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marta-vieira-de-sousa
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Cesrio VerdeA humilhaoA humilhao aparece em C.V, associado mulher, que poeticamente descrita como fria, distante, " esplndida ", " frigida ", sendo portanto, uma humilhao social.Nota-se tambm, a presena de uma humilhao social, por vezes, associada anterior e a uma outra humilhao esttica e a da humilhao social em que o poeta parte da sua problemtica psicolgica particular para uma representao poeticamente elaborada daquilo que o rodeia.A oposio cidade campo
No espao criado pelo binmio cidade/campo, C.V considerado essencialmente um poeta de campo " ele era um campons que andava preso em liberdade pela cidade ".
A representao da cidade uma imagem cada vez mais pessimista. Pelo contrrio, o campo o espao de superao dos limites, das humilhaes sentimentais, e at certo ponto humilhaes sociais.
Influncias:
Realismo / Naturalismo :C.V considerado um "lrico realista" poeta do quotidiano, Um citadino e burgus. Torna-se realista pois tem uma viso critica de sociedade. Aproxima-se do naturalismo pela pretenso, objectividade e pela fidelidade "esttica do positivismo e do sincero"; utilizando um vocabulrio cheio de termos concretos, alguns tcnicos e cientficos outros da linguagem familiar.Utiliza abundamente a adjectivao.Impressionismo:Demonstra a 1 viso impressionista da realidade; baseia-se na sensao.Por um lado na sua poesia tudo exacto, slido, fixo, estvel ntido e preciso por outro lado vago e indefinvel ( impressionismo ).Esta contradio entre o impressionismo e o "desenho do compasso e esquadro" explica-se pois, por um lado estava influenciado pelo materialismo concreto, que em arte daria o naturalismo, por outro lado, a sua sensibilidade pressentia j todo o anti-naturalismo de que o impressionismo expoente.Parnasianismo:Para os parnasianistas a perfeio artstica um fim a atingir, pelo que a linguagem deve primar, pela nitidez pela musicalidade e pela viso plastina.
Modernismo:Cesrio um poeta do quotidiano. A realidade que observa, comove-o impressiona-o Como tal, C.V transfigura, de forma a realidade para que a sua imagem no seja to crua. Esta constante "fuga" entre a realidade e o sonho, torna-o um poeta deambulante, um transente que passeia na rua e observa com ateno, mas descreve-a de um modo subtil, os modos que lhe mais agrada.Caractersticas da poesia de Cesrio Verde:
TemticasFormais
poesia do quotidianopoesia impressionistapoesia realistaoposio campo/cidadecritica socialpoeta anti-romnticopoeta da modernidade
composies poticas longasestrofe preferida a quadratom prosaiconovos versos do adjectivo ( sinestesia; hiplage )expressividade do verbometforas inesperadas
Para a leitura do poema " sentimento dum ocidental"
( Avs-Marias ) aspectos mais importantes:
As ruas de Lisboa esto infectadas de melancolia : o desejo de sofrer despertado no poeta "absurdo" porque lhe imposto racionalmente, por contgio da prpria cidade.
A cor que escurece os prdios e as chamins e que transforma as pessoas numa escura multido, caracterizado como montona e londrina.
A cor " Londrina " de Lisboa relaciona assim, sugestivamente, " as nossas ruas " cidade monstruosa que se tinha tornado, num smbolo de desespero, de misria, de opresso da sociedade industrial.
(Noites Fechadas ):
O percurso discursivo do narrador conduziu-o atravs de uma cidade opressiva pululante, e apodrentada, de um modo crepuscular ( ideia pessimista ) contrrio ao da grandeza pica do passado.
Com o acender do gs nas ruas, o desejo absurdo de sofrer despertado pelo anoitecer acentua-se numa melancolia to profunda que o narrador chega a suspeitar de que padece de uma doena mortal.
Poema " Contrariedades " :
Tema:
Em "Contrariedades", o poeta comea por revelar o seu estado emocional. Este desabafo do poeta faz-nos prever que a realidade que nos vai ser oferecida ser condicionada por factores fsicos e psicolgicos, agitao, ansiedade, dor de cabea, impacincia.
Depois desta aviso prvio no de estranhar que aquilo que atrai a ateno do poeta seja uma sociedade corrupta, injusta e decadente, metaforicamente representada tanto pela redaco do jornal que rejeitou a publicao dos poemas como pela vizinha tsica.
O tema , portanto, a critica de uma sociedade alienada e desumana atravs da denncia de atitudes que muito ferem a sensibilidade do "eu".
Neste poema h duas situaes paralelas:
O poeta:
trabalha encurvado sobre a secretria
fuma 3 maos de cigarros consecutivamente
a dor de cabea, resultante dos cigarros e contrariedades
abafa desesperos modos
v recusada a publicao dos seus versos
A engomadeira:
trabalha curvada sobre a tbua de engomar
engoma incessamente
a asfixia resultante da doena e da combusto
do ferro de engomar
o mdico deixou-a . Morreram-lhe os parentes. Mal ganha para sopa
Estrutura interna :
1. Nas duas primeiras estrofes, o sujeito apresenta-se-nos cruel, frentico, exigente , com dores de cabea e contrariado.
2. Nas terceiras e quartas estrofes somos j confrontados com uma das causas do seu sofrimento a miservel situao de uma engomadeira tuberculosa
3. Nas oito estrofes seguintes, deparamos tambm com uma violenta crtica imprensa porque um jornal havia recusado publicar os seus versos.
4. 13 e 14 estrofes o poeta foca de novo a miservel condio da engomadeira
5. 15 e 16 estrofes, o poeta parece conformar-se com a sua situao e chega., por momentos, no sem alguma ironia, a deixar-se embalar por um sonho de sucesso
6. Finalmente, na ultima estrofe, assistimos a um paralelo entre a situao do sujeito e a da engomadeira, verificando-se que esta muito pior
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