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Introdução
A atual Governadora de Tóquio, Yuriko Koike, recebeu a bandeira olímpica no Estádio
do Maracanã na noite do dia 22 de agosto (manhã de 23 de agosto, horário Japão)
durante a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016, sediados pela cidade
do Rio de Janeiro. A partir desta entrega da bandeira, inicia-se formalmente os
preparativos da capital japonesa como sede das próximas Olimpíadas de Verão em 2020.
Além dos preparativos em termos de infraestrutura, tais como construções dos estádios
de jogos, instalações de hospedagem entre outros, é imprescindível o preparativo de
研究ノート
Situação Atual e Perspectivas Futuras dosGuias-Intérpretes em Português no Japão
―PLE para Turismo―
〔Resumo〕 O turismo está se tornando um mercado promissor no Japão devido aoaumento do número de visitantes estrangeiros e a abolição do monopólio das
atividades por guias-intérpretes licenciados como parte do relaxamento dos
regulamentos governamentais. Este presente trabalho tem como objetivo
apresentar a situação atual e as perspectivas futuras do mercado para os guias-
intérpretes em português no Japão, e apresentar um estudo-caso de ensino de
Português como Língua Estrangeira (PLE) voltado para a área de turismo ; assim,
servir de estudo-base para pesquisas sobre língua portuguesa em áreas específicas
e buscar alternativas de mercado de trabalho para os aprendizes de português no
Japão.
Este estudo foca a questão do crescimento do mercado de turismo no Japão, a
partir de dados numéricos, as questões de formação de profissionais como guias-
intérpretes licenciados de turismo em português, e a questão da busca de
metodologia de ensino de português especializado em turismo. Apresentou-se um
estudo-caso de uma aula de Português Prático, com enfoque ao turismo, do Curso
de Espanhol e Português Brasileiro do Departamento de Língua Estrangeira,
Faculdade de Estudos Internacionais da Universidade de Tenri, cujo objetivo foi
elaborar um plano de estudo específico para o ensino do português para turismo.
〔Palavras-chaves〕turismo, guia-intérprete, exame nacional para guia-intérprete,PLE, português para turismo
NONAKA Monica
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5.216.14
6.737.33
8.35 8.35
6.79
8.61
6.22
8.36
10.36
13.41
19.73 19.8
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 junho de2016
recurso humano especializado, no âmbito de proporcionar uma inesquecível visita aos
turistas durante a estada pela terra nipônica. Uma parte deste preparativo é a formação
de profissionais em prestação de serviços de turismo em língua estrangeira, que são os
guias de turismo ou guias-intérpretes.
O sistema de guia-intérprete no Japão passa atualmente por drásticas mudanças,
devido ao aumento em grandes proporções do número de turistas estrangeiros que
visitam o país. Além dos motivos econômicos globais, este aumento deve-se ao Projeto
Visit Japan Campaign, iniciado em 2003 e revisado em 2014, que visa promover o Japão
como um grande potencial turístico. A meta levantada, de receber mais de 20 milhões de
turistas estrangeiros até 2020, tem perspectivas promissoras, pois o pico turístico ainda
está a ser alcançado nas Olimpíadas de Tóquio em 2020.
Para que os atuais aprendizes de português como língua estrangeira possam ingressar
como forças ativas neste mercado em crescimento, é uma necessidade imediata a
promoção do treinamento prático de português focado a esta área específica de turismo. A
escolha deste tema se dá pelo fato de a autora atuar na área de guia-intérprete e de
ensino de Português como Língua Estrangeira no ensino superior do Japão, o que
possibilita fazer uma coligação entre a teoria e a prática.
1. Situação do mercado inbound (receptor) no Japão
O número de turistas estrangeiros no Japão tem aumentado nestes últimos anos,
intensificando o mercado de turismo inbound. O Gráfico 1 mostra a transição do número
total de turistas estrangeiros desde 2003, quando o Conselho de Ministros pela Promoção
do Turismo Nacional lançou o Projeto Visit Japan Campaign, visando a promoção do
turismo japonês ao mundo.
Gráfico 1 : Transição do número total de turistas estrangeiros
* em milhões de pessoasFonte : JNTO (Organização Nacional de Turismo do Japão)
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0
20
40
60
80
100
120
140
2011/jun 2012/jun 2013/jun 2014/jun 2015/jun 2016/jun
Em 2003, quando começou o Projeto, o número de estrangeiros que visitaram o Japão a
turismo era de cerca de 5 milhões. Para um breve comparativo, de acordo com os dados
da JTB Tourism Research & Consulting Co., o número de japoneses que foram ao
exterior para turismo no mesmo ano foi de cerca de 13 milhões. O projeto de 2003 visava
o aumento do número de turistas estrangeiros em 10 milhões até 2010, por esta
discrepância entre o turismo receptor e o turismo emissor.
