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Sistemas de Classificação Bibliográfica Daniel Ribeiro dos Santos Nathalia Fernandes Patrícia Marra Thiago Lins CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Administração e Ciências Contábeis em convênio com o Arquivo Nacional

Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

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Sistemas de Classificação Bibliográfica

Daniel Ribeiro dos Santos Nathalia Fernandes

Patrícia Marra Thiago Lins

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de

Administração e Ciências Contábeis em convênio com o

Arquivo Nacional

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Introdução

O presente trabalho tem por objetivo apresentar

conceitos inerentes ao processo de classificação, bem

como apresentar alguns dos sistemas de classificação

mais utilizadas no campo da Biblioteconomia.

Serão apresentadas e analisadas a Classificação

Decimal de Dewey, a Classificação Decimal Universal e

a Classificação de Ranganathan, também conhecida

como Classificação Facetada.

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Conceitos Fundamentais

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Classificar

A palavra classificar vem do latim classis, que designava os grupos em que se dividia o povo romano. Foi cunhada por Zedler, em 1733, no Universal Lexicon, combinando as palavras latinas classis e facere, para apresentar uma divisão de apelações do Direito Civil e, só no fim do século XVIII, passou a ser empregada para a ordenação das ciências. (PIEDADE, 1983, p. 16).

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Classificação

“É o processo de reunir coisas, ideias ou seres, em grupos, de acordo com seu grau de semelhança.” (SOUZA, 2012, p. 13).

“Entendida como processo mental de agrupamento de elementos portadores de características comuns capazes de ser reconhecidos como uma entidade ou conceito, constitui uma das fases fundamentais do pensar humano.” (CAMPOS apud PIEDADE, 1983, p. 16).

“Processo mental pelo qual as coisas são reunidas de acordo com suas semelhanças ou separadas conforme suas diferenças.” (CUNHA; CAVALCANTI, 2008, p. 84).

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Classe

Conjunto de coisas ou ideias que possuem um ou vários atributos, predicados ou qualidades em comum.

Exemplos: Mamíferos, Vertebrados, Animais.

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Categorias

São as maiores classes de fenômenos, as classes

mais gerais que podem ser formadas.

Aristóteles deu o nome de categorias às classes

gerais em que, segundo ele, podemos situar

ordenadamente, as ideias que temos das

coisas.

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As Dez Categorias de Aristóteles 1. Substância (homem, cachorro, etc.);

2. Qualidade (azul, virtuoso, etc.);

3. Quantidade (grande, comprido, etc.);

4. Relação (mais pesado, escravo, etc.);

5. Duração (ontem, de manhã, etc.);

6. Lugar (Brasil, na casa, etc.);

7. Ação (falando, correndo, etc.);

8. Paixão (derrotado, cortado, etc.);

9. Maneira de ser (saudável, febril, etc.);

10. Posição (horizontal, sentado, etc.).

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Gênero e Espécie

Gênero é um conjunto de coisas ou ideias que

podem ser divididas em dois ou mais grupos ou

espécies.

Espécies são os vários grupos resultantes da

divisão de um gênero por determinada

característica.

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Gênero e Espécie

Animais

Vertebrados Invertebrados

Mamíferos Aves Répteis

Colibris Pardais Canários

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Divisão em Cadeia

Uma série de classes, na qual uma é subdivisão da precedente, denominando-se cadeia.

Exemplo:

Ciências Puras

Matemática

Aritmética

Números Decimais

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Divisão em Renque

Renque é o conjunto de classes resultantes da aplicação de uma única característica.

Exemplo:

Ciências Puras

Matemática Física Química Botânica

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Sistemas de Classificação

“Os sistemas de classificação são, basicamente, sistemas

pré-coordenados, são linguagens de indexação

artificiais, variando quanto à especificidade que

possibilitam.” (PIEDADE, 1983).

“Um mapa completo de qualquer área do

conhecimento, mostrando todos os seus conceitos e

suas relações.” (LANGRIDGE, 1977).

