas entre as lajes. Nestas

    condies esse tipo de soluo no promove a real situao de continuidade,

    funcionando como uma ligao semi-rgida. Na Figura III-13 pode-se melhor perceber

    este tipo de ligao.

    Figura III-13 Corte representando a real situao de apoio das lajes para o caso das

    ligaes apresentadas na Figura III-11 e III-12.

    CPM

    Armadura passiva

    Armadura ps-tracionada

    Armadura pr-tracionada

    Travessa

    T

    Sobrecapa

    groutCPM

    CPM

    T

    Bainha pronta para passagem das cordoalhas

    Figura III-14 Vista em corte de uma ligao sobre viga entre mdulos pr-fabricados de

    laje de seo transversal celular (trapezoidal ou bitrapezoidal) com

    emprego de armadura ativa adicional, [proposto neste trabalho].

    27

  • A Figura III-14 ilustra o caso em que a continuidade entre elementos pr-fabricados

    estabelecida a partir do uso de armadura ps-tracionada com geometria poligonal na

    obra. Devido a solidarizao da ligao mediante o uso de grout e aos esforos normais

    gerados pela protenso, esta soluo alm de garantir a perfeita continuidade entre os

    elementos ainda aumenta a capacidade portante dos mesmos.

    Figura III-15 Estabelecimento de continuidade das vigas sobre console dos pilares, [6].

    A Figura III-15 apresenta alguns exemplos de continuidade entre vigas pr-fabricadas

    sobre pilares, atravs do uso de armadura e de dispositivos metlicos. Pode-se utilizar

    ainda armaduras ativas, entretanto, esta soluo requer uma anlise mais criteriosa, j

    que poder provocar o surgimento de esforos horizontais nos pilares.

    III.3.2 Patologias em Ligaes

    Quando uma estrutura de elementos pr-fabricados de concreto devidamente

    concebida, dimensionada e detalhada geometricamente incluindo os detalhes de ligaes

    para todas fases construtivas, dificilmente ocorrero patologias devidas ao processo de

    montagem. Entretanto, devido aos descuidos de montagem, que levam a grandes

    desvios geomtricos e folgas, as patologias mais freqentes ocorrem justamente nas

    ligaes entre os diversos elementos em CPM. Portanto, as principais causas

    patolgicas de estruturas pr-fabricadas advm de vcios de construo, tais como:

    Corte ou acrscimos improvisados dos extremos das nervuras ou enrijecedores

    das lajes, quando h incompatibilidade de geometria e dimenses das peas na

    fase de montagem;

    28

  • Concretagem inadequada das partes em CML, no se tomando o cuidado de

    vedar ou, quando necessrio, armar satisfatoriamente as juntas;

    Surgimento de desnveis geomtricos construtivos;

    Exposio s intempries de dispositivos metlicos de ligaes ou de ancoragens

    de armaduras ativas;

    Destruio parcial, no devidamente analisada e executada, de elementos para

    passagem de dutos de instalaes prediais;

    Ausncia de aparelho de apoio na interface de elementos estruturais que se

    interceptam.

    A NBR 9062 trata das ligaes dos elementos pr-moldados em seu stimo item, onde

    so apresentadas recomendaes tanto para o dimensionamento como para execuo das

    mesmas.

    A seguir so apresentados, nas Figuras III-16 a III-20, alguns registros [9] de patologias

    ocorridas em estruturas pr-fabricadas:

    Figura III-16 Ligao de vigas-calha sobre topo de pilar: nota-se abertura da junta das

    vigas sobre o apoio, mais pronunciada na metade superior da junta,

    indicando rotao relativa causada pela deformao por flexo das vigas

    devido ao fenmeno reolgico de fluncia do concreto, [9].

    29

  • Figura III-17 Ligao longitudinal de laje : nota-se m execuo das ligaes (juntas)

    longitudinais das lajes, o que vem a resultar na ocorrncia de carbonatao

    do concreto, [9].

    Figura III-18 Ligao entre lajes esconsas: devido aos recortes desiguais nas

    nervuras h situao de grande desnvel entre as lajes esconsas

    contguas apoiadas sobre aba-console de viga principal, [9].

