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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS VIA REAÇÕES DE ACOPLAMENTO DE 3-IODO- DIHIDROSELENOFENOS COM ALQUINOS TERMINAIS ___________________ Dissertação de Mestrado ALISSON RODRIGUES ROSÁRIO PPGQ Santa Maria, RS, Brasil 2010

SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

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Page 1: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL-DIHIDROSELENOFENOS VIA REAÇÕES DE

ACOPLAMENTO DE 3-IODO-DIHIDROSELENOFENOS COM ALQUINOS

TERMINAIS ___________________

Dissertação de Mestrado

ALISSON RODRIGUES ROSÁRIO

PPGQ

Santa Maria, RS, Brasil

2010

Page 2: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

2

SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL-DIHIDROSELENOFENOS VIA REAÇÕES DE

ACOPLAMENTO DE 3-IODO-DIHIDROSELENOFENOS COM ALQUINOS TERMINAIS

Por

ALISSON RODRIGUES ROSÁRIO

Dissertação apresentada no Programa de Pós-Graduação em Química,

Área de Concentração em Química Orgânica, da Universidade Federal

de Santa Maria (RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de

Mestre em Química

PPGQ

Santa Maria, RS, Brasil

2010

Page 3: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

3

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

A COMISSÃO EXAMINADORA ABAIXO ASSINADA APROVA A DISSERTAÇÃO

DE MESTRADO

SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL-DIHIDROSELENOFE NOS VIA

REAÇÕES DE ACOPLAMENTO DE 3-IODO-DIHIDROSELENOFENOS COM

ALQUINOS TERMINAIS

ELABORADA POR:

ALISSON RODRIGUES ROSÁRIO

COM REQUISITO PARCIAL PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM

QUÍMICA

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. Gilson Zeni – Orientador – UFSM

Prof. Dr. Luciano Dornelles – UFSM

Prof. Dr. Helmoz Roseniaim Appelt – UNIFRA

Santa Maria, 24 de Maio de 2010.

Page 4: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

4

A toda minha família, especialmente as pessoas mais

importantes da minha vida, meus pais Liete e Valtair

(in memorian), meus irmãos Cassiano e Cassiane e

minha querida vó Marina pelo apoio, força, carinho e

incentivo e por sempre estarem ao meu lado para que

eu conseguisse realizar meus ideais. Essa conquista

é nossa

Page 5: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

4

Um agradecimento especial a minha mãe Liete que foi

minha fonte de amor, dedicação, paciência e que jamais

mediu esforços para me proporcionar

uma educação de qualidade. Muito obrigado por tudo.

Esta conquista é dedicada a você

Page 6: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

5

Ao Prof. Gilson, meus sinceros agradecimentos

pela orientação desde a Iniciação Científica. Fica aqui expressado

o meu reconhecimento pelos conhecimentos transmitidos e pelo

companheirismo durante esses anos.

Page 7: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

6

AGRADECIMENTOS

Aos antigos: Jesus, Olga, Patrícia, Joel, Elvis, Twana, Diego, Helton e

atuais: Anderson, Zé Neto, André, Juliano, Ricardo Schumacher, Benhur,

Adriane, Flávia, Caroline, Daniela e Felipe. Colegas, amigos e irmãos de

Laboratório, deixo o meu muito obrigado pela amizade, paciência, parceria,

conversa e apoio em todos os momentos.

Aos colegas do laboratório da Prof. Cristina, desde os primeiros tempos

de Iniciação Científica, pela amizade, companheirismo, cervejadas,

coloborações e convivência diária como “vizinhos de porta”.

Aos amigos do Laboratório do Prof. Braga, antigos e novos, pela

amizade e companheirismo. Aos Colegas e ex-colegas dos laboratórios dos

professores Cláudio e João Batista, pela amizade e convivência.

A Prof. Cristina pelo apoio e companheirismo.

Ao Ricardo Schumacher, pela amizade e colaboração para o

desenvolvimento deste trabalho.

Ao Maneco pessoa com quem morei durante a graduação, pela

amizade, ajuda, façanhas e por lutarmos para mantermos QG dos Humildes o

apartamento mais organizado da casa do estudante.

Aos professores e funcionários do curso de Pós-graduação em Química

pela colaboração e atenção prontamente dispensadas durante a realização

deste trabalho.

Ao pessoal dos Humildes e todos meus demais amigos, pessoas

fundamentais, pela amizade, humildade, risadas, festas, conversas e incríveis

composições no QG dos Humildes: Marlão, Coronel, Papa Capim, Gordo, Adri,

Tiagão, Bolívia, Ander, Carol, Cabelo, Faoro, Gago, Boss, Galetto, Carlota, Zé

Neto, Konnan, Carminaire, Sika, Henrique, Léo, Vico, Bóris, Gandus, Cléo,

Page 8: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

7

Willian, Cechin, Tatu, a todos só digo uma coisa: “totodoooss os caminhos...um

só lugar”.

A parceria da casa do estudante: Paulista, Theobaldo, Hélinho Pitt Bull,

Régis, Rui e Zé pela amizade, risadas e “idéias mirabolantes”.

Um agradecimento a toda minha família e meus amigos de Restinga

Seca, especialmente as minhas tias Ledi e Ana, meus tios Wilson (Fejão) e

Antônio, e aos meus primos Gleison, Glê, Márcia e Rochele, e meus tios Valdir

e Jussara que me alojaram nos primeiros meses de faculdade. Pessoas muito

importantes pra mim e que me apoiaram a todo o momento. Muito obrigado!!!

Aos funcionários, Ademir e Valéria pela amizade e trabalho eficiente

frente à Coordenação do PPGQ.

Às agências financiadoras FAPERGS, CNPq e CAPES, pelas bolsas e

auxílios concedidos.

Page 9: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

8

RESUMO

Título: Síntese e Reatividade de derivados 3-alquinildihidr oselenofenos via

reações de acoplamento de Sonogashira entre 3-iodod ihidroselenofenos

e alquinos terminais

Autor: Alisson Rodrigues Rosário

Orientador: Prof. Dr. Gilson Zeni

No presente trabalho, desenvolveu-se uma metodologia para a

preparação de derivados 3-alquinildihidroselenofenos com diferentes

substituintes na posição 2 do anel heteroaromático 3 a partir da reação de

acoplamento de Sonogashira entre 3-iodo-dihidroselenofenos e alquinos

terminais, em quantidade catalítica de sal de paládio. A reação ocorreu sob

condições relativamente brandas, fornecendo os respectivos produtos em

rendimentos de 65-98%.

Se

I

R1+ R2 PdCl2(PPh3)2 (5 mol%)

CuI (7 mol%), NEt3, t.a.Se

R2

R1

R1 = Ph, SMe, SeBu, H, hidróxi R2 = alquil, aril, hidróxi, alcóxi

40-98%

1 2 3

Em uma segunda etapa do trabalho, realizou-se a reação de ciclização

eletrofílica com I2 dos 3-alquinil-dihidroselenofenos contendo substituintes

contendo calcogênios na posição 2, tais como SeBu e SMe. As reações de

ciclização procederam-se em condições brandas, resultando nos respectivos

heterocíclos fundidos 3-iodo-4,5-dihidroselenofeno[2,3-b]tiofenos e 3-iodo-4,5-

dihidroselenofeno[2,3-b] selenofenos 4 em rendimentos de 30-72%.

Page 10: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

9

Em uma última etapa do trabalho, a reatividade do composto 3-alquinil-2

fenildihidroselenofeno 3j foi testada frente a reação de oxidação do anel

promovida por DDQ , levando ao composto 3-alquinilselenofeno 5a em

rendimento moderado.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

Dissertação de Mestrado

Santa Maria, 24 de Maio de 2010

Page 11: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

10

ABSTRACT

Title: Synthesis and Reactivity of 3-alkynyldihydroselenop henes

derivatives via Sonogashira Cross-coupling Reaction of 3-

iododihydroselenophenes and terminal alkynes

Author: Alisson Rodrigues Rosário

Academic Advisor: Prof. Dr. Gilson Zeni

In the present work, we developed a method to prepare 3-alkynyl-

dihydroselenophenes derivatives via Sonogashira cross-coupling reaction of 3-

iododihydroselenophenes with terminal alkynes, in the presence of catalytic

amount of palladium salt. The reaction proceeded under mild conditions

furnishing the corresponding products in yields of 65-98%.

After that, obtained 3-alkynyldihydroselenophenes funcionalizated with

chalcogen groups was readily transformed to more complex products via

electrophilic cyclization reaction using I2 such eletrophile. The cyclization

reaction proceeded cleanly under mild reaction conditions giving the fused

heterocycles 3-iodo-4,5-dihydroselenophene[2,3-b]thiophenes e 3-iodo-4,5-

dihidroselenophene[2,3-b] selenophene 4 in yields of 30-72%.

Page 12: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

11

Finnaly, 3-alkynyldihydroselenophene 3j obtained by Sonogashira cross-

coupling was also submitted to an oxidative reaction using DDQ to give the

aromatic 3-alkynyl-selenophene 5a in moderated yield.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

Master Dissertation in Chemistry

Santa Maria, May, 2010

Page 13: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

12

ÍNDICE Agradecimentos............................................................................................

Resumo..................................................................................................

Abstract..................................................................................................

Lista de Tabelas......................................................................................

iv

viii

x

xiv

Lista de Figuras....................................................................................... xv

Lista de Siglas, Abreviaturas e Símbolos................................................ xvi

Introdução e Objetivos............................................................................. 2

Capítulo 1 : Revisão da Literatura .............................................................

1.1 Compostos heterocíclicos e heteroaromáticos......................................

1.2 Síntese e reatividade de selenofenos.....................................................

1.3 Síntese de selenofenos via reação de ciclização eletrofílica..................

1.4 Reação de Sonogashira aplicada a funcionalização de heterociclos

contendo calcogênios como heteroátomo..............................................

7

7

7

14

19

Capítulo 2: Apresentação e Discussão dos Resultados ........................

29

2.1 Síntese dos materiais de partida............................................................ 29

2.1.1 Preparação do 3-iododihidroselenofeno 1a....................................... 29

2.1.2 Preparação do 3-iododihidroselenofeno 1b.................................. 30

2.1.3 Preparação dos 3-iododihidroselenofeno 1c, 1d e 1e........................ 30

2.2 Reações de acoplamento entre 3-iododihidroselenofeno e alquinos

terminais.......................................................................................................

32

2.3 Síntese de calcogenofenos fundidos via reação de ciclização

eletrofilica......................................................................................................

47

2.4 Reação do 3-alquinildihidroselenofeno via reação de oxidação

promovida por DDQ......................................................................................

51

Considerações Finais e Conclusões ........................................................

54

Capítulo 2: Parte Experimental ..................................................................

56

2.1. Materiais e Métodos.............................................................................. 56

2.1.1. Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear......................... 56

2.1.2. Espectrometria de Massas................................................................. 56

Page 14: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

13

2.1.3. Análise Elementar.............................................................................. 56

2.1.4 Rota-evaporadores............................................................................ 56

2.1.5 Solventes e Reagentes...................................................................... 57

2.2 Procedimentos Experimentais................................................................ 58

2.2.1 Preparação do Pd(PPh3)4.................................................................. 58

2.2.2 Preparação do PdCl2(PPh3)2............................................................. 58

2.2.3 Preparação do PdCl2(PhCN)2........................................................... 59

2.2.4 Preparação do Pd(acac)2................................................................... 59

2.2.5 Preparação do Pd(dppe)2.................................................................. 59

2.2.6 Procedimento para a reação de acoplamento entre but-3-in-1-ol e

o fenilacetileno...................................................................................

60

2.2.7 Procedimento para as reação entre os álcoois homopropargí- lico e

o cloreto de tosila...............................................................................

60

2.2.8 Preparação do seleneto homopropargílico........................................ 61

2.2.9 Procedimento para as reações entre o seleneto homopropargílico

e diferentes eletrófilos........................................................................

61

2.2.6 Preparação do 3-iododihidroselenofenos 1....................................... 61

2.2.7 Procedimento geral para reações de acoplamento de 3-

alquinildihidroselenofenos com alquinos......................................................

62

2.2.8 Procedimento geral para Iodociclizações............................................

2.2.9 Procedimento para obtenção do 5-fenil-4-(feniletinil)-2,3-

dihidroselenofeno 5a....................................................................................

70

72

Referências Bibliográficas ........................................................................

73

Capítulo 4: Espectros Selecionados ......................................................... 80

Page 15: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

14

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Estudo da influência da natureza do catalisador na

reação de acoplamento entre 3-iododihidroselenofeno

1a e o alquino terminal 2a. ...........................................

33

Tabela 2 - Estudo da influência da natureza do solvente e da

quantidade de co-catalisador de CuI na reação de

acoplamento entre 3-iododihidroselenofeno 1a e o

alquino terminal 2a.........................................................

35

Tabela 3 - Acoplamento entre diversos alquinos terminais e o 3-

iododihidroselenofeno 1a...............................................

36

Tabela 4 - Acoplamento entre diversos alquinos terminais e o 3-

iodo-2,3-dihidroselenofeno 1b e 1c ..............................

39

Tabela 5 - Acoplamento entre diversos alquinos terminais e o 3-

iodo-2,3-dihidroselenofeno 1d e 1e..............................

41

Tabela 6 - Reações de ciclização entre e o 3-iodo-2,3-

dihidroselenofeno 3d e 3e..............................................

49

Page 16: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

15

LISTA DE FIGURAS

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Figura 4

Estrutura do D-501036 8.................................................. 3

Fármacos contendo unidade heterocíclica....................... 7

Exemplos de calcogenofenos........................................... 8

Dihidroselenofenos[2,3-iodo-b]calcogenofenos................. 48

Page 17: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

16

LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

°C – Graus Celsius

acac – acetilacetonato

Ar – Arila

Ph – Fenila

Me – Metila

Et – Etila

Bu –Butila

DMF – N,N-Dimetilformamida

TsCl – Cloreto de tosila

DMAP – Dimetilaminopiridina

LHMDS – Hexametildisililazida de lítio

m-CPBA – Ácido metacloroperbenzóico

NIS – N-iodosuccinimida

TMEDA – N, N’-Dimetiletiletilenodiamina

NBS – N-bromosuccinimida

DBN – Diazabiciclo[3.4.0]noneno

DDQ – 2,3- dicloro-5,6-dicianobenzoquinona

OTf – triflato

E+ – Eletrófilo

RMN 13C –Ressonância Magnética Nuclear de Carbono Treze

RMN 1H – Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio

t. a. –Temperatura Ambiente

THF –Tetraidrofurano

TMS – Trimetilsilano

Page 18: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

17

Introdução e Objetivos

Page 19: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

18

Muitos processos que sustentam a vida no planeta possuem a

participação indispensável de compostos heterocíclicos, os quais estão

distribuídos em grande número na natureza. A busca por uma melhor

qualidade de vida é almejada por profissionais de diversas áreas. Neste

contexto, a síntese de compostos heterocíclicos altamente funcionalizados é

um importante alvo em Química Orgânica, sendo altamente explorada pelo fato

de muitos compostos biologicamente ativos que imitam produtos naturais

serem heterocíclicos. Esses compostos são de grande interesse em diversas

áreas, tais como biologia, farmacologia, óptica e eletrônica. De maneira geral, a

importância dos compostos heterocíclicos sintéticos vêm crescendo

exponencialmente, apresentando enormes aplicações farmacêuticas,

agroquímicas, entre outras. Um dado interessante é que 85% dos fármacos

disponíveis na medicina moderna são de origem sintética. Destes, 62% são

heterocíclicos, sendo que 91% contém nitrogênio, 24% enxofre e 16,5%

oxigênio em seu núcleo base.1

Assim, por ser uma fonte inesgotável de importantes compostos, fica

claro entender a necessidade do desenvolvimento de novas e eficientes

metodologias, bem como melhorias nos métodos já conhecidos para síntese de

compostos heterocíclicos.

Dentre estas inúmeras classes de compostos heterocíclicos que vêm

sendo preparados, os compostos contendo enxofre, selênio e telúrio surgem

como uma importante alternativa, o que estimula testes bioquímicos ou

farmacológicos. A incorporação do átomo de selênio em moléculas orgânicas

permite a preparação de inúmeros compostos com propriedades já

reconhecidas.2

Adicionalmente, compostos orgânicos de selênio têm atraído

considerável atenção em síntese orgânica devido a sua utilidade em um

extraordinário número de reações,3 incluindo a formação de novas ligações

1 Barreiro, E. J.; Fraga, C. A. F. Química Medicinal: As Bases Moleculares de ação de Fármacos, Artemed Editora, Porto Alegre, RS, 2001, 53. 2 (a) Parnham, M. J.; Graf, E. Prog. Drug. Res. 1991, 36, 9. (b) Mugesh, G.; du Mont, W. W.; Sies, H. Chem. Rev. 2001, 101, 2125. (c) Nogueira, C. W.; Zeni, G.; Rocha, J. B. T. Chem. Rev. 2004, 104, 6255. 3 (a) Organoselenium Chemistry. Em Topics in Current Chemistry 208; Wirth, T., Ed.; Springer-Verlag: Heidelberg, 2000. (b) Krief, A. Em Comprehensive Organometallic Chemistry II; Abel, E. V.; Stone, F. G. A.; Wilkinson, G., Eds.; Pergamon Press: New York, 1995; Vol. 11, Chapter 13.

