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II Situação Económico-Financeira Balanço e Contas Esta parte do Relatório respeita à situação económico-financeira da Instituição, através da publicação dos respectivos Balanço e Contas e do Relatório dos Auditores.

Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

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IISituação Económico-Financeira

Balanço e Contas

Esta parte do Relatório respeita à situação económico-financeira daInstituição, através da publicação dos respectivos Balanço e Contase do Relatório dos Auditores.

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Situação FinanceiraA economia mundial em 2004 cresceu 3,9 por cento, com as economias avançadasprogredindo 3,4 por cento. O aumento dataxa real do PIB nos Estados Unidos foi de4,4 por cento, cerca de 47 por centosuperior à de 2003; as economiasrecentemente industrializadas da Ásiacresceram 5,5 por cento; o PIB do Japãoaumentou 2,6 por cento; a Zona Eurocresceu 2 por cento comparado com 0,5 por cento em 2003.

A taxa de inflação para o consumidormanteve-se controlada (2,7 por cento nos Estados Unidos e 2,2 por cento na Zona Euro).

Prevê-se a continuação do crescimento realda economia mundial em 2005, num ritmomais brando do que em 2004, mas com ainflação sob controlo.

A incerteza política no Médio Oriente, o alto preço do petróleo e os receios emrelação aos efeitos da globalização sobre aseconomias avançadas, particularmente nosEstados Unidos e na Zona Euro,repercutiram-se nos mercados de acções que apresentaram resultados modestos nosprimeiros três trimestres de 2004; noentanto, no último trimestre, alcançaramuma forte performance, de modo que o anoacabou com resultados positivos. Em termos de moeda local o mercado deacções nos Estados Unidos cresceu cerca de 9 por cento, no Japão 7 por cento e na Zona Euro 6,9 por cento.

O Banco Central dos Estados Unidoscomeçou a subir as taxas a curto prazo emJunho de 2004; as taxas de juro a curtoprazo subiram de 1 por cento, no princípiodo ano, chegando a 2,25 por cento emDezembro de 2004. O Banco Central Europeumanteve as taxas inalteradas durante o anode 2004. A taxa de juro a dez anos

manteve-se inalterada nos Estados Unidosmas baixou na Europa.

O Euro continuou a fortalecer-se em relaçãoao Dólar Americano mas a um ritmo menosagressivo que em 2003 – cresceu 7,6 porcento em 2004, com o ponto mais alto no fim do ano.

Carteirade InvestimentosO retorno total da carteira de investimentos da Fundação em 2004 foi de 6,75 por cento.O retorno a longo prazo, no entanto,continuou a ser seriamente afectado pelocolapso dos mercados de acções entre 2000e o início do ano de 2003; os retornosanualizados a 3 e a 5 anos foram de 1,7 por cento e -0,9 por centorespectivamente; embora melhores do que o benchmark interno, estão longe dos objectivos de retorno desejáveis para a Fundação.

No princípio de cada ano, a Fundaçãoestabelece um objectivo de retorno totalpara os seus gestores. Este objectivo édefinido de modo a permitir manter o poderde compra da carteira de investimentos, no médio e no longo prazo, assegurar umaapreciação real em linha com o crescimentoda economia e provisionar os fundosnecessários para o orçamento da Fundação.O seu cálculo é baseado em previsõeseconómicas, incluindo a inflação e ocrescimento real das principais economias. O retorno obtido em 2004 (6,75 por cento), embora inferior aoobjectivo, excedeu confortavelmente oretorno necessário para manter o poder de compra da carteira.

Como nos anos anteriores, a variação nosretornos obtidos pelos diferentes gestoresda Fundação foi significativa, embora

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›› Situação Económico-Financeira

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tivessem o mesmo objectivo de retorno e asmesmas directrizes de investimento. Cadagestor tem o seu próprio estilo e a variaçãodepende da capacidade de antecipar oureagir perante as mudanças no mercado.

A distribuição da carteira por principaisclasses de activos em 31 de Dezembro de2004 foi a seguinte:

Acções 42 por centoObrigações 32 por centoLiquidez 20 por centoImobiliário

e outros investimentos 3 por centoMoeda (“currency hedges”) 3 por cento

100 por cento

A alocação dos activos em 31 de Dezembrode 2004 continuou a ser relativamentedefensiva e sem alterações substanciaisdesde 31 de Dezembro de 2003. A liquidez eas obrigações serviram sobretudo parareduzir a volatilidade e o risco na carteirae, considerando a natureza conservadora da Fundação, é possível que esteposicionamento defensivo seja de manter.

Interesses PetrolíferosO ponto mais significativo do ano emrelação aos interesses petrolíferos foi aextensão por mais 40 anos da concessão no Sultanato de Omã, até 2044.

Os preços do petróleo brent spotaumentaram cerca de 32 por cento durante2004, de USD 30,48 no início do ano para40,24 no final do ano. O preço médio deUSD 38 foi substancialmente mais alto queo de 2003 (USD 29). O preço mais elevadofoi USD 52 e o mais baixo de USD 29, maisuma vez valores bastante mais elevados que os de 2003.

As vendas de petróleo e de gás do GrupoPartex aumentaram 28 por cento. O rendimento líquido não aumentou tantoquanto as vendas devido ao facto de partedestas resultarem de contratos com umarendibilidade fixa em termos monetários,não reflectindo portanto o aumento dospreços no mercado à vista.

Os interesses petrolíferos foram reavaliadosao justo valor a 31 de Dezembro de 2001,em conformidade com as normasinternacionais de relato financeiro. Os “netpresent values” foram recalculados todos osanos desde então para assegurar a suarazoabilidade nas novas circunstâncias. Os valores no balanço aumentaramsubstancialmente devido à referida extensãoda concessão no Sultanato de Omãaté 2044 e às taxas de juros favoráveis das obrigações de longo prazo.

As concessões do Grupo no Brasil e naArgélia continuam numa fase inicial deexploração enquanto que no Cazaquistão oprojecto está já numa segunda fase dedefinição, que se prevê que termine em2006 para ser seguido de um plano para odesenvolvimento do campo Dunga (full fielddevelopment plan).

A fase de investimento nos projectos deenergia renovável continuou: foram feitosinvestimentos adicionais no fundoNovEnergia 2010 e suprimentos à Lusenerg-Energias Renováveis SGPS, SA.Investimentos adicionais foram feitos nofundo de energia SGAM 4/D que tem tomadoposições minoritárias em companhias dedownstream e de serviços ligados à indústriapetrolífera. Estes investimentos tornam aexposição do Grupo à indústria petrolíferamais diversificada.

Prevê-se que o Grupo Partex Oil and Gas(Holdings) Corporation pague um dividendoà Fundação de USD 30 000 000 relativo ao resultado líquido de 2004 (2003 – USD 30 milhões).

