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1 Nº21 | JUNHO 2009 BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD Nº21 | JUNHO 2009 Conselho Nacional reúne pela primeira vez na sede do STEC entrevista 7 Almirante MARTINS GUERREIRO Participante activo na Revolução do 25 de Abril de 1974, Membro do Conselho da Revolução CONSELHO NACIONAL APROVA RELATÓRIO E CONTAS DE 2008 E ACORDO DE PRINCÍPIO STEC/CGD E EMPRESAS DO GRUPO 3 sindical sindical 3 14 horas livres VIAGEM À TUNÍSIA EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA IV CONCURSO DE FOTOGRAFIA DO STEC IV PRÉMIO LITERÁRIO DO STEC

sindical Conselho Nacional - STEC · do problema e que iria tomar posição se o caso vier a assumir carácter de continuidade. No Ponto um da Ordem de Trabalhos, depois de a Direcção

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1Nº21 | JUNHO 2009 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Nº21 | JUNHO 2009

Conselho Nacionalreúne pela primeira vezna sede do STEC

entrevista7

Almirante MARTINS GUERREIRO Participante activo na Revolução do 25 de Abril de 1974,Membro do Conselho da Revolução

CONSELHO NACIONAL APROVA RELATÓRIO E CONTAS DE 2008 E ACORDO DE PRINCÍPIO STEC/CGD E EMPRESAS DO GRUPO

3 sindical

sindical3

14 horas livresVIAGEM À TUNÍSIA

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA

IV CONCURSO DEFOTOGRAFIA DO STEC

IV PRÉMIO LITERÁRIO DO STEC

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2 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

A realidade já não é mais o que era!Nos últimos tempos os portugueses têm sido confrontados com algumas descobertas, perturbadoras, que, porventura, considera-riam impossíveis de acontecer.Por exemplo, terem percebido que afinal os bancos - essas insti-tuições tão poderosas e tão seguras - são tão vulneráveis como qualquer empresa e que de um momento para o outro podem também ir "por água abaixo" e arrastarem na queda os «espertos clientes» que neles tinham apostado.O Banco Português de Negócios foi um exemplo dessa face ne-gra da actividade bancária - que vive da publicidade enganosa, estimula a ambição fácil e ilude os incautos com promessas de rentabilidade que, afinal, não pode cumprir!O resultado dessa experiência bancária - em que valia tudo para atingir os fins - foi a nacionalização forçada do Banco, a detenção do seu Presidente, a abertura de inquéritos parlamentares, a troca de acusações entre gradas figuras dos accionistas, as suspeições que caíram sobre o Banco de Portugal, os milhões que desapare-ceram como fumo... e os muitos milhões de prejuízo potencial que o Estado se prepara para fazer recair sobre a pobre e endividada população portuguesa.O Banco Privado Português foi outro Banco, acima de qualquer suspeita - um Banco de elite que não aceitava qualquer cliente e os seleccionava de acordo com o pedigree dos apelidos e o montante das verbas que ali iriam aplicar - que, de repente, se descobriu que estava insolvente!Neste caso o filme dos acontecimentos foi outro: os responsá-veis pela gestão do Banco estão livres e a receber na íntegra os seus vencimentos, as centenas de milhões de Euros que, de imediato, alguns Bancos emprestaram, não se sabe que destino tiveram, mas vítimas já há - os muitos clientes que "inebriados" por promessas de juros altos aí entregaram tudo o que tinham e que agora se confrontam com um prejuízo dramático a que as autoridades viram olimpicamente as costas.Os banqueiros, essa classe de gente superior e discreta que co-manda a economia e manda nos políticos, está a aparecer ago-ra na ribalta, assumindo com grande desassombro, para uns, e grande descaramento para outros, que a culpa da crise é também e principalmente do contrato colectivo dos bancários! Essa clas-se "privilegiada", que mantém «direitos absurdos e imorais» sem qualquer justificação nos tempos difíceis que os bancos estão a viver!O porta-voz desta posição foi o Presidente do Conselho de Admi-nistração do BPI, mas não há qualquer dúvida de que não actuou por conta própria. O silêncio a que a Associação Portuguesa de Bancos se remeteu produz um ruído ensurdecedor de compro-metimento. Os trabalhadores bancários - atónitos uns, confusos outros e desesperados a sua maioria - observam tudo isto como se de um filme de terror se tratasse, mas que já adivinham não ir ter um fim feliz!Perante o desencadear de novas realidades e o cenário dramático de que está a revestir-se, por muitos julgado impossível de suce-der, vai ter de surgir uma resposta clara e a criação de uma es-perança credível que possa, desta vez, envolver mesmo todos os portugueses. As crises, mesmo as mais dramáticas, são também as molas que impulsionam as grandes mudanças! Mas para tal, não tenhamos dúvidas, a verdadeira mudança não virá da parte de nenhum iluminado, qual salvador da pátria, mesmo que nos apresente uma qualquer solução milagrosa, suportada em milhões gastos em campanhas de marketing de imagem, que podem ser boas para “arrebanhar” votos mas péssimas para solucionar os verdadeiros problemas do paísTêm que ser os trabalhadores a dar o maior contributo para a mu-dança, unidos nas suas organizações, empenhados no combate a estas políticas e a esta gente sem escrúpulos.Se ficarmos parados, à espera que do céu caia qualquer coisa, a mudança irá ser certamente ainda para pior!

índice

CAIXA ABERTA Nº21JUNHO 2009

editorial

BANQUEIROS, CLIENTES DA BANCA ...E TRABALHADORES BANCÁRIOS

caixa sindical3 • CONSELHO NACIONAL REÚNE PELA PRIMEIRA VEZ NA SEDE DO STEC - APPROVAÇÃO RELATÓRIO E CONTAS DE 2008, E ACORDO DE PRINCÍPIO STEC/CGD E EMPRESAS DO GRUPO• DELEGADOS SINDICAIS MANIFESTAM OPINIÃO

SOBRE AS NEGOCIAÇÕES STEC/CGD• COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL E 1º MAIO

- MANIFESTAÇÕES, EXPOSIÇÃO E JANTAR• ACÇÃO SINDICAL ARQUIPÉLAGOS - AÇORES E MADEIRA• O STEC PARTICIPOU NA MANIFESTAÇÃO

DE MADRID EM 14/5/2009

caixa entrevista7 • Almirante MARTINS GUERREIRO PARTICIPANTE ACTIVO NA REVOLUÇÃO DO 25 DE ABRIL DE 1974, MEMBRO DO CONSELHO DA REVOLUÇÃO

caixa com história12 • (DES)CONSTRUÇÃO DA IMAGEM FOTOGRÁFICA - A FOTOGRAFIA E AS CORRENTES ARTÍSTICAS (PARTE 3)

caixa horas livres14 • VIAGEM À TUNISIA• 5.ª TORNEIO DE FUTSAL• EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA NA SEDE DO STEC• IV CONCURSO DE FOTOGRAFIA - INSCRIÇÕES • PUBLICAÇÃO DO CONTO “O ELEFANTE” - - PRÉMIO LITERÁRIO - • IV PRÉMIO LITERÁRIO - INSCRIÇÕES

caixa protocolos18 • PROTOCOLOS

• INSÓLITO• CONT(R)A-CORRENTE20

caixa com direitos6 • LICENÇA SEM RETRIBUIÇÃO E OUTRAS LICENÇAS

caixa juris5 • TRABALHADORES VÍTIMAS DE BURLAS E INTIMADOS PELA CGD A PAGAR GANHAM EM TRIBUNAL

DELEGADOS SINDICAIS MANIFESTAM OPINIÃO SOBRE AS NEGOCIAÇÕES STEC/CGD

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3Nº21 | JUNHO 2009 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

A Direcção do STEC reuniu os Delegados Sindicais em 10 de Abril, para lhes dar conta do ponto da situação das negociações salariais com a CGD e ouvir a sua opinião.

Posteriormente, a Direcção apresentou uma proposta relativa às negociações do STEC com as Empresas do Grupo CGD: Caixa Leasing e Factoring, Fundimo, Caixagest, CGD Pensões, Caixa Capital, Caixanet, Imocaixa e Sogrupo IV (resultado já divulgado no comunicado nº 6 de 2009).O Presidente da Direcção procedeu à explicação sobre a oportunidade de apresentação da proposta, de forma a evitar a convocação de um novo Conselho Nacional, e esclareceu alguns pontos do seu conteúdo, nomeadamente a previsão da Direcção quanto ao conteúdo de um acordo que se aproxima sempre do da CGD. Submetida a proposta à votação, esta foi aprovada por unanimidade.Da reunião foi ainda lavrada acta para produzir efeitos imedia-tos que foi aprovada por unanimidade.

O Conselho Nacional reuniu pela primeira vez nas instalações da sede do STEC em Lisboa, no dia 17 de Abril, estando presentes, para além dos membros do Conselho Fiscal e Conselho Disciplinar, cinquenta e cinco membros com direito a voto. Da ordem de trabalhos constava:

sindical

CONSELHO NACIONAL REÚNE PELA PRIMEIRA VEZ NA SEDE DO STEC

Reunião de Delegados Sindicais

Conselho Nacional reuniu para aprovar:Relatório e Contas de 2008, e

Acordo de Princípio STEC/CGDe empresas do grupo

DELEGADOS SINDICAIS MANIFESTAM OPINIÃO SOBRE AS NEGOCIAÇÕES STEC/CGD

PONTO 1 – Discussão e votação do Relatório e Contas de 2008;

PONTO 2 – Revisão da tabela salarial e cláusulas de expressão pecuniária para 2009.

No ponto antes da ordem de trabalhos, além da aprovação por unanimidade da acta do Conselho Nacional anterior, aborda-da por alguns conselheiros a questão do abuso por parte de algumas Direcções Comerciais de Região na realização de reuniões de trabalho ao sábado. A Direcção disse estar ciente do problema e que iria tomar posição se o caso vier a assumir carácter de continuidade.

No Ponto um da Ordem de Trabalhos, depois de a Direcção fazer uma resenha sobre o conteúdo do Relatório e Contas e do Conselho Fiscal ter fundamentado o seu parecer favorável sobre o mesmo foi aberta a discussão, tendo havido algumas intervenções e pedidos de esclarecimento à Direcção, que fo-ram prestados. O documento foi aprovado por unanimidade. No ponto dois da Ordem de Trabalhos, o Presidente da Di-recção informou os Membros do CN sobre o resultado das negociações com a CGD (já divulgado no comunicado nº 4 de 2009), fazendo o ponto da situação das mesmas.

