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espaço solidario Obra Diocesana de Promoção Social Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009 pessoas a sentirem pessoas

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espaçosolidarioObra Diocesana de Promoção SocialAno IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

pessoas a sentirem pessoas

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Obra em 3D

dignidade,determinaçãoe dinamismo

Obra Diocesana de Promoção Social2

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Ficha Técnica

Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Belmiro Teixeira, Manuel AmialDirecção/Redacção: Manuel Pereira AmialPropriedade/editor: Obra Diocesana de Promoção SocialColaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ana Rita Mota, Andreia Vasconcelos, Ângelo Santos, Aurora Rouxinol, Belmiro Teixeira, Bernardino Chamusca, Chefe Hélio Loureiro, Confhic, D. João Lavrador, D. Manuel Clemente, Dra. Maria Barroso Soares, Elvira Almeida, Filipa Martins, Filomena Semana, Frei Bernardo Domingues, João Alves Dias, João Pratas, Manuel Amial, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Isabel Cristina Vieira, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Monsenhor Victor Feytor Pinto, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre José Maia, Padre Lino Maia, Paulo Lapa, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Professor Francisco Carvalho Guerra, Rosa Maria Seabra, Sara Cardoso, Susana Carvalho.Gráfica - Lusoimpress, Artes Graficas, Lda.; www.lusoimpress.comPeriodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da JuventudeSede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO

Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555

04 - Editorial Manuel Amial

05 - Mensagem do Bispo do Porto Sua Revª. D. Manuel Clemente

06 - O Voluntariado e as Dinâmicas da Sociedade Contemporânea Américo Ribeiro

08 - Farol da Esperança Padre Lino Maia

09 - Viveiro de Ternura Professor Daniel Serrão

10 - Filantropia e Trabalho Social Bernardino Chamusca

11 - Direito a um Afecto Padre José Maia

12 - Fonte de Sensibilidade Monsenhor Vítor Feytor Pinto

14 - Reunião Geral Colaboradores João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho

16 - Visita Sua Excelência O Presidente da República, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva Conselho de Administração

18 - A Obra a Rufar Ângelo Santos

19 - A Acção Beneficente da Obra Diocesana Chefe Hélio Loureiro

20 - Dia da Obra Manuel Amial

24 - CAFAP Filipa Martins

26 - Jantar de Beneficência Manuel Amial

30 - Na Linha da Frente - A Importância da Creche Maria Teresa Souza-Cardoso

32 - Mensagens para o Espaço Solidário

33 - Espaço Solidário… Elvira Almeida

34 - Rumores de Deus! Confhic

35 - Donativos

Sumário

3Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

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4 Obra Diocesana de Promoção Social

EditorialEm tempos de dificuldade e de graves carências sociais, que se têm vin-

do a agudizar, o pão e a alegria de viver são fundamentais para renovar a espe-

rança em dias melhores.

Uma preocupação já partilhada pela Igreja em finais do século IX, no Mos-

teiro de São Salvador de Leyre em Navarra, pela mão do seu abade São Virila.

Um dia um padeiro de São Salvador de Leyre pediu a São Virila que fizes-

se um milagre.

O bom do frade sorriu, levantou a sua mão e todos os pães da padaria se

converteram em flores.

O padeiro ficou assombrado e boquiaberto. Mas a sua estupefacção foi

maior quando São Virila fez outro movimento e todas as flores da praça se trans-

formaram em pães.

E o humilde santo explicou:

“No mundo, irmão, deve haver pães e flores. Aqueles são alimentos para o

corpo; estas são belezas para alimentar a alma. Nunca a comida e a beleza há-de

faltar a nenhum homem. A ninguém há-de faltar nunca um pão e uma flor!”.

Eu gostava de ter conhecido San Virila.

O seu exemplo e o seu presságio continuam actuais e a Igreja e as suas

instituições, como a Obra Diocesana de Promoção Social da cidade do Porto,

continuam a dar “o pão e as flores” àqueles que mais precisam.

E o seu exemplo também nos interpela para que sejamos solidários e

contribuamos para que a chama da alegria de viver dos mais pobres se mante-

nha viva!

Manuel Amial

Pão e floreso exemplo de

São Virila!

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Verão é tempo de férias, para quem as tenha. Há real-

mente tempo para tudo e para podermos trabalhar também

precisamos de descansar. Uma das maiores dificuldades contem-

porâneas está exactamente aqui, no facto de entre tanta correria

e pouco repouso, acabarem por ceder os nervos e fraquejar a

saúde do corpo e do espírito.

Quando a tradição bíblica difundiu o repouso sabático

em cada semana, para agradecer a Deus a vida do mundo e

de cada um; quando os cristãos respeitam o Domingo, porque

esse dia celebra a obra de Deus, finalmente concluída e oferecida

na ressurreição de Cristo: aí está uma das maiores contribuições

religiosas para a vida social. O repouso semanal, num dia conju-

gado em que o realizamos todos, dá a cada comunidade, das

famílias às populações em geral, a melhor oportunidade de

descanso e encontro, com Deus e com os outros.

Algum tempo de férias, também deve ser enca-

rado assim, como oportunidade de repouso e convivência

saudável. Para ganhar alguma folga em relação à agenda habi-

tual e para depois a poder cumprir com novo alento e frescura. Não

é tempo para gastar, é tempo para fruir a beleza das coisas mais simples,

precisamente essas em que a “mão” do Criador deixa a sua marca original.

Montes e vales, céu e mar; música e arte, onde a criação humana mais desdobra

a divina; encontros familiares e fraternos, que nos aproximam do que cada um é e

só com o tempo e a convivência revelam.

Férias assim, é bom que todos as tenham. Nos centros da nossa

Obra Diocesana, esta dimensão não é esquecida, mesmo quando não

haja deslocação física, porque até ficando no mesmo sítio se pode

“criar” tempo de distensão e convívio. E mesmo quem esteja fora

alguns dias, levará dentro de si a lembrança daqueles com que ha-

bitualmente convive. Para que, ao voltar, o dia a dia seja também

mais distendido e feliz.

Na verdade, como diz São Paulo no seu magnífico

hino ao amor (caridade), “o amor é paciente, o amor é pres-

tável, […] o amor jamais passará” (1 Cor 13, 4-5.8).

- Boas férias, partindo ou ficando!

+ Manuel Clemente

Mensagem D. Manuel ClementeBispo do Porto

5Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

O amor jamais passará

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Obra Diocesana de Promoção Social6

Momento do Presidente

O voluntariado e as dinâmicas da sociedade contemporânea

Américo RibeiroPresidente do Conselho de Administração da ODPS

No viver de hoje e no contexto

social em que ele se insere, a inquie-

tude ou mesmo angústia afiguram-se

presentes e persistentes.

Um dos factores que contribui,

determinantemente, para tal é o des-

moronamento, perda ou substituição

de valores, de referências fundamen-

tais, alicerçadas em Deus, prescre-

vendo a visão globalizante do Amor ao

Próximo e de uma sólida consciência

ética e cívica.

Outra causa favorável prende-

se com a omnipresença quotidiana de

critérios e decisores económicos, utili-

taristas, calculistas, proveitosos, ego-

ístas e individualmente triunfantes, os

quais permitem espaço e tempo redu-

zidos ou mesmo nulos para pensar nas

causas do social e da vida colectiva e,

muito menos, para cooperar ou servir,

com trabalho gratuito, empenhado e

despretensioso.

Nesta realidade de vida absor-

vente e altamente contagiante, falar de

voluntariado e de recrutamento de

jovens, homens e mulheres voluntá-

rios, para prestarem serviço neste qua-

dro é, indubitavelmente, uma rubrica

e uma dinâmica que organiza, só por

si, “raridade”, “tesouro”, que se deve

tratar com muito carinho e apoiar com

continuada motivação.

Mesmo assim, o serviço de

voluntário tem de ser bem regulado,

organizado, requerendo condições

específicas, que envolvem o meio em

que se exerce, a atribuição de incum-

bências, responsabilidades, a verifica-

ção de conhecimentos, capacidades,

competências solicitadas a quem reali-

za a acção, a actividade…

Neste pressuposto, o trabalho

voluntário possui subjectividade e

objectividade, direitos e deveres, tem

de ser objecto de avaliação, reformula-

ção/actualização com periodicidade.

Todo o trabalho que se produz

ou se desenvolve deverá corresponder

às necessidades, exigências, isto é,

tem de ser eficiente e dar a resposta

pretendida.

Nesta visão, o voluntariado soli-

cita, naturalmente, pessoas certas nos

lugares certos, implica filosofia, psico-

logia e pedagogia muito próprias.

Um indicador importante po-

derá ser a profissão que se desem-

penha.

Torna-se cada vez mais pre-

mente uma acção eficaz de solidarie-

dade social, que também alista opera-

cionalização transversal e específica,

de voluntariado social que começa a

assumir o significado e a expressão

correctos.

Ser voluntário, segundo a defi-

nição das Nações Unidas, “é o jovem

ou adulto que devido ao seu interesse

pessoal e ao seu espírito cívico dedica

parte do seu tempo disponível, sem re-

muneração alguma, a diversas formas

de actividade organizadas ou não,

contribuindo para o bem estar social

em vários campos da vida.”

A pessoa, que por sua livre e

espontânea vontade, encontrando-se,

por isso mesmo, impulsionada e mo-

tivada, aderiu à actividade voluntária,

integrada nas mais diversas institui-

ções de serviço à comunidade e cujas

áreas de intervenção podem ser saú-

de, apoio à infância, apoio à terceira

idade, apoio à inclusão social, dirigis-

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7Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

mo… deverá estar devidamente infor-

mada e aberta à formação requerida, à

inovação, à flexibilização e oferecer um

serviço de qualidade.

O objecto é o serviço e o seu

objectivo é servir, mas servir bem.

Esta consciência e cultura têm

de ser a base para desenvolver o pro-

jecto que abraçou.

Os dividendos que daí resultam

são múltiplos para ambas as partes,

para a Instituição em causa, mas tam-

bém para a própria pessoa, actor do

papel que lhe foi atribuído, sentindo-se

útil, sentindo o dever cumprido e a sa-

tisfação na sua realização pessoal e no

bem que facultou aos outros.

Quem dá recebe, se a dádiva

oferecida se situar no patamar, na di-

mensão do verdadeiro dar sem retri-

buição.

Normalmente quem tem uma

vida mais ocupada é quem se dispo-

nibiliza e se presta a dizer sim a este

tipo de serviço, é a constatação da

verdade.

O serviço voluntário tem objec-

tivos cívicos, culturais, educacionais,

científicos, recreativos ou de assistên-

cia social… e o seu resultado será mais

produtivo e valioso quanto mais organi-

zado estiver.

Neste entendimento, é neces-

sária a criação de um modelo de for-

mação e actualização dos voluntários

que chama a si formadores com co-

nhecimentos e práticas que viabilizem

um serviço de qualidade.

Um todo agregado, coerente,

equilibrado e dinâmico de parcerias

organizadas, serão a porta aberta

para a concepção, desenvolvimento

e obtenção de efeitos prestimosos de

um ou vários projectos, consoante a

natureza dos mesmos, construtores

de uma Obra promotora e significativa,

concomitantemente ou em paralelo,

sublinhando e intensificando a sensi-

bilidade e comportamento solidários, a

cidadania e a substância do Bem ma-

terial e do Bem não comensurável!

O ser voluntário começa, mui-

tas vezes, pelo dever moral desper-

tado pela razão.

O sujeito não pode impor a si

próprio sentimentos no âmbito da afec-

tividade, por exemplo, não pode impor

uma ordem como a do amor.

A razão de cada um, ao contrá-

rio, é capaz de conceber como neces-

sário, o dever. O dever entra, por assim

dizer, no espaço deixado pelo amor. Se

não há amor, porque este sentimento é

espontâneo, pode da mesma maneira

haver a imposição a si próprio de fazer

bem ao seu próximo, agir a seu favor,

proceder em conformidade com os de-

sígnios de um bom cristão.

