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Sistemas de Classificação Bibliográfica
Daniel Ribeiro dos Santos Nathalia Fernandes
Patrícia Marra Thiago Lins
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de
Administração e Ciências Contábeis em convênio com o
Arquivo Nacional
Introdução
O presente trabalho tem por objetivo apresentar
conceitos inerentes ao processo de classificação, bem
como apresentar alguns dos sistemas de classificação
mais utilizadas no campo da Biblioteconomia.
Serão apresentadas e analisadas a Classificação
Decimal de Dewey, a Classificação Decimal Universal e
a Classificação de Ranganathan, também conhecida
como Classificação Facetada.
Conceitos Fundamentais
Classificar
A palavra classificar vem do latim classis, que designava os grupos em que se dividia o povo romano. Foi cunhada por Zedler, em 1733, no Universal Lexicon, combinando as palavras latinas classis e facere, para apresentar uma divisão de apelações do Direito Civil e, só no fim do século XVIII, passou a ser empregada para a ordenação das ciências. (PIEDADE, 1983, p. 16).
Classificação
“É o processo de reunir coisas, ideias ou seres, em grupos, de acordo com seu grau de semelhança.” (SOUZA, 2012, p. 13).
“Entendida como processo mental de agrupamento de elementos portadores de características comuns capazes de ser reconhecidos como uma entidade ou conceito, constitui uma das fases fundamentais do pensar humano.” (CAMPOS apud PIEDADE, 1983, p. 16).
“Processo mental pelo qual as coisas são reunidas de acordo com suas semelhanças ou separadas conforme suas diferenças.” (CUNHA; CAVALCANTI, 2008, p. 84).
Classe
Conjunto de coisas ou ideias que possuem um ou vários atributos, predicados ou qualidades em comum.
Exemplos: Mamíferos, Vertebrados, Animais.
Categorias
São as maiores classes de fenômenos, as classes
mais gerais que podem ser formadas.
Aristóteles deu o nome de categorias às classes
gerais em que, segundo ele, podemos situar
ordenadamente, as ideias que temos das
coisas.
As Dez Categorias de Aristóteles 1. Substância (homem, cachorro, etc.);
2. Qualidade (azul, virtuoso, etc.);
3. Quantidade (grande, comprido, etc.);
4. Relação (mais pesado, escravo, etc.);
5. Duração (ontem, de manhã, etc.);
6. Lugar (Brasil, na casa, etc.);
7. Ação (falando, correndo, etc.);
8. Paixão (derrotado, cortado, etc.);
9. Maneira de ser (saudável, febril, etc.);
10. Posição (horizontal, sentado, etc.).
Gênero e Espécie
Gênero é um conjunto de coisas ou ideias que
podem ser divididas em dois ou mais grupos ou
espécies.
Espécies são os vários grupos resultantes da
divisão de um gênero por determinada
característica.
Gênero e Espécie
Animais
Vertebrados Invertebrados
Mamíferos Aves Répteis
Colibris Pardais Canários
Divisão em Cadeia
Uma série de classes, na qual uma é subdivisão da precedente, denominando-se cadeia.
Exemplo:
Ciências Puras
Matemática
Aritmética
Números Decimais
Divisão em Renque
Renque é o conjunto de classes resultantes da aplicação de uma única característica.
Exemplo:
Ciências Puras
Matemática Física Química Botânica
Sistemas de Classificação
“Os sistemas de classificação são, basicamente, sistemas
pré-coordenados, são linguagens de indexação
artificiais, variando quanto à especificidade que
possibilitam.” (PIEDADE, 1983).
“Um mapa completo de qualquer área do
conhecimento, mostrando todos os seus conceitos e
suas relações.” (LANGRIDGE, 1977).
Sistemas de Classificação
Disciplinas
São ramos do conhecimento, que estudam um conjunto de fenômenos relacionados.
Podem ser: Disciplinas Fundamentais ou Subdisciplinas.
Um sistema de classificação inclui disciplinas e fenômenos.
Fenômenos
É tudo aquilo que é percebido pelos sentidos ou pela consciência, tudo o que se observa.
Podem ser: Entidades Concretas ou Entidades Abstratas.
Sistemas de Classificação
Têm como principal objetivo organizar os documentos em
bibliotecas e centros de informação ou documentação
segundo os assuntos de que tratam tais documentos.
