Sociologia Do Estado - Programa de Curso

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Programa de curso de Sociologia do Estado (IUPERJ/UCAM - 2015.1 - Prof. Alexandre de Paiva Rio Camargo)

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  • Instituto Universitrio de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ)Curso: Cincias Sociais Disciplina: Sociologia do EstadoProf. Alexandre de Paiva Rio CamargoCarga Horria: 60hCrditos: 4

    PROGRAMA DE CURSO

    Ementa: O curso discutir o lugar do Estado como tema e objeto da anlise sociolgica. Parte das reflexesgerais tecidas pela teoria social clssica (marxista e liberal), chamando ateno para as limitaes apontadaspor autores mais contemporneos, que procuram ver o Estado-moderno (e o Estado-nao, em particular)como o eixo fundamental da integrao social (Anthony Giddens) e da separao entre os domnios dopblico e do privado (Norbert Elias). Baseando-se nesses pressupostos, procura-se entender como aspectosconstitutivos da modernidade, como a disciplina e os direitos de cidadania, a cincia e a tecnologia industrial,e mesmo as identidades coletivas e os movimentos sociais, so organizados ou estimulados pelo Estado esuas instituies. Para tanto, examina trs formas de Estado em especial, o tradicional, o absolutista e omoderno, de modo a realar as rupturas introduzidas pela emergncia deste ltimo. O fenmeno donacionalismo ser visto com relevo especial, por trs razes: 1) ajudar a viabilizar a pacificao interna e amobilizao das massas; 2) depender de dispositivos governamentais (como censos, mapas, museus, entreoutros) para elaborar uma imagem coesa e estvel da nao; 3) fornecer uma chave de leitura paracompreender algumas das variaes que distinguem o Estado-nao nas democracias liberais, nas ditaduraspopulistas, nas sociedades ps-coloniais e nas degeneraes totalitrias. Do ponto de vista metodolgico,sero valorizadas no apenas as experincias vanguardsticas da Europa e dos pases liberais em geral,como tambm as especificidades do Estado-Nao na chamada modernidade perifrica, e, dentro dela, o casobrasileiro.

    Objetivos: Primeiro: desfazer associaes fceis, tanto coloquiais quanto tericas, que tendem a assumir oEstado como agente basicamente repressor e mistificador das relaes de dominao de classe. Segundo:realar a realidade estatal para alm da representao poltica e da poltica oficial, de modo a fazer aparecerseu papel decisivo na interiorizao da disciplina e na articulao das dimenses institucionais damodernidade. Terceiro: apresentar e discutir conceitos-chave da sociologia poltica, como Estado,nacionalismo, liberalismo, totalitarismo, ps-colonialismo e poliarquia. Espera-se que o aluno chegue ao fimdo curso capacitado a reconhecer teoricamente estes conceitos e de operacionaliz-los empiricamente.

    Cronograma de aulas:

    Apresentao do curso (3/3)

    Unidade I - O Estado na teoria social marxista e liberal: um balano e alguns problemas (2 aulas 5 e10/3)

    Sem leitura obrigatria

    Leitura opcional:GRUPPI, Luciano. A concepo de Estado em Marx e Engels. In: Tudo comeou com Maquiavel: asconcepes do Estado em Marx, Engels, Lnin e Gramsci. Porto Alegre: L&PM, 1996, pp. 7-46.

    Unidade II) Linhagens do Estado Tradicional: Poder militar, burocracia, classe e ideologia (2 aulas /12 e 17/3)

  • Leitura obrigatriaGIDDENS, Anthony. O Estado Tradicional. In: O Estado-Nao e a violncia. So Paulo: EDUSP, 2001,pp. 61-107.

    Unidade III) Estado moderno e processo civilizador em Norbert Elias (3 aulas 19, 24 e 26/3)

    Leitura obrigatriaELIAS, Norbert. Teoria dos processos civilizadores. In: O processo civilizador. V. 2 Formao do Estado eCivilizao. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1993, pp. 193-274.

    Unidade IV) O Estado-Nao como formao social: a viso de Anthony Giddens (8 aulas / 31 demaro a 12 de maio)

    a) Vigilncia e Poder Administrativo (2 aulas)

    Leitura obrigatria:GIDDENS, Anthony. Poder administrativo e pacificao interna. In: O Estado-Nao e a violncia. SoPaulo: EDUSP, 2001, pp. 193-216.