    30

  • Figura III-19 Passagem de duto: furo na laje pr-moldada para passagem de duto de

    instalaes prediais. Nota-se que no houve nenhum tratamento estando

    a armadura exposta ao da corroso, [9].

    Figura III-20 Ligao de laje e viga transversal: devido aos grandes desvios

    geomtricos construtivos (nas cotas verticais dos consoles de pilares) ou

    por troca de tipos de vigas, nota-se o recorte da extremidade da nervura

    de um mdulo esconso de laje executado antes da concretagem, com

    inteno de realizar um dente no previsto em projeto. Nota-se o mau

    acabamento do recorte, onde as extremidades das armaduras (ativa e

    passiva) esto desprotegidas. Tambm se verifica o pequeno contato

    entre a aba-console da viga e a nervura da laje, [9].

    31

  • III.4 Elementos Compostos

    Os elementos compostos foram utilizados pela primeira vez em 1891, na construo do

    j mencionado Cassino de Biarritz, sendo seu uso intensificado aps a Segunda Guerra

    Mundial, principalmente em tabuleiros de pontes. Conforme j definidos, esses

    elementos so formados por sees compostas, onde a parte pr-fabricada serve de

    frma para a parte moldada no local. A utilizao de elementos compostos apresenta

    algumas vantagens prprias, alm de algumas outras vantagens inerentes aos elementos

    de CPM ou de CML, tais como:

    Transporte e manejo de elementos mais leves, se comparados com elementos

    totalmente pr-fabricados;

    Facilidade de realizar as ligaes devido ao lanamento do concreto no local;

    Reduo ou dispensa do uso de frmas e cimbramento e drstica reduo dos

    servios de armao na obra;

    Produz monolitismo na estrutura, principalmente se todos os elementos

    estruturais utilizados forem do tipo compostos.

    Devido ao fato das sees compostas sofrerem mudanas de suas propriedades

    geomtricas, bem como de solicitao de acordo com cada fase executiva, deve-se

    analisar o comportamento estrutural dos elementos compostos em todas essas fases, as

    quais so descritas:

    Primeira fase construtiva: corresponde a produo da seo pr-fabricada, o elemento

    pode nesta fase ser solicitado pelas seguintes aes: peso prprio, fora de protenso,

    aes dinmicas produzidas pelo transporte, temperatura e efeitos reolgicos;

    Segunda fase construtiva: corresponde a montagem e lanamento do CML, podem

    ocorrer as seguintes solicitaes: peso prprio tanto do CPM como do CML, fora de

    protenso, sobrecargas de pessoas e equipamentos de montagem, temperatura e efeitos

    reolgicos. Deve-se destacar que nesta fase os efeitos reolgicos so diferenciados para

    cada tipo de concreto componente da seo composta;

    32

  • Terceira fase construtiva ou fase de servio: corresponde a fase em que o elemento j

    est plenamente solidarizado e podem atuar as seguintes aes: peso prprio do

    elemento composto, fora de protenso, todas as sobrecargas (inclusive cargas

    acidentais de vento e de sismo), temperatura e reologia dos materiais.

    Deve-se notar que os elementos compostos podem ser formados por diferentes

    concretos e, portanto, devem ser consideradas tambm as diferentes propriedades

    mecnicas dos mesmos. Para que o elemento seja considerado como verdadeiramente

    composto, todas as tenses devem ser transferidas de um concreto para outro, o que

    deve ser garantido pela aderncia, nichos ou armadura na interface dos dois concretos.

    Caso haja grandes deslizamentos entre as duas superfcies, a seo no responder como

    seo composta, j que no ocorrer transferncia das tenses cisalhantes de uma

    camada para outra. Este assunto ser melhor tratado no Captulo IV. A Figura III-21

    ilustra os diagramas de tenses normais nas trs fases construtivas de um tpico

    elemento composto pr-moldado de concreto protendido. Nesses diagramas no so

    considerados os efeitos devidos variao de temperatura nem os efeitos da fluncia e

    retrao do concreto.

    Uma memria de clculo manual contemplando essas fases construtivas, de entrada em servio e a verificao em relao ruptura de mdulos tpicos de laje trapezoidal, apresentada no Anexo-A.