Os sistemas de classificação bibliográfica se baseiam em três
conceitos: categorias, divisão lógica (gênero/espécie) e
relacionamento.
Um sistema de classificação pode ser criado dedutiva ou
indutivamente.
Classificação Decimal de Dewey
CDD
É um sistema de classificação utilizado
nacional e internacionalmente por bibliotecas
de todo o mundo, que tem por objetivo
organizar hierarquicamente a totalidade do
conhecimento em classes decimais
A CDD foi criada por Melvil Dewey em 1876,
sendo originalmente publicada na forma de
um folheto com autoria anônima, com um
total de 42 páginas (12 de introdução, 12 de
tabelas e 18 de índice), dividindo o
conhecimento em cerca de 1000 classes.
Classificação Decimal de Dewey (CDD)
Classes da CDD
As 10 classes da CDD são:
000 Ciência da Computação, Informação e Generalidades
100 Filosofia e Psicologia
200 Religião
300 Ciências Sociais
400 Línguas
500 Ciências Puras
600 Tecnologia (Ciências Aplicadas)
700 Artes e Recreação
800 Literatura
900 História e Geografia
Classificação Decimal de Dewey
A segunda edição da CDD surge em 1885 com 314 páginas,
trazendo o nome do autor e o título Decimal Classification
and Relative Index
Atualmente a CDD se encontra em sua 23ª edição, sendo
composta por 4 volumes:
Volume I → Tabelas Auxiliares
Volumes II → Tabela de Áreas ou Assuntos(000 – 599)
Volumes III → Tabela de Áreas ou Assuntos (600 – 999)
Volume IV → Índice
Estrutura e Notação
Dewey dividiu o conhecimento na CDD em 9 classes, tendo
acrescentado a elas uma décima classe, por julgar importante ter
uma classe na qual pudessem ser inseridas as obras que tratam de
todos os assuntos, como enciclopédias, dicionários, etc.
As classes de Dewey são constituídas de números decimais,
suprimindo-se o zero e as vírgulas, compostas sempre por no mínimo 3 dígitos.
As classes da CDD Utilizam apenas um sinal gráfico, o ponto, sempre após o terceiro algarismo da notação.
Subdivisões
Cada uma das dez classes principais da CDD é subdivisível em 9
classes menores, resultando em 100 divisões.
300 Ciências Sociais
310 Estatística
320 Ciência Política
330 Economia 340 Direito
350 Administração
360 Patologia e Serviços Sociais 370 Educação
380 Comércio. Comunicações. Transportes
390 Costumes e Folclore
Seções
Por sua vez cada uma das divisões é subdivisível em 9 seções, em
um total aproximado de 1000 seções.
380 Comércio. Comunicações. Transportes
381 Comércio Interno
382 Comércio Internacional
.
.
.
389 Metrologia e Padronização
Divisões Menores
As seções por sua vez também se subdividem em 9 divisões
menores, e assim sucessivamente.
300 Ciências Sociais
380 Comércio
382 Comércio Internacional
382.4 Serviços e Mercadorias Específicas
382.41 Produtos Agrícolas
Classificação Decimal de Dewey
Para evitar a repetição de subdivisões o sistema
orienta para o uso de subdivisões apresentadas em
outros pontos da classificação, conforme
recomendações específicas ao longo das tabelas de
assunto.
Essa característica confere maior dinamismo e
consistência ao sistema de classificação.
Tabelas Auxiliares
A CDD possui basicamente 6 tabelas auxiliares:
Tabela 1 (T1) → Subdivisões Standard
Tabela 2 (T2) → Geografia, Períodos Históricos, Biografia
Tabela 3 (T3) → Subdivisões Para Literaturas Individuais e Artes
Tabela 4 (T4) → Subdivisões Para Línguas Individuais e Famílias de
Línguas
Tabela 5 (T5) → Grupos Raciais, Étnicos, Nacionais
Tabela 6 (T6) → Línguas
As tabelas auxiliares tem como principal função detalhar,
especificar ou caracterizar um determinado aspecto ou
elemento de um assunto obtido através das tabelas
principais.
As tabelas auxiliares podem compreender aspectos
relacionados à forma física do documento, à forma
intrínseca e extrínseca, à divisão política, física,
socioeconômica de um assunto, etc.
