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ANA PAULA RODRIGUES
SISTEMA PARA APOIO AO ENSINO DE GINECOLOGIA E
OBSTETRCIA, ATRAVS DA RESOLUO DE CASOS CLNICOS
Curitiba 2006
ANA PAULA RODRIGUES
SISTEMA PARA APOIO AO ENSINO DE GINECOLOGIA E
OBSTETRCIA, ATRAVS DA RESOLUO DE CASOS CLNICOS
Dissertao de mestrado apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Tecnologia em Sade da Pontifcia Universidade Catlica do Paran como requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre em Tecnologia em Sade.
Orientador: Prof. Dr. Laudelino Cordeiro Bastos.
Co-Orientadora: Prof. Dr. Claudia M. C. M. Barra
Co-Orientadora: Prof. Dr. Vivian Ferreira do Amaral
Curitiba 2006
Rodrigues, Ana Paula R696s Sistema para apoio ao ensino de ginecologia e obstetrcia, atravs da 2006 resoluo de casos clnicos / Ana Paula Rodrigues ; orientador, Laudelino Cordeiro Bastos ; co-orientadoras, Claudia M. C. M. Barra, Vivian Ferreira do Amaral. 2006. 111 f. : il. ; 30 cm Dissertao (mestrado) Pontifcia Universidade Catlica do Paran, Curitiba, 2006 Inclui bibliografia 1. Educao mdica. 2. Informtica na medicina. 3. Mulheres Sade e higiene. I. Bastos, Laudelino Cordeiro. II. Barra, Claudia M. C. M. III. Amaral, Vivian Ferreira do. IV. Pontifcia Universidade Catlica do Paran. Programa de Ps-Graduao em Tecnologia em Sade. V. Ttulo. CDD 21. ed. 610.71 610.285 613.04244
Se o conhecimento pode criar problemas, no atravs da ignorncia que podemos solucion-los.
Isaac Asimov
Dedico este trabalho a meu marido, companheiro, maior incentivador e ao nosso beb, realizao de um grande sonho, que est chegando.
AGRADECIMENTOS
Agradeo Deus por me oferecer caminhos que me proporcionaram a
realizao deste trabalho.
Sinceros agradecimentos, aos meus orientadores Prof. Dr. Laudelino
Cordeiro Bastos, Profa. Dr. Claudia M. C. M. Barra e Profa. Dr. Vivian
Ferreira do Amaral, pela incansvel dedicao em todos os momentos,
me ajudando a superar limitaes e a tornar este trabalho realidade.
A Profa. M.Sc. Mrcia Olandoski por sua colaborao na anlise dos
resultados deste trabalho.
Ao Professor Dr. Lincoln de Assis Moura Jnior, por seu interesse nesta
pesquisa e disponibilidade em participar de minha banca.
Ao Servio de Ginecologia da Santa Casa de Misericrdia, sempre to
acolhedor permitindo minhas visitas e pesquisas.
Ao Professor Emilton Lima Jnior por suas contribuies, interesse e
participao da qualificao deste trabalho.
Ao colega Jos Henrique de Almeida por compartilhar comigo os
resultados de sua pesquisa.
Ao colega Fernando Weber, agradeo sua disposio, pacincia e por
compartilhar seus conhecimentos tcnicos comigo.
Ao Programa de Ps-Graduao pela bolsa parcial que possibilitou
financeiramente a realizao deste projeto.
I
SUMRIO
LISTA DE FIGURAS ...............................................................................................................III
LISTA DE TABELAS............................................................................................................... V
LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................................. VI
RESUMO ............................................................................................................................... VII
ABSTRACT .......................................................................................................................... VIII
1 INTRODUO ...................................................................................................................9
1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................11
1.2 OBJETIVOS ESPECFICOS ................................................................................................11
1.3 ORGANIZAO ................................................................................................................12
2 REVISO DA LITERATURA ...........................................................................................13
2.1 FUNDAMENTOS DA APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMA........................................13
2.2 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMA NA PUCPR..................................................16
2.3 EXPLORAO CLNICA EM GINECOLOGIA .....................................................................17
2.3.1 Anamnese .............................................................................................................17
2.3.2 Exame Fsico.........................................................................................................18
2.4 SISTEMAS PARA O APOIO EDUCAO MDICA ...........................................................19
2.5 ENGENHARIA DE SOFTWARE CICLOS DE VIDA ...........................................................25
2.5.1 Modelo Clssico (Cascata) ................................................................................26
2.5.2 Modelo de Prototipao ........................................................................................27
2.5.3 Modelo Espiral.......................................................................................................28
2.6 XML..........................................................................................................................30
2.7 WEB SERVICE ............................................................................................................32
2.7.1 Arquitetura.............................................................................................................33
3 METODOLOGIA...............................................................................................................37
3.1 PRIMEIRA ITERAO DO CICLO DE DESENVOLVIMENTO.......................................................37
3.1.1 Avaliao (Quadrante 1) .......................................................................................39
3.1.2 Levantamento de Requisitos (Quadrante 2) .........................................................41
3.1.3 Arquitetura (Quadrante 3) .....................................................................................44
3.1.4 Validao (Quadrante 4) .......................................................................................49
3.2 SEGUNDA ITERAO DO CICLO DE DESENVOLVIMENTO ......................................................49
3.2.1 Avaliao (Quadrante 1) .......................................................................................51
II
3.2.2 Levantamento de Requisitos (Quadrante 2) .........................................................51
3.2.3 Arquitetura (Quadrante 3) .....................................................................................53
3.2.4 Validao (Quadrante 4) .......................................................................................55
3.3 VALIDAO FINAL DO SISTEMA .........................................................................................56
4 RESULTADOS.................................................................................................................58
4.1 TABELA COMPARATIVA ENTRE REQUISITOS INICIAIS E CLASSIFICAO DE SOFTWARE
EDUCACIONAL ......................................................................................................................58
4.2 QUESTIONRIO DE AVALIAO DE UTILIZAO DA INTERNET ..............................................59
4.3 CASOS DE USO ...............................................................................................................61
4.4 MODELO DE DADOS ........................................................................................................71
4.5 SISTEMA .........................................................................................................................72
4.6 VALIDAO FINAL DO SISTEMA .........................................................................................78
5 DISCUSSO DOS RESULTADOS E CONCLUSES....................................................85
5.1 TRABALHOS FUTUROS.....................................................................................................89
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................................91
ANEXOS.................................................................................................................................97
III
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Ciclo de Vida - Modelo Clssico................................................... 26
Figura 2 - Modelo de Prototipao - retirado de Pressman, 1995 pg. 36 ... 27
Figura 3 - Modelo Espiral - retirado de Ian Sommerville (2003) ................... 28
Figura 4 - Exemplo da estrutura de um XML................................................ 30
Figura 5 - Estrutura criada pelo mtodo DOM.............................................. 31
Figura 6 - Estrutura criada pelo mtodo SAX............................................... 32
Figura 7 - Papis, operaes - retirado de UDDIa, 2003 ............................. 34
Figura 8 -Primeira iterao do ciclo de desenvolvimento ............................. 38
Figura 9 - Mdulos do sistema - primeira iterao ....................................... 44
Figura 10 - A arquitetura inicial do sistema .................................................. 45
Figura 11 - Trecho do XML definido por ALMEIDA e BASTOS (2005) ........ 47
Figura 12 - XML do pronturio versus estrutura do menu da aplicao ....... 48
Figura 13 - Segunda iterao do ciclo de desenvolvimento ......................... 50
Figura 14 - Mdulos do sistema - segunda iterao..................................... 52
Figura 15 - Arquitetura do sistema com a utilizao de web service............ 53
Figura 16 - Casos de uso da aplicao ........................................................ 62
Figura 17 - Modelo de Dados....................................................................... 71
Figura 18 - Tela inicial do sistema................................................................ 73
Figura 19 - Log de navegao no sistema ................................................... 73
Figura 20a - Tela de seleo de variveis do caso clnico ........................... 74
Figura 21- Log de requisio de aes na soluo do caso clnico ............. 76
Figura 22 - Tela de hiptese diagnstica, exames complementares e
conduta ........................................................................................................ 76
Figura 23 - Log de navegao no sistema ................................................... 77
Figura 24 - Tela de comparao do caso clnico.......................................... 77
Figura 25 - Tela de impresso do caso clnico ............................................. 78
Figura 26 - Durao da resoluo do caso .................................................. 79
Figura 27 Correlao entre durao e quantidade de variveis includas e
retiradas (itens selecionados)....................................................................... 83
IV
Figura 28 - Correlao entre durao (t) e variveis excludas na soluo.. 84
Figura 29 - Correlao entre durao (t) e variveis utilizadas na soluo.. 84
V
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Sete passos realizados em uma sesso de tutoria ..................... 14
Tabela 2 - Sistemas construdos para o apoio ao Ensino - Caractersticas e
Classificaes .............................................................................................. 22
Tabela 3 - Quadrantes do modelo Espiral e atividades realizadas nos
modelos clssico e prototipao .................................................................. 29
Tabela 4 - Formas de avaliao da ferramenta de apoio ............................. 57
Tabela 5 - Tabela comparativa entre classificao de software e requisitos
iniciais do sistema ........................................................................................ 58
Tabela 6 - Acessibilidade Computadores e Internet.................................. 59
Tabela 7 - Disponibilizar informaes de Ginecologia na Internet................ 60
Tabela 8 - Facilidade na utilizao da ferramento de apoio ......................... 80
Tabela 9 - Acesso ferramenta ................................................................... 80
Tabela 10 - Adequao da ferramenta......................................................... 81
Tabela 11 - Aceitao da Ferramenta .......................................................... 81
VI
LISTA DE ABREVIATURAS
ABP Aprendizagem Baseada em Problemas
CAI Computer Assisted Instruction
CSS Cascading Style Sheets
DOM Document Object Model
ICAI Intelligent Computer Assisted Learning
OMG Object Management Group
PA Programa de Aprendizagem
PBL Problem Based Learning
PPGTS Programa de Ps-Graduao em Tecnologia em Sade
PUCPR Pontifcia Universidade Catlica do Paran
SAX Simple API for XML
SOAP Simple Object Access Protocol
UML Unified Modeling Language
UDDI Universal Description, Discovery and Integration
URL Unified Resource Locator
WEB World Wide Web
WSDL Web Service Description Language
W3C World Wide Web Consortium
XML Extensible Markup Language
XSLT XML Style Language Transformation
VII
RESUMO
A apresentao de casos clnicos um dos principais pontos do ensino da
medicina atravs da metodologia PBL Problem Based Learning. A premissa para a
utilizao desta metodologia oferecer aos estudantes possibilidade de vivenciarem
antecipadamente o dia a dia de sua futura profisso. No sentido de apoiar este
processo de ensino aprendizagem, apresenta-se esta dissertao a qual possui
como objetivo principal estudar, especificar e implementar um sistema, baseado na
plataforma Internet, de apoio ao ensino de Medicina atravs da resoluo de casos
clnicos. Como objeto de estudo foi utilizado o Programa de Aprendizagem de
Ginecologia e Obstetrcia da Pontifcia Universidade Catlica do Paran (PUCPR) no
mdulo Sade da Mulher. Os trabalhos foram iniciados com a avaliao da
viabilidade do acesso Internet e o interesse dos estudantes em um sistema de
apoio que oferecesse a possibilidade de resolver casos clnicos de ginecologia. Em
seguida, iniciou-se o desenvolvimento da ferramenta com a classificao de
exerccio e prtica, tendo como preocupaes iniciais a criao de uma interface de
fcil utilizao e adequao aos mtodos de ensino aplicados na PUCPR. A
ferramenta foi utilizada por uma amostra de estudantes do nono perodo do curso de
Medicina, os quais puderam analisar: a facilidade de utilizao considerada por 90%
dos estudantes como fcil. A adequao ao mtodo de estudo tambm foi analisada
sendo que 95% da amostra considerou que a ferramenta os estimulou a raciocinar
sobre o caso clnico e 65% dos estudantes apontou que o caso resolvido na
ferramenta apresentou o mesmo grau de dificuldade que o discutido no tutorial.