    Sendo:

    gin loco => Peso prprio do concreto moldado no local

    q => Sobrecargas

    P => Fora de protenso

    P+gin loco+gpr

    P+gpr

    Tenses normais

    2

    3

    1

    Fases

    P+gin loco+gpr+qq

    gin loco P+gin loco+gpr

    P gpr P+gpr

    gpr => Peso prprio do pr-fabricado Figura III-21 Tenses normais atuantes num elemento composto pr-moldado de

    concreto protendido, correspondente a cada fase construtiva.

    33

  • Captulo IV

    TRANSFERNCIA DE ESFOROS

    Como visto no Captulo III, o funcionamento dos elementos compostos depende da

    transmisso do esforo cisalhante na interface entre o CML e o CPM. Em peas

    solicitadas flexo a interligao usualmente realizada por meio de nichos, armaduras

    de costura ou conectores de ao, caso seja pequena a superfcie de contato, como

    acontece normalmente em vigas compostas. No entanto, se a superfcie de contato for

    grande, como ocorre em pisos, a transferncia do esforo de cisalhamento pode dar-se

    apenas por aderncia da massa de concreto moldado in loco e o elemento de CPM.

    Por causa dos carregamentos atuantes, tanto durante as fases de transporte e montagem

    quanto em servio, freqentemente se opta pela soluo de protenso para elementos

    estruturais de grandes vos. O procedimento de pr-tracionamento dos fios ou

    cordoalhas traz algumas vantagens em pr-fabricados tais como:

    Controle da fissurao do concreto, bem como proteo das armaduras devido

    aderncia das mesmas com o concreto;

    Uma maneira eficaz de produzir a capacidade resistente necessria aos

    elementos nas fases de transporte dos elementos e de montagem da estrutura;

    Facilidade de execuo, j que normalmente so utilizadas mesas ou pistas para

    produo dos elementos, com a vantagem extra de dispensar os servios de

    protenso na obra;

    Dispensa de ancoragens, j que a protenso se d pela aderncia das armaduras

    ativas ao concreto;

    Dispensa do uso de bainhas, caso a armadura ativa seja aderida diretamente ao

    concreto.

    34

  • No obstante as vantagens acima relacionadas, alguns problemas decorrem do uso da

    tcnica de pr-tensionamento. Um desses problemas o surgimento de fortes tenses na

    regio de transferncia da fora de protenso ao concreto, as quais devem ser resistidas

    pela aderncia da armadura ativa ao concreto.

    Nesta oportunidade sero tratados dois tipos de transferncia de esforos que ocorrem

    em elementos compostos pr-tensionados, que so: transferncia da fora de protenso

    das cordoalhas para o concreto envolvente, no caso de pr-tracionamento das cordoalhas

    ou fios com aderncia direta ao concreto e transferncia de foras de cisalhamento

    longitudinal na interface dos concretos da laje e sobrelaje de diferentes idades (CML e

    CPM).

    IV.1 Aderncia de Cordoalhas Pr-tracionadas

    Pode-se descrever a tcnica de protender um elemento de concreto pr-fabricado

    mediante armaduras pr-tracionadas, na grande maioria dos casos de aplicao, nas

    seguintes fases:

    Protenso da armadura: consiste na aplicao da tenso de trao armadura,

    sendo esta ancorada em suas extremidades por meio de ancoragens provisrias

    sobre uma mesa de protenso;

    Concretagem e cura dos elementos: consiste no lanamento, adensamento e cura

    do concreto;

    Liberao da armadura: consiste na liberao das armaduras das ancoragens

    provisrias na mesa ou pista de protenso aps o necessrio ganho de resistncia

    do concreto. Nesta fase que ocorre a transferncia da fora de protenso das

    armaduras para o concreto.

    Segundo MACGREGOR apud [22 ], a tenso de aderncia pode ser estudada mediante

    trs modelos de ensaio:

    Modelo de prisma carregado axialmente;

    35

  • Modelo de viga flexo;

    Modelo de arrancamento;

    Peas protendidas, com armaduras pr-tensionadas, apresentam dois comportamentos; o

    primeiro na fase da transferncia da protenso e o segundo quando as mesmas so

    solicitadas flexo. Ento, nenhum dos trs modelos de ensaio citados acima capaz de

    representar adequadamente o comportamento mecnico da aderncia entre fios ou

    cordoalhas e o concreto prximo extremidade da pea.