A moral impõe-nos que actue-

mos como se amássemos.

O amor ao próximo é abertura

às boas obras, é deixar-se atravessar,

inspirar, mover pelo amor de Deus.

Se a felicidade dos outros, em

especial dos mais desprotegidos de-

pende, em grande parte, de acções

magnânimas cobertas de vontade

forte, de convicções positivas, tem

de haver mentes a pensar e braços

a produzir com a certeza de que vale

a pena descobrir, através das mes-

mas o amor caritativo, o amor ao

próximo.

O ser voluntário começa, muitas vezes, pelo dever moral despertado pela razão.

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Farol de Esperança

Iniciada no tempo em que era

presidente Machado Vaz, na década de

sessenta decorria e desenvolvia-se no

Porto a época das construções de bairros

sociais, nomeadamente para desactivar

as chamadas “ilhas” e “bairros de lata”.

Então, aqueles que tinham sen-

sibilidade social lembravam que não

bastaria dar uma casa: também se im-

punha que se ensinasse a usá-la e se

ajudasse a viver e a conviver em condi-

ções novas e com novas vizinhanças.

Vários agentes ensaiavam al-

guma acção com os novos moradores,

mas sobressaia muito claramente o Se-

cretariado Diocesano de Acção Social.

Estabelecidos contactos com D.

Florentino, então administrador apostó-

lico do Porto, a Câmara deliberou fixar

um regime que garantisse que o subsí-

dio a conceder “em cada ano, ao Secre-

tariado Diocesano de Acção Social não

fosse inferior ao total das verbas dispen-

didas no ano transacto com instituições

de assistência do concelho subsidiadas

por rubrica geral”. Tal significava que, em

1964, a autarquia portuense, cujo presi-

dente era Pinheiro Torres, considerava

que o “organismo estranho à Câmara e

de indiscutível idoneidade” para a pros-

secução da actividade de assistência

social, não só pelo apoio técnico de que

dispunha, como também pelo espírito da

instituição em que se integrava (Igreja),

era o Secretariado Diocesano de Acção

Social (Boletim da Câmara Municipal do

Porto, nº 1476 – Ano XXIX – Vol. LXXXVII

– 25 de Julho de 1964).

A Câmara “dava a cana” (cons-

truía as casas) e o Secretariado Dioce-

sano (que, mais tarde, viria a converter-

se na Obra Diocesana de Promoção

Social) “ensinava a pescar” (trabalhava

as populações, com as próprias popula-

ções). Sem se demitir das suas respon-

sabilidades, o Estado, local (autarquia),

assumia as suas obrigações e reco-

nhecia as competências da Igreja, com

longa tradição e créditos firmados em

prol das populações mais carenciadas.

Era o respeito pela subsidiariedade e o

reconhecimento das competências. Era

também um sinal.

E assim começava a Obra Dio-

cesana que, já nos seus alvores, se as-

sumia como o principal promotor social

nos bairros, intensificando uma lideran-

ça na acção e laboratorial de respostas

sociais que, num trabalho de comunhão

com outras experiências, viria a consa-

grar-se e a ser referida como paladina

de uma boa via para a inclusão social.

Foram vários os bairros sociais

erguidos no Porto. Hoje, serão 45 e

concentrarão cerca de 40.000 pessoas

(20% da população da cidade). Com os

seus 18 centros sociais em actividade,

a Obra Diocesana está directamente

presente num total de doze.

Ao longo de todos estes 45

anos, uma importante acção social tem

sido desenvolvida. Muitos dos mais de

quatrocentos trabalhadores da Obra

residem nos bairros em que ela própria

desenvolve a sua acção. Quase três mi-

lhares de utentes da Obra são daqueles

Padre Lino Maia

aglomerados. Muitos dos actuais adul-

tos que por ali moram passaram pelas

creches, pelos infantários ou pelos CATL

da Obra. Muitas das crianças e dos jo-

vens daqueles bairros frequentam ago-

ra aquelas mesmas valências e muitos

idosos são apoiados pelos serviços de

apoio domiciliário ou frequentam os seus

centros de dia. E muitas famílias, directa

ou indirectamente, beneficiam de impor-

tantes e diversificados apoios da Obra.

É muita obra da Obra… Como

tudo por ali poderia ser bem diferente

sem a sua acção!

A Obra não está em todos os

bairros da cidade, mas é a Instituição

mais presente num maior número, com

uma credibilidade e uma postura que

a tornam instância de recurso e voz

com autoridade. Voz credível e fa-rol de esperança.

Quando algumas notícias sobre

instabilidade em bairros sociais da zona

da capital nos inquietam e fazem urgir

um olhar de intervenção, os números e a

realidade da Obra Diocesana de Promo-

ção Social do Porto merecem uma refe-

rência reflectida. De apoio, ponderação

e respeito.

Também pelos bairros do Porto

pode instalar-se alguma turbulência, eles

que também têm sido vítimas de alguns

alheamentos e de outros tantos ostra-

cismos. Solidificada a sua liderança, a

Obra Diocesana é um porto de partida

para uma intervenção integrada e um

porto de chegada para uma tranquili-

dade serena.

Obra Diocesana de Promoção Social8

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9Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

Escrevo para quem não co-

nhece a Obra Diocesana de Promo-

ção Social, criada e desenvolvida

na Cidade do Porto, activa nos seus

Bairros Sociais e vinculada à Dioce-

se. Desde a sua criação - que acom-

panhei nas muitas dificuldades que

teve nos primeiros anos para se man-

ter e desenvolver na fidelidade aos

seus princípios e aos seus objectivos

- esta Obra foi sempre preocupação

constante dos diferentes Prelados

que governaram a Diocese ao longo

dos 45 anos de actividade.

O Bispo actual. D. Manuel Cle-

mente, logo reconheceu que, para o

seu estilo pessoal de apresentar e en-

sinar a mensagem de Cristo, a Obra

era um sinal quase sacramental, um

ícone emblemático, da concretização

do que é ensinamento essencial de

Cristo: “Amai-vos uns aos outros,

como Eu vos amei”

Esta é a Missão da Obra e os

seus actuais dirigentes cumprem-na

em elevado nível e de forma exem-

plar.

Para quem a não conhece - e

é para eles que estou a escrever - di-

rei que a sua presença nos Bairros do

Porto, em 12 Centros, e por meio de

algumas centenas de Colaboradores

é um autêntico viveiro de ternura.

Não são meros funcionários

que cumprem uma tarefa de forma

rotineira executando uma obrigação

profissional. São, sim, pessoas que

se preocupam com pessoas e que

promovem o seu bem-estar. Ou por-

que os alimentam, ou porque os aju-

dam a superar algumas dependên-

cias físicas, ou porque os educam, se

são crianças, ou porque os amparam,

se são idosos.

Tudo o que fazem é feito no

espírito de Cristo que não veio ao

mundo para julgar e condenar mas

para salvar. E salvar é ajudar o que

está preso nas garras demoníacas

da droga, da prostituição e do roubo,

a libertar-se, a regressar a uma vida

limpa e serena. Libertar uma criança

do efeito destruidor de uma família

disfuncional, por exemplo vítima de

alcoolismo, é um resultado com um

valor infinito. E acontece na Obra.

Quem visite os Centros da

Obra apercebe-se logo da razão de

eu lhe estar a chamar um viveiro de

ternura.

É que cada gesto, cada ati-

tude, cada serviço concreto que os

Colaboradores prestam brota do

coração de quem o faz como um

impulso interior. Não é por obriga-

ção, é por afecto.

Mas há outro aspecto que

quero salientar.

Como é próprio de um viveiro

há aqui uma actividade de criação.

E quem visite os Centros

sentirá, como eu tenho sentido, que

a criação de ternura é recíproca e

acontece nos que ali beneficiam de

Viveiro de Ternura

Professor Daniel Serrão

cuidados. È uma alegria comunicati-

va, uma vontade de exprimirem com

ternura, às vezes comovente, como

se sentem bem e como amam os que

lhes dão um pouco do seu tempo e

do seu trabalho competente para que

eles e elas se sintam felizes,

A Igreja Portucalense pode

bem rever-se nestes verdadeiros

samaritanos que não deixam o des-

valido caído no caminho, a sofrer as

dores do abandona, da solidão ou da

tristeza, porque eles são imagem do

próprio Cristo,

A ternura que se cria neste

viveiro é a pura ternura do amor

pelo Outro.

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Obra Diocesana de Promoção Social10

Filantropia e trabalho social…

…são duas realidades que não

se atropelam, antes se complementam.

A filantropia, sentimento que di-

ríamos enraizado no coração de cada ser

humano dotado de recta intenção de vida,

é a dimensão não confessional daquilo a

que os cristãos chamam caridade.

Uma e outra destas realidades

humanas, tenham ou não conotação

religiosa, apontam muito mais para ges-

tos pontuais do que para uma realidade

programada e teleológica.

Diríamos que a filantropia, pala-

vra cujo sentido etimológico aponta para

o amor ao ser humano, se pode entender

como a acção de alguém que, continua-

da ou episodicamente, faz doação dos

seus bens materiais a favor de institui-

ções ou pessoas que desenvolvam acti-

vidades de grande mérito social.

É, portanto, uma atitude indivi-

dual que deriva de uma íntima convicção

da bondade da ajuda ao ser humano

mediante doação de bens materiais, co-

locados à disposição de entidades que

deles façam um bom uso em prol da so-

ciedade, no apoio às boas causas.

Trata-se mais de doação de bens

do que de doação pessoal, ao invés da

caridade que, para ser verdadeira, exige

mais doação pessoal do que material.

A filantropia está, assim, muito

próxima do mecenato, sendo que este

também se distingue pelo apoio, em re-

gra de carácter pecuniário, de pessoas

singulares ou colectivas às entidades

públicas ou privadas, nas áreas social,

cultural, ambiental e desportiva.

Neste sentido, quer o filantropo

quer o mecenas estão em boas condi-

ções para aportarem os apoios neces-

sários à realização do trabalho social

de fundo.

Este exige, sem margem para

dúvida, os meios que a filantropia e o

mecenato podem colectar e canalizar

para as instituições que, no terreno, se

dedicam à promoção social.

Se bem que esta necessite de

criar condições materiais para que o seu

trabalho se realize em boas condições,

de forma a proporcionar um crescimento

social sólido, isto é, sustentado das pes-

soas (crianças, adolescentes, jovens,

deficientes, idosos) a que se dirige, a

verdade é que esse trabalho não surtirá

efeito, pelo menos o efeito desejado, se

não brotar da dedicação pessoal (isto é,

do profissionalismo moldado no coração

de cada técnico, de cada trabalhador

social) daqueles que são o corpo vivo

das instituições de promoção social.

A coligação da filantropia e do

mecenato com a promoção social, do-

tando esta dos meios materiais que não

possui mas pode obter daqueles, é cer-

tamente uma proposta de futuro com raí-

zes já lançadas, aqui e ali, no presente

Na verdade, todos teremos

consciência de que os meios colocados

pelo Estado ao serviço da solidariedade

social, não só na vertente assistencial,

como na vertente de promoção social,

são cada vez mais escassos e sê-lo-ão,

talvez ainda mais, no futuro, perspectiva

que importa ter em atenção no lançamen-

to de novas iniciativas de promoção.

Por outro lado, o trabalho social

Bernardino ChamuscaPresidente do Conselho de Administração da ODPS

não pode, nem deve, limitar-se a ac-

ções esporádicas e inconsequentes;

exige, antes, um projecto em contínua

evolução e adaptação às realidades

de cada momento e às contingências

sociais de cada época.