Este sistema permite ainda que o professor analise de forma detalhada a resoluo
de cada um dos estudantes, pois as apresenta de forma grfica, possibilitando uma
visualizao facilitada, podendo auxiliar os tutores a verificar possveis desvios no
processo ensino-aprendizagem.
Descritores: Educao mdica; Informtica Mdica; Sade da Mulher
VIII
ABSTRACT
The presentation of clinical cases is one of the main points of teaching
medicine based on the PBL - Problem Based Learning methodology. The
requirement for applying this methodology is offering the students the possibility of
experiencing in advance their future professional day-by-day. To support this
teaching and learning method, this thesis sets its main goal in the study, specification
and implementation of an internet based system, which will support teaching
medicine via resolution of clinical cases. As a study subject, we adopted the
Gynecology and Obstetrics Learning Program of the Pontifcia Universidade Catlica
of Paran (PUCPR), in the module Women's Health. We started by evaluating
internet access viability and student interest in a support system that could offer the
possibility of resolving gynecological cases. Next, we started developing the teaching
tool by classifying exercises and practices and the initial concern was the creation of
a user-friendly interface which was also adequate to the teaching methods applied at
PUCPR. A student sample group from the ninth term of medicine school used this
tool and 90% of the sample group rated the tool highly user-friendly. Adequacy to the
study method was also analyzed and 95% of the sample group stated that the study
tool stimulated reflecting on the clinical case. In addition, 65% of the sample group
indicated that the case solved with the study tool presented the same level of
difficulty as the one discussed in the tutorial. This system also allows the teacher to
analyze with details the problem resolution path of each student, presenting it in a
simplified graphic viewing, which can help tutors verify possible deviations in the
learning/teaching process.
Keywords: medical education; medical informatics; women's health
9
1 INTRODUO
A educao mdica um desafio por sua complexidade, pois engloba
diferentes cincias como: biolgicas, exatas e humanas. Para o perfeito exerccio da
medicina necessrio uma base slida de conhecimentos biolgicos, acrescidos de
embasamento por evidncias demonstrveis para determinao de diagnsticos e
tratamentos, e ainda das relaes humanas de compreenso e confiana entre o
mdico e o paciente.
Na busca da formao completa, as instituies de ensino tm realizado
grandes investimentos e vm modificando atravs dos anos a educao mdica
principalmente durante a dcada de sessenta (ALBANESE e MITCHELL, 1993).
A partir deste perodo houve um movimento com o propsito de modificar a
estrutura de preparao de profissionais da sade. A iniciativa partiu da
Universidade de McMaster no Canad em 1965, que estudou, desenvolveu e
introduziu a metodologia do ensino PBL Problem Based Learning, que
conhecida no Brasil como ABP - Aprendizagem Baseada em Problemas
(SAARINEN-RAHIIKA et.al,1998).
Esta metodologia, possui como premissa a exposio antecipada dos
estudantes a situaes reais encontradas em sua profisso. Com isto, busca-se
incentivar o auto-aprendizado, pois os mesmos observam a aplicao prtica do
conhecimento adquirido, assim como a necessidade de desenvolvimento de outras
habilidades (ALBANESE e MITCHELL, 1993).
Para a implantao desta metodologia, alm da mudana na forma de
exposio dos contedos, a estrutura organizacional do curso dever ser
modificada. Entre algumas alteraes est a substituio de classes com grande
nmero de estudantes por pequenos grupos de discusso, cada um acompanhado
de um tutor (ALBANESE e MITCHELL, 1993).
Como recursos educacionais, os tutores utilizam principalmente a discusso
de casos clnicos em grupo. Estes casos apresentam situaes e patologias mais
10
comuns em consultrios mdicos e hospitais, no havendo muitas vezes, tempo
hbil para discurtir casos que no sejam comuns (PROSS,2002; HIROTA,2002).
Em momentos oportunos, realizado o contato direto com pacientes
ambulatoriais. Este contato se torna mais eficaz quando os estudantes se deparam
com um paciente que apresenta a mesma patologia estudada anteriormente.
No havendo disponibilidade de pacientes, a probabilidade de aplicar os
conhecimentos adquiridos nos tutoriais postergada ou anulada (PROSS, 2002;
HIROTA, 2002).
Sobre a aplicao de conhecimentos, MEDINA et al (1977), afirmam que
somente com a prtica, possvel que os estudantes de medicina consigam formular
em sua mente possveis hipteses diagnsticas nas solues de problemas.
Segundo ANDRADE (1999), pode-se diferenciar um mdico experiente de um
iniciante pela forte base de conhecimentos adquiridos e o emprego destas
informaes com competncia.
QUELOPANA (2003) conclui que: a experincia do indivduo aumenta
medida que ele se expem a diferentes problemas e suas solues respectivas. Por
meio de tal exposio, um amplo repertrio de experincias, problemas e solues
chegam a ser hierarquicamente organizados na memria dos indivduos.
Alm da dificuldade de oferecer contatos com pacientes antecipadamente,
como forma de reforo dos tutoriais, outra dificuldade enfrentada pela Pontifcia
Universidade Catlica do Paran (PUCPR) a avaliao dos estudantes por parte
dos tutores, visto que a resoluo do caso construda pelo grupo (RICESU, 2001).
Os estudantes so avaliados basicamente de duas formas: a primeira pela
participao durante os tutoriais e a segunda, atravs de provas elaboradas pelos
tutores.
As provas tornam-se os mecanismos mais utilizados na identificao de
possveis desvios de objetivos e de falhas na aquisio de conhecimentos (NEDEM,
2000; BURGARDT, 2002).
Para apoiar a metodologia do PBL e buscando minimizar as dificuldades
encontradas na formao dos estudantes que cursam os tutoriais de Ginecologia e
Obstetrcia, o presente trabalho prope um ambiente computacional com uma
11
abordagem diferenciada com seleo de variveis de casos clnicos, adicionando
exerccios rotina de estudos dos tutoriais.
Esta proposta embasada por CHAPMAN e CALHOUN (2006), os quais
afirmam que os sistemas de apoio ao ensino facilitam o acesso a informao e tem
sido amplamente utilizados nas escolas de medicina.
1.1 OBJETIVO GERAL
Este trabalho tem o intuito de estudar, especificar e implementar um sistema,
baseado na plataforma Internet, de apoio ao ensino de Medicina atravs da
resoluo de casos clnicos.
1.2 OBJETIVOS ESPECFICOS
Verificar qual a classificao de software educacional mais adequada ao
Programa de Aprendizagem de Ginecologia e Obstetrcia.
Criar um sistema para resoluo de casos clnicos.
Iniciar a construo de uma base de dados automatizada de casos clnicos
em Ginecologia.
Testar e avaliar a aceitao de um sistema de apoio e utilizao da Internet
por uma amostra de estudantes participantes dos tutoriais de Ginecologia e
Obstetrcia.
Oferecer uma ferramenta que possibilite a soluo de casos clnicos de forma
individual.
Possibilitar aos estudantes a visualizao de outras solues do mesmo caso
realizadas por outros estudantes e/ou tutores.
Oferecer aos tutores uma visualizao facilitada da soluo de cada um dos
estudantes.
12
1.3 ORGANIZAO
Essa dissertao est estruturada em cinco captulos: Introduo, Reviso
Bibliogrfica, Metodologia, Resultados Obtidos, Discusso dos Resultados e
Concluses.
O primeiro captulo se refere introduo ao trabalho apresentado, sendo
composto pelos objetivos e a organizao do mesmo. O segundo captulo procura
definir os fundamentos tericos sobre os conceitos educacionais envolvidos na
presente pesquisa e o estudo sobre as tecnologias aqui adotadas.
No terceiro captulo descrita a metodologia utilizada para o desenvolvimento
da ferramenta de apoio.
O quarto captulo dedica-se aos resultados dos experimentos com os
estudantes e professores.