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Sistemas de Classificação

Disciplinas

São ramos do conhecimento, que estudam um conjunto de fenômenos relacionados.

Podem ser: Disciplinas Fundamentais ou Subdisciplinas.

Um sistema de classificação inclui disciplinas e fenômenos.

Fenômenos

É tudo aquilo que é percebido pelos sentidos ou pela consciência, tudo o que se observa.

Podem ser: Entidades Concretas ou Entidades Abstratas.

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Sistemas de Classificação

Têm como principal objetivo organizar os documentos em

bibliotecas e centros de informação ou documentação

segundo os assuntos de que tratam tais documentos.

Os sistemas de classificação bibliográfica se baseiam em três

conceitos: categorias, divisão lógica (gênero/espécie) e

relacionamento.

Um sistema de classificação pode ser criado dedutiva ou

indutivamente.

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Classificação Decimal de Dewey

CDD

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É um sistema de classificação utilizado

nacional e internacionalmente por bibliotecas

de todo o mundo, que tem por objetivo

organizar hierarquicamente a totalidade do

conhecimento em classes decimais

A CDD foi criada por Melvil Dewey em 1876,

sendo originalmente publicada na forma de

um folheto com autoria anônima, com um

total de 42 páginas (12 de introdução, 12 de

tabelas e 18 de índice), dividindo o

conhecimento em cerca de 1000 classes.

Classificação Decimal de Dewey (CDD)

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Classes da CDD

As 10 classes da CDD são:

000 Ciência da Computação, Informação e Generalidades

100 Filosofia e Psicologia

200 Religião

300 Ciências Sociais

400 Línguas

500 Ciências Puras

600 Tecnologia (Ciências Aplicadas)

700 Artes e Recreação

800 Literatura

900 História e Geografia

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Classificação Decimal de Dewey

A segunda edição da CDD surge em 1885 com 314 páginas,

trazendo o nome do autor e o título Decimal Classification

and Relative Index

Atualmente a CDD se encontra em sua 23ª edição, sendo

composta por 4 volumes:

Volume I → Tabelas Auxiliares

Volumes II → Tabela de Áreas ou Assuntos(000 – 599)

Volumes III → Tabela de Áreas ou Assuntos (600 – 999)

Volume IV → Índice

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Estrutura e Notação

Dewey dividiu o conhecimento na CDD em 9 classes, tendo

acrescentado a elas uma décima classe, por julgar importante ter

uma classe na qual pudessem ser inseridas as obras que tratam de

todos os assuntos, como enciclopédias, dicionários, etc.

As classes de Dewey são constituídas de números decimais,

suprimindo-se o zero e as vírgulas, compostas sempre por no mínimo 3 dígitos.

As classes da CDD Utilizam apenas um sinal gráfico, o ponto, sempre após o terceiro algarismo da notação.

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Subdivisões

Cada uma das dez classes principais da CDD é subdivisível em 9

classes menores, resultando em 100 divisões.

300 Ciências Sociais

310 Estatística

320 Ciência Política

330 Economia 340 Direito

350 Administração

360 Patologia e Serviços Sociais 370 Educação

380 Comércio. Comunicações. Transportes

390 Costumes e Folclore

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Seções

Por sua vez cada uma das divisões é subdivisível em 9 seções, em

um total aproximado de 1000 seções.

380 Comércio. Comunicações. Transportes

381 Comércio Interno

382 Comércio Internacional

.

.

.

389 Metrologia e Padronização

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Divisões Menores

As seções por sua vez também se subdividem em 9 divisões

menores, e assim sucessivamente.

300 Ciências Sociais

380 Comércio

382 Comércio Internacional

382.4 Serviços e Mercadorias Específicas

382.41 Produtos Agrícolas

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Classificação Decimal de Dewey

Para evitar a repetição de subdivisões o sistema

orienta para o uso de subdivisões apresentadas em

outros pontos da classificação, conforme

recomendações específicas ao longo das tabelas de

assunto.

Essa característica confere maior dinamismo e

consistência ao sistema de classificação.