Neste sentido, se os gestos de

filantropia e mecenato podem ser avul-

sos e, eventualmente, inconsequentes,

o trabalho social exige continuidade

programada e adaptabilidade aos tem-

pos, aos lugares e, principalmente, às

pessoas que deverão ser não apenas

destinatárias desse trabalho mas, so-

bretudo, suas protagonistas.

É essa visão que impregna o tra-

balho de Muhammad Yunus, o “banquei-

ro dos pobres”, Prémio Nobel da Paz.

No Bangladesh, uma das re-

giões mais populosas e pobres do

mundo, “procurou e encontrou solu-

ções para o combate à pobreza que

não vêm da filantropia nem da carida-

de. Vêm do conceito de empreende-

dorismo social, metodologias, estudos

de mercado e técnicas de marketing –

com missões exclusivamente sociais”

(Celso Grecco, in “Oje”, 15-04-2009).

O artigo jornalístico citado termi-

na com uma afirmação que merece ser

ponderada: “a filantropia pode deixar-

nos em paz connosco mesmos. Mas o

investimento social estratégico deixar-

-nos-á em paz com a efectiva eliminação

da pobreza em nossas sociedades.»

Por isso, Muhammad Yunus,

«banqueiro dos pobres», recebeu o

Prémio Nobel da Paz e não o Prémio

Nobel da Economia.

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11Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

Na longa lista dos direitos humanos, há um direito que vai ganhando

cada vez mais relevância, atendendo aos atropelos que cada vez mais ensom-

bram a relação entre os adultos e as crianças, entre os pais e filhos, manchando

a relação harmoniosa e afável que, supostamente, deveria existir nesta relação.

Trata-se do “direito ao afecto”!

Curiosa e escandalosamente, são cada vez mais os alarmes de crianças

mal amadas, abandonadas, maltratadas, agredidas física e psicologicamente!

Foi necessário recorrer à produção de leis para tentar “remendar” o que

os sentimentos maternos e paternos, por força da biologia e do amor não estão

a conseguir em muitas situações.

A caracterização sociológica de uma sociedade mede-se pela qualida-

de das relações e a qualidade das relações tem muito a ver com a existência

do direito ao colo e a um berço que permitam estabelecer laços e afectos

onde se constrói ou destrói o presente e o futuro de cada criança chamada à

vida por um acto de amor!

A circunstância de cada vez mais se veicular a mensagem de que, em

Portugal, o sistema de protecção de crianças e jovens representa um avanço

significativo no cumprimento dos seus direitos, uma vez que esse sistema se

baseia no fortalecimento da relação familiar, enquanto realidade afectiva de sen-

timento e responsabilidade, deverá fazer-nos pensar e questionar a qualidade

e intensidade dos laços de amor que geram vidas, sem muitas vezes ser capaz

de acompanhar as “maternidades e paternidades biológicas” de famílias de

afectos, comprometidas ao longo de toda a infância, adolescência e juventude

na criação de condições capazes de educar os filhos num clima de harmonia

familiar, de laços e afectos experienciados no colo e no lar, responsabilizando

pais, avós e irmãos pelo respeito dos direitos das crianças!

Para educar uma criança para a felicidade, não basta poupá-las a

“maus tratos”; exige-se que lhes sejam garantidos “bons tratos”: colo, afec-

to, ternura, tempo para falar e conviver, muita atenção a cada sinal que será

sempre um alerta que urge saber interpretar!

Claro que o direito ao afecto não se restringe apenas às crianças! Os

adultos, as famílias, os idosos vivem dos laços e dos afectos na mesma medida

em que todos precisamos do ar para respirar!

Para dar é preciso ter, para colher é necessário semear!

Construamos laços se quisermos recolher afectos!

Padre José MaiaFundação Filos

Direito a um Afecto

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Obra Diocesana de Promoção Social12

Introdução

1. O Conselho de Administra-

ção e colaboradores da Obra Dio-

cesana de Promoção Social, com

extrema generosidade pede-me uma

mensagem/artigo para o Espaço Soli-

dário, excelente revista desta grande

instituição social. Faço-o com gosto,

mas limitado pelo título que me é pro-

posto. Interrogo-me sobre se é a Obra

Diocesana a fonte de sensibilidade,

se é a normal sensibilidade das pes-

soas que abre a porta e sustenta a

Obra Diocesana. As duas coisas são

válidas, as duas perspectivas são im-

portantes.

2. O ser humano, na sua ma-

neira de estar no mundo deixa-se

conduzir pela inteligência, pela vonta-

de e pela sensibilidade. Composta de

corpo, alma e sentimento, a pessoa

não se limita a viver segundo a razão,

mesmo inteligente, livre e responsá-

vel. “Há razões que a razão não en-

tende”, como diria Pascal, e por isso

o jogo dos afectos dá ao ser humano

uma característica única, a de deixar-

se conduzir também pelo coração. É

o universo da sensibilidade. Por isso,

perante uma criança em sofrimento,

junto a um idoso marcado pela soli-

dão, numa situação de catástrofe,

próximos de um perigo eminente, o

ser humano deixa falar o coração e

torna-se mais sensível ao outro.

3. Talvez seja sobre o universo desta preocupação pelo outro que me

pedem para reflectir um pouco. A sensibilidade é um dos elementos mais be-

los da vida humana. Sem ela, nem a inteligência, nem a vontade, por si sós,

seriam capazes de gerar a felicidade. Faltava a palavra de ternura, o sorriso

que transforma as coisas, o apoio que dá sentido a cada momento da vida. A

sensibilidade faz nascer o sol nos momentos mais cinzentos, e traz serenidade

e paz ao “mais além” das crises e das tempestades, porque a sensibilidade é

um grito de amor no universo das relações humanas.

Ser sensível ao problema dos outros é o grande desafio que é proposto

aos homens de boa vontade. Gostaria então de escrever quatro breves notas.

I. Numa sociedade em crise é urgente multiplicar gestos de solidariedade,

nascidos da sensibilidade de pessoas que foram capazes de se preocupar com

os outros.

•Acrisenãoésóeconómica,acriseéglobal,de talmaneiraqueo

outro não precisa de esmolas, precisa de quem saiba acolher, escutar, compre-

ender, acompanhar e indicar soluções que o próprio consegue descobrir.

•Asolidariedadenascenocoraçãosensível.Oscoraçõesduros,em-

pedernidos, metalizados, frios, azedos, não têm a menor possibilidade de ser

solidários. Ao contrário, os corações sensíveis dão-se conta da presença dos

outros, das suas necessidades e inventam a maneira de ir ao seu encontro, com

palavras e gestos de partilha e de paz.

•EraoreiSalomãoqueinterpeladoporDeus,parapediroquequises-

se, respondeu “dá-me, Senhor, sabedoria e inteligência, para poder conduzir

este povo” (2 Cron 1, 10). Deus fez-lhe a vontade, deu-lhe um coração sensível

para compreender todos os outros.

II. A solidariedade só é possível com quem tem sensibilidade para olhar os

outros e responder aos seus apelos. A sensibilidade leva a secundarizar os inte-

resses pessoais quando com estes se magoava os mais pobres, mais fracos ou

que mais sofrem. A sensibilidade convida à reconciliação, ao perdão e à paz. A

sensibilidade permite parar perante uma paisagem, a harmonia de uma compo-

sição, a beleza de uma criança, a ruga de um velho, o sofrimento de um doente.

Ao coração sensível, nada é acidental. É a sensibilidade da alma que leva:

•aaperceber-sedoproblemadealguém,mesmoqueestejalonge;

•atomariniciativasquesetornamsalvadorasequealteramorumodas

vidas;

Fonte de Sensibilidade

Monsenhor Víctor Feytor Pinto

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13Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

•Há organismos de Igreja

solidária com soluções interessan-

tes de micro-crédito, de criação de

postos de emprego, de apoio aos

encargos de casa, nas famílias nu-

merosas.

•Há um Portugal solidário

coordenado por grandes organiza-

ções que, de mãos dadas com todos,

conseguem travar a crise económica

e abrir a dispensa do coração, dis-

pensa de amor.

Conclusão

A Obra Diocesana da Promo-

ção Social, a par de inúmeras IPSS,

nas paróquias, nas Instituições da

Igreja, em clubes e associações cívi-

cas, está a dar ao mundo a grande

lição da solidariedade que só é pos-

sível quando se orienta a sensibilida-

de de cada um, para o bem universal

de todos. Que bom sentir que o amor

saiu à rua e está perto de todos os

que precisam!

•aorganizarasrespostasparaquenãoaconteçaseradádivaindife-

rente, porque vai ao encontro do que se não precisa;

•aestarpresentedeuma formaconscienteeactiva juntodaquele

que confiou e conseguiu pedir, apesar do momento difícil que se preferia

escondido.

III. Ao abrir o Evangelho de Lucas, encontra-se o modelo acabado de um co-

ração sensível. Não foi o sacerdote que parou junto do homem caído na estrada

de Jericó. Foi um samaritano, um estrangeiro. Por que tinha um coração sensível

(cf. Lc 10, 27 e ss)

•Viu o homem que fora assaltado e jazia por terra, marcado pela

violência

•Aproximou-se e cuidou dele, pensando-lhe as feridas com azeite e

vinho, os remédios que tinha

•Pô-loemcimadamontadaelevou-oàprimeiraestalagemondepodia

ser tratado

•Pagoutudooquehaviaapagareassegurouquevoltariaparaacom-

panhar este homem em tanto sofrimento

•Claroquealteroucompletamenteavida,correuriscos,perdeualgum

negócio, faltou a algum compromisso, mas fez dele o problema do outro, o des-

conhecido caído na estrada.

Só um coração sensível é capaz de uma acção assim. Nem burocracias,

nem avaliação de despesas, nem clarificação de interesses, apenas e só um co-

ração sensível, cheio de amor, que vão ao encontro do outro para o fazer feliz.

IV. O tempo presente convida a exercitar a sensibilidade, com atitudes soli-

dárias. As obras da Igreja estão na primeira linha nas respostas aos problemas

pontuais que a crise provoca às pessoas: rendas de casa que ficam por pagar;

água, luz e gás que se desliga porque as facturas não foram liquidadas, os re-

médios que se não compram por ser encargo demasiado pesado, até crianças

e velhinhos com problemas de alimentação a roçar as situações de fome, tanto

sofrimento que vem com a crise.

•Mais do que “medidas” difíceis de aplicar no imediato, é urgente a

partilha de bens, organizada, sem dúvida, mas muito generosa.

•Há comunidades paroquiais que criaram “fundos de solidariedade”,

com gente anónima a dar com generosidade e pobreza envergonhada a rece-

ber em confidencialidade.

Fonte de Sensibilidade

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Obra Diocesana de Promoção Social14

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada

Reunião Geral de Colaboradores 2009

A 28 de Março de 2009 decorreu a 5ª edição da Reunião Geral de Co-

laboradores. Esta iniciativa marca uma prática estabelecida pelo Conselho de

Administração (CA) em 2005, sempre numa perspectiva de total e constante

diálogo com os Colaboradores.

Este ano, a Reunião decorreu sob o lema:

“ODPS a nossa ENERGIA – SOLIDARIEDADE”.

Como habitualmente, a Reunião teve lugar no Auditório da Casa Dioce-

sana de Vilar. No início desta tarde de trabalho, os Colaboradores dos Centros

Sociais foram sendo recebidos pelos colegas dos Serviços Centrais, a quem o

CA confia a organização deste evento. Os Colaboradores foram saudados com

uma pequena lembrança alusiva a este dia.

Depois de um breve momento de convívio, a Reunião teve início pouco

depois das 15 horas. Mais uma vez a adesão dos Colaboradores foi significativa,

tendo estado presentes mais de 320 pessoas.

O Presidente Américo Ribeiro deu as boas-vindas a todos os presentes,

pedindo a atenção dos mesmos para a Invocação “Coração Agradecido”.

