7
SKRETTING INAUGURA CENTRO DE PESQUISAS NA CHINA Nutreco Brasil e Luciano Roppa: rumo à liderança Pág. 3 Pág. 7 Pág. 10 Boas práticas de manejo em condições adversas Probiótico: o que é e seus benefícios NOTÍCIAS PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA NUTRECO BRASIL NUTRIÇÃO ANIMAL LTDA. EDIÇÃO 8 - ABRIL 2014

SKRETTING - trouwnutrition.com.br · Produtos inovadores e serviços de qualidade ... carnes se mantém controlada, há um suporte para a manutenção (e até de aumento) dos preços

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: SKRETTING - trouwnutrition.com.br · Produtos inovadores e serviços de qualidade ... carnes se mantém controlada, há um suporte para a manutenção (e até de aumento) dos preços

SKRETTINGINAUGURA CENTRO DE PESQUISAS NA CHINA

Nutreco Brasil e Luciano Roppa: rumo à liderança

Pág. 3 Pág. 7 Pág. 10

Boas práticas de manejo em condições adversas

Probiótico: o que é e seus benefícios

NOTÍCIASPUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA NUTRECO BRASIL NUTRIÇÃO ANIMAL LTDA. EDIÇÃO 8 - ABRIL 2014

Page 2: SKRETTING - trouwnutrition.com.br · Produtos inovadores e serviços de qualidade ... carnes se mantém controlada, há um suporte para a manutenção (e até de aumento) dos preços

EDITORIAL

FERTILIZAÇÃO PARA AQUICULTURA

BIONUTRE:

O BIONUTRE foi desenvolvido com o objetivo de auxiliar o balanço de carbono e nitrogênio (C/N) envolvido nos processos de biorremediação e de desenvolvimento de bioflocos. Também é uma fonte eficiente e prá-tica de ingredientes orgânicos para promover a produtividade primária nos viveiros de camarão, através da ciclagem de nutrientes.

O produto BIONUTRE é produzido em baixas temperaturas e apresenta-do em peletes de 3x10 mm. Esse processo diferenciado permite agregar uma ampla gama de micro-organismos probióticos à sua composição de ingredientes vegetais e minerais.

O BIONUTRE proporciona a liberação de dióxido de carbono que é usado diretamente na fotossíntese, além de beneficiar o crescimento de organismos bentônicos. Dessa forma, é uma fonte indireta de alimento para os organismos cultivados, dinamizando a disponibilidade de ali-mento natural no cultivo e, consequentemente, contribuindo para melhorar os índices zootécnicos do cultivo de camarões.

O início de 2014 foi marcado pela manutenção - e até aumen-to - em alguns mercados, pela rentabilidade das atividades de aquicultura, assim como pelas condições ambientais de cultivos próximas aos limites toleráveis. O longo período de estiagem abaixou os níveis dos principais reservatórios, afetando os pa-râmetros da água que são im-portantes para conservação dos bons resultados. Diante desse cenário, mudanças de manejo e utilização da dieta correta são fundamentais para manutenção do ambiente de cultivo e, conse-quentemente, para a rentabilida-de da produção, como veremos adiante no nosso informativo.

Esses desafios produtivos des-tacam a necessidade premente de auxiliar a capacitação dos nossos parceiros e oferecer ao mercado alimentos sustentáveis e de alto desempenho. Assim, pro-moveremos ao longo de 2014 uma intensificação nos progra-mas de treinamento (Fri-Aulas) e uma maior interação com a Skretting (divisão de aquicultura da Nutreco global), aumentando a utilização das tecnologias de-senvolvidas nos seus Centros de Pesquisas (ARC): dietas de saú-de, rações para larvicultura de camarão e rações iniciais para peixes (Starter, Gemma Wean e Gemma Diamond).

