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Sistema CELOS Sistema CELOS de manejode manejo
André Ernesto MarcosDemetrios Marcelo Rosely
PEF 415 - Madeiras
Parte 2
Noções de Noções de ManejoManejo
Amazônia brasileira 64% Floresta Ombrófila DensaOmbrófila AbertaEstacional SemidecidualEstacional Decidual
18% Savana e Savana Estépica
16% Faixas de transição
Introdução
Ocupação Amazônica
A floresta, como um ecossistema em equilíbrio, vem sofrendo grandes alterações na sua estrutura
natural, devido ação humana
Menos de 30% das terras estão reservadas às atividades agropecuárias
Fatores Limitantes: - químico - manejo do solo
78% dos solos são ácidos e de baixa fertilidade,
limitando o uso contínuo da agricultura. Predominância de argilas (caolinita, óxidos
e hidróxidos de alumínio e ferro)
Características
Fatores
1) Idade dos solos: Milhões de anos Mudanças genéticas Geração de toda diversidade.
Necessidade de ciclagem dos nutrientes no sistema como forma de preservar toda diversidade regional.
Solos ácidos e de baixa fertilidade não possuem capacidade de manter a flora, e em conseqüência, a fauna, por si só.
Desconhecimento da importância da liteira na nutrição das plantas regionais nos solos é o reponsável pelo fracasso na implantação da maior parte dos processos de ocupação com base agro-pecuária.
2) Desconhecimento de modelos agrícolas compatíveis com as características da região
Implicações
Se torna urgente a divulgação dos sistemas de manejamento
florestal adequados à região, assim como sua execução.
Mas é fundamental o conhecimento sobre a condução das florestas intactas, de maneira a
torná-las produtivas,sem causar o desequlíbrio de toda a sua
estrutura.
O que é Manejo Florestal?
Manejo Florestal é a parte da ciência florestal que trata do conjunto de princípios, técnicas e normas, que tem por fim
organizar as ações necessárias para ordenar os fatores de produção e controlar a sua produtividade e eficiência, para
alcançar objetivos definidos. (Higuchi, 1991)
Para ser sustentável, o manejo deve:• Economicamente viável;Economicamente viável;•Ecologicamente correto;Ecologicamente correto;
•Socialmente justoSocialmente justo.
O que Propõe o Manejo Florestal?
Garantir a sustentabilidade do recurso florestal.
“Uma atividade é sustentável se, na prática, ela pode continuar indefinitavamente.” ( WWF)
Desenvolvimento sutentável é aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a
capacidade das futuras gerações atenderem às suaspróprias necessidades.
A Importância do Manejo
Envolvimento de questões: Sociais
Econômicas
Ecológicas
Questões Sociais
O Brasil participa com 72% das pessoas que vivem na região Amazônica, considerando os países-membros do TCA
(Tratado de Cooperação Amazônica).Com cerca de 24 mi. de pessoas, estas representam 10%
da população dos países do TCA.
+Crescimento rápido da população na região, e internamente,
mais rápido na zona urbana do que na rural
+Alta concentração de terras na zona rural, provocando o êxodo da zona
rural para a urbana
Rápido crescimento das cidades, gerando déficits de energia, águapotável, esgoto, eletricidade e serviços, altos níveis de desemprego, pobreza.
Questões Econômicas
A atividade florestal nas florestas tropicais gerou (1991, FAO)uma produção de 19,5 mi. de m3 de toras no Brasil (12,5% da
produção da AL. Produção da AL foi 33,8% do total das florestas tropicais).
Disso, a WWF considera que menos de 1%de toda madeira em tora produzida por estas florestas
foi retirada considerando-se as bases de sustentabilidade.
Proibir exploração madereira através de legislação pode significara estagnação do crescimento da participação do setor florestal
na economia.
Questões Ecológicas
Cerca de 1000 hectares de floresta tropical contem 750 espécies
de árvores, 125 tipos de mamíferos, 400 tipos de pássaros,
100 répteis e 60 anfíbios, sendo que cada tipo de árvore
pode suportar mais de 400 espécies de insetos, segundo
a US National Academy of Sciences (1982).
