Sobre o Conceito de Memória

8/19/2019 Sobre o Conceito de Memória

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SOBRE O CONCEITO DE

MEMÓRIAVANI MOREIRA KENSKI



Outros autores nolivro completo:•Ivani Fazenda:

Sobre a arte ou aestética do ato de

pesquisar naeducação.•Antônio Nóvoa:Dize-me comoensinas: Dir-te-eiquem és e vice-versa•Marli André :

Avanços no

conhecimentoetno ráfco da



Vani Moreira Kenski

Mestre e Doutora em Euca!"o#$icenciaa em %ea&o&ia e 'eo&ra(a#Vice)presiente a ABED *Associa!"o

Brasileira e Euca!"o a Dist+ncia,-&est"o ./01)./02# %ro3essora a *4S%,#Diretora o site Eucacional $ta#Desenvolve pes5uisas so6re as rela!7es

entre euca!"o- comunica!"o e



Conceito corrente e mem8ria

A mem"ria e o esquecimento são iguamente inventivos #$orges,

Al&o vivio ou e9perienciao no passao-5ue retorna como lem6ran!as- 5ue

permaneceriam inalteraas em al&umlu&ar a conscincias e- 5uanosolicitaas- retornariam e revelariam averae so6re os 3atos#E9emplos: *;uici<rio, ) Testemun=a

ocular *social, ) narrativas =ist8rias porrelatos e vivncia> memoriais p?6licos-momunentos#



%roposta o te9toDestaca a amplitue e as sin&ulariaes o

conceito# %rop7e ienti(car como amem8ria tem sio pensaa por estuiosose iversas @pocas e <reas o

con=ecimento: suas rela!7es-interpenetra!7es e i3eren!as notratamento o tema#4tilia como metoolo&ia a l8&ica a

mem8ria *racional e emocional,:Interisciplinar e n"o o&m<tica> a oreme apresenta!"o os estuiosos se&ue aorem e suas lem6ran!as#



O sentio mitol8&ico a mem8ria

MNEMOSNE: Deusa a mem8ria e protetora

os poetas- m"e as musas Melete *e9erccio,-Mneme *Mem8ria, e Aio@ *Canto,#A 3un!"o po@tica- para os &re&os- @

so6renatural# O poeta era o int@rprete e

MnemosFne- prote&io e por ela inspirao-cantava as &l8rias- os 3eitos os =erois e osvalores a serem transmitios#Esta6elece o contato com o passao- entra e

sai ele livremente- ivul&a- ensina e eterniacom seu canto o 5ue eve permanecer namem8ria social# Mem8ria como verae#



O sentio or&+nico a mem8riaA autora volta G ep&ra3e e Bor&es *poeta

ar&entino H 022)02J,# Intri&aa com mem8ria(c!"overae- 6usca os

cientistas cl<ssicos: O 5ue @ mem8riaLNeurolo&ia: Estua o car<ter permanente as

lem6ran!as e sua localia!"o no c@re6ro# atoor&+nico- puramente 3sico- resultao e cone97estam6@m or&+nicas#

reu: I e E&o localiaos em re&i7es o c@re6ro

espec(cas>Mc $u=an: $ao es5uero H co&nitivas *=<6itosconsciente a memoria!"o- orem si&ni(cativa, elao ireito H a3etivas *car<ter su6etivo aslem6ran!as e a emo!"o a recora!ao,#

oe: especialistas consieram 5ue o c@re6ro @



O sentio a mem8ria iniviual

Apenas a localia!"o n"o e9plica a

comple9iae a mem8ria ou oes5uecimento# *E9#: 5uarin=as- entona!"orePete a emo!"o- ou a ini3eren!a,#So6 o e3eito a emo!"o- o sueito poe

es5uecer um acontecimento marcante e suavia# %ara reu- a cena ori&inal amais @peria *retorna em son=os- atos 3al=os,# O5ue o sintoma neur8tico apa&a com o

es5uecimento @ a possi6iliae a esco6ertao seu sentio primeiro- 5ue eu ori&em aorecalcao# Inserio na 6io&ra(a*compreenio,- conu o sueito a um mel=orcon=ecimento e si mesmo no presente H osintoma pere a 3or!a e n"o retorna#



Ber&son *0212, H op7e)se G ieia elocalia!"o espacial a mem8ria no c@re6ro#As lem6ran!as estariam potencialmentevivas no espa!o ine(nio o inconsciente#Os momentos vivios n"o ei9am e e9istir-

permanecem *al&uns so6 a 3orma eener&ia reprimia, no inconsciente#Mem8ria como movimento e recupera!"o

essas lem6ran!as- colocano)as Gisposi!"o a conscincia#

O consciente n"o e9erceria inPuncia r&ia-orenaa e isciplinaora so6re a mem8ria-5ue seria livre e espont+nea- o6eecenoas re&ras a emocionaliae



reu e Ber&son 3aem)na lem6rar e %rost*022/,: As mem8rias poeriam serrecuperaas por sensa!7es 3ortuitas *comoas maeleines- c=eiros- etc,# %assao epresente se misturam para ar G lem6ran!aum sentio real# Assumem nova si&ni(ca!"ono novo conte9to# Q relativiaa pelas

circunst+ncias atuais em 5ue @ recuperaa#Benamim *021,: O vivio @ (nito> o

lem6rao @ sem limites- uma c=ave paratuo o 5ue veio antes e epois# O passao s8

se (9a 5uano @ reconstruo- n"o comotempo =omo&neo e vaio- mas como umtempo saturao e a&oras *Import+ncia anarrativa,