No seguimento desta intervenção foi apresentada à Mesa uma proposta no sentido de ser discutida e votada a ratificação de um acordo de princípio entre o STEC e a Caixa Geral de Depósitos.Iniciou-se um período de discussão em que intervieram al-guns membros do CN, colocando questões a que a Direcção respondeu.

Após várias intervenções, a proposta da Direcção foi subme-tida a votação tendo sido aprovada por unanimidade. Os membros do Conselho Nacional

também visitaram a exposição de fotografiaOs membros do Conselho Nacional

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Ainda no dia 30 de Abril realizou-se, em colaboração com a Comissão de Trabalhadores da CGD, o habitual jantar come-morativo, na Casa do Alentejo, que contou com a presença de 150 participantes e o Capitão Carlos Barata, em repre-sentação da Associação 25 de Abril.

No dia 1º de Maio, dirigentes, delegados sindicais e outros sócios do STEC associaram-se às grandes manifestações organizadas pela CGTP-IN, que decorreram em Lisboa e no Porto.

sindical

COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL E 1º MAIO - MANIFESTAÇÕES, EXPOSIÇÃO E JANTAR

O STEC comemorou de diversas formas o 35º aniversário do 25 de Abril.

No dia 25 participou na manifestação popular que se reali-zou em Lisboa. No dia 30 foi inaugurada na Sede do STEC uma exposição multimédia alusiva ao tema, que contou com a presença de diversos associados. De salientar que esta exposição esteve patente até ao final do mês de Maio, tendo sido visitada pelo Almirante Martins Guerreiro e pelo repre-sentante da Associação 25 de Abril, Capitão Carlos Barata, ambos militares de Abril e pelo Coordenador da CGTP – IN, Carvalho da Silva.

João Lopes entrega uma lembrança comemorativa do 35º Aniversário do 25 de Abril à Associação 25 de Abril, representada pelo Capitão Carlos Barata.

Carvalho da Silva, coordenador da CGTP-INvisitou a exposição e a sede do STEC

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5Nº21 | JUNHO 2009 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Com a globalização também as falsifi cações as burlas e os assaltos foram internacionalizados e se tornaram mais sofi sticados e violentos.

Relatamos aqui um exemplo que teve um

Não sendo a primeira vez que o faz, o STEC reconhece que mais amiúde deve-ria visitar esta área geográfica. O excep-cional acolhimento que se verificou por todos/as os/as trabalhadores/as deriva também da sua necessidade acrescida de acompanhamento.Muitos dos problemas que os/as traba-lhadores/as apresentam são comuns aos detectados no continente, tais como as questões das avaliações e incentivos, da progressão nas carreiras ou do desres-peito pelo horário de trabalho. No entanto e apesar dos avanços registados nos últi-mos anos, há ainda muitas insuficiências específicas da insularidade, relatadas essencialmente nas áreas da saúde e educação.As deslocações constantes e incómodas entre ilhas ou mesmo ao continente, para efectuar grande parte dos exames médi-cos necessários, são uma prática com a qual os/as trabalhadores/as e as hierar-quias têm de conviver quotidianamente.O afastamento dos filhos e os custos eco-nómicos inerentes ao ensino superior são outro dos lamentos mais ouvidos.

final feliz para os trabalhadores envolvi-dos que foram vítimas não só dos burlões como também da CGD, situação que se está a generalizar dentro da empresa.A CGD reclamou de 3 trabalhadores o reembolso de diversas quantias resultan-tes de cheques falsificados apresentados ao balcão para pagamento e que foram efectivamente pagos.

Como os trabalhadores recusassem o reembolso à Caixa, esta demandou-os judicialmente pedindo que fossem con-denados a pagar-lhes essas verbas.

Sucede que a acção improcedeu. A CGD recorreu, também o recurso im-procedeu, tendo transitado em julgado.

A razão da improcedência da acção foi o facto de os trabalhadores terem cum-prido todos os procedimentos exigíveis e desse modo não se poder assacar-lhes qualquer responsabilidade no sucedido, como a CGD infundadamente fez.

Que este caso sirva de exemplo tanto para empresa a quem cabe assumir os riscos da actividade, como para os tra-balhadores vítimas destas situações que não se devem deixar intimidar nem res-ponsabilizar e devem procurar sempre o apoio do sindicato.

jurisTrabalhadores vítimas de burlas e intimados pela CGD a pagar ganham em tribunal

Destas visitas resultou um considerável aumento de sindicalizações e eleição de vários delegados sindicais, para além de uma maior aproximação, confiança e co-nhecimento pessoal entre dirigentes sin-dicais e trabalhadores/as.

Se o aumento da representatividade (nú-mero de sócios) é muito importante para o sucesso da acção do STEC, em sede de negociação colectiva, os delegados sindi-cais são os nós essenciais na construção de uma rede activa e viva de interligação e transmissão de anseios e problemas, entre a Direcção e os/as trabalhadores/as.

Espera-se agora ainda a concretização da adesão de muitos outros/as que por várias razões não o fizeram na altura, apesar de terem reconhecido a acção positiva e claramente mais empenhada que o STEC tem demonstrado desde o seu surgimento em 2002, na defesa constante e intran-sigente de todos os trabalhadores/as do universo do Grupo CGD.

No cumprimento da missão primordial que deve nortear um sindicato, o STEC, na pessoa dos/as seus/suas dirigentes sindicais e elementos dos Secretariados Sindicais, visitou, no princípio de Maio, todos os locais de trabalho da CGD, nas várias ilhas dos Açores e Madeira.

ACÇÃO SINDICALARQUIPÉLAGOS - AÇORES E MADEIRA

O STEC PARTICIPOU NA MANIFESTAÇÃO DE MADRID EM 14/5/2009

Convocada pela Confederação Europeia dos Sindicatos, mais de 150.000 sindicalistas, de entre os quais dois activistas do STEC, integrados na representação da CGTP-IN protestaram contra a crise e apelaram aos governos e instituições europeias para um novo compromisso no qual o pri-meiro elemento é o emprego com direitos.

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No caso de trabalhador menor, e com vista à obtenção de adequada formação profissional, é-lhe especialmente asse-gurado também o direito a licença sem retribuição para a fre-quência de curso profissional que confira habilitação escolar ou curso de educação e formação para jovens, salvo quando a mesma for susceptível de causar prejuízo grave à empresa, e sem prejuízo dos direitos do trabalhador-estudante – con-forme art. 67º, nº 3, do C.T.

O trabalhador-estudante tem igualmente direito, em cada ano civil, a uma licença sem retribuição, com a duração de dez dias úteis seguidos ou interpolados - art. 92º, nº 2, do C.T.

Para além das situações referidas existe ainda uma outra categoria de licenças, que se filiando em motivos atinentes à tutela da parentalidade em razão do valor social emanente da maternidade e da paternidade, constituem também direitos dos trabalhadores, cuja concessão e gozo não podem, pois, ser recusados pelo empregador, a saber:

a) - Licença em situação de risco clínico durante a gravidez [art. 37º, do C.T.];

b) - Licença por interrupção da gravidez [art. 38º, idem];

c) - Licença parental inicial [art. 40º, idem];

d) - Licença parental inicial, exclusiva da mãe [art.41º, idem];

e) - Licença parental inicial, a gozar pelo pai, por impossibilidade da mãe [art. 42º, idem];

f) - Licença parental exclusiva do pai [art.43º, idem];

g) - Licença por adopção [art. 44º, idem];

h) - Licença parental complementar [art. 51º, idem];

i) - Licença para assistência a filho [art. 52º, idem];

j) - Licença para assistência a filho com deficiência ou doença crónica [art. 53º, idem].

O regime da Licença sem retribuição é actualmente regulado no art. 317º do Código do Trabalho (C.T.), revisto, aprovado pela Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro, sendo tal matéria tratada também na cláusula 93ª do Acordo de Empresa CGD/STEC, publicado no BTE nº 47, de 22/12/2007.

Em regra, a licença sem retribuição é concedida pelo em-pregador a pedido do trabalhador. O gozo da licença sem retribuição baseia-se e dependerá, pois, do mútuo acordo para tanto estabelecido entre as duas partes.

Há, porém, casos em que o trabalhador tem direito a licença sem retribuição sem o consentimento do empregador. É o que se verifica quando a licença sem retribuição tem finalidades formativas, como sucede com as situações previstas no nº 2, do art. 317º, do C.T., ou seja, sendo a licença de duração superior a sessenta dias, a mesma se destine à frequência de curso de formação ministrado sob responsabilidade de insti-tuição de ensino ou de formação profissional, ou no âmbito de programa específico aprovado por autoridade competente e executado sob o seu contrato pedagógico, ou à frequência de curso ministrado em estabelecimento de ensino.

Todavia, em qualquer desses casos o empregador pode opor-se à concessão da licença de retribuição desde que:

• Nos vinte e quatro meses anteriores tenha sido proporcionada ao trabalhador formação profi ssional adequada ou licença para o mesmo fi m;

• O trabalhador possua uma antiguidade inferior a três anos;

• O trabalhador não tenha requerido a licença com a antecedência mínima de noventa dias em relação à data do seu início;

• Se trate de microempresa (e, portanto, empregue menos de dez trabalhadores) ou de pequena empresa (se empregar menos de cinquenta trabalhadores) e não seja possível a substituição adequada do trabalhador;

• Não seja possível a substituição do trabalhador durante o período de licença, sem prejuízo sério para o funcionamento da empresa – conforme art. 317º, nº 3, do C.T.

direitos

LICENÇA SEM RETRIBUIÇÃOE OUTRAS LICENÇAS

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7Nº21 | JUNHO 2009 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

entrevista

va público o programa. E de facto o pro-grama é entregue de manhã na redacção do “República” que publica o Programa do MFA integral, julgo que é na 2ª edição do “República”.