A meta inicial foi alcançada em 2013, pois houve quedas em 2 momentos, a saber em
2009 pelas influências do choque econômico global no ano anterior, e em 2011 pelas
influências do grande terremoto seguido do acidente nuclear em Fukushima. Este alcance
elevou a próxima meta do governo japonês para 20 milhões de turistas estrangeiros até
2020, ano de realização das Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio.
Observa-se que houve um grande aumento de turistas estrangeiros a partir de 2015,
chegando ao número recorde de mais de 19 milhões durante o ano, e em 2016 chegou-se
ao mesmo patamar em junho do respectivo ano. Este grande aumento deveu-se a 2
fatores : a desvalorização do iene frente às moedas estrangeiras e o aumento do raio de
isenção de imposto sobre consumo de produtos comprados pelos turistas.
O Gráfico 2 mostra que em 2014, o iene chegou a se desvalorizar em cerca de 50% se
comparado a 2011, passando de 80 a 120 ienes para cada dólar.
Esta desvalorização da moeda fez com que a viagem ao Japão se tornasse ainda mais
barata e atrativa aos olhos do mundo, principalmente pelos países asiáticos.
Gráfico 2 : Transição do mercado cambial dólar-iene
*valor em ienes para cada dólarFonte : Sakai Keizai no Netacho, Us Doru/En no Kawase Reeto no Suii
Situação Atual e Perspectivas Futuras dos
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13,944 14,626
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
16,600
12,920
17,493
15,177
28,411
22,901
28,12329,582
E no dia 1o de outubro de 2014 entrou em vigor a revisão do sistema de isenção do
imposto sobre consumo voltado a estrangeiros turistas. De acordo com o Ministério da
Economia, Negócios e Indústria, “Todos os tipos de produtos, inclusive os consumíveis
(alimentos, bebidas, medicamentos, cosméticos entre outros consumíveis) que até então
não eram isentos de imposto serão alvo da isenção do imposto sobre consumo, serão
flexibilizados os formatos de documentos necessários para os trâmites.”, o que tem
facilitado ainda mais a escolha do Japão como destino de viagem e para compras.
A desvalorização do iene frente às moedas estrangeiras e o aumento do raio de isenção
do imposto sobre consumo fez com que principalmente os países vizinhos escolhessem o
arquipélago nipônico para visitas mais frequentes e sobretudo para fazer compras. Este
fenômeno se tornou extremamente popular, e em 2015, uma das palavras mais
conhecidas e comentadas do ano pela “2015 U-can Shingo Ryukogo Taisho (Prêmio Novas
Palavras e Palavras do Ano”, escolhida pela “Gendai Nihon no Kiso Tishiki”, foi bakugai
(literalmente compras demasiadas como uma bomba), que demonstra o fenômeno das
grandes compras pelos turistas estrangeiros em muitos ramos do mercado japonês.
O Gráfico 3 apresenta o mercado inbound japonês para o idioma português nos últimos
10 anos. Os números foram coletados através dos dados do Ministério da Justiça,
Departamento de Controle de Imigração, pelo número de brasileiros que ingressaram no
Japão naquele ano portando o visto de curta estadia (15 a 90 dias). Há possibilidade de
um maior número real, pois portadores de dupla nacionalidade ou demais tipos de
qualificação de permanência que visitaram o Japão a turismo não foram calculados.
Nota-se que o número de brasileiros que ingressam no país portando o visto de curta
estadia (turismo) é ainda uma minoria em comparação ao número de estrangeiros de
Gráfico 3 : Transição do número total de turistas brasileiros
Fonte : Homusho (Ministério da Justiça) 2006−2015
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demais países. Em 2015, quando o número de estrangeiros chegou a 197 milhões, maior
patamar na história do Japão, a taxa de brasileiros não passava de 0,15% do total, ou
seja, um pouco menos que 30 mil turistas. Houve um considerável aumento em 2012 em
comparação ao ano anterior, quando passou de 15 mil a 28 mil viajantes brasileiros, pelo
fato de um grande número de torcedores corinthianos terem pisado na terra nipônica
para torcer pelo seu time na Copa do Mundo de Clubes da FIFA, sediada pelo Japão.