Antonio Klüppel NetoGerente de Vendas de Aquicultura

EXPEDIENTENutreco Brasil Nutrição Animal LTDA.Av. Braz Olaia Acosta, 727 - Conj. 601CEP 14026-040 - Ribeirão Preto - SP - BrasilTelefone: +55 (16) 3620 [email protected]

Gerente Geral de Aquicultura: Marcelo ToledoGerente de Vendas de Aquicultura: Antonio KlüppelColaboração: Charlys Emanoel, Daniela Nomura,Adriano Guaraná, Allison Paulino e Raphael VenâncioEdição: Danielle dos Santos SilvaEdição de arte: Produção ConjuntaFotos: Arquivo Nutreco Brasil

NUTRECO BRASIL E LUCIANO ROPPA:

MAIS UM PASSO RUMO À LIDERANÇA

Quais as principais ambições da Nutreco Brasil e os primeiros passos para alcançá-las?

Luciano: As ambições da Nutreco no Brasil são de continuar atendendo as necessidades de nossos Clientes, de forma a torná--los mais competitivos e eficientes. A concentração que ocorre no mercado mundial de carnes e aquicultura tem diminuído as mar-gens dos produtores, forçando a uma melhora constante da sua eficiência. Nossa ambição é a de auxiliar nossos clientes nessa tarefa, através de novas ideias nutricionais e um forte acompa-nhamento técnico. Produtos inovadores e serviços de qualidade são as nossas principais metas, para contribuir com o crescimen-to de nossos Clientes.

De maneira geral, quais as suas perspectivas para o setor de produção animal em 2014?

Luciano: No início de 2014 tínhamos uma perspectiva de um ano muito calmo na área de custos de matérias-primas e de bons preços aos produtores. A seca de janeiro e fevereiro, que afetou duramente alguns estados brasileiros, infelizmente mudou essa perspectiva inicial. Os preços do milho e do trigo subiram além do esperado e a desvalorização do real aumentou os preços dos ingredientes importados. Portanto, devemos esperar uma maior volatilidade nos preços das matérias-primas, o que poderá dimi-nuir as margens dos produtores. Felizmente, como a oferta das carnes se mantém controlada, há um suporte para a manutenção (e até de aumento) dos preços de venda. Podemos verificar isso no preço do leite e da carne bovina, onde a mesma seca que au-mentou os preços da matéria-prima acabou por prejudicar muito a pastagem, levando à diminuição da produção de leite e carne, com consequente aumento dos preços aos produtores. O ano se

inicia e muitas novidades poderão ocorrer, mas certamente nossos olhos já devem se voltar para como irá se comportar a safrinha de milho no Brasil e as condições da safra Norte Americana no segundo semestre.

Especificamente para a aquicultura, quais as ex-pectativas de curto e longo prazo?

Luciano: A aquicultura brasileira tem expectativas muito boas a curto e longo prazo e a prova disso é o forte crescimento da atividade nos últimos anos. Problemas momentâneos sempre acabam por prejudicar de tempos em tempos o desenvolvimento de determinadas regiões. Neste ano, por exemplo, a falta de chuvas no Nordeste e a seca no Sudoeste, acabaram por pre-judicar o crescimento da atividade nestas regiões. Apesar dos contratempos, a atividade continua crescendo e se fortalecendo, com excelentes oportunidades de crescimento tanto no mercado interno como nas exportações.

Como a Nutreco Brasil se encaixa dentro desse cenário?

Luciano: A Nutreco do Brasil possui 7 fábricas, das quais 3 delas produzem produtos para Aquicultura. Elas estão estrategi-camente localizadas no estado de São Paulo, Ceará e Piauí. Pro-duzimos produtos extrusados e peletizados, numa ampla gama de produtos para peixes e camarões. Nosso diferencial é que pertencemos ao maior grupo mundial de produção de alimentos para aquicultura, que atua em mais de 30 países e que conta com inúmeras estações experimentais. Nossos produtos são ino-vadores e amplamente testados nos mais diferentes ambientes e desafios. Tudo isso para levar aos nossos Clientes o que há de mais moderno e eficiente em matéria de nutrição e manejo.

No dia 1º de Janeiro de 2014, o executivo Luciano Roppa assumiu a diretoria da Nutreco Brasil com a missão de solidificar os negócios já implementados e abrir novas fronteiras para que, nos próximos anos, a empresa atinja a liderança no mercado brasileiro.

