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Síntese dos capítulos 7, 8 e 9
LIVRO: Por dentro da sala de aula
AUTOR: Marcos Garcia Neira
EDITORA: Phorte
2ª edição – revisada e ampliada – 2010
CAPÍTULO 7 – A prática pedagógica de inspiração construtivista
- Objetivo do texto: refletir sobre a prática escolar à luz da didática;
- Ação docente deve ser organizada sobre bases científicas;
- ANTIGAMENTE: A escola transmitia conhecimentos;
- ATUALMENTE: A escola deve entender que teoria e prática são uma unidade;
“NO FAZER GERA-SE O SABER”
- Cada aula é uma situação didática diferente;
- Conceito ampliado de aula, a partir de Libâneo:
“o termo aula não se aplica somente àquela situação expositiva tão comum, mas a todas as formas didáticas organizadas e
dirigidas direta ou indiretamente pelo professor, tendo em vista realizar o ensino e a aprendizagem. Em outras palavras, a aula é toda situação didática na qual se põem objetivos, conhecimentos, problemas, desafios, com fins educativos, que incitam crianças,
jovens e adultos a aprender”. (NEIRA, 2010, p, 137)
- O trabalho docente (a aula) não deve seguir padrões, como se fazia no passado. A única regra geral:
“[...] talvez seja que as aulas não devam seguir um esquema rígido”. (NEIRA, 2010, p, 138)
Para tanto, a estruturação da aula deve se valer da criatividade e flexibilidade do professor;
O aluno aprender individualmente, a partir das pessoas que oferecem o auxílio, o professor;
Assim, o papel do professor é:
- ajudar a detectar um conflito inicial entre o que já se conhece e o que se deve conhecer;
- fazer com que o aluno sinta-se capaz e com vontade de aprender;
- propõe conteúdos interessantes e desafiantes;
- intervém de forma adequada as dificuldades e potencialidades apresentadas pelos alunos.
- O autor sugere alguns questionamentos para organizar prática educativa;
- NA ORGANIZAÇÃO DAS PRÁTICAS EDUCATIVAS EXISTEM ATIVIDADES (reflexão sobre a ação):
- que permitam determinar os conteúdos que os alunos têm dos novos conteúdos?
- significativas e funcionais para os alunos?
- adequadas ao desenvolvimento dos alunos?
- que representam desafios alcançáveis?
- que provoquem conflitos cognitivos e que, estabelecem relações entre os conhecimentos prévios e novos conteúdos?
- que são motivadoras à aprendizagem de novos conteúdos?
- que facilitam a compreensão por parte dos alunos, do que eles aprenderam?
- que ajudam o aluno a aprender a aprender?
A avaliação da prática educativa:
- por meio de conversas com os alunos;
- observação e interpretação da prática por meio das respostas;
- análises das atividades.
CHAVE DA AVALIAÇÃO: DIÁLOGO!!!
- escuta atenta dos alunos;
- saber comunicar e interpretar as relações do grupo.
CAPÍTULO 8 – A pedagogia crítica
- Objetivo do texto: refletir sobre a prática escolar à luz da didática;
- Conceito de currículo: organização dos tempos, das atividades de ensino, os espaços de aula, os objetivos, as falas, os materiais didáticos, dentre outras;
- Contudo, a escola tem valorizado mais os conteúdos de aprendizagem, deixando de lado o método;
- A pedagogia tradicional valoriza mais os conteúdos;
- A pedagogia crítica, por sua vez:
“[...] valoriza o papel do professor como mediador entre o aluno e a cultura, por meio de processos de reflexão sobre a vida
cotidiana, transmissão e assimilação crítica dos conhecimentos no contexto da prática social coletiva, que, por sua vez, implica a transformação da natureza e da sociedade”. (NEIRA, 2010, p.
149)
PENSANDO OS MÉTODOS:
- Como os conhecimentos abordados nas aulas podem proporcionar aos alunos condições para uma reflexão crítica sobre o mundo?
- Como os conteúdos escolares podem beneficiar os alunos para que decidam-se, conscientemente, em prol de uma sociedade mais justa?
Para pensar o MÉTODO, o autor se baseia no MÉTODO DIALÉTICO:
- Relações entre o concreto e o abstrato;
- Relações entre o lógico e o histórico;
- Relações entre teoria e prática.
O CONHECIMENTO DEVE SER:
- inicialmente prático – muito antes de ser teorizado (começando da experiência prática da realidade);
- social – transmitido entre os membros da sociedade;
- histórico – universal.