Esta vinda dos brasileiros foi comentada pela mídia brasileira, o que pode ter sido mais
um fator atrativo, pois desde então, o número de brasileiros turistas tem aumentado, de
23 mil em 2013 para 28 mil em 2014, e 29 mil em 2015. Apesar de o número de turistas
brasileiros ser restrito em comparação a turistas de outras nacionalidades, observa-se um
aumento considerável, pois dobrou em relação a 2006, 10 anos atrás, quando era de cerca
de 14 mil.
Este aumento causou influências diretas e positivas na situação de trabalho dos
profissionais da área de turismo em português, mas por outro lado, trouxe à tona o
problema da escassez de guias-intérpretes licenciados. De acordo com os dados de 2014
da Agência de Turismo do Japão, há somente 109 pessoas registrados em todo o Japão
como guias-intérpretes em português (o número total de guias-intérpretes, em todos os
idiomas, registrados em 2015 é de 19.033 pessoas). O número de aprovados no exame
nacional de 2015 para português foi de 15 pessoas, portanto, mesmo que todos os
aprovados tenham se registrado como guias-intérpretes, este número não passará de 125.
O número de guias em português tem dobrado em relação a 2004, quando este número
era de 67, mas ainda assim não é o suficiente para suprir a demanda.
O motivo principal da insuficiência é que este número de guias-intérpretes registrados
não representa a realidade na prestação de serviços. De acordo com entrevistas
executadas pela autora aos motoristas de táxis privativos ou de ônibus em Quioto, uma
das cidades mais visitadas pelos turistas, os mesmos responderam que boa parte dos
grupos de turistas brasileiros são atendidos por guias em espanhol.
Um exemplo marcante desta falta de guias em português foi na ocasião da Copa do
Mundo de Clubes da FIFA 2012, quando tornou-se necessário mais de 80 guias-
intérpretes licenciados em português, por somente uma das operadoras de turismo
japonesa, para atender o grande contingente de visitantes brasileiros. Na ocasião, dentre
os 80 guias, dos quais a autora também fez parte, somente 10% eram de português. Por
não ter sido possível alcançar a demanda em português, os 90% que faltaram foram
formados por guias licenciados em espanhol e em inglês.
No entanto, foi fato de que ouviu-se muitas reclamações por parte dos turistas. Pelo
pagamento do serviço ter sido o mesmo, todos desejavam um atendimento sem nenhum
problema com o idioma. É sabido que o espanhol não é totalmente entendido pelos
brasileiros e que nem todos têm o inglês como segunda língua no Brasil. Por tais motivos,
existe uma real necessidade de aumentar o número de falantes de português no mundo
do turismo japonês para responder à demanda.
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2. O guia-intérprete como profissional de turismo no Japão
O guia-intérprete do Japão, de acordo com o Ministério do Terreno, Infraestrutura,
Turismo e Transporte, especificado pelo Artigo 2 da Lei de Guia-Intérprete, é o
profissional que oferece serviço de guia-interpretação (acompanhamento de estrangeiros e
prestação de informação de carácter geral sobre a viagem em língua estrangeira)
remunerada, e a nomenclatura é exclusiva para os profissionais do ramo.
O trabalho central do guia-intérprete no Japão consiste no guia de turismo, apesar de
efetuar também a interpretação em determinados momentos do roteiro, tais como
compras ou refeições onde se necessita o papel de intérprete. Para se trabalhar como guia
remunerado de turistas estrangeiros, o mesmo deve ser aprovado no exame de guia-
intérprete (Artigo 3 da Lei de Guia-Intérpretes), efetuado pelo Ministro da Agência de
Turismo do Japão e consignado à JNTO (Organização Nacional de Turismo do Japão)
(Artigo 11, idem), se registrar junto às organizações autônomas locais, ou seja, nas
prefeituras provinciais como guia-intérprete (Artigo 18, idem), e receber a carteira de
registro emitido pelo governador da província em que reside (Artigo 22, idem). O trabalho
remunerado por aqueles que não possuem o licença é passível de multa de menos de 500
mil ienes (Artigo 40, idem), ou seja, sendo proibido atualmente o trabalho de guias não
licenciados.
3. Exame Nacional para Guia-Intérprete
O Exame Nacional para Guia-Intérprete é a única qualificação nacional de idiomas no
Japão, e é imprescindível para se trabalhar de forma remunerada como guia de turismo
em língua estrangeira. Pela Lei de Guia-Intérpretes Artigo 40, aquele que efetuar o
serviço de guia-interpretação pago sem estar registrado junto ao governo será penalizado
com multa inferior a 500 mil ienes.