Depois, à noite, a Junta de Salvação Nacional, por intermédio do Spínola e do Costa Gomes, faz alterações ao progra-ma. O programa original integral é o que é publicado no “República” e que é entre-gue por mim na redacção. Passaram-se então umas histórias um pouco caricatas com o jornalista Álvaro Guerra. Havia um código em que ele tinha uma parte de um selo, eu tinha a outra metade e eu disse a quem me atendeu: Olhe, diga lá ao Álvaro Guerra que está aqui o homem do selo. É claro que naquele dia de manhã o Álvaro Guerra estava a pensar em tudo menos em selos, de modo que mandou dizer que não estava nada interessado em selos. Eu insisti e depois ele lá se lembrou, lá veio e eu entreguei-lhe o Programa do MFA que ele me garantiu sair na edição seguinte do jornal.

Entretanto eu continuei nessa manhã a fazer a articulação com o Contreiras que estava no centro de comunicações da Armada e que tinha as ligações com as forças da Marinha e aquele episódio da fragata no Tejo passou directamente por estas nossas acções.

Eu não tive o contacto directo com a fragata, mas teve o posto de comando e o Contreiras passou ao posto de comando o contacto com a fragata e foi importante essa acção para que não houvesse ne-nhum acidente ali. Depois à tarde no fim do dia 25 de Abril era já a grande festa na rua.

Entretanto a minha grande preocupa-ção foi ir à Doca da Marinha ver se a Es-quadra da NATO que estava ali ancorada saía ou não saía, dado que estava pre-visto que saía a partir das oito horas. Eu cheguei lá por volta das oito e meia para confirmar, porque nós tínhamos receio que houvesse alguma interferência, mas realmente os navios estavam a largar, in-cluindo a tal fragata, que depois aparece no Tejo, que era a fragata portuguesa integrada na esquadra da NATO. Nessa altura já os militares do Salgueiro Maia e da Escola Prática de Infantaria estavam na Baixa. Para eu passar de um lado para o outro tinha que passar pelas linhas do

plano de operações não contemplava isso. Nós fizemos chamar a atenção para esse facto e foi-nos dito: - "Então façam vocês!" E realmente no dia 25 de manhã, a Marinha procurou tomar a PIDE e não o conseguiu numa primeira tentativa. Na segunda tentativa à tarde, já também con-jugado com forças de cavalaria, e depois, no dia 26, a PIDE rendeu-se. Eu estive envolvido nisso com o Almirante Crespo a contactar os Fuzileiros. Nessa altura o Comandante dos Fuzileiros era o Pinhei-ro de Azevedo, mais tarde Almirante. Eu tinha-lhe passado a ordem de operações e ele sabia que poderia haver forças de Fuzileiros a sair para uma acção militar em Lisboa. Eu fiz a ligação em Lisboa com essa força de Fuzileiros e depois mais tarde também com a força que veio da Marinha, enfim uma força recomposta, para cercar a PIDE.

Entretanto tinha uma missão particu-lar que era tornar público o Programa do MFA. A partir do momento em que eu considerasse que não havia recuo, nós tínhamos decidido tornar público o pro-grama do MFA, para que o povo portu-guês soubesse o que é que o movimento militar queria.

O movimento começou a correr bem e fui eu que decidi em que momento torna-

Almirante MARTINS GUERREIROParticipante activo na Revolução do

25 de Abril de 1974,Membro do Conselho da Revolução

continua

Há muito por fazerpara cumprir os ideais de Abril

Almirante MARTINS GUERREIROParticipante activo na Revolução do 25 de Abril de 1974,Membro do Conselho da Revolução

Pode referir-nos o seu envolvimento nos acontecimentos históricos do 25 de Abril de 1974?MG: Quanto ao dia 25 de Abril é relati-

vamente simples. O envolvimento anterior é muito mais longo, porque, de facto, em termos mesmo de organização clandes-tina dos ofi ciais da Armada, começámos em 1970. Tivemos um longo envolvimen-to, trabalho político, trabalho cultural, liga-ções com Sargentos e Praças da Marinha, com Marinheiros, nos níveis clandestino, semi-clandestino, legal, aberto, fundámos escolas para Marinheiros, enfi m, fi zemos muita coisa.

No dia 25 de Abril já estávamos articu-lados com o movimento dos Capitães, e, portanto trabalhámos muito para que hou-vesse um Programa do MFA. O redactor do programa e a pessoa essencial para a sua concretização e para as ideias foi o Melo Antunes, mas também é verdade que sem o contributo da Marinha prova-velmente não tinha havido programa. Até porque quem garantiu ao Melo Antunes, ou quem entusiasmou o Melo Antunes a ficar no Movimento fomos efectivamente nós, foi a Marinha. Depois da conversa connosco, percebeu ele e nós que havia vantagens em seguir o Movimento dos Capitães, integrar o movimento dos Ca-pitães, garantir-se um programa político. Começámos a trabalhar nisso, acertámos facilmente as ideias e ele depois come-çou a trabalhar. Esse trabalho foi conti-nuado pelo Melo Antunes depois de ele ter ido para os Açores mas a existência de um programa político foi também, em parte, um trabalho da Marinha. Sendo ele o redactor foi a Marinha que lhe garantiu os apoios nas reuniões, que defendeu sempre que era necessário um programa, até porque, no exército não havia pro-priamente uma corrente maioritária neste sentido e a corrente dos Spinolistas não queria programa nenhum, porque já tinha um programa que era o livro do General Spínola. Isto não foi fácil, mas, enfim, conseguiu-se.

Quanto ao próprio dia 25 de Abril, a acção militar em si, nós procurámos que as forças militares tomassem também a PIDE e a Legião, porque inicialmente o

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movimento. Estava então à paisana e cla-ro, não era uma situação simples, eu lá dizia ao soldado ou ao cadete: -"Olha, eu sou do Movimento também". Ele não per-cebia! Eu dizia: -"Então chama lá um teu superior". Depois aparecia o Alferes ou o Sargento e depois lá lhe dei a palavra e ele dizia: -"Ah, sim senhor, podes pas-sar!" A senha e contra-senha, nem todos as sabiam, os responsáveis sabiam, mas o soldado que estava no terreno com a espingarda deitado no chão, não sabia. Mas enfim isso passou e à tarde, era já realmente a grande festa, as pessoas na rua aos abraços, aos beijos, tudo uma festa extraordinária.

É assim um resumo rápido do meu dia 25 de Abril.

Passados 35 anos sobre a Revolução, que balanço faz do período revolucionário e da concretização do programa do MFA?MG: Esta resposta é um bocado difí-

cil. Mas em termos da concretização do Programa do MFA, eu digo: o programa cumpriu-se. Nós realmente concretizámos os três D. Mas será que podemos dizer: está totalmente cumprido? O 25 de Abril acabou? Os ideais do 25 de Abril estão atingidos? Eu digo que não! O programa tinha os três D, que eram: Desenvolvi-mento, Democracia e Descolonização.

Realmente o que podemos dizer que está concluído é a Descolonização. Se foi tudo bem feito ou não a história o dirá. Claro que houve pessoas que perderam coisas que tinham em Angola ou em Mo-çambique e portanto dizem que aquilo correu muito mal, mas enfim, nasceram novos países, e para o futuro o desenvol-vimento desses países é da responsabi-lidade dos seus povos, já não é nossa. Mas a Descolonização fez-se!

Em relação ao Desenvolvimento e à Democracia é evidente que se deram passos muito importantes, mas há muito por fazer. De facto naqueles primeiros anos houve avanços extraordinários em termos do estabelecimento da Democra-cia, de uma Democracia que não era ape-nas representativa, era uma Democracia participativa. O Período revolucionário é um período muito intenso e vibrante da participação das pessoas nas escolhas da sociedade. Constrói-se uma Democra-cia representativa mas temos em acção uma Democracia participativa. E é por isso que é um período revolucionário. E também porque se deita fora tudo quan-to era a velha ordem, portanto, ao criar uma nova ordem, as pessoas são de facto sujeitos activos da sua vida e das suas opções, isso é indiscutível. Foi um período extremamente interessante da sociedade portuguesa, de manifestações,

entrevista

continuação

de contra-manifestações, de projectos em confronto e em conflito, mas conse-guiu-se, estabeleceu-se, concretizou-se, estabilizou-se uma Democracia repre-sentativa. Fizeram-se eleições e como estava previsto, foram eleitos todos os órgãos representativos do poder: o Pre-sidente da República, a Assembleia, o poder Autárquico. Portanto, podemos di-zer que logo em 1976, está perfeitamente institucionalizada a democracia em Portu-gal. Claro que existe ainda o Conselho da Revolução e existe bem porque o papel do MFA e das Forças Armadas na Revo-lução tinha sido muito importante e era necessário fazer aí alguma transição e garantir alguma tranquilidade das Forças Armadas e esse papel é efectivamente feito pelo Conselho da Revolução. E não só, porque é o Conselho da Revolução que também faz de garante da consti-tucionalidade na transição plena para a

Democracia. Aliás esse período em que o Conselho da Revolução faz de Tribunal Constitucional está muito mal estudado, os políticos atacaram muito os militares e o Conselho da Revolução, mas nesse período foi extremamente importante a existência do Conselho da Revolução para que a transição se fizesse sem mais confrontos, sem mais perturbações. Até porque era importante que o MFA esti-vesse representado nos órgãos de poder, porque tinha uma ligação muito forte com o povo, com o movimento popular que via naquelas pessoas a legitimidade do 25 de Abril. Havia duas legitimidades: a revolu-cionária, que era atribuída ao MFA e a legitimidade democrática, depois do voto, que era a dos partidos. Como por outro lado o MFA, na sua opção, disse sem-pre que não ia ficar com o poder, que ia passar o poder aos partidos, há aqui um conflito, uma contradição grande. Por um

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Almirante Martins Guerreiro

lado, tem que exercer o poder, mas por outro lado, não quer continuar a exercê-lo no futuro. E isto deu origem a que os partidos políticos procurassem ter dentro do MFA os seus sectores, as suas liga-ções, exactamente porque eram aqueles que exerciam o poder, portanto queriam ter já influência directa no poder, mas por outro lado queriam arregimentá-los às áreas políticas porque eram eles, par-tidos, que no futuro o iriam continuar. Isto no MFA dá um problema complicado. Se o MFA tem um projecto político de poder é evidente que provavelmente não se dividia e continuava a exercer o poder. Não era essa a opção inicial, a opção no programa era só fazer a revolução e de-pois permitir as eleições para entregar o poder. Assim, transferiram-se para dentro do MFA as lutas dos partidos, as lutas pelo poder. E a partir do momento em que não mais houve entendimento entre o PS e o PCP as coisas complicaram-se. Por um lado “os nove”, por outro lado os “gonçalvistas” e os “otelistas”, e houve problemas complicados.

