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Boletim Informativo do Sisejufe Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do Rio de Janeiro Ano X Nº 185 – Junho de 2011 Filiado à Fenajufe e à CUT Portal: sisejufe.org.br – Endereço Eletrônico: [email protected] – Edição Especial da Fenajufe 16ª Plenária Nacional Sisejufe sedia a maior Plenária Nacional da Fenajufe deste ano No total, 176 delegados e 78 observadores re- presentando mais de 25 estados do país, compa- receram à 16ª Plenária Nacional da Fenajufe cujo objetivo principal é definir estratégias para ampliar a mobilização pela aprovação do Plano de Carreiras da categoria (PL 6613/09) e definir ações de luta contra a derrubada de direitos dos servidores públicos Tatiana Lima* Destacando a importante his- tória política da antiga capital federal, o diretor-presidente do Sisejufe – sindicato anfi- trião da 16ª Plenária Nacional da Fenajufe – Roberto Poncia- no, deu início da tarde de sex- ta-feira, 3 de junho, o maior encontro nacional da Federa- ção deste ano, com mais de 200 servidores do Judiciário Federal e do Ministério Públi- co da União (MPU). “Temos muito ainda o que avançar, mas é preciso fazer justiça ao Rio de Janeiro pelo seu histórico de luta. Essa é a cidade das Diretas Já, da luta pela anistia e que junto com São Bernardo é o berço da luta do movimento sindical e dos trabalhadores. O Rio é uma cidade politica conhe- cida como a cidade vermelha e a cidade abraça vocês com alegria, pro samba e pra luta, porque nossa música é de protesto”. Ressaltou Poncia- no, que também destacou a importância da união de to- dos os servidores. A tônica da necessidade de de- fender e manter a unidade da categoria continuou em todos os discursos dos integrantes da mesa de abertura, que con- tou também com a presença de Jaqueline Albuquerque, da Central Única dos Trabalhado- res (CUT), Heitor Fernandes da Conlutas, Marcos Santos da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), os coordena- dores gerais da Fenajufe Rami- ro López, Saulo Arcangeli e Zé Oliveira e o deputado federal Roberto Policarpo (PT-DF), re- lator do PL 6613/09 na Co- missão de Finanças e Tributa- ção da Câmara. “Em relação ao PCS, espe- ramos que até domingo seja possível discutir todas as possibilidades para que pos- samos sair daqui com a uni- dade. Unidade essa que seja capaz de mobilizar todos os servidores para a construção da greve, pois sabemos que somente com um movimento forte conquistaremos o nos- so reajuste salarial”, ressaltou Roberto Policarpo, ex-diri- gente da Fenajufe e servidor do TRT da 1ª Região, que ain- da saudou o Sisejufe anteci- padamente pelos 22 anos que completará em agosto. “Foi um dos primeiros sindicatos dos servidores do judiciário e o protagonista da luta pelos trabalhadores da categoria”, destacou Roberto Policarpo. Também participaram da mesa os dirigentes sindicais da Coordenadora do Cone Sul, Raul Vazques, representante da Associação dos Funcioná- rios do Judiciário do Uruguai (AFJU) e José Ronconi, da Federação dos Judiciários Ar- gentinos (FJA) A coordenadora da Fenajufe Jacqueline Albuquerque, re- presentando a Central Única dos Trabalhadores (CUT) na- cional, destacou a atuação da Central contra todos os ata- ques voltados aos trabalha- dores. “O ano começou com duras medidas, como o corte de R$ 50 bilhões, que certa- mente atingirá os servidores públicos. Além disso, também há os projetos que retiram direitos. Durante esses três dias, precisamos definir es- tratégias de lutas para impedir o avanço dessas propostas e conquistar o nosso PCS”, alertou Jacqueline. Ela lem- brou as atividades que a CUT promoveu no início do ano em Brasília, com outras entidades dos servidores públicos e tra- balhadores da iniciativa priva- da, com o intuito de promover campanhas unificadas contra a retirada de direitos e o corte de orçamento do atual governo. O coordenador geral da Fe- najufe, Zé Oliveira, concluiu a abertura da 16ª Plenária Nacional, destacando que a categoria se encontra em um momento bastante delicado. “Precisamos construir aqui uma luta efetiva e unificada para travarmos embates em defesa do nosso PCS e con- tra os ataques do governo. O nosso grande desafio é cons- truir democraticamente pro- postas unitárias em defesa dos trabalhadores e não apenas uma pauta específica (como é a aprovação do PCS), mas uma pauta geral contra todas as medidas que ameaçam os direitos do funcionalismo pú- blico”, disse o coordenador Zé Oliveira. Jacqueline: estratégias de lutas Zé Oliveira: proposta unitária Roberto Ponciano: “É com essa cultura de resistência política e vanguarda que o Sisejufe recebe essa plenária. Aqui vamos conseguir ampliar a luta pelo nosso PCS” *Da Redação. Fotos: Tatiana Lima