O exame é efetuado uma vez por ano, cujos idiomas alvo são além do português, o
inglês, espanhol, francês, italiano, alemão, russo, chinês, coreano e o tailandês. O exame
consiste em 2 etapas, escrita e oral, sendo necessária a aprovação na etapa escrita para
prosseguir à etapa oral. O exame escrito é realizado anualmente em agosto e a oral em
dezembro. Atualmente, o exame escrito é composto pelo seguinte conteúdo :
-Proficiência de língua estrangeira : sistema dissertativo, exceto o exame de inglês
composto por questões dissertativas e de múltipla escolha (em 120 minutos).
-História, geografia e conhecimentos gerais (indústria, economia, política e cultura) :
questões de múltipla escolha (cada matéria em 40 minutos, totalizando 120 minutos).
O exame oral é feito mediante avaliação da capacidade prática e entrevista individual.
Além “interpretação”, é preciso fazer uma “apresentação em idioma alvo” de um
determinado tema sobre o Japão, seguido à seção de perguntas e respostas sobre o
conteúdo. O guideline apresentado pela Agência de Turismo do Japão mostra que “o
exame oral tem como tema assuntos de grande interesse pelos turistas estrangeiros,
dentre geografia, história, indústria, economia, política e cultura, de forma que seja feita
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uma simulação do trabalho real de um guia-intérprete”.
A nota mínima para aprovação, tanto para o exame escrito quanto para o exame oral, é
de 60% do total de 100 pontos. Não há critérios para prestar o exame, sendo aberto a
todos os interessados, inclusive estrangeiros. O valor do exame de qualificação é de
11.700 ienes, e os aprovados em uma determinada prova escrita e reprovados em outro,
poderão aproveitar até o próximo ano os exames aprovados, sendo isentos para prestar os
mesmos.
A aprovação do exame de 2015 é conforme a Tabela 1, que mostra o número de
inscritos, de aprovados e a taxa de aprovação de todos os idiomas do exame nacional.
De acordo com a Organização Nacional de Turismo do Japão, o número de inscritos
aumentou em 50,5% em comparação ao ano anterior, o que deve ser motivado pelo
crescente aumento dos turistas estrangeiros e a melhoria do mercado de trabalho deste
ramo. Apesar de ser relativamente baixa a taxa de aprovação para todos os idiomas,
ainda assim é superior aos anos anteriores.
No caso do português, vê-se que a aprovação tem seguido conforme o Gráfico 4 abaixo.
Tabela 1 : Resultado do exame de guia-intérprete de 2015
Idioma Número deinscritos
Aprovados noexame escrito
Número deaprovados
Taxa deaprovação
Inglês 8.491 2.384 1.822 21,5%
Francês 321 102 71 22,1%
Espanhol 235 44 43 18,3%
Alemão 99 29 24 24,2%
Chinês 1.200 116 86 7,2%
Italiano 80 10 4 5,0%
Português 72 21 15 20,8%
Russo 103 11 10 9,7%
Coreano 323 53 40 12,4%
Tailandês 51 8 4 7,8%
Total 10.975 2.778 2.119 19,3%
Fonte : JNTO (Organização Nacional de Turismo do Japão)
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2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
45
6
37 39 38 3242 46 49
6272
9 7 98
59 6
9
15
Observa-se um aumento no número de inscritos no exame nacional de guia-intérprete
em português desde 2010, que subiu dos 32 daquele ano para 72 em 2015. No entanto,
repara-se que é ainda restrito o número de aprovados, pois nestes últimos 10 anos,
somente o ano de 2015 foi consagrado com mais de 10 aprovados e em outros anos na
casa de unidades. Verifica-se uma falta de preparo dos aprendizes de português para
prestar o exame focado em turismo, o que abre uma margem de pesquisa para buscar
métodos de ensino de português especializado no ramo.