Como fazer o Manejo?
O bom manejo inclui:
•Exploração cuidadosa;•Aplicação de tratamentos silviculturais a floresta para
regenerar e fazer crescer outra colheita; •Monitoramento para ajudar o manejador na tomada
de decisões técnicas administrativas
A Silvicultura deve ser entendida como parte da ciência florestal que trata do estabelecimento, condução
e colheita de árvores, tanto nativas, quanto plantadas.
Sistemas Silviculturais
De acordo com Troup, pode ser definido como um processoqual uma cultura, que forma uma floresta, é tratada, removida
substituída por outra cultura, produzindo madeira de modo distinto.
Exemplos:•Sistema de regenaração natural;
•Sistema de plantio com cobertura;•Sistema agroflorestal,
•Sistema silvopastoril ou silvozootécnico
Exemplos de Manejo Florestal
•Tapajós: em Santarém, no Pará, desde 1975
•Buriticupu: em Santa Luzia, no Maranhão
•No Suriname.
Parte 3
Situação geral dos planosSituação geral dos planosde manejo florestal no Paráde manejo florestal no Pará
Plano de manejo florestal no Pará
• Início 1997
• 13 milhões m3 / ano
• 5.200 km2 de área plantada
• 2a maior fonte de divisas do estado
Introdução
Banco de dados
Objetivo: coletar e organizar dados referentes às concessões de planos de manejo para agilizar o processo de novos projetos e criar procedentes para novas decisões.
Organização do banco de dados
Cadastramento:
• Sistema• Unidades da Federação
• Espécies Florestais• Responsáveis Técnicos
• Ficha de Coleta de Dados• Planos de Manejo
• Motivos de Indeferimento e Sistemas de Manejo
Organização do banco de dados
Entrada de dados e processamento:
• Ficha para projetos aprovados e em análise
• Ficha para projetos indeferidos
Organização do banco de dados
Relatórios de saída:
• Situação legal
• Ano de protocolo
• Unidade da Federação
Planos de manejo
Planos de manejo
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1977 1980 1982 1984 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996
Ano
Áre
a (
ha) cancelado
suspenso
apto
Planos de manejo
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1977 1980 1982 1984 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996
Ano
Nú
mer
o d
e p
roje
tos
cancelado
suspenso
apto
Por área de atuação Por número de projetos
Problemas dos projetos
• sem responsável técnico ( s )
• sem apresentação de relatório pré e pós exploratório ( s / c )
• inventário florestal com dados insuficientes ( s )
• operações suspensas por mais de cinco anos ( c )
Sistemas Silviculturais
• Regeneração Natural
• Regeneração Natural + Enriquecimento
Classes dos projetos de manejo
Classe %Área manejada 48,15
Área remanescente 32,46Preservação permanente 1,81
Agricultura 0,07Pecuária 8,61
Plantio florestal 0,27Conservação 0,00
Infra-estrutura 0,70Outros 7,93
Espécies exploradas no Pará
Faveira
Louro
Amesclão
Jatobá
Angelim
Maçaranduba
Ipê
Cedro
Curupixá
Cedrorana
LaminadosSerrados
Parte 4
A aplicação das diretrizesA aplicação das diretrizese critérios no Brasile critérios no Brasil
Introdução
Objetivo: Apresentar sugestões de legislação que protejam o patrimônio vegetal existentee, ao mesmo tempo, permitam a exploração
consciente e controlada das florestas nacionais.
Princípios
• Manter um compromisso político decisivo e contínuo.
• Estabelecer uma política florestal de consenso com a legislação adequada e aplicável aos setores afins.
• Criar mecanismos de revisão sistemática da política florestal.
Princípios
• Redigir um inventário florestal nacional de todas as florestas existentes.
• Criar disposições flexíveis para que os inventários possam incluir informações não cobertas previamente.
• Definir as área que necessitam ser mantidas sob cobertura florestal permanente.
Princípios
• Classificar as áreas em: de proteção; para conservação da natureza; para produção de madeira e outros produtos florestais; para combinação destes itens.
