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ANA PAULA RODRIGUES SISTEMA PARA APOIO AO ENSINO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA, ATRAVÉS DA RESOLUÇÃO DE CASOS CLÍNICOS Curitiba 2006

SISTEMA PARA APOIO AO ENSINO DE GINECOLOGIA E … · SAX Simple API for XML SOAP Simple Object Access Protocol UML Unified Modeling Language UDDI Universal Description, Discovery

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  • ANA PAULA RODRIGUES

    SISTEMA PARA APOIO AO ENSINO DE GINECOLOGIA E

    OBSTETRCIA, ATRAVS DA RESOLUO DE CASOS CLNICOS

    Curitiba 2006

  • ANA PAULA RODRIGUES

    SISTEMA PARA APOIO AO ENSINO DE GINECOLOGIA E

    OBSTETRCIA, ATRAVS DA RESOLUO DE CASOS CLNICOS

    Dissertao de mestrado apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Tecnologia em Sade da Pontifcia Universidade Catlica do Paran como requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre em Tecnologia em Sade.

    Orientador: Prof. Dr. Laudelino Cordeiro Bastos.

    Co-Orientadora: Prof. Dr. Claudia M. C. M. Barra

    Co-Orientadora: Prof. Dr. Vivian Ferreira do Amaral

    Curitiba 2006

  • Rodrigues, Ana Paula R696s Sistema para apoio ao ensino de ginecologia e obstetrcia, atravs da 2006 resoluo de casos clnicos / Ana Paula Rodrigues ; orientador, Laudelino Cordeiro Bastos ; co-orientadoras, Claudia M. C. M. Barra, Vivian Ferreira do Amaral. 2006. 111 f. : il. ; 30 cm Dissertao (mestrado) Pontifcia Universidade Catlica do Paran, Curitiba, 2006 Inclui bibliografia 1. Educao mdica. 2. Informtica na medicina. 3. Mulheres Sade e higiene. I. Bastos, Laudelino Cordeiro. II. Barra, Claudia M. C. M. III. Amaral, Vivian Ferreira do. IV. Pontifcia Universidade Catlica do Paran. Programa de Ps-Graduao em Tecnologia em Sade. V. Ttulo. CDD 21. ed. 610.71 610.285 613.04244

  • Se o conhecimento pode criar problemas, no atravs da ignorncia que podemos solucion-los.

    Isaac Asimov

  • Dedico este trabalho a meu marido, companheiro, maior incentivador e ao nosso beb, realizao de um grande sonho, que est chegando.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo Deus por me oferecer caminhos que me proporcionaram a

    realizao deste trabalho.

    Sinceros agradecimentos, aos meus orientadores Prof. Dr. Laudelino

    Cordeiro Bastos, Profa. Dr. Claudia M. C. M. Barra e Profa. Dr. Vivian

    Ferreira do Amaral, pela incansvel dedicao em todos os momentos,

    me ajudando a superar limitaes e a tornar este trabalho realidade.

    A Profa. M.Sc. Mrcia Olandoski por sua colaborao na anlise dos

    resultados deste trabalho.

    Ao Professor Dr. Lincoln de Assis Moura Jnior, por seu interesse nesta

    pesquisa e disponibilidade em participar de minha banca.

    Ao Servio de Ginecologia da Santa Casa de Misericrdia, sempre to

    acolhedor permitindo minhas visitas e pesquisas.

    Ao Professor Emilton Lima Jnior por suas contribuies, interesse e

    participao da qualificao deste trabalho.

    Ao colega Jos Henrique de Almeida por compartilhar comigo os

    resultados de sua pesquisa.

    Ao colega Fernando Weber, agradeo sua disposio, pacincia e por

    compartilhar seus conhecimentos tcnicos comigo.

    Ao Programa de Ps-Graduao pela bolsa parcial que possibilitou

    financeiramente a realizao deste projeto.

  • I

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS ...............................................................................................................III

    LISTA DE TABELAS............................................................................................................... V

    LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................................. VI

    RESUMO ............................................................................................................................... VII

    ABSTRACT .......................................................................................................................... VIII

    1 INTRODUO ...................................................................................................................9

    1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................11

    1.2 OBJETIVOS ESPECFICOS ................................................................................................11

    1.3 ORGANIZAO ................................................................................................................12

    2 REVISO DA LITERATURA ...........................................................................................13

    2.1 FUNDAMENTOS DA APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMA........................................13

    2.2 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMA NA PUCPR..................................................16

    2.3 EXPLORAO CLNICA EM GINECOLOGIA .....................................................................17

    2.3.1 Anamnese .............................................................................................................17

    2.3.2 Exame Fsico.........................................................................................................18

    2.4 SISTEMAS PARA O APOIO EDUCAO MDICA ...........................................................19

    2.5 ENGENHARIA DE SOFTWARE CICLOS DE VIDA ...........................................................25

    2.5.1 Modelo Clssico (Cascata) ................................................................................26

    2.5.2 Modelo de Prototipao ........................................................................................27

    2.5.3 Modelo Espiral.......................................................................................................28

    2.6 XML..........................................................................................................................30

    2.7 WEB SERVICE ............................................................................................................32

    2.7.1 Arquitetura.............................................................................................................33

    3 METODOLOGIA...............................................................................................................37

    3.1 PRIMEIRA ITERAO DO CICLO DE DESENVOLVIMENTO.......................................................37

    3.1.1 Avaliao (Quadrante 1) .......................................................................................39

    3.1.2 Levantamento de Requisitos (Quadrante 2) .........................................................41

    3.1.3 Arquitetura (Quadrante 3) .....................................................................................44

    3.1.4 Validao (Quadrante 4) .......................................................................................49

    3.2 SEGUNDA ITERAO DO CICLO DE DESENVOLVIMENTO ......................................................49

    3.2.1 Avaliao (Quadrante 1) .......................................................................................51

  • II

    3.2.2 Levantamento de Requisitos (Quadrante 2) .........................................................51

    3.2.3 Arquitetura (Quadrante 3) .....................................................................................53

    3.2.4 Validao (Quadrante 4) .......................................................................................55

    3.3 VALIDAO FINAL DO SISTEMA .........................................................................................56

    4 RESULTADOS.................................................................................................................58

    4.1 TABELA COMPARATIVA ENTRE REQUISITOS INICIAIS E CLASSIFICAO DE SOFTWARE

    EDUCACIONAL ......................................................................................................................58

    4.2 QUESTIONRIO DE AVALIAO DE UTILIZAO DA INTERNET ..............................................59

    4.3 CASOS DE USO ...............................................................................................................61

    4.4 MODELO DE DADOS ........................................................................................................71

    4.5 SISTEMA .........................................................................................................................72

    4.6 VALIDAO FINAL DO SISTEMA .........................................................................................78

    5 DISCUSSO DOS RESULTADOS E CONCLUSES....................................................85

    5.1 TRABALHOS FUTUROS.....................................................................................................89

    6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................................91

    ANEXOS.................................................................................................................................97

  • III

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Ciclo de Vida - Modelo Clssico................................................... 26

    Figura 2 - Modelo de Prototipao - retirado de Pressman, 1995 pg. 36 ... 27

    Figura 3 - Modelo Espiral - retirado de Ian Sommerville (2003) ................... 28

    Figura 4 - Exemplo da estrutura de um XML................................................ 30

    Figura 5 - Estrutura criada pelo mtodo DOM.............................................. 31

    Figura 6 - Estrutura criada pelo mtodo SAX............................................... 32

    Figura 7 - Papis, operaes - retirado de UDDIa, 2003 ............................. 34

    Figura 8 -Primeira iterao do ciclo de desenvolvimento ............................. 38

    Figura 9 - Mdulos do sistema - primeira iterao ....................................... 44

    Figura 10 - A arquitetura inicial do sistema .................................................. 45

    Figura 11 - Trecho do XML definido por ALMEIDA e BASTOS (2005) ........ 47

    Figura 12 - XML do pronturio versus estrutura do menu da aplicao ....... 48

    Figura 13 - Segunda iterao do ciclo de desenvolvimento ......................... 50

    Figura 14 - Mdulos do sistema - segunda iterao..................................... 52

    Figura 15 - Arquitetura do sistema com a utilizao de web service............ 53

    Figura 16 - Casos de uso da aplicao ........................................................ 62

    Figura 17 - Modelo de Dados....................................................................... 71

    Figura 18 - Tela inicial do sistema................................................................ 73

    Figura 19 - Log de navegao no sistema ................................................... 73

    Figura 20a - Tela de seleo de variveis do caso clnico ........................... 74

    Figura 21- Log de requisio de aes na soluo do caso clnico ............. 76

    Figura 22 - Tela de hiptese diagnstica, exames complementares e

    conduta ........................................................................................................ 76

    Figura 23 - Log de navegao no sistema ................................................... 77

    Figura 24 - Tela de comparao do caso clnico.......................................... 77

    Figura 25 - Tela de impresso do caso clnico ............................................. 78

    Figura 26 - Durao da resoluo do caso .................................................. 79

    Figura 27 Correlao entre durao e quantidade de variveis includas e

    retiradas (itens selecionados)....................................................................... 83

  • IV

    Figura 28 - Correlao entre durao (t) e variveis excludas na soluo.. 84

    Figura 29 - Correlao entre durao (t) e variveis utilizadas na soluo.. 84

  • V

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Sete passos realizados em uma sesso de tutoria ..................... 14

    Tabela 2 - Sistemas construdos para o apoio ao Ensino - Caractersticas e

    Classificaes .............................................................................................. 22

    Tabela 3 - Quadrantes do modelo Espiral e atividades realizadas nos

    modelos clssico e prototipao .................................................................. 29

    Tabela 4 - Formas de avaliao da ferramenta de apoio ............................. 57

    Tabela 5 - Tabela comparativa entre classificao de software e requisitos

    iniciais do sistema ........................................................................................ 58

    Tabela 6 - Acessibilidade Computadores e Internet.................................. 59

    Tabela 7 - Disponibilizar informaes de Ginecologia na Internet................ 60

    Tabela 8 - Facilidade na utilizao da ferramento de apoio ......................... 80

    Tabela 9 - Acesso ferramenta ................................................................... 80

    Tabela 10 - Adequao da ferramenta......................................................... 81

    Tabela 11 - Aceitao da Ferramenta .......................................................... 81