So discutidos, no quinto captulo os resultados obtidos na avaliao de
viabilidade, uso e adequao da ferramenta, englobando as concluses desta
pesquisa, e apresentao de sugestes para pesquisas com o tema escolhido.
13
2 REVISO DA LITERATURA
A aplicao da informtica na educao tem sido objeto de pesquisas devido
importncia da utilizao de ferramentas computacionais no apoio ao processo de
ensino-aprendizagem e educao no presencial.
Neste trabalho, foi realizada a verificao de viabilidade e aceitao de um
sistema para apoio ao Ensino no ensino da medicina. A reviso da literatura enfoca
a rea de educao e sistemas de informao, com foco nas aplicaes e recursos
para a Internet.
Da rea de educao, foram abordados conceitos da metodologia de
Aprendizagem Baseada em Problema utilizada pela PUCPR, juntamente com uma
breve explanao sobre as caractersticas da explorao clnica em Ginecologia e
Obstetrcia. No campo tecnolgico, as definies referem-se aos Sistemas de
Informao voltados a educao e os recursos possveis de utilizao na Internet.
2.1 FUNDAMENTOS DA APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMA
Na metodologia Aprendizagem Baseada em Problemas, o ensino passa a
dirigir-se a quatro esferas mentais do estudante. A educao dos comportamentos e
atitudes; do aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a viver juntos e
aprender a ser (DELORS, 1998).
Albanese e Mitchell (1993), em sua ampla reviso, consideram que a melhor
definio do PBL apresentada por Barrows em sua Taxonomia do PBL de 1985:
[] Problem-based learning at its most fundamental level is an instructional method characterizes by the use of patient problems as a context for students to learn problem-solving skills and acquire knowledge about the basic and clinical sciences (BARROWS, 1985, apud ALBANESE e MITCHELL, 1993).
14
Os estudantes, desde os primeiros anos do curso, so divididos em pequenos
grupos de 8 a 15 estudantes e um problema ou caso apresentado pelo professor
chamado de tutor. Este problema discutido no grupo que levanta hipteses para
sua soluo (ALBANESE e MITCHELL, 1993).
Os estudantes trabalham com o problema at onde seja possvel com seu
conhecimento prvio. As necessidades de aprendizagem sero identificadas e os
estudantes agora se preocupam em pesquisar a informao, usando uma variedade
de recursos (livros, relatrios, informaes on-line, e at mesmo profissionais que
atuem na rea estudada), com isso atendendo as necessidades individuais de
aprendizagem, ou seja, Esfera do Aprender a Aprender (CYRINO e TORALLES-
PEREIRA, 2004).
Aps suas pesquisas individuais, os estudantes voltam ento ao grupo e ao
problema, verificam a hiptese definida antes do estudo e discutem uma nova
hiptese ou complementam a definida anteriormente.
Na metodologia do PBL, as aulas expositivas da educao tradicional, no
so abandonadas completamente, porm aqui possuem a funo de elucidar pontos
que ficaram obscuros durante a problematizao (BEHRENS, 2005).
A Tabela 1 mostra a sistemtica, ou seja, os passos de um tutorial na
metodologia do PBL apresentada por SCHMIDT (1983):
Tabela 1 - Sete passos realizados em uma sesso de tutoria
PASSO AO
1 Clarificar os termos e conceitos no compreendidos na leitura do problema.
2 Definir o problema.
3 Analisar o problema.
4 Desenhar um inventrio das explicaes inferidas a partir do passo 3.
5 Formular objetivos de aprendizagem.
6 Coletar informaes adicionais fora do grupo.
7 Sintetizar e testar as informaes recm adquiridas.
Com a metodologia, os estudantes tornam-se mais receptivos aos contedos,
pois para definir com preciso o diagnstico do caso clnico apresentado,
15
necessitam de conhecimentos adicionais envolvendo-se assim com o processo de
aprendizagem (ALBANESE e MITCHELL, 1993).
O sucesso deste mtodo segundo ELSNER (1999) , est na sua capacidade
de estimular a investigao e o pensamento crtico do estudante alm de
proporcionar o auto aprendizado com a orientao do professor.
Com isto a metodologia passa a exigir que os estudantes assumam postura
de profissionais que estudam continuamente para se manterem atualizados. Para
ser um eterno aprendiz, o mdico precisa ser capaz de aprendizado autnomo
(FILHO et al, 2000). A educao no presencial, portanto, est necessariamente
envolvida nesta evoluo. A Internet, tem oferecido surpreendentes possibilidades
de incremento na educao no presencial, com isto vem capturando a imaginao
e interesse de educadores ao redor do mundo (MOTTA,1999; CHRISTANTE et al,
2003).
Deve-se lembrar que, a metodologia PBL, alm de ser aplicada nos cursos de
medicina muito utilizada nos cursos de enfermagem, engenharia, direito, terapia
ocupacional, entre outros (SMITH,1995).
A proposta foi incorporada por vrias Universidades como a Universidade de
Maastricht na Holanda (1990), a Universidade de Sherbrook no Canad (1993), a
Universidade de Harvard nos Estados Unidos (1994), entre outras (BEHRENS,
2005).
No Brasil, a Universidade de Marlia (1997), foi a pioneira. Em seguida foi
implantada na Universidade Estadual de Londrina (1998), e recentemente, a partir
do ano 2000, na Pontifcia Universidade Catlica do Paran.
A metodologia PBL visa fornecer a estes futuros mdicos uma aprendizagem
eficaz, onde haja aumento de reteno de informao e maior habilidade para
aplicar conhecimento em contextos clnicos, e principalmente desenvolvimento de
hbitos de aprendizagem vitalcios (REGAN SMITH et al,1994).
Em um currculo de PBL, a aquisio de conhecimento e o processo pelo qual
esse conhecimento aplicado so igualmente importantes e muito estimulados
pelos tutores (BURGARDT, 2002). Este estmulo tem a preocupao de fazer com
que os estudantes raciocinem sobre o caso, e no sigam somente um conjunto de
passos pr-definidos.
16
2.2 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMA NA PUCPR
A Pontifcia Universidade Catlica do Paran passou a utilizar a metodologia,
com a inteno de construir uma prtica pedaggica capaz de sustentar uma
formao alicerada no aprender a aprender, no aprender a viver com o diferente,
aprender a conviver, a fazer, a ser, a conhecer e a pensar (DELORS, 1998).
Para os professores estava colocado o desafio de tornar sua prtica capaz de (...) desenvolver processos de aprendizagem daquilo que os alunos precisaro estar aptos a realizar nas circunstncias com as quais se defrontaro no futuro (RICESU,2001).
O processo de trabalho na metodologia PBL na PUCPR, realiza-se da
seguinte forma: os estudantes so divididos em turmas de 8 a 15 integrantes,
renem-se dois dias na semana para o estudo de caso nos tutoriais, seguindo os
Sete Passos do PBL (SHMIDT, 1983; NEDEM, 2000; BURGARDT, 2002).
Cada turma auxiliada por um tutor. A cada dois tutoriais realizada uma
aula magistral para reforar os conhecimentos adquiridos. So realizadas provas
quinzenais e ao final do bimestre a ltima prova aplicada (NEDEM,2000).
Os casos que sero discutidos nos tutoriais, so elaborados pelos tutores do
curso, porm so construdos de forma estruturada, com resultados pr-
determinados. Os tutores so os facilitadores, para que atravs destes problemas os
estudantes sejam instigados a aumentar seu pensamento crtico e incrementar suas
habilidades na resoluo dos problemas. Envolvendo-os emocionalmente, para que
se sintam responsveis pelas suas aes e incertezas na formulao de suas
hipteses diagnsticas, situaes que enfrentaro no seu trabalho futuro
(PROSS,2002; NEDEM, 2000; BURGARDT, 2002).
Embora os casos sejam bem construdos e altamente discutidos durante os
tutoriais eles abordam situaes mais comuns em consultrios mdicos e hospitais.
No h tempo hbil para discurtir casos que no sejam to comuns entre as
populaes atendidas, nos diversos mdulos do curso de medicina (PROSS,2002;
HIROTA,2002). Segue em Anexo 2 um caso clnico de Hemorragia Uterina
Disfuncional, discutido durante os tutoriais de Ginecologia.
17
2.3 EXPLORAO CLNICA EM GINECOLOGIA
O termo propedutica Ginecolgica, segundo MEDINA et al (1977), pode ser
entendido como o estudo dos sintomas, sinais e exames complementares aplicados
mulher fora do estado grvido-puerperal. Para este estudo os mdicos renem os
sintomas que motivaram a consulta juntamente com outros sinais para se chegar a
um diagnstico que segundo MEDINA et al, o objetivo da Ginecologia.
O Programa de Aprendizagem denominado Sade da Mulher possui como
principal objetivo:
Fazer com que ao trmino do curso, o aluno seja capaz de identificar os principais sinais e sintomas ginecolgicos, compreender a fisiopatologia destas doenas e saber as melhores opes de tratamento. Compreender a fisiologia do ciclo menstrual, do climatrio da lactao e do cncer ginecolgico (NEDEM, 2000).
Para que os estudantes sejam capazes de obter sinais e sintomas,
ensinado durante os tutoriais o processo de recolhimento de informaes.
Este processo inicia logo no primeiro contato mdico-paciente, que
colocado por vrios autores entre eles MEDINA et al PIATO, como o mais importante
para se chegar a um diagnstico preciso e satisfatrio. Este contato inicial deve ser
executado de forma sistmica com seriedade, experincia e discrio.
Na segunda fase da investigao realizado o Exame Fsico da paciente.
Logo aps so realizados exames complementares quando necessrio para
confirmar ou descartar uma hiptese diagnstica.
2.3.1 Anamnese
O objetivo da Anamnese obter uma viso geral, o mais completa possvel
da paciente e sua doena. Pode ser comparada a uma entrevista na qual o mdico
tenta obter informaes mais claras e concatenadas, que em 70% dos casos
fornecem elementos suficientes para estabelecer um diagnstico (MEDINA et al
18
1977; PIATO, 1997), o que confirmado por CERCI (apud DIAS, 2006) que indica o
valor de 80%.