- O método de ensino é CONSTRUÍDO a partir da realidade;
- O desenvolvimento da aula depende da problematização;
PROBLEMATIZAR É:
- abordar algumas possibilidades que podem emergir a partir das leituras e interpretações da prática social;
- procurar o maior compromisso possível do objeto de estudo numa realidade, de fato, social, cultural e política;
- compreender profundamente a realidade em foco e o desenvolvimento da capacidade crítica dos alunos enquanto sujeitos do conhecimento, desafiados pelo objeto a ser conhecido.
- Na pedagogia crítica os conteúdos EMERGEM DA PROBLEMATIZAÇÃO;
- A PROBLEMATIZAÇÃO fomentará análises cada vez mais profundas e permitirá a construção de sínteses pessoais e coletivas;
- Para tanto, uma nova visão de aprendizagem deve se fazer presente no interior dos CURRÍCULOS;
- A METODOLOGIA é oposta a “sequência” do simples para o complexo;
- O aluno deve ser colocado diante uma tarefa complexa, global e completa, como no cotidiano;
- Num segundo momento propõe-se atividades específicas: organização do conteúdo, abordagem de conceitos específicos, experimentação de diferentes procedimentos;
RESUMINDO: Antes de propor o conhecimento gradativo, o processo de ensino tem início com a aproximação dos alunos com a manifestação cultural, assim como no cotidiano.
“É pela problematização que os atores sociais discutem, refletem, analisam e percebem inúmeras dimensões da prática social, como que colocando-a simultaneamente no mundo e no microscópio”. (FREIRE, 1967 apud NEIRA, 2010, p. 152).
-Professores que atuam com base nos princípios teóricos da pedagogia crítica não abordam conteúdos desconectados da vida social;
- O conhecimento é um instrumento para compreensão e possível intervenção na realidade;
- O professor deve fazer a mediação entre os alunos e as práticas sociais, criando situações problematizadoras, introduzindo novas informações, dando condições para que os alunos avancem na compreensão dos fenômenos;
- O aluno é sujeito ativa que usa suas experiências e conhecimento para resolver os problemas que surgem;
- Com essa metodologia, os alunos que partem do mesmo tema podem percorrer trajetórias de aprendizagem completamente diferente, aprendendo conteúdos diversos;
- O ensino não se organiza a partir dos conteúdos, mas de uma prática pedagógica centrada no entendimento do processo de construção da sociedade.
AÇÕES DIDÁTICAS:
- Coletar informações sobre o patrimônio cultural da comunidade, estabelecendo o rol de saberes que os alunos têm antes de chegar à escola:
- Pesquisa de campo;
- Diálogo com a comunidade;
- Conversa com outros colegas;
- Atividades em biblioteca, sala de informática, sala de vídeo, exposições, apresentações, passeios a parques, teatros, cinemas, ambientes de trabalho, comércio, sedes de partidos políticos, igrejas, associações de bairro, que ampliarão os conhecimentos sobre a cultura.
AÇÕES DIDÁTICAS: EXEMPLO PARA EDUCAÇÃO FÍSICA:
- Futebol:
- Pesquisa de campo;
- Diálogo com a comunidade, identificando ex-times, ex-jogadores, dentre outras;
- Conversa com outros colegas;
- Atividades em biblioteca (livros, jornais, revistas), sala de informática, sala de vídeo, exposições, apresentações, passeios a estádios, cinemas, ambientes de trabalho (treinos de clubes), comércio (venda de produtos esportivos e derivados), sedes de clubes, associações de futebol amador, campos de várzea, dentre outras;
- Essas ações didáticas se caracterizam pela imprevisibilidade de tempo, não sendo possível estabelecer tempo para conclusão dos trabalhos. Tudo dependerá das problematizações;
- A partir das coletas de informações organiza-se o currículo por temáticas;
- No decorrer das atividades o professor deve pedir para os alunos socializarem seus pontos de vista sobre o assunto. Com o passar do tempo, o questionamento dos professores não será mais necessário;
- Quando a turma conversa sobre as experiências, novas ideias surgem, a isso chamam de RESSIGNIFICAÇÃO;
- A prática pedagógica não se vincula a um conhecimento prévio do professor. É O INVERSO: existe ampliação dos conhecimentos dos professores e dos alunos;
-Alunos podem assumir a responsabilidade de preparar-se para coletar os dados, informando-se sobre a temática, como se fosse um repórter;
- A partir da coleta de dados e análise, parte-se para etapa de AMPLIAÇÃO, promovendo atividades com outros recursos, como televisão, livros, jornais, internet;
- Após essa etapa, finaliza-se com a elaboração de um produto final: apresentação, exposição, livro, dentre outras;
AVALIAÇÃO:
- Diagnóstica: sobre os saberes da temática que será problematizada (diário de campo, portfólio, registros escritos de alunos);
- Reguladora: realizada durante o processo educativo, identificando, durante as intervenções pedagógicas, identificando insuficiências das atividades propostas;
- Final: descobrir em que medida os procedimentos didáticos utilizados para ampliar o repertório dos conhecimentos problematizados.