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Tabelas Auxiliares

A CDD possui basicamente 6 tabelas auxiliares:

Tabela 1 (T1) → Subdivisões Standard

Tabela 2 (T2) → Geografia, Períodos Históricos, Biografia

Tabela 3 (T3) → Subdivisões Para Literaturas Individuais e Artes

Tabela 4 (T4) → Subdivisões Para Línguas Individuais e Famílias de

Línguas

Tabela 5 (T5) → Grupos Raciais, Étnicos, Nacionais

Tabela 6 (T6) → Línguas

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As tabelas auxiliares tem como principal função detalhar,

especificar ou caracterizar um determinado aspecto ou

elemento de um assunto obtido através das tabelas

principais.

As tabelas auxiliares podem compreender aspectos

relacionados à forma física do documento, à forma

intrínseca e extrínseca, à divisão política, física,

socioeconômica de um assunto, etc.

Tabelas Auxiliares

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Índice e Edições Abreviadas

O índice da CDD é do tipo relativo, indicando sob cada

assunto todos os pontos do sistema em que se encontram

seus vários aspectos, incluindo também entradas relativas

para os termos das tabelas auxiliares.

A partir de 1894 a CDD passou a publicar edições

abreviadas, compostas por um único volume no qual as

classes e tabelas são apresentadas de forma menos

detalhada.

Page 28: Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

Atualização

A CDD é atualizada por novas edições

publicadas frequentemente em períodos de

anos relativamente longos. Entre uma edição e

outra as atualizações são publicadas no Dewey

Decimal Classification, Additions, Notes and

Decisions. (PIEDADE, 1983).

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Atualização

Os números de classificação descartados nas

atualizações levavam 25 anos para serem

novamente utilizados com outro significado. “Os símbolos de classificação fora de uso

[atualmente] são impressos nas tabelas entre

colchetes e acompanhados da nota ‘number

discontinued; class in...’ (Número descontinuado;

classifique em...) (PIEDADE, 1983, p. 113-114).

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Classificação Decimal Universal

CDU

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Histórico

Foi idealizada pelos belgas Paul Otlet (1869-1944) e Henry La

Fontaine (1854-1943), no final do século XIX.

Teve como base a CDD, que sofreu inovações radicais, e

transformou-se em uma classificação que permitia a síntese, isto

é, a construção de números compostos para indicar assuntos

interrelacionados.

Como resultado, apresentou um esquema com

aproximadamente 33.000 subdivisões, que foi editado pelo Institut International de Bibliographie (IIB), em Bruxelas, em 1904.

Page 32: Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

Histórico

Foi publicada na língua francesa, com o título de Manuel du

Répertoire Bibliographique Universal, que se tratava, de fato, da

primeira edição da CDU. No Brasil, a primeira biblioteca a adotar o

sistema foi a do Instituto Oswaldo Cruz, em 1909.

Uma segunda edição, ampliada para mais de 70.000 subdivisões, foi

também publicada pelo IIB, em 1927, agora sob o título de

Classification Décimale Universelle, e se tornou a edição-mestra da

CDU.

Várias outras edições desenvolvidas foram lançadas em seguida,

em alemão, novamente em francês, em japonês, em espanhol, em

português (que foi a 9ª edição).

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Histórico

Além dessas, outros tipos de edições foram publicadas, e

variavam em tamanho de acordo com o grau de classificação utilizado nos respectivos centros de informação. São elas:

Edição média (em francês, russo, japonês, italiano e

português).

Edição abreviada (em quase todos os idiomas).

Edição condensada (com 50 páginas, apenas em francês).

Edição especial (para o uso de especialistas em determinadas áreas do conhecimento).

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Estrutura

A CDU baseia-se em quatro características fundamentais:

a decimalidade: é dividida em dez grandes classes, ou grupos, cada um por sua vez novamente subdivisível em outras tantas classes, até se atingir o nível de detalhamento requerido ou satisfatório.

a universalidade: tem a pretensão e a capacidade de oferecer conceitos e símbolos para representar a totalidade do conhecimento.

o caráter hierárquico: representa a concepção de uma unidade rigorosamente estruturada em partes necessariamente subordinadas ao todo.

o caráter analítico-sintético: o sistema possibilita a combinação de números, através de símbolos ou sinais, formando assim números compostos que se interrelacionam.