O sentio social a mem8riaal6alc=s: O presente n"o @ totalmente

ori&inal- mas reconstru!"o permanente e tuo o

5ue vivemos e aprenemos no ecurso a via#;amais se est< solit<rio#Ao contr<rio e Ber&son- relativia a 3un!"o

retentiva a mem8ria: Constru!"o social-

epenente o relacionamento o sueito com&rupos sociais#A lin&ua&em e as solicita!7es os &rupos

*3amiliar- reli&ioso- pro(ssional- etc, 3aem a

mem8ria o passao retornar- e maneiracoletiva *pela inPuncia a mem8ria coletiva naslem6ran!as, e particular *pelo car<ter iniviualas lem6ran!as- o ponto e vista o sueito,



O sentio cultural a mem8ria Teoria crtica o sueito *Escola e ran3urt,:

Busca rela!7es entre teoria mar9ista e 3reuianapara entener o comportamento social osinivuos#elmut Da=mer *02/,: Rela!"o e poer imposta

pela cultura- 5ue causa anos e omestica!"o a

toos ese o nascimento# %ara so6reviver*socialmente, o inivuo precisa renunciar*es5uecer,a sua iniviualiae *eseos-3antasias- instintos, e assumir comportamentos

socialmente aceitos *comportamento cnico,#Crises culturais- e &era!"o- mani3esta!7es

artsticas- ro&as- loucura seriam saas osinivuos para recuperar sua mem8ria einiviualiae e se e3ener a massi(ca!"o



Er=eim *02,: Inconsciente- lu&ar asmem8rias reprimias- 6uraco ne&ro 5uesome com o 5ue n"o poe ser consciente#O meo mant@m essa mem8ria no inconsciente

*amea!as- proi6i!7es- casti&os- pecaos,-&erano =isterias- neuroses- pessoas 5ue seesconem no es5uecimento#Nietc=e *02U, e Mar9 *02U- 02,: mem8ria

como instrumento e omina!"o- peso cultural-imo6ilia!"o e emperramento o social#A reli&i"o tam6@m 3aria esse papel- traeno

para a mem8ria coletiva (&uras e9emplares-para relatar e &ravar na conscincia osaeptos a 3@ a mem8ria aprovaa pelosiri&entes#



O sentio (ccional a mem8ria

Bartlett *02.,: Car<ter ima&inativo- ori&inal- a

reconstru!"o as lem6ran!as#O 5ue o sueito i e suas lem6ran!as n"o @ sempreo mesmo- cristaliao: acompan=a o movimento oinivuo- as massas e a cultura- unto com ascaractersticas pessoais a emocionaliae-ima&ina!"o- percep!"o- criativiae- interesse#Q narraa com car<ter (ccional- 3onte e prou!7es

e ela6ora!7es criaoras e artistas- poetas#Cristalia)se nos monumentos- 6io&ra(as- etc- <

im6ricaas essas caractersticas> s"o passveis- noentanto- e outras reela6ora!7es pelo (ltro aemo!"o e a ima&ina!"o# S"o compreenias-portanto- (ccionalmente#



O sentio a mem8ria no (m e s@culo

%ecno"gico: A tecnolo&ia- a velociae- osrecursos a cincia- imprimem uma pressa eviver mais e para viver mais precisamoses5uecer# Wuest"o e so6revivncia#M<&ica a mem8ria: ormas inustriais e

&uarar e recuperar lem6ran!as# O computaorcomo alma e9terna- 6loco m<&ico ou ecera *%lat"o,- aparel=o mental as percep!7es*reu,- ou como as musas a mitolo&ia: Q

preciso estuar *como os poetas, e peir a elasa sa6eoria para acessar os 6ot7es essamem8ria inscrita *n"o em cera- mas nam<5uina,



%or@m- as lem6ran!as s"o armaenaas se&uno asu6etiviae e 5uem as re&istrou- s"o parciais#Ocupam um espa!o 3sico e sua recupera!"o se <

por sinapses *eletrXnicas,# E9ati"o- con&elamento#Restrin&e as nossas 3antasias com sua repeti!"oinalteraa# Es5uece)se o 5ue n"o 3oi re&istrao namem8ria eletrXnica#&irtua: Viver @ lem6rar: 5uest"o e so6revivncia#Viver virtualmente * e em tempo real,- mais repleto e

etal=es o 5ue se vivenciao concretamente-incorpora)se G mem8ria#O passao televisivo @ o3erecio completo e

preenc=e as lacunas a mem8ria# M<5uinas interativas*simulaores,- poem o3erecer a e9perincia eso6reviver a uma &uerra espacial- terremoto- visitarinteriormente nosso corpo- etc### Causano emo!7essu(cientes para 3aer a e9perincia (car &ravaa na

mem8ria#



No entanto###

A recuperação da mem"ria não se atera.

'a permanece imaginária( atempora(

seetiva e sub)etiva. *s critérios de

emocionaidade e da con)untura em que ea é

requerida determina o )ogo travado

interiormente entre o que esquecer( o que

embrar e o que dizer.+ #,ens (/001( p./123

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