Com mais de quarenta anos de experiência no agronegócio, Luciano é Médico Veterinário formado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), em Botucatu. Tra-balhou durante vinte anos na Guabi Nutrição Animal (Brasil), ajudou a fundar e diri-giu a Nutron Alimentos (no Brasil e na América Latina) e foi vice-presidente mundial da Provimi Holding, conglomerado presente em trinta países. Nos últimos três anos, trabalhou como consultor para importantes empresas de nutrição e saúde animal.

Para Luciano, assumir a gestão da Nutreco Brasil significa um grande desafio. Em entrevista, ele fala sobre suas perspectivas para o mercado e sobre as ambições da empresa para os próximos anos. Confira!

2 3

NOTÍCIAS NOTÍCIAS

Page 3: SKRETTING - trouwnutrition.com.br · Produtos inovadores e serviços de qualidade ... carnes se mantém controlada, há um suporte para a manutenção (e até de aumento) dos preços

SKRETTINGINAUGURA NOVO CENTRO DE PESQUISA PARA CAMARÕES MARINHOS E PEIXES TROPICAIS NA CHINA

A Skretting, líder mundial em fornecimento de soluções nu-tricionais inovadoras e sustentáveis para a aquicultura, repre-senta a divisão de aquicultura da Nutreco. Pioneira e com foco no futuro, a Skretting foi a primeira empresa a enten-der a importância e a necessidade de investir em pesquisa e desenvolvimento em aquicultura. Diante desse contexto, a unidade central de P&D da Skretting, o Skretting Aquaculture Research Centre (ARC), está envolvida com grandes projetos sobre várias espécies de peixes e camarões e, recentemente, inaugurou mais uma estação de pesquisa: o ARC CHINA.

A nova estação de pesquisa do Skretting ARC foi inaugura-da no final de janeiro, na China, em Hezhoubei, província de Guangdong. Essa nova estação passou a ser o principal cen-tro de pesquisa da Skretting em camarões marinhos e peixes tropicais. A estação foi desenvolvida para apoiar a crescente necessidade de alimentos sustentáveis na Ásia e está ideal-mente posicionada para contribuir com o crescimento global das boas práticas de produção aquícola.

Impulsionado pela crescente demanda da Ásia e da Amé-rica Latina, o mercado global de alimentação para camarão está se expandindo a uma taxa de aproximadamente 5% ao ano (cerca de 3,9 milhões de toneladas em 2012). O ARC China usará o conhecimento mundial em P&D da Skretting para ajudar os carcinicultores a aumentarem a sua produção de camarão sustentavelmente.

“A inauguração da Estação de Pesquisa de Hezhoubei é um marco importante para o ARC. Esse investimento demonstra nosso comprometimento em ajudar na construção de uma ca-deia de carcinicultura mais sustentável a partir de inovação e pesquisa de classe mundial”, citou Alex Obach, diretor da Skretting ARC, durante a cerimônia de abertura.

Obach também homenageou a Dra. Eva Zhou, gerente do ARC China, e a sua equipe pela construção da estação de pesquisa. “A diligência e atenção de Eva aos detalhes resul-tou em uma estação de pesquisa com tecnologia de ponta,

o que permitirá o desenvolvimento de mais alimentos de alto desempenho para aquicultura, os quais são provados para entregar crescimento mais rápido e melhor eficiência alimen-tar para todos os nossos clientes.”

Ocupando uma área de 20.000 m², a estação de pesquisa de Hezhoubei possui instalações internas para a realização de testes de crescimento em camarão e peixes e de digesti-bilidade de nutrientes. Há também tanques e viveiros ao ar livre para estudos com peixes. No total, mais de 250 unida-des experimentais (tanques e gaiolas) estão disponíveis para executar pesquisas tanto com camarão como com peixes, em diferentes condições ambientais.

Entre as espécies que serão estudadas no ARC China in-cluem o camarão branco (Litopenaeus vannamei), várias es-pécies de peixes asiáticos, assim como tilápia e outras espé-cies tropicas de água doce e marinhos. A Estação realizará diversas pesquisas ao longo do ano e, atualmente, conta com 18 funcionários.