Page 20: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

19

carbono-carbono,4 bem como por apresentarem propriedades toxicológicas e

farmacológicas.3

Ainda sobre compostos orgânicos de selênio, os derivados de

selenofenos são de grande importância em química orgânica devido as suas

excelentes propriedades elétricas.5 Estes compostos também apresentam

destacadas atividades biológicas, como por exemplo, o composto denominado

D-501036 (Figura 1).6 Este derivado selenofeno apresenta atividade anti-

tumoral atuando diretamente na apoptose de células humanas.

Figura 1. Estrutura do D-501036

Neste contexto, o anel selenofeno se tornou um importante atrativo

sintético para nosso grupo de pesquisa, que vem se destacando no

desenvolvimento de metodologias que levem a funcionalização deste anel

heterocíclico, promovida principalmente por metais de transição. Conforme

pode-se verificar na literatura recente, uma série de reações visando a

(c) Paulmier, C. Selenium Reagents and Intermediates in Organic Synthesis; Em Organic Chemistry Series 4; Baldwin, J. E., Ed.; Pergamon Press: Oxford, 1986. (d) Sharpless, K. B.; Young, M. W.; Lauer, R. F. Tetrahedron Lett. 1973, 22, 1979. (e) Reich, H. J. J. Org. Chem. 1975, 40, 2570. (f) Sharpless, K. B.; Lauer, R. F. J. Am. Chem. Soc. 1972, 94, 7154. (g) Sevrin, M.; Vanende, D.; Krief, A. Tetrahedron Lett. 1976, 30, 2643. (h) Sevrin, M.; Dumont, W.; Hevesi, L. D.; Krief, A. Tetrahedron Lett. 1976, 30, 2647. (i) Seebach, D.; Peleties, N. Chem. Ber. 1972, 105, 511. (j) Seebach, D.; Beck, A. K. Angew. Chem., Int. Ed. Engl. 1974, 13, 806. (k) Reich, H. J.; Shah, S. K. J. Am. Chem. Soc. 1975, 97, 3250. (l) Perin, G.; Lenardão, E. J.; Jacob, R. G.; Panatiere, R. B. Chem. Rev. 2009, 109, 1277. (m) Freudendahl, D. M.; Shahzad, S. A.; Writh, T. Eur. J. Org. Chem. 2009, 1649. 4 Silveira, C. C.; Braga, A. L.; Vieira, A. S.; Zeni, G. J. Org. Chem. 2003, 68, 662. 5 Nakayama, J; Konishi, T. Heterocycles 1988, 27, 1731. (b) Kuroda, M.; Nakayama, J.; Hoshino, M.; Furusho, N.; Kawata, T.; Ohba,S. Tetrahedron 1993, 49, 3735. 6 (a) Shiah, H. S.; Lee, W. S.; Juang, S. H.; Hong, P. C.; Lung, C.C.; Chang, C. J.; Chou, K.M.; Chang, J. Y.; Biochemical Pharmacological 2007. 73, 610. (b) Juang, S. H.; Lung, C. C.; Hsu, P. C.; Hsu, K.S.; Li, Y. C.; Hong, P. C.; Shiah, H. S.; Kuo, C. C.; Huang, C. W.; Wang, C. Y.; Hung, L.; Chen, T. S.; Chen, S. F.; Fu, K.C.; Hsu, C. L.; Lin, M. J.; Chang, C. J.; Ashendel, C. L.; Chang, T. K. C.; Chou, K. M.; Chang, J. Y.; Molecular Cancer Terapheutics. 2007, 6, 193.

Page 21: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

20

funcionalização destes selenofenos foram descritos por nosso grupo de

pesquisa, tais como reações envolvendo acoplamento do tipo Suzuki,7

acoplamento do tipo Negishi,8 acoplamento do tipo Sonogashira9 e de ligações

heteroatômicas10 utilizando como substrato o anel selenofeno.

Adicionalmente, recentemente nosso grupo de pesquisa demonstrou que

compostos selenofenos funcionalizados com subtituintes alquinila na posição 3

do anel selenofeno exibem propriedades farmacológicas como

antinociceptiva,11a anticonvulsiva,11b hepatoprotetora.11c

Entretanto, apesar dos compostos selenofenos receberem uma notável

atenção científica nos últimos anos, estudos a respeito da reatividade de

derivados de dihidroselenofenos permanecem escassos na literatura. 12

Devido ao contínuo interesse do nosso grupo de pesquisa nessa área e,

em vista da importância de compostos organosêlenio e na reatividade de

compostos dihidroselenofenos, no presente trabalho planejou-se estudar as

reações de acoplamento do tipo Sonogashira, catalisadas por sais de paládio,

entre compostos 3-iodo-dihidroselenofeno e alquinos terminais (Esquema 1).

Esquema 1

7 (a) Prediger, P.; Moro, A. V.; Nogueira, C. W.; Savegnago, L.; Rocha, J. B. T.; Zeni, G. J. Org. Chem. 2006, 71, 3786. (b) Barancelli, D. A.; Alves, D.; Prediger, P.; Stangherlin, E. C.; Nogueira, C. W.; Zeni, G. Synlett. 2008,1, 0119-0125. 8 Schumacher, R. F.; Alves, D.; Brandão, R.; Nogueira, C. W.; Zeni, G. Tetrahedron Lett. 2008, 49, 538-542. 9 (a) Barros, O. S. R.; Favero, A.; Nogueira, C. W.; Menezes, P. H.; Zeni, G. Tetrahedron Lett. 2006, 47, 2179. (b) Alves, D.; Reis, J. S.; Luchese, C.; Nogueira, C. W.; Zeni, G. Eur. J. Org. Chem.2008, 2, 377-382. 10(a) Zeni, G. Tetrahedron Lett. 2005, 46, 2647. (b) Barros; O. S. R; Nogueira; C. W.; Stangherlin, E. C.; Menezes, P. H.; Zeni, G. J. Org. Chem. 2006, 71, 1552. 11(a) Wilhelm, E. A.; Jesse, C. R.; Bortolatto, C. F.; Nogueira, C. W.; Savegnago, L. Pharmacol. Biochem. Behav. 2009, 93, 419. (b) Wilhelm, E. A.; Jesse, C. R.; Bortolatto, C. F.; Nogueira, C. W.; Savegnago, L. Brain Research Bulletin 2009, 79, 281.(c) Wilhelm, E. A.; Jesse, C. R.; Roman, S. S; Nogueira, C. W.;.; Savegnago, L. Experimental and Molecular Pathology 2009, 87, 20. 12(a) Sommen, G. L.; Linden, A.; Heimgartner, H. Lett. Org. Chem. 2007, 4, 7. (b) Sasaki, S.; Adachi, K.; Yoshifuji, M. Org. Lett. 2007, 9, 1729.

Page 22: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

21

Estes derivados de 3-alquinil-dihidroselenofenos uma vez obtidos, do

ponto de vista sintético, tornam-se compostos potenciais para a síntese de

calcogenofenos fundidos. Dentre as formas de obtenção destes compostos as

reações de ciclização eletrofílica de compostos insaturados tornaram-se uma

metodologia versátil para a síntese destas unidades heterocíclicas.13

Considerando o descrito anteriormente, alguns compostos 3-alquinil-

dihidroselenofenos com substituintes contendo átomos de calcogênio vizinhos

a ligação tripla, na posição 2 do anel heterocíclico, foram submetidos a reação

de ciclização eletrofílica promovidas por I2 como eletrófilo (Esquema 2).

Esquema 2

Em uma última etapa do trabalho, a reatividade do composto 3-alquinil-2

fenildihidroselenofeno 3j foi testada frente a reação de oxidação do anel

promovida por DDQ , levando ao composto 3-alquinilselenofeno 5a (Esquema

3).

Esquema 3

13 Stein, A. L.; Rocha, J.; Menezes, P. H.; Zeni, G. Eur. J. Org. Chem 2010, 4 ,705-710.

Page 23: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

22

Capítulo 1

Revisão da Literatura

Page 24: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

23

REVISÃO DE LITERATURA

1.1 COMPOSTOS HETEROCÍCLICOS E HETEROAROMÁTICOS

Vários compostos heterocíclicos apresentam atividades farmacológicas

diversificadas tais como antitumoral (D-501036),6 antifúngica (5-(3-buten-1-inil)-

2,2’-bitienila);14 sendo que muitos destes compostos são fármacos

mundialmente consumidos, tais como, inibidor do HIV (AZT),1 a dipirona que

apresenta atividade antinflamatória e analgésica;1 o metronidazol que

apresenta atividade antiprotozoária 1 e a ribavirina que apresenta atividade

antiviral 1 (Figura 2).

Figura 2. Fármacos contendo unidade heterocíclica

Os compostos heterocíclicos apresentam uma nomenclatura bastante

complexa, devido a diversidade de características inerentes as suas estruturas.

A nomenclatura recomendada por Hantzsch-Widman estabelece hierarquias de

prioridades: tais como tipo de heteroátomos, tamanho do anel, tipos de

moléculas: monocíclica com um único tipo de heteroátomo, monocíclicas com

14 Chan, G. F. Q.; Towers, G. H. N.; Mitchell, J. C. Phytochemistry 1975, 14, 2295.

Page 25: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

24

dois tipos de heteroátomos, bicíclicas com dois anéis, moléculas policíclicas,

entre outras peculiaridades estruturais.15

Sistemas heterocíclicos estão divididos em quatro grupos distintos,

sendo eles, heterocicloalcanos, heterocicloalquenos, heteroanulenos e

heteroaromáticos. Compostos heteroaromáticos seguem a regra de Hückel,

onde possuem (4n + 2) elétrons π deslocalizados ao longo do anel

heterocíclico. O mais importante grupo destes compostos possui aromaticidade

semelhante à do benzeno, sendo esta classe também chamada de

heteroarenos. Os compostos mais importantes desta classe são o furano,

tiofeno, pirrol, piridina e íons pirílio, sendo a reatividade e estabilidade desta

classe de compostos comparada à do benzeno.

Heterocíclos aromáticos de cinco membros contendo átomos de

calcogênio pertencem à classe de substâncias denominada genericamente de

calcogenofenos, sendo que o mais simples deles é o furano. Também estão

inclusos nesta classe o tiofeno, selenofeno e telurofeno (Figura 3). Ainda estão

nesta classe os benzo derivados de calcogenofenos, sendo mais comumente

encontrados os benzo[b]furanos e benzo[b]tiofenos.

Figura 3. Exemplos de calcogenofenos

Furanos, tiofenos e seus derivados, têm despertado o interesse de

pesquisadores na química orgânica sintética, pois suas ocorrências em

15 (a) Katritzky, A. R.; Pozharskii, A. F. Em Handbook of Heterocyclic Chemistry, Second Edition; Pergamon: Oxford 2000. (b) Eicher, T.; Hauptmann, S. The Chemistry of Heterocycles, Second Edition; Wiley-VCH 2003.

Page 26: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

25

produtos naturais que apresentam alguma atividade biológica é relativamente

frequente, incentivando a procura de metodologias para a síntese destes

compostos. Selenofenos, telurofenos e seus derivados vêm recebendo menos

atenção da comunidade científica por estes não apresentarem relatos de

ocorrência natural. A síntese deste tipo de compostos heteroaromáticos vem

crescendo nos últimos anos devido ao fato dos polímeros destes compostos

apresentarem propriedades ópticas e eletroquímicas.16

1.2 SÍNTESE E REATIVIDADE DE SELENOFENOS

Quando comparado com seus análogos tiofenos e furanos, os

selenofenos são escassamente relatados na literatura tanto na área biológica,

quanto na área de síntese e reatividade destes compostos. Este fato incentiva

estudos que busquem demonstrar possibilidades de síntese e uso dos mesmos

em diferentes metodologias de síntese orgânica, bem como a busca de

compostos com possíveis atividades biológicas. Curiosamente, apesar dos

selenofenos serem conhecidos a mais de cinquenta anos, poucos são os

estudos que os utilizam como matérias primas para a preparação de

compostos de interesse biológico.

Sendo assim, uma das primeiras metodologias de síntese de

selenofenos foi desenvolvida por Gronowits e colaboradores. O selenofeno 7

foi obtido em rendimentos de 40-60%, passando-se um fluxo de acetileno em

um tubo de vidro contendo sílica gel e selênio elementar, sendo este sistema

aquecido a 450 °C. Os autores acreditam que a altas temperaturas ocorreu a

formação e posterior reação entre H2Se e butadiíno, formando o intermediário

selenoenínico 6. Subsequente etapa de ciclização intramolecular forneceu

como produto uma molécula de selenofeno 7 (Esquema 4).17

16 (a) Pu, S.; Hou, J.; Xu, J.; Nie, G.; Zhang, S.; Shen, L.; Xiao, Q. Materials Lett. 2005, 59, 1061. (b) Salzner, U.; Lagowski, J. B.; Pickup, P. G.; Poirier, R. A. Synthetic Metals 1998, 96, 177. (c) Otsubo, T.; Inoue, S.; Nozoe, H.; Jigami, T.; Ogura, F. Synthetic Metals 1995, 69, 537. 17 Gronowits, S.; Fredj, T.; Moberg-Ogard, A.; Trege, L. J. Heterocycl. Chem. 1976, 13, 1319.

Page 27: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

26

Esquema 4

Recentemente foi descrita a síntese de selenofenos altamente

funcionalizados com grupamentos organofosfonatos em suas moléculas.

Reagindo-se hidrosselenolato de sódio com duas moléculas do bis-fosfonato

de alquinila 8, seguido de ciclização intramolecular, resultou no composto 2,3-

dihidro-selenofeno 9 contendo quatro grupamentos fosfonato em 36% de

rendimento. A oxidação do composto 9 com m-CPBA forneceu como produto o

selenofeno 10 em rendimento satisfatório. A formação do selenofeno 10 pode

ser explicada devido à oxidação do composto 9 ao seu correspondente

selenóxido, seguido de desidratação (Esquema 5).18

Esquema 5

Benzo[b]dicalcogenofenos foram sintetizados através da metodologia

desenvolvida por Takimiya. Nesta metodologia de síntese, o composto

dibromado 11 sofreu reação de de-halometalação com t-BuLi. O intermediário

dilitiado formado, reagiu com selênio ou telúrio elementar, com posterior reação

de ciclização em etanol, fornecendo como produtos os respectivos

benzo[b]disselenofenos 12 e benzo[b]ditelurofenos 13 em 65 e 55% de

rendimento. Uma etapa posterior de desproteção do alquino com TBAF

forneceu os produtos desejados 14 e 15 em excelentes rendimentos (Esquema

6).19

18 Sasaki, S.; Adachi, K.; Yoshifuji, M. Org. Lett. 2007, 9, 1729. 19 Takimiya, K.; Konda, Y.; Ebata, H.; Niihara, N.; Otsubo, T. J. Org. Chem. 2005, 70, 10569.

Page 28: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

27

Esquema 6

Uma metodologia de síntese de benzo[c]selenofenos foi descrita por

Cava e colaboradores. Partindo-se do 1,3-dihidrobenzo[c]selenofeno 16, sendo

este submetido a etapas de bromação e de-hidrobromação, seguida por uma

reação de oxidação, obtiveram-se os benzo[c]selenofenos 18 em rendimentos

satisfatórios. Entretanto, estes compostos eram extremamente instáveis em

solução aquosa e decompunham com o passar do tempo (Esquema 7).20

Esquema 7

Anos mais tarde o mesmo grupo de pesquisa modificou esta

metodologia de síntese. Tratando-se o composto dibromado 17 com bases em

soluções não aquosas, tais como, DBN e LHMDS, utilizando-se THF como

solvente, obteve-se como produto benzo[c]selenofenos 18 em bons

rendimentos. Através desta metodologia, foi possível a obtenção de

benzo[c]selenofenos em solução de THF, onde este permaneceu relativamente

estável nesta solução a frio. Os autores também relataram a síntese de

diésteres derivados de benzo[c]selenofenos 19 através da reação do

20 Saris, L. E.; Cava, M. P. J. Am. Chem. Soc. 1976, 78, 867.

Page 29: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

28

benzo[c]selenofeno 18 com excesso de n-BuLi e posterior captura do

intermediário dilitiado com cloroformiato de etila (Esquema 8).21

Esquema 8

Derivados halogenados de selenofenos e telurofenos são de grande

interesse em síntese orgânica, sendo esses aplicados em diferentes reações,

mais precisamente na formação de novas ligações carbono-carbono e carbono-

heteroátomo.

Um exemplo de síntese de derivados halogenados de selenofenos foi

descrito em 1996 por Takahashi, onde 2-iodo-selenofenos 20 foram obtidos

através da reação de metalação do selenofeno com n-BuLi em éter etílico a 0

°C. Após esta reação, o intermediário litiado reagi u com iodo molecular,

fornecendo o produto em 70% de rendimento.22 Esta metodologia foi estendida

também para a síntese de 2,5-diiodo-selenofenos 21, onde para esta síntese

utilizou-se TMEDA juntamente com n-BuLi para gerar o ânion dilitiado, hexano

como solvente, obtendo-se o produto desejado em 50% de rendimento

(Esquema 9).

Esquema 9

Recentemente, 2-iodo-selenofenos foram utilizados por nosso grupo de

pesquisa em reações de formação de ligação carbono-nitrogênio com amidas,

catalisada por sais de cobre.10b Verificou-se que esta reação apresenta os

21 Aqad, E.; Lakshmikantham, M. V.; Cava, M. P.; Broker, G. A.; Rogers, R. D. Org. Lett. 2003, 5, 2519. 22 Takahashi, K.; Tarutani, S. Heterocycles 1996, 43, 1927.