Que importância atribui à relação entre as Estruturas Representativas dos Trabalhadores e o MFA?MG: Não só as Estruturas Represen-

tativas dos Trabalhadores (ERTs) mas o povo em geral, foram fundamentais para o avanço do processo, porque nós di-zemos muitas vezes o MFA fez o 25 de Abril, é verdade, mas quem transformou o processo de conquista do poder pelo MFA num processo revolucionário foi o Povo Português. Isso é indiscutível. Sem o apoio do Povo Português ao MFA nós não teríamos tido um processo revolucio-nário. Teríamos tido um processo de ins-titucionalização democrática talvez, mas muito possivelmente, o General Spínola e o seu grupo podiam ter tomado conta do poder com a ligação que eles tinham à burguesia liberal portuguesa. Sem o empurrão do Povo, do movimento popu-lar ao MFA provavelmente o poder não viria a ser exercido pelo MFA como veio e não teria havido processo revolucionário. Portanto, essa ligação MFA movimento popular e MFA Estruturas dos Trabalha-dores foi fundamental.

Com a nacionalização da Banca e dos Seguros em 1975, face à sua vivência como analisa esta crise financeira, económica, política e social que estamos a viver?MG: Por acaso até é curioso fazer es-

tes paralelos entre 1975 e hoje, porque muitas vezes têm atacado a nacionaliza-ção da banca em 1975. Atacam a nacio-nalização da banca porque dizem: - Não

foi nada pensado, foi tudo feito em cima do joelho, isto não pode ser, a economia não se desenvolve... É curioso que de-pois, numa situação de crise, recorram outra vez à nacionalização da banca. É que de facto não havia outra coisa a fazer senão nacionalizar a banca, dada a situa-ção de crise da sociedade portuguesa e o próprio movimento político e revolucioná-rio que existia. Porque a burguesia e os fascistas não desapareceram só porque houve o 25 de Abril. Efectivamente, ao começar o processo revolucionário, para-lelamente, começa também um processo contra-revolucionário. As forças que an-teriormente estavam no poder começam a ver como é que podiam sabotar aque-la revolução que estava a nascer. Eles tentaram sabotar a economia por várias vias, levando as suas fortunas, os seus haveres, os seus meios de produção para fora do país. Foi isso que deu, de certa forma, origem à reforma agrária, em que depois as pessoas tomaram conta dos terrenos e o mesmo também em relação à ocupação das empresas. Houve muitos proprietários e muitos empresários que simplesmente sabotaram a economia. Eu lembro-me de uma multinacional que aumentou os salários dos trabalhadores 300%. É evidente que isto ia desencadear um movimento reivindicativo impossível de garantir e as empresas iam rapida-mente à desorganização e à falência e os empresários saíam. E com o dinheiro era a mesma coisa. Depois do 11 de Mar-ço [o Vasco Lourenço conta isso muito bem], a Comissão Coordenadora reúne com o governo e pergunta qual é a si-tuação e o que é que se pode fazer, e nessa altura, julgo que era Governador do Banco de Portugal o Dr. Jacinto Nu-nes e Ministro das Finanças o Dr. Silva Lopes. Na análise da situação eles dis-seram: - Bem, a nacionalização, porque esta já se vinha falando no plano Melo Antunes e admitia-se a nacionalização a 51%, mas um deles ou o Jacinto Nunes ou o Silva Lopes disse: - Bom, vocês que-rem nacionalizar e se acham que devem nacionalizar, nacionalizem já, porque se nacionalizarem só daqui a uma semana, só nacionalizam paredes. Isto em termos da banca. É evidente que nós, embora não sabendo nada de economia, perce-bemos o recado, é que estava tudo a sair para o estrangeiro. É claro que agora esta situação do BPN é o contrário; a nacio-nalização foi para salvar o capital que lá estava, o capital privado, que fez as coi-sas que fez, mas é uma situação de crise também. Portanto, na situação de crise, é evidente que há que intervir, senão aquilo torna-se muito pior.

Sabemos que há quem queira branquear o fascismo em Portugal e esquecer a PIDE. Fale-nos sobre a Associação 25 de Abril e o movimento “Não apaguem a memória” a que está ligado.MG: Esta questão do branqueamento

do fascismo é típico destes processos, porque à medida que a democracia fica mais institucionalizada, mais domesticada e só representativa, começam a pensar: -Para quê nós tivemos esta experiência revolucionária, era muito melhor que isto tivesse sido um processo à espanhola... Portanto, aquelas pessoas da burgue-sia e da burguesia liberal, começam a tentar dizer: -Isto afinal não estava tão mal, depois também houve crises, etc. É evidente que durante o período do fas-cismo também houve algum desenvolvi-mento económico, é evidente que o país não ficava totalmente parado, embora o país estivesse efectivamente bloqueado, bloqueado do ponto de vista económico. E era por isso que a burguesia liberal queria acabar com o regime, e aceitou muito bem o 25 de Abril. O regime esta-va isolado, e do ponto de vista humano, da juventude, nós tínhamos uma situação tremenda, ou a juventude emigrava ou estava na guerra colonial. É evidente que esta situação não se podia manter, tinha um esgotamento de capacidade humana para continuar a guerra e para alimentar a emigração. Portanto, era preciso romper com isto, e o 25 de Abril rompeu, não há dúvida. Mas depois vem essa ideia que afinal não era tão mau, esta história da figura do Salazar, e exploram sem-pre alguns dos erros que há em todos os processos revolucionários, que os há. Exploram isso, para dizer que eles afinal não eram tão maus e que agora também fazem asneiras, e enfim, as coisas do costume.

O movimento “não apaguem a memó-ria” foi de facto um movimento interessan-te que nasceu em 5 de Outubro de 2005, exactamente numa manifestação da Re-pública, a propósito da transformação do edifício da António Maria Cardoso numa residência de luxo. Esse movimento nas-ceu, era um movimento muito amplo e tinha uma lógica interessante, porque por um lado dialogava com o poder, queria efectivamente marcar posições e marcar os acontecimentos para que a memória se revivesse, e fizemos isso ali no Tri-bunal da Boa Hora. Por outro lado tinha também uma lógica de movimento social, de movimento de rua, não era apenas uma questão de opinião. E esta questão de movimento de rua criava pressão e podia criar pressão sobre o próprio po-

continua

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entrevista

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e à televisão? São muito poucos. Assim, por intermédio dos meios de informação é possível condicionar as pessoas para votar depois só em alguns partidos. Há que fazer muitas conquistas para que as pessoas, de uma maneira geral, possam ter acesso à liberdade de expressão. E para ter acesso à liberdade de expressão é evidente que têm que ter tido acesso ao conhecimento. Para isso tem que ha-ver aqui um processo de desenvolvimento cultural e de instrução muito grande. Sem isso a liberdade de expressão é só para alguns. As pessoas vão às eleições, muito bem, mas isso é muito pouco. A democra-cia tem que ser exercida todos os dias. Efectivamente o que nós temos hoje em Portugal, não é de facto uma democracia. Eu direi que é um monopólio do poder po-lítico exercido pelos partidos e os partidos condicionados ou subjugados pelo poder económico. Há hoje uma clara depen-dência dos partidos ao poder económico, até pela maneira como isto funciona. Por exemplo, um indivíduo exerce um cargo no poder político e passado um tempo está como gestor num grupo económico privado. Portanto, há uma clara subordina-ção do poder político ao poder económico. Isto é a inversão do que nós queríamos. Eu direi assim, grosso-modo, que a nossa democracia é uma democracia orgânica, para não lhe chamar corporativa, e que, provavelmente, dez mil pessoas é que decidem tudo o que se passa em Portu-gal. Os outros participam na democracia, mas às vezes são mais fi gurantes do que actores directos e principais, isto não há dúvida. Uma outra questão importante é que dizemos: - Nada de estatismo, de o

der político, tinha uma dupla estratégia. Depois houve alguns elementos que de-fendiam que o movimento era um bocado vago e não se sabia quem era a direcção, tinha de haver uma direcção bem defi nida, eleita, para poder dialogar com o poder e avançaram então para uma associação. Eu na altura não concordei, achei que era precipitado passar a associação, porque ao passar a associação ia efectivamente eliminar a componente de capacidade de movimentação de rua e de pressão, e foi isso que aconteceu. Passou a associa-ção, acho que fez um protocolo com o poder, para que haja um museu da resis-tência, acho que é positivo, isso é bom, mas perdeu a tal dinâmica de grupo, e de rua, mais ampla, mais alargada, mais par-ticipativa. Mas algum trabalho que façam é bom que o façam, e tudo o que puderem fazer para o museu da resistência e da liberdade é importante.