Tabelas Auxiliares
Índice e Edições Abreviadas
O índice da CDD é do tipo relativo, indicando sob cada
assunto todos os pontos do sistema em que se encontram
seus vários aspectos, incluindo também entradas relativas
para os termos das tabelas auxiliares.
A partir de 1894 a CDD passou a publicar edições
abreviadas, compostas por um único volume no qual as
classes e tabelas são apresentadas de forma menos
detalhada.
Atualização
A CDD é atualizada por novas edições
publicadas frequentemente em períodos de
anos relativamente longos. Entre uma edição e
outra as atualizações são publicadas no Dewey
Decimal Classification, Additions, Notes and
Decisions. (PIEDADE, 1983).
Atualização
Os números de classificação descartados nas
atualizações levavam 25 anos para serem
novamente utilizados com outro significado. “Os símbolos de classificação fora de uso
[atualmente] são impressos nas tabelas entre
colchetes e acompanhados da nota ‘number
discontinued; class in...’ (Número descontinuado;
classifique em...) (PIEDADE, 1983, p. 113-114).
Classificação Decimal Universal
CDU
Histórico
Foi idealizada pelos belgas Paul Otlet (1869-1944) e Henry La
Fontaine (1854-1943), no final do século XIX.
Teve como base a CDD, que sofreu inovações radicais, e
transformou-se em uma classificação que permitia a síntese, isto
é, a construção de números compostos para indicar assuntos
interrelacionados.
Como resultado, apresentou um esquema com
aproximadamente 33.000 subdivisões, que foi editado pelo Institut International de Bibliographie (IIB), em Bruxelas, em 1904.
Histórico
Foi publicada na língua francesa, com o título de Manuel du
Répertoire Bibliographique Universal, que se tratava, de fato, da
primeira edição da CDU. No Brasil, a primeira biblioteca a adotar o
sistema foi a do Instituto Oswaldo Cruz, em 1909.
Uma segunda edição, ampliada para mais de 70.000 subdivisões, foi
também publicada pelo IIB, em 1927, agora sob o título de
Classification Décimale Universelle, e se tornou a edição-mestra da
CDU.
Várias outras edições desenvolvidas foram lançadas em seguida,
em alemão, novamente em francês, em japonês, em espanhol, em
português (que foi a 9ª edição).
Histórico
Além dessas, outros tipos de edições foram publicadas, e
variavam em tamanho de acordo com o grau de classificação utilizado nos respectivos centros de informação. São elas:
Edição média (em francês, russo, japonês, italiano e
português).
Edição abreviada (em quase todos os idiomas).
Edição condensada (com 50 páginas, apenas em francês).
Edição especial (para o uso de especialistas em determinadas áreas do conhecimento).
Estrutura
A CDU baseia-se em quatro características fundamentais:
a decimalidade: é dividida em dez grandes classes, ou grupos, cada um por sua vez novamente subdivisível em outras tantas classes, até se atingir o nível de detalhamento requerido ou satisfatório.
a universalidade: tem a pretensão e a capacidade de oferecer conceitos e símbolos para representar a totalidade do conhecimento.
o caráter hierárquico: representa a concepção de uma unidade rigorosamente estruturada em partes necessariamente subordinadas ao todo.
o caráter analítico-sintético: o sistema possibilita a combinação de números, através de símbolos ou sinais, formando assim números compostos que se interrelacionam.
A CDU apresenta-se em dois volumes: a Parte 1 – Tabela Sistemática e a
Parte 2 – Índice Alfabético. A tabela sistemática, por sua vez, subdivide-
se em outras duas tabelas: a Tabela Principal e as Tabelas Auxiliares.
A Tabela Principal é identificada como a notação primária, e apresenta
as seguintes classes principais:
0 Generalidades. Informação. Organização.
1 Filosofia. Psicologia.
2 Religião. Teologia.
3 Ciências Sociais. Economia. Direito. Política. Assistência Social.
Educação.
4 Classe vaga
5 Matemática e Ciências Naturais.
6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia.
