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Sociologia do trabalho Prof. Ana Paula Lima Disciplina: Sociologia

Sociologia do trabalho - PMMG · •O processo educacional: socialização para o mundo do trabalho. •Modo de produção fabril. Obra •Da divisão do trabalho social, séc. XIX:

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Sociologia do trabalho Prof. Ana Paula Lima Disciplina: Sociologia

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O trabalho em diferentes contextos

• Sociedade contemporânea e a valorização do trabalho.

• O trabalho confere identidade, classe, status.

• O indivíduo desempregado sofre pressões sociais por não ser considerado um indivíduo bem sucedido.

• Sociedades gregas: divisão entre trabalho intelectual e trabalho braçal.

• Os escravos é que exerciam propriamente o trabalho.

• Origem da palavra trabalho, tripallium, antigo instrumento de tortura.

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O trabalho em diferentes contextos

• Na Idade Média, o trabalho continuou a carregar caráter negativo. A estrutura social era dividida entre os que oravam, os que guerreavam e os que trabalhavam.

• Na Idade Moderna, o surgimento do capitalismo promoveu mudanças no modo de enxergar o trabalho. O trabalho é essencial para a formação da identidade de todos os indivíduos.

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O significado do trabalho

• Qual a finalidade do trabalho?

O trabalho dignifica o homem ou o trabalho mortifica o homem?

• Autores que serão estudados: Durkheim, Weber e Marx.

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Durkheim

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O trabalho para Durkheim

• O trabalho é uma forma de organização social que possibilita a coesão, a solidariedade social.

• Solidariedade social: uma forma de organização social que mantém os indivíduos interdependentes.

• Responsável pela coesão dos membros de uma sociedade.

• Solidariedade mecânica e solidariedade orgânica.

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Solidariedade mecânica:

• É a solidariedade característica das sociedades arcaicas, tribais, antigas.

• Nas sociedades com solidariedade mecânica os indivíduos agem por semelhança, pois há pouca ou nenhuma diferenciação social.

• Analogia a máquina.

• Predomínio da consciência coletiva.

• As pessoas sabem fazer todas as coisas que necessitam para viver.

• Modo de produção agrícola.

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Solidariedade orgânica:

• É a solidariedade característica das sociedades modernas.

• Nas sociedades com solidariedade orgânica os indivíduos agem por diferenciação.

• Analogia com o funcionamento do corpo humano.

• As pessoas são interdependentes umas das outras devido a especialização das funções sociais.

• O processo educacional: socialização para o mundo do trabalho.

• Modo de produção fabril.

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Obra

• “Da divisão do trabalho social”, séc. XIX: a industrialização do trabalho promovida pela Revolução Industrial trouxe uma forma de solidariedade superior as demais, devido a ausência de conflitos.

• Entende a divisão do trabalho como algo funcional. As desigualdades entre patrões e empregados são naturais e necessárias ao andamento da sociedade. As diferenças promovem a coesão.

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Consciências individual e coletiva:

• As solidariedades mecânica e orgânica dependeram dos níveis de consciência individual e coletiva.

• Consciência individual: o que há de particular em cada sujeito.

• Consciência coletiva: formas específicas de pensar, sentir e agir de uma sociedade que passam a integrar as estruturas mentais de um indivíduo. São pré-existentes aos sujeitos, mas internalizados por eles.

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Sociedades industriais:

• Divisão do trabalho social: predomínio das diferenciações profissionais.

• A diferenciação não diminui a coesão, pois cria interdependência.

• Espaço central de socialização: da família para o trabalho.

• Escola: forma indivíduos para serem profissionais especializados.

• Os valores da consciência coletiva tornam-se cada vez mais individualizados e especializados.

• Consciência individual + consciência coletiva individualizada.

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Anomia:

• Ausência de normas.

• Existe anomia quando não há padrões para guiar o comportamento dos sujeitos em determinadas esferas sociais.

• Nas sociedades modernas as normas e os padrões tradicionais são enfraquecidos com mais frequência.

• A anomia é um dos fatores sociais que mais predispõe as pessoas ao suicídio.

• O industrial que visa exageradamente o lucro pode gerar anomia ao explorar o funcionário, destituindo-o de direitos.

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Weber

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O trabalho para Weber

• Seria apenas na sociedade capitalista que o trabalho teria se tornado uma atividade fundamental.