De seguida, pediu a todos que durante aquela tarde vissem o seu espírito

repleto de “amizade, transparência, cooperação, responsabilidade, lealdade,

diálogo e sorriso” e que valia a pena participarem activamente e, ao mesmo

tempo, terem a consciência de que levam para casa algo de positivo. Realçou o

facto de se enriquecer interiormente como ser humano com tudo o que tem visto

e aprendido com os Colaboradores e Clientes da Instituição.

Após esta intervenção, foi projectado o filme que retratou a visita à Obra

Diocesana que Sua Excelência o Senhor Presidente da República, Prof. Doutor

Aníbal Cavaco Silva realizou no passado dia 9 de Março. Este filme, que docu-

mentou um momento alto da vida da nossa Instituição foi do agrado de todos

os Colaboradores, que sentiram orgulho em terem recebido a visita do mais alto

representante da Nação. O Senhor Américo Ribeiro elogiou o papel que os Cola-

boradores tiveram na preparação da visita e agradeceu ao Rev. Padre Lino Maia

todo o empenho que dedicou à sua concretização.

De seguida, usou da palavra o Senhor Dr. Belmiro Teixeira. Ao longo da

sua intervenção, o Vogal do CA, fez um balanço da situação financeira da Obra

Diocesana e incitou todos os Colaboradores a uma maior poupança e rentabili-

zação dos recursos disponíveis. Terminou alertando para que “a sensibilidade

não pode ser sinónimo de fraqueza, pois quando estamos fracos, alguém se

aproveitará de nós”.

Dando continuidade aos traba-

lhos, seguiu-se o momento do Presi-

dente do CA.

O Senhor Américo Ribeiro sau-

dou todos os Colaboradores e reafir-

mou os vários lemas que tem defendi-

do ao longo dos seus mandatos e que

devem, sempre, servir de orientação

para a Obra Diocesana – “Pessoas a

sentirem pessoas”, “Qualidade, cha-

ve de futuro”, “Qualidade, chave do

sucesso” e “Quem semeia exigência,

colhe qualidade”.

Disse que a Instituição deve

continuar a pautar-se pelo mote 3D

– dignidade, determinação e dina-

mismo.

Deu os parabéns aos Colabo-

radores que exercem a sua profissão

com brio, entusiasmo, dedicação, res-

ponsabilidade, partilha e sentem orgu-

lho em ter a Obra Diocesana como sua

entidade patronal.

Referindo-se ao actual mo-

mento de crise que se vive no país e

no mundo, o Senhor Presidente alertou

para as elevadas e crescentes taxas

de desemprego, frisando que a princi-

pal preocupação do CA é pagar atem-

padamente a todos os Colaboradores

e Fornecedores, mas para que isso

aconteça terá que continuar a existir

uma gestão responsável, cuidada e

rigorosa.

O caminho a percorrer passa

pela salutar cooperação entre o CA e

os Colaboradores.

Cada Colaborador terá que se

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15Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

capacitar que, no momento actual, para

se ser profissional tem que se ser o

melhor. Para serem melhores, os profis-

sionais têm que ter um bom sentido de

adaptação a novos desafios e mudan-

ças, sempre com um sorriso, o que é

determinante para quem sente e serve

pessoas.

Perante todos os Colabora-

dores, o Presidente reafirmou o entu-

siasmo e motivação do CA para, com

serenidade e sentido positivo, encarar

o futuro.

Finalizando a sua intervenção,

declarou que “hoje, o vosso pro-

fissionalismo espelha dedicação,

responsabilidade, motivação, dis-

ponibilidade e interesse em evoluir

constantemente na nossa Instituição.

Hoje sois parte integrante de um grupo de trabalho imenso, que tem como

único objectivo atingir o patamar da qualidade, do serviço, da disponibilidade, do

afecto, da partilha e do amor ao próximo. Isto é o nosso dever!”.

Terminou o seu momento com a emblemática afirmação “O sucesso é

ser feliz, o resto é consequência…”.

Após a sua intervenção, o Presidente deu a oportunidade aos colabora-

dores de colocaram as questões que entendessem por pertinentes relativas ao

quotidiano da Obra Diocesana.

O momento seguinte consistiu na apresentação de um interessante, ino-

vador e introspectivo filme da autoria do Dr. Jorge Filipe Ribeiro que, mais uma

vez, conseguiu captar e materializar o lema da reunião num brilhante espectáculo

audio-visual.

O Presidente encerrou a reunião, agradecendo a presença de todos e o

empenho dos colaboradores dos Serviços Centrais que organizaram este evento.

Seguiu-se um lanche convívio para todos os colaboradores. Foi um momento de

alegria e de espírito de família, que rematou com chave de ouro mais uma Reu-

nião Geral de Colaboradores.

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Obra Diocesana de Promoção Social16

Senhor Dr. Américo Ribeiro,

Presidente da Câmara do Porto,

Senhor Bispo Auxiliar do Porto,

Senhores Deputados,

Caros amigos,

Eu quero começar por saudar

todos os utentes, dos mais pequenos

aos mais idosos, da Obra Diocesa-

na de Promoção Social… e saudar

também todos aqueles que aqui tra-

balham, que aqui dão o seu melhor

para apoiar bebés, crianças, jovens

e idosos. Saudar a Administração da

Obra Diocesana.

Dificilmente alguma vez es-

quecerei este dia 9 de Março do ano

2009. E para isso contribuirá certa-

mente o acolhimento que me foi pro-

porcionado a mim, à minha mulher,

aqueles que me acompanham na

chegada aqui à Obra Diocesana no

Bairro da Pasteleira.

Confesso que fiquei emocio-

nado ao ver um tão grande número

de crianças. Eu que tantas vezes te-

nho referido a preocupação pela bai-

xa natalidade do nosso País que, se-

gundotenhodito,podepôremcausa

o futuro da nação Portuguesa.

Senti-me reconfortado ao en-

contrar aqui, podemos dizer, no ber-

ço da Obra Diocesana um tão eleva-

do número de crianças.

Depois também… a alegria, o

entusiasmo com que os idosos se ex-

primiam… Está aqui qualquer coisa

que eu não conhecia. Um erro meu!

E, por isso, quero agradecer-

lhe a oportunidade, que nos é dada,

de hoje conhecer o trabalho realizado

pela Obra Diocesana de Promoção

Social, e em particular o Centro aqui

da Pasteleira.

Fiquei ainda a saber que este

é um entre doze Centros, que servem

bairros do Município do Porto.

E foi talvez essa uma das ra-

zões por que nesta jornada do Rotei-

ro para a Inclusão, destinada a olhar

para os novos riscos de pobreza,

tivéssemos escolhido a Obra para

apresentar um bom exemplo, um

bom exemplo de resposta da socie-

dade civil.

Um bom exemplo de res-

posta da Diocese do Porto.

Uma Obra, que certamente

orgulha D. Manuel Clemente, que há

dias tão bem falou na televisão, ex-

pressando as suas ideias que o mo-

tivam em relação à solidariedade so-

cial. A resposta que todos devemos

em relação àqueles que são os mais

vulneráveis e desprotegidos da nos-

sa sociedade.

E esta minha visita aqui, tal

como a visita que fiz há pouco em

Braga, ao Banco Alimentar Contra a

Fome, ou aquela que irei fazer à AMI,

aos Centros de Porta Amiga, é, por

um lado, a manifestação do apreço

por aquilo que têm feito por aqueles

que mais precisam em Portugal, mas

também para entusiasmá-los a conti-

nuar a obra. Por que, eu me interrogo,

como muitos portugueses se interro-

gam sobre o que seria a situação so-

cial do nosso País, sem a acção de

Instituições como esta, as Instituições

de Solidariedade Social, as Misericór-

dias e outras organizações da nossa

sociedade, incluindo o voluntariado,

os muitos voluntários que se dedicam

ao apoio dos outros.

Por isso penso que é dever

do Presidente da República estimular,

manifestar o apreço e dar visibilidade.

Porque muitas vezes nós não temos

conhecimento destes bons exem-

plos, mas bom exemplo, também na

cooperação entre os departamentos

públicos e as Instituições da socieda-

de civil, há aqui um bom entendimen-

to entre o Ministério da Solidariedade

Social e a obra realizada pela Obra

Diocesana. Estes bons exemplos, a

todos os níveis, devem ser de facto

sublinhados.

Eu considero da maior impor-

tância aquilo que se pode fazer pe-

las crianças nos tempos que correm.

Naqueles tempos que todos nós sa-

bemos que são de crise, que são de

dificuldade, e o pior que podia acon-

tecer no nosso País é que estes tem-

pos de crise pudessem atingir aque-

les, que são futuro de Portugal, as

crianças, que pudessem ser tirados

das creches, dos jardins-de-infância,

das escolas por insuficiências de re-

cursos das suas famílias.

Esses merecem, nos tempos

que correm, uma atenção muito par-

ticular. E essa é também uma outra

razão da minha alegria ao chegar

aqui e ao verificar que há bem-estar

Discurso de Sua Excelência O Presidente da República, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva, na vista à Obra Diocesana de Promoção Social, no Centro Social da Pasteleira, em 09 de Março de 2009

Conselho de Administração

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17Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

naquelas crianças, que elas estão a

ser bem tratadas, que familiares po-

dem, eventualmente, encontrarem-se

em situação difícil, mas que existem

Instituições que jogam a mão e pro-

curam minimizar o sofrimento que

doutra forma podia ser transmitido

pelo ambiente familiar em resultado

de eventuais desempregos, endivida-

mentos excessivos ou outras razões.

Por isso eu quero agradecer

esta oportunidade, porque de facto

não conhecia, não sabia que havia

aqui uma Instituição que dava um

contributo importante à Câmara Muni-

cipal que por razões de proximidade

tem responsabilidades particulares

em todo o concelho do Porto.

Estas Instituições merecem o

apoio dos portugueses, porque esta

responsabilidade é de todos nós.

Todos os portugueses devem

ser, neste tempo difícil que vivemos,

alertados para a responsabilidade

social que a cada um é pedida.

Juntando esforços daqueles

que podem, de empresas, de au-

tarquias, dos poderes públicos, nós

conseguiremos reduzir o sofrimento

de muita gente e preparar melhor o

futuro do nosso País.

Portugal não está condenado,

de forma alguma, a uma situação de

subdesenvolvimento.

Nós podemos… podemos

vencer as dificuldades, desde que

todos estejam preparados para dar

as mãos, para ajudar aqueles, que de

um momento para o outro, e alguns

de uma forma inesperada, se encon-

traram em situações particularmente

difíceis.

Uma última palavra para o

senhor:

Eu… estou impressionado

com o seu entusiasmo, que deve

ser contagiante, e isso é da maior

importância.

E por isso penso Dr. Américo

Ribeiro que o senhor é merecedor,

tal como aqueles que consigo cola-

boram, de uma grande salva de pal-

mas.”

Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva

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Obra Diocesana de Promoção Social18

A Obra a RufarNo passado dia 31 de Maio,

pelas 10:00h, realizou-se o grandioso

desfile de bombos, com cerca de 1600

tocadores, na 5ª Edição do Festival In-

ternacional de Percussão, “Portugal a

Rufar 2009”, no Seixal, em que o grupo

de percussão da ODPS, “A Obra a Ru-

far” foi convidado a participar.

Como a viagem se previa lon-

ga, pernoitámos na Pousada de Juven-

tude de Almada e daí então partiríamos

para o Seixal.

Partimos no sábado pelas

19:00h do Centro Social do Cerco do

Porto, com boa disposição para esta

deslocação, chegando ao destino por

volta da meia-noite.

De manhã bem cedo, num dia

repleto de sol, deslocámo-nos então

para o Seixal, para a grande concen-

tração.

Foi uma participação muito

agradável, fomos muito bem recebidos

e visto ter sido a nossa primeira gran-

de actuação e de o nosso grupo ser

constituído por crianças, recebemos

os mais rasgados aplausos por parte

do público por onde nós passávamos.