7 Arte. Belas-artes. Recreação. Diversões. Esportes.
8 Linguagem. Linguística. Literatura.
9 Geografia. Biografia. História.
Cada uma dessas classes ocupadas pode, por sua vez, ser
dividida para formar classes mais específicas (ou subclasses). Essas
subclasses compreendem conceitos mais restritos e podem ser
representadas por números mais extensos. Por exemplo, a classe 5
divide-se nas seguintes subclasses:
50 Generalidades sobre as ciências puras
51 Matemática
52 Astronomia. Astrofísica. Pesquisa espacial
53 Física
54 Química. Ciências mineralógicas
55 Ciências da Terra. Geociências. Geologia. Meteorologia
56 Paleontologia
57 Ciências biológicas em geral
58 Botânica
59 Zoologia
As Tabelas Principais são divididas hierarquicamente, com a hierarquia numérica
refletindo a hierarquia conceitual. As classes genéricas ficam no nível mais elevado e
as classes específicas no nível mais baixo da hierarquia. Quanto mais específico o
assunto, mais números vão sendo atribuídos a ele, sempre respeitando o conceito das classes. A fim de facilitar a leitura, um ponto é acrescentado depois de cada grupo de
três algarismos. Assim, na classe 6, teríamos, por exemplo:
6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia
62 Engenharia 621 Engenharia mecânica em geral
621.3 Engenharia elétrica
621.39 Telecomunicações
621.397 Transmissão de imagens .
.
.
621.397.132.12 Televisão colorida com canal de transmissão comum para os sinais nas
cores primárias
As Tabelas Auxiliares apresentam-se em duas divisões: os sinais gráficos e as subdivisões auxiliares. O uso dessas tabelas permite, além dos números simples, a construção de números compostos e sínteses.
Entre os sinais gráficos, temos:
+ Adição: Coordenação.
Serve para unir números não consecutivos na tabela.
Ex.: Mineração e metalurgia. 622+669
/ Barra Oblíqua: Extensão consecutiva.
Usado para agrupar números consecutivos na tabela.
Ex.: Biologia, Zoologia e Botânica. 57/59 (equivalente a 57+58+59)
: Relação
Usado para relacionar dois ou mais assuntos. Ex.: Sistemas de coleta de lixo que utilizam escoadores de lixo. 628.463:692.758 Pode ser invertida, permitindo duas ou mais entradas nos catálogos.
[ ] Colchetes
Usados para agrupar conceitos tornando mais claro o
relacionamento existente entre eles.
Ex.: Estatísticas de mineração e metalurgia.
31:[622+669]
: : Dois pontos duplos
Serve para fixar a ordem-de-citação das notações que
representam dois conceitos, não possibilitando assim a
reversão.
Ex.: Fotografia de guerra
77.044::355
Entre as subdivisões auxiliares, temos:
Auxiliares comuns independentes
Não precisam vir seguidos após um número de classificação da tabela
principal.
= Língua
Indica a língua ou a forma linguística.
Ex.: Enciclopédia geral em língua inglesa.
030=111
(0...) Forma
Indica a forma ou a apresentação de um documento.
Ex.1: Manual de Física.
53(035)
Ex.2: História da Medicina
61(091)
(1/9) Lugar Indica o âmbito geográfico, localização ou outro aspecto espacial de um
assunto.
Ex.1: Salários na França.
331.2(44)
Ex.2: Economia dos transportes no Brasil.
338.47(81)
(=...) Raça, grupos étnicos Indica os aspectos étnicos de um assunto.
Ex.: Folclore norte-ameríndios (índio norte-americano)
398(=81/=82)
“...” Tempo
Indica a data, o momento ou período de tempo de um assunto.
Ex.1: Literatura inglesa no século XIX. 821.111“18”
Ex.2: Movimentos políticos do Brasil nos anos 20. 329(81)“192”
Auxiliares comuns dependentes
Devem vir após um número de classificação da tabela principal.
.00 Ponto de vista
Indica aspectos sob os quais um assunto pode ser visto, tanto pelo
autor/apresentador do documento quanto pelo grupo a que os mesmos pertencem.
Ex.1: Prognósticos sobre a situação econômica do Brasil no século XXI 338.1(81)“20”.001.18
Ex.2: Pesquisa sobre classificações bibliográficas.
025.4.001.5
-03 Materiais
Indica os elementos constitutivos dos objetos e dos produtos, sobretudo da
indústria. Ex.: Canos de plástico.