4. Perspectivas futuras de trabalho do guia-intérprete
Na data atual de agosto de 2016, as atividades remuneradas para guia de turismo
ainda são restritas aos portadores da qualificação de guia-intérprete. No entanto, com o
aumento do número de turistas estrangeiros rumo às Olimpíadas de Tóquio em 2020, o
governo está buscando desde 2015 a revisão da Lei de Guia-Intérprete, para a entrada
em vigor a partir de 2017. Nesta revisão levantada pelo Ministério do Terreno,
Infraestrutura, Turismo e Transporte e efetuada a decisão pelo gabinete, consta o
seguinte :
“Para atender o crescimento do número de turistas estrangeiros que visitam o
Japão e a diversificação de suas necessidades, será abolida a regulamentação pela
monopolização das atividades pelos guias-intérpretes, deixando somente a
monopolização do nome. E para evitar a piora da qualidade das viagens em grupo,
por esta abolição da regulamentação pela monopolização das atividades, será
introduzido um sistema para otimizar as atividades das operadoras terrestres que
efetuam o planejamento e arranjo dos produtos de viagem para o Japão.” (tradução
Gráfico 4 : Transição do número de aprovados no exame de guia-intérprete em português
Fonte : JNTO (Organização Nacional de Turismo do Japão)
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Operadora terrestre cadastrada pela autora até 4 horas de trabalho 20 a 23 mil ienes
até 10 horas de trabalho 28 a 32 mil ienes
Associação de Guia-Intérprete do Japão(JGA)
até 4 horas de trabalho valor médio de 15 a 20 mil ienes
até 8 horas de trabalho valor médio de 25 a 30 mil ienes
Tipo de trabalho Local Valor
Suporte aos viajantes Hyogo 1.680 a 1.750 ienes/ hora
Atendimento em operadora de celular Kanto 1.300 ienes/ hora
Intérprete Toyohashi 1.220 ienes/ hora
Atendimento em call center Tokyo 1.650 ienes/ hora
Intérprete e tradutor Shibuya 1.500 ienes/ hora
Intérprete e tradutor Maebashi 1.198 ienes/ hora
Professor de português Tokyo 2.500 ienes/ hora
Intérprete Toyohashi 1.200 ienes/ hora
livre pela autora)
O guia-intérprete licenciado continuará monopolizando esta nomenclatura, porém o uso
de demais termos ligados ao ramo, tais como “guia de turismo”, “guia em língua
estrangeira”, “atendente de turismo”, entre outros será permitido, e o trabalho
remunerado neste mercado de turismo por aqueles sem licença também será permitido.
Havendo liberação do trabalho remunerado para guias não licenciados pelo governo
japonês, acredita-se que resulte em competitividade negativa, pois poderá haver uma
preferência no contrato de guias não licenciados, pela maior acessibilidade em seus
preços na prestação do serviço.
Apesar de não estar regulamentado o pagamento de um guia-intérprete, os valores
abaixo de 2016 podem ser referenciais :
Constata-se que o mercado de trabalho é promissor, pois determinados trabalhos de
interpretação não pagam o mesmo valor. Abaixo listo alguns valores referenciais para o
trabalho de intérprete ou de outros trabalhos que utilizam o português, encontrados no
site Indeed, de busca por trabalho, entre os dias 25 e 31 de agosto de 2016 :
Em comparação a muitos trabalhos oferecidos por companhias de recrutamento, o
trabalho como guia-intérprete garante um pagamento considerável. A flexibilização do
regulamento é bem-vindo aos aspirantes de trabalho, pois abrirá mais portas e trará mais
chances aos aprendizes de português, porém necessitando de regulamentações para
garantir qualidade e profissionalismo àqueles não licenciados. Neste sentido, torna-se
imprescindível o aprendizado do português focado ao turismo para os que desejam
ingressar neste mercado que está em vias de crescimento.
Situação Atual e Perspectivas Futuras dos
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1a a 5a aula : -Atividades relacionadas às 47 províncias do Japão-Recapitulação de conhecimento-Introdução de vocabulário-Apresentação de tópicos turísticos-Debate e apresentação
6a a 10a aula : -Atividades relacionadas à gastronomia do Japão-Recapitulação de conhecimento-Introdução de vocabulário-Explicação da culinária japonesa-Preparo de pratos típicos na prática
5. Ensino do portugues para turismo na Universidade de Tenri
O ensino voltado ao português para turismo no Japão é bastante escasso, por ser uma
área ainda recente de pesquisa. O Curso de Espanhol e Português Brasileiro da
Universidade de Tenri tem colocado em pauta em todas as reuniões de docentes de 2015,
a “demanda social para o treinamento de intérpretes (tradutores) voltado às Olimpíadas e
Paralimpíadas de Tóquio 2020”. Para responder a esta meta do Curso, planejou-se
elaborar planos de estudo em determinadas matérias para abordar o assunto.
O Curso de Espanhol e Português Brasileiro da Universidade de Tenri é um curso novo,
aberto em 2015, e recebeu os primeiros aprendizes em abril de 2015. A introdução do
português focado ao turismo foi a partir do segundo ano de estudo, depois do primeiro
ano voltado ao estudo básico do português.
A classe de português focado ao turismo foi composta por 8 aprendizes de português, 7
dos mesmos sem nenhum conhecimento prévio do idioma. As aulas foram ministradas
uma vez por semana, com cada aula de 90 minutos, no total de 15 aulas, conforme a
seguir.