Análise ao Balançoe Contas ConsolidadosNo exercício de 2004 o património líquidorepresentado pelo fundo de capital situou-senos 2338,3 milhões de euros, valor querepresentou um acréscimo de 123,7 milhõesde euros (5,6 por cento) em relação ao ano anterior.

A análise ao Balanço mostra-nos que o total do activo em 31 de Dezembro de

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2004 apresentou um valor na ordem dos 2602,5 milhões de euros, o que representouum aumento de 129,2 milhões de euros (5,2 por cento) em relação ao final de2003. O activo imobilizado teve umacréscimo de 4,5 por cento, devido,fundamentalmente, ao valor dosinvestimentos que aumentou de 2260,7milhões de euros para 2359,7 milhões deeuros; para este aumento contribuiu osignificativo acréscimo dos investimentosnos interesses petrolíferos e do gás e nosector imobiliário, em cerca de 77 milhõesde euros, bem como da variação líquida dacarteira de títulos, em termos de justovalor, em 22 milhões de euros. O activocorrente aumentou 25,5 milhões de euros(16,1 por cento), sobretudo emconsequência do montante dos depósitos aprazo que passaram de 2 milhões de eurospara 21,5 milhões de euros.

O contributo do Grupo Partex Oil and Gas,na sua moeda de referência (USD), teve umavariação significativa, na ordem dos USD132,5 milhões (28,9 por cento) que, apesar daforte apreciação do Euro, se traduziu de formapositiva no património da Fundação, em cercade 70,9 milhões de euros (20 por cento).

O total do passivo, incluindo as provisõespara riscos e encargos, registou umacréscimo de 5,5 milhões de euros (2,1 por cento) relativamente ao exercício

de 2003, consequência do aumento do custodos hidrocarbonetos, que aparece reflectidona rubrica “Credores interesses petrolíferos”;de notar que a mesma situação, mas desentido contrário, se passou com os“Devedores interesses petrolíferos” no activocorrente. Todas as outras componentes dopassivo apresentaram valores inferiores aoano anterior, designadamente as provisõesque apresentaram um decréscimo de cercade 1,9 milhões de euros, tendo para talcontribuído a estabilização do valor daprovisão para pensões e a redução do valordas outras provisões.

Quanto às operações e movimentos nofundo de capital verificou-se que o retornototal ascendeu a 185 milhões de euros,tendo o retorno líquido das actividadespetrolíferas apresentado um valor na ordemdos 59 milhões de euros e o retornofinanceiro cerca de 126 milhões de euros.Os recursos afectos à distribuição eactividades directas foram de 70 milhões deeuros, valor equivalente a 2003. As despesas administrativas e operacionaistiveram um acréscimo de 1,1 por cento,inferior, portanto, à taxa de inflação. As diferenças de câmbio desfavoráveis,sobretudo devido ao já referidocomportamento do USD, situaram-se nos38,3 milhões de euros.

5 de Maio de 2005

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›› Balanço e Contas31 de Dezembro de 2004

Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2004

(103 Euros)

Notas 2004 2003

Imobilizado

Imobilizações corpóreas 2 59 559 54 870

Investimentos 3 2 359 682 2 260 669

Colecções de arte 1 – –

2 419 241 2 315 539

Activo corrente

Devedores 5 71 597 66 556

Depósitos a curto prazo 21 500 2 000

Depósitos à ordem 90 159 89 221

183 256 157 777

Passivo corrente 6 (65 133) (57 898)

Activo corrente líquido 118 123 99 879

Total do activo menos passivo corrente 2 537 364 2 415 418

Passivo de médio e longo prazo 6 (460) (350)

Provisões para riscos e encargos 7 (198 621) (200 484)

Activo líquido, representado pelo fundo de capital 2 338 283 2 214 584

›› Para ser lido com as notas anexas ao Balanço e Contas.

Page 8: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

Demonstrações consolidadas das operações e movimentos no fundo de capitalpara o ano findo em 31 de Dezembro de 2004

(103 Euros)

Notas 2004 2003

Retorno líquido das actividades petrolíferas 9 59 179 59 895

Retorno financeiro 10 125 810 206 605

184 989 266 500

Despesas administrativas e operacionais (22 635) (22 398)

Retorno líquido do ano 162 354 244 102

Distribuição e actividades directas 11 (70 017) (70 068)

Reforço da provisão para pensões 7 (13 520) (12 931)

Outras provisões 7 1 393 (1 441)

Redução da provisão para imparidade de activos 2 – 19 794

Amortizações (edifícios e viaturas) 2 (939) (1 294)

Custos de reestruturação 13 – (1 508)

Outras receitas 14 12 986 22 813

Retorno corrente retido 92 257 199 467

Diferenças de câmbio (38 293) (70 443)

Transferência para o fundo de capital 8 53 964 129 024

Reserva de reavaliação 3 69 735 (31 748)

Fundo de capital no início do ano 2 214 584 2 117 308

Fundo de capital no fim do ano 2 338 283 2 214 584

›› Para ser lido com as notas anexas ao Balanço e Contas.

Page 9: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

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Demonstração de fluxos de caixa consolidadospara o ano findo em 31 de Dezembro de 2004

(103 Euros)

2004 2003

Actividades operacionais

Transferência para fundo de capital 53 964 129 024

Amortizações do exercício 2 022 2 436

Anulação da provisão para imparidade de activos – (19 794)

Aumento das provisões para pensões 13 520 12 931

Aumento/(redução) de outras provisões (1 393) 1 441

Diferenças cambiais 2 996 2 078

Mais-valias na alienação de imobilizado (149) (10 037)

Outras mais-valias – (6 010)

(Aumento)/redução de devedores (3 130) 6 076

Aumento/(redução) de subsídios (2 656) 1 074

Aumento/(redução) de credores 10 411 (3 534)

Utilização de outras provisões (715) (544)

74 870 115 141

Actividades de investimento

Variação líquida da carteira de investimentos (29 278) (93 671)

Aquisições de imobilizado (10 003) (15 320)

Venda de imobilizado 194 10 046

Fundos recebidos – 6 010

Aumento/(redução) depósitos curto prazo (19 500) (1 500)

(58 587) (94 435)

Actividades de financiamento

Pagamento de empréstimos – (3 552)

Pagamento de responsabilidades com leasings (368) (429)

Pensões pagas (14 977) (15 179)

(15 345) (19 160)

Variação líquida em caixa e equivalentes 938 1 546

Caixa e equivalentes no início do período 89 221 87 675

90 159 89 221

›› Para ser lido com as notas anexas ao Balanço e Contas.