A abertura do ARC China trará benefícios não só para a aquicultura da Ásia, mas também para todos os países onde a Nutreco está presente. A Nutreco Brasil está inte-grada nessa rede tecnológica, adaptando os conceitos e processos inovadores desenvolvidos às condições brasilei-ras e às espécies de peixes e camarões cultivadas no país. O CEPAC (Centro de Pesquisa Aplicada a Aquicultura), localizado em Mossoró-RN, já contribui com o conteúdo gerado aqui e deverá gradativamente se integrar as unida-des de pesquisa Skretting.

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

4 5

NOTÍCIAS NOTÍCIAS

Page 4: SKRETTING - trouwnutrition.com.br · Produtos inovadores e serviços de qualidade ... carnes se mantém controlada, há um suporte para a manutenção (e até de aumento) dos preços

CONSULTORIA NUTRECO - PISCICULTURA

APLICADAS EM CONDIÇÕES AMBIENTAIS ADVERSAS

As principais espécies cultivadas no Brasil são caracteriza-das por serem resistentes e apresentarem alto nível de tolerân-cia no que se refere aos parâmetros físico-químicos da água. No entanto, é necessário fazer adaptações no manejo quan-do alguns desses parâmetros se encontrarem em níveis de tolerância extremos.

Dentre outros parâmetros, os que provocam maiores transtornos no cultivo são: oxigênio dissolvido, temperatu-ra e transparência da água. Esses influenciam a mudança de outros parâmetros, como a solubilidade de OD, pH e amônia, por exemplo. O foco deste artigo refere-se às boas práticas de manejo alimentar aplicadas quando algum desses parâmetros se encontrarem em níveis extremos, ob-jetivando minimizar os impactos causados pelos mesmos.

1. Oxigênio Dissolvido (OD)Mesmo as espécies mais cultivadas no Brasil serem resisten-

tes a baixos níveis de OD, esse parâmetro deve ser monitora-

BOAS PRÁTICAS DE MANEJO ALIMENTAR

DANIELA NOMURA [email protected] PAULINO [email protected] TÉCNICOS DE PISCICULTURA

do diariamente, não somente pelo risco de mortalidade, mas também para melhor adequar a estratégia de alimentação dos animais.

É comum verificar nas pisciculturas níveis de OD abaixo de 1,0 mg/L e não observar problemas com mortalidade, po-rém, com um manejo alimentar inadequado para essa situa-ção pode-se ter mortalidades significativas.

O monitoramento diário do OD passa a ser uma ferramenta de informação extremamente importante no cultivo e que está diretamente ligada ao custo de produção. Esse monitoramen-to deve ser feito no mínimo a cada três horas ou sempre que o arraçoador estiver deslocando-se para oferecer o trato de alimentação para os animais. Sugere-se que com OD abaixo de 2,5 mg/l, em condições em que há uma tendência de redução desses níveis, não seja ofertada a ração para os animais. Sempre que os animais são alimentados, o metabo-lismo acelera devido ao processo digestório, que por sua vez aumenta a necessidade de OD. Portanto, alimentar animais

7

NOTÍCIAS

Page 5: SKRETTING - trouwnutrition.com.br · Produtos inovadores e serviços de qualidade ... carnes se mantém controlada, há um suporte para a manutenção (e até de aumento) dos preços

quando verificado baixos níveis de OD pode causar uma mortalidade excessiva no cultivo.

Outro fator relevante é o fato de que alimentando constan-temente os animais em condições inadequadas de OD, os mesmos não farão a digestão do alimento de forma ade-quada e esse alimento não será aproveitado como deveria, sendo assim, inevitavelmente haverá um aumento significativo na conversão alimentar gerando um aumento nos custos de produção.

Em níveis baixos de OD, normalmente, os peixes apresen-tam um comportamento alimentar diferente, buscando a ra-ção de forma mais lenta, sem muita agitação. Nesses casos, se a ração for ofertada em 100% do trato, é provável que haja sobra de ração, consequentemente, essa ração que so-brou irá afundar causando outros problemas ao ambiente.

Para decidir sobre a melhor estratégia alimentar, o conheci-mento dos números adquiridos por meio da coleta de dados com uso de oxímetros deve ser aliado à observação do arra-çoador.

O quadro 1 traz algumas sugestões para alimentação dos peixes em relação aos níveis de OD.

Quadro 1 - Sugestões para alimentação em relação ao nível de OD.