Chegamos ao final exaustos

mas valeu bem a pena este “pequeno”

esforço, elevando também bem alto o

bom nome da Obra Diocesana de Pro-

moção Social.

Ângelo SantosAnimador Cultural

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19Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

A Acção Beneficente da Obra Diocesana

Comecei com esta frase, tão

simples mas tão grandiosa, e com

uma mensagem que encerra todo o

conteúdo do que deve ser a missão

daqueles que na Terra, sendo cris-

tãos, devem ter como lema o amor ao

próximo e o serviço, permanente, aos

que mais precisam.

Num mundo egoísta como o

que vivemos em que a preocupação

não é o bem comum, mas antes e

apenas as questões pessoais, como

a saúde, a segurança, em que to-

dos têm o “meu” telefone, “a minha”

televisão, “o meu quarto”, “a minha”,

”o meu” … que papel cabe aos cris-

tãos?

Não me restam dúvidas que

estar ao serviço sem se servir é

olhar cada pessoa como um irmão

e trabalhar para o bem e para uma

causa comum

Às figuras conhecidas e pú-

blicas devem e é-lhes solicitado o

seu contributo no que concerne à

atenção para os valores da partilha

e da ajuda, para as causas em que a

Caridade seja apenas e só o sentido

semântico do Amor, verdadeiro, úni-

co e sem oportunismo, sem folclores,

sem festas cheias de glamour, onde

entra a vaidade e saiam sobras de

vergonha, que transformam o que era

até ali uma nobre causa numa exibi-

Chefe Hélio Loureiro

ção de vaidades pessoais desprovi-

das de valores, em que enquanto os

vestidos rodam nas sedas da exibição

pública, os Irmãos esperam pelas mi-

galhas dos banquetes dos brioches

comidos no meio do foie gras.

Festas? Adoro, sempre

gostei, mas por amor a Deus e ao

ensinamento do Mestre que nos de-

monstrou que na mesa se evangeliza

e se pratica o Amor da entrega e da

partilha. Não se misturem o prazer

com a dor dos que sofrem e não se

tirem dividendos pessoais quando

o valor deve ser comum e verdadei-

ramente puro de entrega às nobres

causas.

A Obra Diocesana de Promo-

ção Social organiza o jantar no Porto

Palácio Hotel.

Este é um momento de en-

contro e sem grandezas a não ser

o da promoção e de juntos pensar-

mos que podemos ajudar o nosso

Irmão, que sofre e que precisa, mas

sem a fantasia ridícula do baile de

gala, em que se pensa mais no ves-

tido e na decoração do que no valor

que se pode angariar para contribui-

ção, por forma a atenuar, o sofrimento

dos que mais sofrem.

Estou e estarei sempre com

esta Obra em que vejo e ajudo no

que posso e está ao meu alcance, na

certeza que o que fazemos para nos

juntarmos à volta da mesa é uma ce-

lebração ao Amor e para a qual Cris-

to que nos impele à Alegria dá-nos

também oportunidade de dar o que

temos e na mesa.

Tal como Ele, passarmos a

mensagem de que na mesa se par-

te o Pão e se eleva o Vinho, visão de

Deus em que nos quer ver saciados

da fome, mas felizes na abundância

que representa o vinho.

Sejamos felizes fazendo os

outros felizes, mas não nos deixemos,

nunca levar pela facilidade nem pela

tentação de usarmos os irmãos, que

sofrem, de pretexto para as nossas

vaidades pessoais nem para a nos-

sa promoção, limpando a imagem

de pecador com uma entrega de di-

nheiro ou de trabalho social que nada

mais representa do que querer o re-

conhecimento da sociedade. Muito

se distancia do que Jesus nos pede:

“Ama o Próximo como a ti mesmo”

“não saiba a tua mão direita o que a

esquerda dá”.

Quem é conhecido e reco-

nhecido na sociedade deve ser ala-

vanca de promoção para angaria-

ção de bens para Dar, mas nunca

deve estar à espera de receber em

dobro, pois só no amor verdadeiro

se recebe em dobro do que se dá.

“A medida do amor é o amor sem medida”Santo Agostinho

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Obra Diocesana de Promoção Social20

Manuel AmialVogal do Conselho de Administração

Festa do Dia da Obra 2009 sob o signo de “A Magia das Gerações”

A sala de espectáculos do Co-

liseu do Porto voltou a acolher a Festa

do Dia da Obra Diocesana 2009, que se

realizou no passado dia 20 de Junho, lo-

tando completamente o amplo auditório.

Sob o lema “A MAGIA DAS

GERAÇÕES” o espectáculo decorreu

cheio de ritmo e vivacidade, em que

os protagonistas foram as crianças

e os idosos dos doze centros sociais

adstritos à Obra situados em diferentes

pontos da cidade do Porto.

Américo Ribeiro, Presidente do

Conselho de Administração da Obra

Diocesana, começou por dirigir uma

saudação amiga ao Patrono da Insti-

tuição, D. Manuel Clemente, Bispo do

Porto, dizendo que “a sua presença

traz-nos enorme motivação, entusias-

mo quanto baste, reconhecimento ao

trabalho desenvolvido, gratidão pelo

serviço que prestamos e orgulho por

sabermos o quanto nos estima”.

Depois de agradecer às crian-

ças, idosos, familiares, fornecedores,

amigos e a todos quantos estavam na

Sala do Coliseu, Américo Ribeiro deu

o mote para o espectáculo que iria ini-

ciar-se referindo-se aos momentos de

partilha, alegria, felicidade, fraternida-

de, amor e dedicação que iriam preen-

cher uma tarde de encantamento.

O Bispo do Porto, D. Manuel

Clemente, o Patrono da Obra Diocesa-

na usou, de seguida, da palavra para

manifestar satisfação pela dinâmica da

Instituição, referindo:

- “Estou muito contente por es-

tar aqui na Festa do Dia da Obra Dio-

cesana e felicito-vos a todos pelo vosso

trabalho”.

Interpelando as crianças per-

“Estou muito contente por estar aqui na Festa do Dia da Obra Diocesana e felicito-vos a todos pelo vosso trabalho” D. Manuel Clemente, Bispo do Porto

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21Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

guntou-lhes o que começava ali naque-

le momento? Dando a resposta disse

que era o Verão. E justificando proferiu

“O Verão começa agora aqui no Coli-

seu, porque vocês todos são o Verão”.

Uma estrondosa salva de palmas

registou o carinho da assistência ao seu

Bispo, um gesto que foi enternecedor.

A abrir o espectáculo esteve o

Grupo de Percussão “A OBRA A RUFAR”,

sucedendo-se as apresentações dos vá-

rios Centros Sociais: Carriçal e São Tomé;

Machado Vaz; Regado; Rainha D. Leonor,

São João de Deus, Pinheiro Torres, São

Roque da Lameira, Pasteleira, Lagarteiro,

Cerco do Porto e Fonte da Moura.

Um espectáculo que procurou

sempre enfatizar a interligação das ge-

rações, apresentando quadros musicais

com belo efeito cénico e, ao mesmo

tempo, explorando os valores pratica-

dos pela Obra Diocesana: Qualidade,

Inovação, Cooperação, Empenhamento,

Compromisso, Transparência, Respon-

sabilidade e Personalização e, recriando

alguns quadros das tradições populares,

como as Marchas de São João.

Espectáculo que uma vez mais foi

conduzido, brilhantemente, pelo Senhor

Fernando Campos, tendo decorrido den-

tro do horário previsto e com o agrado de

quem teve o privilégio de a ele assistir.

No final, o Presidente da Obra

mostrou-se encantado e chamou ao

palco todos os colaboradores que fo-

ram a “alma mater” do espectáculo,

pedindo à assistência para, com ele,

lhes tributarem uma generosa salva de

palmas pelo seu excelente trabalho.

Numa comunicação escrita,

posteriormente dirigida a todos os Cola-

boradores, o Presidente Américo Ribei-

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Obra Diocesana de Promoção Social22

ro transmitiu o agradecimento do Con-

selho de Administração pelo trabalho

que realizaram com elevado êxito e do

qual respigamos a seguinte passagem:

“Parabéns não são o suficiente

para transmitir-vos o EXCELENTE tra-

balho desenvolvido para que o “DIA

DA OBRA 2009” tivesse o êxito e a

qualidade demonstrados na tarde do

passado Sábado, no Coliseu do Porto.

A alegria, a felicidade, o entu-

siasmo, o profissionalismo evidencia-

das por todos vós, Colaboradores, Co-

laboradoras, Crianças e Idosos foram

uma constante em todo o espectáculo.

FELICITAÇÕES pelas coreogra-

fias apresentadas, pelas cores vivas,

pela criatividade/imaginação exibidas

no sentido de que a “MAGIA DAS GE-

RAÇÕES” fosse um êxito.

MAGNÍFICA a organização para

que esta actividade da Obra Diocesana

tivesse a perfeição ambicionada.

Em meu nome e em nome de

todo o Conselho de Administração (CA)

enviamos os mais rasgados elogios a

todos, sem excepção, dizendo-vos que

é uma honra enorme dirigirmos uma

Instituição, onde é possível apresentar

ao público uma representação do nível

que foi o “Dia da Obra”.

Tivemos momentos partilhados

com Sua Reverendíssima, D. Manuel

Clemente, de enorme emoção, orgulho

e satisfação.

Obrigado pelo vosso desem-

penho”.

A Festa do Dia da Obra 2009 foi

digna da Instituição e prestou um exce-

lente serviço à cidade, dando a conhe-

cer a mais valia do trabalho generoso e

solidário que se vem desenvolvendo.

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23Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

“Noticia do Jornal “Voz Portucalense” na Primeira Página do nº. 24, de 24 de Ju-nho de 2009, que, amavelmente, nos foi concedida autorização para a sua publi-cação no nosso Espaço Solidário”

Obra Diocesana mostra a Magia das Gerações

“Pelos seus frutos os conhecereis… Toda a árvore boa dá bons frutos” (Mat. 7,16)

No sábado, dia 20 de Junho, a Ci-dade e a Igreja do Porto estiveram em festa.

A Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS), mais uma vez, celebrou o Dia da Obra, com o tema A Magia das Gerações. O Coliseu do Porto, a maior e mais emblemática sala de espectáculo da Cidade, encheu-se por completo de uma assistência esfuziante, vinda dos Bairros So-ciais onde a Obra trabalha.

Foi esta assembleia de milhares de pessoas que, de pé e com palmas, recebeu D. Manuel Clemente para quem “o Verão começara naquela tarde”.

Américo Ribeiro, Presidente da ODPS, depois de saudar o senhor Bispo e agradecer a presença de todos, sintetizou o lema da Obra em três D: Dignidade, Determinação e Dinamismo. E terminou, afirmando: Quem semeia exigência, co-lhe qualidade. Nós semeamos exigência,

agora vamos colher qualidade. Um bom espectáculo!...

Durante três horas, por aquele palco, onde já actuaram as mais famosas orquestras mundiais e as mais prestigiadas companhias de dança do Mundo, passa-ram muitas centenas de crianças, jovens e seniores. A Magia das Gerações deu uni-dade a todo o espectáculo. Muita criativida-de e variedade de temas e guarda-roupa, muita imaginação nas coreografias, muita arte na música e na dança. Em todos os números, sempre se conjugava a inocência das crianças com a ternura dos seniores e a alegria dos jovens.

Devo confessar que, por diversas vezes, os meus olhos se humedeceram de emoção.

Era tudo muito bonito!O espectáculo começou com os re-

presentantes do Centro Social do Carriçal e de São Tomé, depois, seguiram-se os cen-tros sociais: do Machado Vaz com o apoio da Escola EB2,3 do Cerco; do Regado; da Rainha D. Leonor; de S. João de Deus; do Pinheiro Torres; de S. Roque da Lameira; da Pasteleira; do Lagarteiro; do Cerco do Porto e encerrou com o da Fonte da Moura. E sempre a mesma alegria, o mesmo brilho.