Page 30: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

29

melhores rendimentos das N-selenofenoamidas 22 utilizando-se K3PO4 como

base, na presença de etilenodiamina como ligante, sob refluxo de dioxano por

24 horas, suportando como fonte de nitrogênio uma série de amidas, tais como,

oxazolidinonas, lactamas, amidas alifáticas e aromáticas (Esquema 10).

Esquema 10

Outro método descrito para a formação de uma nova ligação carbono-

heteroátomo utilizando-se 2-halocalcogenofenos foi publicado em 2005.10a

Neste artigo foi descrito o uso de 2-halo-selenofenos ou telurofenos como

substratos no acoplamento com organotióis sob catálise de CuI. Esta rota

mostrou-se pouco sensível ao efeito eletrônico, pois tolera organotióis

substituídos tanto por grupamentos retiradores como por doadores de elétrons,

onde os produtos de acoplamento 23 foram obtidos em bons rendimentos

(Esquema 11).9b

Esquema 11

Outro exemplo da utilização de selenofenos em reações de acoplamento

pôde ser observado quando se promoveu a reação de 2-halo-selenofenos com

ácidos borônicos sob catálise de sais de paládio.7a A reação de obtenção dos

selenofenos mono 24 ou di-arilados 25, partindo-se de 2-iodo-selenofenos,

ocorreu na presença de Pd(OAc)2, K2CO3/H2O em DME, podendo ser realizada

com ácidos borônicos arílicos contendo grupamentos elétrons retiradores,

Page 31: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

30

doadores ou neutros. Adicionalmente, este procedimento permitiu a obtenção

de cetonas não simétricas contendo selenofenos 26 pelo tratamento de 2-

iodoselenofeno e ácido borônico em um processo de carbonilação catalisado

por Pd(PPh3)4 (Esquema 12).7

Esquema 12

1.3 SÍNTESE DE SELENOFENOS VIA REAÇÃO DE CICLIZAÇÃO

ELETROFÍLICA

Reações de ciclização eletrofílica de compostos insaturados, tornaram-

se uma metodologia versátil para a síntese de unidades heterocíclicas.

Importantes compostos heterocíclicos, tais como, indóis, benzofuranos,

benzotiofenos, benzo[b]selenofenos, benzopiranos, isocumarinas,

isoquinolinas, tiofenos, furanos, pirróis, telurofenos, entre outros, podem ser

sintetizados utilizando-se este protocolo.

Uma importante metodologia para as reações de ciclização eletrofílica

de alquinos contendo um nucleófilo (átomos de O, N, S, Se, Te) em

proximidade a ligação tripla é quando se utiliza uma fonte eletrofílica, onde as

mais utilizadas são de iodo (I2, ICl, NIS), bromo (Br2, NBS) e selênio (PhSeCl,

PhSeBr). Diversas metodologias de síntese de compostos heterocíclicos foram

descritas utilizando-se este método.

Page 32: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

31

O mecanismo destas reações envolvendo espécies eletrofílicas de

halogênios e segue as seguintes etapas em concordância com experimentos

descritos na literatura.23

1 – Coordenação da molécula do eletrófilo a ligação tripla do alquino

formando o intermediário A;

2 – Um ataque nucleofílico anti do heteroátomo em proximidade ao

intermediário A, fornecendo o intermediário heterocíclico B;

3 – O ânion remanescente derivado do eletrófilo reage nucleofilicamente

com o grupamento R ligado ao heteroátomo, levando a formação do produto

desejado (Esquema 13).

ER

A B

E

YR

R1

YR

R1+E

Y

E

R1

R E-

Y

E

R1

n n

E = Eletrófilo de I, Br, SeY = O, N, S, Se, Ten = 0, 1, 2

Esquema 13

Este protocolo vem sendo aplicado eficientemente na síntese de

selenofenos e benzoselenofenos, sendo uma metodologia alternativa para a

síntese destes compostos.

Um exemplo que ilustra este tipo de reação aplicada na síntese de

benzoselenofenos foi descrita por Larock e colaboradores. Neste trabalho os

autores relataram a síntese de benzo[b]selenofenos 28 substituídos nas

23 (a) Yue, D.; Yao, T.; Larock, R. C. J. Org. Chem. 2006, 71, 62. (b) Kesharwani, T.; Worlikar, S. A.; Larock, R. C. J. Org. Chem. 2006, 71, 2307. (c) Arcadi, A.; Cacchi, S.; Giuseppe, S. D.; Fabrizi, G.; Marinelli, F. Org. Lett. 2002, 4, 2409.

Page 33: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

32

posições 2 e 3 do anel heterocíclico através de reação de ciclização eletrofílica

de 1-alquinil-2-metilseleno-arenos 27. Estas reações de ciclização toleraram

uma grande variedade de grupos funcionais, incluindo, álcool, éster, nitrila, nitro

e grupos silanos, fornecendo os produtos ciclizados em bons rendimentos e em

condições de reação suaves (Esquema 15).23b

Esquema 14

Recentemente nosso grupo de pesquisa descreveu a preparação de 3-

iodoselenofeno 30 via reação de ciclização eletrofílica de (Z)-selenoeninos.

Primeiramente, a reação de hidroselenofeno de diinos proporcionou a formação

dos compostos (Z)-selenoeninos. Posterior reação de ciclização eletrofílica de

(Z)-selenoeninos 29a com diferentes fontes eletrofílicas, forneceu os

correspondentes selenofenos 30 em rendimentos que variaram de 94-41%. A

reação tolerou diferentes grupamentos no alquino, tais como substituintes arila,

grupamentos alquila e álcoois. (Esquema 15).24

Esquema 15

24 Alves, D.; Luchese, C.; Nogueira, C. W.; Zeni, G. J. Org. Chem. 2007, 72, 6726.

Page 34: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

33

Similarmente a esta metodologia 3-(butilteluro)calcogenofenos foram

sintetizados usando tribrometo de n-butil telúrio como fonte eletrofílica.

Reagindo-se compostos (Z)-seleninos 29 com tribrometo de n-butil telúrio

(BuTeBr3) em acetonititrila a temperatura ambiente, e posteriormente tratando-

se com NaBH4 resultou na preparação de 3-(butilteluro)calcogenofenos 31 em

bons rendimentos (Esquema 16).25

Esquema 16

O mecanismo proposto para estas reações de ciclização envolvendo

fontes eletrofílicas de telúrio segue as seguintes etapas: (i) coordenação da

espécie eletrofílica de telúrio (BuTeBr3) com a ligação tripla do alquino

formando o intermediário telurônio A; (ii) posterior ataque nucleofílico anti do

heteroátomo ao intermediário telurônio, fornecendo o intermediário B, e (iii) a

remoção da n-butila através do ataque nucleofílico do brometo remanescente,

levando ao correspondente 3-[dibromo(butil)teluroil]selenofeno C e brometo de

n-butila, que então foi reduzido com NaBH4 em EtOH fornecendo os

correspondentes 3-(butilteluro)calcogenofenos 31 (Esquema 17).24

25 Alves, D.; Prigol, M.; Nogueira, C. W.; Zeni, G. Synlett 2008, 914-918.

Page 35: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

34

Esquema 17

Recentemente foi descrita a síntese de selenofenos funcionalizados na

posição 2 e 3 do anel heteroaromático. Reagindo-se o seleneto

homopropargílico com I2, o composto 3-iodo-dihidroselenofeno 32 foi obtido em

bons rendimentos. Após, composto 32 foi submetido a oxidação promovida

por DDQ fornecendo os 3-iodoselenofenos 33 funcionalizados com diferentes

grupos funcionais na posição 2 do anel heterocíclico em rendimentos de 55-

86%. Nem todos compostos 3-iodo-dihidroselenofenos foram submetidos a

oxidação do anel, no entanto a reação de oxidação foi tolerante a diferentes

substituintes, tais como alcoóis, grupamentos arila contendo tanto grupos

doadores quanto retiradores de elétrons e até mesmo substituintes

organocalcogenoíla. (Esquema 18).26

26 Schumacher, R. F.; Rosário, A. R.; Souza, A. C.; Menezes P.H.; Zeni, G. Org. Lett. 2010, 12, 9

Page 36: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

35

Esquema 18

Uma metodologia para formação de calcogenofenos fundidos via reação

eletrofílica foi desenvolvida por nosso grupo de pesquisa. Reagindo-se 2-

alquilchalcogen-3-alquiniltiofenos 34 com diferentes eletrófilos com I2, ICl, e

PhSeBr em CH2Cl2, a temperatura ambiente, os produtos 4-iodo-

selenofeno[2,3-b]tiofenos 35 foram obtidos em bons rendimentos (Esquema

19).13

Esquema 19

1.4 REAÇÃO DE SONOGASHIRA APLICADA A FUNCIONALIZAÇÃ O DE

HETEROCICLOS CONTENDO CALCOGÊNIOS COMO

HETEROÁTOMO

O mais importante método para formação de uma nova ligação Csp-

Csp2 foi desenvolvido por Sonogashira,27 consistindo em um acoplamento de

27 Sonogashira, K.; Tohda, Y.; Hagihara, N.; Tetraehdron Lett. 1975, 16, 4467-4470.

Page 37: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

36

um haleto vinílico ou arílico com acetilenos terminais catalisadas por páladio-

cobre (Esquema 20).

Esquema 20

Esta reação ocorre em condições muito suaves, em temperatura

ambiente e geralmente se completa em poucas horas em bons rendimentos,

sendo compatível com um grande número de grupos funcionais. Além disso, a

reação se processa com total retenção da configuração da ligação dupla dos

haletos vinilicos. A versatilidade desta reação na construção de sistemas

altamente funcionalizados fez com que o método de Sonogashira fosse

amplamente aplicado em síntese orgânica.

Nos últimos 40 anos, o desenvolvimento de metodologias visando o

aprimoramento desta reação vem sendo relatadas na literatura, a maioria

visando aumentar a eficiência do catalisador, como o desenvolvimento de

complexos de paládio-fósforo, complexos de paládio-nitrogênio28 e também

catalisadores de paládio sem ligantes29 podem ser usados na ausência ou

presença de sais de cobre. Em algumas condições reacionais outros metais de

transição podem ser usados como os catalisadores de níquel.30

Inúmeras aplicações da reação de Sonogashira surgiram ao longo dos

anos como a alquinilação de arenos,31 alquinilação de heterociclos,32 síntese

28 (a) Leadbeater, N. E.; Tominack, B. J. Tetrahedron Lett. 2003, 44, 8653. (b) Hundertmark, T.; Littke, A. F.; Buchwald, S. L.; Fu, G. C. Org. Lett. 2000, 2, 1729. (c) Gelman, D.; Buchwald, S. L. Angew. Chem. Int. Ed. 2003, 42, 5993. (d) Gogoll, A.; Erdélyi, M. J. Org. Chem. 2001, 66, 4169. (e) Gil-Moltó, J.; Nagera, C. Eur. J. Org. Chem. 2005, 4073. 29 Liang, B.; Daí, M.; Chem, J.; Yang, Z. J. Org. Chem. 2005, 70, 391. 30 Wang, L.; Li, P.; Zhang, Y. Chem. Commun. 2004, 514. 31 Corona, C.; Bryant, B. K.; Arterburn, J. B. Org. Lett. 2006, 8, 1883.

Page 38: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

37

de eninos,33 síntese de carbociclos,34 síntese de heterociclos,35 síntese de

produtos naturais,36 além da síntese de substâncias com propriedades

eletrônicas e ópticas.37

O número de citações sobre reações de Sonogashira encontradas nos

últimos anos mostra o continuo interesse de pesquisadores por descoberta de

melhores catalisadores, melhores condições de reação, a compreensão exata

do mecanismo e no emprego dessas reações na síntese de compostos

interessantes e promissores. Dentre ao grande número de trabalhos publicados

envolvendo a reação de Sonogashira, esta revisão se limitará a destacar

algumas reações envolvendo a funcionalização de compostos heterocíclicos

contendo um átomo de organocalcogênio como heteroátomo, atendendo aos

objetivos do presente trabalho.

Derivados halogenados de tiofenos e furanos se comportam como

substratos eletrofílicos em reações de Sonogashira.38 Os compostos 2-bromo-

tiofenos e furanos, por exemplo, quando tratados com trimetilsililacetileno em

presença de Pd(PPh3)2Cl2 catalítico, PPh3, CuBr2, LiBr, e Et3N sob refluxo por 2

horas fornecem os respectivos produtos 36 e 37 de acoplamento em 75% e

74% de rendimento respectivamente (Esquema 21).38

Esquema 21

32 Witulski, B.; Azcon, J. R.; Alayrac, C.; Arnautu, A.; Collot, V.; Rault, S. Synthesis 2005, 771. 33 (a) Fu, C.; Chen, G.; Liu, X.; Ma, S. Tetrahedron 2005, 61, 7768. (b) Lemay, A. B.; Vulic, K. S.; Ogilvie, W. W. J. Org. Chem. 2006, 71, 3615. 34 Yao, T.; Campo, M. A.; Larock, R. C. Org. Lett. 2004, 6, 2677. 35 (a) Cherry, K.; Thibonnet, J.; Duchêne, A.; Parrain, J. L.; Abarbri, M. Tetrahedron Lett. 2004, 45, 2063. (b) Yue, D.; Yao, T.; Larock, R. C. J. Org. Chem. 2006, 71, 62. (c) Comoy, C.; Banaszak, E.; Fort, Y. Tetrahedron 2006, 62, 6036. 36 (a) Wei, W. –G.; Zhang, Y, -X, Yao, Z. –J. Tetrahedron 2005, 61, 11882. (b) Fiandanese, V.; Bottalico, D.; Marchese, G.; Punzi, A. Tetrahedron 2004, 60, 11421. 37 (a) Tour, J. M. Acc. Chem. Res. 2000, 33, 791. (b) Martin, R. E.; Diederich, F. Angew.Chem., Int. Ed. 1999, 38, 1350. (c) Tour, J.M. Chem. Rev. 1996, 96, 537. (d) Bunz, U. H. F. Chem.Rev. 2000, 100, 1605. (e) Breitenkamp, R. B.; Arnt, L.; Tew, G. N. Polym. Adv. Technol. 2005, 16, 189. (f) Weder, C. Chem. Commun. 2005, 5378. 38 Negishi, E. Organopalladium for Organic Chemistry Synthesis – Vol I; Wiley:Interscience: New York, 2002.

Page 39: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

38

Quando os mesmos 2-bromo-calcogenofenos são tratados com 2-metil-

3-in-2-ol, usando como catalisador o Pd(PPh3)4, CuBr2, em Et3N a 90ºC por 1

hora, os produtos acetilênicos 38 e 39 foram obtidos em excelentes

rendimentos (Esquema 22).38

Esquema 22

Tratando o 2- ou 3-iodotiofeno com etino, sob catálise de paládio, é

possível obter o produto de diacoplamento, levando a formação de produtos

simétricos 40 e 41 ligados entre si pelas posições 2 e 3 (Esquema 23).38

Esquema 23

Em 2001, nosso grupo de pesquisa investigou a atividade

antiinflamatória de derivados acetilênicos sintetizados via reação de

Sonogashira catalisada por paládio entre 2-butil(teluro)tiofeno e alquinos

terminais. O material de partida necessário para esta síntese, o 2-

butil(teluro)tiofeno foi obtido pelo tratamento de 2-tienil-lítio com telúrio

elementar. A adição subsequente de 1-bromo butano forneceu o 2-

butil(teluro)tiofeno em bons rendimentos. O tratamento do 2-butil(teluro)tiofeno

Page 40: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

39

com alquinos terminais em metanol usando PdCl2 como catalisador e

trietilamina como base a temperatura ambiente forneceu os tiofenos

acetilênicos 42 entre 73-85% após a purificação (Esquema 24).39

Esquema 24

De maneira semelhante, o método descrito anteriormente foi aplicado

para a preparação de derivados acetilênicos de furanos. Determinou-se que o

tratamento do 2-butil(teluro)tiofeno com alquinos terminais em metanol usando

PdCl2 como catalisador e trietilamina como base a temperatura ambiente levou

aos furanos alquinilados 43 em rendimentos que variaram de 73% a 85%

(Esquema 25).40

Esquema 25

A reatividade de 2-(3H)-furanonas halogenadas foi avaliada frente a

reação de Sonogashira. Em 2005 Larock e colaboradores descreveram a

síntese de 4-alquinil-2-(3H)-furanonas 44 a partir da reação entre 4-iodo-2-

(3H)-furanona 43 e fenilacetileno, utilizando Pd(PPh3)2Cl2 (3 mol %), CuI

(4mol%), Et2NH como base e DMF como solvente a temperatura ambiente. A

39 Zeni, G.; Nogueira, C. W.; Panatieri, R. B.; Silva, O. D.; Menezes, P. H.; Braga, A. L.; Silveira, C. C.; Stefani, H. A.; Rocha, J. B. T. Tetrahedron Lett. 2001, 42, 7921-7923. 40 Just, Z. W.; Larock, R. J. Org. Chem. 2008, 73, 2662-2667

Page 41: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

40

partir deste protocolo os produtos de alquinilação da 4-iodo-2-(3H)-furanona

forma obtido em 65% de rendimento (Esquema 26).