NÍVEL DE OD NA ÁGUA

ESTRATÉGIA ALIMENTAR

Abaixo de 2,0 mg/L Não alimentar.Entre 2,0 e 4,0 mg/L Ofertar entre 50 a 80% do

trato.Acima de 4,0 mg/L Alimentar 100% do trato.

Além do oxigênio dissolvido, a temperatura e a saturação também devem ser observadas.

2. Temperatura da água

A temperatura da água é um parâmetro tão importante quanto o OD, e a sua alteração para limites extremos prejudi-ca o desenvolvimento dos peixes e pode levar a mortalidade quando associada a outros fatores ambientais.

Em relação às espécies de peixes mais cultivadas no Brasil, a tilápia suporta muito bem uma amplitude térmica entre 13ºC e 33ºC, sendo a temperatura preferencial entre 25 e 29ºC. Os peixes são animais pecilotérmicos, ou seja, sua temperatura corporal acompanha as oscilações da temperatura ambiental, alterando o metabolismo e principalmente o apetite dos pei-xes. Quando a temperatura atinge limites críticos, máximo ou

mínimo, sua sobrevivência é comprometida. Quando a tem-peratura da água está fora da preferencial, é necessário ade-quar a estratégia de alimentação, reduzindo a quantidade de alimento ou até mesmo suspendendo a alimentação. Essas são as estratégias de manejo mais indicadas nesta realidade.

Em relação à temperatura há duas situações relevantes a serem consideradas:

• Temperaturas abaixo da preferencial (menor que 25°C): em baixas temperaturas, os peixes reduzem drasticamente o seu consumo de ração, devido ao baixo metabolismo, sendo assim, as taxas de alimentação devem ser reduzidas e o consumo do alimento pelo animal observado. Nessa situação, o tempo de consumo da ração e a observação do arraçoador são os fato-res mais importantes para um bom manejo alimentar;

• Temperaturas acima da preferencial (acima de 30°C): nesta situação, o manejo é mais complexo e requer o acompanha-mento através de termômetro, para uma melhor adequação alimentar. Com as temperaturas elevadas, os peixes ficam mais agitados e alteram seu comportamento alimentar. A temperatu-ra elevada mascara outro problema, a solubilidade do OD na água: quanto maior a temperatura, menor será a solubilidade do OD, ou seja, podem ocorrer casos em que o OD está alto e a solubilidade está baixa, prejudicando a respiração dos pei-xes e interferindo nos processos digestivos. Alimentar 100% da ração em condições de temperaturas elevadas certamente oca-sionará um aumento de mortalidade no cultivo, pois animais alimentados nessa situação não conseguem realizar a digestão de forma adequada, e a ração passará muito tempo no trato digestório, podendo causar o rompimento das paredes do in-testino, promovendo a invasão de bactérias nos demais órgãos do animal e acarretando a morte do peixe. Uma forma de ob-servação neste caso é verificar, em animais mortos, se o trato digestório esta repleto com ração.

Com o acompanhamento constante da temperatura pode--se direcionar a alimentação para os horários com as tem-peraturas mais adequadas. Devemos ainda associar as boas praticas de manejo alimentar ao uso de alimentos estratégicos de saúde como, por exemplo, à dieta de saúde FRI-AQUA PROTEC, que promove o aumento das defesas naturais dos

12h 24h 12h 24h 12h

pH

OD

FIGURA 1 – OSCILAÇÃO DE PH E OD

peixes ajudando a combater os patógenos favorecidos pela temperatura crítica e má qualidade da água.

O quadro 2 traz a indicação de estratégias alimentares quanto à temperatura.

Quadro 2 - Estratégias alimentares quanto à temperatura.

TEMPERATURA ESTRATÉGIA ALIMENTARAbaixo 25°C Redução de 50% do trato.25 a 30°C Alimentar 100% do trato.30 a 31°C Redução de 30 a 50% do

trato.Acima de 31°C Não alimentar.

3. Transparência da água

A transparência da água está normalmente relacionada à produção primária de fitoplâncton do reservatório que, influenciada pelo seu volume, quantidade de matéria orgâ-nica e/ou seu tempo de construção do reservatório, pode oscilar muito durante o ano, com bloons de microalgas constantes.