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A CDU apresenta-se em dois volumes: a Parte 1 – Tabela Sistemática e a

Parte 2 – Índice Alfabético. A tabela sistemática, por sua vez, subdivide-

se em outras duas tabelas: a Tabela Principal e as Tabelas Auxiliares.

A Tabela Principal é identificada como a notação primária, e apresenta

as seguintes classes principais:

0 Generalidades. Informação. Organização.

1 Filosofia. Psicologia.

2 Religião. Teologia.

3 Ciências Sociais. Economia. Direito. Política. Assistência Social.

Educação.

4 Classe vaga

5 Matemática e Ciências Naturais.

6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia.

7 Arte. Belas-artes. Recreação. Diversões. Esportes.

8 Linguagem. Linguística. Literatura.

9 Geografia. Biografia. História.

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Cada uma dessas classes ocupadas pode, por sua vez, ser

dividida para formar classes mais específicas (ou subclasses). Essas

subclasses compreendem conceitos mais restritos e podem ser

representadas por números mais extensos. Por exemplo, a classe 5

divide-se nas seguintes subclasses:

50 Generalidades sobre as ciências puras

51 Matemática

52 Astronomia. Astrofísica. Pesquisa espacial

53 Física

54 Química. Ciências mineralógicas

55 Ciências da Terra. Geociências. Geologia. Meteorologia

56 Paleontologia

57 Ciências biológicas em geral

58 Botânica

59 Zoologia

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As Tabelas Principais são divididas hierarquicamente, com a hierarquia numérica

refletindo a hierarquia conceitual. As classes genéricas ficam no nível mais elevado e

as classes específicas no nível mais baixo da hierarquia. Quanto mais específico o

assunto, mais números vão sendo atribuídos a ele, sempre respeitando o conceito das classes. A fim de facilitar a leitura, um ponto é acrescentado depois de cada grupo de

três algarismos. Assim, na classe 6, teríamos, por exemplo:

6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia

62 Engenharia 621 Engenharia mecânica em geral

621.3 Engenharia elétrica

621.39 Telecomunicações

621.397 Transmissão de imagens .

.

.

621.397.132.12 Televisão colorida com canal de transmissão comum para os sinais nas

cores primárias

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As Tabelas Auxiliares apresentam-se em duas divisões: os sinais gráficos e as subdivisões auxiliares. O uso dessas tabelas permite, além dos números simples, a construção de números compostos e sínteses.

Entre os sinais gráficos, temos:

+ Adição: Coordenação.

Serve para unir números não consecutivos na tabela.

Ex.: Mineração e metalurgia. 622+669

/ Barra Oblíqua: Extensão consecutiva.

Usado para agrupar números consecutivos na tabela.

Ex.: Biologia, Zoologia e Botânica. 57/59 (equivalente a 57+58+59)

: Relação

Usado para relacionar dois ou mais assuntos. Ex.: Sistemas de coleta de lixo que utilizam escoadores de lixo. 628.463:692.758 Pode ser invertida, permitindo duas ou mais entradas nos catálogos.

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[ ] Colchetes

Usados para agrupar conceitos tornando mais claro o

relacionamento existente entre eles.

Ex.: Estatísticas de mineração e metalurgia.

31:[622+669]

: : Dois pontos duplos

Serve para fixar a ordem-de-citação das notações que

representam dois conceitos, não possibilitando assim a

reversão.

Ex.: Fotografia de guerra

77.044::355

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Entre as subdivisões auxiliares, temos:

Auxiliares comuns independentes

Não precisam vir seguidos após um número de classificação da tabela

principal.

= Língua

Indica a língua ou a forma linguística.

Ex.: Enciclopédia geral em língua inglesa.