Esquema 26

Derivados halogenados de benzotiofenos e benzofuranos também foram

estudados frente a reação de acoplamento do tipo Sonogashira. Em 2008, foi

descrita a preparação de uma série de 3-alquinil-benzofuranos 46, a partir da

reação de acoplamento entre 3-iodo[b]benzofuranos 45 e alquinos terminais,

utilizando PdCl2(PPh3)2 (3 mol%), CuI (3 mol%) como sistema catalítico, Et2NH

como base, DMF como solvente, a 50 ºC. Os produtos 3-

alquinil[b]benzofuranos 46 foram obtidos em rendimentos de 18-86%(Esquema

27).41

Esquema 27

Em 2010, Larock e colaboradores, prepararam uma série de

benzotiofenos alquinilados na posição 3 do anel heterocíclico. Neste protocolo,

reagiu-se 3-iodo[b]benzotiofenos 47 com alquinos terminais contendo

substituinte arila sulfonado 48 na presença de PdCl2(PPh3)2 (3mol%), CuI

(3mol%), como sistema catalítico, Et2NH como base e DMF como solvente a

41 Cho, C.; Neuenswander, B.; Lushington, G. H.; Larock, R. C. J. Comb. Chem. 2008. 10, 6.

Page 42: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

41

80ºC usando-se microondas como fonte de energia. Os correspondentes 3-

alquinil[b]benzotiofenos 49 foram obtidos em rendimentos de 19-77%

(Esquema 28).42

Esquema 28

Compostos 2-halo-selenofenos também se mostraram úteis em reações

de acoplamento do tipo Sonogashira. Neste trabalho foi mostrado os resultados

do acoplamento entre 2-iodo e 2-bromo-selenofenos com alquinos terminais

em reação catalisada por Pd(PPh3)2Cl2 na presença de Et3N como base, DMF

como solvente e na ausência de sal de cobre, estabelecendo um novo

procedimento para a preparação de 2- e 2,5-alquinil-selenofenos 50 e 51

respectivamente, em bons rendimentos. Este procedimento mostrou-se

tolerante a uma série de alquinos terminais, incluindo álcoois, aminas e éteres

propargílicos, bem como alquinos alquílicos e arílicos (Esquema 29).9a

Esquema 29

42 Cho, C.; Neuenswander, B.; Larock, R. C. J. Comb. Chem. 2010, 12, 278.

Page 43: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

42

Outra reação empregando os derivados de selenofenos foi descrito por

nosso grupo de pesquisa em 2008. A partir dos substratos derivados do 3-iodo-

selenofenos 30 e de diversos alquinos terminais usando-se PdCl2(PPh3)2 como

catalisador, Et3N como base e DMF como solvente, foi possível a preparação

de uma variedade de 3-alquinil-selenofenos 52 em rendimentos que variaram

de 78-97% (Esquema 30).9b

Esquema 30

A alquinilação de 3-iodobenzo[b]selenofenos foi possível através da

metodologia descrita por Larock e colaboradores . Usando PdCl2(PPh3)2 como

catalisador, Et3N como base e solvente, foram sintetizados 3-

alquinil[b]benzoselenofenos 54 a partir do 3-iodobenzo[b]selenofenos 53 em

65% de rendimento. (Esquema 31).23b

Esquema 31

Page 44: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

43

Telurofenos foram alvo de estudo por nosso grupo de pesquisa frente a

reações de acoplamento do tipo Sonogashira. Neste trabalho, 2-

halotelurofenos 55 foram acoplados com alquinos terminais sob catálise de

PdCl2(PPh3)2 (10mol%) e CuI (10 mol%) em THF como solvente e Et3N como

base. Observa-se que os 2-halo-telurofenos se mostraram mais reativos

levando aos produtos 3-alquinil-telurofenos 56 em bons rendimentos, na faixa

67-95%. Em contrapartida os 2-bromo-telurofenos se mostraram menos

reativos, gerando os produtos com menor eficácia (Esquema 32). 43

Esquema 32

43 Panatieri, R. B.; Reis. J. S.; Borges, L. P.; Nogueira, C. W.; Zeni, G. Synlett. 2006, 3161

Page 45: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

44

Capítulo 2

Apresentação e Discussão dos Resultados

Page 46: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

45

2 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A seguir, serão apresentados e discutidos os resultados obtidos durante

a realização do presente trabalho. Primeiramente, será abordada a síntese dos

principais materiais de partida. Posteriormente, será discutida a síntese de

derivados de 3-alquinil-dihidroselenofenos, via reações de acoplamento do tipo

Sonogashira, entre 3-iodo-dihidroselenofenos e alquinos terminais catalisadas

por paládio. Em seguida, discutir-se-á a aplicação dos mesmos, em reações de

ciclização eletrofílica, promovidas por I2 como eletrófilo. Em uma última etapa

da discussão, será relatada a reatividade dos compostos 3-alquinil-

dihidroselenofenos, frente a reação de oxidação do anel promovida por DDQ,

levando ao anel aromático 3-alquinil-selenofeno.

2.1 SÍNTESE DOS PRINCIPAIS MATERIAIS DE PARTIDA

2.1.1 PREPARAÇÃO DO 3-IODO-DIHIDROSELENOFENO 1a

Primeiramente, a reação de Sonogashira entre o álcool

homopropargílico e o fenilacetileno, catalisada por Pd(PPh3)2Cl2 e CuI, em Et3N

a 70ºC, forneceu o álcool homopropargilico funcionalizado com o substituinte

fenila. Este então, foi submetido a uma reação de tosilação e a uma posterior

reação de substituição nucleofílica entre o intermediário butilselenolato de lítio

(gerado in situ, entre selênio elementar e n-BuLi, em THF à 0°C) e o tosilato

homopropargílico funcionalizado, fornecendo o seleneto homopropargílico

funcionalizado com um substituinte arila (Esquema 4). Posterior reação de

ciclização eletrofílica do seleneto homopropargílico funcionalizado com 1,1

equivalentes de I2 dissolvidos em CH2Cl2 levou a formação do 3-iodo-

dihidroselenofenos 1a. Após purificação por cromatografia em coluna, o

produto foi obtido em 93% de rendimento (Esquema 34).26

Page 47: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

46

Esquema 34

2.1.2 PREPARAÇÃO DO 3-IODO-DIHIDROSELENOFENO 1b

A reação de substituição nucleofílica entre o intermediário butilselenolato

de lítio (gerado in situ, entre selênio elementar e n-BuLi, em THF à 0°C) e o

tosilato homopropargílico, forneceu o seleneto homopropargílico. Posterior

reação de ciclização eletrofílica de seleneto homopropargílico com 1,1

equivalentes de I2 dissolvidos em CH2Cl2 levou a formação do 3-iodo-

dihidroselenofenos 1b. Após purificação por cromatografia em coluna, o

produto foi obtido em 60% rendimento (Esquema 35).26

Esquema 35

2.1.3 PREPARAÇÃO DOS 3-IODO-DIHIDROSELENOFENOS 1c, 1d e

1e

Primeiramente a reação de substituição nucleofílica entre o intermediário

butilselenolato de lítio (gerado in situ, entre selênio elementar e n-BuLi, em THF

à 0°C) como nucleófilo e o tosilato homopropargíli co, forneceu o seleneto

homopropargílico, e posteriormente, o seleneto homopropargílico foi

funcionalizado na posição terminal do alquino, através da geração in situ do

acetileto de lítio, preparado através da reação entre o seleneto

homopropargílico e 1 equivalente de n-BuLi em THF à -78°C durante 1 hora , e

posterior adição do eletrófilo a temperatura ambiente. Posterior reação de

Page 48: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

47

ciclização eletrofílica dos selenetos homopropargílicos funcionalizados com 1,1

equivalentes de I2 dissolvidos em CH2Cl2 levou a formação do 3-iodo-

dihidroselenofenos 1c, 1d e 1e. Após purificação por cromatografia em coluna

os produtos foram obtidos em rendimentos de 75-85% (Esquema 36).26

Esquema 36

2.2 REAÇÕES DE ACOPLAMENTO ENTRE 3-IODO-

DIHIDROSELENOFENOS E ALQUINOS TERMINAIS

Nos últimos anos, nosso grupo de pesquisa vem atuando

primordialmente na área de síntese e reatividade de compostos

organocalcogênios. O foco dos trabalhos que vem sendo desenvolvidos está

centrado, principalmente, na síntese de novas moléculas contendo átomos de

selênio e telúrio suscetíveis a reações de acoplamento catalisadas por metais

de transição. Estes compostos desenvolvidos vêm sendo aplicados com

sucesso em diferentes classes de reações de acoplamento cruzado catalisadas

por sais de paládio, destacando-se, Sonogashira,9,39,44 Suzuki,7 Negishi8,45 e,

mais recentemente, reações de acoplamento catalisadas por sais de cobre.10

44(a) Zeni, G.; Alves, D.; Pena, J. M.; Braga, A. L.; Stefani, H. A.; Nogueira, C. W. Org. Biom. Chem. 2004, 2, 803. (b) Zeni, G.; Menezes, P. H.; Moro, A. V.; Braga, A. L.; Silveira, C. C.; Stefani, H. A. Synlett 2001, 1473. (c) Braga, A. L.; Andrade, L. H.; Silveira, C. C.; Moro, A. V.; Zeni, G. Tetrahedron Lett. 2001, 42, 8563. (d) Zeni, G.; Perin, G.; Cella, R.; Jacob, R. G.; Braga, A. L.; Silveira, C. C.; Stefani, H. A. Synlett 2002, 975. (e) Zeni, G.; Nogueira, C. W.;

Page 49: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

48

Em virtude disso, o presente trabalho propôs-se a examinar uma

metodologia para promover reações de acoplamento entre 3-iodo-

dihidroselenofeno e alquinos terminais.

Com o objetivo de estudar o comportamento desta reação frente a

diversas condições, realizou-se vários testes reacionais, a fim de avaliar a

influência de diferentes catalisadores de paládio, a quantidade destes

catalisadores, o solvente e a quantidade de co-catalisador de CuI, visando a

obtenção da condição ótima para a formação dos 3-alquinil-dihidroselenofenos.

Para isto, o 3-iodo-dihidroselenofeno 1a e o alquino terminal 2a foram

escolhidos como substratos padrões para este estudo sistemático. Resultados

preliminares de nosso grupo de pesquisa vêm comprovando a eficiência da

Et3N como base para estas reações de acoplamento do tipo Sonogashira, fato

que determinou a aplicação desta base orgânica nas reações de acoplamento

deste trabalho.

Sendo assim, com base em resultados prévios de nosso grupo de

pesquisa,9 reagiu-se o 3-iodo-dihidroselenofeno 1a (0,25 mmol), o alquino

terminal 2a (0, 375 mmol), Et3N ( 2 mL), CuI ( 7mol%) em DMF ( 2 mL), frente a

diferentes sais de paládio a temperatura ambiente, sendo os resultados obtidos

expressos na Tabela 1.

Tabela 1. Estudo da influência da natureza do catalisador na reação de

acoplamento entre 3-iodo-dihidroselenofeno 1a e o alquino terminal 2a.

# Catalisador (mol%) Rendimento 3a (%)

1 PdCl2 (5) 46 2 Pd(OAc)2 (5) 26 3 Pd(PPh3)4 (5) 37 4 Pd(PhCN)2 (5) 18

Pena, J. M.; Pilissão, C.; Menezes, P. H.; Braga, A. L.; Rocha, J. B. T. Synlett 2003, 579. (f) Braga, A. L.; Vargas, F.; Zeni, G.; Silveira, C. C.; Andrade, L. H. Tetrahedron Lett. 2002, 43, 4399. 45(a) Zeni, G.; Alves, D.; Braga, A. L.; Stefani, H. A.; Nogueira, C. W. Tetrahedron Lett. 2004, 45, 4823. (b) Alves, D.; Schumacher, R. F.; Brandão, R.; Nogueira, C. W.; Zeni, G.Synlett.2006, 7, 1035.

Page 50: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

49

5 Pd(acac)2 (5) 25 6 Pd(dppe)2 (5) - 7 Pd(PPh3)2Cl2 (5) 93 8 Pd(PPh3)2Cl2 (1) 67 9 Pd(PPh3)2Cl2 (10) 24

Analisando a Tabela 1, pode-se observar que o catalisador mais efetivo

foi o Pd(PPh3)2Cl2 (Tabela 1, exemplo 7). Utilizando-se 5 mol% deste

catalisador em relação ao composto 1a, o respectivo 3-alquinil-

dihidroselenofeno 3a foi isolado em excelente rendimento de 93% em um

tempo de reação de 12 horas. Outras espécies de Pd(0) e Pd(II) com diferentes

ligantes, tais como, PdCl2, Pd(OAc)2, Pd(PPh3)4, Pd(PhCN)2, Pd(acac)2 e

Pd(dppe)2 foram submetidas as mesmas condições, mostrando-se menos

efetivas que o Pd(PPh3)2Cl2 para a formação dos produtos. (Tabela 1,

exemplos 1-6). Cabe salientar que ao testar estes catalisadores, detectou-se

por cromatografia em camada delgada a formação do produto de dimerização

entre os alquinos, sendo que, quanto menor o rendimento, maior era a

quantidade de dímero formado, detectada pela cromatografia em camada

delgada.

Em um esforço final, tentou-se variar as quantidades relativas de

catalisador, porém observou-se que diminuindo a quantidade de catalisador

para 1 mol% acarretou um decréscimo no rendimento, e quando aumentou-se

a quantidade de catalisador para 10 mol% este decréscimo no rendimento foi

ainda mais acentuado (Tabela 1, exemplos 8 e 9), e detectou-se a formação do

dímero em grande quantidade, justificando o baixo rendimento. Estudos a fim

de avaliar a influência de diferentes solventes na reação e a quantidade de co-

catalisador de iodeto de cobre, também foram realizados. Para isso, utilizou-se

3-iodo-dihidroselenofeno 1a (0,25 mmol), alquino terminal 2a (0,375 mmol),

Pd(PPh3)2Cl2 (5 mol%), Et3N (2 mL), CuI, e diferentes solventes (Tabela 2).

Page 51: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

50

Tabela 2. Estudo da influência da natureza do solvente e da quantidade de co-

catalisador de CuI na reação de acoplamento entre 3-iodo-dihidroselenofeno 1a

e o alquino terminal 2a.

# Solvente [Cu] (mol%) Rendimento (%) 1 DMF CuI (7) 93 2 Et3N CuI (7) 95 3 MeOH CuI (7) 78 4 1,4-dioxano CuI (7) 65 5 THF CuI (7) 31 6 Tolueno CuI (7) 50 7 Et3N CuI (5) 54 8 Et3N CuI (-) Traços

Analisando-se a Tabela 2, verifica-se que em DMF a reação procedeu

com excelente rendimento de 93% (Tabela 2, exemplo 1). Porém quando a

Et3N atuou como solvente e base na reação observou-se que o rendimento

teve um leve acréscimo para 95% (Tabela 2, exemplo 2). Quando se utilizou

MeOH e 1,4-dioxano, moderados rendimentos foram obtidos (Tabela 2,

exemplos 3 e 4), enquanto que outros solventes tais como THF e tolueno

forneceram baixos rendimentos do produto desejado. (Tabela 2, exemplos 5 e

6). Analisando o estudo da quantidade de co-catalisador de CuI, conclui-se que

diminuindo a quantidade deste para 5 mol%, houve um acentuado decréscimo

no rendimento da reação (Tabela 2, exemplo 7), e quando não utilizou-se o co-

catalisador na reação, apenas traços do produto desejado foram obtidos

(Tabela 2, exemplo 8).

Após uma análise detalhada dos experimentos realizados até então,

considerou-se como condição ideal para a reação de acoplamento a utilização

de Pd(PPh3)2Cl2 em uma quantidade catalítica de 5 mol%, 3-iodo-

dihidroselenofeno 1a (0,25 mmol), alquino terminal 2a (0,375 mmol), Et3N (2

mL) como solvente e CuI (7 mol%) como co-catalisador durante 12 horas a

temperatura ambiente. Sob estas condições de reação, o produto desejado 3a,

foi obtido em 95% de rendimento.

Page 52: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

51

Após fixar esta condição e considerá-la satisfatória, estendeu-se a

mesma para a reação de acoplamento com uma série de alquinos terminais,

bem como a diferentes 3-iodo-dihidroselenofeno, com a finalidade de verificar a

eficiência deste protocolo (Tabela 3).

Tabela 3. Acoplamento entre diversos alquinos terminais e o 3-iodo-

dihidroselenofeno 1a

# Alquino Produto Rendimento (%) 1

2a

Se Ph

OH

3a

95

2

2b

Se Ph

OH

3b

70

3

2c

Se Ph

OH

3c

95

4

2d

Se Ph

OH

3d

72

5

2e

3e

91

Page 53: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

52

6

2f

3f

77

7

2g

3g

81

8

2h

3h

76

9

2i

Se

t-Bu

Ph 3i

80

10

2j

Se

Ph

Ph 3j

75

11

2k

Se Ph

OMe

3k

80

Analisando-se a Tabela 3, pode-se perceber que estas condições de

reação promoveram com eficiência o acoplamento entre o composto 1a e a

série de alquinos testada.