Page 10: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

Balanço da Fundação em 31 de Dezembro de 2004

(103 Euros)

Notas 2004 2003

Imobilizado

Imobilizações corpóreas 2 9 463 9 551

Investimentos 3 2 471 913 2 364 362

Colecções de arte 1 – –

2 481 376 2 373 913

Activo corrente

Companhias subsidiárias 4 22 835 29 597

Devedores 5 28 199 27 241

Depósitos a curto prazo 21 500 2 000

Depósitos à ordem 278 532

72 812 59 370

Passivo corrente 6 (20 272) (22 913)

Activo corrente líquido 52 540 36 457

Total do activo menos passivo corrente 2 533 916 2 410 370

Passivo de médio e longo prazo 6 (460) (350)

Provisões para riscos e encargos 7 (195 173) (195 436)

Activo líquido, representado pelo fundo de capital 2 338 283 2 214 584

›› Para ser lido com as notas anexas ao Balanço e Contas.

Page 11: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

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Demonstrações das operações e movimentos no fundo de capitalpara o ano findo em 31 de Dezembro de 2004

(103 Euros)

Notas 2004 2003

Retorno financeiro 10 150 109 207 441

Despesas administrativas e operacionais (14 261) (14 354)

Retorno líquido do ano 135 848 193 087

Distribuição e actividades directas 11 (70 017) (70 068)

Reforço da provisão para pensões 7 (12 807) (12 385)

Outras provisões 7 (299) (482)

Amortizações (edifícios e viaturas) 2 (659) (1 087)

Custos de reestruturação 13 – (1 508)

Outras receitas 14 7 185 22 813

Retorno corrente retido 59 251 130 370

Diferenças de câmbio (4 731) (1 346)

Transferência para o fundo de capital 8 54 520 129 024

Reserva de reavaliação 3 69 179 (31 748)

Fundo de capital no início do ano 2 214 584 2 117 308

Fundo de capital no fim do ano 2 338 283 2 214 584

›› Para ser lido com as notas anexas ao Balanço e Contas.

Page 12: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

Nota 1Políticas contabilísticas

a) Actividades

A Fundação Calouste Gulbenkian é umainstituição constituída sem fins lucrativoscom sede em Lisboa, Portugal. A Fundaçãofoi criada pelo testamento do seu fundadorSr. Calouste Sarkis Gulbenkian, sendo-lheatribuído o estatuto de utilidade públicapelo Decreto-Lei n.º 40690, de 18 de Julhode 1956. A acção da Fundação exerce-seatravés da concessão de subsídios erealização de outras formas de actividadecom os seguintes fins estatutários: Arte,Beneficência, Ciência e Educação.

As actividades das companhias subsidiáriasestão relacionadas com as suasparticipações nos interesses petrolíferos edo gás no Golfo Pérsico, no Médio Oriente,no Brasil e no Norte de África.

b) Bases de apresentação

As demonstrações financeiras sãoapresentadas de acordo com as NormasInternacionais de Relato Financeiro.

As demonstrações financeiras sãoapresentadas em milhares de euros baseadasno princípio do custo histórico, excepto osseguintes activos que são apresentados aoseu justo valor: investimentos financeirosclassificados como de negociação einvestimentos financeiros classificados como disponíveis para venda (“available-for-sale”).

As políticas contabilísticas foram aplicadasconsistentemente pelas empresas do Grupo esão consistentes com as do ano anterior.

c) Bases de consolidação

As demonstrações financeiras consolidadasreflectem os activos, passivos e resultados

das empresas subsidiárias tal como definidona nota 3, relativamente aos exercíciosfindos em 31 de Dezembro de 2004 e 2003.

As participações financeiras nas empresassubsidiárias, que representam 50 por centoou a maioria do capital ou direitos de votoe em que a Fundação exerce controlo, são consolidadas pelo método da consolidação integral.

Os saldos e transacções significativosexistentes entre empresas do Grupo são eliminados.

d) Reconhecimento de custos e proveitos

Os custos e os proveitos são registados no exercício a que respeitam,independentemente do momento do seupagamento ou recebimento, de acordo como princípio contabilístico da especializaçãodo exercício.

Juros, dividendos, royalties e outrosproveitos resultantes dos recursos do Gruposão reconhecidos como proveitos, quando é provável que os benefícios económicosassociados com a transacção fluam para o Grupo e o proveito pode ser mensuradocom confiança. Os juros são reconhecidoscom base na periodificação, com a excepçãose existirem dúvidas quanto ao seurecebimento. Os royalties e outros proveitossão reconhecidos com base naperiodificação dos proveitos com referênciaà substância do acordo relevante.

e) Reconhecimento de proveitos nasactividades petrolíferas

Os proveitos resultantes da venda depetróleo e gás são apenas reconhecidosquando os riscos e os benefícios do direitode propriedade se encontram transferidospara o comprador e quando não existeincerteza na determinação dos custosassociados.

Notas ao Balanço e Contas31 de Dezembro de 2004

Page 13: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

f) Custos capitalizados nas actividadespetrolíferas

O Grupo segue para a actividade petrolíferao critério de contabilização designado de“successful efforts” (resultados bemsucedidos). Os custos com a aquisição depropriedades ou concessão, os poços depesquisa de petróleo com sucesso, os custosde desenvolvimento, incluindo juros definanciamento, o equipamento e instalaçõesde suporte à actividade petrolífera sãocapitalizados. Os custos com os poços deexploração sem resultados confirmados sãodebitados à conta de perdas e lucros. Os custos de produção, despesas deestrutura e todas as despesas de exploração,excepto os custos com os furos de pesquisade poços com sucesso, são debitados àconta de perdas e lucros no ano em que são incorridos.

g) Imobilizado corpóreo

A maioria do equipamento é amortizado noano de aquisição. Os bens imobiliários eoutros com um valor significativo sãoincluídos nas imobilizações corpóreas pelovalor de custo, líquidos de subsídiosrecebidos e são amortizados pelo tempoestimado de vida útil, utilizando o métodode taxas fixas, como se segue:

› Edifícios 2-12%› Equipamento de transporte 25-33,3%› Outro equipamento 100%

h) Subsídios recebidos

Os subsídios recebidos no âmbito doPrograma Operacional da Cultura destinadosa financiar a remodelação de infra--estruturas e equipamentos, são creditadosem resultados, em conformidade com astaxas de amortização do equipamentocorrespondente.

i) Investimentos

Os investimentos em títulos cotados sãoconsiderados como investimentos denegociação e são reavaliados anualmente àcotação de mercado à data do balanço. As mais e menos-valias resultantes dadiferença entre o valor contabilístico e o

valor apurado segundo o critério acimacitado, são registadas na “Demonstração das operações e movimentos no fundo de capital”.

Os investimentos são registados na data da transacção.