  • VI

    LISTA DE ABREVIATURAS

    ABP Aprendizagem Baseada em Problemas

    CAI Computer Assisted Instruction

    CSS Cascading Style Sheets

    DOM Document Object Model

    ICAI Intelligent Computer Assisted Learning

    OMG Object Management Group

    PA Programa de Aprendizagem

    PBL Problem Based Learning

    PPGTS Programa de Ps-Graduao em Tecnologia em Sade

    PUCPR Pontifcia Universidade Catlica do Paran

    SAX Simple API for XML

    SOAP Simple Object Access Protocol

    UML Unified Modeling Language

    UDDI Universal Description, Discovery and Integration

    URL Unified Resource Locator

    WEB World Wide Web

    WSDL Web Service Description Language

    W3C World Wide Web Consortium

    XML Extensible Markup Language

    XSLT XML Style Language Transformation

  • VII

    RESUMO

    A apresentao de casos clnicos um dos principais pontos do ensino da

    medicina atravs da metodologia PBL Problem Based Learning. A premissa para a

    utilizao desta metodologia oferecer aos estudantes possibilidade de vivenciarem

    antecipadamente o dia a dia de sua futura profisso. No sentido de apoiar este

    processo de ensino aprendizagem, apresenta-se esta dissertao a qual possui

    como objetivo principal estudar, especificar e implementar um sistema, baseado na

    plataforma Internet, de apoio ao ensino de Medicina atravs da resoluo de casos

    clnicos. Como objeto de estudo foi utilizado o Programa de Aprendizagem de

    Ginecologia e Obstetrcia da Pontifcia Universidade Catlica do Paran (PUCPR) no

    mdulo Sade da Mulher. Os trabalhos foram iniciados com a avaliao da

    viabilidade do acesso Internet e o interesse dos estudantes em um sistema de

    apoio que oferecesse a possibilidade de resolver casos clnicos de ginecologia. Em

    seguida, iniciou-se o desenvolvimento da ferramenta com a classificao de

    exerccio e prtica, tendo como preocupaes iniciais a criao de uma interface de

    fcil utilizao e adequao aos mtodos de ensino aplicados na PUCPR. A

    ferramenta foi utilizada por uma amostra de estudantes do nono perodo do curso de

    Medicina, os quais puderam analisar: a facilidade de utilizao considerada por 90%

    dos estudantes como fcil. A adequao ao mtodo de estudo tambm foi analisada

    sendo que 95% da amostra considerou que a ferramenta os estimulou a raciocinar

    sobre o caso clnico e 65% dos estudantes apontou que o caso resolvido na

    ferramenta apresentou o mesmo grau de dificuldade que o discutido no tutorial.

    Este sistema permite ainda que o professor analise de forma detalhada a resoluo

    de cada um dos estudantes, pois as apresenta de forma grfica, possibilitando uma

    visualizao facilitada, podendo auxiliar os tutores a verificar possveis desvios no

    processo ensino-aprendizagem.

    Descritores: Educao mdica; Informtica Mdica; Sade da Mulher

  • VIII

    ABSTRACT

    The presentation of clinical cases is one of the main points of teaching

    medicine based on the PBL - Problem Based Learning methodology. The

    requirement for applying this methodology is offering the students the possibility of

    experiencing in advance their future professional day-by-day. To support this

    teaching and learning method, this thesis sets its main goal in the study, specification

    and implementation of an internet based system, which will support teaching

    medicine via resolution of clinical cases. As a study subject, we adopted the

    Gynecology and Obstetrics Learning Program of the Pontifcia Universidade Catlica

    of Paran (PUCPR), in the module Women's Health. We started by evaluating

    internet access viability and student interest in a support system that could offer the

    possibility of resolving gynecological cases. Next, we started developing the teaching

    tool by classifying exercises and practices and the initial concern was the creation of

    a user-friendly interface which was also adequate to the teaching methods applied at

    PUCPR. A student sample group from the ninth term of medicine school used this

    tool and 90% of the sample group rated the tool highly user-friendly. Adequacy to the

    study method was also analyzed and 95% of the sample group stated that the study

    tool stimulated reflecting on the clinical case. In addition, 65% of the sample group

    indicated that the case solved with the study tool presented the same level of

    difficulty as the one discussed in the tutorial. This system also allows the teacher to

    analyze with details the problem resolution path of each student, presenting it in a

    simplified graphic viewing, which can help tutors verify possible deviations in the

    learning/teaching process.

    Keywords: medical education; medical informatics; women's health

  • 9

    1 INTRODUO

    A educao mdica um desafio por sua complexidade, pois engloba

    diferentes cincias como: biolgicas, exatas e humanas. Para o perfeito exerccio da

    medicina necessrio uma base slida de conhecimentos biolgicos, acrescidos de

    embasamento por evidncias demonstrveis para determinao de diagnsticos e

    tratamentos, e ainda das relaes humanas de compreenso e confiana entre o

    mdico e o paciente.

    Na busca da formao completa, as instituies de ensino tm realizado

    grandes investimentos e vm modificando atravs dos anos a educao mdica

    principalmente durante a dcada de sessenta (ALBANESE e MITCHELL, 1993).

    A partir deste perodo houve um movimento com o propsito de modificar a

    estrutura de preparao de profissionais da sade. A iniciativa partiu da

    Universidade de McMaster no Canad em 1965, que estudou, desenvolveu e

    introduziu a metodologia do ensino PBL Problem Based Learning, que

    conhecida no Brasil como ABP - Aprendizagem Baseada em Problemas

    (SAARINEN-RAHIIKA et.al,1998).

    Esta metodologia, possui como premissa a exposio antecipada dos

    estudantes a situaes reais encontradas em sua profisso. Com isto, busca-se

    incentivar o auto-aprendizado, pois os mesmos observam a aplicao prtica do

    conhecimento adquirido, assim como a necessidade de desenvolvimento de outras

    habilidades (ALBANESE e MITCHELL, 1993).

    Para a implantao desta metodologia, alm da mudana na forma de

    exposio dos contedos, a estrutura organizacional do curso dever ser

    modificada. Entre algumas alteraes est a substituio de classes com grande

    nmero de estudantes por pequenos grupos de discusso, cada um acompanhado

    de um tutor (ALBANESE e MITCHELL, 1993).

    Como recursos educacionais, os tutores utilizam principalmente a discusso

    de casos clnicos em grupo. Estes casos apresentam situaes e patologias mais

  • 10

    comuns em consultrios mdicos e hospitais, no havendo muitas vezes, tempo

    hbil para discurtir casos que no sejam comuns (PROSS,2002; HIROTA,2002).

    Em momentos oportunos, realizado o contato direto com pacientes

    ambulatoriais. Este contato se torna mais eficaz quando os estudantes se deparam

    com um paciente que apresenta a mesma patologia estudada anteriormente.

    No havendo disponibilidade de pacientes, a probabilidade de aplicar os

    conhecimentos adquiridos nos tutoriais postergada ou anulada (PROSS, 2002;

    HIROTA, 2002).

    Sobre a aplicao de conhecimentos, MEDINA et al (1977), afirmam que

    somente com a prtica, possvel que os estudantes de medicina consigam formular

    em sua mente possveis hipteses diagnsticas nas solues de problemas.

    Segundo ANDRADE (1999), pode-se diferenciar um mdico experiente de um

    iniciante pela forte base de conhecimentos adquiridos e o emprego destas

    informaes com competncia.

    QUELOPANA (2003) conclui que: a experincia do indivduo aumenta

    medida que ele se expem a diferentes problemas e suas solues respectivas. Por

    meio de tal exposio, um amplo repertrio de experincias, problemas e solues

    chegam a ser hierarquicamente organizados na memria dos indivduos.

    Alm da dificuldade de oferecer contatos com pacientes antecipadamente,

    como forma de reforo dos tutoriais, outra dificuldade enfrentada pela Pontifcia

    Universidade Catlica do Paran (PUCPR) a avaliao dos estudantes por parte

    dos tutores, visto que a resoluo do caso construda pelo grupo (RICESU, 2001).

    Os estudantes so avaliados basicamente de duas formas: a primeira pela

    participao durante os tutoriais e a segunda, atravs de provas elaboradas pelos

    tutores.

    As provas tornam-se os mecanismos mais utilizados na identificao de

    possveis desvios de objetivos e de falhas na aquisio de conhecimentos (NEDEM,

    2000; BURGARDT, 2002).

    Para apoiar a metodologia do PBL e buscando minimizar as dificuldades

    encontradas na formao dos estudantes que cursam os tutoriais de Ginecologia e

    Obstetrcia, o presente trabalho prope um ambiente computacional com uma

  • 11

    abordagem diferenciada com seleo de variveis de casos clnicos, adicionando

    exerccios rotina de estudos dos tutoriais.

    Esta proposta embasada por CHAPMAN e CALHOUN (2006), os quais

    afirmam que os sistemas de apoio ao ensino facilitam o acesso a informao e tem

    sido amplamente utilizados nas escolas de medicina.

    1.1 OBJETIVO GERAL

    Este trabalho tem o intuito de estudar, especificar e implementar um sistema,

    baseado na plataforma Internet, de apoio ao ensino de Medicina atravs da

    resoluo de casos clnicos.

    1.2 OBJETIVOS ESPECFICOS

    Verificar qual a classificao de software educacional mais adequada ao

    Programa de Aprendizagem de Ginecologia e Obstetrcia.

    Criar um sistema para resoluo de casos clnicos.

    Iniciar a construo de uma base de dados automatizada de casos clnicos

    em Ginecologia.

    Testar e avaliar a aceitao de um sistema de apoio e utilizao da Internet

    por uma amostra de estudantes participantes dos tutoriais de Ginecologia e

    Obstetrcia.

    Oferecer uma ferramenta que possibilite a soluo de casos clnicos de forma

    individual.

    Possibilitar aos estudantes a visualizao de outras solues do mesmo caso

    realizadas por outros estudantes e/ou tutores.

    Oferecer aos tutores uma visualizao facilitada da soluo de cada um dos

    estudantes.

  • 12

    1.3 ORGANIZAO

    Essa dissertao est estruturada em cinco captulos: Introduo, Reviso

    Bibliogrfica, Metodologia, Resultados Obtidos, Discusso dos Resultados e

    Concluses.

    O primeiro captulo se refere introduo ao trabalho apresentado, sendo

    composto pelos objetivos e a organizao do mesmo. O segundo captulo procura

    definir os fundamentos tericos sobre os conceitos educacionais envolvidos na

    presente pesquisa e o estudo sobre as tecnologias aqui adotadas.

    No terceiro captulo descrita a metodologia utilizada para o desenvolvimento

    da ferramenta de apoio.