Observa-se que a reação com alcoóis propargílicos e homopropargílico

diferentemente substituídos, impedidos ou não estericamente, fornece os 3-

iodo-dihidroselenofenos desejados em uma faixa de rendimento entre 70 e

95% de rendimento (Tabela 3, exemplos de 1-4). A partir desta análise de

Page 54: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

53

resultados pode-se afirmar que estas condições de reação toleram bem a

função álcool, sendo rendimentos moderados obtidos usando-se alcoóis

propargílicos primários. O uso de éter propargílico forneceu o produto em

excelente rendimento (Tabela 3, exemplo 5).

Assumindo uma cadeia carbônica alifática como grupamento

substituinte, percebemos que os produtos foram obtidos em bons rendimentos,

não se observando a influência estérica do substituinte alquila (Tabela 3,

exemplos 6-9).

Alquinos contendo substituintes arila forneceram os produtos

correspondentes de acoplamento 3j e 3k em bons rendimentos. (Tabela 3,

exemplos 10 e 11).

Na tentativa de ampliar os estudos das reações de acoplamento, a

possibilidade de realizar a reação com outros 3-iodo-dihidroselenofenos

também foi investigada. Dessa forma, o substrato 1b não funcionalizado na

posição 2 do 3-iodo-dihidroselenofeno, e o substrato 1c, o qual contém um

grupo hidroxila em sua estrutura também foram estudados sob as mesmas

condições reacionais pré-estabelecidas. Os dados obtidos estão resumidos na

Tabela 4.

Tabela 4. Acoplamento entre diversos alquinos terminais e o 3-iodo-

dihidroselenofeno 1b e 1c.

# 3-iodo-dihidroselenofeno Alquino Produto Rend. (%)

1

1b

2j

Se

Ph

3l

90

Page 55: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

54

2

1b

2a

3m

41

3

1b

2i

Se

t-Bu

3n

72

4

1c

2a

Se

OH

OH

3o

-

5

1c

2j

Se

Ph

OH

3p

98

6

1c

2i

Se

t-Bu

OH

3q

80

Analisando a Tabela 4, observa-se que o substrato 1b apresentou

reatividade satisfatória frente a alquinos com substituintes arila e alquila,

proporcionando o produto em excelente rendimento para substituinte alquila e

bom rendimento para substituinte alquila (Tabela 4, exemplo 1 e 3). Porém

quando fez-se o uso de um alquino propargílico a reação procedeu-se em

baixo rendimento (Tabela 4, exemplo 2).

Observou-se também que o substrato 1c reagiu efetivamente com

alquinos com substituintes alquila e arila, levando aos produtos de bom a

excelentes rendimentos (Tabela 4, exemplo 5 e 6), ao passo que o uso de um

Page 56: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

55

alquino propargílico volumoso não forneceu o produto desejado (Tabela 4,

exemplo 4).

Finalmente, investigou-se o uso de substratos contendo

organocalcogênios na posição 2 do anel heterociclico. Dessa forma o substrato

1d contendo enxofre e o substrato 1e contendo selênio foram colocados em

estudo sob as mesmas condições reacionais pré-estabelecidas. Os dados

obtidos estão resumidos na Tabela 5.

Tabela 5. Acoplamento entre diversos alquinos terminais e o 3-iodo-2-

calcogenoíla-dihidroselenofeno 1d e 1e.

# 3-iodo-dihidroselenofeno Alquino Produto Rend. (%) 1

Se

I

SMe

1d

2a

Se

OH

SMe 3r

65

2

1d

2j

Se

Ph

SMe 3s

97

3

1d

2i

Se

t-Bu

SMe 3t

87

4

1e

2a

Se

OH

SeBu 3u

73

Page 57: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

56

5

1e

2j

Se

Ph

SeBu 3v

92

6

1e

2i

Se

t-Bu

SeBu 3w

94

7

1e

2g

3x

82

Investigando-se a Tabela 5, observa-se que o substrato 1d apresentou

reatividade satisfatória frente a alquinos com substituintes arila , alquila levando

a excelentes rendimentos ( Tabela 5, exemplos 2 e 3). Quando reagiu-se um

alquino propargílico com o substrato 1d os rendimentos foram moderados

(Tabela 5, exemplo 1).

Observou-se também que o substrato 1e reagiu efetivamente com

alquinos com substituintes alquila e arila levando aos produtos de bom a

excelentes rendimentos (Tabela 5, exemplos 5-7). Quando a reatividade do

substrato 1e foi testada frente a um álcool propargílico, o produto foi obtido em

bom rendimento. (Tabela 5, exemplo 4).

Cabe salientar que os produtos destas reações, contendo um átomo de

organocalcogênio vizinho a ligação tripla, podem ser promissores substratos

para reações de ciclização eletrofílica levando a formação de calcogenofenos

fundidos. Os compostos obtidos foram isolados, purificados em coluna

cromatográfica e caracterizados por Ressonância Magnética Nuclear de

hidrogênio e carbono-13. Também foram realizados análise de espectrometria

de massa de baixa resolução e análise elementar cujos dados comprovam a

atribuição da estrutura dos compostos.

Os aspectos mecanísticos exatos desta transformação não foram

rigorosamente esclarecidos, contudo, através da análise dos resultados

Page 58: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

57

obtidos, uma proposta de mecanismo para estas reações pode ser sugerida.

Os sais paládio apresentam dois estados de oxidação mais importantes: Pd (0)

e Pd (II). Ambos são amplamente usados em reações de acoplamento

carbono-carbono como catalisadores, inclusive os dois podem ser aplicados

em reações de acoplamento do tipo Sonogashira, no entanto acredita-se que

apenas a espécie de Pd (0) seja a espécie ativa do ciclo catalítico, através de

um mecanismo de adição oxidativa-eliminação redutiva. (Esquema 37).

Esquema 37

Entretanto, torna-se difícil propor um mecanismo exato sem as

investigações cinéticas necessárias e que até o momento não foram

realizadas. Desta forma o mecanismo que será apresentado trata-se de uma

proposição embasada em propostas encontradas na literatura e em

observações experimentais que corroboram para a mesma, sendo o

mecanismo sugerido exposto no Esquema 38.

Page 59: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

58

Pd0Ln

Cu+I-

R2H

Cu+I-

R2Cu

R2H

R3N

R3NH I-

B

C

D

E

Se

I

R1 Se

PdL2

R1

I

Se

PdL2

R1

R2

Se R1

R2

(PPh3)2PdCl

Cl R2 + Et3N

Et3N.HCl

(PPh3)2Pd

R2

R2

R2R2

3

Ciclo A

Ciclo B

F

A

Pré ativação

i

ii

iii

Esquema 38

O mecanismo sugerido é composto por três partes principais: a pré-

ativação do catalisador, e os dois ciclos catalíticos independentes. Ciclo A e

ciclo B .

No ciclo B , chamado de ciclo do cobre , o sal de cobre complexa-se

com o alquino levando a espécie D, aumentando a acidez do próton acetilênico

que após é abstraído pela trietilamina, levando a formação do alquinil-cuprato

E.

A etapa de pré-ativação envolve a transformação da espécie de paládio

(II), PdCl2(PPh3)2, na espécie ativa de paládio (0). Esta reação envolve a

Page 60: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

59

substituição dos cloretos pelos ligantes alquiniletos, que são gerados por uma

reação ácido-base mediada por entre os alquinos e a base trietilamina, de

acordo com o mecanismo sugerido por Burton.46 A espécie bis-alquinil-paládio

(II) A sofre eliminação redutiva, gerando uma espécie de paládio (0)

[Pd(PPh3)2] e formando uma molécula de diino.

A espécie Pd(PPh3)2 é o catalisador responsável pelo acoplamento do

tipo Sonogashira entre derivados 3-iodo-dihidroselenofenos com alquinos. Esta

espécie também foi proposta por Burton quando estudou reações de

acoplamento entre alquinos para a formação de diinos simétricos.17 O ciclo

catalítico propriamente dito (ciclo A ) é constituído das etapas padrões de

ciclos catalisados por compostos de paládio (0), que envolvem:

(i) -Reação de adição oxidativa, gerando o intermediário σ-arilpaládio (II)

B;

(ii) - A conexão do ciclo A com o ciclo do cobre , no qual ocorre a etapa

de transmetalação do alquinil-cuprato E, levando ao intermediário F,

regenerando o co-catalisador de cobre;

(iii) - Reação posterior de eliminação redutiva, formando o produto de

acoplamento desejado 3 regenerando o catalisador para o ciclo.

A proposta mecanística, mostrada no esquema 8, tem a seu favor a

observação experimental da formação de diinos como sub-produtos das

reações de acoplamento, o que reforça a idéia da necessidade dos alquinos

como elementos de ativação da espécie catalítica.

46 Burton, J. D.; Liu, Q. Tetrahedron Lett. 1997, 38, 4371

Page 61: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

60

2.3 SÍNTESE DE CALCOGENOFENOS FUNDIDOS VIA REAÇÕES DE

CICLIZAÇÃO ELETROFíLICA.

Os derivados de heterociclos fundidos são de grande importância devido

a grande aplicação em química orgânica e, principalmente, pelas suas

importantes propriedades biológicas.47 A síntese de heterociclos fundidos

também têm atraído considerável atenção devido suas aplicações na síntese

de materiais com propriedades eletrônicas.48 Entretanto, pouco se sabe sobre

compostos heterocíclicos fundidos de selênio e enxofre com diferentes

características e aplicações na literatura. Desta forma, o desenvolvimento de

novas metodologias para a síntese desses compostos, vem a ser útil devido ao

interesse de explorar seu potencial biológico ou farmacêutico.49

Neste contexto, reações de ciclização eletrofílica de alquinos, contendo

um nucleófilo em proximidade a ligação tripla é uma eficiente via de preparação

de uma grande variedade de carbociclos e heterociclos, destacando-se,

benzofuranos, benzotiofenos, indóis, tiofenos, furanos, entre outros, como

também compostos heterocíclicos contendo selênio, por exemplo,

benzo[b]selenofenos.2

De acordo com nosso interesse no desenvolvimento de novos

compostos contendo átomos de selênio em sua estrutura e em concordância

com os objetivos traçados, foi proposto a preparação de derivados de

dihidroselenofenos[2,3-b]tiofenos e dihidroselenofenos[2,3-b]selenofenos

fundidos funcionalizados na posição 4 do anel heterocíclico 4, com a estrutura

geral mostrada na Figura 4.

47 (a) Manetti, F.; Santucci, A.; Locatelli, G. A.; Maga, G.; Spreafico, A.; Serchi, T.; Orlandini, M.; Bernardini, G.; Caradonna, N. P.; Spallarossa, A.; Brullo, C.; Schenone, S.; Bruno, O.; Ranise, A.; Bondavalli, F.; Hoffmann, O.; Bologna, M.; Angelucci, A.; Botta, M. J. Med. Chem. 2007, 50, 5579. (b) Naya, S.; Ohtoshi, H.; Nitta, M. J. Org. Chem. 2006, 71, 176. (c) Wendt, J. A.; Deeter, S. D.; Bove, S. E.; Knauer, C. S.; Brooker, R. M.; Augelli-Szafran, C. E.; Schwarz, R. E.; Kinsora, J. J.; Kilgore, K. S. Bioorg. Med. Chem. Lett. 2007, 17, 5396. 48 (a) Skotheim, T. A.; Elsenbaumer, R. L.; Reynolds, J. R. Handbook of Conducting Polymers, second ed., Dekker, New York, 1998; (b) Nalwa, H. S. Handbook of Conductive Materials and Polymers, Wiley, New York, 1997; (c) Kraft, A.; Grimsdale, A.; Holmes, A. B. Angew. Chem. Int. Ed. Engl. 1998, 37, 403. (b) Arbizzani, C.; Catellani, M.; Mastragostino, M.; Cerroni, M. G. J. Electroanal. Chem. 1997, 423, 23. 49 (a) Sommen, G.; Comel, A.; Kirsch, G. Phosphorus, Sulfur and Silicon and the Related Elements. 2005, 180, 939. (b) Sommen, G.; Comel, A.; Kirsch, G. Synthesis. 2004, 451. (c) Yasuike, S.; Kurita, J.; Tsuchiya, T. Heterocycles. 1997, 45, 1891. (d) Kazuo Takimiya, K.; Konda, Y.; Ebata, H.; Niihara, N.; Otsubo, T. J. Org. Chem. 2005, 70, 10569

Page 62: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

61

YSe

I

R

4

Y= S,Se

Figura 4. dihidroselenofenos[2,3-iodo-b]calcogenofenos

Neste contexto, os produtos provenientes das reações entre os alquinos

terminais e o 3-iodo-dihidroselenofeno podem ser usados como substratos para

reação de ciclização eletrofilica, contanto que contenha um substituinte

nucleofilico nas proximidades da ligação tripla levando a formação de

calcogenofenos fundidos. Então, aplicando condições reacionais para a

ciclização eletrofilica recentemente descrita por nosso grupo de pesquisa,

reagiu-se os 3-iodo-dihidroselenofenos 3 funcionalizado com substituintes

calcogenoíla (0,25 mmol), com iodo molecular (0,375 mmol) em diclorometano

(5 mL). Os resultados obtidos encontram- se expressos na Tabela 6.

Tabela 6. Reações de ciclização eletrofílica entre e o 3-alquinil-

dihidroselenofeno 3 e I2 .

# 3-alquinil- Produto Rendimento (%)

Page 63: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

62

dihidroselenofeno 3 1

3r

4a

-

2

3s

4b

70

3

3t

4c

40

4

3u

4d

-

5

3v

4e

72

6

3w

4f

30

7

3x

4g

35

A partir análise dos resultados demonstrados na Tabela 5, pode-se

perceber que esta reação apresenta grande sensibilidade aos efeitos

eletrônicos do grupamento ligado ao alquino (R2). Quando realizou-se a reação

usando 3-alquinil-dihidroselenofenos contendo alcoóis propargílicos volumosos,

o produto desejado não foi obtido (Tabela 5, exemplo 1 e 4). No entanto,

quando realizou-se a reação com grupamentos arila ligados ao alquino, tanto

dihidroselenofenos[2,3-b]tiofenos e dihidroselenofenos[2,3-b]selenofenos foram

obtidos em bons rendimentos (Tabela 5, exemplos 2 e 5), ao passo que ao

efetuar a reação com 3-iodo-dihidroselenofenos contendo grupos alquila de

cadeia longa ou volumosos, ligados ao alquino, tanto dihidroselenofenos[2,3-

Page 64: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

63

b]tiofenos e dihidroselenofenos[2,3-b]selenofenos foram obtidos em baixos

rendimentos (Tabela 5, exemplo 3, 6 e 7).

De acordo com os trabalhos descritos na literatura para moléculas

análogas,2g acredita-se que esta reação de ciclização eletrofílica de 2-

organocalcogeno-3-alquinil-didhidroselenofenos, segue as seguintes etapas de

reação:

1 – Coordenação da molécula de I2 na ligação tripla do substrato 3

formando o intermediário iodônio A;

2 – Um ataque nucleofílico anti do átomo de selênio ao intermediário

iodônio A, fornecendo o intermediário heterocíclico B;

3 – Por fim, o ânion iodeto remanescente reage nucleofilicamente com o

grupamento R ligado ao átomo de enxofre ou de selênio, levando a formação

do produto desejado e a formação de um iodeto orgânico. É relevante destacar

que para a reação acontecer, o grupamento R1 necessita ter um carbono com

hibridização sp3 ligado diretamente ao átomo de selênio ou de enxofre, visto

que se o calcogênio estivesse ligado a um carbono de hibridização sp ou sp2 o

ataque nucleofílico a este carbono, na última etapa do mecanismo não seria

possível, devido ao impedimento eletrônico dos orbitais da ligação π (Esquema

39).

YSe

I

R2

Se YR1

R2

Se YR1

R2

I+

YSe

I

R2

I-

I2

I2 R1I

3 4

A

B

YR1 = SMe ou SeBu

R1

Page 65: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

64

Esquema 39

2.4 REAÇÃO DO 3-ALQUINIL-DIHIDROSELENOFENO 3j VIA R EAÇÃO

DE OXIDAÇÃO PROMOVIDA POR DDQ

Selenofenos apresentam excelentes propriedades elétricas5 além destes

compostos apresentarem destacadas atividades biológicas como por exemplo

antitumoral.6 Nesse contexto, nosso grupo de pesquisa demonstrou que

selenofenos funcionalizados com substituinte alquenila na posição 3 do anel

apresentaram interessantes atividades biológicas.11 Baseados nestes

resultados, uma metodologia na qual 3-alquinil-dihidroselenofenos pudessem

ser transformados em 3-alquinil-selenofenos, seria de grande utilidade

sintética.

Recentemente foi descrita a reação de oxidação de 2,3-dihidro-

(tiofenos)50–furanos51 promovida pela 2,3- dicloro-5,6-dicianobenzoquinona

(DDQ), levando aos respectivos heterociclos aromáticos.

Inspirados nestes bons resultados, decidimos investigar a reatividade do

3-alquinil-dihidroselenofeno 3j frente a reação de oxidação promovida por DDQ

afim de demonstrar seu potencial como intermediário sintético. Aplicando-se a

mesma condição reportada por Flynn e colaboradores,50 reagiu-se o substrato

3j (0,25 mmol) com o DDQ (2 eq) em 2 mL tolueno na temperatura de 90ºC, o

produto 3-alquinil-selenofeno 5a pôde ser obtido em 40% de rendimento

(Esquema 40).