Antes de iniciar a prática em português, foi-se feita uma recapitulação dos
conhecimentos dos aprendizes, pois a explicação de um determinado conteúdo se dá a
partir do conhecimento básico dos mesmos. Primeiramente, foi-se utilizado um mapa
branco do arquipélago nipônico para visualizar todas as 47 províncias. Ocorreu que não
houve precisão na localização de todas as províncias nem de suas capitais, isto é,
localização de seus prédios governamentais.
No segundo momento, utilizou-se uma ficha para descrever as 47 províncias, suas
capitais, suas respectivas populações, seus principais pontos turísticos, produtos típicos e
comidas típicas. Houve uma dificuldade muito grande para o seu preenchimento, mesmo
sendo possível usar o japonês. Todos os aprendizes utilizaram a Internet para a pesquisa.
Depois do preenchimento da ficha em japonês e em português, os aprendizes formaram
pares para um debate dos atrativos de cada província. Cada aprendiz escolhia uma
província aleatoriamente, e mediante uma sessão de perguntas e respostas, decidiam
qual era a província mais atrativa para se visitar.
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11a a 15a aula : -Atividades de preparo de um roteiro turístico-Recapitulação de conhecimento-Introdução de vocabulário-Elaboração do roteiro-Apresentação e avaliação do roteiro-Teste e autoavaliação
O material utilizado foi retirado do Guia Japão, um guia turístico do Japão em
português, das páginas relacionadas à culinária japonesa. Após introdução do vocabulário,
realizou-se atividades de tradução do português para o japonês, para se aprender como
explicar um determinado prato em japonês.
Na segunda parte das atividades, os aprendizes elaboraram uma receita de um prato
japonês que costumam preparar em casa, desde os ingredientes ao modo de preparo, com
a revisão dos verbos da culinária. Após apresentação individual e atividades de anotação,
foi-se escolhido um prato para o preparo prático. Neste momento, foi-se utilizada uma
ocasião de interação entre os aprendizes do segundo ano com os estudantes do primeiro
ano, para que o prato apresentado seja usado na aula de culinária, por aprendizes e para
aprendizes.
Nas últimas aulas foram realizadas atividades de elaboração de um roteiro turístico em
português, e a apresentação do mesmo. A apresentação foi feita mediante jogo de papéis,
estipulando-se um ambiente dentro de um ônibus turístico com um grupo de brasileiros, e
o melhor roteiro seria escolhido para o passeio.
A elaboração personalizada do roteiro foi baseada no conteúdo das primeiras 5 aulas, e
os aprendizes efetuaram a sua apresentação recebendo avaliações dos próprios aprendizes
ouvintes. As apresentações que receberam as melhores avaliações seguem a seguir. O
material foi gravado na aula, na sala audiovisual, e posteriormente transcrito pela
própria autora. Os nomes foram ocultados, devido aos cuidados sobre informações
pessoais :
Olá, meu nome é XX YY.
Eu tenho dezenove anos.
Então, no Brasil, eu sou maior, mas no Japão, eu sou menor.
Por isso não posso beber e fumar aqui.
Eu gosto de comer, sobretudo eu gosto de lámen.
Sabiam que o Japão é o país do lámen?
No Japão, tem bastante restaurantes de lámen.
Meu restaurrante favorito de lámen fica em Nara.
Hoje, vamos comer lámen em Nara.
Eu sou de Nara.
Nara é vizinho de Quioto.
Situação Atual e Perspectivas Futuras dos
Guias-Intérpretes em Português no Japão
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Nara tem Horyuji, templo de madeira.
Horyuji foi registrado Patrimônio Mundial pela primeira vez no Japão.
Vamos conhecer um pouco sobre a história de Nara.
Meu nome YY significa cheiro bom, então, eu devo ter um cheiro muito bom (rs).
Sabem o que é matchá?
Matchá é chá verde em pó.
Tem muito cheiro bom.
Matchá é a bebida tradicional do Japão, frequentemente usado para fazer doces.
Então, hoje, primeiro, vamos visitar Nara e depois vamos comer doce com matchá em
Quioto. Muito obrigado.
(Texto acima transcrito conforme gravação)
Boa tarde a todos.
Meu nome é XX YY.
Eu moro em Nara.
Eu gosto de assistir a filme e comer comida boa.
Então, eu gosto de ir para restaurante bom, sobretudo restaurante de sushi.
Também eu gosto de ir ao cinema sozinha.
Posso ficar mais à vontade sozinha.
Não se preocupe, eu tenho amigos e um namorado bonito.