• Características típicas de uma sociedade mercantil não são suficientes para explicar o surgimento do capitalismo, o desenvolvimento do mercado, da moeda e da troca, pois já estavam presentes em sociedades passadas, como na Antiga Roma e na Idade Média.

• O capitalismo surge a partir do encontro entre: o espírito capitalista e uma ética religiosa.

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Ação social

• Sociologia: interpretar o sentido de um ação social, de uma conduta.

• Ação reação (levar a mão ao fogo) x ação social (valores e sentimentos).

• Ação social: os seres humanos agem influenciados por valores.

• Toda ação social possui um significado subjetivo dado por quem a executa.

• É necessário compreender o significado de uma ação, de um fato, para compreender o seu funcionamento.

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Ação social

• Compreender o valor, o significado dado a ação social, não significa julgá-la certa ou errada, ou seja, atribui-la juízos de valor particular.

• Mas interpretar o sentido da ação. Por que tal sujeito agiu de tal forma?

• Como interpretar o sentido da ação? Por meio dos tipos ideais.

• Tipos ideais: método científico vazio de realidade. Mas que possibilita compreender e interpretar a ação.

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Tipos ideais

• Os quatro tipos ideais: ação racional com relação a fins, ação racional com relação a valores, ação tradicional, ação afetiva.

• Captura um modelo de conduta, e, posteriormente, faz conexões com outros sentidos menos evidentes.

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Weber

• “A ética protestante e o espírito do capitalismo”: afinidade eletiva.

• Percebeu a presença significativa de muitos protestantes, principalmente calvinistas entre empresários e trabalhadores qualificados nos países mais industrializados. Esses são responsáveis por imprimir seus valores dentro de uma hierarquia de profissionais e na organização do trabalho.

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Significados da ação:

• A doutrina católica condenava a ambição, o lucro.

• Na doutrina protestante o mal não se encontrava na posse de riqueza, mas em seu uso para o prazer, a preguiça e o luxo.

• Protestantes: trabalhar sem descanso, pois o trabalho é uma finalidade da vida desejada por Deus.

• Ascetismo católico x ascetismo protestante.

• O sentido das ações no mundo encontram-se após a morte.

• Ascetismo protestante:

• Ascetismo mundano: dedicação religiosa ao trabalho.

• Ação metódica no mundo e valorização do sucesso econômico.

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A ética e o espírito

• A predestinação: o sucesso financeiro pode ser uma comprovação de ter sido escolhido por Deus. A riqueza é sinal de salvação.

• Ética protestante: vida regrada, de autocontrole, poupança.

• O espírito do capitalismo: lucro, obter sempre mais, reinvestimento.

• Trabalho, lucro, reinvestimento, mais lucro, riqueza.

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O “desencantamento do mundo” • A racionalização: característica do mundo moderno.

• Separação das esferas de sentido.

• Humanidade parte de um universo habitado pelo sagrado, pelo mágico, povoado por deuses e mitos.

• Chega em um universo em que a magia é substituída pela ciência.

• As formas de organização não são mais fundamentadas no sagrado, mas na racionalidade e na técnica.

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A burocracia

• Desencantamento do mundo => racionalização => burocracia.

• Todas as instituições se estruturam cada vez mais por meios burocráticos.

• A organização burocrática. Está presente na administração pública, na gestão de negócios privados, na saúde, na educação, na política, na religião.

• Burocracia fundamenta-se na impessoalidade e na eficiência, na separação entre o público e privado.

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Capitalismo: significado atual

• Capitalismo atual não mais guiado por padrões éticos, mas associado as paixões mundanas.

• O sentido torna-se o lucro, a riqueza, o ter, o possuir.

• Desfrutar e mostrar a posse da riqueza aos outros.

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Capitalismo: significado atual

• O “desencantamento do mundo” e a “jaula de ferro”:

• Valorização exacerbada da razão.

• O homem torna-se preso as amarras que ele próprio construiu.

• A jaula de ferro: vivemos aprisionados em nossa racionalidade.

• O mundo encantado dá lugar a um mundo pragmático.

Capitalismo atual = “jaula de fero”.

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Referências:

• TOMAZI, Nelson. Sociologia para e ensino médio. Editora Saraiva: São Paulo. 2010.

• MACHADO, Igor; AMORIN, Henrique; BARROS, Celso. Sociologia hoje. Editora Ática: São Paulo. 2013.