Se

Ph

Ph

DDQ (2 eq)

tolueno, 90 °C Se

Ph

Ph

3j 5a (40%)

Esquema 40

50 (a) Flynn, B. L.; Flynn, G. P.; Hamel, E.; Jung, M. K. Bioorg. Med. Chem. Lett. 2001, 11, 2341. (b) Lee, H. S.; Kim, S. H.; Kim, J. N. Tetrahedron Lett. 2009, 50, 6480. 51 (a) Pohmakotr, M.; Issaree, A.; Sampaongoen, L.; Tuchinda, P.; Reutrakul, V. Tetrahedron Lett. 2003, 44, 7937. (b) Bellur, E.; Ilia Freifeldb, I.; Langer, P. Tetrahedron Lett. 2005, 46, 2185.

Page 66: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

65

Considerações Finais e Conclusões

Page 67: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

66

CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES

Considerando-se os objetivos propostos para o presente trabalho e

analisando-se os resultados obtidos, é possível fazer algumas considerações

pertinentes frente às reações estudadas.

Desenvolveu-se uma metodologia de obtenção de derivados de

dihidroselenofenos 1, funcionalizados na posição 3 do anel heteroaromático,

provenientes de reações de acoplamento de Sonogashira entre derivados de

3-iododihidroselenofenos e alquinos terminais. Após uma variedade de estudos

para a obtenção da melhor condição reacional observou-se que utilizando

quantidades catalíticas de Pd(PPh3)2Cl2 e de CuI.Pd(PPh3)2Cl2, Et3N como

base e solvente, os respectivos 3-alquinildihidroselenofenos 3 foram obtidos

em bons rendimentos, podendo-se utilizar como substratos uma variedade de

alquinos 2, bem como diferentes 3-iododihidroselenofenos 1.

Em um estudo complementar, submeteu-se o 3-

alquinildihidroselenofenos 3, contendo átomos de organocalcogênios na

posição 2 do anel heterocíclico próximo a ligação tripla, as reações de

ciclização eletrofilica usando I2 como eletrófilo em CH2Cl2. Esta reação se

mostrou sensível aos efeitos eletrônicos do substituinte no alquino, sendo que

a reação forneceu os produtos 4 em bons rendimentos com substituintes arila

no alquino, ao passo que quando os substituintes eram alquilicos, os produtos

foram obtidos em rendimentos moderados.

Assim, em uma última etapa do trabalho, foi testada a reatividade do

composto 3j frente as reação de oxidação promovida por DDQ, levando ao

heterociclo aromático 2-fenil-3-(feniletinil)selenofeno 5a em rendimento

moderado.

Page 68: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

67

Capítulo 3

Parte Experimental

PARTE EXPERIMENTAL

Page 69: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

68

2.1 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1.1 Espectroscopia de Ressonância Magnética Nucl ear.

Os espectros de RMN 1H, RMN 13C, foram obtidos em espectrômetros

Bruker DPX, que operam na freqüência de 200 MHz e 400 MHz,

(Departamento de Química – UFSM). Os deslocamentos químicos (δ) estão

relacionados em parte por milhão (ppm) em relação ao tetrametilsilano (TMS,

utilizado como padrão interno para os espectros de RMN 1H) e CDCl3 (para os

espectros de RMN 13C), colocando-se entre parênteses a multiplicidade (s =

singleto, d = dupleto, t = tripleto, quart = quarteto, quint = quinteto, m =

multipleto, sl= singleto largo), o número de hidrogênios deduzidos da integral

relativa e a constante de acoplamento (J) expressa em Hertz (Hz).

2.1.2 Espectrometria de Massas.

Os espectros de massas de baixa resolução (MS) foram obtidos a partir

de um aparelho Shimatzu QP2010PLUS 70 eV (Universidade Federal de Santa

Maria).

2.1.3 Análise Elementar

As análises elementares foram realizadas através do analisador

elementar Carlo Erba EA 1110 (Departamento de Química Fundamental da

Universidade Federal de Pernambuco).

2.1.4 Rota-evaporadores.

Para remoção dos solventes das soluções orgânicas, foram utilizados:

- Rota-evaporador Heidolph VV 60;

- Rota-evaporador Heidolph 4011 - Digital;

- Rota-evaporador Fisatom – Modelo 558;

Page 70: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

69

- Linha de vácuo equipada com uma bomba de alto-vácuo Boc Edwards

modelo RV8 Rotary Vane.

2.1.5 Solventes e Reagentes.

Os solventes foram purificados e secos antes de serem utilizados,

conforme técnicas usuais. Os reagentes comerciais foram obtidos de empresas

especializadas sem prévia purificação.

O THF foi refluxado52 sobre sódio metálico, utilizando como indicador a

benzofenona e destilado imediatamente antes do uso. Diclorometano foi

destilado sobre pentóxido de fósforo e armazenado sob peneira molecular. O

metanol foi destilado de magnésio metálico. A trietilamina foi destilada sobre

KOH; o tolueno foi destilado sobre sódio metálico e o etanol foi seco com óxido

de cálcio.

A concentração do reagente de alquil-lítio foi determinada através de

titulação do mesmo com isopropanol, utilizando-se 1,10-fenantrolina como

indicador.53 O selênio e telúrio elementar utilizados (~200 mesh – ALDRICH)

foram secos em estufa a 80 °C durante 12 horas.

As placas de cromatografia em camada delgada foram obtidas de fontes

comerciais; Sílica G/UV254 (0,20 mm). Utilizou-se, como método de revelação,

cuba de iodo, luz ultravioleta e solução ácida de vanilina.

Para os produtos purificados utilizando cromatografia em coluna, o

material usado foi uma coluna de vidro, gel de sílica 60 (230-400 mesh –

MERCK) e, como eluente, um solvente ou mistura de solventes adequados.

52 Perrin, D. D.; Armarego, W. L. Em Purification of Laboratory Chemicals, 4th ed. Pergamon Press, New York, 1997. 53Watson, S. C.; Eastham, J. F. J. Organomet. Chem. 1967, 9, 165.

Page 71: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

70

2.2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

2.2.1 Preparação do Pd(PPh 3)4 54

A uma suspensão de PdCl2 (0,301g; 1,7 mmol) em água (2,5 mL),

adicionou-se NaCl (0,198g; 3,4 mmol). A mistura foi aquecida de forma lenta e

cuidadosa, em chapa de aquecimento, sob agitação, até quase a secura.

Resfriou-se a reação e adicionou-se água (2,5 mL) e repetiu-se a evaporação

até a secura total da reação. Em seguida, adicionou-se etanol (50 mL),

aqueceu-se a 60 °C e adicionou-se PPh 3 (2,67g; 10,2 mmol). Retirou-se o

aquecimento e adicionou-se N2H4.H2O (0,25 mL). Após 2-3 minutos de

agitação, o sólido levemente esverdeado foi separado por filtração em funil de

Büchner, lavado com éter etílico (2x 10 mL), e seco sob pressão reduzida, em

bomba de alto vácuo. Rendimento: 1,61g (80%).

2.2.2 Preparação do PdCl 2(PPh3)2 55

A uma suspensão de PdCl2 (0,301g; 1,7 mmol) em água (2,5 mL),

adicionou-se NaCl (0,198g; 3,4 mmol). A mistura foi aquecida de forma lenta e

cuidadosa, em chapa de aquecimento, sob agitação, até quase a secura.

Resfriou-se a reação e adicionou-se água (2,5 mL) e repetiu-se a evaporação

até a secura total da reação. Em seguida, adicionou-se etanol (50 mL),

aqueceu-se a 60 °C e adicionou-se PPh 3 (1,78g; 6,8 mmol). Depois de 1-2

minutos, formou-se um precipitado amarelo. Retirou-se o aquecimento e

manteve-se a agitação por mais 2-3 minutos. Filtrou-se a suspensão em funil

de Büchner, lavou-se o sólido com éter etílico (2x 10 mL) e secou-se em

bomba de alto vácuo. Rendimento: 1,15g (97%).

54 Coulson, R. D. Inorg. Synth. 1972, 13, 121. 55 Hartely, F. R. Organometal. Chem. Rev. A. 1970, 6, 119.

Page 72: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

71

2.2.3 Preparação do PdCl 2(PhCN)2

56

Em 50 mL de benzonitrila, adicionou-se PdCl2 ( 2,0 g; 11,3 mmol) e

aqueceu-se a 100 ºC, em chapa de aquecimento, sob agitação, por vinte

minutos. O paládio dissolveu-se de modo que a solução adquiriu uma

coloração vermelha. Filtrou-se a solução ainda quente e adicionou-se o filtrado

em 300 mL de éter de petróleo. O sólido amarelo claro resultante foi removido

por filtração e lavado com éter de petróleo (10 mL). O sólido foi seco em bomba

de alto vácuo. Rendimento: 4,0 g (93%).

2.2.4 Preparação do Pd(acac) 2 55

A uma solução de Na2PdCl4, preparada in situ a partir do PdCl2 (0,354 g;

2 mmol) e NaCl (0,292g; 5 mmol) em água (4 mL), foi adicionado 2,4

pentanodiona (1 mL; 9,8 mmol) e uma solução aquosa de NaOH 4M (1,9 mL;

7,5 mmol). A mistura foi agitada até que ocorresse a formação de um sólido

amarelo. Este precipitado foi filtrado sob vácuo e lavado com água (2x 10 mL),

metanol (2x 10 mL) e, por fim, éter etílico (2x 10 mL). O solido foi seco em

bomba de alto vácuo. Rendimento: 0, 543 g (89%).

2.2.5 Preparação do Pd(dppe) 2 57

A uma suspensão de PdCl2(PhCN)2 (0,95 g; 2,5 mmol) em benzeno

seco, sob atmosfera de argônio foi adicionado o ligante dppe ( 2,0 g; 5,05

mmol). A coloração da solução mudou de vermelho escuro para amarelo claro,

quando começou a precipitar um sólido amarelo. A solução foi agitada por 30

minutos. Após este tempo, foram adicionados 10 mL de tolueno seco,

causando uma maior precipitação. O sólido foi seco em bomba de alto vácuo,

protegido da luz. Rendimento: 1,19 g (83%).

56 Doyle, J. R.; Slade, P.E.; Jonassen, H. B. Inorg. Synth. 1960, 216 57 Jenkins, J. M.; Verkade, J. G. Inorg. Synth.1968, 108.

Page 73: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

72

2.2.10 Procedimento para a reação de acoplamento en tre but-3-in-1-

ol e o fenilacetileno

Em um balão de 50 mL, sob atmosfera inerte, adicionou-se o bromo

benzeno (20 mmol) a uma solução contendo o PdCl2(PPh3)2 (2 mol%, 0,280 g)

dissolvido em Et3N, e após adicionou-se o but-3-in-1-ol (25 mmol). Então a

solução foi agitada por 5 minutos. Após este tempo, adicionou-se o CuI (2

mol%, 0,076 g) e elevou-se a temperatura a 70 ºC e manteve-se a reação sob

agitação por 12 horas. A reação foi diluída em acetato de etila (20 mL),

lavando-se a fase orgânica com solução saturada de NH4Cl ( 3x 20 mL). A fase

orgânica foi seca MgSO4 e concentrada sob vácuo. Os produtos obtidos foram

purificados por cromatografia em coluna de gel de sílica utilizando-se hexano

como eluente.

2.2.11 Procedimento para as reações entre os álcooi s

homopropargílico e o cloreto de tosila

Em um balão de 50 mL, sob atmosfera inerte, adicionou-se a Et3N (2

equivalentes, 20 mmol) em uma solução contendo o álcool homopropargílico

apropriado (10 mmol) em CH2Cl2, seguida da adição do DMAP (10 mol%,

0,122g). Então dissolveu-se o cloreto de tosila (1,1 equivalentes, 11mmol) em

10 mL de CH2Cl2 e adicionou-se esta solução na reação à 0 ºC. Manteve-se a

reação a temperatura ambiente sob agitação por 12 horas. A reação foi diluída

CH2Cl2 (20 mL), lavando-se a fase orgânica com solução saturada de NH4Cl

(3x 20 mL). A fase orgânica foi seca MgSO4 e concentrada sob vácuo. Os

produtos obtidos foram purificados por cromatografia em coluna de gel de sílica

utilizando-se um gradiente de hexano\acetato de etila na proporção de 5:1.

Page 74: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

73

2.2.12 Preparação do seleneto homopropargílico

Em um balão sob atmosfera inerte adicionou-se o n-BuLi (5 mmol) à

solução de Se0 (5 mmol) em THF (8 mL) à 0 ºC. Com formação do n-

butilselenolato de lítio, a solução que era de cor negra, passou a ser incolor.

Após adicionou-se o tosilato propargílico (5 mmol) apropriado dissolvido em 8

mL de THF . Manteve-se a reação a temperatura ambiente sob agitação por 8

horas. A reação foi diluída em acetato de etila (20 mL), lavando-se a fase

orgânica com solução saturada de NH4Cl ( 3x 20 mL). A fase orgânica foi seca

MgSO4 e concentrada sob vácuo. Os produtos obtidos foram purificados por

cromatografia em coluna de gel de sílica utilizando-se hexano como eluente.

2.2.13 Procedimento para as reações entre o selenet o

homopropargílico e diferentes eletrófilos

Em tubo de Schlenck sob atmosfera inerte, adicionou-se o seleneto

homopropargílico (2,5 mmol) dissolvido em THF ( 9 mL), e logo após adicionou-

se o n-BuLi (2,5 mmol) à -78 ºC, e então deixou-se a reação por 1h sob

agitação. Após este tempo, adicionou-se o eletrófilo apropiado (2,5 mmol), e

então deixou-se a reação sob agitação por 8h. A reação foi diluída em acetato

de etila (20 mL), lavando-se a fase orgânica com solução saturada de NH4Cl (

3x 20 mL). A fase orgânica foi seca MgSO4 e concentrada sob vácuo. Os

produtos obtidos foram purificados por cromatografia em coluna de gel de sílica

utilizando-se um gradiente de hexano e acetato de etila na proporção de 4:1

como eluentes para o seleneto homopropargílicos funcionalizado com

grupamento hidróxi e usando apenas hexano como eluente para os outros

selenetos homopropargílicos.

2.2.14 Preparação do 3-iodo-dihidroselenofenos 1

A uma solução de seleneto homopropargilico apropriado (1 mmol) em

CH2Cl2 (10 mL) foi adicionado gradativamente 1,1 equivalentes de I2 (1,1 mmol)

dissolvidos em 10 mL de CH2Cl2, sob atmosfera inerte. Manteve-se o sistema a

temperatura ambiente sob agitação durante o tempo de 5 a 15 min, e após

formou-se um sólido. Após o consumo deste sólido, o excesso de I2 foi

Page 75: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

74

removido lavando-se a mistura reacional com solução saturada de Na2S2O3.

Extraiu-se a reação com CH2Cl2 (3x 20 mL). A fase orgânica foi seca com

MgSO4 e concentrada sob vácuo. Os produtos obtidos foram purificados por

cromatografia em coluna de gel de sílica utilizando-se um gradiente de hexano

e acetato de etila na proporção de 4:1 como eluentes para 3-iodo-

dihidroselenofeno 1d funcionalizados com gurpamento hidróxi e usando

apenas hexano como eluente para os 3-os outros iodo-dihidroselenofenos 1. .

2.2.7 Procedimento geral para reações de acoplament o de 3-

alquinildihidroselenofenos com alquinos.

Em um tubo de Schlenck, sob atmosfera inerte, contendo uma solução

do 3-alquinildihidroselefeno apropriado (0,25 mmol) em Et3N (1,5 mL) foi

adicionado PdCl2(PPh3)2 (0,0087 g, 0,0124 mmol). Então foi adicionado o

alquino apropriado dissolvido em 0,5 mL de Et3N. A solução foi agitada por 5

minutos. Após este tempo, adicionou-se o CuI (0,0033 g, 0,0017 mmol).

Manteve-se a reação a temperatura ambiente ambiente sob agitação por 12

horas. A reação foi diluída em acetato de etila (20 mL), lavando-se a fase

orgânica com solução saturada de NH4Cl ( 3x 20 mL). A fase orgânica foi seca

MgSO4 e concentrada sob vácuo. Os produtos obtidos foram purificados por

cromatografia em coluna de gel de sílica utilizando-se um gradiente de hexano

e acetato de etila na proporção de 4:1 como eluentes para 3-alquinil-

dihidroselenofenos 3 funcionalizados com gurpamento hidróxi e usando

apenas hexano como eluente para os 3 os outros 3-alquinil-dihidroselenofenos

3.

Se Ph

OH

2-metil-4-(2-fenil-4,5-dihidroselenofen-3-il)but-3- in-2-ol (3a):

Rendimento: 0,069g (95%). RMN H1 (CDCl3, 400 MHz): δ 7,74-7,71 (m, 2H);

7,35-7,25 (m, 3H); 3,30 (t, J = 7,6 Hz, 2H); 3,16 (t, J = 7,3 Hz, 2H); 2,18 (sl, 1H);

1,51 (s, 6H). RMN C13 (CDCl3, 100 MHz) δ (ppm): 135,58; 128,48; 128,75;

Page 76: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

75

127,98; 114,50; 99,94; 96,83; 79,98; 65,76; 44,06; 32,21; 24,01. MS

(intensidade relativa) m/z: 288 (91), 270 (44), 231 (24), 208 (15), 176 (29), 151

(100), 139 (22), 115 (25), 88 (13). Anal.(%) Calculado: C15H16OSe: C: 61,86; H:

5,54. Encontrado: C: 62,10; H: 5,56

Se Ph

OH

3-(2-fenil-4,5-dihidroselenofen-3-il)prop-2-in-1-ol (3b).