Gostamos de comer pipoca e tomar guaraná enquanto assistimos ao filme, né.
Há pouco assisti um filme japonês.
Neste filme, os atores japoneses vestem um vestido japonês.
Este é chamado de quimono.
É um vestido tradicional do Japão, e vestido típico do Japão.
Nós vestimos isso na cerimônia, às vezes.
Sabem o que é nitibu?
Nitibu é um dança tradicional do Japão.
Eu gosto de nitibu.
É que minha avó é professora de nitibu.
Eu dançava quando era criança.
Quando dançamos nitibu, vestimos o quimono.
Meu sobrenome XX significa campo do bambu.
E o meu nome YY existe um pouco no Japão.
YY significa dia bonito.
Que dia bonito, hoje, como é meu nome.
Então, hoje, vamos ver as iluminações de bambu com quimono em Arashiyama.
E vamos conhecer sobre a cultura japonesa em Quioto.
Muito obrigada.
(Texto acima transcrito conforme gravação)
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As apresentações acima foram elaboradas pelos próprios alunos, de forma simples, com
tópicos gramaticais aprendidos no primeiro ano. A maior parte das orações foi construída
no tempo indicativo, ou verbos conjugados no presente do indicativo. Apesar de haver
ainda bastante espaço para melhorias, acredito, por experiência própria, que possam ser
usadas, sem nenhum problema, ao grupo real de brasileiros em passeio no Japão.
Esta classe foi experimental, mas que alcançou bons resultados. Foi resultado de aulas
focadas em tópicos turísticos acrescidos aos tópicos de uso cotidiano. A partir deste
resultado, as próximas aulas seguirão também com enfoque na área de turismo para que
seja de uso prático. Por ter sido de caráter experimental, não há ainda um material
exclusivo a ser utilizado para uma estruturação do conteúdo, portanto, o próximo passo
será a elaboração de material para apresentação de cada um dos itens, dentre pontos
turísticos e conhecimentos sobre o Japão, além do treinamento prático in loco. O
treinamento prático como guia-voluntário pode ser uma ótima alternativa, o que pode
levar à sua aplicação no mercado de trabalho quando da revisão da atual de Lei de Guia-
Intérpretes.
6. Vocabulário para turismo
O turismo é um campo específico, cujos termos utilizados são próprios do ramo. Abaixo,
foi listado o vocabulário avaliado nestes últimos dez anos no exame escrito de português,
na questão de tradução, do exame nacional para guia-intérprete. O objetivo é averiguar o
tipo de vocabulário avaliado para alcançar a licença nacional em português. Os vocábulos
entre 2007 a 2014 foram retirados do material publicado Tsuyaku Gaido Porutogarugo
Kakomon Kaisetsu, os de 2015 da Homepage da JNTO (Organização Nacional de Turismo
do Japão), e os de 2016 coletados a partir de entrevistas aos que prestaram o exame.
Os vocábulos foram traduzidos pela própria autora, o que resultou em traduções
diferentes do material publicado, pois foram encontrados pela autora alguns erros de
ortografia ou termos melhores a serem utilizados. Quaisquer erros referentes à tradução
são de responsabilidade total da autora.
Ano Vocabulário
2007 Presidência do Conselho da União Europeia (UE), transferência bancária, sistemaeducacional, cidades−irmãs, efeito colateral, artes marciais, combustível alcóolico, azeitona,santuário xintoísta, naturalização, vacina contra influenza, patrimônio mundial, curador,peregrinação, reunião da cúpula dos G 8
2008 Câmara dos Representantes, Câmara dos Conselheiros, mercado imobiliário, luva, índice depreços ao consumidor, arquipélago japonês, patrimônio cultural imaterial, autosuficiência,plena floração, Centenário da Imigração Japonesa ao Brasil
2009 chinelos, satélite meteorológico, escada rolante, vestibular, creche, parque temático, caça àsbaleias, entrevista coletiva, antiguidades, chorão, licença-maternidade, cartão de visitas,taxa de natalidade, muralha, direito de propriedade intelectual
2010 asma, indicador econômico, aquário, latitude, longitude, hemisfério sul, gorjeta, traduçãosimultânea, umidade, cadeia alimentar, assinatura, estreia do filme, ruínas, cultivo,estreito
Situação Atual e Perspectivas Futuras dos
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Nota-se que os vocábulos são das mais diferentes áreas, desde economia, política,
esporte, gastronomia, geografia, etc., porém, verifica-se que alguns não têm uma conexão
direta com o ramo de turismo no Japão. O vocabulário prático e o vocabulário para exame
podem não ser o mesmo, porém, necessitando uma pesquisa com demais guias-intérpretes
na ativa, quais são os vocabulários práticos. Por não haver ainda um estudo sobre
vocabulário básico de turismo em português, esta será a próxima meta de pesquisa.