    O quarto captulo dedica-se aos resultados dos experimentos com os

    estudantes e professores.

    So discutidos, no quinto captulo os resultados obtidos na avaliao de

    viabilidade, uso e adequao da ferramenta, englobando as concluses desta

    pesquisa, e apresentao de sugestes para pesquisas com o tema escolhido.

  • 13

    2 REVISO DA LITERATURA

    A aplicao da informtica na educao tem sido objeto de pesquisas devido

    importncia da utilizao de ferramentas computacionais no apoio ao processo de

    ensino-aprendizagem e educao no presencial.

    Neste trabalho, foi realizada a verificao de viabilidade e aceitao de um

    sistema para apoio ao Ensino no ensino da medicina. A reviso da literatura enfoca

    a rea de educao e sistemas de informao, com foco nas aplicaes e recursos

    para a Internet.

    Da rea de educao, foram abordados conceitos da metodologia de

    Aprendizagem Baseada em Problema utilizada pela PUCPR, juntamente com uma

    breve explanao sobre as caractersticas da explorao clnica em Ginecologia e

    Obstetrcia. No campo tecnolgico, as definies referem-se aos Sistemas de

    Informao voltados a educao e os recursos possveis de utilizao na Internet.

    2.1 FUNDAMENTOS DA APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMA

    Na metodologia Aprendizagem Baseada em Problemas, o ensino passa a

    dirigir-se a quatro esferas mentais do estudante. A educao dos comportamentos e

    atitudes; do aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a viver juntos e

    aprender a ser (DELORS, 1998).

    Albanese e Mitchell (1993), em sua ampla reviso, consideram que a melhor

    definio do PBL apresentada por Barrows em sua Taxonomia do PBL de 1985:

    [] Problem-based learning at its most fundamental level is an instructional method characterizes by the use of patient problems as a context for students to learn problem-solving skills and acquire knowledge about the basic and clinical sciences (BARROWS, 1985, apud ALBANESE e MITCHELL, 1993).

  • 14

    Os estudantes, desde os primeiros anos do curso, so divididos em pequenos

    grupos de 8 a 15 estudantes e um problema ou caso apresentado pelo professor

    chamado de tutor. Este problema discutido no grupo que levanta hipteses para

    sua soluo (ALBANESE e MITCHELL, 1993).

    Os estudantes trabalham com o problema at onde seja possvel com seu

    conhecimento prvio. As necessidades de aprendizagem sero identificadas e os

    estudantes agora se preocupam em pesquisar a informao, usando uma variedade

    de recursos (livros, relatrios, informaes on-line, e at mesmo profissionais que

    atuem na rea estudada), com isso atendendo as necessidades individuais de

    aprendizagem, ou seja, Esfera do Aprender a Aprender (CYRINO e TORALLES-

    PEREIRA, 2004).

    Aps suas pesquisas individuais, os estudantes voltam ento ao grupo e ao

    problema, verificam a hiptese definida antes do estudo e discutem uma nova

    hiptese ou complementam a definida anteriormente.

    Na metodologia do PBL, as aulas expositivas da educao tradicional, no

    so abandonadas completamente, porm aqui possuem a funo de elucidar pontos

    que ficaram obscuros durante a problematizao (BEHRENS, 2005).

    A Tabela 1 mostra a sistemtica, ou seja, os passos de um tutorial na

    metodologia do PBL apresentada por SCHMIDT (1983):

    Tabela 1 - Sete passos realizados em uma sesso de tutoria

    PASSO AO

    1 Clarificar os termos e conceitos no compreendidos na leitura do problema.

    2 Definir o problema.

    3 Analisar o problema.

    4 Desenhar um inventrio das explicaes inferidas a partir do passo 3.

    5 Formular objetivos de aprendizagem.

    6 Coletar informaes adicionais fora do grupo.

    7 Sintetizar e testar as informaes recm adquiridas.

    Com a metodologia, os estudantes tornam-se mais receptivos aos contedos,

    pois para definir com preciso o diagnstico do caso clnico apresentado,

  • 15

    necessitam de conhecimentos adicionais envolvendo-se assim com o processo de

    aprendizagem (ALBANESE e MITCHELL, 1993).

    O sucesso deste mtodo segundo ELSNER (1999) , est na sua capacidade

    de estimular a investigao e o pensamento crtico do estudante alm de

    proporcionar o auto aprendizado com a orientao do professor.

    Com isto a metodologia passa a exigir que os estudantes assumam postura

    de profissionais que estudam continuamente para se manterem atualizados. Para

    ser um eterno aprendiz, o mdico precisa ser capaz de aprendizado autnomo

    (FILHO et al, 2000). A educao no presencial, portanto, est necessariamente

    envolvida nesta evoluo. A Internet, tem oferecido surpreendentes possibilidades

    de incremento na educao no presencial, com isto vem capturando a imaginao

    e interesse de educadores ao redor do mundo (MOTTA,1999; CHRISTANTE et al,

    2003).

    Deve-se lembrar que, a metodologia PBL, alm de ser aplicada nos cursos de

    medicina muito utilizada nos cursos de enfermagem, engenharia, direito, terapia

    ocupacional, entre outros (SMITH,1995).

    A proposta foi incorporada por vrias Universidades como a Universidade de

    Maastricht na Holanda (1990), a Universidade de Sherbrook no Canad (1993), a

    Universidade de Harvard nos Estados Unidos (1994), entre outras (BEHRENS,

    2005).

    No Brasil, a Universidade de Marlia (1997), foi a pioneira. Em seguida foi

    implantada na Universidade Estadual de Londrina (1998), e recentemente, a partir

    do ano 2000, na Pontifcia Universidade Catlica do Paran.

    A metodologia PBL visa fornecer a estes futuros mdicos uma aprendizagem

    eficaz, onde haja aumento de reteno de informao e maior habilidade para

    aplicar conhecimento em contextos clnicos, e principalmente desenvolvimento de

    hbitos de aprendizagem vitalcios (REGAN SMITH et al,1994).

    Em um currculo de PBL, a aquisio de conhecimento e o processo pelo qual

    esse conhecimento aplicado so igualmente importantes e muito estimulados

    pelos tutores (BURGARDT, 2002). Este estmulo tem a preocupao de fazer com

    que os estudantes raciocinem sobre o caso, e no sigam somente um conjunto de

    passos pr-definidos.

  • 16

    2.2 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMA NA PUCPR

    A Pontifcia Universidade Catlica do Paran passou a utilizar a metodologia,

    com a inteno de construir uma prtica pedaggica capaz de sustentar uma

    formao alicerada no aprender a aprender, no aprender a viver com o diferente,

    aprender a conviver, a fazer, a ser, a conhecer e a pensar (DELORS, 1998).

    Para os professores estava colocado o desafio de tornar sua prtica capaz de (...) desenvolver processos de aprendizagem daquilo que os alunos precisaro estar aptos a realizar nas circunstncias com as quais se defrontaro no futuro (RICESU,2001).

    O processo de trabalho na metodologia PBL na PUCPR, realiza-se da

    seguinte forma: os estudantes so divididos em turmas de 8 a 15 integrantes,

    renem-se dois dias na semana para o estudo de caso nos tutoriais, seguindo os

    Sete Passos do PBL (SHMIDT, 1983; NEDEM, 2000; BURGARDT, 2002).

    Cada turma auxiliada por um tutor. A cada dois tutoriais realizada uma

    aula magistral para reforar os conhecimentos adquiridos. So realizadas provas

    quinzenais e ao final do bimestre a ltima prova aplicada (NEDEM,2000).

    Os casos que sero discutidos nos tutoriais, so elaborados pelos tutores do

    curso, porm so construdos de forma estruturada, com resultados pr-

    determinados. Os tutores so os facilitadores, para que atravs destes problemas os

    estudantes sejam instigados a aumentar seu pensamento crtico e incrementar suas

    habilidades na resoluo dos problemas. Envolvendo-os emocionalmente, para que

    se sintam responsveis pelas suas aes e incertezas na formulao de suas

    hipteses diagnsticas, situaes que enfrentaro no seu trabalho futuro

    (PROSS,2002; NEDEM, 2000; BURGARDT, 2002).

    Embora os casos sejam bem construdos e altamente discutidos durante os

    tutoriais eles abordam situaes mais comuns em consultrios mdicos e hospitais.

    No h tempo hbil para discurtir casos que no sejam to comuns entre as

    populaes atendidas, nos diversos mdulos do curso de medicina (PROSS,2002;

    HIROTA,2002). Segue em Anexo 2 um caso clnico de Hemorragia Uterina

    Disfuncional, discutido durante os tutoriais de Ginecologia.

  • 17

    2.3 EXPLORAO CLNICA EM GINECOLOGIA

    O termo propedutica Ginecolgica, segundo MEDINA et al (1977), pode ser

    entendido como o estudo dos sintomas, sinais e exames complementares aplicados

    mulher fora do estado grvido-puerperal. Para este estudo os mdicos renem os

    sintomas que motivaram a consulta juntamente com outros sinais para se chegar a

    um diagnstico que segundo MEDINA et al, o objetivo da Ginecologia.

    O Programa de Aprendizagem denominado Sade da Mulher possui como

    principal objetivo:

    Fazer com que ao trmino do curso, o aluno seja capaz de identificar os principais sinais e sintomas ginecolgicos, compreender a fisiopatologia destas doenas e saber as melhores opes de tratamento. Compreender a fisiologia do ciclo menstrual, do climatrio da lactao e do cncer ginecolgico (NEDEM, 2000).

    Para que os estudantes sejam capazes de obter sinais e sintomas,

    ensinado durante os tutoriais o processo de recolhimento de informaes.

    Este processo inicia logo no primeiro contato mdico-paciente, que

    colocado por vrios autores entre eles MEDINA et al PIATO, como o mais importante

    para se chegar a um diagnstico preciso e satisfatrio. Este contato inicial deve ser

    executado de forma sistmica com seriedade, experincia e discrio.

    Na segunda fase da investigao realizado o Exame Fsico da paciente.

    Logo aps so realizados exames complementares quando necessrio para

    confirmar ou descartar uma hiptese diagnstica.

    2.3.1 Anamnese

    O objetivo da Anamnese obter uma viso geral, o mais completa possvel

    da paciente e sua doena. Pode ser comparada a uma entrevista na qual o mdico

    tenta obter informaes mais claras e concatenadas, que em 70% dos casos

    fornecem elementos suficientes para estabelecer um diagnstico (MEDINA et al

  • 18

    1977; PIATO, 1997), o que confirmado por CERCI (apud DIAS, 2006) que indica o

    valor de 80%.