Os investimentos em empresas não cotadassão classificados como investimentosdisponíveis para venda (“available-for-sale”)e são registados ao valor de mercado. As variações no valor de mercado sãoregistadas no fundo de capital.

O valor de mercado foi determinado emanos anteriores através de avaliaçõesefectuadas por especialistas independentescom base no valor actual líquido dos fluxosde caixa futuros, procedendo a Fundaçãoanualmente à actualização destas avaliaçõescom base em pressupostos de mercado.

Os investimentos em moeda estrangeiraencontram-se parcialmente cobertos porcontratos a prazo de moeda com vista à cobertura do risco cambial da moeda.

j) Imparidade dos activos

O valor de balanço dos activos é analisadoanualmente de forma a determinar se existealgum indício de imparidade. Se tal indícioexistir, é estimado o valor recuperável do activo. Uma perda por imparidade é reconhecida na “Demonstração dasoperações e movimentos no fundo de capital” sempre que o valor de balançodo activo excede o seu valor recuperável.

Uma perda por imparidade reconhecida de um activo em anos anteriores deve serrevertida se, e somente se, houver umaalteração nas estimativas usadas paradeterminar a quantia recuperável do activodesde que a última perda por imparidade foi reconhecida.

k) Contratos a prazo de moeda

Os contratos a prazo de moeda sãoreavaliados às taxas de câmbio a prazo demercado ou, na sua ausência, através do seucálculo com base nas taxas de juroaplicáveis ao prazo residual da operação.

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Page 14: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

As diferenças entre os contravalores em euros às taxas de reavaliação a prazoaplicadas e os contravalores em euros às taxas contratadas são registadas na“Demonstração das operações e movimentosno fundo de capital”.

l) Caixa e equivalentes de caixa

Caixa e equivalentes de caixa consiste emnumerário e saldos de depósitos em bancoscom maturidade inferior a três meses.

m) Colecções de arte

A colecção de arte do Fundador foi doada à Fundação Calouste Gulbenkian pelopróprio fundador e está incluída nas contas da Fundação por um valor simbólico.

A colecção de arte moderna compõe-se deobras de arte adquiridas ao longo dos anos,cujo custo foi totalmente amortizado no ano de aquisição.

n) Locação financeira

Os contratos de locação financeira sãoregistados na data do seu início comoactivo e passivo pelo justo valor da propriedade locada, que é equivalente ao valor actual das rendas de locaçãovincendas.

As rendas são constituídas pelo encargofinanceiro e pela amortização financeira do capital. Os encargos financeiros sãoimputados aos períodos durante o prazo de locação.

o) Conversão em moeda estrangeira

As transacções em moeda estrangeira foramconvertidas em euros às taxas de câmbioindicativas do Banco de Portugal. Os activose passivos expressos em moeda estrangeiraforam convertidos em euros às taxas de câmbio em vigor à data do Balanço.

p) Planos de pensões

A Fundação assumiu a responsabilidade de pagar aos empregados pensões de reforma por velhice e pensões de reformapor invalidez, nos termos estabelecidos

no “Regulamento do Plano de Pensões do Pessoal” e no “Plano de Pensões” da Fundação.

Estas pensões destinam-se a complementaras pensões atribuídas pela Segurança Social e são determinadas em função dotempo de serviço de cada empregado. Paracobrir esta responsabilidade é constituídauma provisão que representa uma estimativado capital necessário para pagar os benefícios aos actuais pensionistas e os benefícios futuros a pagar aos empregados actuais.

Anualmente são reconhecidos nademonstração das operações e movimentosno fundo de capital os encargos correntesdo plano que correspondem ao total líquidodos montantes de custo do serviço correntee custo dos juros.

Até 31 de Dezembro de 2002 quaisquerganhos ou perdas actuariais eram registados quando incorridos. A partir de 1 de Janeiro de 2003 os ganhos e perdas actuariais apurados anualmente são reconhecidos como um activo ou umpassivo e o seu valor acumulado é imputado a resultados com base no método do corredor.

Este método estabelece que os ganhos e perdas actuariais acumulados no início do ano que excedam 10 por cento do maiorde entre o total das responsabilidades e dovalor do fundo também reportados ao iníciodo ano, sejam reconhecidos como despesascom custo diferido e imputados a resultadosdurante um período equivalente à médiaesperada da restante vida de trabalho dos empregados participantes no plano. Os ganhos e perdas actuariais acumuladosno início do ano que se situem dentro do referido limite, são reconhecidos na conta de proveitos ou custos diferidos e não são amortizados.

q) Impostos

Por despacho do Ministro das Finanças, de 18 de Julho de 1989, foi reconhecida à Fundação Calouste Gulbenkian a isençãode Imposto sobre o Rendimento das PessoasColectivas.

Page 15: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

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Nota 2Imobilizações corpóreas

(103 Euros)

Consolidado Base individual

2004 2003 2004 2003

Terrenos e edifícios 22 218 20 523 22 128 20 523

Equipamento de transporte 2 188 2 079 2 009 1 872

Outro equipamento 15 197 14 023 13 238 12 311

Imobilizado em curso 62 870 60 676 – 1 329

102 383 97 301 37 375 36 035

Amortizações acumuladas (29 513) (28 075) (27 912) (26 484)

Provisão para imparidadede activos (13 311) (14 356) – –

59 559 54 870 9 463 9 551

O Imobilizado em curso inclui oinvestimento efectuado no projecto “Dunga Oil Field” no montante de € 51 235 milhares (2003: € 51 904milhares) em parceria com a Oman OilCompany Ltd. Esta rubrica inclui aindainvestimentos efectuados em concessõespetrolíferas no Brasil e Argélia no montantede € 6 324 000 (2003: € 6 324 000) e € 2 622 000 (2003: € 1 119 000),respectivamente.

Em 2001 foi assinado um acordo de “farm-in” com a companhia petrolíferaMaersk, em que esta adquiriu 60 por centodos direitos de exploração e desenvolvimentodo “Dunga Oil Field”, enquanto a Oman OilCompany e a Partex (Kazakhstan) mantêmuma posição de 20 por cento cada. Esta operação foi aprovada pelasautoridades do Cazaquistão, pelo que a companhia petrolífera encontra-se a proceder a explorações adicionais,estendendo desta forma a fase-piloto do projecto Dunga.

O valor actual líquido estimado para oprojecto Dunga com referência a 31 deDezembro de 2001 foi de € 15 885 624(USD 14 000 000) tendo sido determinadopelo valor actual líquido dos cash flowsestimados futuros, tendo por basepressupostos de mercado determinados por avaliadores independentes. Nesta base foi constituída em 2001 uma provisão para imparidade de activos no montante de € 48 940 000 (USD 43 131 230) para reflectir o valor de mercado deste activo.