Sisejufe sedia a maior Plenária Nacional da Fenajufe deste anosisejufe.org.br/wprs/wp-content/uploads/2012/09/Boletim-185.pdf · A emoção tomou conta dos delegados presentes na

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Boletim Informativo do SisejufeSindicato dos Servidores das JustiçasFederais no Estado do Rio de Janeiro

Ano X Nº 185 – Junho de 2011Filiado à Fenajufe e à CUT

Portal: sisejufe.org.br – Endereço Eletrônico: [email protected] – Edição Especial da Fenajufe 16ª Plenária Nacional

Sisejufe sedia a maior Plenária Nacional da Fenajufe deste anoNo total, 176 delegados e 78 observadores re-presentando mais de 25 estados do país, compa-receram à 16ª Plenária Nacional da Fenajufe cujo objetivo principal é definir estratégias para ampliar a mobilização pela aprovação do Plano de Carreiras da categoria (PL 6613/09) e definir ações de luta contra a derrubada de direitos dos servidores públicos

Tatiana Lima*

Destacando a importante his-tória política da antiga capital federal, o diretor-presidente do Sisejufe – sindicato anfi-trião da 16ª Plenária Nacional da Fenajufe – Roberto Poncia-no, deu início da tarde de sex-ta-feira, 3 de junho, o maior encontro nacional da Federa-ção deste ano, com mais de 200 servidores do Judiciário Federal e do Ministério Públi-co da União (MPU).

“Temos muito ainda o que avançar, mas é preciso fazer justiça ao Rio de Janeiro pelo seu histórico de luta. Essa é a cidade das Diretas Já, da luta pela anistia e que junto com São Bernardo é o berço da luta do movimento sindical e dos trabalhadores. O Rio é uma cidade politica conhe-cida como a cidade vermelha e a cidade abraça vocês com alegria, pro samba e pra luta, porque nossa música é de protesto”. Ressaltou Poncia-no, que também destacou a importância da união de to-dos os servidores.

A tônica da necessidade de de-fender e manter a unidade da categoria continuou em todos os discursos dos integrantes da mesa de abertura, que con-tou também com a presença de Jaqueline Albuquerque, da Central Única dos Trabalhado-res (CUT), Heitor Fernandes da Conlutas, Marcos Santos da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), os coordena-dores gerais da Fenajufe Rami-ro López, Saulo Arcangeli e Zé Oliveira e o deputado federal Roberto Policarpo (PT-DF), re-lator do PL 6613/09 na Co-missão de Finanças e Tributa-ção da Câmara.

“Em relação ao PCS, espe-ramos que até domingo seja possível discutir todas as possibilidades para que pos-samos sair daqui com a uni-dade. Unidade essa que seja capaz de mobilizar todos os servidores para a construção da greve, pois sabemos que somente com um movimento forte conquistaremos o nos-so reajuste salarial”, ressaltou Roberto Policarpo, ex-diri-gente da Fenajufe e servidor do TRT da 1ª Região, que ain-da saudou o Sisejufe anteci-padamente pelos 22 anos que completará em agosto. “Foi um dos primeiros sindicatos dos servidores do judiciário

e o protagonista da luta pelos trabalhadores da categoria”, destacou Roberto Policarpo.

Também participaram da mesa os dirigentes sindicais da Coordenadora do Cone Sul, Raul Vazques, representante da Associação dos Funcioná-rios do Judiciário do Uruguai (AFJU) e José Ronconi, da Federação dos Judiciários Ar-gentinos (FJA)

A coordenadora da Fenajufe Jacqueline Albuquerque, re-presentando a Central Única dos Trabalhadores (CUT) na-cional, destacou a atuação da Central contra todos os ata-ques voltados aos trabalha-dores. “O ano começou com duras medidas, como o corte de R$ 50 bilhões, que certa-mente atingirá os servidores

públicos. Além disso, também há os projetos que retiram direitos. Durante esses três dias, precisamos definir es-tratégias de lutas para impedir o avanço dessas propostas e conquistar o nosso PCS”, alertou Jacqueline. Ela lem-brou as atividades que a CUT promoveu no início do ano em Brasília, com outras entidades dos servidores públicos e tra-balhadores da iniciativa priva-da, com o intuito de promover campanhas unificadas contra a retirada de direitos e o corte de orçamento do atual governo.

O coordenador geral da Fe-najufe, Zé Oliveira, concluiu a abertura da 16ª Plenária Nacional, destacando que a categoria se encontra em um momento bastante delicado. “Precisamos construir aqui uma luta efetiva e unificada para travarmos embates em defesa do nosso PCS e con-tra os ataques do governo. O nosso grande desafio é cons-truir democraticamente pro-postas unitárias em defesa dos trabalhadores e não apenas uma pauta específica (como é a aprovação do PCS), mas uma pauta geral contra todas as medidas que ameaçam os direitos do funcionalismo pú-blico”, disse o coordenador Zé Oliveira.