    A representao das zonas de aderncia faz-se por meio de um diagrama bilinear

    mostrado na Figura IV-1 que relaciona a tenso na armadura com a distncia em relao

    extremidade da pea.

    lbplbpd

    lbpt

    I

    p

    fpydpi

    poo

    Distncia da extremidade

    II

    Figura IV-1 Variao de tenso x distncia da extremidade da pea de CPM com

    armadura pr-tracionada aderente, [22].

    Durante a transferncia da protenso (do tipo gradual), medida que vai ocorrendo o

    alvio da protenso na cabeceira da pista, a tenso de protenso vai sendo transferida do

    ao para o concreto.

    36

  • Na proporo que se diminui a tenso de trao na armadura h a tendncia de aumentar

    o dimetro da mesma. Porm o contato com o concreto circunvizinho impede que este

    fenmeno ocorra em toda a extenso da pea. Este fenmeno faz com que aumente o

    confinamento do concreto ao redor da armadura e o atrito entre o ao e o concreto.

    Devido presso transversal exercida pela armadura na tendncia de restaurar seu

    dimetro inicial (anterior ao tracionamento) gera-se uma elevao da tenso de

    aderncia, que est representada pelo trecho reto-I de maior inclinao na Figura IV-1.

    Portanto, a tenso na armadura passa de zero na extremidade ao valor da fora de

    protenso que se vai ancorar (sp), e o comprimento ao longo do qual se d a

    transferncia chamado de comprimento de transferncia (lbpt).

    O trecho de tenso que vai de sp tenso mxima admitida na armadura, que pode ser

    a tenso de escoamento ou a resistncia trao de clculo (fpyd na Figura IV-1),

    corresponde representao da armadura sendo solicitada flexo. Quando a pea

    comea a ser colocada em servio, ou seja, comea a ser solicitada flexo, aumenta a

    tenso na armadura o que leva a tendncia de reduo do dimetro da mesma. Este

    segundo fenmeno faz com que a tenso de aderncia mobilizada seja menor, segundo

    representado pela reta de menor inclinao (Figura IV-1). O comprimento ao longo do

    qual se d esse processo chamado de comprimento de ancoragem na flexo.

    Portanto, a completa ancoragem da armadura d-se pela soma do comprimento de

    transferncia e o comprimento de flexo e chamado de comprimento de ancoragem

    necessrio (lbpd).

    IV.1.1 Descrio dos Mecanismos

    Deve-se distinguir dois mecanismos no comportamento aderente das cordoalhas

    protendidas, que so: adeso e frico [23], conforme a seguir descritos:

    Primeiramente atua o mecanismo de aderncia por adeso, que se desenvolve, em termo

    microscpico, pela interconexo fsico-qumica de partculas da pasta de cimento com a

    superfcie de contato rugosa da armadura de ao com o concreto. Aps um pequeno

    deslocamento relativo (deslizamento) da armadura em relao ao concreto, manifesta-se

    o mecanismo de aderncia por frico. Este deslizamento decorre da ruptura do

    37

  • mecanismo de aderncia por adeso. O mecanismo de frico de cordoalhas bastante

    diferente do de fios lisos, como mostra a Figura IV-2.

    Tens

    o d

    e ad

    ern

    cia

    Deslizamento

    Cordoalhas

    Fios

    Figura IV-2 Diagrama tenso aderente x deslizamento para fios lisos e cordoalhas lisas,

    segundo FIB2000, [23 ].

    As Figuras IV-3 e IV-4 ilustram, respectivamente, a distribuio de tenses de aderncia

    de uma cordoalha e de um fio pr-tracionados aderidos ao concreto em uma

    extremidade em que garantida a aderncia.

    Figura IV-3 a) Trajetrias das tenses principais determinadas por fotoelasticidade

    para o caso de cordoalhas ancoradas por aderncia; b) Tenso principal de

    trao e tenso de trao de borda, como uma funo de bdV0 , para

    cordoalhas ancoradas por aderncia, [24].