Rendimento: 0,046g (70%). RMN H1 (CDCl3, 400 MHz), δ (ppm): 7,73-7,68 (m,

2H); 7,39-7,28 (m, 3H); 4,37 (s, 2H); 3,37-3,14 (m, 4H); 1,84 (sl, 1H). RMN C13

(CDCl3, 100 MHz) δ (ppm): 145,53; 135,49; 128,54; 128,31; 128,13; 114,37;

90,33; 83,22; 51,69; 44,09; 24,04 MS (intensidade relativa) m/z: 261 (65), 163

(59), 151 (100), 139 (25), 126 (52), 114 (31).

Se Ph

OH

3-metil-1-(2-fenil-4,5-dihidroselenofen-3-il)pent-1 -in-3-ol (3c).

Rendimento: 0,073g (95%). RMN H1 (CDCl3, 200 MHz), δ (ppm): 7,74-7,70 (m,

2H); 7,38-7,26 (m, 3H); 3,37-3,13 (m, 4H); 1,97 (sl, 1H); 1,75-1,64 (quart, J =

6,1 Hz, 2H); 1.47 (s, 3H); 1,02-0,95 (t, J = 7,5 Hz, 3H). RMN C13 (CDCl3, 100

MHz) δ (ppm): 144,76; 135,53; 128,46; 128,35; 127,97; 114,61; 95,79; 80,97;

69,28; 44,14; 36,39; 29,09; 24,00; 8,98. MS (intensidade relativa) m/z: 302 (19),

284 (100), 188 (28), 177 (59), 163 (52), 151 (70), 114 (24). Anal.(%)

Calculado:C16H18OSe: C:62,95; H: 5,94. Encontrado: C:62,69; H:5,91.

4-(2-fenil-4,5-dihidroselenofen-3-il)but-3-in-1-ol (3d).

Rendimento: 0,050g (72%). RMN H1 (CDCl3, 400 MHz), δ (ppm): 7,74-7,70 (m,

2H); 7,38-7,26 (m, 3H); 3,72-3,66 (t, J = 6,1 Hz ); 3,35-3,12 (m, 4H); 2,61-2,45

(t, J = 6,2 Hz, 2H); 1,86 (sl, 1H). RMN C13 (CDCl3, 100 MHz) δ (ppm): 135,81;

Page 77: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

76

128,41; 128,25; 128,11; 115,29; 89,76; 80,25; 60,97; 44,21; 24,15; 23,94. MS

(intensidade relativa) m/z: 275 (97), 229 (30), 163 (100), 151 (64), 138 (37), 114

(22).

3-(3-(benzyloxi)prop-1-inil)-2-fenil-4,5-dihidrosel enofeno

(3e). Rendimento: 0,081g (91%). RMN H1 (CDCl3, 400 MHz), δ (ppm): 7,74-

7,72 (m, 2H); 7,37-7,24 (m, 8H); 4,55 (s, 2H); 4,28 (s, 2H); 3,32-3,28 (m, 2H);

3,21-3,18 (m, 2H). RMN C13 (CDCl3, 100 MHz) δ (ppm): 145,52; 137,42;

135,57; 128.51; 128,35; 128,12; 128.04; 127,77; 127,71; 127,57; 88,32; 84,09;

71,33; 57,94; 44,11; 24,07.

3-(hex-1-inil)-2-fenil-4,5-dihidroselenofeno (3f). Rendimento:

0,056g (77%). RMN H1 (CDCl3, 400 MHz), δ (ppm): 7,77-7,75 (m, 2H); 7,33-

7,24 (m, 3H); 3,32-3,25 (m, 2H); 3,18-3,14 (t, J = 7,3 Hz, 2H); 2,34-2,31 (t, J =

7,1, 2H); 1,55-1,37 (m, 5H); 0,920-0,88 (t , J = 7,3 Hz, 3H); RMN C13 (CDCl3,

100 MHz) δ (ppm): 142,03; 135,85; 128,30; 127,91; 120,06; 115,91; 94,26;

78,28; 44,63; 30,59; 23,62; 21,89; 19,40; 13,54. MS (intensidade relativa) m/z:

286 (71), 242 (18), 178 (28), 163 (100), 151 (72), 138 (29), 114 (19). Anal.(%)

Calculado: C16H18Se: C: 66,43; H: 6,27. Encontrado: C:66,70; H:6,30.

3-(hept-1-inil)-2-fenil-4,5-dihidroselenofeno (3g).

Rendimento: 0,062g (81%). RMN H1 (CDCl3, 400 MHz): δ 7,79-7,74 (m, 2H);

7,38-7,26 (m, 3H); 3,34-3,12 (t, 4H); 2,36-2,29 (t, J = 6,6 Hz, 2H); 1,56-1,36 (m,

6H); 0,92-0,85 (m, J = 6,8 Hz, 3H). C13 RMN (CDCl3, 100 MHz): δ 142,03;

Page 78: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

77

135,87; 128,32; 128,08; 127,94; 115,94; 94,34; 78,29; 44,64; 31,04; 28,24;

23,63; 22,19; 19,71; 13,50. MS (intensidade relativa) m/z: 304 (55), 246 (52),

231 (17), 181 (21), 165 (100), 152 (50), 141 (24), 115 (19). Anal.(%) Calculado:

C17H20Se: C:67,32; H:6,65.Encontrado: C:67,52; H:6,70

4-(oct-1-inil)-5-fenil-2,3-dihidroselenofeno (3h). Rendimento:

0,060g (76%). RMN H1 (CDCl3, 400 MHz), δ (ppm): 7,78-7,74 (m, 2H); 7,36-

7,25 (m, 3H); 3,33-3,12 (m, 4H); 2,36-2,29 (t, J = 6,8 Hz, 2H); 1,53-1,29 (m,

9H); 0,913-0,848 (t, J = 6,62 Hz, 3H). RMN C13 (CDCl3, 100 MHz) δ (ppm):

135,89; 128,33; 128,08; 127,95; 115,96; 99,94; 94,36; 78,28; 44,65; 31,34;

28,56; 28,53; 23,63; 22,53; 19,76; 14,03. MS (intensidade relativa) m/z: 314

(69), 244 (48), 163 (100), 151 (78), 140 (27), 114 (16). Anal.(%) Calculado:

C18H22Se: C:68,13; H:6,99 Encontrado: C: 68,21; H:7,11.

Se

t-Bu

Ph 3-(3,3-dimetilbut-1-inil)-2-fenil-4,5-dihidroseleno feno (3i).

Rendimento: 0,058g (80%). RMN H1 (CDCl3, 200 MHz), δ (ppm): 7,81-7,77 (m,

2H); 7,32-7,25 (m, 3H); 3,32-3,10 (m, 4H); 1,24 (s, 9H). RMN C13 (CDCl3, 100

MHz) δ (ppm): 141,99; 137,79; 128,31; 129,07; 127,84; 115,85; 102,27; 99,94;

44,62; 30,75; 28,29; 23,62. MS (intensidade relativa) m/z: 286 (100), 191 (18),

177 (53), 163 (53), 151 (48), 140 (18), 114 (20).

Se

Ph

Ph 5-fenil-4-(2-feniletinil)-2,3-dihidroselenofeno (3j ). Rendimento:

0,058g (76%). RMN H1 (CDCl3, 200 MHz), δ (ppm): 7,85-7,84 (m, 2H); 7,41-

7,26 (m, 8H); 3,41-3,28 (m, 4H). RMN C13 (CDCl3, 50 MHz) δ (ppm): 145,16;

135,72; 131,20; 128,52; 128,29; 128,08; 127,94; 123,51; 115,13; 92,61; 87,50;

Page 79: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

78

44,06; 24,15 MS (intensidade relativa) m/z: 306 (36), 225 (36), 199 (17), 151

(11), 112 (12), 100 (8). Anal.(%) Calculado: C18H14Se: C:69,91; H:4,56.

Encontrado: C: 70,15 H:4,63.

Se Ph

OMe

4-(2-(2-metoxifenil)etinil)-5-fenil-2,3-dihidrosele nofeno (3k).

Rendimento: 0,068g (80%). RMN H1 (CDCl3, 200 MHz), δ (ppm): 7,93 (d, J =

7.0 Hz, 2H); 7,37-7,23 (m, 5H); 6,90-6,84 (q, J = 7,3 Hz); 3,86 (s, 3H); 3,34 (s,

4H). RMN C13 (CDCl3, 100 MHz) δ (ppm): 159,89; 144,48; 135,71; 133,00;

129,45; 128,61; 128,32; 127,96; 120,42; 115,38; 112,82; 110,56; 91,51; 89,69;

55,69; 44,40; 24,00. MS (intensidade relativa) m/z: 306 (36), 225 (36), 199 (17),

151 (11), 112 (12), 100 (8). Anal.(%) Calculado: C19H16OSe: C:67,26; H:4,75.

Encontrado: C: 67,42; H:4,82.

Se

Ph

4-(2-fenyletinil)-2,3-dihidroselenofeno (3l). Rendimento: 0,053g

(90%). H1 RMN (CDCl3, 200 MHz), δ (ppm): 7,45-7,25 (m, 5H); 7,07 (s, 1H);

3,36 (t, J = 8,4Hz, 2H); 2,98 (t, J = 8,4Hz, 2H). RMN C13 (CDCl3, 100 MHz) δ

(ppm): 131,31; 130,02; 128,27; 127,99; 123,29; 121,36; 99,95; 89,21; 86,53;

40,60; 25,52. MS (intensidade relativa) m/z: 233 (100), 152 (74), 126 (69), 115

(28), 75 (14). Anal.(%) Calculado: C12H10Se: C:61,80; H:4,32. Encontrado:

C:62,10; H:4,37

4-(4,5-dihidroselenofe-3-il)-2-metilbut-3-in-2-ol ( 3m)

Rendimento: 0,022g (41%). RMN 1H (CDCl3, 200 MHz): δ 6,94 (s, 1H); 3,30 (t,

J= 8,37Hz, 2H); 2,85 (t, J = 8,37Hz, 2H); 2,00 (s, 1H); 1,53 (s, 6H). RMN 13C

Page 80: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

79

(CDCl3, 50 MHz): δ 129,75; 120,68; 93,52; 79,15; 65,59; 40,55; 31,39; 25,37.

MS (intensidade relativa) m/z: 215 (77), 200 (100), 172 (14), 135 (72), 122 (51),

91 (49), 77 (45). Anal.(%) Calculado: C9H12OSe: C:50,24; H:5,62. Encontrado:

C:50,15; H:5,58.

Se

t-Bu

4-(3,3-dimetilbut-1-inil)-2,3-dihidroselenofeno (3n ) Rendimento:

0,039g (72%).RMN 1H (CDCl3, 400 MHz): δ 6,80 (s, 1H); 3,27 (t, J= 8,31Hz ,

2H); 2,83 (t, J= 8,31Hz, 2H); 1,23 (s, 9H). RMN 13C (CDCl3, 100 MHz): δ

127,05; 121,91; 98,40; 75,96; 40,98; 30,95; 30,56; 25,13. MS (intensidade

relativa) m/z: 231 (82), 198 (100), 133 (19), 119 (78), 103 (18), 91 (67), 77 (28).

Anal.(%) Calculado: C10H14Se: C:56.34; H:6.62. Encontrado: C:56,51; H:6,75.

Se

Ph

OH

2-(3-(2-feniletinil)-4,5-dihidroselenofen-2-il)prop an-2-ol (3o)

Rendimento: 0,072g (98%). RMN 1H (CDCl3, 200 MHz): δ 7,43-7,29 (m, 5H);

3,14 (m, 4H); 2,84 (sl, 1H); 1,65 (s, 6H). RMN 13C (CDCl3, 100 MHz): δ 159,62;

130,86; 128,33; 128,08; 123,21; 111,68; 96,63; 85,83; 73,75; 43,89; 29,42;

22,75. MS (intensidade relativa) m/z: 291 (100), 276 (56), 211 (30), 181 (21),

167 (40), 153 (51), 141 (31), 115 (37), 77 (22). Anal.(%) Calculado: C15H16OSe:

C:61,86; H:5,54. Encontrado: C:61,97; H:5,62.

Se

t-Bu

OH

2-(3-(3,3-dimetilbut-1-inil)-4,5-dihidroselenofen-2 -il)propan-2-ol

(3q). Rendimento: 0,054g (80%).RMN 1H (CDCl3, 200 MHz): δ 3,19 (s, 1H);

3,15-2,93 (m, 4H); 1,55 (s, 6H); 1,25 (s, 9H). RMN 13C (CDCl3, 50 MHz): δ

Page 81: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

80

155,92; 112,50; 104,32; 75,58; 73,49; 43,91; 30,68; 29,30; 28,22; 22,83. MS

(intensidade relativa) m/z: 272 (100), 241 (21), 212 (30), 163 (23), 133 (63), 119

(38), 105 (47), 91 (64), 77 (34). Anal.(%) Calculado C13H20OSe: C:57,56;

H:7,43. Encontrado: C:57,68; H:7,48

Se

OH

SMe 2-metil-4-(2-(metiltio)-4,5-dihidroselenofen-3-il)b ut-3-in-2-ol

(3r). Rendimento: 0,045g (65%). RMN 1H (CDCl3, 400 MHz): δ 3,29 (t, J=

8,07Hz, 2H); 2,97 (t, J= 8,1Hz, 2H); 2,45 (s, 3H); 2,21 (s, 1H); 1,56 (s, 6H).

RMN 13C (CDCl3, 50 MHz): δ 142,03; 114,61; 99,98; 65,77; 42,00; 31,46; 25,52;

18,93. MS (intensidade relativa) m/z: 261 (65), 163 (59), 151 (100), 139 (29),

126 (52), 114 (31).

Se

Ph

SMe metil(3-(2-feniletinil)-4,5-dihidroselenofen-2-yl)s ulfeto (3s).

Rendimento: 0,068g (97%). RMN 1H (CDCl3, 400 MHz): δ 7,46-7,42 (m, 2H);

7,32-7,26 (m, 3H); 3,34 (t, J= 7,8 Hz, 2H); 3,09 (t, J= 7,8 Hz, 2H); 2,50 (s, 3H).

RMN C13 (CDCl3, 100 MHz) δ (ppm): 142,37; 131,19; 128,23; 127,88; 123,51;

115,44; 95,49; 85,68; 42,08; 25,69; 19,13. MS (intensidade relativa) m/z: 280

(100), 132 (16), 184 (46), 152 (50), 141 (38), 126 (29), 115 (29), 89 (12).

Se

t-Bu

SMe (3-(3,3-dimetilbut-1-inil)-4,5-dihidroselenofen-2-i l)(metil)sulfeto

(3t). Rendimento: 0,057g (87%). RMN 1H (CDCl3, 200 MHz): δ 3,26 (t, J= 7,5

Page 82: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

81

Hz, 2H); 2,94 (t, J= 7,8 Hz, 2H); 2,44 (s, 3H); 1.27 (s, 9H). RMN 13C (CDCl3, 50

MHz). MS (intensidade relativa) m/z: 259 (100), 244 (89), 149 (27), 135 (26),

115 (24), 91 (36), 77 (24).

Se

OH

SeBu 4-(2-(butilselanil)-4,5-dihidroselenofen-3-il)-2-me tilbut-3-in-2-

ol (3u). Rendimento: 0,085g (92%).RMN 1H (CDCl3, 200 MHz): δ 3,30 (t, J=

8,1Hz, 2H); 2,98-2,88 (m, 4H); 2.27 (s, 1H); 1,73 (quint, J= 7,5 Hz, 2H); 1,57 (s,

6H); 1,43 (m, 2H); 0,93 (t, J= 7,2 Hz, 3H). RMN 13C (CDCl3, 50 MHz): δ 132,83;

118,79; 99,05; 79,14; 65,77; 42,18; 32,88; 31,44; 28,90; 26,11; 22,77; 13,54.

MS (intensidade relativa) m/z: 351 (100), 333 (47), 236 (22), 214 (40), 181 (24),

117 (60), 90 (67), 77 (58).

Se

Ph

SeBu 2-(butilselanil)-3-(2-feniletinil)-4,5-dihidroselen ofeno (3v).

Rendimento: 0,070g (73%). RMN 1H (CDCl3, 400 MHz): δ 7,47-7,41 (m, 2H);

7,32-7,25 (m, 3H); 3,34 (t, J= 7,2 Hz, 2H); 3,05 (t, J= 7,2Hz, 2H); 2,96 (t, J=

7,5Hz, 2H); 1,76 (quint, J= 7,5Hz, 2H); 1,44 (sex, J= 7,5 Hz, 2H); 0,92 (t, J=

7,20Hz, 3H). RMN 13C (CDCl3, 50 MHz): δ 133,16; 131,17; 128,20; 127,85;

123,51; 119,64; 94,58; 86,58; 42,28; 32,89; 29,05; 26,24; 22,77; 13,51. MS

(intensidade relativa) m/z: 369 (50), 233 (44), 152 (100), 139 (20), 126 (28), 115

(21).