    A anamnese realizada de forma rpida e superficial segundo FARAI (2000),

    pode acarretar solicitao de exames complementares dispendiosos e sofisticados e

    em muitos casos desnecessrios, podendo levar a medidas desnecessrias e/ou

    equivocadas.

    A anamnese, segundo MEDINA et al (1977), composta por:

    a) Identificao, registro dos dados pessoais da paciente, como: nome, idade,

    cor, nacionalidade, procedncia, profisso, estado civil, endereo, telefone;

    b) Queixa Principal: motivo pelo qual o paciente chegou at a consulta mdica;

    c) Histria da Molstia Atual: momento em que deve ser registrada a evoluo

    da sintomatologia, desde o incio at o momento da consulta;

    d) Antecedentes Familiares: devem ser registradas patologias congnitas;

    e) Antecedentes Pessoais: aqui todo e qualquer episdio passado, estando

    relacionado doena ou no deve ser registrado;

    f) Antecedentes Menstruais registro de todos os sintomas relacionados a

    menstruao, entre eles: idade da menarca, caracterstica do ciclo, data da

    ltima menstruao, situao atual da menstruao;

    g) Antecedentes Sexuais: seu registro requer tato e discrio. Entre os itens

    esto: idade da primeira relao sexual, ritmo das relaes sexuais, meios

    anticoncepcionais;

    h) Antecedentes Obsttricos: que so o registro do passado obsttrico da

    paciente;

    2.3.2 Exame Fsico

    Para MEDINA et al (1977) e PIATO (1997) o exame fsico, no deve se

    restringir somente a rgos genitais. Segundo esses autores o organismo pode

    apresentar alteraes gerais mesmo sendo afetado por doenas ginecolgicas. Os

    autores recomendam que ao realizar o exame fsico, o mdico deve observar:

  • 19

    a) Estado Geral: peso, altura, presso arterial, pulso;

    b) Segmentar: cabea, pescoo; ausculta cardaca, ausculta pulmonar,

    abdmen, rins, membros;

    c) Ginecolgico: exame das mamas, genitlia externa e interna, especular e

    toque.

    2.4 SISTEMAS PARA O APOIO EDUCAO MDICA

    A utilizao de computadores no ensino, teve seu incio na dcada de 1960,

    porm, o preo destes equipamentos no tornavam esta alternativa vivel

    economicamente, para as instituies de ensino (WOODS, JONES, SHOULTZ et al,

    1988). Neste perodo foram construdos os sistemas conhecidos como Computer

    Assisted Instruction (CAI), inspirados no mtodo de instruo programada, onde o

    material a ser ensinado era organizado em segmentos lgicos encadeados.

    Possuam em sua maioria questes de verdadeiro ou falso, mltipla escolha

    utilizadas para avaliao dos estudantes (DEV et al, 1996; VALENTE, 1997).

    A partir da dcada de 1970 e durante a dcada da 1980, iniciou-se a

    revoluo dos microcomputadores, onde equipamentos menos dispendiosos foram

    criados e os sistemas CAI evoluram para os sistemas Intelligent Computer Assisted

    Learning (ICAI). Com isto se gerou a expectactiva da criao de programas

    computacionais destinados educao, por consequncia para o ensino mdico

    (WOODS, JONES, SHOULTZ et al, 1988).

    Surgiram os sistemas de simulao, nos quais era possvel atravs de

    linguagem natural, interagir com o sistema que assumia o papel de paciente. Neste

    perodo, iniciou-se tambm a construo dos sistemas especialistas, utilizando

    tcnicas e mtodos da Inteligncia Artificial. Dentre eles o mais conhecido MYCIN,

    cuja funo era o ensino de doenas contagiosas, como meningite (DEV et al.,

    1996). Porm, os programas se mantinham em estgios iniciais relacionados

    didtica e metodologia na sua concepo (PIEMME, 1988).

    As mudanas ocorreram no decorrer da dcada de 1990, quando foram

    fabricados microcomputadores mais poderosos, com capacidade para manipulao

  • 20

    de grandes quantidades de informao. Esta nova arquitetura possibilitou a criao

    de softwares educacionais mais complexos utilizando sons e imagens

    (CHODOROW, 1996), principalmente com o advindo da multimdia, CD-ROM e

    Internet.

    Durante esta dcada os sistemas educacionais foram classificados atravs da

    sua aplicao no processo de ensino e aprendizagem. Dentre as vrias formas de

    aplicao dos computadores na educao, destacam-se:

    Tutorial: baseia-se na realizao de pequenos cursos, com

    assuntos j vistos pelos estudantes ou novos contedos, dependendo

    da forma de aplicao deste tipo de sistema (VALENTE,1998) . Em

    geral permite que o aprendiz navegue pela informao avanando a

    medida que responde questes apresentadas corretamente (DEV et

    al., 1996). A limitao desta classificao de software, a capacidade

    de verificar se a informao foi processada ou simplesmente

    memorizada pelo estudante;

    Exerccio e Prtica: este tipo de classificao de sistema,

    caracterizado por oferecer aos estudantes diversas formas de testar

    seu conhecimento, sendo realizado atravs de exerccios e

    questionrios, com o intuto de revisar assuntos j estudados

    (VALENTE,1998). Outra caracterstica importante que este tipo de

    sistema deve apresentar grande nmero de oportunidades de

    treinamento. A soluo dos exerccios pode ser avaliada pelo prprio

    sistema ou pelo professor. Porm o ideal que este retorno seja

    imediato tanto para o estudante quanto para o professor (DEV et al,

    1996).

    Simulao e Modelagem: ambos os tipos de classificao simulam

    fenmenos da vida real atravs de modelos implementados em um

    sistema. Ao estudante envolvido com a simulao cabe a alterao de

    certos parmetros e a observao do fenmeno de acordo com valores

    atribudos (VALENTE,1998). Por exemplo, um modelo que simule

  • 21

    choque eltrico entre dois objetos. Neste caso o estudante dever

    determinar os parmetros para que o choque ocorra.

    Posteriormente ir verificar se o choque realmente ocorre com estes

    parmetros (VALENTE, 1998). Na modelagem, o modelo criado pelo

    estudante e uma vez implementado, o aprendiz pode utiliz-lo como

    se fosse uma simulao. Para o mesmo exemplo de choque eltrico

    entre dois objetos, aqui o estudante dever definir as leis para que o

    choque ocorra e posteriormente definir os parmetros. Segundo

    VALENTE (1998) para que a aprendizagem ocorra com este tipo de

    sistema ... deve ser completada com elaborao de hipteses,

    leituras, discusses....

    Jogos Educativos: este tipo de classificao de sistema educacional

    insere o estudante em um ambiente de competio, ou com a mquina

    ou com outro estudante (VALENTE,1998). A forma mais comum desta

    aplicao apresentar perguntas aps um tutorial e contabilizar as

    respostas corretas e as no corretas, apresentando as perguntas e

    respostas de forma ldica, utilizando sons, imagens (DEV et al, 1996).

    Atualmente, so encontrados em Universidades e na Internet, sistemas de

    aprendizagem que apiam o ensino da medicina. Entre eles podemos citar

    experincias internacionais: Crocodile e ALF tendo representantes significativos no

    Brasil o CardioCaseDiscussion e o AMPLIA juntamente com os sites MedStudents,

    Clnica Atual.

    Cada um destes sistemas apresenta finalidades e caractersticas distintas ou

    estudos de uma rea especfica da medicina. Sero apresentados na Tabela 2, os

    pontos chaves que motivaram a apresentao de cada um destes sistemas. Em

    seguida cada um dos sistemas, so brevemente descritos:

  • 22

    Tabela 2 - Sistemas construdos para o apoio ao Ensino - Caractersticas e

    Classificaes

    SISTEMA CARACTERSTICAS CLASSIFICAO

    CROCODILE Suporte ao PBL;

    Interface grfica para colaborao durante a resoluo dos problemas.

    Simulao e Modelagem

    ALF Utiliza tecnologia de agentes inteligentes;

    Apresenta o contedo em formato de casos clnicos;

    Avalia os estudantes durante a resoluo.

    Misto:

    Tutorial

    Exerccio e Prtica

    Simulao e Modelagem

    Avalia os estudantes durante as resolues atravs de agentes de software que representam o papel do tutor.

    AMPLIA Testar hipteses. Simulao e Modelagem

    CARDIOCASEDISCUSSION Apresenta assuntos de cardiologia;

    Oferece possibilidade de soluo de caso de cardiologia em grupo clnicos.

    Misto:

    Tutorial associado a

    Exerccio e Prtica

    MEDSTUDENTS Site com informaes mdicas.

    Tutorial

    CLINICA ATUAL Site com informaes mdicas principalmente de pneumologia.

    Tutorial

    CROCODILE: Crocodile abreviao de CReative Open COoperative DIstributed

    Learning Environment, uma iniciativa do GMD - German National Research

    Center for Information Technology (MIAOa, 2000).

    O sistema baseado em protocolos que determinam o papel de cada aluno,

    durante a colaborao em todas as etapas da soluo do problema. Atravs desses

    protocolos, o ambiente fora tutores e estudantes a assumirem papis adequados

    dentro dele, at mesmo restringindo comportamentos que no so permitidos em

  • 23

    seus protocolos. Oferece aos estudantes uma rea onde podem construir a

    representao compartilhada da soluo (MIAOa, 2000; MIAOb, 2000).

    ALF: Este sistema utiliza a tecnologia de agentes inteligentes1 para apresentar o

    contedo didtico na forma de casos. Avalia a aquisio de conhecimento dos

    estudantes, e habilidades de raciocnio e diagnstico simultaneamente. Este sistema

    foi desenvolvido no Programa de Tecnologia Avanada do Banco de Conhecimento

    Mdico Nacional dos Estados Unidos (MCGRATH, 2002).Os agentes no ALF, se

    "comunicam" durante uma experincia de aprendizagem e usam uma srie de

    bancos de dados para trazer atividades tela, conforme a rota que o estudante se

    move pelo caso.

    O ALF avalia o estudante no processo de raciocnio diagnstico e deciso

    clnica. Para a avaliao utilizado um algoritmo que premia os estudantes com

    pontos quando eles identificam conceitos fundamentais corretamente e remove

    pontos quando eles no os identificam.