A anamnese realizada de forma rpida e superficial segundo FARAI (2000),
pode acarretar solicitao de exames complementares dispendiosos e sofisticados e
em muitos casos desnecessrios, podendo levar a medidas desnecessrias e/ou
equivocadas.
A anamnese, segundo MEDINA et al (1977), composta por:
a) Identificao, registro dos dados pessoais da paciente, como: nome, idade,
cor, nacionalidade, procedncia, profisso, estado civil, endereo, telefone;
b) Queixa Principal: motivo pelo qual o paciente chegou at a consulta mdica;
c) Histria da Molstia Atual: momento em que deve ser registrada a evoluo
da sintomatologia, desde o incio at o momento da consulta;
d) Antecedentes Familiares: devem ser registradas patologias congnitas;
e) Antecedentes Pessoais: aqui todo e qualquer episdio passado, estando
relacionado doena ou no deve ser registrado;
f) Antecedentes Menstruais registro de todos os sintomas relacionados a
menstruao, entre eles: idade da menarca, caracterstica do ciclo, data da
ltima menstruao, situao atual da menstruao;
g) Antecedentes Sexuais: seu registro requer tato e discrio. Entre os itens
esto: idade da primeira relao sexual, ritmo das relaes sexuais, meios
anticoncepcionais;
h) Antecedentes Obsttricos: que so o registro do passado obsttrico da
paciente;
2.3.2 Exame Fsico
Para MEDINA et al (1977) e PIATO (1997) o exame fsico, no deve se
restringir somente a rgos genitais. Segundo esses autores o organismo pode
apresentar alteraes gerais mesmo sendo afetado por doenas ginecolgicas. Os
autores recomendam que ao realizar o exame fsico, o mdico deve observar:
19
a) Estado Geral: peso, altura, presso arterial, pulso;
b) Segmentar: cabea, pescoo; ausculta cardaca, ausculta pulmonar,
abdmen, rins, membros;
c) Ginecolgico: exame das mamas, genitlia externa e interna, especular e
toque.
2.4 SISTEMAS PARA O APOIO EDUCAO MDICA
A utilizao de computadores no ensino, teve seu incio na dcada de 1960,
porm, o preo destes equipamentos no tornavam esta alternativa vivel
economicamente, para as instituies de ensino (WOODS, JONES, SHOULTZ et al,
1988). Neste perodo foram construdos os sistemas conhecidos como Computer
Assisted Instruction (CAI), inspirados no mtodo de instruo programada, onde o
material a ser ensinado era organizado em segmentos lgicos encadeados.
Possuam em sua maioria questes de verdadeiro ou falso, mltipla escolha
utilizadas para avaliao dos estudantes (DEV et al, 1996; VALENTE, 1997).
A partir da dcada de 1970 e durante a dcada da 1980, iniciou-se a
revoluo dos microcomputadores, onde equipamentos menos dispendiosos foram
criados e os sistemas CAI evoluram para os sistemas Intelligent Computer Assisted
Learning (ICAI). Com isto se gerou a expectactiva da criao de programas
computacionais destinados educao, por consequncia para o ensino mdico
(WOODS, JONES, SHOULTZ et al, 1988).
Surgiram os sistemas de simulao, nos quais era possvel atravs de
linguagem natural, interagir com o sistema que assumia o papel de paciente. Neste
perodo, iniciou-se tambm a construo dos sistemas especialistas, utilizando
tcnicas e mtodos da Inteligncia Artificial. Dentre eles o mais conhecido MYCIN,
cuja funo era o ensino de doenas contagiosas, como meningite (DEV et al.,
1996). Porm, os programas se mantinham em estgios iniciais relacionados
didtica e metodologia na sua concepo (PIEMME, 1988).
As mudanas ocorreram no decorrer da dcada de 1990, quando foram
fabricados microcomputadores mais poderosos, com capacidade para manipulao
20
de grandes quantidades de informao. Esta nova arquitetura possibilitou a criao
de softwares educacionais mais complexos utilizando sons e imagens
(CHODOROW, 1996), principalmente com o advindo da multimdia, CD-ROM e
Internet.
Durante esta dcada os sistemas educacionais foram classificados atravs da
sua aplicao no processo de ensino e aprendizagem. Dentre as vrias formas de
aplicao dos computadores na educao, destacam-se:
Tutorial: baseia-se na realizao de pequenos cursos, com
assuntos j vistos pelos estudantes ou novos contedos, dependendo
da forma de aplicao deste tipo de sistema (VALENTE,1998) . Em
geral permite que o aprendiz navegue pela informao avanando a
medida que responde questes apresentadas corretamente (DEV et
al., 1996). A limitao desta classificao de software, a capacidade
de verificar se a informao foi processada ou simplesmente
memorizada pelo estudante;
Exerccio e Prtica: este tipo de classificao de sistema,
caracterizado por oferecer aos estudantes diversas formas de testar
seu conhecimento, sendo realizado atravs de exerccios e
questionrios, com o intuto de revisar assuntos j estudados
(VALENTE,1998). Outra caracterstica importante que este tipo de
sistema deve apresentar grande nmero de oportunidades de
treinamento. A soluo dos exerccios pode ser avaliada pelo prprio
sistema ou pelo professor. Porm o ideal que este retorno seja
imediato tanto para o estudante quanto para o professor (DEV et al,
1996).
Simulao e Modelagem: ambos os tipos de classificao simulam
fenmenos da vida real atravs de modelos implementados em um
sistema. Ao estudante envolvido com a simulao cabe a alterao de
certos parmetros e a observao do fenmeno de acordo com valores
atribudos (VALENTE,1998). Por exemplo, um modelo que simule
21
choque eltrico entre dois objetos. Neste caso o estudante dever
determinar os parmetros para que o choque ocorra.
Posteriormente ir verificar se o choque realmente ocorre com estes
parmetros (VALENTE, 1998). Na modelagem, o modelo criado pelo
estudante e uma vez implementado, o aprendiz pode utiliz-lo como
se fosse uma simulao. Para o mesmo exemplo de choque eltrico
entre dois objetos, aqui o estudante dever definir as leis para que o
choque ocorra e posteriormente definir os parmetros. Segundo
VALENTE (1998) para que a aprendizagem ocorra com este tipo de
sistema ... deve ser completada com elaborao de hipteses,
leituras, discusses....
Jogos Educativos: este tipo de classificao de sistema educacional
insere o estudante em um ambiente de competio, ou com a mquina
ou com outro estudante (VALENTE,1998). A forma mais comum desta
aplicao apresentar perguntas aps um tutorial e contabilizar as
respostas corretas e as no corretas, apresentando as perguntas e
respostas de forma ldica, utilizando sons, imagens (DEV et al, 1996).
Atualmente, so encontrados em Universidades e na Internet, sistemas de
aprendizagem que apiam o ensino da medicina. Entre eles podemos citar
experincias internacionais: Crocodile e ALF tendo representantes significativos no
Brasil o CardioCaseDiscussion e o AMPLIA juntamente com os sites MedStudents,
Clnica Atual.
Cada um destes sistemas apresenta finalidades e caractersticas distintas ou
estudos de uma rea especfica da medicina. Sero apresentados na Tabela 2, os
pontos chaves que motivaram a apresentao de cada um destes sistemas. Em
seguida cada um dos sistemas, so brevemente descritos:
22
Tabela 2 - Sistemas construdos para o apoio ao Ensino - Caractersticas e
Classificaes
SISTEMA CARACTERSTICAS CLASSIFICAO
CROCODILE Suporte ao PBL;
Interface grfica para colaborao durante a resoluo dos problemas.
Simulao e Modelagem
ALF Utiliza tecnologia de agentes inteligentes;
Apresenta o contedo em formato de casos clnicos;
Avalia os estudantes durante a resoluo.
Misto:
Tutorial
Exerccio e Prtica
Simulao e Modelagem
Avalia os estudantes durante as resolues atravs de agentes de software que representam o papel do tutor.
AMPLIA Testar hipteses. Simulao e Modelagem
CARDIOCASEDISCUSSION Apresenta assuntos de cardiologia;
Oferece possibilidade de soluo de caso de cardiologia em grupo clnicos.
Misto:
Tutorial associado a
Exerccio e Prtica
MEDSTUDENTS Site com informaes mdicas.
Tutorial
CLINICA ATUAL Site com informaes mdicas principalmente de pneumologia.
Tutorial
CROCODILE: Crocodile abreviao de CReative Open COoperative DIstributed
Learning Environment, uma iniciativa do GMD - German National Research
Center for Information Technology (MIAOa, 2000).
O sistema baseado em protocolos que determinam o papel de cada aluno,
durante a colaborao em todas as etapas da soluo do problema. Atravs desses
protocolos, o ambiente fora tutores e estudantes a assumirem papis adequados
dentro dele, at mesmo restringindo comportamentos que no so permitidos em
23
seus protocolos. Oferece aos estudantes uma rea onde podem construir a
representao compartilhada da soluo (MIAOa, 2000; MIAOb, 2000).
ALF: Este sistema utiliza a tecnologia de agentes inteligentes1 para apresentar o
contedo didtico na forma de casos. Avalia a aquisio de conhecimento dos
estudantes, e habilidades de raciocnio e diagnstico simultaneamente. Este sistema
foi desenvolvido no Programa de Tecnologia Avanada do Banco de Conhecimento
Mdico Nacional dos Estados Unidos (MCGRATH, 2002).Os agentes no ALF, se
"comunicam" durante uma experincia de aprendizagem e usam uma srie de
bancos de dados para trazer atividades tela, conforme a rota que o estudante se
move pelo caso.
O ALF avalia o estudante no processo de raciocnio diagnstico e deciso
clnica. Para a avaliao utilizado um algoritmo que premia os estudantes com
pontos quando eles identificam conceitos fundamentais corretamente e remove
pontos quando eles no os identificam.