Há quem diga hoje –“O que faz falta é outro 25 de Abril!”.Que comentários lhe sugere esta expressão?MG: Isto, volta e meia vem à baila,

é característica do Povo Português. Por um lado significa que as pessoas ainda não têm bem consciência que são elas a fazer avançar as coisas, e que é pela sua própria organização que isto se pode alterar. Ainda estão com uma atitude de algum “sebastianismo” à espera que ve-nha alguém resolver os problemas que existem. Eu percebo o que querem dizer, mas, por outro lado, vejo que também há aí um sentimento de “venham outros fazer aquilo que nós não conseguimos, porque isto dá muito trabalho a organizar e fazer”. Por outro lado, há muita coisa por fazer dentro daqueles ideais do 25 de Abril, da democracia participativa e da liberdade, basta pegar nestas duas coisas, e é evi-dente que há muito trabalho a fazer. Quer a democracia quer a liberdade são con-quistas de todos os dias e aí tem de ser através do trabalho empenhado de todos. Claro que nesta organização da sociedade há muitos meios para uns e poucos meios para outros. É evidente que as pessoas que dizem “faz falta outro 25 de Abril” são aquelas que têm poucos meios, têm poucos recursos, têm pouca capacidade. Têm que se organizar, têm que organizar a sua capacidade e os seus recursos de maneira a conquistar mais possibilidades, porque de facto a liberdade está limitada, não há qualquer dúvida, a liberdade hoje está limitada. Está muito mais limitada do que estava em 1975 ou 74. Basta nós verificarmos isto: em princípio o direito à liberdade de expressão é para todos. Mas quem é que pode efectivamente exprimir-se? Quem é que tem acesso aos jornais

Estado tomar a economia, é preciso a ini-ciativa privada. Com certeza que é preciso a iniciativa privada! Para se desenvolver a economia há aqui dois factores fundamen-tais: por um lado a força do trabalho e por outro o capital. Não vamos tomar conta do capital nem nacionalizar, nada disso, mas estes dois factores devem ser tratados em pé de igualdade pelo governo, pelo poder político, porque são dois factores essen-ciais, quer o contributo de um, quer o con-tributo de outro. Ora, depois verifi camos como é que o poder político lida com um e lida com o outro e fi camos abismados. Mas as pessoas realmente não criticam isto. Um exemplo claro: um empresário tem um projecto para apresentar, preci-sa do apoio do poder político, tem de o apresentar ao governo, pede uma audiên-cia ao primeiro-ministro, ou a um ministro ou marca um almoço. E ele rapidamente consegue fazer isso. Agora do lado do tra-balho um dirigente de uma central sindical, ou de um sindicato, vai entregar um do-cumento ao primeiro-ministro, é recebido? Até pode acontecer que seja preso. Há aqui uma disparidade brutal. É evidente que se nós queremos tratar isto com serie-dade, o acesso fácil que o empresário tem ao poder político, os sindicatos deveriam ter acesso equivalente, para isto ser tra-tado com algum equilíbrio, porque se não, não há equilíbrio nenhum, o que signifi ca que realmente o poder económico domina o poder político. Há outra coisa também que nós não reivindicamos muito, é que efectivamente o país é nosso, nós somos cidadãos de pleno direito, nós pagamos os impostos, e é com esses impostos que depois o poder político gere e faz estas

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manobras, por exemplo injecta os 2.500 milhões na banca para favorecer os ca-pitalistas, mas aquele dinheiro é nosso. Realmente tem que haver um movimento cívico muito mais forte do que há. Não é outro 25 de Abril que é preciso, o que precisamos é as pessoas a indignar-se e a dizer que aquilo não pode ser. Porque todos estes milhões que foram desperdi-çados, se fosse um militar do 25 de Abril a ter perdido 2 tostões, a ter gasto 2 tostões mal, eram apelidados de ladrões! Agora acontecem estas coisas todas na maior das calmas. A grande massa dos portu-gueses provavelmente não sabe exercer o seu direito de crítica, talvez porque não tem formação, não tem meios, não tem instrumentos. E, assim, as coisas vão-se passando e as pessoas ficam cada vez mais adormecidas.

Eu acho que do ponto de vista cívico e ético tem que haver um grande aba-não no país. Politicamente, esta estru-tura partidária realmente não satisfaz. Não satisfaz porque os partidos não são escolas de democracia, são máqui-nas de conquista e exercício do poder. Eu lembro-me quando nós fizemos a lei eleitoral e discutimos sobre quem é que se poderia candidatar a eleições e nós optámos por dizer: -Só se podem candi-datar por via dos partidos, para permitir que os partidos se formem, se consolidem, de-pois quando estiverem consolidados poder--se-á permitir que grupos de cidadãos se candidatem. Claro que nos enganámos redondamente. De facto, naquela altura, se permitíssemos a candidatura de gru-pos de cidadãos apareceriam grupos de cidadãos fascistas e outros. Naquela altu-ra havia um partido que tinha estrutura e capacidade que era o PCP mas os outros eram muito débeis, provavelmente não se tinham consolidado. Portanto, penso que fizemos bem. Agora, não há abertura dos partidos para que grupos de cidadãos se possam candidatar à Assembleia da Re-pública e a outros locais e para mim é evidente que estão a fechar a porta a uma maior participação dos cidadãos.

Penso que as pessoas têm que se or-ganizar mais, têm que lutar mais e têm que se indignar mais.

Sendo certo que isto é um problema cultural e que existe algum desencanto na sociedade portuguesa em relação à política, nomeadamente dos jovens,como é que é possível sair disto?MG: Eu acho que é possível, mas é

evidente que tem que haver aqui um crité-rio de base bem escolhido e uma questão de princípios bem definida à partida. A experiência que nós tivemos na Marinha de 1970 a 74 foi realmente muito inte-

ressante desse ponto de vista, porque nós definimos e aplicámos os princípios e penso que isto é fundamental! Um par-tido ou movimento que se organize tem que pôr em prática os valores que diz que defende e em que acredita. Mas, infelizmente, mesmo em pessoas de es-querda, existem certas práticas que não são propriamente ligadas aos valores que defendem. Penso que é a tal herança do fascismo, a herança da questão dos po-deres, dos mecanismos do poder em si, do pequeno poder, que muitas vezes se sobrepõem aos princípios que dizem que defendem. É evidente que os partidos têm o seu papel, e não se trata aqui de atacar os partidos. Os partidos têm o seu papel e devem desenvolvê-lo. Mas não chega, é preciso haver outras coisas, e precisam de ser influenciados. A sociedade está re-lativamente disponível para outro tipo de movimentos. Por exemplo esta questão da candidatura do Manuel Alegre mostrou um pouco isso; a própria candidatura da Helena Roseta, aqui em Lisboa, também demonstrou que a sociedade está recep-tiva. Agora o grupo de pessoas que se propõe fazer organizar grupos e avançar tem que, à partida, ser constituído por pessoas que do ponto de vista ético e de referência, sejam pessoas realmente exemplares e que sobretudo não tenham uma lógica de poder, isto é, que não este-jam nas coisas para virem a ser ministros ou presidentes. Têm que estar nas coisas para realmente ajudarem o processo a crescer e a desenvolver-se. Não temos que ter receio de uma democracia aberta e participativa, temos que a provocar.

E depois há esta questão da corrupção.

É evidente que o poder não se exerce muito por via das qualidades das pesso-as, o poder exerce-se mais por intermé-dio dos mecanismos de dependência. E, a partir daí, o poder económico domina o poder político, criando e alimentando esses mecanismos de dependência, que se ramificam nos grupos e nos partidos. Tem que haver pessoas que do ponto de vista intelectual e moral tenham a lucidez e coragem suficientes para pôr estas coisas a claro e tem que haver ou-tros que depois trabalhem em termos de organização, sem hostilizar os partidos, mas não se lhes pode deixar o monopólio do poder, se não eles fazem os acordos com o poder económico e lá vão ficando submetidos. Neste momento, como é que estas coisas se podem alterar? É eviden-te que é em situações de crise. Se não for numa situação de crise eles têm 80% do controle da situação e a esquerda só tem 20%, se tiver. Em situação de crise, eles próprios já não conseguem gerir muitos aspectos e portanto a situação altera-se. Mas é preciso que a esquerda tenha luci-dez e seja capaz de se organizar e de se movimentar, o que não acontece muito, porque também há esta grande confusão do PS partido de esquerda. Isto é muito complicado, onde é que o Eng. Sócrates é um homem de esquerda? Onde é que o governo é um governo de esquerda? Mas é um governo socialista, em termos internacionais. Não é simples isto.

Mas também aos sindicatos se aplica a mesma questão dos princípios de que falámos atrás para os partidos. Há sindica-tos que se desacreditam eles próprios pela sua actuação contra os princípios que de-fendem e também pelos jogos de poder.

É de facto necessário reflectir sobre o poder e os mecanismos do poder, como é que o poder vai corrompendo as pessoas, como é que as vai ligando, como é que se travam movimentos sociais e como é que se desacreditam. Porque para o po-der, mais importante do que travar uma manifestação é realmente corromper os dirigentes sindicais. E os mecanismos do poder vão nesse sentido. Nem todos são corruptíveis, mas alguns são!

Que mensagem quer deixar aos trabalhadores do Grupo CGD?MG: A mensagem é que os ideais são

válidos, os valores de Abril continuam e portanto há que todos os dias trabalhar por eles, organizar-se e não desistir. Se fizermos isso somos dignos de Abril e dos seus valores e eu acho que aqui os trabalhadores do Grupo CGD são dignos de Abril e dos seus valores. Nada de de-sistências nem de cepticismos… Há pois que continuar a lutar.

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história

(DES)CONSTRUÇÃO DA IMAGEMFOTOGRÁFICA - A FOTOGRAFIAE AS CORRENTES ARTÍSTICAS

Neste sentido, é necessário que se analise a fotografi a não pelas diferentes correntes artísticas existentes em meados do séc: XIX, mas por escolas das quais emergiram diversas abordagens à con-cepção fotográfi ca. De que resultou:

FOTOGRAFIA DOCUMENTALDurante a segunda metade do século XIX, a imprensa estava em-penhada em chamar a atenção da sociedade e do mundo para a cruel realidade da pobreza e do estado de miséria, que por todo o lado proliferava. Este propósito de denúncia - que em nada se po-deria comparar ao exibido através da pintura romântica do início do século, onde era recriada uma pobreza oculta e disfarçada - esfor-çava-se por mostrar uma verdade cruel e desumana, sem margens de subjectividade e na qual a imagem fotográfi ca pudesse servir para mostrar o que alguns se recusavam a admitir. Muitos foram os fotógrafos que começaram a usar a fotografi a para ilustrar diversos acontecimentos sociais e políticos, entre eles, os fotojornalistas Mathew Brady (1823-1895) e Alexander Gardner (1821-1882) que, correndo sérios riscos, mostraram os horrores dos confl itos de uma forma muito realista e sem precedentes.Pouco tempo depois com o aparecimento do fl ash de pólvora, em 1887, Jacob Riis (1849-1914) revelou, através da fotografi a, outros acontecimentos sociais, como a forma de vida degradante, sobretu-do a dos imigrantes, nas ruas e bairros de Nova Iorque, bem como a criminalidade urbana que lhe estava associada, com origem em bandos marginais como os de “Lower East Side”, ou a exploração de crianças quando usadas no mercado de trabalho.