    AMPLIA: um ambiente multi-agente2, que est sendo projetado como um recurso

    na educao mdica, para auxlio no diagnstico. uma iniciativa do Instituto de

    Informtica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

    O ambiente engloba uma ferramenta grfica chamada SEAMED (FLORES et

    al., 2001), cuja ferramenta possibilita a construo de redes bayesianas com seus

    ns e arcos. Segundo FLORES et al. (2003) o objetivo do projeto AMPLIA : [...]

    tem como objetivo apoiar o desenvolvimento do raciocnio diagnstico e a

    modelagem das hipteses diagnsticas, segundo a teoria pedaggica da construo

    do conhecimento, com o apoio de agentes inteligentes responsveis pela mediao

    do processo.

    So trs o nmero de agentes que constituem o ambiente AMPLIA

    (FLORES et al., 2001; FLORES et al., 2003):

    1 Agentes so programas de computador habilitados para responder solicitaes especficas sobre

    domnios especficos (MCGRATH, 2002). 2 Um sistema multi-agente utiliza um grande nmero de agentes que se comunicam e se organizam

    como uma sociedade (FLORES et al, 2003).

  • 24

    1. Agente de Domnio: acessa a base de casos e responsvel pelo

    conhecimento do especialista e sua comparao com o modelo do

    aluno.

    2. Agente Aprendiz: representa o aluno no ambiente, atravs dele que os

    estudantes interagem com o ambiente. Armazena o histrico (log) das

    aes do aluno durante a modelagem de sua rede.

    3. Agente Mediador: responsvel pela negociao entre os Agentes de

    Domnio e o Agente Aprendiz. Sua principal funo selecionar a

    estratgia pedaggica mais apropriada para a resoluo dos conflitos

    entre os dois outros agentes.

    CARDIOCASEDISCUSSION: O CardioCaseDiscussion uma iniciativa Brasileira da

    Universidade Federal do Rio de Janeiro. O sistema implementa educao distncia

    baseada em casos de Cardiologia. Os estudantes podem simular o contato com o

    paciente e o processo de investigao. O sistema oferece dados de identificao e

    histrico do paciente, exames fsicos e imagens. O ambiente est dividido em quatro

    componentes: Ambiente de Discusso, Ambiente de Autoria, Sala de Aula e

    Tutoriais (MOREIRA, 2002).

    MEDSTUDENTS: O portal MedStudents foi criado em 1995. Em suas sees so

    encontradas notcias do Brasil e do mundo. H publicaes de artigos cientficos,

    atlas, procedimentos e rotinas, banco de imagens, eventos.

    O portal encontrado no seguinte endereo da Internet

    http://www.medstudents.com, onde so apresentados vrios casos clnicos em reas

    especficas e os visitantes aps leres a descrio do caso clnico descrever

    observaes e indicar diagnsticos indicar diagnsticos. Todas as indicaes e

    observaes ficam disponveis a todos os visitantes. Aps certo tempo o site divulga

    o diagnstico correto.

  • 25

    CLNICA ATUAL: um portal da Internet voltado a informaes mdicas. O site traz

    uma alerta aos visitantes de que se trata de informaes exclusivas para

    profissionais da rea de sade, e para navegao necessrio um login de acesso.

    Apresenta diversos materiais como relatos mdicos, imagens, guidelines,

    medicamentos e apresentao de casos clnicos em formato de texto sendo que o

    enfoque maior trata de questes de pneumologia. O portal pode ser acessado

    atravs do endereo http://www.clinicaatual.com.br.

    2.5 ENGENHARIA DE SOFTWARE CICLOS DE VIDA

    O processo de desenvolvimento de software compreende um conjunto de

    etapas que envolvem mtodos, ferramentas e procedimentos. Os mtodos fornecem

    detalhes de como o software ser construdo, nesta etapa so criadas as notaes

    grficas e toda a documentao do software a ser desenvolvido (PRESSMAN,

    1995).

    As ferramentas so os diferentes tipos de programas de computador chamados

    de CASE que significa Computer-Aided Software Engineering, cuja finalidade

    apoiar a metodologia de desenvolvimento do software (PRESSMANN, 1995;

    SOMMERVILLE, 2003).

    Os procedimentos so os integradores entre mtodos e ferramentas, pois

    definem seqncias lgicas em que os mtodos sero aplicados e as ferramentas

    sero utilizadas para a construo e controle do software.

    A escolha dos mtodos, ferramentas e procedimentos variam conforme a

    natureza do projeto, sua aplicao, tamanho e os produtos que devem ser entregues

    ao final do projeto de desenvolvimento (PRESSMANN, 1995; SOMMERVILLE,

    2003).

    Estas etapas so chamadas de paradigmas de desenvolvimento de

    software, sendo constantemente discutidos j que no existe uma rigidez na

    utilizao de um ou outro modelo, podendo inclusive em um mesmo projeto utilizar

    mais de um modelo de desenvolvimento.

  • 26

    2.5.1 Modelo Clssico (Cascata)

    O Modelo Clssico de desenvolvimento o primeiro modelo publicado

    (ROYCE, 1970 apud SOMMERVILLE, 2003), sendo um modelo sistemtico e

    seqencial onde uma fase s inicia quando a prxima estiver concluda.

    Figura 1 - Ciclo de Vida - Modelo Clssico

    Embora neste modelo uma etapa s inicie aps a anterior estar finalizada,

    poder haver retro-alimentao das fases quando um problema for identificado.

    Porm, as demais fases sucessoras ao retorno devero ocorrer novamente,

    conforme Figura 1. Este modelo de construo de software exige que os requisitos

    iniciais estejam definidos com preciso e devero ser acordados no incio dos

    trabalhos, pois a cada retorno no processo os investimentos de tempo e custos

    aumentam (PRESSMAN, 1995; SOMMERVILLE, 2003).

  • 27

    2.5.2 Modelo de Prototipao

    Procurando uma soluo para o principal problema do modelo clssico, que

    exige requisitos rgidos e bem definidos no incio do processo de construo do

    sistema, foi criado o modelo de prototipao.

    Segundo BOEHM (1988), o modelo de prototipao, fornece ao solicitante

    uma capacidade inicial rpida de avaliao dos seus requisitos, cita que este modelo

    ajuda em situaes onde o solicitante no consegue descrever o que ele quer, mas

    saber analisar se visualizar um modelo inicial.

    Para PRESSMAN (1995) a prototipao um processo que capacita o

    desenvolvedor a criar um modelo do software que ser implementado.

    SOMMERVILLE (2003) descreve este processo como uma verso inicial de

    um sistema de software, que utilizada para mostrar conceitos, experimentar

    opes de projeto e, em geral, para conhecer mais sobre os problemas e suas

    possveis solues.

    O modelo de ciclo de vida de prototipao sem variaes define que o

    prottipo deve ser desconsiderado aps todos os requisitos identificados e

    documentados (BRO, 1975 apud PRESSMAN, 1995).

    Assim como o modelo espiral, a prototipao possui fases, representada

    graficamente na Figura 2.

    Figura 2 - Modelo de Prototipao - retirado de Pressman, 1995 pg. 36

  • 28

    2.5.3 Modelo Espiral

    O Modelo Espiral descreve um fluxo de atividades cclico e evolutivo

    constitudo de quatro estgios idealizado por BOEHM (PRESSMAN, 1995). Segundo

    o conceito do modelo espiral de BOEHM (1988) o desenvolvimento de um software

    implica na realizao de um trabalho contnuo e etapas repetitivas que representam

    a forma de uma espiral. O software a cada fase incrementado e aperfeioado, em

    cada loop. A equipe de desenvolvimento e os solicitantes conhecem de forma mais

    profunda os requisitos e os riscos do projeto, j que a grande evoluo deste modelo

    com relao aos anteriores a incluso do controle de riscos (BOEHM, 1988;

    PRESSMAN, 1995; SOMMERVILLE, 2003).

    Os loops ocorrem em sentido horrio de dentro para fora da espiral, conforme

    Figura 3.

    Figura 3 - Modelo Espiral - retirado de Ian Sommerville (2003)

  • 29

    Cada loop da espiral dividido em quatro quadrantes:

    a) Planejamento: So determinados objetivos, restries e solues alternativas;

    b) Anlise de Riscos: Identificao e estudo dos riscos. Durante este estgio

    podem ser construdos prottipos ou criadas simulaes do software;

    c) Engenharia: Tarefas para construir uma ou mais representaes da aplicao,

    nesta fase tambm so realizados os testes da soluo.

    d) Avaliao do sistema: Anlise dos trabalhos realizados at esta fase. Nesta

    fase determina-se a necessidade de uma prxima interao no ciclo de vida.

    Fase muito importante e que exige percepo dos envolvidos para determinar

    o momento correto de interromper os ciclos.

    Segue tabela comparativa entre as atividades realizadas nos modelos Clssico e

    Prototipao comparados com os quadrantes do modelo Espiral:

    Tabela 3 - Quadrantes do modelo Espiral e atividades realizadas nos modelos

    clssico e prototipao

    Quadrantes do modelo Espiral

    Modelo Clssico Modelo Prototipao

    Planejamento Levantamento de Requisitos

    Anlise de Requisitos

    Coleta e Refinamento de Requisitos

    Anlise de riscos ------- -----

    Engenharia Projeto

    Desenvolvimento

    Testes

    Projeto Rpido

    Construo do Prottipo

    Avaliao do Sistema Testes

    Implantao

    Refinamento do Prottipo

  • 30

    2.6 XML

    O XML acrnimo de Extended Markup Language uma evoluo do GML

    (General Markup Language), criado pela IBM nos anos 70 surgindo pela

    necessidade da empresa em armazenar grandes quantidades de informao de

    temas diversos e realizar buscas de forma simplificada (LIGTH, 1999, BRAY et al,

    2000).

    Em 1998, o consrcio W3C iniciou a padronizao do XML (Extended Markup

    Language), com a finalidade de resolver problemas do HTML, linguagem com a qual

    se definem as pginas na Internet (HAROLD, 2001).

    Os problemas com o HTML so:

    O contedo se mistura com os estilos aplicados;

    No permite compartilhar informao com diferentes dispositivos;

    A apresentao depende do visor que se utilize;

    Dificuldade em processar o cdigo para extrair informaes;

    HTML e o XML so semelhantes no sentido de utilizarem tags3. Em ambas

    as linguagens, cada tag consiste em duas partes, uma que inicia e outra que fecha o

    comando. Exemplo de cdigo XML exibido na Figura 4, onde o texto em negrito

    representa as tags XML:

    Figura 4 - Exemplo da estrutura de um XML

    3 Palavras-chaves e parmetros.

  • 31

    Com o formato XML se precisarmos saber qual o endereo do e-mail que

    receber a mensagem basta percorrer a estrutura procurando pela tag . As

    informaes podem ser manipuladas atravs de dois mecanismos SAX e DOM.