Com a entrada da Maersk no projecto, a abordagem tecnológica da exploração do petróleo foi reavaliada, pelo que, tendopor base o sucesso obtido nos novosmétodos de perfuração, a Administraçãoconsiderou, em 2003, apropriada a reduçãoda provisão para imparidade de activos em € 19 794 000 (USD 25 000 000).

A variação da provisão para imparidade de activos inclui a actualização cambial de USD para Euro.

Os movimentos da rubrica “Imobilizadocorpóreo” durante o ano de 2004, para o Grupo, são analisados como segue:

(103 Euros)

Saldo em Aquisições/ Abates Diferenças Saldo em01/Jan./04 /dotações cambiais 31/Dez./04

Custo:

Terrenos e edifícios 20 523 1 673 (68) – 22 128

Equipamento de transporte 2 079 471 (398) 36 2 188

Outro equipamento 14 023 1 347 (181) 8 15 197

Imobilizado em curso 60 676 8 040 (1 528) (4 318) 62 870

97 301 11 531 (2 175) (4 274) 102 383

Amortizações acumuladas:

Terrenos e edifícios 12 747 452 (29) – 13 170

Equipamento de transporte 1 552 430 (394) 30 1 618

Outro equipamento 13 776 1 140 (179) (12) 14 725

28 075 2 022 (602) 18 29 513

Os movimentos da rubrica “Imobilizadocorpóreo” durante o ano de 2004, para a Fundação, são analisados como segue:

(103 Euros)

Saldo em Aquisições/ Saldo em01/Jan./04 /dotações

Abates31/Dez./04

Custo:

Terrenos e edifícios 20 523 1 673 (68) 22 128

Equipamento de transporte 1 872 419 (282) 2 009

Outro equipamento 12 311 934 (7) 13 238

Imobilizado em curso 1 329 199 (1 528) –

36 035 3 225 (1 885) 37 375

Amortizações acumuladas:

Terrenos e edifícios 12 747 452 (29) 13 170

Equipamento de transporte 1 429 356 (278) 1 507

Outro equipamento 12 308 934 (7) 13 235

26 484 1 742 (314) 27 912

A rubrica “Equipamento de transporte”,inclui o montante de € 1831 milharesrelativo a equipamento adquirido através de financiamento em leasing.

Page 16: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

No termo dos contratos de leasinga Fundação tem a opção de adquirir oequipamento a um preço substancialmentereduzido.

Os abates em imobilizado em curso, no montante de € 1 528 000, referem-se a transferências para a rubrica “Terrenos e edifícios”.

As amortizações do exercício de 2004incluem amortizações no montante de € 1 083 000 que se encontram afectas à rubrica “Distribuição e actividadesdirectas” (Nota 11).

Nota 3Investimentos

(103 Euros)

Consolidado Base individual

2004 2003 2004 2003

Custo:

Obrigações 602 707 626 320 602 707 626 320

Acções 719 944 765 537 719 944 765 537

Fundos de investimento 370 551 326 292 370 551 326 292

Contratos a prazo de moeda

› Compra moeda (1 126 386) (1 075 943) (1 126 386) (1 075 943)

› Venda moeda 1 126 386 1 075 943 1 126 386 1 075 943

Futuros 1 – 1 –

Disponibilidades 269 788 274 303 269 788 274 303

Outros investimentos 122 547 94 654 29 686 14 927

2 085 538 2 087 106 1 992 677 2 007 379

Justo valor 2 359 682 2 260 669 2 471 913 2 364 362

As diferenças entre o valor de aquisição e o justo valor, à data de 31 de Dezembrode 2004, são analisadas como segue:

(103 Euros)

Consolidado Base individual

Valor de Justo Valor de Justoaquisição valor aquisição valor

Obrigações 602 707 578 103 602 707 578 103

Acções 719 944 750 606 719 944 750 606

Fundos de investimento 370 551 352 075 370 551 352 075

Contratos a prazo de moeda

› Compra moeda (1 126 386) (1 065 523) (1 126 386) (1 065 523)

› Venda moeda 1 126 386 1 123 713 1 126 386 1 123 713

Futuros 1 (24) 1 (24)

Disponibilidades 269 788 269 650 269 788 269 650

Outros investimentos 122 547 351 082 29 686 463 313

2 085 538 2 359 682 1 992 677 2 471 913

A 31 de Dezembro de 2004, o valorcontabilístico dos outros investimentos é analisado como segue:

(103 Euros)

Consolidado Baseindividual

Valor Valorcontabilístico contabilístico

Subsidiárias:

Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation – 433 407

Economic and General Secretariat Limited – 33

Interesses petrolíferos e do gás:

Acções 257 742 –

Adiantamentos 50 743 –

Outros investimentos:

Fundo NovEnergia 5 907 –

Lusenerg Energias Renováveis SGPS, S.A. 4 627 –

SGAM/4D Global Energy Fund 2 190 –

Office Park Expo – Fundo de InvestimentoImobiliário Fechado 16 296 16 296

Outros investimentos em imóveis 9 437 9 437

Edifícios 4 140 4 140

351 082 463 313

Os outros investimentos encontram-seclassificados como disponíveis para venda.A diferença entre o valor de aquisição e ojusto valor encontra-se registada na rubricade “Reserva de reavaliação” da“Demonstração das operações e movimentosno fundo de capital”.

As acções em investimentos em interessespetrolíferos e do gás encontram-seregistadas ao valor de mercado conformereferido na política contabilística 1 i). As avaliações reflectem o valor actuallíquido dos fluxos de caixa futurosestimados tendo por base pressupostos de mercado.

O valor de mercado destes investimentos foiobjecto de actualização com referência a 31 de Dezembro de 2004, ascendendo a Reserva de reavaliação a € 237 401 000(USD 323 007 000). A movimentação da referida reserva pode ser analisada com segue:

Page 17: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

190191

103 Euros 103 USD

Reserva de reavaliaçãoa 31 de Dezembro de 2003 207 014 236 369

Acréscimo da reservade reavaliação em 2004 69 735 86 638

Diferença cambial em 2004 (39 348) –

Reserva de reavaliaçãoem 31 de Dezembro de 2004

237 401 323 007

A reserva de reavaliação de 2003 acimareferida é apresentada líquida de diferençascambiais.

Em 2001, o Grupo efectuou um investimentode 50 acções no fundo fechado NovEnergia2010 no montante de € 2 500 000. Foram efectuados investimentos adicionais de 23 acções no montantede € 1 201 591 e de 27 acções no montantede € 1 510 005 em 2003 e 2004,respectivamente. Este fundo encontra-seregistado no Luxemburgo e tem comoobjectivo o investimento em projectos que utilizam energias renováveis como fonteenergética e em empresas relacionadas com o seu desenvolvimento.