Este género de imagens documentais, que mostravam uma cruel realidade de acontecimentos sociais, pouco impacto obteve na altura, uma vez que a socie-dade preferia a fotografi a que mais se aproximasse do estilo pictórico, usado na pintura, e com o qual a Sociedade Fotográfi ca de Londres sempre tentou convencer os mais cépticos de que a fotografi a poderia ocupar um espaço im-portante entre as artes.

PICTORIALISMONessa época, em Inglaterra, tudo o que pudesse determinar bele-za significaria arte e quanto mais ela se aproximasse de um estilo clássico, mais admiradores recolhia. A fotografi a não fugia a essa regra, podendo Oscar Rejlander (1818-1875) ser indicado como um dos principais fotógrafos a ser incluido nesse estilo. Exemplo disso é a sua fotografi a “Os dois caminhos da vida” (1857) - criada a partir de 30 negativos, inicialmente quase que representando uma

Neste trajecto, a fotografi a foi particularmente sensível a duas correntes artísticas como o Expressionismo e o Abstracionismo, tendo no entanto seguido inicialmente um caminho que em muito se iria identifi car com o Realismo defendido pelo pintor francês Jean-Désiré-Gustave Courbet (1819-1877), que recorria a fotografi as para fazer as suas obras, que ele próprio considerava como uma arte essencialmente objectiva, sujeita a uma realidade.

ideia abstracta baseada na obra épica “Death of Sardanapalus” de Delacroix - repleta de simbolismo e alegorias, onde a denúncia, ou melhor, a opção entre a virtude e o vício, estaria ao alcance do espectador da imagem.A Henry Peach Robinson (1830-1901) podemos atribuir a fotografi a mais artística. Robinson com um estado de espírito romântico con-segue refl ectir esse modo de ser nas fotografi as que produzia. A mais demonstrativa dessa forma de fazer arte é a fotografi a obtida através da fotomontagem de cinco negativos, a que deu o nome “Uma vida que se apaga”. É, sem margem para muitas dúvidas, uma obra que pode servir de exemplo do seu rumo artístico que oscilava entre a exibição - no sentido da representação de um facto - e a sua realidade, muitas vezes confundindo-se essa realidade com a sua encenação.Poderíamos citar muitos mais autores que, em meu entender, pu-dessem ser referência para este género ou escola fotográfi ca de onde provêm diversos modelos de concepções fotográfi cas. No entanto, ainda gostaria de salientar Julia Margaret Cameron (1815-1879) que, ao tentar alcançar um imaginário de belo, nomeadamen-te em retratos, consegue imputar-lhes uma tal pureza, suavidade e elegância que quase os aproxima de um estilo bem próximo da estética pré-rafaelita.Sendo certo que o movimento pictorialista ocorre, a bom rigor, entre 1890 e 1920, ele deve ser enquadrado e entendido como o desfecho de uma sucessão de relações privilegiadas, onde o cunho pessoal do fotógrafo assumia um peso determinante, face ao que se pretendia registar, tendo presente, por um lado a harmonia dos espaços, e por outro, a ilusão e espectacularidade que as cenas registadas já assumiam quando obtidas com o cartão estereoscó-pico, desde 1858.

MOVIMENTO FOTOGRÁFICO “Linked Ring”Desde a génese da fotografi a até aos nossos dias, que a questão se a fotografi a é ou não uma nobre arte, assume contornos de polémica e acesas discussões. Este movimento - “Linked Ring” - chama a si um conjunto de questões, as quais dão origem a uma situação de ruptura, em 1890, para, três anos mais tarde, o movimento iniciar um caminho diferente, e até oposto, da Royal Photographic Society of Great Britain.

Parte 3por Victor Garcia

Os Dois Caminhos de Vida (1857)- fotografia de Rejlander

Obra épica ‘Death of Sardanapalus’ (1827), de Delacroix

Nas Ruas de NY,- fotografia de Jacob Riis

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mas num estabelecimento psiquiátrico, usando-as como ferramenta científi ca e de trabalho. Ou ainda, numa abordagem documental mais gráfi ca, o já citado, Henri Cartier-Bresson, caracterizado pelo grande amor à Humanidade, e tantos outros fotógrafos do Grupo Magnum, que também aqui se poderiam incluir. Também Raoul Hausmann (1886-1971), com fotografi as muito pró-ximas de uma atitude Dadaísta (1) (1916), modifi cou o mundo com a sua forma de observar.

Esta atitude, acima de tudo, ser-via-se de objectos e utensílios de uso diário, afastando-os do seu contexto e transformando-os em arte, sem que fossem adulterados na sua função prática e atribuin-do-lhes uma atitude rebelde e provocatória. Exemplifi cando esta forma de arte ‘ready-made’ ou ‘o que já está feito’ poderia referir, o urinol que Duchamp fotogra-fou (1917) a que atribuiu o titulo de ‘Fountain’ numa tentativa de descobrir - a procura preconizada pela found art - em objectos co-muns, um valor que pudesse ser considerado arte. Também Alfred Stieglitz (1864-1946) ou Man Ray (1890-1976) se podem incluir neste movimento, se bem que Man Ray em muito se aproxima do surrealismo.

David Hamilton (1933) é claramente um fotógrafo surrealista, onde o sonho, o impulso natural, a melancolia, a saudade, o interesse pelo fantástico, assumem um valor de representação e nunca de reprodução do que é real, valorizando a criação artística. Noutra vertente do surrealismo referência para Hans Bellmer com a fotografi a ‘La Poupee’ (1938), ou para André Kertesz com a fotogra-fi a ‘Distortion #6’ (1932) onde a distorção de formas é notória, ou o recurso, noutras fotografi as, a ângulos ousados, sombras intensas quer em fi guras humanas (nus), quer em fotojornalismo.

Ralph Gibson e Wynn Bullock utilizando metáforas que introduziam nas suas imagens exibiam formas de fi guras que se podiam obser-var na Natureza. Ambos, preconizando um estilo abstraccionista, esforçavam-se por despertar - no espectador da fotografi a - novas leituras e interpretações e múltiplos entendimentos do que era visto na imagem bidimensional.

No pictorismo romântico podemos distinguir o trabalho de Robert Demachy (1859-1936) de Cecil Beaton (1904-1980) e Sarah Moon, Paul Strand (1890-1976) e Edward Weston (1886-1958) - Grupo f/64 (1932) composto por fotógrafos que defendiam uma represen-tação objectiva da realidade observada, entre eles Ansel Adams - cujas obras se comparam a um estilo mais realista com uma visão moderna, mostrando-nos a sensualidade das formas exístentes nas pessoas, nos objectos e nas paisagens fotografadas.

A fotografi a, no sonho destes muitos visionários que ao longo de séculos a fi zeram ser parte de nós próprios, pode ser entendida de uma forma mais pessoal através da frase de Lewis Hine:

"Quis mostrar as coisas que deviam ser corrigidas,quis mostrar as coisas que deviam ser apreciadas."

Esforçavam-se por encontrar imagens que não estivessem apenas dependentes do bom uso de um aparelho fotográfi co, ou de as-pectos meramente tecnológicos e mecânicos que castravam uma concepção fotográfi ca com recurso a elementos visuais criativos. Sem eles nunca poderiam produzir fotografi as que se aproximas-sem de um estilo pós-impressionista. Ao contrário de outras técnicas que, como já vimos, utilizavam vários negativos para obter uma imagem, este movimento usava diversos materiais - como a goma com forte pigmentação - contro-lando ainda todo o processo de revelação, para alcançar os seus objectivos. Aliás, este método de se usarem materiais que atribu-íssem à fotografi a uma aproximação à arte é usado nos nossos dias, quando em fi ltros se aplicam gelatinas.Também os sais de platina, a título de exemplo, foram largamente usados por Edward Steichen (1879-1973) quando pretendia que as suas imagens assumissem tonalidades cinzentas muito claras, con-ferindo dessa forma à fotografi a uma sensação pura e delicada.Incluído neste movimento ligado a um certo Simbolismo de Gustave Klimt, surge Alfred Stieglitz (1864-1941) que em Nova York funda, em 1902, o Photo-Secession Group, movimento ‘secessionista’, com o objectivo de que a fotografi a fosse considerada como um meio de criação artística. Como podemos verifi car, foram muitas ao longo dos tempos, as tentativas de conferir ao fotógrafo um estatuto que ultrapassasse o de técnico ou de artífi ce e, à fotografi a, uma mera representação objectiva da realidade que a incapacitava de a tornar numa arte, sem imitar a pintura.Este movimento teve ainda a capacidade de evidenciar a impor-tância da composição, controlo e utilização da luz, para se conse-guirem bons registos.

ESCOLA DE PARISAtget, considerado como um fotógrafo modernista, procurou em meios urbanos encontrar não só os melhores ângulos fotográ-fi cos, como aplicá-los de forma a conseguir belas composições fragmentadas e quantas vezes despidas de elementos humanos, não acrescentando à sua obra qualquer ideologia, ou exaltação estética, mas rigor técnico.

A obra de Eugéne Atget (1857-1927) é considerada como o início da era do modernismo fotográfi co.Quando em 1926, Man Ray o pre-tendeu incluir num estilo surrealis-ta, Atgèt cedo se apressou a afi r-mar que as suas fotografi as eram registos documentais de um tempo e de uma sociedade que em bre-ve deixariam de existir, uma Paris de fantasmas. No entanto, é uma realidade que foi infl uenciada por um dinamismo plástico moderno ligado ao Futurismo e ao Surrea-lismo, até mesmo por uma ligeira ironia do Dadaísmo.

Depois de Atget, com fortes traços da sua infl uência, temos: André Kertész (1894-1985) Brassaí-Gyula Halász (1899-1984) Henri Cartier-Bresson (1908-2004)Poderíamos ainda referir muitos outros e diversos fotógrafos e suas obras mas façamos para já, breves referências para os que, em meu entender, mais se destacaram enquanto autores inseridos em estilos e correntes fotográfi cas. Ficou bem conhecido o fotógrafo e médico Hugh Diamond que rea-lizou diversas fotografi as ‘documentais’, em 1853, a pessoas enfer-

‘Fountain’ (1917)- fotografia de Duchamp

história

(1) Dadaísmo: Movimento que colocou em causa todos os valores sociais da época. Considera o momento criativo mais importante que a própria obra. Nasce em Zurique, Suiça, num ambiente de contestação liderado por intelectuais: pintores, poetas, fotógrafos.