    O DOM (Document Object Model), criado pelo W3C, cria um organograma

    (formato de rvore) do documento na memria do computador avaliando se est

    bem formado, ou seja, se todas as tags abertas esto fechadas. Utilizando

    comandos especficos da linguagem pode-se fazer qualquer tipo de percurso e

    aes com os elementos do XML. O DOM amplamente utilizado e divulgado

    principalmente pela empresa Microsoft (DOM, 1998; LIGTH, 1999; HAROLD, 2001).

    O SAX (Simple API for XML), tambm oferece um modelo de programao

    que realiza percursos no documento atravs de partes significativas (comeo de tag,

    fim de tag, erros, etc.). O principal divulgador do manipulador SAX a plataforma

    JAVA.

    Para o exemplo de XML apresentado na Figura 4 temos na Figura 5 a

    estrutura criada pelo DOM para manipulao do XML. Na Figura 6, exibida a

    estrutura para o mesmo, porm agora na abordagem do SAX.

    Figura 5 - Estrutura criada pelo mtodo DOM

  • 32

    Figura 6 - Estrutura criada pelo mtodo SAX

    2.7 WEB SERVICE

    Com a grande evoluo e crescimento da Internet surgem a cada dia novas

    necessidades de acesso a servios. Para atender estas necessidades surgem as

    novas tecnologias que geram novas necessidades, entre elas a de tornar estes

    servios oferecidos interoperveis, reutilizveis e independentes da linguagem de

    programao utilizada na sua construo.

    Com isto, surgiram os chamados Web Services ou Servios da Internet. O

    World Wide Web Consortium, conhecido como W3C, a organizao que define

    padres para a Internet e em seu Working Group Note de 19 de Agosto de 2002

    define o termo Web Service como :

    [] a software system identified by a URI, whose public interfaces and bindings are defined and described using XML. Its definition can be discovered by other software systems. These systems may then interact with the Web service in a manner prescribed by its definition, using XML based messages conveyed by Internet protocols (W3C, 2002).

    Um exemplo interessante da aplicao da tecnologia Web Service utilizado

    pela companhia de vendas de livros na Internet chamado Amazon.com, a qual

  • 33

    possui um Web Service com um conjunto de mtodos muito completo, denominado

    pela Empresa de "Amazon Web Services" (AWS), que permite buscar todas as

    informaes relativas a livros, CDs e DVDs, jogos e tudo mais que vendido em sua

    base de dados (SUN, 2003; GALEGO Jr., 2004).

    Podemos listar as seguintes vantagens do Web Service (GOTTSCHALK et

    al, 2002; W3Ca, 2002):

    Um Web Service uma tecnologia independente de plataforma

    linguagem de programao.

    Utiliza XML como descritor das mensagens, que uma linguagem

    extensamente suportada e adotada para descrever dados.

    O protocolo de comunicao (na maioria de casos) HTTP, muito

    conhecido, o que assegura que as mensagens iro passar atravs da

    porta 80, porta de comunicao dos servidores WEB, no causando

    problemas com os Firewalls4.

    2.7.1 Arquitetura

    A arquitetura dos Web Services baseada nas interaes entre trs papis.

    Segundo KREGER (2001), os papis so:

    a) Provedor de servio: responsvel por disponibilizar um servio.

    b) Registro do servio: os provedores publicam as descries dos servios.

    c) Requisitante do servio: faz o uso do servio.

    4 Firewalls: so barreiras de proteo, que controlam o trfego de dados entre os

    computadores de uma rede e Internet.

  • 34

    Figura 7 - Papis, operaes - retirado de UDDIa, 2003

    As interaes envolvem publicar, encontrar e utilizar os servios. O

    chamado Provedor de servio hospeda um mdulo acessvel do software, e define

    uma descrio que publicado em um Registro de Servio (UDDI). O requisitante do

    servio recupera a descrio do mesmo localmente ou do Registro do servio e usa

    a descrio (KREGER, 2001; GOTTSCHALK et al, 2002) para solicitar informaes

    ao Provedor de Servios.

    Segundo KREGER (2001) e GOTTSCHALK et. al (2002), um Web Service

    possui quatro camadas, cada uma facilitando a utilizao do servio. Segue a

    descrio de cada uma das camadas:

    Camada de Rede: Esta camada o meio de transporte das mensagens do

    Web Service que podem ser os protocolos HTTP, FTP,

    SMTP, POP, etc. A escolha do protocolo depende da

    necessidade da aplicao: segurana, performance,

    confiabilidade e disponibilidade.

    Camada SOAP: Acrnimo de Simple Object Access Protocol, protocolo

    que permite a troca de informaes em ambientes

    descentralizados e distribudos, possibilitando uma

    comunicao entre vrias aplicaes (KREGER, 2001;

    W3Ca, 2002;W3Cb, 2003).

  • 35

    O protocolo SOAP assim com o Web Service adotado e

    padronizado pelo W3C. Este protocolo permite a

    comunicao atravs de mensagens formatadas em

    arquivos XML, isto faz com que as mensagens possam

    ser compreendidas por qualquer plataforma de

    desenvolvimento.

    Camada WSDL: Todo Web Service possui um WSDL (Web Service

    Description Language), um documento em XML o qual

    descreve os protocolos que podem ser utilizados para

    acessar o Web Service (CHRISTENSEN et al, 2001;

    KREGER, 2001). A Microsoft em seu material

    (GLOSSARIO, 2003) faz uma analogia com o WSDL e

    um contrato, que define regras entre o provedor do Web

    Service e o cliente que est solicitando o servio.

    No WSDL est definido a URL de acesso, o nome do

    Web Service, a descrio de cada mtodo com

    parmetros de solicitao e como ser o retorno enviado

    pelo Web Service.

    O WSDL possui duas camadas uma de Interface e outra

    de Implementao. A camada de Implementao

    descreve onde o Web Service est instalado e como

    pode ser acessado. A camada de interface por sua vez

    define como o Web Service pode ser referenciado e

    instanciado.

    Camada UDDI: Atualmente, a rede de comunicao mais utilizada tem

    sido a Internet e, por tratar-se da maior rede de

    computadores do mundo, para tornar possvel uma

    comunicao preciso que o cliente, ou seja, quem

    solicita a informao, possa encontrar a fonte da

    informao. Se o cliente sabe a URL (endereo) do

  • 36

    servio ento no h problemas, seno algo como as

    Pginas Amarelas de telefones ser requerido pelos

    clientes da Internet. Esta listagem de servios a UDDI

    acrnimo de Universal Description, Discovery and

    Integration (Descrio Universal, Descoberta, e

    Integrao (KREGER, 2001)). Algumas empresas so

    conhecidas por armazenar registros UDDI na Internet,

    entre elas a Microsoft, SAP, NTT e IBM (UDDI a, 2005;

    UDDI b, 2005).

  • 37

    3 METODOLOGIA

    Considerando o objetivo de criar uma ferramenta de apoio ao ensino de

    medicina, foi criada uma estratgia para realizar a construo desta ferramenta.

    Aps realizar uma reflexo sobre os ciclos de vida de sistemas apresentados

    no captulo 2, optou-se por seguir o modelo Espiral, com seus ciclos evolutivos,

    juntamente com a notao UML para documentao do sistema.

    Visualizou-se que esta era a melhor soluo de metodologia de

    desenvolvimento, devido necessidade de descoberta dos requisitos. Neste caso,

    por ser a primeira iniciativa na Universidade, os requisitos no eram de completo

    domnio dos tutores que nos acompanharam na pesquisa.

    A partir da definio da metodologia, foram realizados dois ciclos para a

    concluso e testes.

    Iniciada a primeira iterao5 do ciclo de desenvolvimento, o objetivo final

    desta etapa era determinar o tipo de software educacional necessrio, o

    levantamento dos requisitos e implementao.

    A segunda iterao do ciclo foi realizada para refinamento e validao do

    sistema construdo atravs da utilizao da ferramenta por um grupo de estudantes

    de medicina.

    Deve-se destacar que, devido natureza incremental do Modelo Espiral, as

    etapas iniciais foram as mais longas e com maior contedo produzido. Portanto, as

    atividades de levantamento de requisitos e documentao so maiores que o

    desenvolvimento e testes.

    3.1 PRIMEIRA ITERAO DO CICLO DE DESENVOLVIMENTO

    A primeira iterao do ciclo, foi composta por atividades realizadas em cada

    um dos quadrantes do ciclo de desenvolvimento apresentadas na Figura 8, para ser

    possvel atingir o objetivo principal desta etapa.

    5 Iterao: significa o ato de repetir.

  • 38

    Figura 8 -Primeira iterao do ciclo de desenvolvimento

    A primeira iterao iniciou no quadrante 1 (um), apresentado na Figura 8

    como o marco em vermelho onde objetivos, restries com relao metodologia do

    PBL foram levantadas. Estas atividades propiciaram o reconhecimento das

    necessidades do curso de medicina no Programa de Aprendizagem Ginecologia e

    Obstetrcia (PA).

    Ao perceber que todas as definies do quadrante 1 (um) haviam sido

    realizadas, passou-se ento ao quadrante 2 (dois), com atividades de planejamento

    da aplicao.

    No quadrante 3 (trs), foram executadas tarefas de construo da aplicao.

    Ao finalizar as atividades deste quadrante, iniciou-se o prximo onde foi realizada a

    avaliao do sistema, sendo este o ltimo passo da primeira iterao, representada

    na Figura 8 como o marco em azul.

    A seguir sero detalhadas as atividades executadas em cada um dos

    quadrantes do ciclo.

  • 39

    3.1.1 Avaliao (Quadrante 1)

    Os objetivos principais das atividades do quadrante 1 (um), foram o

    reconhecimento do problema e definio da classificao de software educacional

    necessrio para apoio ao ensino. Esta etapa foi composta por quatro atividades:

    Reconhecimento da estrutura das PAs do curso de medicina;

    Definio do PA para estudo;

    Determinao das alternativas e restries para incio do planejamento

    da soluo

    Inicialmente foram realizadas reunies com os tutores do curso de medicina

    da PUCPR. As primeiras foram para conhecer os aspectos relevantes da

    metodologia de ensino PBL utilizado no curso de medicina.