• Manter as áreas destinadas à conversão sob manejo florestal até que surja a necessidade de convertê-las.
• Aplicar as diretrizes definidas de forma igualitária em florestas nacionais, públicas ou particulares.
Princípios
• Criar um órgão governamental capaz de gerenciar as áreas de florestas públicas e prestar assistência no manejo das florestas particulares, de acordo com os objetivos estipulados na política florestal nacional.
• Tentar aplicar múltiplos aproveitamentos às florestas (ex. produção de madeira + proteção ambiental).
• Criar planejamento adequado às necessidades nacionais, operacionais e da unidade de manejo florestal.
Manejo Florestal
• Planejamento nacional a nível operacional e a nível de unidade de manejo florestal.
• As florestas destinadas à produção de madeiras devem ser inventariadas.
• Determinação dos objetivos para cada unidade de manejo florestal.
PlanejamentoPlanejamento
Manejo Florestal
• Dimensões das unidades devem ser função do ciclo de corte, volume médio de madeira cortada por hectare e da meta de produção anual do operador.
• O sistema silvicultural deve visar a produção sustentada a um custo mínimo, permitindo a exploração atual e futura.
• Deve-se adotar um método seguro de controle de produção.
PlanejamentoPlanejamento
Manejo Florestal
• Inventário de manejo deve ser baseado em mapas detalhados.
• As conseqüências das operações de manejo devem ser avaliadas antes do início das atividades.
PlanejamentoPlanejamento
Manejo Florestal
• A exploração deve adequar-se às práticas da silvicultura, no intuito de ajudar a criar as condições que vão melhorar a produtividade e a regeneração.
• Requisitos de pré-exploração: são importantes para minimizar os danos causados pelas operações de exploração às florestas remanescentes.
• Construção de estradas, pontes, passagens elevadas e vaus.
ExploraçãoExploração
Manejo Florestal
• Medidas para evitar danos ao meio ambiente.
• Avaliar danos causados, o estado de regeneração da floresta e a necessidade de aplicar operações silviculturais para garantia do cultivo.
• Determinação dos objetivos para cada unidade de manejo florestal.
ExploraçãoExploração
Parte 5
Sistema CELOS de ManejoSistema CELOS de Manejo
Sistema CELOS de Manejo
• Produção de madeira de alta qualidade dentro de limites ecologicamente e economicamente aceitáveis.
• Sistema policíclico - 20 a 25 anos.
•Florestas Pluviais.
Circunstâncias (Suriname)
• Clima tropical.
• Precipitação elevada.
• Terra vermelha. Matéria Orgânica - 1-3 cm.
•Florestas Mesofíticas.
Objetivos
• Produção sustentada de madeira comercial de qualidade.
• Volume de 30m3 por hectare.
• Manutenção de quase todas as funções ecológicas.
REGRAS DE OUROREGRAS DE OURO
Floresta não tocada
• Referência para o futuro.
• Fonte de biodiversidade.
• Refúgio de animais.
Sistema CELOS de Exploração
• Redução dos níveis de danos causados.
•Eficiência das operações.
• Reduziu a área danificada.
•Mais barato do que o convencional.
Prospecção
• Listagem e mapeamento de árvores potencialmente exploráveis.
• Amostragem para as operações silviculturais.
• Implantação de parcelas permanentes de amostragem.
Planejamento
• Escolha do sítio.
• Estimativa da taxa de corte admissível.
• Projeto das trilhas de extração.
•Planejamento Operacional.
Operações de Abate
• Deve ser economicamente viável e ecologicamente aceitável.
• Política de manejo e métodos de abate devem ser modificados.
• Requer o mesmo equipamento que o utilizado em abate convencional.
Abertura de Trilhas
• Por trator de esteiras. (melhor método)
• Manualmente utilizando motoserras.
Trilhas c/ Trator de Esteiras
Aspectos práticos: • Não remover árvores grandes.
• Limitar largura da trilha a menos de 4 metros.
• Tentar evitar limpar o solo (camada orgânica e vegetação).
• Evitar abrir trilhas novas enquanto as antigas puderem ser consertadas.