Em reservatórios onde há problemas de eutrofização, há uma situação de variação constante nos níveis de OD e pH, que interferem diretamente no manejo alimentar dos peixes, conforme a figura 1. Já em reservatórios com transparência de água elevada, há uma condição de maior equilíbrio des-ses parâmetros.

Em situações de grandes oscilações em OD e pH, o mais indicado é condensar os tratos alimentares, evitando o início e final do dia, ou seja, iniciar as alimentações mais tarde e encerrá-las mais cedo. Dessa forma, os animais serão ali-mentados em horários onde as taxas de OD possivelmente estarão mais altas, assim, nos horários em que essas taxas estiverem baixas, os animais já estarão finalizando os proces-sos digestórios.

8 9

NOTÍCIAS NOTÍCIAS

Page 6: SKRETTING - trouwnutrition.com.br · Produtos inovadores e serviços de qualidade ... carnes se mantém controlada, há um suporte para a manutenção (e até de aumento) dos preços

CONSULTORIA NUTRECO - CARCINICULTURA TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS

ADRIANO GUARANÁ [email protected] TÉCNICO DE CARCINICULTURA

PROBIÓTICO: O QUE É E O SEUS BENEFÍCOS PARA O CULTIVO DE CAMARÃO

POLICULTIVO EM VIVEIROS

Existem várias definições para probiose na aquicultura. Uma das mais difundidas refere-se ao uso de suplementos micro-bianos vivos que tenham efeitos benéficos para o hospedei-ro e para o ambiente de cultivo, em razão da modificação da comunidade microbiana, com melhor aproveitamento do alimento artificial, maior crescimento e sobrevivência, melhor resposta imunológica do hospedeiro a doenças e manuten-ção da qualidade da água (Verschuere et al., 2000; Decamp et al., 2008).

Muitos produtores de camarão acreditam que os probióticos são medicamentos como os antibióticos. Eles esperam um efei-to rápido e decisivo quando o cultivo na fazenda apresenta problemas e acabam perdendo o interesse em usá-los quando não veem resultados acentuados e imediatos. Entretanto, a mudança de uma comunidade bacteriana leva tempo. É um processo contínuo que exige adição das cepas benéficas de bactérias ao longo do período de cultivo.

A microflora dos sedimentos e da água na qual o camarão cultivado vive é influenciada pelos micróbios liberados nas fe-zes de todos os animais do ambiente. Se um patógeno está presente, sua densidade populacional pode ser ampliada atra-vés de interações nos tratos intestinais dos animais e nas fezes.

No processo de arraçoamento, quando a ração entra em contato com a água e com o solo, ela adsorve1 ou absorve2 as bactérias presentes antes de ser ingerida pelo organismo cultivado. Contudo, quando a bactéria probiótica é adiciona-da à água dos viveiros, ela é adsorvida pelo alimento e entra no trato-intestinal e compete com os patógenos. Portanto, o técnico da fazenda pode manipular a composição das es-pécies de bactérias, inoculando uma grande quantidade de cepas desejáveis.

A difusão de oxigênio é limitada nos detritos orgânicos no fundo do viveiro, especialmente quando a taxa de arraçoa-mento é alta e, portanto, o oxigênio é rapidamente consumi-do. As bactérias fermentativas, que incluem o Vibrio, tornam--se ativas e liberam ácidos orgânicos, alguns deles são tóxicos para o camarão e são usados pelas bactérias redutoras de

Com o declínio da pesca marinha e continental e divulga-ção dos benefícios do pescado como alimento saudável, a piscicultura tem apresentado crescimento extraordinário nas últimas décadas, deixando de lado o seu viés artesanal para ganhar status de excelente oportunidade de negócio. A pisci-cultura está em plena ascensão no setor agropecuário brasi-leiro. A atividade possui altos índices produtivos no nordeste brasileiro e vem atraindo investimentos significativos para a região.

Nos estados do Piauí e Maranhão, os quais possuem enorme potencial para piscicultura em razão da abundância de recur-sos hídricos e climáticos, a produção está se desenvolvendo, revelando aptidão para o cultivo de forma empresarial. Entre-tanto, com o avanço da piscicultura e pouca organização por parte do setor produtivo, esses estados enfrentam problemas em alguns meses do ano com a distribuição e comercializa-ção do pescado produzido, refletindo em uma diminuição da margem de lucro e em altos estoques de pescado neste perí-odo, exigindo assim uma maior profissionalização do setor.