    Durante este processo de reconhecimento e reunies, definiu-se que o PA

    objeto de estudo deste trabalho seria o de Ginecologia e Obstetrcia no mdulo

    Sade da Mulher. Esta deciso deve-se ao fato de que os tutores tinham

    disponibilidade para acompanhamento do projeto assim como para elaborar os

    casos clnicos para a aplicao.

    Alm disto, este um PA do nono perodo no qual os estudantes ainda

    participam de tutoriais em sala de aula. Com isto estes so os estudantes que no

    prximo perodo estaro iniciando as atividades do internato, ou seja, estaro

    aplicando os conhecimentos at ento adquiridos com maior freqncia. Estes

    estudantes tambm j dominavam as tcnicas de semiologia e clnica mdica.

    Com o intuito de reconhecer a realidade, dificuldades e anseios de incremento

    do PA Ginecologia e Obstetrcia, foram realizadas outras reunies e observao de

    tutoriais do Programa.

    Quanto a alternativas e restries inerentes a esta etapa do ciclo, atravs das

    observaes dos tutoriais percebemos as seguintes necessidades iniciais:

    Apresentao dos casos clnicos de uma maneira mais similar

    possvel ao atendimento clnico realizado nos consultrios e/ou

    ambulatrios;

  • 40

    Restrio de tempo adicional carga horria existente para resoluo

    de casos individuais;

    Grande nmero de exerccios para praticar;

    Quanto as alternativas e restries citadas acima temos a acrescentar que os

    casos clnicos discutidos no PA atualmente, so apresentados em formato de textos

    com todos os detalhes da histria clnica, porm em um atendimento real, os

    estudantes devero elaborar a histria atravs das perguntas realizadas ao

    paciente.

    Referente a dificuldade de tempo adicional carga horria existente para

    resoluo de casos individuais, optou-se pelo desenvolvimento de uma aplicao

    para a Internet que possibilitasse aos estudantes o acesso em diferentes locais e

    horrios que melhor conviessem.

    Alm disto, a plataforma Internet torna a aplicao independente dos sistemas

    operacionais das mquinas dos usurios, sendo os sistemas baseados na Internet

    mais fceis e mais baratos para desenvolver, manter e distribuir. Ao incluir novos

    casos na aplicao automaticamente todos os estudantes teriam acesso O que

    atende a necessidade de um grande nmero de casos clnicos para estudo.

    Em seguida, iniciou-se a investigao sobre a aceitao e utilizao da

    Internet por estudantes de medicina que participam do PA selecionado sendo

    aplicado no primeiro semestre de 2005.

    O instrumento de pesquisa, Questionrio A, utilizado para avaliao foi

    baseado no trabalho de HEINZEN (2004), o qual tambm investigou a

    acessibilidade, confiana e pr-disposio utilizao da Internet por estudantes de

    medicina. Neste trabalho Heinzen foi mais abrangente na definio da amostra, pois

    utilizou outros cursos da rea de sade alm da medicina. O Questionrio A est

    descrito no ANEXO 4 (quatro).

    O objetivo deste instrumento avaliar a pr-disposio dos estudantes em

    estudar utilizando um sistema na Internet. Para a continuao deste projeto era

    essencial que fosse caracterizado que os estudantes estavam motivados e com

    condies de utilizar a Internet, caso contrrio o desenvolvimento no poderia ser

    realizado nesta plataforma.

  • 41

    3.1.2 Levantamento de Requisitos (Quadrante 2)

    O objetivo desta etapa definir os Requisitos Funcionais (R.F.) do software e

    foi iniciada aps o trmino das atividades do quadrante 1. Sendo composta por trs

    atividades:

    Levantamento dos Requisitos Funcionais;

    Anlise de softwares existentes;

    Determinao da classificao de software educacional necessria.

    3.1.2.1 Levantamento dos Requisitos Funcionais

    Esta atividade foi realizada em conjunto com os tutores do Programa:

    Requisito Funcional 1: O software deve oferecer aos estudantes oportunidade de

    defrontar-se com casos clnicos diferentes dos estudados

    em sala de aula. Prefencialmente com grau de dificuldade

    maior ou igual.

    Requisito Funcional 2: Acesso de diferentes locais, principalmente fora da

    estrutura da universidade.

    Requisito Funcional 3: Acesso ao software de forma fcil, rpida e segura.

    Requisito Funcional 4: Possibilidade de visualizao de outras solues do

    mesmo caso, tanto dos tutores como dos outros

    estudantes.

    Requisito Funcional 5: Utilizar a semiologia para descrever e solucionar o caso

    clnico.

    Requisito Funcional 6: Oferecer aos tutores uma visualizao da soluo criada

    pelos estudantes, identificando todo os passos realizados

    Tendo delimitado os requisitos, confirmou-se novamente a opo por uma

    arquitetura Internet, que atualmente muito utilizada para ensino no presencial e

    est em contnua inovao.

  • 42

    Aps a determinao dos requisitos iniciais, foram analisadas as

    necessidades e os tipos de classificao de software, a comparao entre eles

    apresentada no Captulo 4 Resultados. Aps esta anlise definiu-se que a PA

    Ginecologia e Obstetrcia, necessitava de um software educacional com a

    classificao de Exerccio e Prtica.

    Em seguida a esta fase foi realizada a pesquisa na literatura para buscar

    outros modelos de softwares educacionais, voltados ao curso de medicina. Os

    modelos encontrados foram listados no Captulo 2. Como resultado desta pesquisa

    percebeu-se que, a iniciativas internacionais no se adaptavam aos requisitos da PA

    Ginecologia e Obstetrcia. Dentre as iniciativas brasileiras, nenhuma possui a

    classificao necessria no domnio deste problema.

    Esta pesquisa nos forneceu subsdios para o incio da documentao e

    definio da arquitetura, mantendo a premissa de seguir a metodologia de ensino

    PBL, que possui como um dos focos principais a introduo da realidade da

    profisso mdica o mais cedo possvel nas atividades dos tutoriais, para isto utiliza

    principalmente a discusso de casos clnicos.

    Para atender o Requisito Funcional 1, foi necessrio entender o formato dos

    casos clnicos apresentados para construir um modelo que siga os mesmos

    princpios.

    Os casos clnicos, nesta PA seguem a estrutura descrita por PROSS (1999),

    ou seja, so bem estruturados para facilitar a discusso e aquisio de

    conhecimentos.

    Analisando o Requisito Funcional 5, voltou-se a literatura para estudar a

    semiologia ginecolgica, tendo os resultados descritos no Captulo 2 Explorao

    Clnica em Ginecologia.

    Percebeu-se ento, a necessidade de integrao da semiologia com

    informaes advindas de pronturios para tornar a resoluo do caso clnico mais

    parecido com o dia a dia da profisso mdica. Para obter informaes do paciente o

    mdico deve question-lo, processo realizado de forma diferente nos tutoriais, onde,

    as informaes j vm descritas de forma organizada, no existindo assim, a

    possibilidade de realizar outros questionamentos ao paciente.

  • 43

    Com isto estudaram-se as informaes necessrias para a realizao destes

    questionamentos. Neste momento utilizamos os resultados iniciais do trabalho de

    ALMEIDA e BASTOS (2005), que realizaram o levantamento de informaes

    necessrias para um pronturio eletrnico especfico para a rea de Ginecologia e

    Obstetrcia nos hospitais atendidos pela PUCPR.

    Verificou-se que as informaes apontadas por este estudo eram muito

    prximas as que foram relatadas por MEDINA et al (1977) e PIATO (1997).

    A partir da, iniciou-se o processo de planejamento e documentao do

    software, sendo utilizada a metodologia de orientao a objetos, com seus

    diagramas de casos de uso representados em UML6.

    Os casos de uso representam aes de elementos que interagem com o

    software. Foram definidos dois possveis atores, que realizariam esta interao:

    Tutor: um usurio com permisso para resolver o caso clnico, servindo de

    modelo de resoluo. Possui acesso s funcionalidades de estatstica do

    software.

    Estudante: usurio com permisso de resoluo de casos clnicos. No possui

    acesso s funcionalidades de estatstica do software.

    Definidos os atores, partiu-se para a construo dos casos de uso , totalizando

    trs, que tambm representaram os mdulos do sistema, listados a seguir:

    Caso de Uso 1: Acessar o sistema;

    Caso de Uso 2: Solucionar Caso Clnico;

    Caso de Uso 3: Comparar Soluo.

    6 A UML define um conjunto bsico de diagramas e notaes que permitem representar as

    mltiplas perspectivas (estruturais / estticas e comportamentais / dinmicas) do sistema sobre

    anlise e desenvolvimento (BOOCH et al, 1999; JACOBSON et al., 1999; Larman, 2004).

  • 44

    Figura 9 - Mdulos do sistema - primeira iterao

    Na Figura 9, so exibidos os trs mdulos do sistema aqui propostos,

    identificando os requisitos que originaram a necessidade. Como exibido na Figura

    3.2, somente para o Requisito Funcional 2, no foi planejado um novo mdulo. Este

    requisito atendido com a arquitetura baseada na Internet.

    Os casos de uso definidos nesta etapa, so demonstrados no Captulo 4

    Resultados.

    Finalizada a construo dos casos de uso, foi criado o modelo de banco de

    dados para armazenar os casos clnicos, as informaes cadastrais dos atores e

    suas respectivas solues. O Modelo de Banco tambm exibido no Captulo 4

    Resultados.

    3.1.3 Arquitetura (Quadrante 3)

    Para o desenvolvimento do sistema foi escolhida a plataforma NET da

    empresa Microsoft, devido experincia pessoal com ela e segundo SLIWA (2002)

    a curva de aprendizado desta ferramenta era menor comparada a outras

    tecnologias. Esta plataforma tambm tem sido amplamente utilizada no

    desenvolvimento de sistemas comerciais na plataforma Internet.

    Por ter sido adotada esta plataforma, no h restries de acesso aos

    usurios. Bastando possuir um computador com acesso a Internet e um navegador,

    o usurio poder acessar de qualquer lugar e de qualquer plataforma.

  • 45

    O sistema faz uso ainda de uma base de dados para o armazenamento dos

    usurios, casos e solues, sendo escolhido o gerenciador de banco de dados da

    mesma empresa chamado de SQL Server 2000, verso de desenvolvimento.

    Para disponibilizar recursos e informaes necessrio um programa

    servidor, o IIS (Internet Information Server 5.0), que responsvel pelo

    gerenciamento do sistema.

    Na Figura 10, exibida a arquitetura proposta, na qual os tutores e

    estudantes a partir de um computador com acesso Internet, indicaro um endereo

    da aplicao (URL). Na outra ponta da rede existir um servidor que responder esta

    requisio de acesso.

