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Escola básica e secundária de Salvaterra de Magos Curso Profissional de Técnico de Energias Renováveis – variante de sistemas solares 2015/2016 Sistema solar fotovoltaico Bryan Neves, nº 28317 Diogo Cardoso, nº (cartão) Francisco Pires, nº 28318 Inês Carvalho, nº 27945 Stepan Lavrenkov nº 27940 Salvaterra de Magos, Julho de 2016 Orientador: Jorge Cipriano

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Escola básica e secundária de Salvaterra de Magos

Curso Profissional de Técnico de Energias Renováveis – variante de sistemas solares

2015/2016

Sistema solar fotovoltaico

Bryan Neves, nº 28317

Diogo Cardoso, nº (cartão)

Francisco Pires, nº 28318

Inês Carvalho, nº 27945

Stepan Lavrenkov nº 27940

Salvaterra de Magos, Julho de 2016

Orientador: Jorge Cipriano

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Agradecimentos

Queremos agradecer a todo o quadro de professores envolvidos

neste projeto educacional, Curso Profissional Técnico de Energias

Renováveis – Variante Sistemas Solares 2013/2016.

Queremos fazer um especial agradecimento aos nossos familiares e

amigos, que nos auxiliaram, motivaram e apoiaram desde início. Também

ao Diretor e Coordenador de curso, profº Jorge Cipriano, Profº Jorge

Santos, Profª Helena Gaspar.

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Índice Geral

Resumo ...................................................................................................... 7

Introdução.................................................................................................. 8

Como surgiram as Energias Renováveis................................................... 8

A radiação solar ........................................................................................ 10

Irradiância solar..................................................................................... 10

Zénite solar .............................................................................................. 15

Fontes de energia ..................................................................................... 16

Protocolo de Quioto ................................................................................. 22

Significado de Fotovoltaico ...................................................................... 26

Constituição interna de uma célula fotovoltaica ................................... 26

Produção da corrente elétrica ............................................................... 27

Tipos de Células Fotovoltaicas ............................................................... 27

Células de Silício Mono cristalino .......................................................... 29

Células de Silício Poli cristalino .............................................................. 31

Células de Silício Amorfo ....................................................................... 32

Tipos de Sistemas Solares Fotovoltaicos................................................... 34

Painéis de Suporte Fixo ......................................................................... 34

Painéis Mono cristalinos .................................................................... 34

Painéis Poli cristalinos ........................................................................ 35

Seguidores Solares ............................................................................. 38

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Associação de módulos fotovoltaicos ....................................................... 39

Controlador de carga................................................................................ 41

Baterias .................................................................................................... 42

Inversor .................................................................................................... 44

Quadro de Entrada de um sistema Fotovoltaico ...................................... 45

O Projeto .................................................................................................. 47

Consumo Diário dos painéis: ................................................................. 47

Webgrafia................................................................................................. 52

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Índice de figuras

Figura 1 mapa-mundo com o total de energia produzida através de

fontes primárias. ..................................................................................... 16

Figura 2 Painéis Fotovoltaicos ................................................................. 17

Figura 3 Coletores Solares ....................................................................... 17

Figura 4 Aerogeradores ou moinhos eólicos. .......................................... 18

Figura 5 Captação de energia marítima, através de uma barragem. ...... 19

Figura 6 Captação da energia das ondas ................................................. 19

Figura 7 Barragem do Alqueva, Portugal. ................................................ 20

Figura 8 Biomassa vegetal, desperdícios de madeiras. ........................... 20

Figura 9 Exemplo de um geiser nos Açores. ............................................ 21

Figura 10 Central Geotérmica nos Açores. .............................................. 21

Figura 11 Gráfico sobre as emissões de CO2, Fonte: Boden, T.A.,

Marland, G., and Andres R.J. (2015). Centro de análises de Dióxido de

Carbono, Oak Ridge Laboratório Nacional, U.S. Departamento de

energia. .................................................................................................... 22

Figura 12 Célula de Silício. ....................................................................... 26

Figura 13 Esquema de funcionamento de uma célula fotovoltaica. ....... 27

Figura 14 diferentes tipos de células. ...................................................... 28

Figura 15 Células mono cristalinas .......................................................... 31

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Figura 16 Célula Poli Cristalina ................................................................ 32

Figura 17 Pelicula de uma célula de silício amorfo .................................. 33

Figura 18 Painel Fotovoltaico. ................................................................. 33

Figura 19 Painéis fixos Mono cristalinos. ................................................ 34

Figura 20 Painéis de suporte fixo Poli cristalinos. ................................... 35

Figura 21 Aplicação de painéis solares de filme fino. .............................. 37

Figura 22 Campo de trackers, para produção energética. ....................... 38