Em 2002, o Grupo efectuou um investimentono montante de € 2500 referente a umaparticipação de 5 por cento na Lusenerg –Energias Renováveis SGPS, S.A. Esta empresadetém uma participação maioritária naGenerg SGPS, S.A., que produz energia a partir de fontes renováveis.

O investimento na Lusenerg – EnergiasRenováveis SGPS, S.A. inclui tambémsuprimentos que se decompõem comosegue:

Montante TaxaData

103 EurosIndexante Spread

actual

Julho 2003 259 Euribor 6 meses 1,50% 3,72%

Novembro 2003 36 Euribor 6 meses 0,65% 2,87%

Maio 2004 551 Euribor 6 meses 0,65% 2,87%

Junho 2004 1 630 Euribor 6 meses 0,65% 2,87%

Junho 2004 2 118 Euribor 6 meses 0,65% 2,87%

Novembro 2004 30 Euribor 6 meses 0,65% 2,87%

4 624

Os suprimentos concedidos em Junho de 2004 no montante de € 1 630 000 e € 2 118 000 destinam-se a necessidadesde financiamento da sociedade. O reembolsoserá efectuado em prestações anuais iguaise sucessivas até Dezembro de 2007.

Os suprimentos efectuados em Julho de2003 e Maio de 2004, no montante de € 258 800 e € 551 494, respectivamente,referem-se à primeira e segunda tranche deum contrato de suprimentos no montanteglobal de € 1 380 000 a utilizar até 2005 edestinam-se a necessidades de financiamentoda Generg. O reembolso será efectuado no prazo máximo de 12 anos em prestações anuaisiguais e sucessivas com pagamentos a iniciar decorridos quatro anos após cada suprimento.

Os suprimentos concedidos em Novembro de2003 e 2004, no montante de € 36 180 e€ 30 150, destinam-se a necessidades degestão de tesouraria da Lusenerg. O reembolsoserá feito em prestações anuais iguais esucessivas no prazo máximo de oito anos.

O Grupo assumiu o compromisso de investirUSD 5 100 000 no fundo de direito irlandêsSGAM/4D Global Energy Fund plc, dos quais62,2 por cento se encontram subscritos a 31de Dezembro de 2004. Este fundo pretendeefectuar investimentos na área da energia. O valor de aquisição deste investimento é de € 2 329 000 (USD 3 172 236). Este investimento encontra-se registado ao valor de mercado.

Em 2002, a Fundação efectuou um investimento inicial no montante de € 5 000 000 no fundoOffice Park Expo – Fundo de InvestimentoImobiliário Fechado, equivalente a 25 porcento do capital do fundo. Em 2004, a Fundação efectuou a subscrição do montantede € 11 250 000 correspondente a 25 porcento do aumento de capital do fundoocorrido durante 2004. O fundo destina-se à aquisição de terrenos, construção earrendamento ou venda de prédios no Parquedas Nações em Lisboa. Este investimentoencontra-se registado ao valor de mercado.

A rubrica “Outros investimentos em imóveis”é referente ao investimento no Fundo deInvestimento Imobiliário Fechado Imosociale no fundo Logística de Distribuição – Fundode Investimento Imobiliário Fechado nomontante de € 5 257 000 e € 3 964 000,respectivamente. Estes investimentosencontram-se registados ao valor de mercado.

O investimento em edifícios corresponde a um imóvel sito na Av. 5 de Outubroadquirido em 1990.

Page 18: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

Os investimentos estão apresentadoslíquidos de mais ou menos-valias apuradasde acordo com a política contabilísticareferida em 1 i).

Companhias subsidiárias –participações

Em 31 de Dezembro de 2004, as companhiassubsidiárias incluídas na consolidação decontas da Fundação foram as seguintes:

CapitalMoeda

ActividadeSubsidiárias Sede

social%

económica

Participações directas:

Partex Oil and Gas(Holdings) Corporation Ilhas Caimão 50 000 USD 100 a)

Economic and GeneralSecretariat Limited* Inglaterra 4 000 GBP 100 b)

Participações indirectas:(através da Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation)

Participationsand ExplorationsCorporation Panamá 2 800 USD 100 a)

Partex (Oman) Corporation Panamá 2 500 USD 100 a)

Partex Gas Corporation Panamá 2 000 000 USD 100 a)

Partex (Kazakhstan)Corporation Ilhas Caimão 5 000 USD 100 a)

Partex Services Corporation Panamá 2 300 000 USD 100 b)

PMO Services, S.A. Liechtenstein 500 000 CHF 100 b)

Partex Brasil Ltda. Brasil 272 000 BRL 100 a)

Partex (Brazil) Corporation Ilhas Caimão 50 000 USD 100 c)

Partex (Algeria) Corporation Ilhas Caimão 50 000 USD 100 a)

(através da Partex Services Corporation)

Petroprimo – Serviços paraa IndústriaPetrolífera, S.A. Portugal 50 000 EUR 100 b)

a) Companhias participantes em concessões petrolíferas ou operações contratuais.b) Prestação de serviços.c) Gestora de participações.* Esta empresa participada encontra-se sem actividade.

Nota 4Companhias subsidiárias

(103 Euros)

Base individual

2004 2003

Dividendos a receber 22 359 29 278

Empréstimo 90 90

Saldo da conta corrente 386 229

22 835 29 597

Nota 5Devedores

(103 Euros)

Consolidado Base individual

2004 2003 2004 2003

Devedores (interessespetrolíferos) 38 706 31 700 – –

Juros a receber 335 271 335 271

Devedores diversos 32 556 34 585 27 864 26 970

71 597 66 556 28 199 27 241

A rubrica de “Devedores diversos” inclui omontante de € 6 584 000 referente aoremanescente a receber pela venda de umimóvel ocorrida no exercício de 2003. O valor inicial no montante de € 8 230 000será pago em cinco prestações anuais,iguais e sucessivas e com vencimento entre30 de Junho 2004 e 2008 incidindo sobre ocapital em dívida juros compensatórios àtaxa de referência do BCE acrescida de um“spread” de 0,15 por cento. À data de 31de Dezembro de 2004 encontrava-seliquidada a primeira prestação.

Esta rubrica inclui ainda o montante de € 17 705 000 referente a perdas actuariaise que serão diferidas de acordo com a NIC 19, bem como o custo com os serviçospassados no montante de € 550 000 aamortizar em três anos (Nota 7).

Nota 6Passivo corrente e de médioe longo prazo

(103 Euros)

Consolidado Base individual

2004 2003 2004 2003

Passivo corrente:

Subsídios 8 102 10 758 8 102 10 758

Credores (interessespetrolíferos) 38 318 31 108 – –

Fornecedores de leasing 312 275 312 275

Credores diversos 18 401 15 757 11 858 11 880

65 133 57 898 20 272 22 913

O saldo da conta de “Subsídios”corresponde aos subsídios autorizados mas que se encontram por liquidar, por razões não imputáveis à Fundação, à data do Balanço.