Todos estiveram muito bem. Foi uma delícia!... Enquanto me comovia com tudo o que se passava na minha frente, ia pensando: quanto trabalho, quantas horas sem dormir, quantas canseiras, quantos fins-de-semana.

Quanto entusiasmo, quanta abnegação!...Porque não cabe nas dimensões

deste texto pormenorizar as actuações de todos os Centros Sociais, referirei apenas o da Fonte da Moura uma vez que este, a girândola final, fez uma síntese de todos os outros. Foi um espectáculo de ilusionis-mo. Na caixa mágica, estavam inscritos todos os centros sociais que participaram na Festa. Depois, à ordem do mágico, iam desfilando pelo palco as palavras que norteiam o trabalho da Obra: Amizade – Alegria – Cooperação – Solidariedade. Cada palavra era coreografada por grupos de crianças e seniores. No final, enquanto se ouvia um Aleluia, formaram o emblema da Obra acompanhado pelo bater forte de um coração. Esta é a Obra Diocesana: um coração que bate forte na promoção das comunidades. Uma Obra que, sendo tão hu-mana, é profundamente divina. Uma Obra que, conforme lembrou o apresentador, pro-cura “chegar aonde as outras instituições não chegam”.

A terminar, o Presidente voltou ao palco para pedir um aplauso para os tra-balhadores da Obra que tornaram possível aquela festa. E foi muito bom ver toda a gente aplaudir de pé os colaboradores que sorriam em agradecimento. Foi mais um ges-to a testemunhar que estamos perante uma Obra que serve quem dela precisa e dignifi-ca quem nela trabalha. (João Alves Dias)

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Obra Diocesana de Promoção Social24

Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP) na ODPS - Centro Social de S. Tomé

O Centro de Apoio Familiar e

Aconselhamento Parental é uma res-

posta de apoio social através da qual

se pretende que as famílias passem a

ter capacidade para educar e criar os

filhos, para a prevenção do risco.

É desenvolvida através de um

serviço, vocacionado para o estudo e

prevenção de situações de risco so-

cial e para o apoio a crianças e jovens

em situação de perigo e suas famílias.

A intervenção concretiza-se na comu-

nidade e meio natural de vida familiar,

através de um acompanhamento só-

cio-terapêutica por uma equipa multi-

disciplinar.

São objectivos do CAFAP:

- Promover o estudo e a avalia-

ção de famílias em risco psicossocial;

- Prevenir situações de perigo;

- Evitar rupturas que possam

levar à institucionalização;

- Assegurar a satisfação das ne-

cessidades físicas, cognitivas, emocio-

nais e sociais das crianças e jovens;

- Reforçar as competências

pessoais dos intervenientes no sistema

familiar das crianças e jovens através

de uma abordagem integrada dos re-

cursos da comunidade;

- Promover a mediação entre a

família e os serviços envolvidos para

facilitar a comunicação, potenciar con-

tactos e promover a solução de even-

tuais dificuldades;

- Contribuir para a autonomia

das famílias.

O CAFAP trabalha em rede

com as instituições da comunidade,

das quais desenvolve parceria com a

Comissão de Protecção de Crianças

e Jovens – Porto Central, tornando-

nos membros da Comissão restrita

bem como com o Centro de Saúde

de Paranhos, Junta de Freguesia

de Paranhos, Instituto Português de

Juventude, Centro Comunitário do

Amial, Fundação Filos, Agrupamento

de Escolas Pêro Vaz de Caminha e a

Comissão para a Cidadania e Igual-

dade de Género.

Dotar as famílias de competên-

cias parentais que promovam o seu

bem-estar e minimizem os factores de

risco são os fins a que se destina toda

a intervenção realizada com a família

que deve potenciar as suas competên-

cias e capacidades em detrimento dos

aspectos negativos que nas mesmas

possam existir. É assim necessário

equacionar os condicionalismos que

envolvem estas no sentido de perce-

ber até que ponto os podemos res-

ponsabilizar/implicar num processo de

crescimento como família.

No trabalho com a família tor-

na-se crucial escutar a mesma; iden-

tificar os seus sentimentos; reconhe-

cer os valores, interesses e crenças:

fazer reformulações; ajudá-la a tornar

claro as suas preocupações e as ne-

cessidades.

É essencial destacar as po-

tencialidades da mesma e redefinir os

pontos negativos, concentrando-se nas

soluções e capacitar os seus membros

através do respeito pelas suas opi-

niões e apoio aos seus esforços.

Grandes partes destas famílias

não estão acostumadas a exercer um

papel activo, esperando que os técni-

cos exerçam esse papel o que exige

uma resposta capaz de estabelecer

um relacionamento interactivo com

as famílias, enfatizando novas áreas

formativas: recolha de informações;

redefinição das suposições familiares;

exploração de padrões de interacção

alternativa e gestão de conflitos.

Em colaboração com a família

e a partir de preocupações e necessi-

dades que sente, onde também é im-

portante quando possível não esque-

cer a criança e o seu lugar na família,

o acompanhamento consiste na ajuda

a hierarquizar as suas prioridades para

satisfazer as necessidades, sendo ne-

cessário garantir a continuidade de

prestação de serviços à família (apoio

das instituições da comunidade: cre-

ches, escolas, entre outros…).

Desta forma a qualidade da in-

tervenção passa por estabelecer uma

relação terapêutica de confiança e de

ajuda que lhes permita sentirem-se

melhor consigo próprios e desenvolve-

rem sentimentos saudáveis em relação

aos seus filhos.

Segundo os nossos objectivos,

temos como principais formas de inter-

venção:

Filipa Martins

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25Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

Acompanhamento das famílias em meio natural de vida ao nível de:

•Alimentação;

•Higiene;

•Segurança;

•Educação;

• Saúde(acompanhamentoaconsultasmédicaseorientaçãopsicopeda-

gógica);

•Escolaridadeedaformaçãoprofissional;

•Económico(encaminhamentoparainstituições)

Avaliação e intervenção familiar integrada:

•Avaliaçãodopotencialdemudança;

•Emissãodepareceres;

•Desenhoeimplementaçãodeplanosdeintervençãoparacomafamília.

Intervenção psicoeducativa multifamiliar:

•Programasdeeducaçãoparental;

•Projectosdetreinodecompetênciasparentaisoufamiliares;

•Acçõesdesensibilizaçãoparacrianças/jovens.

Actualmente no CAFAP está a decorrer uma Formação de Competên-

cias Parentais no âmbito do Clube de Pais, para a qual são convidados téc-

nicos de varias áreas para realizar cada sessão. Nestas formações partilham-se

ideias, duvidas e debatem-se temas no sentido de informar os pais e dotá-los de

competências inerentes ao desenvolvimento da criança ou jovem bem como das

relações interpessoais no seio familiar.

A formação realiza-se uma vez por semana onde são abordados os se-

guintes temas:

- Família

- Relações interpessoais

- Família/ Escola

- Alimentação

- Cuidados de Saúde

- Higiene Pessoal

- Gestão doméstica

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Obra Diocesana de Promoção Social26

Manuel AmialVogal do Conselho de Administração

Jantar de Beneficência 2009 da Obra Diocesana sob o signo da solidariedade

Numa organização do Con-

selho de Administração da Obra Dio-

cesana de Promoção Social e da sua

Liga dos Amigos realizou-se no pas-

sado dia 21 de Maio, no Porto Palácio

Hotel, na cidade do Porto, o 3.º Jantar

de Beneficência da Instituição que reu-

niu mais de trezentas pessoas.

A presidir ao jantar esteve Sua

Excelência Reverendíssima D. António

Taipa, Bispo Auxiliar do Porto.

Uma vez mais este jantar teve

o alto patrocínio do Chefe Hélio Lou-

reiro.

A Liga do Amigos esteve re-

presentada pela sua Presidente Se-

nhora D. Filomena Pinto da Costa.

Também marcaram presença, como

é habitual, os Senhores Adão Oliveira

e Fernando Moreno e a Senhora Dra.

Gisélia Ribeiro.

Diversas entidades também

marcaram presença, nomeadamente

a Vereadora da Câmara Municipal do

Porto, Doutora Matilde Alves, a Vice-

Presidente da Comissão de Coorde-

nação e Desenvolvimento da Região

Norte, Professora Doutora Ana Teresa

Lehmann, o Presidente da Câmara Mu-

nicipal de Santa Maria da Feira, Senhor

Alfredo Oliveira Henriques, o Presiden-

te da Câmara Municipal de Gondomar,

Major Valentim Loureiro, o Presidente

“A Obra Diocesana de Promoção Social vive para os outros, precisando dos outros” Américo Ribeiro

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da UDIPSS-Porto, Professor Artur Car-

valho Borges, a Governadora do Distri-

to 115 Centro-Norte de Lions Clubes,

Dra. Lucinda Fonseca, o Professor

Doutor Daniel Serrão, o Presidente da

SAD do Futebol Clube do Porto, Jorge

Nuno Pinto da Costa e ainda diversos

representantes de Clubes Lions e Ro-

tários Portugueses.

Também uma representação

ampla da sociedade portuense e do

norte do país esteve presente nesta

iniciativa solidária, mostrando que o

prestígio e a imagem da Obra Diocesa-

na há muito ultrapassaram as barreiras

da cidade do Porto.

Para isso, pensamos muito ter

contribuído a recente visita de Sua

Excelência o Senhor Presidente da

República realizada no passado dia

9 de Março, no âmbito da 5.ª Jornada

do Roteiro para a Inclusão, que teve o

mérito de apontar o exemplo da Obra

Diocesana como uma boa prática no

campo da solidariedade social.

O Presidente da Obra Dioce-

sana, Senhor Américo Ribeiro, abriu

o jantar, saudando os presentes e

tendo palavras de muito apreço para

a generosidade das pessoas que se

empenharam na concretização deste

jantar, para os patrocinadores e para

todos quantos foram receptivos ao

apelo solidário desta iniciativa da Obra

Diocesana.

“A Obra Diocesana de Pro-

moção Social vive para os outros,

precisando dos outros” foi o mote da

intervenção do Presidente da Obra

Diocesana Senhor Américo Ribeiro

que vai em destaque.

Falando do trabalho solidário

da Obra, Américo Ribeiro disse que ela

vive para os outros ao viver “para cerca

de 3 000 clientes, porque não tem ca-

pacidade de resposta para mais, infe-

lizmente, que esperam, ansiosamente,

em cada dia, aconchego, hospitalida-

de, acompanhamento, apoio multiface-

tado e pluridimensional …”.

Falando também das dificulda-

des sentidas disse que “é muito difícil

a sustentabilidade da Obra Diocesana,

porque se trata de uma Instituição Par-

ticular de Solidariedade Social e, como

tal, sem fins lucrativos”.

Aproveitando a oportunidade

de se dirigir a tão vasta assembleia,

Américo Ribeiro fez um apelo a todos

“Um pouco a cada um dará um produ-

to valioso, adornado de afectividade, e

esse produto reverterá também a favor

de quem pratica o acto, porque o Se-

nhor, nosso Deus, abençoa o Bem e

está muito atento a estas situações”.

Na sua intervenção também

teve uma palavra de apreço para o tra-

balho realizado pela Liga dos Amigos

congregando “pessoas com o propó-

sito de servir, com a visão assente na

humildade e na abrangência do ser,

que mobilizam esforços para ajudar,

para dar e dar-se”.

Américo Ribeiro agradeceu a

disponibilidade demonstrada pela Se-

nhora D. Filomena Pinto da Costa em

apoiar a Instituição, aceitando o convi-

te formulado pelo Dr. Belmiro Teixeira,

27Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

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Obra Diocesana de Promoção Social28

membro do Conselho de Administra-

ção, para liderar os destinos da Liga

dos Amigos da Obra Diocesana.