Trilhas Manuais c/ Motoserras
• Melhor controle de danos.
• Requer muita mão de obra.
• É caro.
• Deve ser utilizada apenas quando não se puder usar o trator de esteiras.
Operações de Derrubar
• Técnica deve minimizar a formação de clareiras e danos às futuras árvores exploráveis.
• Necessário um padrão de derrubada ordenado.
Organização
• Mapeamento da localização das árvores – Facilita a organização do trabalho.– Facilita a procura de árvores exploráveis.
• Exploração seqüencial das seções de manejo (10 ha).
• Segurança: operar apenas uma equipe por seção.
• Minimizar tempo entre derrubada, transporte e distância entre as toras - evitar suas deteriorações e outros riscos.
Equipe e Equipamento
• Composição: três homens sendo um deles o líder.
• Todos devem estar aptos a operar uma moto-serra.
• Objetivo: Aumentar a produção, a qualidade do trabalho, evitar fadiga e acidentes e estimular a motivação e o envolvimento de todos os trabalhadores.
Equipamento
(Por equipe)
• 2 moto-serras.
• Correntes de serra e sabres sobressalentes
• Ferramentas de manutenção.
• Cunhas e martelo.
Equipamento
(Por equipe - Segurança)
• Uniforme e botas de segurança.
• Capacetes.
• Luvas.
• Protetores de olhos e ouvidos.
Método de Abate
• Remover a vegetação arbustiva.
• Determinar cuidadosamente a direção do abate.
• Proceder à execução apropriada do abate.
• Despontar, desgalhar, traçar, numerar, medir e anotar os dados referentes à árvore cortada.
Protocolo de Abate
Qualidade da tora:
• A = Primeira Qualidade;
• B = Segunda Qualidade;
• C = Rejeitada devido a danos naturais; • D = Rejeitada devido a danos causados pelo corte.
Carregamento das Toras
Transporte por Trator de Esteiras:
• Organização.
• Equipe de três homens (job rotation recomendável)
• Cordas e guincho.
Sistema Celos de Silvicultura (SCS)
Conceito:
• “Qualidade de sítio dependente da biomassa”.
• Intervenções na floresta não deveriam eliminar muita biomassa.
Princípios
• Fomento de incremento em volume das espécies desejadas.
• Regeneração das espécies desejadas e recrutamento de exemplares jovens.
• Equilíbrio da ecologia do povoamento para garantir a produção sustentada.
Efeitos Silviculturais do Tratamento
• Aumento da produtividade: volume de até 20 - 30 m3/ha/ano.
• Não perturba sensivelmente as condições de crescimento da população remanescente.
Primeiro Refinamento
• Previsto para o segundo ano após o corte.
• Significa a eliminação, geralmente por anelamento com arboricida, das espécies indesejadas acima de um certo limite.
• Inclui o corte de cipós de diâmetro mais elevado.
Segundo Refinamento
• Efetuado depois de 8 a 10 anos.
• Deve ser feito porque a biomassa viva está ocasionando competição muito intensa por água e luz.
• Função: mitigar a competição sofrida por mudas, varas e varejãos de espécies comerciais.
Terceiro Tratamento Silvicultural
• Deve ocorrer após o ano 16 de exploração e alguns anos antes de se iniciar a segunda exploração.
• Tratamento suave.
• Mesmo caráter do segundo refinamento, mas com maior ênfase ao corte de cipós.
• Tomar medidas visando minimizar os danos (futuros) da exploração.
Vantagens do SCS
• Deixa muitas opções de manejo em aberto.
• Uma floresta manejada pelo SCS não é vulnerável a negligências.
• O risco de incêndios é reduzido, pois há poucos resíduos secos.
• Pragas e moléstias afetam poucas espécies simultaneamente.
• Mudanças são menos destrutivas para a fauna e flora.
Vantagens do SCS
• O estoque de nutrientes na biomassa e a função de filtro só são parcialmente perturbados.
• Modificações no regime hídrico e evapotranspiração são reduzidos.
• Muitos produtos florestais não-lenhosos continuam podendo ser produzidos.