AMPLIA: um ambiente multi-agente2, que est sendo projetado como um recurso
na educao mdica, para auxlio no diagnstico. uma iniciativa do Instituto de
Informtica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
O ambiente engloba uma ferramenta grfica chamada SEAMED (FLORES et
al., 2001), cuja ferramenta possibilita a construo de redes bayesianas com seus
ns e arcos. Segundo FLORES et al. (2003) o objetivo do projeto AMPLIA : [...]
tem como objetivo apoiar o desenvolvimento do raciocnio diagnstico e a
modelagem das hipteses diagnsticas, segundo a teoria pedaggica da construo
do conhecimento, com o apoio de agentes inteligentes responsveis pela mediao
do processo.
So trs o nmero de agentes que constituem o ambiente AMPLIA
(FLORES et al., 2001; FLORES et al., 2003):
1 Agentes so programas de computador habilitados para responder solicitaes especficas sobre
domnios especficos (MCGRATH, 2002). 2 Um sistema multi-agente utiliza um grande nmero de agentes que se comunicam e se organizam
como uma sociedade (FLORES et al, 2003).
24
1. Agente de Domnio: acessa a base de casos e responsvel pelo
conhecimento do especialista e sua comparao com o modelo do
aluno.
2. Agente Aprendiz: representa o aluno no ambiente, atravs dele que os
estudantes interagem com o ambiente. Armazena o histrico (log) das
aes do aluno durante a modelagem de sua rede.
3. Agente Mediador: responsvel pela negociao entre os Agentes de
Domnio e o Agente Aprendiz. Sua principal funo selecionar a
estratgia pedaggica mais apropriada para a resoluo dos conflitos
entre os dois outros agentes.
CARDIOCASEDISCUSSION: O CardioCaseDiscussion uma iniciativa Brasileira da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. O sistema implementa educao distncia
baseada em casos de Cardiologia. Os estudantes podem simular o contato com o
paciente e o processo de investigao. O sistema oferece dados de identificao e
histrico do paciente, exames fsicos e imagens. O ambiente est dividido em quatro
componentes: Ambiente de Discusso, Ambiente de Autoria, Sala de Aula e
Tutoriais (MOREIRA, 2002).
MEDSTUDENTS: O portal MedStudents foi criado em 1995. Em suas sees so
encontradas notcias do Brasil e do mundo. H publicaes de artigos cientficos,
atlas, procedimentos e rotinas, banco de imagens, eventos.
O portal encontrado no seguinte endereo da Internet
http://www.medstudents.com, onde so apresentados vrios casos clnicos em reas
especficas e os visitantes aps leres a descrio do caso clnico descrever
observaes e indicar diagnsticos indicar diagnsticos. Todas as indicaes e
observaes ficam disponveis a todos os visitantes. Aps certo tempo o site divulga
o diagnstico correto.
25
CLNICA ATUAL: um portal da Internet voltado a informaes mdicas. O site traz
uma alerta aos visitantes de que se trata de informaes exclusivas para
profissionais da rea de sade, e para navegao necessrio um login de acesso.
Apresenta diversos materiais como relatos mdicos, imagens, guidelines,
medicamentos e apresentao de casos clnicos em formato de texto sendo que o
enfoque maior trata de questes de pneumologia. O portal pode ser acessado
atravs do endereo http://www.clinicaatual.com.br.
2.5 ENGENHARIA DE SOFTWARE CICLOS DE VIDA
O processo de desenvolvimento de software compreende um conjunto de
etapas que envolvem mtodos, ferramentas e procedimentos. Os mtodos fornecem
detalhes de como o software ser construdo, nesta etapa so criadas as notaes
grficas e toda a documentao do software a ser desenvolvido (PRESSMAN,
1995).
As ferramentas so os diferentes tipos de programas de computador chamados
de CASE que significa Computer-Aided Software Engineering, cuja finalidade
apoiar a metodologia de desenvolvimento do software (PRESSMANN, 1995;
SOMMERVILLE, 2003).
Os procedimentos so os integradores entre mtodos e ferramentas, pois
definem seqncias lgicas em que os mtodos sero aplicados e as ferramentas
sero utilizadas para a construo e controle do software.
A escolha dos mtodos, ferramentas e procedimentos variam conforme a
natureza do projeto, sua aplicao, tamanho e os produtos que devem ser entregues
ao final do projeto de desenvolvimento (PRESSMANN, 1995; SOMMERVILLE,
2003).
Estas etapas so chamadas de paradigmas de desenvolvimento de
software, sendo constantemente discutidos j que no existe uma rigidez na
utilizao de um ou outro modelo, podendo inclusive em um mesmo projeto utilizar
mais de um modelo de desenvolvimento.
26
2.5.1 Modelo Clssico (Cascata)
O Modelo Clssico de desenvolvimento o primeiro modelo publicado
(ROYCE, 1970 apud SOMMERVILLE, 2003), sendo um modelo sistemtico e
seqencial onde uma fase s inicia quando a prxima estiver concluda.
Figura 1 - Ciclo de Vida - Modelo Clssico
Embora neste modelo uma etapa s inicie aps a anterior estar finalizada,
poder haver retro-alimentao das fases quando um problema for identificado.
Porm, as demais fases sucessoras ao retorno devero ocorrer novamente,
conforme Figura 1. Este modelo de construo de software exige que os requisitos
iniciais estejam definidos com preciso e devero ser acordados no incio dos
trabalhos, pois a cada retorno no processo os investimentos de tempo e custos
aumentam (PRESSMAN, 1995; SOMMERVILLE, 2003).
27
2.5.2 Modelo de Prototipao
Procurando uma soluo para o principal problema do modelo clssico, que
exige requisitos rgidos e bem definidos no incio do processo de construo do
sistema, foi criado o modelo de prototipao.
Segundo BOEHM (1988), o modelo de prototipao, fornece ao solicitante
uma capacidade inicial rpida de avaliao dos seus requisitos, cita que este modelo
ajuda em situaes onde o solicitante no consegue descrever o que ele quer, mas
saber analisar se visualizar um modelo inicial.
Para PRESSMAN (1995) a prototipao um processo que capacita o
desenvolvedor a criar um modelo do software que ser implementado.
SOMMERVILLE (2003) descreve este processo como uma verso inicial de
um sistema de software, que utilizada para mostrar conceitos, experimentar
opes de projeto e, em geral, para conhecer mais sobre os problemas e suas
possveis solues.
O modelo de ciclo de vida de prototipao sem variaes define que o
prottipo deve ser desconsiderado aps todos os requisitos identificados e
documentados (BRO, 1975 apud PRESSMAN, 1995).
Assim como o modelo espiral, a prototipao possui fases, representada
graficamente na Figura 2.
Figura 2 - Modelo de Prototipao - retirado de Pressman, 1995 pg. 36
28
2.5.3 Modelo Espiral
O Modelo Espiral descreve um fluxo de atividades cclico e evolutivo
constitudo de quatro estgios idealizado por BOEHM (PRESSMAN, 1995). Segundo
o conceito do modelo espiral de BOEHM (1988) o desenvolvimento de um software
implica na realizao de um trabalho contnuo e etapas repetitivas que representam
a forma de uma espiral. O software a cada fase incrementado e aperfeioado, em
cada loop. A equipe de desenvolvimento e os solicitantes conhecem de forma mais
profunda os requisitos e os riscos do projeto, j que a grande evoluo deste modelo
com relao aos anteriores a incluso do controle de riscos (BOEHM, 1988;
PRESSMAN, 1995; SOMMERVILLE, 2003).
Os loops ocorrem em sentido horrio de dentro para fora da espiral, conforme
Figura 3.
Figura 3 - Modelo Espiral - retirado de Ian Sommerville (2003)
29
Cada loop da espiral dividido em quatro quadrantes:
a) Planejamento: So determinados objetivos, restries e solues alternativas;
b) Anlise de Riscos: Identificao e estudo dos riscos. Durante este estgio
podem ser construdos prottipos ou criadas simulaes do software;
c) Engenharia: Tarefas para construir uma ou mais representaes da aplicao,
nesta fase tambm so realizados os testes da soluo.
d) Avaliao do sistema: Anlise dos trabalhos realizados at esta fase. Nesta
fase determina-se a necessidade de uma prxima interao no ciclo de vida.
Fase muito importante e que exige percepo dos envolvidos para determinar
o momento correto de interromper os ciclos.
Segue tabela comparativa entre as atividades realizadas nos modelos Clssico e
Prototipao comparados com os quadrantes do modelo Espiral:
Tabela 3 - Quadrantes do modelo Espiral e atividades realizadas nos modelos
clssico e prototipao
Quadrantes do modelo Espiral
Modelo Clssico Modelo Prototipao
Planejamento Levantamento de Requisitos
Anlise de Requisitos
Coleta e Refinamento de Requisitos
Anlise de riscos ------- -----
Engenharia Projeto
Desenvolvimento
Testes
Projeto Rpido
Construo do Prottipo
Avaliao do Sistema Testes
Implantao
Refinamento do Prottipo
30
2.6 XML
O XML acrnimo de Extended Markup Language uma evoluo do GML
(General Markup Language), criado pela IBM nos anos 70 surgindo pela
necessidade da empresa em armazenar grandes quantidades de informao de
temas diversos e realizar buscas de forma simplificada (LIGTH, 1999, BRAY et al,
2000).
Em 1998, o consrcio W3C iniciou a padronizao do XML (Extended Markup
Language), com a finalidade de resolver problemas do HTML, linguagem com a qual
se definem as pginas na Internet (HAROLD, 2001).
Os problemas com o HTML so:
O contedo se mistura com os estilos aplicados;
No permite compartilhar informao com diferentes dispositivos;
A apresentao depende do visor que se utilize;
Dificuldade em processar o cdigo para extrair informaes;
HTML e o XML so semelhantes no sentido de utilizarem tags3. Em ambas
as linguagens, cada tag consiste em duas partes, uma que inicia e outra que fecha o
comando. Exemplo de cdigo XML exibido na Figura 4, onde o texto em negrito
representa as tags XML:
Figura 4 - Exemplo da estrutura de um XML
3 Palavras-chaves e parmetros.
31
Com o formato XML se precisarmos saber qual o endereo do e-mail que
receber a mensagem basta percorrer a estrutura procurando pela tag . As
informaes podem ser manipuladas atravs de dois mecanismos SAX e DOM.