    VP1 13 a 17/4

    b) Cincia, tcnica e complexo industrial-militar (2 aulas)

    Sem leitura obrigatria

    c) Capitalismo, movimentos sociais e direitos de cidadania (2 aulas)

    Leitura obrigatria:GIDDENS, Anthony. Classe, soberania e cidadania. O Estado-Nao e a violncia. So Paulo: EDUSP,2001, p. 217-238.

    d) O Sistema Estatal Global: a inveno das relaes internacionais (2 aulas)

    Leitura obrigatria:GIDDENS, Anthony. O Estado-Nao e a violncia. So Paulo: EDUSP, 2001, pp. 109-118; pp. 271-281; pp.300-305

    Leitura opcional: FOUCAULT, Michel. Segurana, Territrio, Populao. So Paulo: Martins Fontes, 2008, p. 383-410. Sobrea razo de Estado e a teoria do equilbrio de poder europeu.

    Unidade V) Estado-nao e nacionalismo (6 aulas / 14 de maio a 2 de junho)

    a) Ernest Gellner: o nacionalismo como fenmeno do industrialismo

    Leitura obrigatria:GELLNER, Ernest. O advento do nacionalismo e sua interpretao: os mitos da nao e da classe In:BALAKRISHNAN, Gopal (org.). Um mapa da questo nacional. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000, p. 107-120.

    b) Benedict Anderson: a nao como comunidade imaginada

    Leitura obrigatria:ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexes sobre a origem e a difuso do nacionalismo.So Paulo: Cia das Letras, 2008. Introduo (p. 26-34) e As origens da conscincia nacional (p. 71-83).

  • c) Nacionalismo oficial e dispositivos governamentais de construo da nao

    Leituras obrigatria: ANDERSON, Benedict. Censo, mapa, museu. Comunidades imaginadas: reflexes sobre a origem e adifuso do nacionalismo. So Paulo: Cia das Letras, 2008, p. 226-255.

    Leitura opcional:HOBSBAWM, Eric. A perspectiva governamental. In: Naes e nacionalismo desde 1780: programa, mitoe realidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013, pp. 115-137.

    d) Partha Chatterjee e o dilema das Naes-Estado: a perspectiva ps-colonial

    Leitura obrigatria:CHATTERJEE, Partha. Comunidade imaginada por quem? In: BALAKRISHNAN, Gopal (org.). Ummapa da questo nacional. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000, p. 227-238.

    VP2 8 a 12/6

    Unidade VI) O autoritarismo do liberalismo e os sentidos do totalitarismo: consideraes a partir deMichel Foucault (2 aulas / 16 e 18 de junho)

    Sem leitura obrigatria

    VP3 - 22 a 26/6

    Bibliografia de apoio:

    BOBBIO, Norberto; MATEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionrio de poltica (2 volumes).Braslia: UnB, 2004. Verbetes: Absolutismo, Autoritarismo, Estado Moderno, Liberalismo, Nacionalismo,Populismo, Razo de Estado, Socialismo, Sociedade Civil, Sociologia Poltica, Totalitarismo

    GIDDENS, Anthony. Sociologia. Lisboa: Fundao Calouste Gulbenkian, 2010. Ver: Conceitos bsicos desociologia poltica (p. 1126-1135); O Estado na nova ordem mundial: disseminao global da democracia(pp.1135-1151); Movimentos sociais e mudana social (pp. 1151-1170); Naes e nacionalismo (pp. 1179-1190); A guerra industrializada e o genocdio (pp. 1191-1205); Terrorismo (pp. 1205-1215).

    Avaliao:

    VP1 - Em princpio, consistir de resumos dos textos de leitura obrigatria, passados at a ltima aulaanterior semana da VP1.

    VP2 - Em princpio, consistir de trabalho escrito, acrescido de apresentao oral do mesmo em sala de aula

    VP3 - Prova com toda a matria e todos os textos obrigatrios que foram objeto do curso.

    Observaes importantes:

    1) LEITURAS: So chamadas obrigatrias aquelas que sero objeto de avaliao; so chamadas opcionaisapenas as de aprofundamento no tema ou no material que serviu de base preparao da(s) aula(s), mas queno sero objeto de exame durante o curso.

    2) PRESENA: obrigatria. Ser cobrada sempre, s vezes no meio, s vezes no final da aula.

    3) AVALIAO: O que foi indicado mais acima sobre VP1, VP2 e VP3 corresponde meramente a umainteno de planejamento de curso. A forma e o contedo das mesmas poder ser alterado ao longo das aulas,a depender do tamanho e do perfil da turma. Tudo a ser combinado com antecedncia junto aos alunos.