Observa-se uma notável diferença a partir do exame de 2015, pois a quantidade de
vocabulário a ser traduzido se tornou menor, mostrando que a tradução tem se tornado
menos relevante. O conteúdo também está mais focado ao turismo, possibilitando
elaborar materiais para o ensino do português para turismo de forma também mais
focados ao assunto.
Já em relação aos conhecimentos socioculturais do Japão, necessários para a explicação
de seu conteúdo, os assuntos abordados nestes últimos anos são como se segue :
Observa-se que o assunto relacionado à cerejeira foi abordado em duas ocasiões nestes
2011 Consulado, sonegação fiscal, golpe de estado, rede de computadores, longa-metragem, médiade longevidade, impressionismo, mão única, manifestação de protesto, obesidade, SupremoTribunal de Justiça, disciplina, renúncio
2012 economia de energia, imposto sobre consumo, intoxicação alimentar, cosmético, déficitfinanceiro, raio, elementos radiativos, doação, patinação no gelo, dublador, purificador de ar,grafite para lapiseira, emissora de TV, país emergente, impressora
2013 Faculdade, Departamento, FMI, e-mail, demanda, oferta, carregador, impressora a jato detinta, ímã, tecnologia de ponta, frutos do mar, recursos naturais, península, espinafre,enlatado
2014 aumento de imposto, rede social, energia limpa, hipertermia, lula gigante, couvert,alimentos orgânicos, rota de evacuação, mochila, salário mínimo, conta de usuário, ciclista,taxa de desemprego, Copa do Mundo da FIFA de 2014, maracujá
2015 restauração, nordeste, arquipélago, Oceano Atlântico
2016 trem-bala, passageiro, gastronomia, digestivo
Ano Assunto a ser explicado em português
2007 hospedaria tradicional japonesa
2008 poesias curtas e haikai
2009 apreciação das flores de cerejeira
2010 presente de final de ano
2011 contos clássicos de humor, carro híbrido
2012 gueixa, Dia da Maioridade
2013 animê, cosplay, videogame, fontes termais de Beppu, Atami, Kusatsu
2014 região de Kanto, antiga capital de Nara
2015 mascotes, bolinho de polvo, apreciação das flores de cerejeira, campeonato estudantil debeisebol de verão
2016 Costa de Sanriku, hipertermia, ídolos regionais, bebida destilada típica do Japão
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últimos 10 anos, o que se é de esperar, pois a maior época de atração de turistas
brasileiros é a primavera, para apreciar a floração das cerejeiras.
Observa-se também que houve um aumento de questões dissertativas, de explicação de
conteúdos típicos japoneses em português, o que leva à necessidade dos candidatos a
terem maior conhecimento sobre o Japão em si. Além da necessidade de vocabulário
focado ao turismo, a principal abordagem é o conhecimento do Japão em português. Além
da necessidade do ensino do português, é imprescindível fazer uma conexão com aulas
sobre o Japão, sua geografia, história, cultura, indústria e sociedade. Tais assuntos são
importantes também na prova de japonês. O português focado ao turismo no Japão nada
mais é do que formar experts do Japão.
Conclusão
Cabe ao ensino universitário efetuar inovações em seu cronograma acadêmico, para
abrir um leque de possibilidades aos seus estudantes, para que os mesmos tenham o
máximo de aprendizado em seus 4 anos de estudo de um novo idioma, e que saiam
formados utilizando o idioma. O ensino do português focado para o turismo é um rumo a
ser explorado dentre as possibilidades no mundo turístico, que é ramo de um mercado
extremamente promissor.
Este foi um estudo-base sobre a realidade do mercado de turismo no Japão, o
profissional de atuação, e perspectivas futuras dos aprendizes de português para fazer
parte deste mercado futuramente. Os aprendizes enfocados neste estudo são os
universitários do Curso de Português, do primeiro semestre do segundo ano, que
totalizam somente três semestres de estudo no momento. É necessária uma abordagem a
longo prazo para se buscar o real resultado desta pesquisa.
A continuidade de estudo é imprescindível, para a elaboração de um material que possa
ser utilizado de forma continuada na área de ensino de português focado ao turismo e de
conhecimentos práticos para o trabalho real. O próximo objetivo é realizar um estudo do
vocabulário básico para o português para turismo a partir da pesquisa dos exames
anteriores e de entrevistas aos guias-intérpretes em atividade.
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