Figura 23 Ligação em série dos painéis fotovoltaicos.............................. 39

Figura 24 Ligação em paralelo dos painéis fotovoltaicos. ....................... 39

Figura 25 Ligação mista dos painéis fotovoltaicos. ................................. 40

Figura 26 Controlador de carga ............................................................... 41

Figura 27 Bateria de ácido. ...................................................................... 42

Figura 28 Bateria selada AMG. ................................................................ 43

Figura 29 Bateria de Gel .......................................................................... 43

Figura 30 Inversor 12V/DC para 230V/AC ............................................... 44

Figura 31 Disjuntor Diferencial ................................................................ 45

Figura 32 Disjuntor parcial ....................................................................... 46

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Resumo

A realização deste projeto de Prova de Aptidão Profissional (PAP)

tem por objetivo colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao

longo dos três anos do Curso Profissional Técnico de Energias Renováveis

com vertente Fotovoltaica.

Este projeto consiste na instalação de um sistema Fotovoltaico com

um quadro de entrada, tendo por objetivo a alimentação de quatro

cabines de montagem, situadas na sala 12 do Bloco C, e também saídas de

energia para futuras instalações.

Iremos também falar sobre a origem das energias renováveis, os

benefícios das energias renováveis, qual a sua relevância a nível mundial e

nacional, iniciativas á sua utilização, propriedades dos vários tipos de

painéis e o seu funcionamento interno, entre outros aspetos relevantes.

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Introdução

Como surgiram as Energias Renováveis

Ao longo da história o ser humano sempre necessitou de energia,

fosse ela de que natureza fosse. Ao longo das descobertas energéticas que

foram revolucionando o mundo, tais como os combustíveis fosseis, em

paralelo foram se realizando estudos de impacto ambiental e tempo de

renovação/ consumo dessas fontes energéticas. As conclusões retiradas

desses estudos foram que o seu tempo de renovação era muito inferior à

sua velocidade de consumo.

Este dilema começou a provocar algum desconforto mundial, pois

todos os sistemas desenvolvidos estavam relacionados direta ou

indiretamente com os combustíveis fosseis, a quantidade destes

combustíveis que é produzida em milhares de anos é consumida apenas

em alguns meses, o que começara assim a gerar preocupação pela parte

das nações. Dado isto todos os países teriam de se unir e pensar numa

nova alternativa de produção de energia e não poluente para o

ecossistema.

As Energias Renováveis surgiram através da necessidade de

encontrar uma fonte de energia não poluente e inesgotável, é cada vez

maior, pois vários estudos científicos demonstraram que as utilizações de

combustíveis fósseis para além de serem extremamente poluentes

também acabarão por se esgotar, gerando assim uma quebra da energia

mundial dentro de um prazo estimado de 100 a 200 anos.

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Após estas conclusões, vemos que é vital pensar em formas mais

eficazes de produzir uma energia limpa independente dos combustíveis

fósseis e poluentes. E assim começaram a surgir as chamadas energias

renováveis, estas produzem a energia necessária através do Sol, Ar, Água,

Biomassa, Calor Geotérmico, entre outras ainda em desenvolvimento.

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A radiação solar

A Radiação Solar é uma radiação proveniente do Sol que é

transmitida em forma de radiação eletromagnética. Apenas uma parte é

transmitida com luz visível, que é a que se encontra com a frequência mais

alta, além da luz visível temos também a luz invisível a olho nu, que se

divide em duas partes que são:

Infravermelhos;

Radiação ultra violeta.

Podemos concluir que como previamente descrito a luz visível

é a que tem uma maior frequência.

Irradiância solar

A Irradiância Solar é dada em watt-hora por metro quadrado

(Wh/m2), em que esta é determinada em curto intervalo de tempo pela

área que pretendemos determinar, neste caso em m2.

Figura 1 Gráfico representante da frequência de radiação solar.

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Através deste mapa-mundo conseguimos perceber que as maiores

zonas de Irradiância solar São a América do Sul, a Africa e a Oceânia, neste

mapa podemos também ver ligeiramente que na zona da europa a

Península Ibérica se encontra em destaque face à Irradiância solar.

Podemos observar que de toda a zona Europeia, os maiores níveis de

irradiancia solar, são captados na região da Península Ibérica, Portugal e

Espanha.

Figura 2 Mapa-mundo com os níveis de irradiancia incidente.

Figura 3 Mapa Europeu de irradiância solar.

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Na fig.5 podemos observar mais detalhadamente Portugal, e

concluir que este tem níveis de irradiancia muito elevados, o que torna o

mesmo vantajoso no setor de produção de energia elétrica fotovoltaica.