030=111

(0...) Forma

Indica a forma ou a apresentação de um documento.

Ex.1: Manual de Física.

53(035)

Ex.2: História da Medicina

61(091)

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(1/9) Lugar Indica o âmbito geográfico, localização ou outro aspecto espacial de um

assunto.

Ex.1: Salários na França.

331.2(44)

Ex.2: Economia dos transportes no Brasil.

338.47(81)

(=...) Raça, grupos étnicos Indica os aspectos étnicos de um assunto.

Ex.: Folclore norte-ameríndios (índio norte-americano)

398(=81/=82)

“...” Tempo

Indica a data, o momento ou período de tempo de um assunto.

Ex.1: Literatura inglesa no século XIX. 821.111“18”

Ex.2: Movimentos políticos do Brasil nos anos 20. 329(81)“192”

Page 42: Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

Auxiliares comuns dependentes

Devem vir após um número de classificação da tabela principal.

.00 Ponto de vista

Indica aspectos sob os quais um assunto pode ser visto, tanto pelo

autor/apresentador do documento quanto pelo grupo a que os mesmos pertencem.

Ex.1: Prognósticos sobre a situação econômica do Brasil no século XXI 338.1(81)“20”.001.18

Ex.2: Pesquisa sobre classificações bibliográficas.

025.4.001.5

-03 Materiais

Indica os elementos constitutivos dos objetos e dos produtos, sobretudo da

indústria. Ex.: Canos de plástico.

621.643-036.5

Page 43: Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

-05 Pessoas Indica tipos de pessoas ou de características pessoais, como idade, sexo, nacionalidade, parentesco, tendências, constituição física, condições de saúde e de trabalho, situação

empregatícia e funcional, nível de renda e de escolaridade, classe social, estado civil, etc. Ex.1.: Astrônomos. 52-05 Ex.2: Engenheiros nucleares. 621.039-055.1

* Asterisco

Indica que a notação ou notações que se seguem não pertencem ao sistema CDU. Ex.1: NBR6023 – Referência bibliográfica 006.72*NBR6023

Ex.2: Categoria peso-mosca (máximo 51kg) no boxe. 796.83*kg51 A/Z Alfabética Detalha com palavras (e não números, CDU ou outros) o assunto.

Ex.1: Pintura de Lígia Clark. 75CLARK Ex.2: Ensino superior na cidade de Petrópolis. 378(815.3Petrópolis)

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Ordem de citação e ordem de arquivamento

Ordem de citação ou ordem horizontal É a ordem em que os elementos são citados para formar o número de classificação. Deve seguir a seguinte ordem:

Número CDU 1/9 Tabela principal .00 Ponto de vista (1/9) Lugar (=...) Raça

“...” Tempo (0...) Forma = Língua Ex.:

(81) Brasil – lugar (043) Tese – forma 329.05 Movimento dos partidos políticos – número CDU da Tabela principal “1968” Data – tempo 329.05(81)“1968”(043) – Tese sobre o Movimentos dos partidos políticos em 1968.

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Ordem de arquivamento ou ordem vertical

Indica a ordem de arrumação dos livros nas estantes ou a ordem de arquivamento das

fichas no catálogo. Deve respeitar a seguinte ordem:

Número CDU 1/9 Tabela principal

+ Adição

/ Barra oblíqua

Nº simples

:: Dois pontos duplos

: Relação

[ ] Colchetes

= Língua

(0...) Forma

(1/9) Lugar

(= ) Raça

“ ” Tempo

A/Z Alfabética

.00 Ponto de vista

-03 Materiais

-05 Pessoas

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Exemplo de Ordem de Arquivamento:

A ordem de arquivamento das seguintes notações seria:

329.1/.6

329.11

329.12

622.341.1:338.124.4

622.341.1=111

622.341.1(430)

Page 47: Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

Índice Alfabético

O índice da CDU apresenta os assuntos em ordem

alfabética, palavra por palavra, incluindo todas as

divisões principais, auxiliares comuns e especiais. Não

tem a pretensão de se sobrepor ao sistema, e sim servir

de instrumento facilitador a quem o pesquisa.