NESSE CONCEITO DE AVALIAÇÃO:
- O professor “recolhe” elementos para refletir sobre a sua prática pedagógica
CAPÍTULO 9 – A formação docente (autoria de Tatiane Kobayashi Sarmento e Marcos Garcia Neira)
- Objetivo do texto: discutir como o professor se posiciona diante de novos conhecimentos oferecidos em sua trajetória profissional;
- As poucas formas de formação contínua não são adequadas, sempre centradas na transmissão de grande volume de informações;
- O professor precisa ser capaz de elaborar conceitos e executá-los durante a sua prática (PERRENOUD, 2002 apud SARMENTO; NEIRA, 2010)
Gauthier (apud NUNES, 2001) identifica três categorias do saber docente:
- ofício sem saberes: falta de sistematização do saber do docente, suas ações se baseiam em intuições e bom-senso;
- os saberes sem ofício: excesso de conhecimentos científicos, distantes da sala de aula;
- ofício feito de saberes: os saberes dos professores são mobilizados em sua prática.
- Os autores do texto apresentam discussões sobre saberes profissionais, baseados nos estudos de Lee Shulman, de Maurice Tardif e de Fernando Hernandéz:
Lee Shulman:
- O docente possuiu três tipos de conhecimento:
- específico: conteúdos que o professor ensina
- pedagógico geral: teorias e princípios relacionados aos processos de ensinar e aprender, conhecimentos dos alunos e suas realidades;
- pedagógico do conteúdo: construído constantemente ao ensinar a matéria e é enriquecido e melhorado com base nos outros conhecimentos (único conhecimento que o professor é o AUTOR.
Para Schulman esses conhecimentos acionados, relacionados e construídos formam o RACIOCÍNIO PEDAGÓGICO, constituídos de seis etapas:
- Compreensão
- Transformação
- Instrução
- Avaliação
- Reflexão
- Nova Compreensão
Maurice Tardif:
- Indissocialidade dos saberes dos professores de seu trabalho na escola e na sala de aula;
- Temporalidade do saber, adquirido num contexto histórico de vida e de carreira;
- Diversidade do saber docente, saber plural, de fontes variadas, oriundos dos saberes profissionais, pedagógicos, curriculares, disciplinares e experienciais;
Saberes Profissionais: transmitidos pelas instituições formadoras;
Saberes Pedagógicos: concepções provenientes de reflexões da prática educativa, ideológicas e técnicas utilizadas no trabalho;
Saberes Disciplinares: saberes sociais definidos e selecionados pela instituição universitária;
Saberes Curriculares: discursos, objetivos, conteúdos e métodos a partir dos programas escolares que os professores devem aprender e aplicar;
Saberes Experienciais: advindos e validados na/ da experiência.
Fernando Hernandéz:
- Identificou atitudes docentes que se tornam obstáculos à aprendizagem:
- Refúgio no Impossível: os novos conhecimentos são utópicos, difíceis de serem abordados (ATITUDE DE DESCRENÇA);
- Desconforto em Aprender: aprender exige muito esforço e isso é algo para crianças (ATITUDE DE DETENTOR DO SABER);
- Revisão da Prática não Resolve Problemas: o ideal seria apenas dizer o que deve ou não ser modificado nas suas ações (ATITUDE DE DESCRENÇA);
- Ameaça à Identidade Profissional: qualquer tentativa de mudança é um atentado contra a experiência, esforço e os conhecimentos docentes (ATITUDE DE DESCONFIANÇA AO QUE FAZ E É);
- Revelação: separação da teoria e da prática, a primeira é da universidade (ATITUDE JUSTIFICADORA DE AÇÕES).
Formação Contínua
- Espaço de promoção da reflexão e o aprimoramento das concepções definidas ao longo da trajetória do professor;
- Existem situações em que a improvisação e habilidades pessoais são necessárias. Isso a formação superior não dá conta;
- Dessa forma, os professores são formadores, a partir de suas experiências práticas;
- Deve valorizar as experiências prévias de cada um.