621.643-036.5
-05 Pessoas Indica tipos de pessoas ou de características pessoais, como idade, sexo, nacionalidade, parentesco, tendências, constituição física, condições de saúde e de trabalho, situação
empregatícia e funcional, nível de renda e de escolaridade, classe social, estado civil, etc. Ex.1.: Astrônomos. 52-05 Ex.2: Engenheiros nucleares. 621.039-055.1
* Asterisco
Indica que a notação ou notações que se seguem não pertencem ao sistema CDU. Ex.1: NBR6023 – Referência bibliográfica 006.72*NBR6023
Ex.2: Categoria peso-mosca (máximo 51kg) no boxe. 796.83*kg51 A/Z Alfabética Detalha com palavras (e não números, CDU ou outros) o assunto.
Ex.1: Pintura de Lígia Clark. 75CLARK Ex.2: Ensino superior na cidade de Petrópolis. 378(815.3Petrópolis)
Ordem de citação e ordem de arquivamento
Ordem de citação ou ordem horizontal É a ordem em que os elementos são citados para formar o número de classificação. Deve seguir a seguinte ordem:
Número CDU 1/9 Tabela principal .00 Ponto de vista (1/9) Lugar (=...) Raça
“...” Tempo (0...) Forma = Língua Ex.:
(81) Brasil – lugar (043) Tese – forma 329.05 Movimento dos partidos políticos – número CDU da Tabela principal “1968” Data – tempo 329.05(81)“1968”(043) – Tese sobre o Movimentos dos partidos políticos em 1968.
Ordem de arquivamento ou ordem vertical
Indica a ordem de arrumação dos livros nas estantes ou a ordem de arquivamento das
fichas no catálogo. Deve respeitar a seguinte ordem:
Número CDU 1/9 Tabela principal
+ Adição
/ Barra oblíqua
Nº simples
:: Dois pontos duplos
: Relação
[ ] Colchetes
= Língua
(0...) Forma
(1/9) Lugar
(= ) Raça
“ ” Tempo
A/Z Alfabética
.00 Ponto de vista
-03 Materiais
-05 Pessoas
Exemplo de Ordem de Arquivamento:
A ordem de arquivamento das seguintes notações seria:
329.1/.6
329.11
329.12
622.341.1:338.124.4
622.341.1=111
622.341.1(430)
Índice Alfabético
O índice da CDU apresenta os assuntos em ordem
alfabética, palavra por palavra, incluindo todas as
divisões principais, auxiliares comuns e especiais. Não
tem a pretensão de se sobrepor ao sistema, e sim servir
de instrumento facilitador a quem o pesquisa.
CLASSIFICAÇÃO FACETADA
CLASSIFICAÇÃO FACETADA
A Teoria da Classificação Facetada foi desenvolvida
pelo matemático e bibliotecário indiano Shiyali
Ramamrita Ranganathan em 1933.
Ranganathan estava insatisfeito com os sistemas de
classificação existentes CDD e CDU, e assim decidiu criar
seu próprio sistema, visando melhorar a representação
de assuntos complexos e/ou compostos.
A classificação facetada representou uma grande
mudança na metodologia vigente para
elaboraração de sistemas de classificação.
As classificações existentes até então, uniam os
assuntos, por meio de relacões hierárquicas, o que
mantinha a classificação rígida.
Ranganathan percebeu a necessidade de elaborar esquemas de classificação que pudessem
acompanhar as mudanças e a evolução do conhecimento, classificando o mesmo em grandes
classes e conceitos básicos, ou elementos, de acordo com certas características.
Categorias fundamentais de Ranganathan e a base
de sua classificação: PMEST
Personalidade: distingue um assunto.
Matéria: material físico do qual um assunto pode ser
composto.
Energia: ação que ocorre em torno de um assunto
Espaço: componente geográfico da localização de
um assunto.
Tempo: período associado com um assunto.
A elaboração de facetas é feita a partir da inspeção do assunto com o propósito de identificar conceitos e termos que possam ser particionados em facetas. Além disso, cada faceta pode ser subdivida em subfacetas.