Jacqueline: estratégias de lutas

Zé Oliveira: proposta unitária

Roberto Ponciano: “É com essa cultura de resistência política e vanguarda que o Sisejufe recebe essa plenária. Aqui vamos conseguir ampliar a luta pelo nosso PCS”

*Da Redação.

Fotos: Tatiana Lima

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A emoção tomou conta dos delegados presentes na Ple-nária Nacional da Fenajufe. De pé todos em coro grita-ram “presente”, quando o diretor-presidente do Sise-jufe, Roberto Ponciano, evo-cou o nome do servidor do TRF da 4ª Região e diretor do Sintrajufe-RS, Alexandre Junqueira – ou simplesmente Alê como era carinhosamen-te chamado pelos amigos – que moreu há exatamente um ano, em 3 de junho de 2010, em Porto Alegre.

A saudade invadiu o plená-rio e até algumas lágrimas tei-

Não quero nem choro nem vela: A homenagem ao companheiro Alê

“Alê fez de mim uma pessoa melhor”, confidenciou a plateia Roberto Ponciano, ao ler o texto que elaborou para homenagear o amigo

mosas rolaram pelo rosto de alguns servidores – mas foi a alegria do companheiro Alê o destaque da homenagem dos companheiros de luta sindical. Primeiro, pela amiga Bárbara, diretora do Sintrajufe-RS, que leu a poesia “Poema ao ami-go”. Depois pelo diretor-pre-sidente do Sisejufe, que emo-cionado leu o texto elaborado por ele e dedicado ao amigo Alê, quem definiu como um homem “bonito, simpático, que roubava a atenção das mulheres e vivia a 200 quilô-metros. Um doce bárbaro!”. O texto segue descrevendo o protagonismo do militante

que preconizou a luta pelo reconhecimento da união ho-moafetiva. Enquanto Roberto lia o texto, um painel de fo-tografias foi transmitido, com a música de Gonzaguinha ao fundo: “O que é, o que!”, música de alusão a vida.

Vera Miranda, assessora po-lítica do Sisejufe, não se con-teve. Aos prantos ela aplaudia a homenagem. “Ficou linda. Digna dele, mas a saudade de Alê será para sempre. O meu companheiro de luta não volta. Fica o ensinamento de Alê”, confessou emocionada a militante.

Bárbara: Poema ao amigo

Fotos: Tatiana Lima

No primeiro dia de debates, 3 de junho, delegados e ob-servadores também leram o Regimento Interno e discuti-ram a Conjuntura Nacional do país. A mesa contou com a presença da assessora política do Sisejufe, Vera Miranda, da coordenadora do Núcleo de Gênero e Raça do sindicato, Cristina Paiva, do representan-te da CPS (Conlutas), Heitor Fernandes e do mestre e dou-tor em Ciências Políticas, José Vieira Loguercio.

Conjuntura Nacional: unidade da categoria para alcançar lutas é o destaque“É necessário que os servidores do Judiciário Federal passem por cima do muro”. Esse foi o recado da assessora política do Sisejufe, Vera Miranda

Para Loguercio, “é funda-mental se lutar por um Es-tado cada vez mais forte e o Judiciário tem fundamen-tal papel neste processo. O Brasil e a América Latina continuam sendo servidos por um senhor e outro, o que significa que haverá cada vez mais luta neste sentido”. Já assessora do Sisejufe, Vera Miranda, destacou que é “extremamente importante que a categoria jogue peso e construa uma unidade para

importância do Judiciário na conjuntura nacional e mandou um recado aos presentes: “O Judiciário precisa passem por cima do muro e basicamente voltem a construir com muito mais intensidade, não só as questões específicas da cate-goria, mas também a grande pauta geral da sociedade e do setor público”. Para ela, é através da unidade que os servidores podem fortalecer e levar o Judiciário a debater os diversos temas que ron-dam a sociedade brasileira seja no âmbito ambiental, de gênero, etnia, entre outros recortes sociais.

endurecer o debate com go-verno”.

Vera foi enfática ao ressaltar a

Ao término dos trabalhos do dia, como o movimen-to sindical não vive só de luta e discussões, a ordem da noite foi “jongar”. Os presentes acompanharam a apresentação de uma das manifestações mais con-sagrados e tradicionais do estado do Rio: a perfor-mance do grupo Jongo da Serrinha – expoente de resistência das raízes africanas da cultura brasileira – que fechou junto com o grupo musical Cultura Popular Razões Africanas, com chave de ouro, o pri-meiro dia de atividades da federação.

Sisejufe apresenta Jongo da SerrinhaFoto: Henri Figueiredo

Vera: endurecer debate