Se

t-Bu

SeBu 2-(butilselanil)-3-(3,3-dimetilbut-1-inil)-4,5-dihi droselenofeno

(3w). Rendimento: 0,086g (94%). RMN 1H (CDCl3, 200 MHz): δ (ppm):4.30 ( t, J

7,8 Hz, 2H); 3,97-3,90 (m, 4H); 2,82-2,35 (m, 6H); 2,29 (s, 9H); 1,95 (t, J= 7,2

Page 83: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

82

Hz, 3H).RMN 13C (CDCl3, 50 MHz): δ 129,64; 120,12; 104,12; 76,02; 42,49;

32,90; 31,02; 30,55; 28,53; 25,87; 22,78; 13,55. MS (intensidade relativa) m/z:

349 (100), 334 (67), 278 (149), 196 (30), 131 (27), 117 (58), 91 (84), 77 (48).

2-(butilselanil)-3-(hept-1-inil)-4,5-dihidroselenof eno (3x).

Rendimento: 0,075g (82%). RMN 1H (CDCl3, 400 MHz): δ 3,28 ( t, J = 7,9 Hz,

2H); 2,92 (quart, J = 10,33 Hz, 4H); 2,35 (t, J = 6,7 Hz , 2H); 1,81-1,28 (m,

12H), 0,96-0,873 (m, 7H) RMN 13C (CDCl3, 50 MHz): δ 129,27; 120,67; 95,89;

77,57; 42,60; 32,88; 30,97; 28,66; 28,41; 25,78; 22,77; 22,15; 19,68; 13,94;

13,50. MS (intensidade relatividade) m/z: 364 (71), 306 (80), 250 (100), 225

(38), 182 (16), 170 (58), 145 (32), 131 (21), 105 (27), 91 (98), 77 (75).

2.2.8 Procedimento geral para Iodociclizações

A uma solução do 2-alquilcalcogênio-3-alquinildihidroselenofeno

apropriado (0,25 mmol) em CH2Cl2 (2 mL) foram adicionados gradativamente

1,1 equivalentes de I2 dissolvido em 3 mL de CH2Cl2. Manteve-se a reação a

temperatura ambiente sob agitação pelos tempos indicados na Tabela 3. O

excesso de I2 foi removido lavando-se a reação com solução saturada de

Na2S2O3 (20 mL). Extraiu-se a reação com CH2Cl2 (3x 20 mL). A fase orgânica

foi seca com MgSO4 e concentrada sob vácuo. Os produtos obtidos foram

purificados por cromatografia em coluna de gel de sílica utilizando-se um

gradiente de hexano e acetato de etila como eluentes.

3-iodo-2-fenil-4,5-dihidroselenofeno[2,3-b]tiofeno (4b)

Rendimento: 0,069g (70%) RMN 1H (CDCl3, 400 MHz): δ 7,57-7,35 (m, 2H);

3,84 (t, J = 7,8 Hz, 2H); 3,22 (t, J = 7,8 Hz, 2H) RMN 13C (CDCl3, 50 MHz):

149,32; 144,02; 137,73; 129,06; 128,44; 128,36; 128,15; 128,85; 35,41; 31,31.

Page 84: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

83

MS (intensidade relativa) m/z: 391 (54), 281 (31), 207 (62), 184 (48), 115 (13),

73 (43), 44 (100).

2-tert-butil-3-iodo-4,5-dihidroselenofeno[2,3-b]tio feno (4c).

Rendimento: 0,037g (40%). RMN 1H (CDCl3, 400 MHz): δ 3,76 (t, J= 7,8Hz,

2H); 3,15 (t, J = 7,8Hz, 2H); 1,48 (s, 9H). MS (intensidade relativa) m/z: 371

(32), 356 (100), 229 (13), 149 (14), 91 (19), 77 (15).

4-iodo-5-fenil-2,3-dihidroselenofeno[2,3-b]selenofe no (4e).

Rendimento: 0,079g (72%) RMN 1H (CDCl3, 200 MHz): δ 7,52-7,48 (m 2H);

7,43-7,34 (m, 3H); 3,77 (t, J= 7,8Hz, 2H); 3,24 (t, J= 7,8Hz, 2H).RMN 13C

(CDCl3, 50 MHz): δ 149,75; 147,53; 136,85; 132,33; 129,23; 128,42; 128,14;

127,49; 37,52; 30,67. MS (intensidade relativa) m/z: 439 (56), 312 (8), 231 (39),

152 (100), 126 (24), 112 (19).

2-tert-butil-3-iodo-4,5-dihidroselenofeno[2,3-b]sel enofeno

(4f). Rendimento: 0,037g (30%) RMN 1H (CDCl3, 200 MHz): δ 3,71 (t, J= 7,5Hz,

2H); 3,18 (t, J= 7,5Hz, 2H); 1,49 (s, 9H). MS (intensidade relativa) m/z: 419

(59), 404 (100), 277 (14), 196 (15), 116 (31), 91 (43), 65 (21).

4-iodo-5-pentil-2,3-dihidroselenofeno[2,3- b]selenofeno

(4g): Rendimento: 0,061g (35%) RMN 1H (CDCl3, 200 MHz): δ 3,74 (t, J = 7,7

Hz, 2H); 3,14 (t, J= 7,8Hz, 2H); 2,76 (t, 2H, J = 7,3 Hz); 1,63-1,57 (m, 3H), 1,37-

Page 85: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

84

1,30 (m, 4H); 0,98-0,91 (m, 3H). MS (intensidade relativa) m/z: 433 (45), 431

(41), 376 (100), 248 (24), 168 (28), 91 (22), 77 (30).

2.2.9 Procedimento para obtenção do 2-fenil-3-(feni letinil)-2,3-

dihidroselenofeno 5a

Em um tubo de Schlenck, sob atmosfera de argônio, contendo uma

solução de 5-fenil-4-(feniletinil)-2,3-dihidroselenofeno 4a ( 0,25 mmol, 0,078 g)

em tolueno (2 mL), adicionou-se o DDQ ( 0, 5 mmol, 0,112 g) e elevou-se a

temperatura a 90 ºC, e então deixou-se a reação sob agitação por 12 horas.

Após este tempo a reação foi diluída em acetato de etila (20 mL), extraindo-se

a fase orgânica com água (3x 20 mL). A fase orgânica foi seca MgSO4 e

concentrada sob vácuo. Os produtos obtidos foram purificados por

cromatografia em coluna de gel de sílica utilizando-se hexano eluente.

2-fenil-3-(2-feniletinil)selenofeno (5a). Rendimento: 0,031g (40%)

RMN 1H (CDCl3, 200 MHz): δ 7,87 (d, J = 5,9 Hz, 2H); 7,48-7,31 (m, 7H). RMN 13C (CDCl3, 50 MHz): δ 152,73; 135,69; 134,20; 131,36; 128,54; 128,32;

128,30; 128,21; 128,07; 123,40; 119,81; 102,34; 90,41; 86,66. MS (intensidade

relativa) m/z: 307 (98), 228 (100), 215 (20), 200 (17), 153 (21), 113 (48), 101

(14). Anal.(%) Calculado: C18H12Se: C:70.36; H:3.94. Encontrado: C: 70,49;

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Page 92: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

91

Capítulo 3

Espectros Selecionados

Page 93: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

92

Se Ph

OH

Se Ph

OH

112233445566778899

1.9 3.4 2.0 2.1 6.7 0.8

Espectro de RMN 1H do composto 3a em CDCl3 a 200 MHZ.

101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140150150160160

Espectro de RMN 13C do composto 3a em CDCl3 a 50 MHZ.

Page 94: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

93

Se Ph

OH

Se Ph

OH

001122334455667788991010

2.0 3.3 2.0 4.2 1.2

Espectro de RMN 1H do composto 3b em CDCl3 a 200 MHZ.

252550507575100100125125150150175175200200

Espectro de RMN 13C do composto 3b em CDCl3 a 50 MHZ.

Page 95: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

94

Se Ph

OH

Se Ph

OH

001122334455667788991010

1.7 3.0 3.7 1.0 2.3 2.9 3.0

Espectro de RMN 1H do composto 3c em CDCl3 a 200 MHZ.

0255075100125150175200

127.2127.4127.6127.8128.0128.2128.4128.6128.8129.0129.2129.4129.6129.8130.0

Espectro de RMN 13C do composto 3c em CDCl3 a 50 MHZ.

Page 96: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

95

Se Ph

OH

Se Ph

OH

-0.5-0.50.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.08.58.5

3.0 1.8 1.9 3.7 1.9 1.1

Espectro de RMN 1H do composto 3d em CDCl3 a 200 MHZ.

101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140150150

Espectro de RMN 13C do composto 3d em CDCl3 a 50 MHZ.

Page 97: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

96

Se Ph

OBn

Se Ph

OBn

0123456789

8.4 1.6 2.2 1.5

3.103.153.203.253.303.353.403.45

1.9 2.0

Espectro de RMN 1H do composto 3e em CDCl3 a 200 MHZ.

255075100125150175200

127.20127.40127.60127.80128.00128.20128.40128.60128.80

Espectro de RMN 13C do composto 3e em CDCl3 a 50 MHZ

Page 98: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

97

Se

n-C4H9

Ph

Se

n-C4H9

Ph

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.08.58.5

1.5 2.8 1.8 1.6 1.7 4.7 3.3

Espectro de RMN 1H do composto 3f em CDCl3 a 200 MHZ.

255075100125150175200

146.60146.80147.00147.20147.40147.60147.80148.00148.20

Espectro de RMN 13C do composto 3f em CDCl3 a 50 MHZ

Page 99: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

98

Se

n-C5H11

Ph

Se

n-C5H11

Ph

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.08.58.5

3.0 1.6 3.9 1.9 2.4 4.2 3.0

Espectro de RMN 1H do composto 3g em CDCl3 a 200 MHZ.

101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140150150

Espectro de RMN 13C do composto 3g em CDCl3 a 50 MHZ

Page 100: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

99

Se

n-C6H13

Ph

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.08.58.5

2.7 1.5 1.8 1.8 1.8 10.1 3.8

Espectro de RMN 1H do composto 3h em CDCl3 a 200 MHZ

101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140150150

Espectro de RMN 13C do composto 3h em CDCl3 a 50 MHZ

Page 101: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

100

Se

t-Bu

Ph

Se

t-Bu

Ph

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.08.58.59.09.0

9.0 3.8 2.9 1.9

Espectro de RMN 1H do composto 3i em CDCl3 a 200 MHZ

0102030405060708090100110120130140150160170180190

126.4126.6126.8127.0127.2127.4127.6127.8128.0128.2128.4128.6128.8129.0129.2129.4129.6

Espectro de RMN 13C do composto 3i em CDCl3 a 50 MHZ

Page 102: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

101

Se

Ph

Ph

Se

Ph

Ph

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.08.58.5

4.0 1.9 9.2

Espectro de RMN 1H do composto 3j em CDCl3 a 200 MHZ

101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140150150

Espectro de RMN 13C do composto 3j em CDCl3 a 50 MHZ

Page 103: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

102

Se Ph

OMe

Se Ph

OMe

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.08.58.5

3.3 4.0 1.7 5.4 2.1

Espectro de RMN 1H do composto 3k em CDCl3 a 200 MHZ

101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140150150160160170170

Espectro de RMN 13C do composto 3k em CDCl3 a 50 MHZ

Page 104: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

103

Se

Ph

Se

Ph

-0.5-0.50.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.08.58.5

5.0 0.7 1.9 1.8

Espectro de RMN 1H do composto 3l em CDCl3 a 200 MHZ

101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140

Espectro de RMN 13C do composto 3l em CDCl3 a 50 MHZ

Page 105: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

104

Se

OH

Se

OH

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.0

6.0 0.9 1.8 1.8 0.7

Espectro de RMN 1H do composto 3m em CDCl3 a 200 MHZ

101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140

Espectro de RMN 13C do composto 3m em CDCl3 a 50 MHZ

Page 106: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

105

Se

t-Bu

Se

tBu

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.0

1.7 1.8 0.8 9.0

Espectro de RMN 1H do composto 3n em CDCl3 a 200 MHZ

00101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140150150

Espectro de RMN 13C do composto 3n em CDCl3 a 50 MHZ

Page 107: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

106

Se

Ph

OH

Se

Ph

OH

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.0

3.9 6.0 0.8 5.3

Espectro de RMN 1H do composto 3o em CDCl3 a 200 MHZ

0102030405060708090100110120130140150160170

123124125126127128129130131132

Espectro de RMN 13C do composto 3o em CDCl3 a 50 MHZ

Page 108: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

107

Se

tBu

OH

Se

tBu

OH

0.00.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.58.08.59.0

9.0 5.7

2.953.003.053.103.153.20

0.9 4.0

Espectro de RMN 1H do composto 3q em CDCl3 a 200 MHZ

00101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140150150160160170170

Espectro de RMN 13C do composto 3q em CDCl3 a 50 MHZ

Page 109: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

108

Se

OH

SMe

Se

OH

SMe

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.5

2.0 2.0 3.0 0.8 6.0

Espectro de RMN 1H do composto 3r em CDCl3 a 200 MHZ

00101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140150150

Espectro de RMN 13C do composto 3r em CDCl3 a 50 MHZ

Page 110: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

109

Se

Ph

SMe

Se

Ph

SMe

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.08.58.59.09.0

3.0 1.8 2.0 2.1 3.0

Espectro de RMN 1H do composto 3s em CDCl3 a 200 MHZ

101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140150150160160170170180180

Espectro de RMN 13C do composto 3s em CDCl3 a 50 MHZ

Page 111: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

110

Se

t-Bu

SMe

Se

t-Bu

SMe

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.0

9.0 2.7 1.9 1.9

Espectro de RMN 1H do composto 3t em CDCl3 a 200 MHZ

00252550507575100100125125150150175175200200

Espectro de RMN 13C do composto 3t em CDCl3 a 50 MHZ

Page 112: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

111

Se

OH

SeBu

Se

OH

SeBu

-0.50.00.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.58.08.59.0

3.0 0.9 4.1 1.9

1.201.301.401.501.601.701.801.90

1.0 2.6 0.9

Espectro de RMN 1H do composto 3u em CDCl3 a 200 MHZ

00101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140150150

Espectro de RMN 13C do composto 3u em CDCl3 a 50 MHZ

Page 113: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

112

Se

Ph

SeBu

Se

Ph

SeBu

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.0

1.8 2.0 2.2 3.0 2.0 3.0 2.2 1.7

Espectro de RMN 1H do composto 3v em CDCl3 a 200 MHZ

0102030405060708090100110120130140150

123124125126127128129130131132133134135

Espectro de RMN 13C do composto 3v em CDCl3 a 50 MHZ

Page 114: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

113

Se

t -Bu

SeBu

Se

t -Bu

SeBu

0.00.51.01.52.02.53.03.54.04.55.05.56.06.57.07.58.08.59.0

4.2 2.0 3.1

0.600.801.001.201.401.601.80

3.7 3.2 2.8 9.4

Espectro de RMN 1H do composto 3w em CDCl3 a 200 MHZ

00252550507575100100125125150150175175200200

Espectro de RMN 13C do composto 3w em CDCl3 a 50 MHZ

Page 115: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

114

Se

n-C5H11

SeBu

Se

n-C5H11

SeBu

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.0

1.9 3.7 1.9 10.3 6.0

Espectro de RMN 1H do composto 3x em CDCl3 a 200 MHZ

0102030405060708090100110120130140

74.674.875.075.275.475.675.876.076.276.476.676.877.077.277.477.677.878.078.278.478.678.879.079.2

Espectro de RMN 13C do composto 3x em CDCl3 a 50 MHZ

Page 116: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

115

SSe

I

Ph

00112233445566778899

1.7 1.7 5.0

Espectro de RMN 1H do composto 4b em CDCl3 a 200 MHZ

255075100125150175200

146.8147.0147.2147.4147.6147.8148.0148.2148.4148.6148.8

Espectro de RMN 13C do composto 4b em CDCl3 a 50 MHZ

Page 117: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

116

SSe

I

tBu

0011223344556677889910101111

1.7 1.8 9.0

Espectro de RMN 1H do composto 4c em CDCl3 a 200 MHZ

Page 118: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

117

SeSe

I

Ph

SeSe

I

Ph

001122334455667788991010

1.9 1.8 5.0

Espectro de RMN 1H do composto 4e em CDCl3 a 200 MHZ

00101020203030404050506060707080809090100100110110120120130130140140150150

Espectro de RMN 13C do composto 4e em CDCl3 a 50 MHZ

Page 119: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

118

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.08.58.5

1.8 1.6 9.0

Espectro de RMN 1H do composto 4f em CDCl3 a 200 MHZ

Page 120: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

119

SeSe

I

n-C5H11

0.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.0

1.6 1.6 1.6 3.0 4.4 2.3

Espectro de RMN 1H do composto 4g em CDCl3 a 200 MHZ

Page 121: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

120

Se

Ph

Ph

Se

Ph

Ph

-0.5-0.50.00.00.50.51.01.01.51.52.02.02.52.53.03.03.53.54.04.04.54.55.05.05.55.56.06.06.56.57.07.07.57.58.08.08.58.5

9.0 2.6

Espectro de RMN 1H do composto 5a em CDCl3 a 200 MHZ

30405060708090100110120130140150160

126.8127.0127.2127.4127.6127.8128.0128.2128.4128.6128.8129.0129.2129.4129.6129.8

Espectro de RMN 13C do composto 5a em CDCl3 a 50 MHZ

Page 122: SÍNTESE E REATIVIDADE DE 3-ALQUINIL- DIHIDROSELENOFENOS

121