Page 48: Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

CLASSIFICAÇÃO FACETADA

Page 49: Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

CLASSIFICAÇÃO FACETADA

A Teoria da Classificação Facetada foi desenvolvida

pelo matemático e bibliotecário indiano Shiyali

Ramamrita Ranganathan em 1933.

Ranganathan estava insatisfeito com os sistemas de

classificação existentes CDD e CDU, e assim decidiu criar

seu próprio sistema, visando melhorar a representação

de assuntos complexos e/ou compostos.

Page 50: Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

A classificação facetada representou uma grande

mudança na metodologia vigente para

elaboraração de sistemas de classificação.

As classificações existentes até então, uniam os

assuntos, por meio de relacões hierárquicas, o que

mantinha a classificação rígida.

Page 51: Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

Ranganathan percebeu a necessidade de elaborar esquemas de classificação que pudessem

acompanhar as mudanças e a evolução do conhecimento, classificando o mesmo em grandes

classes e conceitos básicos, ou elementos, de acordo com certas características.

Page 52: Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

Categorias fundamentais de Ranganathan e a base

de sua classificação: PMEST

Personalidade: distingue um assunto.

Matéria: material físico do qual um assunto pode ser

composto.

Energia: ação que ocorre em torno de um assunto

Espaço: componente geográfico da localização de

um assunto.

Tempo: período associado com um assunto.

Page 53: Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

A elaboração de facetas é feita a partir da inspeção do assunto com o propósito de identificar conceitos e termos que possam ser particionados em facetas. Além disso, cada faceta pode ser subdivida em subfacetas.

EXEMPLO:

“CIRCULATION OF PERIODICALS IN UNIVERSITY LIBRARIES IN INDIA UP TO THE 1970S”

A classificação resultante é 234;46:6.44’N7

Page 54: Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

“CIRCULATION OF PERIODICALS IN UNIVERSITY LIBRARIES IN

INDIA UP TO THE 1970S”

234;46:6.44’N7

O número 2 indica a classe básica Library Science, o

número 3 indica que é qualquer biblioteca acadêmica e o

número 4 indica que é uma biblioteca universitária =

personalidade.

;46 → o ponto e vírgula indica o valor da matéria, neste

caso 46 corresponde a periódicos.

Page 55: Sistemas de classificação bibliográfica [perspectivas da biblioteconomia contemporânea]

“CIRCULATION OF PERIODICALS IN UNIVERSITY LIBRARIES IN INDIA UP TO THE 1970S”

234;46:6.44’N7 :6 → o símbolo de dois pontos indica um valor de Energia.

No domínio da Library Science, facetas que estão relacionadas ao conceito de Energy, descrevem ações, tais como, catalogar (55), circulação (6), etc.

.44 → o ponto indica um valor de Espaço, onde o número

44 é atribuído a Índia. ‘N7 → o apóstrofo indica um valor de Tempo. A letra inicial

indica o século N= 1990 – 1999, enquanto o número indica a década.

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A grande vantagem da classificação facetada são as diversas possibilidades de navegação e recuperação da informação. O que a distingue das demais classificações que são supracitadas e enumerativas, é que a classificação facetada é analítico–sintética, ou seja, possui uma estrutura multidimensional e de fácil aplicabilidade. Ela também permite identificar cada um dos sentidos a que se refere um assunto, através das categorias chamadas de PMEST.

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A Classificação Facetada e a Tecnologia

A classificação facetada passou de uma classificação quase que desconhecida para uma aliada da tecnologia.

Sendo utilizada nos dias atuais para classificar hipertextos e ajudar na recuperação de informação virtual.

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Considerações Finais

As classificações são importantes

instrumentos para organização do conhecimento e recuperação da

informação.

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Referências CAMPOS, Astério (1978). O Processo classificatório como fundamento das linguagens de indexação. R. Bibliotecon. Brasília, v. 6, n. 1, p. 1-8.

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