    =

    38

  • Figura IV-4 Distribuio de tenses no concreto e no ao, na zona de ancoragem por

    aderncia de um fio pr-tracionado, [24].

    O mecanismo de aderncia por frico s se desenvolve caso se gere tenses de

    compresso radial perpendiculares superfcie da armadura, as quais podem ser

    originadas por diferentes causas (embora atuem concomitantemente):

    Efeito Poisson: por causa do confinamento pelo concreto e do Efeito Poisson

    que surgem nos fios de protenso mediante a variao das tenses nas mesmas,

    se originam tenses radiais sobre o concreto. Para o caso de cordoalhas formada

    por fios trefilados, tambm se originam tenses radiais sobre o concreto devido

    estrico ou contrao dos fios, mediante as variaes de tenses.

    Efeito Hoyer: o surgimento do Efeito Poisson nas zonas extremas dos elementos

    protendidos, faz com que a tenso na armadura se anule progressivamente

    (Figura IV-5) [24], entretanto, a contribuio desse efeito d-se

    concomitantemente com outros fatores, tais como:

    39

  • Presso radial

    Figura IV-5 Efeito Hoyer no extremo de uma armadura, [24].

    Efeito de encunhamento: por causa da variao longitudinal da forma da seo

    no circular da cordoalha, constituda por fios torcidos na forma helicoidal, a

    mesma tende a deslizar sem girar axialmente atravs de um canal no interior do

    concreto cuja seo no congruente passo a passo com a da cordoalha;

    A existncia de pequenas partculas de argamassa que ficam travadas entre a

    armadura e o concreto aps a ruptura da adeso;

    Retrao do concreto;

    Foras de compresso externas.

    A NBR 6118 recomenda em seu subitem 9.3.2.2 a determinao da resistncia de

    aderncia de clculo entre armaduras e concreto na ancoragem de armaduras ativas pr-

    tracionadas atravs da seguinte expresso:

    ctdppbpd fnnf 21= (IV.1)

    Onde nesta equao,

    c

    ctkctd

    ff

    inf,= , para o clculo do comprimento de transferncia deve ser calculado na

    idade de aplicao da protenso e para o clculo do comprimento de

    ancoragem deve ser calculado para a idade de 28 dias;

    3 2inf, .21,0 ckctk ff = , onde fck a resistncia caracterstica a compresso do concreto;

    40

  • =1pn 1,0 para fios lisos; 1,2 para cordoalhas de trs ou sete fios e 1,4 para fios

    dentados;

    =2pn 1,0 para situaes de boa aderncia e 0,7 para situaes de m aderncia;

    =c coeficiente de ponderao da resistncia do concreto.

    No escorregamento da armadura, em elementos estruturais fletidos, devem ser

    adotados valores de tenso de aderncia multiplicados por 1,75.

    IV.1.2 Deslizamentos

    Havendo aderncia, a tenso na armadura varia desde zero na extremidade at um valor

    mximo constante a partir de uma certa distncia da extremidade. A transferncia de

    esforos leva a um estado de compresso no concreto que evolui do mesmo modo,

    provocando encurtamentos. Supondo que o comprimento do elemento protendido

    suficiente para que exista compatibilidade de deformaes entre armadura e concreto, a

    armadura fica com uma tenso (spi) depois de liberada, inferior a tenso inicial (spo)

    por causa das perdas por encurtamento instantneo do concreto (ver Figura IV-1).

    A perda de tenso que se produz na armadura como conseqncia da liberao leva ao

    correspondente encurtamento da mesma, sendo este mais concentrado nas extremidades

    do elemento onde as perdas de tenso so maiores. Desta forma, dependendo do

    comportamento aderente por adeso e frico, produzem-se deslocamentos relativos

    entre a cordoalha e o concreto.

    Normalmente a tenso de protenso (spi) da armadura um valor em torno de 75% da

    capacidade nominal da mesma (ver Figura IV-1).Como a tenso da armadura depois de

    liberada (spi) menor que a tenso inicial de protenso, se produzem perdas diferidas

    de protenso at chegar a tenso na armadura em um tempo infinito (sp), tendo-se

    uma reserva de trao da armadura at esgotar sua capa