Américo Ribeiro também quis

dirigir uma palavra sentida ao Patrono

da Instituição, Sua Reverendíssima D.

Manuel Clemente, ausente no jantar

por estar numa missão em Lisboa,

pelo apoio e pelo carinho que dedica

à Obra Diocesana.

Também não esqueceu o apoio

do Chefe Hélio Loureiro “que nunca diz

não e nunca se cansa de responder

com Bem às causas do Bem” e o agra-

decimento a todas as pessoas que co-

laboraram no evento.

Por fim, Américo Ribeiro, home-

nageou a patrocinadora Doutora Joana

Lencastre, da empresa “Vinhos Fragu-

lho – Casa dos Lagares” da Região De-

marcada do Douro, de Cheires, Alijó,

pelos generosos patrocínios que vem

oferecendo a esta iniciativa, fazendo-

lhe entrega do símbolo e ex-libris da

Obra Diocesana – a Imagem de Nossa

Senhora.

Seguidamente o Presidente do

Jantar de Beneficência, Sua Reveren-

díssima D. António Taipa, Bispo Au-

xiliar do Porto, usou da palavra para

manifestar a sua satisfação por estar

nesta iniciativa solidária.

A Obra Diocesana de Promo-

ção Social “é um exemplar espaço de

partilha e de solidariedade que bem

merece todo o apoio da sociedade

portuense” – disse D. António Taipa.

Na sua intervenção relevou o

excelente trabalho realizado pela ins-

tituição e a sua importância nas res-

postas sociais que hoje, em tempos de

crise, são necessárias para combater

a pobreza e a exclusão social.

D. António Taipa mostrou-se

sensibilizado com a mobilização da

sociedade para este jantar, relevando

a sensibilidade das pessoas para a

ajuda e para a dádiva.

O jantar foi abrilhantado pelo

Grupo de Música Tradicional Portugue-

sa “A Par D’Ilhós”, de Pardilhó, Estar-

reja, que recentemente comemorou o

seu 25.º aniversário e generosamente

colaborou neste jantar de beneficên-

cia, com uma mostra musical diversifi-

cada que recolheu o aplauso geral.

No final, Américo Ribeiro, agra-

deceu ao Grupo a generosidade da

sua participação e felicitou-o pela ex-

celência dos números apresentados.

Também agradeceu aos presentes

mais este gesto solidário e convidou

o Senhor Jorge Nuno Pinto da Costa a

declamar uma poesia.

Jorge Nuno Pinto da Costa

acedeu simpaticamente ao convite e

para deleite dos presentes declamou

“A Vida” de António Nobre, um gesto

bonito que sensibilizou o Presidente da

Obra Américo Ribeiro.

O sucesso deste Jantar de Be-

neficência 2009 prova o interesse des-

ta iniciativa, o bom acolhimento que

a mesma tem junto da comunidade e

demonstra a importância da sua con-

tinuação no futuro, numa boa parceria

entre o Conselho de Administração e a

Liga dos Amigos da Obra Diocesana.

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29Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

Sua Excelência Reverendíssima, D. António Taipa, Bispo Auxiliar da Diocese do Porto

Excelentíssima Senhora Governado-ra Civil do Porto, Doutora Isabel Oneto

Excelentíssima Senhora Vereadora da Câmara Municipal do Porto, Doutora Matilde Alves

Excelentíssima Professora Doutora Ana Teresa Lehmann, Vice-Presidente da Co-missão Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte

Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Fei-ra, Senhor Alfredo Oliveira Henriques e Sua Senhora D. Dorinda Henriques

Excelentíssimo Senhor Professor Ar-tur Carvalho Borges, Digníssimo Presidente da UDIPSS

Excelentíssima Senhora Doutora Lucinda Fonseca, Governadora do Distrito 115 Centro-Norte de Lions Clubes

Excelentíssimo Senhor Professor Doutor Daniel Serrão e Sua Senhora D. Ma-ria do Rosário Souto

Excelentíssimo Senhor Professor Doutor Francisco Carvalho Guerra

Excelentíssimo Senhor Chefe Hélio Loureiro e Sua Senhora Doutora Lurdes Loureiro

Entidades Civis e ReligiosasPrezados Membros da Liga dos

Amigos da Obra DiocesanaColegas do Conselho de Adminis-

tração e Conselho FiscalLions e RotáriosPrezados FornecedoresImprensaColaboradores e ColaboradorasMinhas Senhoras e Meus SenhoresMeus AmigosBoa-noite.A todos saúdo com alegria e carinho.Nesta saudação, em nome da

ODPS, incluo palavras de boas-vindas, en-voltas num agradecimento particular pela presença, pelo estar aqui, nesta noite de festa, testemunho irrefutável de que abraçam esta causa, que a conhecem, que a compre-endem e que a acolhem.

A Obra Diocesana de Promoção Social vive para os outros, precisando dos outros!

É fácil descodificar este pensamen-to para quem se situa:

•Num quadro de entusiasmo e deenvolvimento dinâmico do amor pelo próximo;

•Num contexto congregado devalores e de espiritualidade;

• Num todo de sentimentos queprovoca inquietação e motivação para agir;

•Numaconsciênciae responsabili-dade social, que dignifica a pessoa humana.

•Numa perfeita compreensão doque é o sentido de missão de cada católico!

Vive para os outros!Vive para cerca de 3000 clientes,

porque não tem capacidade de resposta para mais, infelizmente, que esperam, an-siosamente, em cada dia, aconchego, hos-pitalidade, acompanhamento, apoio multifa-cetado e pluridimensional desta Instituição, que é um exemplo de solidariedade social organizada, é um exemplo de humanismo regulado pelos interesses e pelas diferentes necessidades de cada beneficiado.

A Obra Diocesana favorece em vá-rias amplitudes, pois para além de prestar serviço às pessoas carenciadas, simultane-amente, contribui para uma sociedade mais justa e mais fraterna, erradicando a pobreza e a exclusão social e activando 410 pos-tos de trabalho, os quais, nos tempos que correm, assumem significado em matéria de emprego.

É muito difícil a sustentabilidade da Obra Diocesana, porque se trata de uma Instituição Particular de Solidariedade Social e, como tal, sem fins lucrativos.

Então, há que criar medidas de re-mediação e estas passam pela mobilização crescente de parcerias, amigos e benfeitores.

Aproveito o momento para fazer um apelo, uma solicitude a todos.

Um pouco a cada um dará um pro-duto valioso, adornado de afectividade, e esse produto reverterá também a favor de quem pratica o acto, porque o Senhor, nos-so Deus, abençoa o Bem e está muito atento a estas situações.

O amor é um percurso que não deixa momento para não realizar, mas sim clarividênciaparaconcebereconstruir!

Dar a quem dá é apenas uma troca!O dar assume maior relevo se for di-

recto a quem não sabe quem deu e a quem não pode retribuir!

A Liga dos Amigos da Obra Dioce-sana de Promoção Social tem desempenha-do um papel importante nesta área.

É digno de menção reunir pessoas com o propósito de servir, com a visão as-sente na humildade e na abrangência do

ser, que mobilizam esforços para ajudar, para dar e dar-se.

Pelo trabalho desenvolvido uma pa-lavra de apreço.

À Excelentíssima Senhora D. Fi-lomena Pinto da Costa, agradecemos a disponibilidade demonstrada em apoiar a nossa Instituição, aceitando o convite for-mulado pelo Dr. Belmiro Teixeira, membro do Conselho de Administração, para liderar os destinos da Liga dos Amigos da Obra Diocesana.

A cooperação é um valor que des-fruta de companheirismo e de trabalho co-laborativo, onde a permuta e a partilha se entrelaçam para chegar à meta.

Certamente, irá ser uma experiên-cia gratificante e enriquecedora.

Ao Patrono da Instituição, Sua Reve-rendíssima D. Manuel Clemente, dirigimos mensagem de reconhecimento pela forma comovêesenteasuaObra.

Todos quantos nela trabalham querem dizer-lhe, naturalmente, que serão obreiros portentosos para a enobrecer e a perpetuar na dignificação!

Às pessoas que colaboraram neste evento um obrigado muito sentido.

Nestas destacamos o Chefe Hélio Loureiro, que nunca diz não e nunca se cansa de responder com Bem às causas do Bem!

Os movimentos colectivos e os sen-timentos humanos muito podem fazer pela justiça social.

A confiança e a esperança no ho-membom,nasuainteligência,nasuarazãono seu empenhamento… para transformar as aspirações em programas sociais e be-neficentes oferecem uma mais valia para a sociedade contemporânea!

Acreditemos com convicção e faça-mos de cada dia um espaço de construção pessoal e colectiva!

Excelentíssima Senhora Doutora Jo-ana Lencastre, chegou o momento da Obra Diocesana de Promoção Social lhe prestar uma simples, mas expressiva gratidão e ami-zade por tudo o que tem oferecido em prol da nossa Instituição.

A gratidão e a amizade estão con-substanciadas nesta lembrança que é o sím-bolo, o ex-libris, por assim dizer, da Obra Diocesana – A Imagem de Nossa Senhora!

Obrigado!Américo Ribeiro

Discurso de Américo Ribeiro

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Obra Diocesana de Promoção Social30

A Escola inclusiva foi uma das

importantes conquistas do Século XX.

O respeito pela diferença e a igualda-

de de oportunidades para todos, ape-

nas se consegue com uma Escola de-

mocrática, de qualidade e inclusiva.

A Lei de Bases do Sistema

Educativo, de 1986, determina que a

educação especial se organize prefe-

rencialmente segundo modelos diver-

sificados de integração em estabeleci-

mentos regulares de educação.

Portugal foi, também, um dos 92

países subscritores da Declaração de

Salamanca (1994) que sob o objectivo

da Educação para todos, determina

que “… cada criança tem característi-

cas, interesses, capacidades e neces-

sidades de aprendizagem que lhes são

próprios. […] Os sistemas de Educação

devem ser planeados e os programas

educativos implementados tendo em

vista a vasta diversidade destas carac-

terísticas e necessidades. …”

Maria Teresa de Souza-CardosoEducadora de Infância

Na Linha da FrenteTodos iguais

A Obra Diocesana de Promo-

ção Social (ODPS) sempre defendeu

que a Educação é um bem a que todos

têm direito, independentemente das

vantagens ou desvantagens que cada

criança possa apresentar.

Todos os Centros da Obra Dio-

cesana com valências Creche/Jardim

de Infância asseguram a possibilidade

de inclusão, em igualdade de opor-

tunidades, das crianças com Neces-

sidades Educativas Especiais (NEE),

dispondo de recursos técnicos e hu-

manos que, funcionando como verda-

deiras equipas multidisciplinares, são

capazes de proporcionar às crianças

uma aprendizagem adaptada às suas

necessidades em vez de serem estas

a ter de se adaptar a concepções pre-

determinadas relativamente ao ritmo e

à natureza do processo educativo.

Como nos relata a Psicóloga da

ODPS que contacta, diariamente, com

crianças com NEE: “ A Obra Diocesana,

neste campo, tudo tem feito para dar

resposta a esta problemática, quer com

o apoio psicológico, o encaminhamento

para Terapia da Fala, para Unidades de

Diagnóstico, quer solicitando o apoio

de Educadoras de Ensino Especial.

É de enaltecer o empenho e

carinho com que as nossas Educado-

ras e Auxiliares de Acção Educativa

trabalham com estas crianças, de tudo

fazendo para proporcionar o melhor

para as mesmas.

As famílias são parte integran-

te e fundamental de todo o processo,

encontrando nos técnicos o conforto, a

orientação, a confiança e a esperança

que muitas vezes já haviam perdido.

O trabalho em Equipa tem tido

resultados evidentes, uma vez que tem

permitido promover o desenvolvimento

global adequado a cada criança, nos

diferentes níveis de intervenção.

Agradeço em nome de todas

as crianças o trabalho desenvolvido

por todos!”.