Uma das saídas encontradas pelos técnicos e produtores responsáveis foi a introdução de novas espécies e técnicas de manejos que possibilitem uma melhor lucratividade, captando novos mercados e até retomando antigos hábitos alimentares da população local por espécies quase extintas nos rios e lagos locais.

O policultivo, dentre outros conceitos, compreende o culti-vo de espécies com hábitos alimentares diferentes no mesmo

¹ interagir quimicamente, retendo um material sobre sua superfície. ² recolher algo para dentro de si.

sulfato nos viveiros. Dessa maneira, é importante não permitir o acúmulo de detritos orgânicos e lodo no fundo dos viveiros e canais nas fazendas. As fezes, o excesso de ração e as algas mortas devem ser decompostos rapidamente. Porém, a aeração sozinha não é suficiente. As populações ativas de bactérias presentes nos viveiros precisam ser trocadas por es-pécies que possibilitem a rápida degradação de complexas moléculas orgânicas.

No mercado podemos encontrar uma gama de produtos que são muito eficientes na quebra de grandes moléculas, como proteínas e gorduras, que utilizam cepas selecionadas de bac-térias probióticas (Bacillus, Leveduras, Lactobacillus) e podem ser adicionadas com frequência e em alta concentração nos viveiros, elas degradam a matéria orgânica mais rapidamen-te do que em situações onde existem somente populações na-turais. As cepas de bactérias denitrificante, que quebram os resíduos orgânicos e utilizam o nitrato quando o oxigênio se esgota, são especialmente eficientes no fundo do viveiro.

Os produtos comerciais já apresentam concentrações de bactérias que eliminam a necessidade da etapa de fermen-tação na fazenda, evitando uma potencial contaminação (e possível risco a humanos e aos organismos alvo) e/ou redu-ção do desempenho do produto (como consequência de uma possível mudança da composição quali-quantitativa do produ-to depois da fermentação).

O sucesso de uma mistura de cepas depende não só de seu desempenho e aplicação específica para a qual ele é vendido, e de sua disponibilidade e custo, mas também da segurança que ele oferece aos organismos em questão, aos humanos consumidores e ao ambiente adjacente.

Evidentemente, minimizar os riscos de uma vibriose exige uma abordagem multidisciplinar, incluindo boa higiene e me-didas sanitárias para controlar a entrada de agentes pató-genos em potencial, bem como uma correta administração da fazenda. Entretanto, os probióticos só são custo-eficientes quando são adequadamente aplicados em conjunto com um manejo correto da fazenda.

CRESCIMENTO

1600,001400,001200,001000,00800,00600,00400,00200,00

0,001 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 22 24 26 28 30 32

SEMANAS DE CULTIVO

1.510,00 g

790 g

CURIMATÃ REDONDOS

Peso

(g)

ambiente de produção (viveiros). Essa prática está sendo di-fundida e utilizada de forma específica para cada região, com a adoção de espécies mais comerciais. A priori tem sido realizado um estudo para caracterização do mercado con-sumidor e então serão adotadas as adequações necessárias para um bom desempenho zootécnico dos indivíduos.

De forma geral, estão sendo produzidos, por exemplo, pei-xes redondos (pacu, tambaqui, pirapitinga e seus híbridos) como espécies dominantes, na proporção de 85% a 90%, juntamente com 10% a 15% de espécies como curimatã (Pro-chilodus), piau (Leporinus) e carpas (Cyprinidae). Essas espé-cies têm a cadeia produtiva mais difundida, possibilitando uma fácil aquisição dos exemplares utilizados nas fazendas. Os ganhos zootécnicos dessas espécies são bastante signifi-cativos e possuem um valor comercial muito atrativo, além de serem de fácil comercialização.

10 11

NOTÍCIAS NOTÍCIAS

Page 7: SKRETTING - trouwnutrition.com.br · Produtos inovadores e serviços de qualidade ... carnes se mantém controlada, há um suporte para a manutenção (e até de aumento) dos preços