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Conseguimos perceber que a nossa zona se encontra representada a

laranja e a um vermelho mais claro, o que irá corresponder entre 16

Wh/m2 a 17 Wh/m2, também conseguimos interpretar que a zona de

irradiancia mais forte superior a 17 Wh/m2 se encontra no Sul do País,

Faro.

Figura 4 Mapa de Portugal de irradiância solar

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Neste gráfico interpretamos que as horas de pico solar são entre as

8h da manhã e as 16h da tarde em que existe uma radiação média de

1000 W/m2

Figura 5 Representação gráfica da hora de pico solar em função da irradiancia.

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Zénite solar

A Zénite é um método usado em astronomia e trigonometria, que

consiste em um ponto que é intercetado por um eixo vertical que é

imaginado através da cabeça de um observador, este método costuma de

ser usado para fins de navegação astronómica, através da trigonometria.

Figura 6 Zénite solar

Figura 7 Inclinação do painel para melhor captação variando as estações

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Fontes de energia

O universo não é nada mais nada menos que um gigantesco

reservatório de energia. Esta energia existente devido às reações

nucleares que ocorrem nas estrelas.

O Sol, estrela central do nosso sistema solar, é a nossa principal

fonte de energia, emitindo a cada segundo para o espaço o equivalente a

cerca de 4 × 1026𝐽.

Apesar do planeta Terra ser um enorme recetor da energia emitida

pelo sol, este apenas consegue absorver o equivalente a cerca de

1,7 × 1017𝐽 por segundo.

Uma ínfima parte desta energia foi armazenada ao longo de milhões

de anos sobre a forma daquilo que nós hoje designamos por combustíveis

fósseis. Sendo estes categorizados como uma fonte energética primária.

Figura 8 mapa-mundo com o total de energia produzida através de

fontes primárias.

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A energia elétrica produzida a nível mundial é essencialmente

produzida através das centrais térmicas, hidrelétricas e nucleares. As

fontes de energia renováveis, surgiram para solucionar a crise energética

que o se estava a instalar, através do Sol, vento, oceanos, plantas e do

calor produzido pelo centro da terra.

O Sol tem a utilidade de produzir eletricidade através de painéis

fotovoltaicos e calor através dos coletores solares.

Uma vantagem é que é uma fonte praticamente inesgotável

de energia;

Uma desvantagem é que não é possível explorar este recurso

em regiões onde a incidência de radiação solar seja reduzida.

Figura 9 Painéis Fotovoltaicos Figura 10 Coletores Solares

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O vento produz eletricidade através do movimento das turbinas

existentes nos aerogeradores, esta fonte de energia para além de

económica, também é inofensiva para o ambiente, pois provoca impacto

visual.

Uma vantagem é que pode ser explorada em regiões isoladas;

Uma desvantagem: só pode ser implementada em zonas

onde o vento seja forte e constante, a uma rapidez de 6 m/s.

Figura 11 Aerogeradores ou moinhos eólicos.

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Através dos oceanos também se consegue extrair energia elétrica,

aproveitando uma diferença de pelo menos 5 metros entre a preia-mar e

a baixa- mar, para esta ser rentável.

Uma vantagem é a de não provocar poluição ambiental;

Uma desvantagem é a de necessitar de um custo elevado

para a sua exploração.

A energia das ondas pode ser captada de duas formas: ou através da

oscilação provocada pelas ondas ou através da compressão do ar em

plataformas específicas com turbinas no seu interior.

Uma vantagem é a de ser extremamente útil em ilhas isoladas

e em zonas costeiras;

Uma desvantagem é a de só poder ser utilizada num reduzido

número de locais no mundo.

Figura 12 Captação de energia marítima,

através de uma barragem.

Figura 13 Captação da energia das

ondas

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Por fim dentro dos recursos hídricos, temos os rios, onde se integra

barragem, para centrais hidrelétricas.

Uma vantagem é a de não ser poluente;

Uma desvantagem é a de só poder ser incorporada em

zonas onde existam cursos de água.

Da Biomassa (matéria vegetal), consegue-se extrair energia

através da tradicional combustão de matéria orgânica (madeiras).

Algumas das plantas terrestres que contem um elevado teor energético,

como o milho, também podem ser utilizadas como combustíveis.

Uma vantagem é a de ser uma fonte inesgotável;

Uma desvantagem é de ser muito poluente e de constituir

perigo para a camada do ozono.

Figura 14 Barragem do Alqueva, Portugal.

Figura 15 Biomassa vegetal,

desperdícios de madeiras.

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O calor proveniente do interior da terra, também é uma opção

viável de produção de energia. Este “calor” pode se manifestar através de

duas maneiras: através de geiseres ou através de fumarolas, ambos

consistem na libertação de água e vapor de água a elevadas temperaturas,

proveniente do subsolo.