O DOM (Document Object Model), criado pelo W3C, cria um organograma
(formato de rvore) do documento na memria do computador avaliando se est
bem formado, ou seja, se todas as tags abertas esto fechadas. Utilizando
comandos especficos da linguagem pode-se fazer qualquer tipo de percurso e
aes com os elementos do XML. O DOM amplamente utilizado e divulgado
principalmente pela empresa Microsoft (DOM, 1998; LIGTH, 1999; HAROLD, 2001).
O SAX (Simple API for XML), tambm oferece um modelo de programao
que realiza percursos no documento atravs de partes significativas (comeo de tag,
fim de tag, erros, etc.). O principal divulgador do manipulador SAX a plataforma
JAVA.
Para o exemplo de XML apresentado na Figura 4 temos na Figura 5 a
estrutura criada pelo DOM para manipulao do XML. Na Figura 6, exibida a
estrutura para o mesmo, porm agora na abordagem do SAX.
Figura 5 - Estrutura criada pelo mtodo DOM
32
Figura 6 - Estrutura criada pelo mtodo SAX
2.7 WEB SERVICE
Com a grande evoluo e crescimento da Internet surgem a cada dia novas
necessidades de acesso a servios. Para atender estas necessidades surgem as
novas tecnologias que geram novas necessidades, entre elas a de tornar estes
servios oferecidos interoperveis, reutilizveis e independentes da linguagem de
programao utilizada na sua construo.
Com isto, surgiram os chamados Web Services ou Servios da Internet. O
World Wide Web Consortium, conhecido como W3C, a organizao que define
padres para a Internet e em seu Working Group Note de 19 de Agosto de 2002
define o termo Web Service como :
[] a software system identified by a URI, whose public interfaces and bindings are defined and described using XML. Its definition can be discovered by other software systems. These systems may then interact with the Web service in a manner prescribed by its definition, using XML based messages conveyed by Internet protocols (W3C, 2002).
Um exemplo interessante da aplicao da tecnologia Web Service utilizado
pela companhia de vendas de livros na Internet chamado Amazon.com, a qual
33
possui um Web Service com um conjunto de mtodos muito completo, denominado
pela Empresa de "Amazon Web Services" (AWS), que permite buscar todas as
informaes relativas a livros, CDs e DVDs, jogos e tudo mais que vendido em sua
base de dados (SUN, 2003; GALEGO Jr., 2004).
Podemos listar as seguintes vantagens do Web Service (GOTTSCHALK et
al, 2002; W3Ca, 2002):
Um Web Service uma tecnologia independente de plataforma
linguagem de programao.
Utiliza XML como descritor das mensagens, que uma linguagem
extensamente suportada e adotada para descrever dados.
O protocolo de comunicao (na maioria de casos) HTTP, muito
conhecido, o que assegura que as mensagens iro passar atravs da
porta 80, porta de comunicao dos servidores WEB, no causando
problemas com os Firewalls4.
2.7.1 Arquitetura
A arquitetura dos Web Services baseada nas interaes entre trs papis.
Segundo KREGER (2001), os papis so:
a) Provedor de servio: responsvel por disponibilizar um servio.
b) Registro do servio: os provedores publicam as descries dos servios.
c) Requisitante do servio: faz o uso do servio.
4 Firewalls: so barreiras de proteo, que controlam o trfego de dados entre os
computadores de uma rede e Internet.
34
Figura 7 - Papis, operaes - retirado de UDDIa, 2003
As interaes envolvem publicar, encontrar e utilizar os servios. O
chamado Provedor de servio hospeda um mdulo acessvel do software, e define
uma descrio que publicado em um Registro de Servio (UDDI). O requisitante do
servio recupera a descrio do mesmo localmente ou do Registro do servio e usa
a descrio (KREGER, 2001; GOTTSCHALK et al, 2002) para solicitar informaes
ao Provedor de Servios.
Segundo KREGER (2001) e GOTTSCHALK et. al (2002), um Web Service
possui quatro camadas, cada uma facilitando a utilizao do servio. Segue a
descrio de cada uma das camadas:
Camada de Rede: Esta camada o meio de transporte das mensagens do
Web Service que podem ser os protocolos HTTP, FTP,
SMTP, POP, etc. A escolha do protocolo depende da
necessidade da aplicao: segurana, performance,
confiabilidade e disponibilidade.
Camada SOAP: Acrnimo de Simple Object Access Protocol, protocolo
que permite a troca de informaes em ambientes
descentralizados e distribudos, possibilitando uma
comunicao entre vrias aplicaes (KREGER, 2001;
W3Ca, 2002;W3Cb, 2003).
35
O protocolo SOAP assim com o Web Service adotado e
padronizado pelo W3C. Este protocolo permite a
comunicao atravs de mensagens formatadas em
arquivos XML, isto faz com que as mensagens possam
ser compreendidas por qualquer plataforma de
desenvolvimento.
Camada WSDL: Todo Web Service possui um WSDL (Web Service
Description Language), um documento em XML o qual
descreve os protocolos que podem ser utilizados para
acessar o Web Service (CHRISTENSEN et al, 2001;
KREGER, 2001). A Microsoft em seu material
(GLOSSARIO, 2003) faz uma analogia com o WSDL e
um contrato, que define regras entre o provedor do Web
Service e o cliente que est solicitando o servio.
No WSDL est definido a URL de acesso, o nome do
Web Service, a descrio de cada mtodo com
parmetros de solicitao e como ser o retorno enviado
pelo Web Service.
O WSDL possui duas camadas uma de Interface e outra
de Implementao. A camada de Implementao
descreve onde o Web Service est instalado e como
pode ser acessado. A camada de interface por sua vez
define como o Web Service pode ser referenciado e
instanciado.
Camada UDDI: Atualmente, a rede de comunicao mais utilizada tem
sido a Internet e, por tratar-se da maior rede de
computadores do mundo, para tornar possvel uma
comunicao preciso que o cliente, ou seja, quem
solicita a informao, possa encontrar a fonte da
informao. Se o cliente sabe a URL (endereo) do
36
servio ento no h problemas, seno algo como as
Pginas Amarelas de telefones ser requerido pelos
clientes da Internet. Esta listagem de servios a UDDI
acrnimo de Universal Description, Discovery and
Integration (Descrio Universal, Descoberta, e
Integrao (KREGER, 2001)). Algumas empresas so
conhecidas por armazenar registros UDDI na Internet,
entre elas a Microsoft, SAP, NTT e IBM (UDDI a, 2005;
UDDI b, 2005).
37
3 METODOLOGIA
Considerando o objetivo de criar uma ferramenta de apoio ao ensino de
medicina, foi criada uma estratgia para realizar a construo desta ferramenta.
Aps realizar uma reflexo sobre os ciclos de vida de sistemas apresentados
no captulo 2, optou-se por seguir o modelo Espiral, com seus ciclos evolutivos,
juntamente com a notao UML para documentao do sistema.
Visualizou-se que esta era a melhor soluo de metodologia de
desenvolvimento, devido necessidade de descoberta dos requisitos. Neste caso,
por ser a primeira iniciativa na Universidade, os requisitos no eram de completo
domnio dos tutores que nos acompanharam na pesquisa.
A partir da definio da metodologia, foram realizados dois ciclos para a
concluso e testes.
Iniciada a primeira iterao5 do ciclo de desenvolvimento, o objetivo final
desta etapa era determinar o tipo de software educacional necessrio, o
levantamento dos requisitos e implementao.
A segunda iterao do ciclo foi realizada para refinamento e validao do
sistema construdo atravs da utilizao da ferramenta por um grupo de estudantes
de medicina.
Deve-se destacar que, devido natureza incremental do Modelo Espiral, as
etapas iniciais foram as mais longas e com maior contedo produzido. Portanto, as
atividades de levantamento de requisitos e documentao so maiores que o
desenvolvimento e testes.
3.1 PRIMEIRA ITERAO DO CICLO DE DESENVOLVIMENTO
A primeira iterao do ciclo, foi composta por atividades realizadas em cada
um dos quadrantes do ciclo de desenvolvimento apresentadas na Figura 8, para ser
possvel atingir o objetivo principal desta etapa.
5 Iterao: significa o ato de repetir.
38
Figura 8 -Primeira iterao do ciclo de desenvolvimento
A primeira iterao iniciou no quadrante 1 (um), apresentado na Figura 8
como o marco em vermelho onde objetivos, restries com relao metodologia do
PBL foram levantadas. Estas atividades propiciaram o reconhecimento das
necessidades do curso de medicina no Programa de Aprendizagem Ginecologia e
Obstetrcia (PA).
Ao perceber que todas as definies do quadrante 1 (um) haviam sido
realizadas, passou-se ento ao quadrante 2 (dois), com atividades de planejamento
da aplicao.
No quadrante 3 (trs), foram executadas tarefas de construo da aplicao.
Ao finalizar as atividades deste quadrante, iniciou-se o prximo onde foi realizada a
avaliao do sistema, sendo este o ltimo passo da primeira iterao, representada
na Figura 8 como o marco em azul.
A seguir sero detalhadas as atividades executadas em cada um dos
quadrantes do ciclo.
39
3.1.1 Avaliao (Quadrante 1)
Os objetivos principais das atividades do quadrante 1 (um), foram o
reconhecimento do problema e definio da classificao de software educacional
necessrio para apoio ao ensino. Esta etapa foi composta por quatro atividades:
Reconhecimento da estrutura das PAs do curso de medicina;
Definio do PA para estudo;
Determinao das alternativas e restries para incio do planejamento
da soluo
Inicialmente foram realizadas reunies com os tutores do curso de medicina
da PUCPR. As primeiras foram para conhecer os aspectos relevantes da
metodologia de ensino PBL utilizado no curso de medicina.