EXEMPLO:
“CIRCULATION OF PERIODICALS IN UNIVERSITY LIBRARIES IN INDIA UP TO THE 1970S”
A classificação resultante é 234;46:6.44’N7
“CIRCULATION OF PERIODICALS IN UNIVERSITY LIBRARIES IN
INDIA UP TO THE 1970S”
234;46:6.44’N7
O número 2 indica a classe básica Library Science, o
número 3 indica que é qualquer biblioteca acadêmica e o
número 4 indica que é uma biblioteca universitária =
personalidade.
;46 → o ponto e vírgula indica o valor da matéria, neste
caso 46 corresponde a periódicos.
“CIRCULATION OF PERIODICALS IN UNIVERSITY LIBRARIES IN INDIA UP TO THE 1970S”
234;46:6.44’N7 :6 → o símbolo de dois pontos indica um valor de Energia.
No domínio da Library Science, facetas que estão relacionadas ao conceito de Energy, descrevem ações, tais como, catalogar (55), circulação (6), etc.
.44 → o ponto indica um valor de Espaço, onde o número
44 é atribuído a Índia. ‘N7 → o apóstrofo indica um valor de Tempo. A letra inicial
indica o século N= 1990 – 1999, enquanto o número indica a década.
A grande vantagem da classificação facetada são as diversas possibilidades de navegação e recuperação da informação. O que a distingue das demais classificações que são supracitadas e enumerativas, é que a classificação facetada é analítico–sintética, ou seja, possui uma estrutura multidimensional e de fácil aplicabilidade. Ela também permite identificar cada um dos sentidos a que se refere um assunto, através das categorias chamadas de PMEST.
A Classificação Facetada e a Tecnologia
A classificação facetada passou de uma classificação quase que desconhecida para uma aliada da tecnologia.
Sendo utilizada nos dias atuais para classificar hipertextos e ajudar na recuperação de informação virtual.
Considerações Finais
As classificações são importantes
instrumentos para organização do conhecimento e recuperação da
informação.
Referências CAMPOS, Astério (1978). O Processo classificatório como fundamento das linguagens de indexação. R. Bibliotecon. Brasília, v. 6, n. 1, p. 1-8.
CAMPOS, Maria Luiza de Almeida. Linguagem documentária: teorias que fundamentam sua elaboração. Niterói, EDUFF, 2001. 133 p. CLASSIFICAÇÃO Decimal Universal: edição-padrão internacional em língua portuguesa. Brasília, DF: IBICT, 1997. CUNHA, Murilo Basto da; CAVALCANTI, Cordélia Robalino de Oliveira. Dicionário de biblioteconomia e arquivologia. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2008. DEWEY, Mevil. Dewey decimal classification and relative index. 21. ed. Albany: Forest Press; Online Computer Library Center, 1996. 4v. GOMES, H. E.; MOTTA, D. F. da; CAMPOS, M. L. de A. Revisitando Ranganathan: a classificação na rede. 2006. Disponível em: <http://www.conexaorio.com/biti/revisitando/revisitando.htm#canones>. Acesso em: 22 ag. 2012.
LANGRIDGE, Derek . Classificação: abordagem para estudantes de biblioteconomia. Rio de Janeiro: Interciência, 1977. LIMA, Vânia Mara Alves. Terminologia, comunicação e representação documentária. São Paulo: ECA/USP, 1998.Disponível emhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27143/tde-11052004-122839/ Acesso em: 18 ago.2012. LIMA, G. A. B. A análise facetada na modelagem conceitual de sistemas de hipertexto: uma revisão de literatura. Perspectiva em Ciência da Informação. Belo Horizonte, v. 7, n. 2, p. 189-196, jul./dez. 2002. Disponível em: <portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/407/219>. Acesso em 20 ago. 2012. OLIVEIRA, Regina Maria Soares de. A Classificação Decimal Universal: origem, estrutura, situação atual. Brasília, DF: ABDF : INL, 1980. PIEDADE, M. A. Requião. Introdução à teoria da classificação. Rio de Janeiro: Interciência, 1983. SILVA, Odilon Pereira da; GANIM, Fátima. Manual da CDU. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 1994. SOUZA, Sebastião de. CDU: Como entender e utilizar a 2ª edição-padrão internacional em língua portuguesa. Brasília, DF: Thesaurus, 2010.
VICKERY, B. C. Classificação e indexação nas ciências. Rio de Janeiro: BNG/Brasilart, 1980.
Obrigado!!!