Bairro antigo, Paris (1910-1911)- fotografia de Atget

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Por ser Sábado, dia santo daquele povo, não foi possível visitar a Grande Sinagoga.Seguimos para a zona de Sousse, onde pudémos admirar o anfiteatro romano de “El Djem”, um dos melhores preservados. Em Monastir visitámos o mausoléu Bourguiba, onde nasceu e está sepultado o homem que teve o papel preponderante na independência e libertação da Tunísia.Durante todo o circuito visitámos fábricas de tapetes artesanais, cerâmicas e medinas onde tudo era negociável.Parte do grupo regressou a Portugal após uma semana, e os restantes fi caram mais sete dias em Hamamet, estância balnear virada para o turismo, muito moderna, com avenidas bem deline-adas, lojas de comércio, onde toda a gente dança desde traba-lhadores a compradores. Dentro da medina tivémos oportunidade de ver um fi lme sobre a história da Tunísia, visitámos o Palácio das 1001 noites, o museu das três religiões monoteístas e ainda jantámos num restaurante típico de comida tunisina, onde nos foi mostrado também o seu folclore e a dança do ventre. Como diz o ditado “não há bem que sempre dure”, o regresso foi inevitável, mas ficou a promessa que irão haver outras oportuni-dades, para conhecimento de outros povos e outras culturas.

horas livres

VIAGEM À TUNISIA

Um grupo de associados do STEC acompanhado de familiares partiu em 18 de Junho bastante animado ...

O circuito começou pela capital, cidade de Tunes, onde visitá-mos a Medina e o Museu Bardot. Perto de Tunes visitámos as ruínas de Cartago e Sidi-Bou-Said, cidade de arte muçulmana.Continuando o circuito visitámos Dougga, antiga cidade romana, património mundial da Unesco.Na cidade de Kairouan, a quarta cidade do Islão, visitámos a Grande Mesquita e o Mausoléu do Barbero (nome dado a um barbeiro que dizem ter sido grande amigo do profeta).

Chegados ao deserto, andámos de dromedário e em veículos todo o terreno, vimos os cenários onde foi filmado “A Guerra das Estrelas”, visitámos Nefta e o seu palmeiral “La Corbeille”.No percurso estivémos em Matmata, uma aldeia berbere, visi-támos uma casa troglodita, onde tivémos oportunidade de con-tactar com a população local e ver os seus métodos artesanais de fabrico do pão, couscous, tapetes, etc. e de amamentar um dromedário bébé, a biberão. Em Douz assistimos e participámos num jantar e espectáculo berbere, trajados a rigor. Passámos ainda no lago salgado de Chott el Djerid.O passeio continuou num ferry até à ilha de Gerba, segundo centro turístico da Tunísia, onde existe a maior concentração de judeus daquele país, com as suas onze sinagogas.

VIAGENS 2009

CAPITAIS IMPERIAISDA EUROPAPraga – Bratislava –Viena – Budapeste16 a 23 de Setembro. 2009MEIA PENSÃO

Preço por pessoa,c/ base em quarto duplo 1.410 €- Suplemento para quarto individual 340 €

• Possibilidade de pagamento em pres-tações até à data da viagem, com che-ques mensais pré-datados ou a pronto (em cheque) no acto de inscrição, que só serão levantados, dentro da sua va-lidade, após confirmação da inscrição pelo STEC.

Preço por pessoa,c/ base em quarto duplo 1.410 €- Suplemento para quarto individual 340 €

• Possibilidade de pagamento em pres-

16 a 23 de Setembro. 2009MEIA PENSÃO

AINDA HÁ VAGAS,INSCREVE-TE JÁ!

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15Nº21 | JUNHO 2009 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Guarda-redes menos batido:Sérgio Jesus - Tártaros

Melhor marcador:João Costa - Lamegos

história

O 5º Torneio de Futsal do STEC decorreu no Pavilhão Muni-cipal de Cantanhede, durante todo o dia 28 de Fevereiro e o dia 1 de Março, havendo um total de 11 jogos de apuramento para a classificação final.

Participaram as equipas:“Secadegas” de Guimarães; “Gimbrinhas” de Ansião; “Lame-gos” de Lamego; “Educa-con-dores”, “Tártaros” e “Mesmos II”, todos de Lisboa.

O grande vencedor deste 5.º Torneio foi a equipa “Secadegas”, que venceu, na final, a equipa “Educa-con-dores”, campeão da edição anterior, pelo resultado de 2–1, após prolongamento.

A Classificação final por equipas ficou assim ordenada:

Guarda-redes menos batido:

Classificação Equipas

1.º Secadegas - Guimarães

2.º Educa-con-dores - Lisboa

3.º Gimbrinhas - Ansião

4.º Tártaros - Lisboa

5.º Lamegos - Lamego

6º Mesmos II - Lisboa

O troféu de guarda-redes menos batido foi entregue a Sérgio Jesus, dos “Tártaros” e o de melhor marcador foi entregue a João Costa dos “Lamegos”.

V TORNEIO DE FUTSAL DO STECCantanhede

“SECADEGAS” de Guimarães foram os campeões

1ª Classificada - “Secadegas”

Almoço de confraternizaçãoEntrega de prémios

2ª Classificada - “Educa-con-dores”

A distribuição de prémios ocorreu num almoço-convívio com todos os participantes, familiares e organização.

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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA NA SEDE DO STEC

II e III Concursos de Fotografi a do STEC

1º Prémio - “A cor do dinheiro”, de José Carlos Bernardo 2º Prémio - “Juntos somos mais fortes”, de Ana Isabel Biléu 3º Prémio - “Os ciganos e o pónei”, de Manuel Jorge Rafael Prémio para a Melhor Foto a Preto e Branco - - "S/Título" de Paulo Jorge Cavaco

O Júri atribuiu ainda 4 Menções Honrosas:

1ª Menção Honrosa - “S/Título” - de Ana Luz Lopes 2ª Menção Honrosa - “Peso da Vida” de Tiago João Santos 3ª Menção Honrosa - “A Artesã de Panajacmel” de José Carlos Bernardo 4ª Menção Honrosa - “O Pastor e o Rebanho” de Manuel Jorge Rafael

"A cor do dinheiro" José Carlos Bernardo

"Juntos somos mais fortes" Ana Isabel Biléu

"Os ciganos e o pónei" Manuel Jorge Rafael

"S/Título" Paulo Jorge Cavaco

horas livres

No dia 27 de Março foi inaugurada uma exposição de fotografia, com trabalhos seleccionados pelo júri, relativos aos II e III Concursos de Fotografia do STEC, que esteve patente aos sócios e ao pú-blico em geral até ao dia 24 de Abril.

Nesses trabalhos estavam incluídas as fotografias premiadas no III Concurso, sob o tema “Povos e Culturas”, cuja di-vulgação foi atempadamente feita no nosso site.

Relembramos aqui os premiados:

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17Nº21 | JUNHO 2009 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

IV CONCURSO DE FOTOGRAFIA DO STECPrazo de entrega dos trabalhos16 Outubro. 2009

O Regulamento e a ficha de inscrição podem ser consultados em www.stec.pt , na Sede do STEC,

ou nas Delegações do Porto e de Coimbra.

Para mais informações é favor contactar: STEC – Pelouro dos Tempos Livres

Tema: "Tradições"Modalidades: Preto e Branco e/ou Cores

Formato: Entre 20x25 e 25x35 cmInscrição: Gratuita

Har

d fo

lioO STEC leva a efeito mais uma edição do Concurso de Fotografia, aberto a sócios do STEC e familiares directos. A presente edição será dedicada ao tema “Tradições”, podendo os concorrentes apresentar até um total de cinco trabalhos, a cores e/ou a preto e branco. As fotos a apresentar, nos formato entre 20x25 e 25x35 cm, deverão ser enviadas para a Sede do STEC ou para as Delegações do Porto e Coimbra, cumprindo os preceitos contidos no regulamento, sob pena de poderem ser desclassificadas (não serem aceites a concurso).

Prémios:• 1º - 500,00 Euros *• 2º - 250,00 Euros *• 3º - 150,00 Euros *

a) Para além destes, será atribuído um prémio especial de € 150,00 para a melhor foto a preto e branco, que poderá ser acumulado com qualquer dos restantes prémios.

PRÉMIO LITERÁRIOPUBLICAÇÃO DO CONTO “O ELEFANTE”,VENCEDOR DO III PRÉMIO LITERÁRIO

Publicamos em anexo a esta edição do Caixa Aberta o conto “O Elefante”, da autoria do sócio Luís Filipe Carvalho Diogo, da CGD, colocado na DES-BAC Apoio-Crédito às Empresas, vencedor da terceira edição do Prémio Literário, a quem, mais uma vez, felicitamos.

IV PRÉMIO LITERÁRIO DO STECPrazo de entrega dos trabalhos30 Outubro. 2009

O Regulamento e a ficha de inscrição podem ser consultados em www.stec.pt , na Sede do STEC,

ou nas Delegações do Porto e de Coimbra.

Para mais informações é favor contactar: STEC – Pelouro dos Tempos Livres

Tema livreModalidade: ContoInscrição: Gratuita

O STEC organiza a quarta edição do Prémio Literário, aberto a sócios e familiares directos.

As obras, em prosa, na modalidade de conto, deverão dar entrada até ao dia 30 Outubro, na Sede do STEC ou nas Delegações do Porto e Coimbra.O tema é livre, podendo cada concorrente, apresentar o máximo de duas obras, devendo as mesmas obedecer às normas contidas no Regulamento.

Prémios:Ao vencedor do Prémio Literário será atribuído um prémio no valor de 500 Euros, na modalidade de vale de compras; às menções honrosas, se as houver, será atribuído, a cada uma, um prémio no valor de 150 Euros.

Contamos com a vossa participação!

Prof. Dr. José Castro Caldas

* em cheque brinde de empresa do ramo

fotográfico

Tema: "Tradições"

Chama-se a especial atenção para

uma consulta atenta do

regulamento, nomeadamente

quanto ao formato das fotos,

situação que, em edições anteriores, levou à

desclassificação de alguns trabalhos.