Durante este processo de reconhecimento e reunies, definiu-se que o PA
objeto de estudo deste trabalho seria o de Ginecologia e Obstetrcia no mdulo
Sade da Mulher. Esta deciso deve-se ao fato de que os tutores tinham
disponibilidade para acompanhamento do projeto assim como para elaborar os
casos clnicos para a aplicao.
Alm disto, este um PA do nono perodo no qual os estudantes ainda
participam de tutoriais em sala de aula. Com isto estes so os estudantes que no
prximo perodo estaro iniciando as atividades do internato, ou seja, estaro
aplicando os conhecimentos at ento adquiridos com maior freqncia. Estes
estudantes tambm j dominavam as tcnicas de semiologia e clnica mdica.
Com o intuito de reconhecer a realidade, dificuldades e anseios de incremento
do PA Ginecologia e Obstetrcia, foram realizadas outras reunies e observao de
tutoriais do Programa.
Quanto a alternativas e restries inerentes a esta etapa do ciclo, atravs das
observaes dos tutoriais percebemos as seguintes necessidades iniciais:
Apresentao dos casos clnicos de uma maneira mais similar
possvel ao atendimento clnico realizado nos consultrios e/ou
ambulatrios;
40
Restrio de tempo adicional carga horria existente para resoluo
de casos individuais;
Grande nmero de exerccios para praticar;
Quanto as alternativas e restries citadas acima temos a acrescentar que os
casos clnicos discutidos no PA atualmente, so apresentados em formato de textos
com todos os detalhes da histria clnica, porm em um atendimento real, os
estudantes devero elaborar a histria atravs das perguntas realizadas ao
paciente.
Referente a dificuldade de tempo adicional carga horria existente para
resoluo de casos individuais, optou-se pelo desenvolvimento de uma aplicao
para a Internet que possibilitasse aos estudantes o acesso em diferentes locais e
horrios que melhor conviessem.
Alm disto, a plataforma Internet torna a aplicao independente dos sistemas
operacionais das mquinas dos usurios, sendo os sistemas baseados na Internet
mais fceis e mais baratos para desenvolver, manter e distribuir. Ao incluir novos
casos na aplicao automaticamente todos os estudantes teriam acesso O que
atende a necessidade de um grande nmero de casos clnicos para estudo.
Em seguida, iniciou-se a investigao sobre a aceitao e utilizao da
Internet por estudantes de medicina que participam do PA selecionado sendo
aplicado no primeiro semestre de 2005.
O instrumento de pesquisa, Questionrio A, utilizado para avaliao foi
baseado no trabalho de HEINZEN (2004), o qual tambm investigou a
acessibilidade, confiana e pr-disposio utilizao da Internet por estudantes de
medicina. Neste trabalho Heinzen foi mais abrangente na definio da amostra, pois
utilizou outros cursos da rea de sade alm da medicina. O Questionrio A est
descrito no ANEXO 4 (quatro).
O objetivo deste instrumento avaliar a pr-disposio dos estudantes em
estudar utilizando um sistema na Internet. Para a continuao deste projeto era
essencial que fosse caracterizado que os estudantes estavam motivados e com
condies de utilizar a Internet, caso contrrio o desenvolvimento no poderia ser
realizado nesta plataforma.
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3.1.2 Levantamento de Requisitos (Quadrante 2)
O objetivo desta etapa definir os Requisitos Funcionais (R.F.) do software e
foi iniciada aps o trmino das atividades do quadrante 1. Sendo composta por trs
atividades:
Levantamento dos Requisitos Funcionais;
Anlise de softwares existentes;
Determinao da classificao de software educacional necessria.
3.1.2.1 Levantamento dos Requisitos Funcionais
Esta atividade foi realizada em conjunto com os tutores do Programa:
Requisito Funcional 1: O software deve oferecer aos estudantes oportunidade de
defrontar-se com casos clnicos diferentes dos estudados
em sala de aula. Prefencialmente com grau de dificuldade
maior ou igual.
Requisito Funcional 2: Acesso de diferentes locais, principalmente fora da
estrutura da universidade.
Requisito Funcional 3: Acesso ao software de forma fcil, rpida e segura.
Requisito Funcional 4: Possibilidade de visualizao de outras solues do
mesmo caso, tanto dos tutores como dos outros
estudantes.
Requisito Funcional 5: Utilizar a semiologia para descrever e solucionar o caso
clnico.
Requisito Funcional 6: Oferecer aos tutores uma visualizao da soluo criada
pelos estudantes, identificando todo os passos realizados
Tendo delimitado os requisitos, confirmou-se novamente a opo por uma
arquitetura Internet, que atualmente muito utilizada para ensino no presencial e
est em contnua inovao.
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Aps a determinao dos requisitos iniciais, foram analisadas as
necessidades e os tipos de classificao de software, a comparao entre eles
apresentada no Captulo 4 Resultados. Aps esta anlise definiu-se que a PA
Ginecologia e Obstetrcia, necessitava de um software educacional com a
classificao de Exerccio e Prtica.
Em seguida a esta fase foi realizada a pesquisa na literatura para buscar
outros modelos de softwares educacionais, voltados ao curso de medicina. Os
modelos encontrados foram listados no Captulo 2. Como resultado desta pesquisa
percebeu-se que, a iniciativas internacionais no se adaptavam aos requisitos da PA
Ginecologia e Obstetrcia. Dentre as iniciativas brasileiras, nenhuma possui a
classificao necessria no domnio deste problema.
Esta pesquisa nos forneceu subsdios para o incio da documentao e
definio da arquitetura, mantendo a premissa de seguir a metodologia de ensino
PBL, que possui como um dos focos principais a introduo da realidade da
profisso mdica o mais cedo possvel nas atividades dos tutoriais, para isto utiliza
principalmente a discusso de casos clnicos.
Para atender o Requisito Funcional 1, foi necessrio entender o formato dos
casos clnicos apresentados para construir um modelo que siga os mesmos
princpios.
Os casos clnicos, nesta PA seguem a estrutura descrita por PROSS (1999),
ou seja, so bem estruturados para facilitar a discusso e aquisio de
conhecimentos.
Analisando o Requisito Funcional 5, voltou-se a literatura para estudar a
semiologia ginecolgica, tendo os resultados descritos no Captulo 2 Explorao
Clnica em Ginecologia.
Percebeu-se ento, a necessidade de integrao da semiologia com
informaes advindas de pronturios para tornar a resoluo do caso clnico mais
parecido com o dia a dia da profisso mdica. Para obter informaes do paciente o
mdico deve question-lo, processo realizado de forma diferente nos tutoriais, onde,
as informaes j vm descritas de forma organizada, no existindo assim, a
possibilidade de realizar outros questionamentos ao paciente.
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Com isto estudaram-se as informaes necessrias para a realizao destes
questionamentos. Neste momento utilizamos os resultados iniciais do trabalho de
ALMEIDA e BASTOS (2005), que realizaram o levantamento de informaes
necessrias para um pronturio eletrnico especfico para a rea de Ginecologia e
Obstetrcia nos hospitais atendidos pela PUCPR.
Verificou-se que as informaes apontadas por este estudo eram muito
prximas as que foram relatadas por MEDINA et al (1977) e PIATO (1997).
A partir da, iniciou-se o processo de planejamento e documentao do
software, sendo utilizada a metodologia de orientao a objetos, com seus
diagramas de casos de uso representados em UML6.
Os casos de uso representam aes de elementos que interagem com o
software. Foram definidos dois possveis atores, que realizariam esta interao:
Tutor: um usurio com permisso para resolver o caso clnico, servindo de
modelo de resoluo. Possui acesso s funcionalidades de estatstica do
software.
Estudante: usurio com permisso de resoluo de casos clnicos. No possui
acesso s funcionalidades de estatstica do software.
Definidos os atores, partiu-se para a construo dos casos de uso , totalizando
trs, que tambm representaram os mdulos do sistema, listados a seguir:
Caso de Uso 1: Acessar o sistema;
Caso de Uso 2: Solucionar Caso Clnico;
Caso de Uso 3: Comparar Soluo.
6 A UML define um conjunto bsico de diagramas e notaes que permitem representar as
mltiplas perspectivas (estruturais / estticas e comportamentais / dinmicas) do sistema sobre
anlise e desenvolvimento (BOOCH et al, 1999; JACOBSON et al., 1999; Larman, 2004).
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Figura 9 - Mdulos do sistema - primeira iterao
Na Figura 9, so exibidos os trs mdulos do sistema aqui propostos,
identificando os requisitos que originaram a necessidade. Como exibido na Figura
3.2, somente para o Requisito Funcional 2, no foi planejado um novo mdulo. Este
requisito atendido com a arquitetura baseada na Internet.
Os casos de uso definidos nesta etapa, so demonstrados no Captulo 4
Resultados.
Finalizada a construo dos casos de uso, foi criado o modelo de banco de
dados para armazenar os casos clnicos, as informaes cadastrais dos atores e
suas respectivas solues. O Modelo de Banco tambm exibido no Captulo 4
Resultados.
3.1.3 Arquitetura (Quadrante 3)
Para o desenvolvimento do sistema foi escolhida a plataforma NET da
empresa Microsoft, devido experincia pessoal com ela e segundo SLIWA (2002)
a curva de aprendizado desta ferramenta era menor comparada a outras
tecnologias. Esta plataforma tambm tem sido amplamente utilizada no
desenvolvimento de sistemas comerciais na plataforma Internet.
Por ter sido adotada esta plataforma, no h restries de acesso aos
usurios. Bastando possuir um computador com acesso a Internet e um navegador,
o usurio poder acessar de qualquer lugar e de qualquer plataforma.
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O sistema faz uso ainda de uma base de dados para o armazenamento dos
usurios, casos e solues, sendo escolhido o gerenciador de banco de dados da
mesma empresa chamado de SQL Server 2000, verso de desenvolvimento.
Para disponibilizar recursos e informaes necessrio um programa
servidor, o IIS (Internet Information Server 5.0), que responsvel pelo
gerenciamento do sistema.
Na Figura 10, exibida a arquitetura proposta, na qual os tutores e
estudantes a partir de um computador com acesso Internet, indicaro um endereo
da aplicao (URL). Na outra ponta da rede existir um servidor que responder esta
requisio de acesso.