Page 19: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

A rubrica “Credores diversos” inclui omontante de € 9 000 (2003: € 56 000)referente a ganhos actuariais e que serãodiferidos de acordo com a NIC 19 (Nota 7).

(103 Euros)

Consolidado Base individual

2004 2003 2004 2003

Passivo de médio e longo prazo:

Fornecedores de leasing 460 350 460 350

460 350 460 350

O montante das responsabilidades para comcontratos de leasing é analisado comosegue:

2004 2003

Menos de Entre um ano Menos de Entre um anoum ano e cinco anos um ano e cinco anos

Capital 312 460 275 350

Juros 20 19 15 12

Pagamentos 332 479 290 362

No ano de 2004 foram celebrados novoscontratos de leasing no montante de€ 515 000.

Nota 7Provisões para riscos e encargos

(103 Euros)

Consolidado Base individual

2004 2003 2004 2003

Provisão para pensões 194 474 194 163 192 202 192 260

Outras provisões 4 147 6 321 2 971 3 176

198 621 200 484 195 173 195 436

Provisão para pensões

A Fundação assumiu a responsabilidade depagar aos empregados pensões de reformapor velhice e pensões de reforma porinvalidez, nos termos estabelecidos no"Regulamento do Plano de Pensões doPessoal" (1979) e no "Plano de Pensões"(1997) da Fundação.

Estas pensões destinam-se a complementaras pensões atribuídas pela Segurança Sociale são determinadas em função do tempo de serviço de cada empregado. Para cobriresta responsabilidade é constituída umaprovisão que representa uma estimativa

do capital necessário para pagar os benefícios aos actuais pensionistas e os benefícios futuros a pagar aosempregados actuais. Até 31 de Dezembro de 2002 quaisquer ganhos ou perdasactuariais eram registados na demonstraçãodas operações e movimentos no fundo de capital quando incorridos. A partir de 1 de Janeiro de 2003 os ganhosou perdas actuariais são registados deacordo com o método do corredor (NIC 19),conforme mencionado na nota 1 p).

Os pressupostos utilizados no cálculo dasresponsabilidades com complementos dereforma com referência a 31 de Dezembro de2004 e 2003 são analisados como segue:

2004 2003

Método actuarial Projected Unit Credit

Tábua de mortalidade TV 73/77

Taxa de rentabilidade real de longoprazo face ao crescimento dos salários 2,50% 2,50%

Taxa de rentabilidade real de longo prazoface ao crescimento das pensões 3,75% 3,75%

Taxa de rendimento do fundo 5,25% 5,25%

O número de participantes no fundo podeser analisado como segue:

(103 Euros)

Consolidado Base individual

2004 2003 2004 2003

Activos 556 553 552 549

Pré-reformados 68 67 68 67

Reformados 945 951 937 945

1 569 1 571 1 557 1 561

A evolução das responsabilidades com complementos de reforma durante o exercício de 2004 é apresentada como segue:

(103 Euros)

Consolidado Base individual

Responsabilidades passadasa 31 de Dezembro de 2003 194 163 192 260

Custo dos serviços correntes 2 095 2 065

Custo dos juros 9 930 9 825

Pensões pagas (14 977) (14 776)

Perdas actuariais 1 403 1 361

Custo com os serviços passados 1 893 1 467

Ajustamento cambial (33) –

Responsabilidades passadasa 31 de Dezembro de 2004 194 474 192 202

Responsabilidades porserviços futuros 220 001 219 396

192193

Page 20: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

O reconhecimento das responsabilidades doexercício é analisado como segue:

(103 Euros)

Consolidado Base individual

Custo dos serviços correntes 2 095 2 065

Custo dos juros 9 930 9 825

Perdas actuariais 1 403 1 361

Custo com os serviços passados 1 893 1 467

Ajustamento cambial 152 –

15 473 14 718

A contrapartida do reconhecimento dasresponsabilidades é analisada como segue:

(103 Euros)

Consolidado Base individual

Demonstrações das operaçõese movimentos no fundo de capitalReforço da provisão 13 520 12 807

Balanço

Proveitos diferidos (Nota 6) 42 –

Custos diferidos (Nota 5) 1 361 1 361

Custos com os serviços passadosa amortizar 550 550

Saldo em 31 de Dezembro de 2004 15 473 14 718

Os movimentos ocorridos na rubrica“Proveitos e custos diferidos” relacionadoscom pensões para o ano de 2004 foramcomo segue:

(103 Euros)

Proveitos diferidos Custos diferidos

ConsolidadoBase

ConsolidadoBase

individual individual

Saldo inicial (56) – 16 344 16 344

Perdas actuariais do ano 42 – 1 361 1 361

Ajustamento cambial 5 – – –

Saldo final (9) – 17 705 17 705

ConsolidadoBase

individual

Limite do corredor 19 416 19 226

Os ganhos e perdas actuariais apurados no ano serão amortizados, no que excede o limite do corredor, pelo períodoequivalente à média esperada da restantevida activa dos empregados participantes no plano.

A rubrica “Custos com os serviços passados”resulta da inclusão de um participante nofundo de pensões. Este montante seráamortizado num período de três anos.

Outras provisões

As outras provisões respeitam acompromissos com outras entidadesgovernamentais e indemnizações relativasao termo de contratos de trabalho relativosa trabalhadores no estrangeiro.

Os movimentos relativos a outras provisõessão analisados como segue:

(103 Euros)

Consolidado Base individual

Saldo em 1 de Janeiro de 2004 6 321 3 176

Reforço de outras provisões 393 299

Anulação de provisões (1 786) –

Utilização de outras provisões (715) (504)

Ajustamento cambial (66) –

Saldo a 31 de Dezembro de 2004 4 147 2 971

Nota 8Fundo de capital

(103 Euros)

Consolidado

2004 2003

Valores recebidos do Fundador,Calouste Sarkis Gulbenkian 11 747 11 747

Acréscimo ao fundo de capitalaté ao início do ano respectivo 1 929 120 1 800 096

Reserva de reavaliaçãono início do ano 273 717 305 465

Acréscimo/(decréscimo) da reservade reavaliação 69 735 (31 748)

Acréscimo/(decréscimo) ao fundode capital no próprio ano 53 964 129 024

2 338 283 2 214 584

Na rubrica “Acréscimo/(decréscimo) ao fundode capital no próprio ano” encontra-se incluído o montante de € 39 348 000(2003: € 47 873 000) referente a diferençascambiais negativas da Reserva de reavaliação.