Tema livreModalidade: ContoInscrição: Gratuita

Hard folio

Chama-se a especial atenção para

uma consulta atenta do

Har

d fo

lio

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18 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Apresentamos os novos protocolos estabelecidos entre o STEC e outras entidades. Para qualquer esclarecimento complementar é favor contactar a Sede, em Lisboa, ou as Delegações de Coimbra e Porto.

desporto e saúde hotéis

cultura e lazer

agências de viagem

protocolos

DESCONTOS E CONDIÇÕES ESPECIAISPARA ASSOCIADOS DO STEC

GRUPO HOTELEIRO FERNANDO BARATAwww.grupofbarata.com

O Grupo Hoteleiro Fernando Barata, oferece um desconto de 25% sobre os preços de balcão, em regime de alojamento, aplicáveis aos sócios do STEC e até 4 acompanhantes. Este desconto não se aplica nos períodos da PÁSCOA e FIM ANO.

HOTÉIS DO GRUPO:

Auramar Beach Resort ***Praia dos Aveiros - Apartado 851 8200-377 ALBUFEIRATel. 289 599 100 Fax. 289 599 195 E-mail. [email protected]

Mónica Isabel Beach Resort ***Forte de S. João - Apartado 2331 8200 - 325 ALBUFEIRATel. 289 599 200 Fax. 289 599 299 E-mail. [email protected]

HOTEL SOL E MAR ****Rua José Bernardino de Sousa 8200-140 ALBUFEIRATel. 289 580 080 Fax. 289 587 036E-mail. [email protected]

RESIDENCIAL VILA RECIFE ***Rua Miguel Bombarda, 12 8200 - 158 ALBUFEIRATel. 289 583 740 Fax. 289 587 182E-mail. [email protected]

ESTALAGEM DO GUADIANA **** Bairro do Rossio 8970-052 ALCOUTIMTel. 281 540 120 Fax. 281 546 647 E-mail. [email protected]

HOTEL D. FERNANDO *** Av. Dr. Barahona, 2 7005-105 ÉVORA Tel. 266 737 990 Fax. 266 737 999 E-mail. [email protected]

HOTEL SOL E SERRA *** Av da Europa, 1 7320 - 202 CASTELO DE VIDETel. 245 900 000 Fax. 245 900 001 E-mail. [email protected]

RESIDENCIAL MAR À VISTA **Largo dos Lusíadas - Cerro da Piedade 8200-072 ALBUFEIRATel. 289 586 354 Fax. 289 587 397 E-mail. [email protected]

ANGELS SURF SCHOOL - Praia de Carcavelos Pcta Miguel Torga, 38 - 1º Esqº 2775-027 PAREDETel. 96 268 11 13 (Marcos Anastácio) www.angelsurfschool.com

Proporciona um desconto de 15% no seu preçário aos nossos associados e trabalhadores bem como a seus familiares directos. No preço das aulas, está incluído todo o material necessário à prática da modalidade (prancha, fato e acessórios). Os alunos serão obrigados a subscrever o seguro desportivo no montante de 10 € anuais. Durante as férias escolares organiza Colónias de Férias semanais.

TEATRO "O BANDO" Vale de Barris 2950 PALMELA Tel. 21 233 6850E-mail. [email protected] www.obando.pt

Os associados e trabalhadores do STEC, incluindo um acom-panhante, benefi ciam do desconto de 50% sobre o preço máxi-mo do bilhete nos espectáculos do Teatro O Bando, a efectuar na sua sede.

PONTO CARDEAL - Viagens e Turismo, LdaRua Oliveira Monteiro, 178 4050-438 PORTOTel. 226 098 802 / 803 www.pontocardeal.pt

Redução sobre o preço de base dos programas, não abran-gendo qualquer tipo de suplemento:

- 5% em programação normal e ofertas,(excluindo a progra-mação à Disneyland Paris) - para pagamentos efectuados em cheque, numerário ou transfª bancária.

- 3% para pagamentos efectuados com cartão de débito ou crédito.

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CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

19Nº21 | JUNHO 2009 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Sede STEC - LISBOA Largo Machado de Assis, Lote-A, 1700-116 LISBOAtel 21 845 4970/1 - móv 96 231 1720, 91 849 6124fax 21 845 4972

Delegação STEC - PORTOR. do Bolhão, nº 53 - 4º Dto, 4000-112 PORTOtel 22 338 9076, 22 338 9128 - fax 22 338 9348

Delegação STEC - COIMBRAR. do Carmo, nº 54 - 3º Letra Q, 3000-098 COIMBRAtel 23 982 7686, 23 982 8554 - fax 23 982 6802

www.stec.pt e-mail : [email protected]

outros

PARAFARMÁCIA MEDILIVRE Rua 22, 45 4500-272 ESPINHOTel. / Fax. 227 326 281

Os associados e funcionários do STEC beneficiarão de um desconto de 10% na compra de dermocosmética, produtos de parafarmácia e puericultura, bem como de exames de rasteio gratuitos de 6 em 6 meses ao colesterol, diabetes, triglicerídeos e tensão arterial.

NOVOLHAR - ÓPTICA MÉDICA,de Luís Miguel Jesus Pais Av. Viriato - Bairro do Cabeço, 18-r/c 6200-721 TORTOSENDOTel. 275 081 221 Fax. 964 476 211 E-mail. [email protected]

Os associados do STEC beneficiarão dos seguintes descontos: - 15% em óculos graduados (aros+lentes).- 10% em lentes ou aros ou óculos de sol. - 10% em lentes de contacto (LC). - 10% em soluções de manutenção de LC, (só quando da compra conjunta com LC). - Consultas gratuitas de Optometria e Contactologia.

Estes descontos não são acumuláveis com outras promoções ou descontos em vigor.

RECITONER COIMBRA,Reciclagem de Consumíveis Informáticos.www.recitoner.pt

Lojas espalhadas por todo o país.Os associados do STEC usufruem de um desconto de 10% sobre a tabela de preços de venda ao público, em vigor à data do fornecimento dos serviços e produtos.

HOTEL CASTRUM VILLAE ***Parque Nacional Peneda Gerês Lugar de Vila 4960-061 CASTRO LABOREIRO Tel. 251 460 010 Fax. 251 460 019 Tm. 938 201 029E-mail. [email protected] www.castrumvillae.com

Os associados e seus familiares directos, bem como os trabalhadores do STEC, beneficiarão do desconto de 10% sobre o tarifário de Balcão, referente exclusivamente a alojamento em regime de APA.

ESTALAGEM DE PENEDONO ****Largo do Pelourinho 3630-246 PENEDONO Tel. 254 509 050 Fax. 254 509 059 E-mail. [email protected]

Aos sócios do STEC, esta unidade hoteleira, oferece um desconto de 20% sobre os preços de balcão, na modalidade de Alojamento e Pequeno Almoço.

BEJA PARQUE HOTEL **** Rua Francisco Miguel Duarte, 1 7800-510 BEJATel. 284 310 500 Fax. 284 310 508 Tm. 938 201 029E-mail. [email protected]

Os associados e seus familiares directos, bem como os tra-balhadores do STEC, beneficiarão do desconto de 30% sobre o tarifário de Balcão.

SELECÇÃO HOTÉISRua Prof. Mira Fernandes, Lote- 20/21 - 6º M 1900-383 LISBOATel. 218 465 752 Fax. 218 451 979 Tm. 918 207 249www.seleccaohoteis.pt

Unidades Hoteleiras representadas pela Selecção Hotéis e respectivos descontos.: * Estalagem São Domingos ***** - Mértola - 25%. * Albergaria Vitória **** - Évora - 25%. * Jardins do Golfe **** - Vale do Lobo - Almancil - 25%. * Estalagem do Sado ***** - Setúbal - 25%.

INCASADESIGN Rua Pascoal de Melo, 7 C 1000-230 LISBOATel. 21 352 6140 Fax. 21 355 7376 E-mail. [email protected] www.incasadesign.com

Concede aos sócios e trabalhadores do STEC, um desconto de 30% sobre os preços de tabela praticados na loja, em mobiliário contemporâneo concebido pelos mais conceituados designers.

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20 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Há algum tempo já que foram criados esquemas de incentivos monetários que supostamente premeiam os/as trabalhadores/as que mais se empenham na consecução dos objectivos – individuais e de equipa - fixados pelas Direcções Comerciais.

Descontando alguma virtuosidade a este regime, cheio de artimanhas, rasteiras e batotas, acontecem coisas verdadei-ramente insólitas a um/uma trabalhadora/a que se esfalfou, trabalhou horas extra não remuneradas, até teve pesadelos, para conseguir, melhor, para ultrapassar o objectivo fixado.

Eis que o mesmo foi conseguido e eis que ele/ela aguarda a distribuição periódica da “grossa” maquia que lhe cabe, pelo seu contributo individual…

Espanto seu: nada recebe, ZERO EUROS. Só pode ser enga-no… Questiona, pergunta. Porquê? A questão é que a unidade orgânica onde está colocado/a foi inspeccionada/auditada e teve uma avaliação negativa. Esta auditoria abrange e sancio-na a performance da equipa.

insólito

(DES)- INCENTIVOS

e-mail : [email protected]

Sede STEC - LISBOA Largo Machado de Assis, Lote-A, 1700-116 LISBOAtel 21 845 4970/1 - móv 96 231 1720, 91 849 6124 fax 21 845 4972

Delegação STEC - PORTOR. do Bolhão, nº 53 - 4º Dto, 4000-112 PORTOtel 22 338 9076, 22 338 9128fax 22 338 9348

Delegação STEC - COIMBRAR. do Carmo, nº 54 - 3º Letra Q, 3000-098 COIMBRAtel 23 982 7686, 23 982 8554fax 23 982 6802

Boletim Informativo Caixa Aberta Nº 21 , Junho de 2009 - Periodicidade: Trimestral - Tiragem: 6500 ExemplaresDirecção e Redacção: Departamento de Comunicação do STEC - Concepção Gráfica: Hardfolio - Impressão: Ligrate - Atelier Gráfico, Lda.

Assim, como integrante da equipa, não recebe a sua maquia individual!

Promete-se com um regulamento retira-se com outro…É este um esquema perverso? É!Insólito? Deveras!Frustrante? Demais!Objectivos, para que vos queremos, se vós alimentastes a crise?

Se vivemos e trabalhámos felizes, tantos anos, sem vocês!