Uma vantagem é a de ser uma fonte inesgotável;

Uma desvantagem só é possível a sua utilização em zonas que

contenham águas subterrâneas a elevadas temperaturas, o

que é mais comum em regiões vulcânicas.

Figura 16 Exemplo de um geiser nos

Açores. Figura 17 Central Geotérmica nos

Açores.

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Protocolo de Quioto

Este protocolo é um tratado internacional com obrigações rígidas

para a redução da emissão de gases que têm vindo a agravar

progressivamente o efeito estufa, com todas as investigações científicas

realizadas podemos concluir que este aumento é devido às atividades

humanas.

O protocolo é consequência de uma séria de eventos que teve início

na Conferência da Alteração Atmosférica de Toronto, no Canadá a

Outubro de 1988, de seguida sucede o Painel Intergovernamental de

Mudanças Climáticas em Agosto de 1990, que acabara por culminar na

Convenção do Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática que

decorreu na ECO-92 no Rio de Janeiro, Brasil a Junho de 1992.

Figura 18 Gráfico sobre as emissões de CO2, Fonte: Boden, T.A., Marland, G., and Andres R.J.

(2015). Centro de análises de Dióxido de Carbono, Oak Ridge Laboratório Nacional, U.S.

Departamento de energia.

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Este fora discutido e negociado em Quioto no Japão em 1997, e fora

aberto para recolher assinaturas a 11 de Dezembro de 1997 e fora

ratificado a 15 de Março de 1999.

Para que o Protocolo entrasse em vigor era necessário a assinatura

de 55 países que juntos produzissem 55% das emissões, entrando assim

em vigor a 16 de Fevereiro de 2005 depois de a Rússia o ter ratificado em

2004.

Posteriormente fora proposto um calendário pelo qual os países

membros (principalmente os desenvolvidos) tinham a obrigação de

reduzir a emissão dos gases com efeito estufa em pelo menos 5.2%

comparativamente com os níveis de 1990, num período de 4 anos tendo

início em 2008.

As metas com objetivo desta redução não eram para todos os países

membros, este colocara níveis diferentes para os 38 países com maior

emissão de gases. As metas propostas não se aplicavam temporariamente

aos países que ainda estavam em desenvolvimento.

A redução destas emissões deve de acontecer em várias atividades

exercidas. O protocolo viera estimular os países signatários a cooperarem

entre si com ações básicas:

Reformar os setores de energia e transportes;

Promover o uso de fontes energéticas renováveis;

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Eliminar mecanismos financeiros e de mercados inapropriados aos

fins da convenção

Limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos

sistemas energéticos.

Proteger florestas e outros sumidouros de carbono

Se o Protocolo de Quioto for implementado com sucesso estima-se que

a temperatura global reduza entre 1,4˚C e 5,8˚C até 2100. No entanto

tudo isto depende muito das negociações pós períodos 2008/2012, pois

há comunidades científicas que afirmam que a meta de redução da

temperatura global em 5,2˚C em relação aos níveis de 1990 seja

insuficiente para o abrandamento do aquecimento global.

Atualmente e discutido no ano de 2016 um Acordo que levara duas

semanas de intensas negociações ficaram acordados que a partir de 2020

é obrigatório a participação de todas as nações e não apenas dos países

desenvolvidos para o combate as mudanças climáticas mais eficaz. Ao

todo 195 países membros da convenção do clima da ONU e da União

Europeia ratificaram o documento.

O atual objetivo deste atual acordo é a manter o aquecimento global

muito abaixo dos 2˚C, pois este é o ponto a partir do qual os cientistas

afirmam estar a condenar o planeta a um futuro sem volta de efeitos

devastadores, tais como a elevação do nível do mar, eventos climáticos

extremos e a falta de água e alimentação.

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Portugal cumpre com as metas estabelecidas no protocolo, e também

definiu como metas principais:

Limitar entre 2008 e 2012 o crescimento das emissões de GEE

(Gases com Efeito de Estufa) em 27%;

E a redução de 20% das emissões de GEE até 2020.

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Significado de Fotovoltaico

O significado de Fotovoltaico, consiste na transformação direta

da luz solar em energia elétrica, através de células fotovoltaicas.

Constituição interna de uma célula fotovoltaica

As células fotovoltaicas são constituídas por metais semicondutores,

como o silício, Índio ou Germânio. Para um

rendimento mais elevado das células é necessário que

os seus constituintes tenham um elevado grau de

pureza, sendo este, adquirido através de sucessivas

etapas de purificação.