Nota 9Retorno líquido das actividadespetrolíferas

(103 Euros)

2004 2003

Venda de petróleo e gás 442 855 376 668

Custo das vendas (413 663) (349 897)

Outros rendimentos do petróleo 29 987 33 124

59 179 59 895

Page 21: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

Nota 10Retorno financeiro

A política da Fundação visa obter uma taxade retorno sobre a sua carteira deinvestimentos, líquida de despesas directas.Esta taxa é acordada anualmente com osgestores responsáveis pelo investimento dos fundos no âmbito de orientaçõespreviamente estabelecidas pela Fundação.A desagregação do retorno total atingido em 2004 e 2003 é a seguinte:

(103 Euros)

Consolidado Base individual

2004 2003 2004 2003

Juros 33 410 38 251 30 258 34 113

Dividendos 10 353 13 460 34 427 39 734

Ganhos realizados na carteira 67 968 25 976 67 968 25 976

Perdas realizadas na carteira (29 606) (22 320) (29 606) (22 320)

Reavaliação dos investimentos 50 412 156 917 53 074 135 596

132 537 212 284 156 121 213 099

Custos directos (6 727) (5 679) (6 012) (5 658)

125 810 206 605 150 109 207 441

Nota 11Distribuição e actividades directas

A repartição pelos fins estatutários daFundação, de acordo com o método do“Custeio Total”, é a seguinte:

(103 Euros)

2004 2003

Arte 34 032 32 802

Beneficência 7 574 7 222

Ciência 8 477 8 478

Educação 19 934 21 566

70 017 70 068

Nota 12Despesas com o pessoal

(103 Euros)

Consolidado Base individual

2004 2003 2004 2003

Conselho de Administração 1 055 1 059 876 858

Ordenados e salários 27 221 26 121 22 019 21 899

Encargos sobre remunerações 5 533 5 507 4 777 4 786

Outros custos com o pessoal 3 121 2 897 2 388 2 407

36 930 35 584 30 060 29 950

O número de efectivos é analisado como segue:

Consolidado Base individual

2004 2003 2004 2003

Conselho de Administração 9 9 9 9

Pessoal 641 645 574 574

650 654 583 583

Nota 13Custos de reestruturação

Em 31 de Dezembro de 2003, o montanteapresentado nesta rubrica é referente aoscustos suportados pela Fundação relativosao pagamento de reformas antecipadas e rescisões de contratos.

Nota 14Outras receitas

(103 Euros)

Consolidado Base individual

2004 2003 2004 2003

Venda de edições 1 280 1 228 1 280 1 228

Venda de bilhetes 1 550 1 340 1 550 1 340

Comparticipaçãode outras entidades 2 504 2 649 2 504 2 649

Outras 7 652 17 596 1 851 17 596

12 986 22 813 7 185 22 813

Em anos anteriores foi periodificado nas contas do Grupo o montante de € 5 801 000 para fazer face à coberturade um potencial custo com uminvestimento. Tendo-se confirmado que estecusto não será incorrido, o Grupo efectuoua anulação deste montante durante 2004,pelo que este efeito encontra-se registadona rubrica “Outras” no Consolidado.

Em 2003, a rubrica “Outras” inclui o montante de € 9 966 000 referente à mais-valia líquida apurada na venda de um imóvel.

Em 2003, esta rubrica inclui ainda o valorde € 6 010 000 recebido do fundoGulbenkian Annuities Fund.

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Page 22: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

Nota 15Instrumentos financeiros

a) Valor de mercado dos instrumentosfinanceiros

Os activos financeiros da Fundação incluemos saldos de caixa e equivalentes,devedores, periodificações e investimentos.Os passivos financeiros da Fundação incluemos saldos de credores para com terceiros epara com empresas do Grupo. As políticascontabilísticas para os activos e passivos financeiros encontram-se descritas na nota 1.

b) Risco financeiro

(i) Risco de crédito

A Fundação encontra-se exposta a perdasrelacionadas com o risco de crédito naeventualidade do não cumprimento porparte da contraparte em investimentosfinanceiros e devedores. O Conselho deAdministração considera que as situações derisco de crédito encontram-se identificadas

e devidamente provisionadas no Balanço daFundação.

(ii) Risco de taxa de juro

O risco de taxa de juro encontra-se limitadoàs variações nas taxas de juro praticadasnos mercados financeiros.

(iii) Risco cambial

Os investimentos em moeda estrangeiraencontram-se parcialmente cobertos porcontratos a prazo de moeda com vista à cobertura do risco cambial da moeda.

Nota 16Contingências

Até 31 de Dezembro de 2004 diversosbancos emitiram “performance guarantees”no montante de € 3 909 000 (USD 5 325 000) relativamente a compromissos assumidos pelas concessões no Brasil.

Page 23: Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

Examinámos as demonstrações financeiras que compreendem os balanços individuais econsolidados da Fundação Calouste Gulbenkian em 31 de Dezembro de 2004, bem como asdemonstrações dos resultados e dos fluxos de caixa individuais e consolidados do exercíciofindo naquela data e as notas explicativas. O nosso exame foi realizado de acordo com as Normas Internacionais de Auditoria.

Responsabilidade do Conselhode Administração e dos Auditores

A elaboração das demonstrações financeiras é da responsabilidade do Conselho de Administração. A nossa responsabilidade é a de expressarmos uma opinião sobre essasdemonstrações financeiras, baseada na nossa auditoria.

Bases de OpiniãoAs Normas Internacionais de Auditoria requerem que a auditoria seja planeada e executadade forma a obtermos razoável segurança sobre se as demonstrações financeiras, individuaise consolidadas, contêm ou não distorções materialmente relevantes. Uma auditoria inclui averificação, por amostragem, da evidência de suporte dos valores e informações constantesdas referidas demonstrações financeiras, e a avaliação das estimativas e juízossignificativos utilizados pelo Conselho de Administração na preparação e apresentação dasmesmas. Uma auditoria inclui também a apreciação sobre se os princípios contabilísticosadoptados são adequados, tendo em conta as circunstâncias, bem como a forma deapresentação das demonstrações financeiras. Entendemos que o exame efectuadoproporciona uma base razoável para a emissão da nossa opinião sobre as demonstraçõesfinanceiras referidas.

OpiniãoEm nossa opinião, as citadas demonstrações financeiras representam, de modo apropriado,em todos os aspectos materialmente relevantes, a situação financeira individual econsolidada da Fundação Calouste Gulbenkian, em 31 de Dezembro de 2004, bem como osresultados das suas operações e os fluxos de caixa individuais e consolidados referentes aoexercício findo nessa data, de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro.

Lisboa, 5 de Maio de 2005

KPMG

›› Relatório dos Auditores

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