Figura 10 - A arquitetura inicial do sistema
3.1.3.1 Construo do Mdulo de Acesso
Atendendo o Requisito Funcional 1, o mdulo de acesso foi o primeiro a ser
desenvolvido com a finalidade de garantir segurana, j que o estudante identifica-
se entrando com um login e uma senha para iniciar os primeiros registros da
resoluo do caso clnico.
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Para este desenvolvimento foi seguido o Caso de Uso 1, e no momento da
autenticao do usurio so gravadas as seguintes informaes na soluo do caso
clnico no formato de logs7 de sistema:
a) Nmero do caso que est sendo resolvido.
b) Cdigo do Usurio.
c) Ao executada.
d) Data e Hora.
Para acessar o sistema, os estudantes devero indicar um usurio e uma
senha. Esta senha deve estar previamente cadastrada no site
3.1.3.2 Mdulo de Resoluo do Caso
Para a construo do mdulo de seleo do caso clnico, seguindo as
diretivas da classificao do software selecionado, deveria ser colocado em prtica o
conceito da semiologia ginecolgica, apresentado anteriormente no Captulo 2 item
2.3 e que atualmente aplicado no ensino de ginecologia na PUCPR.
Para isso, foi criada a tela de seleo de variveis em um caso clnico,
seguindo o Caso de Uso 2, onde os achados clnicos so exibidos em formato de
menus de seleo, que variam de posio caso a caso, ou seja, a cada incio de
soluo ele estaria em uma ordem diferente. Isto evitaria que os estudantes
fixassem as posies dos itens ao invs de selecionarem as variveis na seqncia
que considerassem adequadas. Esta estrutura foi posicionada lateralmente na tela,
para permitir mais espao para a apresentao das respostas s questes
solicitadas.
Na figura 11, apresentado um trecho do XML com as estruturas e definies
de dados para um pronturio ginecolgico, definido por ALMEIDA e BASTOS (2005).
7 Os logs so registros de atividades gerados por programas de computador.
47
Para compor o menu os elementos mais externos foram transformados em grupo de
perguntas, por exemplo, Antecedentes Familiares.
Figura 11 - Trecho do XML definido por ALMEIDA e BASTOS (2005)
Este grupo de perguntas possui outros elementos internos e para cada um
destes existe uma resposta do paciente que ser exibida caso este item seja
selecionado.
Utilizando o XML definido por ALMEIDA e BASTOS (2005), foi delimitado o
segundo nvel como limite de montagem do menu. Na figura 12, so representadas
as estruturas do menu em comparao a um trecho do XML do pronturio.
Elemento externo: Grupo
de perguntas
Pergunta de nvel 1
Pergunta de nvel 2
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Figura 12 - XML do pronturio versus estrutura do menu da aplicao
O objetivo deste mdulo que os estudantes solicitem informaes sobre a
paciente a partir da seleo de itens do menu. medida que selecionam a
pergunta, a resposta da paciente exibida na tela.
Foram utilizados para a construo desta funcionalidade os controles de
interface do lado do servidor oferecidos pela tecnologia ASP. NET.
3.1.3.3 Construo de Logs
A cada solicitao do usurio de incluso ou excluso de variveis
registrado um de log de sistema.
Dois tipos de logs de sistema foram criados para atender o Requisito
Funcional 6, possibilitando a verificao das atividades realizadas pelos estudantes
durante a resoluo. Os dois tipos de logs so:
a) Navegao: com as aes de visualizar a descrio do caso, resolver o caso,
preencher hiptese diagnstica e comparar o caso clnico.
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b) Requisio: registra as atividades durante a seleo de variveis, com
incluses e retiradas de elementos.
3.1.4 Validao (Quadrante 4)
Ao finalizar o desenvolvimento do mdulo de exibio do caso clnico, o
sistema foi apresentado tutora do mdulo de Ginecologia e Obstetrcia. Para isto
foi criado um caso clnico sobre o tema de Hemorragia Uterina Disfuncional,
apresentado no tutorial do PA no ano anterior.
Esta avaliao ocorreu logo no incio dos trabalhos para minimizar um
possvel risco, que seria a interface no ser de fcil utilizao.
Neste momento de validao do sistema percebeu-se que a aplicao era de
fcil utilizao, porm a resposta do sistema no foi adequada, pois o tempo entre
selecionar um item no menu e a resposta da paciente ser exibida na tela no foi
considerado satisfatrio.
A interface no ficou agradvel, pois a cada requisio a tela toda devia ser
refeita causando a sensao de saltos na tela.
Sendo este um risco comprovadamente impactante, definimos como
estratgia selecionar outra forma de exibio dos dados. Iniciou-se assim a segunda
iterao do ciclo de desenvolvimento.
3.2 SEGUNDA ITERAO DO CICLO DE DESENVOLVIMENTO
Aps a primeira iterao identificou-se o problema da interface no estar
satisfatria segundo o tempo de resposta. Iniciou-se assim, a segunda iterao do
ciclo, com atividades em todos os quadrantes, como exibido na Figura 13.
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Figura 13 - Segunda iterao do ciclo de desenvolvimento
A segunda iterao conforme apresentado na Figura 13, com o ciclo
desenhado na cor vermelha, iniciou no primeiro quadrante novamente. Neste
quadrante iniciou-se o estudo de outras alternativas para a construo da
funcionalidade de Resoluo do Caso Clnico, alguns testes foram realizados,
passando-se assim para o segundo quadrante.
Neste, os requisitos foram revisados e novos foram incorporados aplicao.
Aps a documentao destes novos requisitos, passou-se as atividades de
desenvolvimento no terceiro quadrante.
A segunda iterao terminou no quadrante quatro, no qual a aplicao foi
avaliada por estudantes voluntrios do curso de medicina.
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3.2.1 Avaliao (Quadrante 1)
As atividades do quadrante 1 iniciaram com pesquisas por alternativas para o
tempo de resposta da resoluo de casos clnicos. Atravs das pesquisas obteve-se
contato com o exemplo da Amazon Web Services loja virtual de livros,CDs etc.
Os testes foram realizados com cdigos que acessassem este web service
para testes de velocidade de acesso.
O tempo de retorno medido pelo relgio do microcomputador que estava
sendo utilizado, levou em torno de cinco segundos para retorno dos dados.
Foi criado ento, um web service que retornasse informaes do caso clnico
que j havia sido montando no ciclo anterior para avaliao.
O retorno deste web service tambm foi adequado com relao ao tempo de
resposta. Estudou-se tambm a transformao e formas de exibio de XML.
Aps a verificao que o web service associado a XML seria uma alternativa,
decidiu-se ento, partir para as atividades do segundo quadrante .
3.2.2 Levantamento de Requisitos (Quadrante 2)
As atividades realizadas neste quadrante referem-se a levantamento de
novos requisitos que surgiram aps a avaliao inicial da aplicao. Os novos
requisitos funcionais foram:
Requisitos Funcionais 7: Alm das respostas dos pacientes, existe a
necessidade de perguntas complementares a
algumas solicitaes;
Requisitos Funcionais 8: Alm da seleo de variveis, o estudante para
completar a soluo deveria indicar a hiptese
diagnstica com diagnsticos diferenciais,
exames complementares e conduta a ser
seguida;
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Requisitos Funcionais 9: Mecanismo para impresso dos casos clnicos
resolvidos pelos estudantes para discusso em
sala de aula.
Figura 14 - Mdulos do sistema - segunda iterao
Com a definio de mais trs requisitos funcionais, conseqentemente foram
criados mais trs mdulos para a aplicao. Na figura 14, so apresentados todos os
mdulos do sistema com os requisitos que geraram a necessidade.
Demonstra tambm a relao entre o mdulo de impresso com o mdulo de
comparao de soluo. Isto indica que para acessar este mdulo dever ser
acessado anteriormente o mdulo de comparao.
Os demais casos de uso foram descritos para definir os novos mdulos do
sistema:
Caso de Uso 4: Cadastrar Impresso Diagnstica;
Caso de Uso 5: Perguntas Complementares;
Caso de Uso 6: Acessar estatstica;
Caso de Uso 7: Incluir novo caso clnico.
Como os demais casos de uso so apresentados no Captulo 5 Resultados.
Com a finalizao da documentao dos novos mdulos e requisitos, passou ento
a realizar as atividades do terceiro quadrante.
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3.2.3 Arquitetura (Quadrante 3)
A arquitetura do mdulo de resoluo do caso clnico necessitou ser revista,
pois a performance no foi adequada para utilizao na Internet, conforme avaliao
do sistema na primeira iterao.
Aps os testes no quadrante um, optou-se pela tecnologia de web service,
onde o site da aplicao a cada requisio solicitaria ao web service a nova estrutura
da soluo que estava sendo criada pelo usurio. Com isto a arquitetura do sistema
foi modificada, passando da Figura 10 apresentada anteriormente para a Figura 15.
2 - R
epassa item
da
Soluo
5 - Retorna situao
atual da soluo
3 - Grava item
da Soluo4 - R
etorna XML com
nova Soluo
Figura 15 - Arquitetura do sistema com a utilizao de web service
No caso deste sistema, havia somente um servidor Internet que foi
responsvel por hospedar tanto o Banco de Dados como o programa e o web
service. Porm, como o web service foi construdo seguindo as regras do W3C, o
Banco de Dados, poderia estar em qualquer outro servidor na Internet registrado que
seria encontrado. Para manipulao dos dados do XML foi utilizado o mtodo DOM.
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3.2.3.1 Mdulo de Resoluo do Caso Clnico - Menu
O mdulo de Resoluo do caso clnico foi desenvolvido novamente, devido
sensao de tela piscando e do tempo de acesso no estar adequado conforme
anlise da aplicao na iterao anterior.
Com isto, o processo de construo do caso clnico reiniciou com a
montagem do menu e alterao do modelo de dados.
Ao acessar a pgina de soluo do caso, realizada a consulta dos grupos
de perguntas e seus elementos da propedutica cadastrados para