A produção elétrica nas células ocorre devido a uma diferença de

potencial. Estas são constituídas por duas partes: uma do tipo n, que

contem um excesso de eletrões, e outra do tipo p, que tem um défice de

eletrões, unidas por uma junção p-n. A parte de silício tipo n chama-se de

emissor e a do tipo p recetor.

Luz Solar

Energia Elétrica

Figura 19 Célula de Silício.

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Produção da corrente elétrica

A radiação solar é constituída por fotões, estes ao incidir na célula

fotovoltaica são absorvidos pelos eletrões. As ligações entre estes são

quebradas devido à energia recebida. Por conseguinte os eletrões

libertados são conduzidos através de um campo elétrico, da área n para as

lacunas da área p. Criando estas condições, obtemos corrente elétrica em

circuitos fechados.

Estas células fotovoltaicas, isoladas produzem uma corrente

muito baixa, por isso são agregadas umas às outras, formando assim

painéis com variáveis de corrente entre 12V ou 24V.

Tipos de Células Fotovoltaicas

Existe uma vasta gama de células fotovoltaicas no mercado, apesar

de à primeira vista não o parecer, e de serem todas compostas por silício

(Si).

Figura 20 Esquema de funcionamento de uma célula

fotovoltaica.

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Após exames mais específicos, foi-se revelando uma diversidade

considerável. Esta pode variar entre:

Estrutura (homogénea ou cristalina);

Forma (retangular, quadrada, semiquadrada ou

arredondada);

Dimensão (10cm X 10cm; 12,5cm X 12,5cm, 15cm X 15cm);

Cor (azul ou preto).

Relativamente à cor, estas podem variar para além das referidas

acima, indicando outros tipos de tratamentos, posteriores à sua estrutura

interna, tais como o uso de um revestimento anti refletivo, que faz com

que as células adquiram cores tais como o magenta, o dourado, o

castanho e o verde.

Caso este revestimento anti refletivo seja omisso, as células

adquirem uma tonalidade de cinza prata.

Existem três tipos principais de células fotovoltaicas:

Células de Silício Mono cristalino;

Células de Silício Poli cristalino;

Células de Silício Amorfo.

Figura 21 diferentes tipos de

células.

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Células de Silício Mono cristalino

As células de silício mono cristalino são as mais utilizadas e

comercializadas.

O fabrico das células de silício, consistem na extração dos cristais de

dióxido de silício, esta desoxidação ocorre em fornos, que purificam e

solidificam o silício sobre a forma de cilindros, tendo estes um grau de

pureza de 98% a 99%.

As células de silício mono cristalinas, para serem utilizadas como

células fotovoltaicas, estas necessitam de outros dispositivos

semicondutores, cujo seu grau de pureza deva ser cerca de 99,9999%.

De seguida, o silício é dopado com Boro, normalmente, podendo se

utilizar outros, tais como o arsénio e o antimônio, que são elementos do

tipo p, utilizados em materiais semicondutores puros para alterar as suas

características elétricas.

Posteriormente a este processo, os cilindros são cortados em discos

com cerca de 300 micrómetros.

Sofrendo de seguida uma limpeza e uma nova dopagem com

elementos do tipo n, sendo neste caso o fósforo o elemento mais

utilizado.

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Esta etapa é processada através de uma difusão controlada de

vapor de fósforo no forno em que as temperaturas podem variar entre

800C e os 1000C.

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Após todas estas etapas as células ao serem agregadas, formando

assim os painéis fotovoltaicos, podem atingir rendimentos dentro dos 16%

(células testadas em laboratório o rendimento pode atingir até 22%). As

células mono cristalinas são as que possuem maior eficiência e

rendimento.

Células de Silício Poli cristalino

As células de silício poli cristalino são consideravelmente mais

baratas que as células de silício mono cristalino, devido a estas não

sofrerem processos de preparação tão rigorosos.

Consequentemente o seu nível de eficiência também diminui, em

comparação às anteriormente referidas.

Estas são produzidas sobre a forma de paralelepípedo, sendo de

seguida cortadas. Devido a estas células não passarem por processos de

produção tão rigorosos e não atingirem um grau de pureza tão elevado, se

submetidas a técnicas adequadas, conseguem produzir cristais com

características próprias de tamanho, morfologia e concentração de

impurezas.

Figura 22 Células mono cristalinas

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O rendimento destas células de silício poli cristalino, apesar de

inferior, atinge entre 11% e 13%, sendo que em laboratório podem atingir

até 18% de rendimento. Esta redução de rendimento é causada devido às

imperfeições dos seus cristais.

Células de Silício Amorfo

As células de silício amorfo são totalmente diferentes das

anteriormente referidas, pois a sua organização atómica é extremamente

desordenada.

A utilização deste tipo de silício na produção de células fotovoltaicas

tem vindo a revelar algumas vantagens tanto ao nível de propriedades

elétricas como no processo de fabrico.