    Figura 10 - A arquitetura inicial do sistema

    3.1.3.1 Construo do Mdulo de Acesso

    Atendendo o Requisito Funcional 1, o mdulo de acesso foi o primeiro a ser

    desenvolvido com a finalidade de garantir segurana, j que o estudante identifica-

    se entrando com um login e uma senha para iniciar os primeiros registros da

    resoluo do caso clnico.

  • 46

    Para este desenvolvimento foi seguido o Caso de Uso 1, e no momento da

    autenticao do usurio so gravadas as seguintes informaes na soluo do caso

    clnico no formato de logs7 de sistema:

    a) Nmero do caso que est sendo resolvido.

    b) Cdigo do Usurio.

    c) Ao executada.

    d) Data e Hora.

    Para acessar o sistema, os estudantes devero indicar um usurio e uma

    senha. Esta senha deve estar previamente cadastrada no site

    3.1.3.2 Mdulo de Resoluo do Caso

    Para a construo do mdulo de seleo do caso clnico, seguindo as

    diretivas da classificao do software selecionado, deveria ser colocado em prtica o

    conceito da semiologia ginecolgica, apresentado anteriormente no Captulo 2 item

    2.3 e que atualmente aplicado no ensino de ginecologia na PUCPR.

    Para isso, foi criada a tela de seleo de variveis em um caso clnico,

    seguindo o Caso de Uso 2, onde os achados clnicos so exibidos em formato de

    menus de seleo, que variam de posio caso a caso, ou seja, a cada incio de

    soluo ele estaria em uma ordem diferente. Isto evitaria que os estudantes

    fixassem as posies dos itens ao invs de selecionarem as variveis na seqncia

    que considerassem adequadas. Esta estrutura foi posicionada lateralmente na tela,

    para permitir mais espao para a apresentao das respostas s questes

    solicitadas.

    Na figura 11, apresentado um trecho do XML com as estruturas e definies

    de dados para um pronturio ginecolgico, definido por ALMEIDA e BASTOS (2005).

    7 Os logs so registros de atividades gerados por programas de computador.

  • 47

    Para compor o menu os elementos mais externos foram transformados em grupo de

    perguntas, por exemplo, Antecedentes Familiares.

    Figura 11 - Trecho do XML definido por ALMEIDA e BASTOS (2005)

    Este grupo de perguntas possui outros elementos internos e para cada um

    destes existe uma resposta do paciente que ser exibida caso este item seja

    selecionado.

    Utilizando o XML definido por ALMEIDA e BASTOS (2005), foi delimitado o

    segundo nvel como limite de montagem do menu. Na figura 12, so representadas

    as estruturas do menu em comparao a um trecho do XML do pronturio.

    Elemento externo: Grupo

    de perguntas

    Pergunta de nvel 1

    Pergunta de nvel 2

  • 48

    Figura 12 - XML do pronturio versus estrutura do menu da aplicao

    O objetivo deste mdulo que os estudantes solicitem informaes sobre a

    paciente a partir da seleo de itens do menu. medida que selecionam a

    pergunta, a resposta da paciente exibida na tela.

    Foram utilizados para a construo desta funcionalidade os controles de

    interface do lado do servidor oferecidos pela tecnologia ASP. NET.

    3.1.3.3 Construo de Logs

    A cada solicitao do usurio de incluso ou excluso de variveis

    registrado um de log de sistema.

    Dois tipos de logs de sistema foram criados para atender o Requisito

    Funcional 6, possibilitando a verificao das atividades realizadas pelos estudantes

    durante a resoluo. Os dois tipos de logs so:

    a) Navegao: com as aes de visualizar a descrio do caso, resolver o caso,

    preencher hiptese diagnstica e comparar o caso clnico.

  • 49

    b) Requisio: registra as atividades durante a seleo de variveis, com

    incluses e retiradas de elementos.

    3.1.4 Validao (Quadrante 4)

    Ao finalizar o desenvolvimento do mdulo de exibio do caso clnico, o

    sistema foi apresentado tutora do mdulo de Ginecologia e Obstetrcia. Para isto

    foi criado um caso clnico sobre o tema de Hemorragia Uterina Disfuncional,

    apresentado no tutorial do PA no ano anterior.

    Esta avaliao ocorreu logo no incio dos trabalhos para minimizar um

    possvel risco, que seria a interface no ser de fcil utilizao.

    Neste momento de validao do sistema percebeu-se que a aplicao era de

    fcil utilizao, porm a resposta do sistema no foi adequada, pois o tempo entre

    selecionar um item no menu e a resposta da paciente ser exibida na tela no foi

    considerado satisfatrio.

    A interface no ficou agradvel, pois a cada requisio a tela toda devia ser

    refeita causando a sensao de saltos na tela.

    Sendo este um risco comprovadamente impactante, definimos como

    estratgia selecionar outra forma de exibio dos dados. Iniciou-se assim a segunda

    iterao do ciclo de desenvolvimento.

    3.2 SEGUNDA ITERAO DO CICLO DE DESENVOLVIMENTO

    Aps a primeira iterao identificou-se o problema da interface no estar

    satisfatria segundo o tempo de resposta. Iniciou-se assim, a segunda iterao do

    ciclo, com atividades em todos os quadrantes, como exibido na Figura 13.

  • 50

    Figura 13 - Segunda iterao do ciclo de desenvolvimento

    A segunda iterao conforme apresentado na Figura 13, com o ciclo

    desenhado na cor vermelha, iniciou no primeiro quadrante novamente. Neste

    quadrante iniciou-se o estudo de outras alternativas para a construo da

    funcionalidade de Resoluo do Caso Clnico, alguns testes foram realizados,

    passando-se assim para o segundo quadrante.

    Neste, os requisitos foram revisados e novos foram incorporados aplicao.

    Aps a documentao destes novos requisitos, passou-se as atividades de

    desenvolvimento no terceiro quadrante.

    A segunda iterao terminou no quadrante quatro, no qual a aplicao foi

    avaliada por estudantes voluntrios do curso de medicina.

  • 51

    3.2.1 Avaliao (Quadrante 1)

    As atividades do quadrante 1 iniciaram com pesquisas por alternativas para o

    tempo de resposta da resoluo de casos clnicos. Atravs das pesquisas obteve-se

    contato com o exemplo da Amazon Web Services loja virtual de livros,CDs etc.

    Os testes foram realizados com cdigos que acessassem este web service

    para testes de velocidade de acesso.

    O tempo de retorno medido pelo relgio do microcomputador que estava

    sendo utilizado, levou em torno de cinco segundos para retorno dos dados.

    Foi criado ento, um web service que retornasse informaes do caso clnico

    que j havia sido montando no ciclo anterior para avaliao.

    O retorno deste web service tambm foi adequado com relao ao tempo de

    resposta. Estudou-se tambm a transformao e formas de exibio de XML.

    Aps a verificao que o web service associado a XML seria uma alternativa,

    decidiu-se ento, partir para as atividades do segundo quadrante .

    3.2.2 Levantamento de Requisitos (Quadrante 2)

    As atividades realizadas neste quadrante referem-se a levantamento de

    novos requisitos que surgiram aps a avaliao inicial da aplicao. Os novos

    requisitos funcionais foram:

    Requisitos Funcionais 7: Alm das respostas dos pacientes, existe a

    necessidade de perguntas complementares a

    algumas solicitaes;

    Requisitos Funcionais 8: Alm da seleo de variveis, o estudante para

    completar a soluo deveria indicar a hiptese

    diagnstica com diagnsticos diferenciais,

    exames complementares e conduta a ser

    seguida;

  • 52

    Requisitos Funcionais 9: Mecanismo para impresso dos casos clnicos

    resolvidos pelos estudantes para discusso em

    sala de aula.

    Figura 14 - Mdulos do sistema - segunda iterao

    Com a definio de mais trs requisitos funcionais, conseqentemente foram

    criados mais trs mdulos para a aplicao. Na figura 14, so apresentados todos os

    mdulos do sistema com os requisitos que geraram a necessidade.

    Demonstra tambm a relao entre o mdulo de impresso com o mdulo de

    comparao de soluo. Isto indica que para acessar este mdulo dever ser

    acessado anteriormente o mdulo de comparao.

    Os demais casos de uso foram descritos para definir os novos mdulos do

    sistema:

    Caso de Uso 4: Cadastrar Impresso Diagnstica;

    Caso de Uso 5: Perguntas Complementares;

    Caso de Uso 6: Acessar estatstica;

    Caso de Uso 7: Incluir novo caso clnico.

    Como os demais casos de uso so apresentados no Captulo 5 Resultados.

    Com a finalizao da documentao dos novos mdulos e requisitos, passou ento

    a realizar as atividades do terceiro quadrante.

  • 53

    3.2.3 Arquitetura (Quadrante 3)

    A arquitetura do mdulo de resoluo do caso clnico necessitou ser revista,

    pois a performance no foi adequada para utilizao na Internet, conforme avaliao

    do sistema na primeira iterao.

    Aps os testes no quadrante um, optou-se pela tecnologia de web service,

    onde o site da aplicao a cada requisio solicitaria ao web service a nova estrutura

    da soluo que estava sendo criada pelo usurio. Com isto a arquitetura do sistema

    foi modificada, passando da Figura 10 apresentada anteriormente para a Figura 15.

    2 - R

    epassa item

    da

    Soluo

    5 - Retorna situao

    atual da soluo

    3 - Grava item

    da Soluo4 - R

    etorna XML com

    nova Soluo

    Figura 15 - Arquitetura do sistema com a utilizao de web service

    No caso deste sistema, havia somente um servidor Internet que foi

    responsvel por hospedar tanto o Banco de Dados como o programa e o web

    service. Porm, como o web service foi construdo seguindo as regras do W3C, o

    Banco de Dados, poderia estar em qualquer outro servidor na Internet registrado que

    seria encontrado. Para manipulao dos dados do XML foi utilizado o mtodo DOM.

  • 54

    3.2.3.1 Mdulo de Resoluo do Caso Clnico - Menu

    O mdulo de Resoluo do caso clnico foi desenvolvido novamente, devido

    sensao de tela piscando e do tempo de acesso no estar adequado conforme

    anlise da aplicao na iterao anterior.

    Com isto, o processo de construo do caso clnico reiniciou com a

    montagem do menu e alterao do modelo de dados.

    Ao acessar a pgina de soluo do caso, realizada a consulta dos grupos

    de perguntas e seus elementos da propedutica cadastrados para