Devido á sua capacidade de absorção de luz na faixa do visível e

podendo ser produzida através da deposição de vários tipos de substratos.

Demonstrando assim ser uma tecnologia forte e de baixo custo nos

sistemas fotovoltaicos.

As vantagens que este tipo de células possuem, são algo

consideráveis, tendo em conta que tem um fabrico relativamente fácil e

Figura 23 Célula Poli Cristalina

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barato e permitem a criação de peliculas muito finas e de grandes

dimensões.

Apesar de aparentemente ser uma boa aposta de investimento,

estas possuem algumas desvantagens, tais como um rendimento muito

baixo, oscilando apenas entre os 8% e 10%, sendo que em laboratório

atingem até 13%, e durante os primeiros meses de funcionamento, estas

sofrem processos de degradação, reduzindo assim o seu nível de eficiência

ao longo da vida.

Figura 24 Pelicula de uma

célula de silício amorfo

Figura 25 Painel Fotovoltaico.

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Tipos de Sistemas Solares Fotovoltaicos

Existem vários tipos de sistemas solares fotovoltaicos, todos eles

tem o mesmo propósito, que é a produção de energia elétrica. Alguns

exemplos são: os seguidores solares, coletores de suporte fixo, painéis

solares de filme fino, telhas fotovoltaicas, concentradores solares, entre

outros. De seguida irão ser apresentados alguns exemplos mais comuns

no nosso cotidiano.

Painéis de Suporte Fixo

Painéis Mono cristalinos

Estes tipos de painéis fotovoltaicos, por possuírem um único tipo de

cristal, silício puro, e por isso são considerados os melhores do mercado.

Vantagens:

Alto nível de eficiência;

Maior produção elétrica, ocupando menos espaço físico;

Vida útil de mais de 30 anos.

Figura 26 Painéis fixos

Mono cristalinos.

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Desvantagens:

Custo de produção elevado;

Grande parte das células, no processo de corte são

desperdiçadas.

Painéis Poli cristalinos

A painéis poli cristalinos devido á sua composição interna ser mais

diversa, estes consequentemente o seu nível de eficiência é menor.

Vantagens:

Vida útil longa;

Custo de produção mais barato;

Menor quantidades de silício utilizado no processo de fabrico.

Desvantagens:

Menor eficiência energética;

Figura 27 Painéis de suporte fixo

Poli cristalinos.

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Necessita de maior área de instalação;

Maior custo de investimento.

Painéis solares de filme fino

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Este tipo de painéis são uma tecnologia recente e inovadora. Esta

tecnologia é utilizada na eletrónica orgânica, um ramo da eletrónica que

lida com polímeros orgânicos condutores, que também tem capacidade de

absorver a luz solar e transforma-la em energia elétrica.

Vantagens:

Tem um nível de produção em massa mais simples que a

tecnologia cristalina;

Tem uma aparência esteticamente bonita e homogénea;

É feito num material flexível, que pode levar a diversas

utilizações;

As altas temperaturas e zonas sombreadas, não tem menos

impacto sobre o desempenho destes painéis.

Desvantagens:

Não são utilizados em sistemas fotovoltaicos residenciais, pois

apesar de baratos exigem uma grande área de instalação;

Menos eficientes;

Maiores custos de instalação e mão-de-obra;

Figura 28 Aplicação de painéis solares de filme fino.

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Mais rapidamente degradáveis.

Seguidores Solares

O seguidor solar ou tracker é um sistema de agregação de

painéis fotovoltaicos num suporte, que tem por objetivo seguir a

trajetória solar ao longo do dia, captando assim o máximo de

radiação possível ao longo do dia.

Vantagens:

Grande produção energética;

Captação máxima de energia solar.

Desvantagens:

Elevado custo de investimento;

Destruição da paisagem (impacto visual);

Em zonas com vento, grande possibilidade de quebra ou

danificação.

Figura 29 Campo de trackers, para produção energética.

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Associação de módulos fotovoltaicos

Os módulos fotovoltaicos produzem tensão e corrente.

Consoante o objetivo que queiramos atingir, existem três tipos de ligações

possíveis, que são: ligação em série, ligação em paralelo e ligação mista.

Uma ligação em série tem por objetivo obter o máximo de

corrente possível, sem aumentar a tensão e ter o mínimo de perdas

possíveis no sistema.

Uma ligação em paralelo é utilizada em sistemas autónomos, em

que o objetivo é obter uma maior tensão e a mesma corrente.

Figura 30 Ligação em série dos painéis fotovoltaicos.

Figura 31 Ligação em paralelo dos painéis fotovoltaicos.

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Os sistemas mistos são utilizados quando é necessário obter

corrente e tensão.

Consoante o objetivo final do sistema, se queremos mais tensão

ou mais corrente, assim se adapta e escolhe o tipo de ligação mais

vantajosa, embora ocorra alguns fatores que devemos ter em conta, tais

como a distância a que os painéis de encontram do sistema que vão

alimentar, o tipo de clima e as características do espaço, as perdas do

sistema e os aumentos de temperatura.

O aumento de temperatura pode ser provocado por um excesso

de tensão. Este ocorre nomeadamente nos condutores, isto para alem de

baixar os níveis de rendimento do sistema fotovoltaico, poderá também

danificar os componentes do sistema, nomeadamente o controlador de

carga.

Figura 32 Ligação mista dos painéis fotovoltaicos.

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Controlador de carga

O controlador de carga é um dos principais componentes de um

sistema solar fotovoltaico. Este é o principal responsável pelo tempo de

vida das baterias existentes no sistema de armazenamento de energia.

Outra função do controlador de carga é proteger as baterias de

sofrerem sobrecargas e/ou descargas profundas, garantindo assim uma

maior eficácia no armazenamento da energia enviada dos painéis.

Na constituição interna do controlador de carga, este possui uma

série de dispositivos que informam permanentemente sobre o estado de

carga do sistema, e permite uma adaptação às necessidades do utilizador.

Estes tipos de dispositivos podem ser integrados normalmente em

sistemas isolados da rede, ou seja, sistemas autónomos.

Figura 33 Controlador de carga

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Baterias

As Baterias num sistema fotovoltaico são fundamentais, pois são

elas as principais responsáveis pelo armazenamento de energia. Estas são

compostas por elementos eletroquímicos.

Existem vátios tipos de baterias mais usuais nos sistemas

fotovoltaicos, que são:

Baterias Monobloco ácido;

Baterias AMG

Baterias de Gel

As baterias monoblocos ácidas são baterias de ácido-chumbo, as mais

usuais devido ao seu valor relativamente acessível. Ao nível de

manutenção, exigem alguma manutenção. Estas baterias têm uma tensão

de funcionamento dada em volts (V), geralmente 12V, e uma capacidade

media dada em amperes-hora (Ah).

Figura 34 Bateria de ácido.

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As Baterias AMG são equipamentos selados e com terminais em cobre,

muito semelhantes às baterias monoblocos.

As baterias de Gel são as que apresentam um maior tempo de vida e

resistência aos ciclos de carga e descarga sofridos. Em contra partida,

estas apresentam um valor muito superior às de ácido-chumbo, devido

aos seus componentes e materiais de melhor qualidade.

Figura 35 Bateria selada AMG.

Figura 36 Bateria de Gel

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Inversor

O inversor ou ondulador, é um dispositivo que converte a corrente

contínua (DC) de 12V produzida pelos painéis, para corrente alternada

(AC)de 230V, pois é esta que utilizamos no quotidiano.

Figura 37 Inversor 12V/DC para 230V/AC

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Quadro de Entrada de um sistema Fotovoltaico

Um quadro de entrada de um sistema fotovoltaico é composto por

dois tipos de disjuntores:

Disjuntor Diferencial.

Disjuntor Parcial

Um Disjuntor Diferencial tem como função ser um aparelho de

proteção contra sobreintensidades. Este pode voltar a ser rearmado caso

dispare, caso ocorra um curto-circuito ou uma sobrecarga.

O que ocorre é que o disjuntor diferencial ao ser acionado, isola

automaticamente o sistema fotovoltaico da rede elétrica.

Os Disjuntor Parcial são aparelhos de proteção extremamente

sensíveis. Estes dispositivos têm como função analisar a corrente que

percorre o circuito de ida e volta. Caso ocorra algum tipo de anomalia, em

que a diferença entre ambas as correntes ultrapasse os 30mA, estes

dispositivos atuam isolando o circuito elétrico em menos de 0,2 segundos.

Figura 38 Disjuntor Diferencial

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Este dispositivo disparará caso ocorra uma falha de isolamento, um

contato direto ou um contacto indireto.

Figura 39 Disjuntor parcial

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O Projeto

Após toda esta breve introdução em relação a assuntos pertinentes nos

sistemas fotovoltaicos, passaremos a apresentar todos os passos que

tomamos para a atingir os objetivos inicialmente estipulados. Comecemos

pelos dimensionamentos.

Sabemos que o objetivo é alimentar quatro cabines de montagem que

estarão a simular todo o tipo de ligações existentes numa habitação.

Consumo Diário dos painéis:

Potência Tempo de

funcionamento

Potencia total

de

funcionamento

Cabine 1 150 W 20 Minutos 49,5 Whd

Cabine 2 150 W 20 Minutos 49,5 Whd

Cabine 3 150 W 20 Minutos 49,5 Whd

Cabine 4 150 W 20 Minutos 49,5 Whd

Total 600 W 198whd

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30 min. 0,5 h =20×0,5

30= 0,33ℎ

20 min.

Potência total por cabine: 150 x 0.33 = 49,5 W

a) Consumo de energia da instalação

𝐼𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎çã𝑜 =𝐼𝑚á𝑥.𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜

𝑈

𝐼𝑚á𝑥 =198

12 𝐼𝑚á𝑥. = 16,5 𝐴

b) Valor da energia diária máxima necessária

𝐼𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 𝑚á𝑥. = 𝐼𝑚á𝑥. 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 + 𝐼𝑚á𝑥.𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 × 20%(𝑡𝑜𝑙𝑒𝑟â𝑛𝑐𝑖𝑎)

𝐼𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 𝑚á𝑥. = 16,5 + 16,5 × 20%

𝐼𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 𝑚á𝑥. = 16,5 + 3,3

𝐼𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 𝑚á𝑥. = 19,8 𝐴ℎ

c) Valor das perdas da bateria

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𝐼𝑚á𝑥. = 𝐼𝑚á𝑥.

𝐾𝑇(𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎)

𝐼𝑚á𝑥. = 19,8

0,6

𝐼𝑚á𝑥. = 33𝐴ℎ

d) Valor da energia fornecida por cada módulo fotovoltaico por dia

𝐼𝑚ó𝑑. = 𝐼𝑀𝑃𝑃 × 𝐻𝑃𝑆 ×

𝐼𝑚ó𝑑. = 8,27 × 7,509 × 15%

𝐼𝑚ó𝑑. = 9,31 𝐴ℎ

e) Nº de módulos em paralelo

𝑁 =𝐼𝑚á𝑥.𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠

𝐼𝑚ó𝑑.

𝑁 =33

9,31

𝑁 = 3,54 ≅ 4 Painéis

f) Valor da capacidade das baterias

Nota: Para DC o valor

extipulado é de 0,6 para

3/4 dias de autonomia.

IMPP – 𝐼𝑚á𝑥. Pico a

pico

HPS – hora de pico

solar

- Rendimento do

painel

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𝐶𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎 =𝐼𝑚á𝑥.𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠×𝐷𝐴𝑇(𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑎𝑢𝑡𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎)

𝑃𝐷(𝑝𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎)

𝐶𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎 =33×2

70%

𝐶𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎 = 94,28 ≅ 94,3 𝐴ℎ

g) Nº de baterias necessárias

𝑁 =𝐶𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎

𝐶𝑓𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎𝑛𝑡𝑒

𝑁 =94,28

200

𝑁 = 0,47 ≅ 1 Bateria

h) Nº de reguladores

𝑅𝑒𝑔𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟 = 𝐼𝑐𝑐 (𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙) × 𝑁º𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑖𝑠

𝑅𝑒𝑔𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟 = 8,81 × 4

𝑅𝑒𝑔𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟 = 35,24 𝐴h

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𝑁º 𝑟𝑒𝑔𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 =35,24

30

𝑁º 𝑟𝑒𝑔𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 = 1,17 ≅ 1 Regulador

i) Nº de inversores

𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 600𝑤

𝑁º𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 = 1

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Webgrafia

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definicoes-do-protocolo-quioto/

História da energia:

http://tudoenergia.home.sapo.pt/historia_energia.htm

Energia elétrica: https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_el%C3%A9trica

Tipos de painéis:

https://www.sciencedaily.com/releases/2016/04/160419103847.htm

Paineis: http://oilprice.com/Alternative-Energy/Solar-Energy/The-

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Produção elétrica:

http://www.quercus.pt/comunicados/2016-col-150/janeiro/4552-

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https://yearbook.enerdata.net/world-electricity-production-map-graph-

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https://yearbook.enerdata.net/world-electricity-production-map-graph-

and-data.html#renewable-in-electricity-production-share-by-region.html

http://www.edp.pt/pt/aedp/unidadesdenegocio/energiasrenovaveis/Page

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Sol desenvolvimento:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sol

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http://www.infoescola.com/geografia/efeito-estufa

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http://www.portal-energia.com/principais-tipos-de-celulas-fotovoltaicas-

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Imagens

https://www.ipma.pt/pt/index.html

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wg77NAhVMbBoKHe7BBzIQsAQIGg&dpr=1#tbm=isch&tbs=rimg%3ACWlq

a06ifRFrIjgetoxPcQo0S7kMA_1KZpLOD7Wf_1GWgg_1TftjK7o4sukwACGylI

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https://www3.epa.gov/climatechange/ghgemissions/global.html