A ODPS é pois uma verdadeira

escola de inclusão, sabendo bem que

as crianças com NEE devem ser inte-

gradas no ensino regular, aprendendo

junto com as outras crianças, sempre

que possível, independentemente das

dificuldades e das diferenças que

apresentem, promovendo a solidarie-

dade entre todos, e que, se a relação

Família/Escola é, na generalidade, um

factor muito importante de sucesso, no

caso particular de famílias de crianças

com NEE torna-se essencial.

A educação com sucesso des-

tas crianças está dependente do total

envolvimento dos seus Pais que são

parceiros privilegiados dos Educado-

res, que os devem encorajar, apoiar e

orientar.

Como nos refere uma Educa-

dora Especializada no domínio mental/

motor a dar apoio à Obra Diocesana:

“… Os Centros da Obra Diocesana

de Promoção Social têm-se mostrado

desde sempre abertos a receber crian-

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ças com Necessidades Educativas Es-

peciais. Desde há alguns anos a esta

parte as Educadoras de Intervenção

Precoce têm sido chamadas a facilitar

a inclusão dessas mesmas crianças.

[…] Em todos os Centros por onde te-

nho passado, noto uma grande aber-

tura por parte do pessoal docente em

perceber, aceitar e ajudar as crianças

especiais que fazem parte integrante

dos seus grupos.

Assim, o meu trabalho tem-se

caracterizado por uma tentativa de

levar a encarar as diferenças entre os

alunos, mais como um meio para en-

riquecer a aprendizagem, do que um

problema. Promovendo o apoio mútuo

e as relações entre a escola e a comu-

nidade. Reduzindo barreiras à apren-

dizagem e promovendo a participação

de todos os alunos. […] Sei que mui-

to ainda há a fazer, mas se todas as

Instituições tivessem a abertura que

a ODPS tem demonstrado, tudo seria

mais rápido e eficaz.”

Naturalmente que vão surgin-

do, sempre, novos desafios, nome-

adamente com a crise que atraves-

samos, mas que a Obra, conduzida

pelo seu Conselho de Administração,

com a vontade férrea de quem põe o

Amor ao Próximo acima de tudo, vai,

seguramente, uma vez mais ultra-

passar. E tantos lenitivos nos vêm de

tantas Pessoas Solidárias e presentes.

Lembro, por exemplo, as reflexões do

Senhor Professor Doutor Daniel Serrão,

relativamente à sua última participação

na reunião Plenária da Academia Pon-

tifícia para a Vida:

“… Os seres humanos valem

muito mais do que a sua genética e nin-

guém é geneticamente perfeito porque a

perfeição genética é uma utopia. Convi-

ver com a diferença é uma responsabi-

lidade social. […] Diariamente, os que

trabalham nesta Obra fazem a experi-

ência vivida de não descriminarem nin-

guém por ser diferente. Nem diferenças

culturais, nem diferenças étnicas, nem

diferenças de capacidade intelectual ou

física jamais levam a uma descriminação

por parte de quem aqui trabalha, a qual,

como acentua o Papa, seria uma ofensa

grave à própria humanidade. …”

E é comovente verificar o em-

penho e o entusiasmo com que Edu-

cadoras e Auxiliares falam das suas

crianças com NEE, onde cada melho-

ria, que ocorra no dia a dia, é festeja-

da e partilhada por toda a equipa, que

sabe sempre interpretar um choro ou

sorrir a um sorriso.

Não são pois de estranhar

testemunhos de Pais como, por

exemplo, o da Mãe que diz: “Sou mãe

de uma menina de 5 anos que frequen-

ta a Instituição desde os 6 meses. Aos

2 anos de idade comecei a notar que a

minha filha tinha um atraso ao nível da

linguagem e desde aí todas as pesso-

as que a rodeiam da Instituição, desde

Educadoras às Auxiliares e restante

equipa, me têm apoiado e ajudado a

todos os níveis para que ela possa su-

perar esse atraso. É bom saber que há

uma equipa empenhada e interessada

em ajudar a minha filha em todos os

aspectos.

Fico segura porque sempre

que entrego a minha filha todas as

manhãs, sei que ela vai ser tratada

como se estivesse em casa, pois

toda a gente se preocupa com o seu

bem-estar. Para todos quero deixar

este testemunho, a ODPS não é só soli-

dária mas está aí para o bem da comu-

nidade. Bem hajam!” ou o testemunho

de uma Equipa Educativa de um dos

Centros da Obra Diocesana:”…Ouvir

uma Mãe, cujo filho tem necessidades

educativas especiais, cheia de ternura

e com muito amor no olhar dizer

– O meu filho é um bem de

Deus, não o escolhi, foi ele que me

escolheu! – deixa-nos emocionados!”

É, também, esta a nossa OBRA!

31Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

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“Estamos na Quaresma, tempo que nos obriga a uma reflexão mais profunda com a chegada da Páscoa.Lembra-nos intensamente Cristo pregado na Cruz, que continua a sofrer por nós, e que ás ve-zes tão mal o compreendemos e pior ainda, mal agradecemos, mas que na sua infinita misericór-dia nos vai dando luz e a oportunidade, para re-encontrarmos o caminho que nos levará até ele e que com a sua infinita bondade nos aceita.Lembramos também tanta e tanta gente que so-fre as amarguras que a vida lhes reservou, e que sofre na pele carências de toda a ordem, num mundo que chega para todos, mas onde há mui-ta falta de justiça. O País atravessa uma fase difícil em termos económicos, e que nós próprios também somos afectados, razão que não nos permite ser tão ge-neroso quanto gostaríamos....Sei que com a sua superior liderança vai con-seguir multiplicar os pães para acudir a tantos que precisam, até porque tem a sábia supervi-são de sua Iminência Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, que apesar de ainda estar apenas há dois anos connosco já fez tanto e tão bem a tanta gente.Bem Hajam.Que Deus os ajude e proteja sempre”.

Sr. Abel Ferreira Ribeiro (Senhora da Hora)

“Sublinho junto de V.Exª. o meu reconheci-mento, pela amabilidade comprovada, no rei-terado envio da brochura “Espaço Solidário”, que sempre muito aprecio.À Obra Diocesana de Promoção Social, dirijo o meu inestimável apreço e amizade, face à inexcedível intervenção social que desenvol-ve na cidade do Porto, constituindo-se assim como uma indispensável parceria da Câma-ra Municipal do Porto, igualmente, sublime contributo e veículo de resposta à exclusão social. O incremento social que proporciona à população mais vulnerável, manifesta-se ain-da basilar, para a promoção de uma cidade solidária e integradora.Exalto porquanto a actividade da Obra Dio-cesana de Promoção Social, renovando os meus votos de continuação de amplo êxito para todas as suas acções, no sentido de que consiga cada vez mais alcançar os objectivos propostos.

Dra. Matilde Alves (Vereadora do Pelouro da Habitação e Acção Social

da Câmara Municipal do Porto)

“Amigo!Nunca é demais dizermos bem do Bem!Dizer do belo, da verdade, dos sinais de Es-perança solidária que acontece no quotidiano da vida. Num tempo de “poucas notícias de Bem”, o Espaço Solidário acorda os leitores para tanto bem que é feito e se faz sem gran-des ruídos. Para além da qualidade, que é um facto, é de destacar a “explosão de vida” que nos transmite, em palavras de peso e em imagens cheias de colorido que nos dizem da vida que se processa em cada momento e todos os dias. Parabéns!A realidade parece querer esconder-nos a es-perança. Mas ela nasce, todos os dias como o Sol. Todos os dias!Felizes os que podem saborear este lado bom da existência, no meio de tantas angús-tias, incertezas e medos.Felizes os que vêem as carências e se lan-çam no sentido de as minimizar!Temos mil razões para nos preocuparmos. Mas temos mil e uma para acreditar que tra-zemos em nós as marcas de um Deus grande que opera milagres em cada tempo, servin-do-se sempre dos que se Lhe entregam no serviço gratuito aos mais carenciados.Um abraço grande

CONFHIC

“Américo Ribeiro e meu Caríssimo Amigo,Acabo de receber as publicações que teve a gentileza de enviar-me, “Obra Diocesana 40 anos de Promoção Social e cinco números da revista Espaço Solidário.Folheei e li em olhar rápido esta documenta-ção magnífica que historia a grande Institui-ção que é a Obra Diocesana.Neste tempo de aniversário, quero felicitá-lo pelo trabalho imenso que estão a realizar a favor dos mais pobres. O serviço aos pobres dá unidade à Diocese, independentemente de ela ter à frente D. António, D. Florentino, D. Júlio, D. Armindo ou D. Manuel.Os pobres são sempre fonte de unidade para a Igreja.Esta a grande lição que colho da Obra Dio-cesana.Parabéns!Um grande abraço do

Mons. Vítor Feytor Pinto

Mais uma vez, por razões profissionais, não poderei marcar presença (ao Sábado é in-teiramente impossível) na festa que a Obra Diocesana realiza com os Idosos e Crianças da Instituição.Quero, no entanto, transmitir-lhe com toda a sinceridade o nosso grande apreço por mais esta realização cujo mérito é incontornável, basta ter como objectivo os Idosos, que às ve-zes tão mal tratados são, bem como as Crian-ças que serão sempre o melhor do Mundo.…Um abraço amigo, E força e coragem para continuar essa gran-de Obra,

Abel Ribeiro (Senhora da Hora)

Parabéns pelo êxito do vosso Jantar de Bene-ficência do passado dia 21 de Maio, no Porto Palácio Hotel.Foi para mim muito gratificante participar da vossa iniciativa, já que comungo totalmente dos objectivos da Obra Diocesana.É sempre com muito gosto que leio o vosso Boletim “Espaço Solidário”, uma publicação muito apelativa, com muita informação e com excelentes colaboradores, num trabalho edi-torial meritório.Continuem com o vosso trabalho de bem fazer!

Maria Conceição Lages (Aveiro)

Tenho acompanhado o excelente labor que a Obra Diocesana vem realizando através do seu Boletim Informativo “Espaço Solidário”, uma publicação com um aspecto gráfico mui-to agradável, excelente conteúdo e valiosas colaborações, num trabalho muito meritório do seu editor e amigo Manuel Amial.Na sua última edição pude ler a notícia da visita feita à Obra Diocesana pelo Senhor Presidente da República, apontando-a como uma boa prática no campo da solidariedade social.Agora tive a oportunidade de participar no vosso Jantar de Beneficência do passado dia 21 de Maio e comprovar o carinho e respeito que a comunidade que serve lhes devota.Parabéns!

Maria Odete Rocha(Aradas/Aveiro)

Obra Diocesana de Promoção Social32

espaçosolidariomensagens recebidas sobre o novo

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“Caro Amigo Américo,Peço-te desculpa de não irmos ao vosso jan-tar mas, como disse ao Dr. João Pratas, não me lembrei que já tinha um compromisso.Gostaria que visses neste pequeno donativo um pequeno, mas sincero, contributo para a ODPS que tão superiormente diriges.A nossa Cidade precisa e cada vez mais pre-cisará de vós nestes tempos tão difíceis para muitos dos nossos concidadãos.Podes contar sempre connosco para vos apoiar no que precisarem.Um Abraço Amigo da

Maria Augusta e do Pedro Pimenta

Agradeço o envio da Revista “Espaço Solidá-rio”, que muito admirei.Tomei conhecimento desta Obra maravilhosa, com imensos projectos a funcionar e, outros ainda em sonhos.Graças à generosidade dos seus Colabora-dores, que dão um pouco da sua vida aos ou-tros para os ajudarem a sentirem-se felizes.Se o Mundo unisse as Mãos e desviassem as nuvens, todos veríamos estrelas…Um abraço solidário

Justina Augusta Gonçalves Ouro (Lisboa)

Tive o gosto e o privilégio de participar no Jan-tar de Beneficência a favor da Obra Diocesa-na realizado no passado dia 21 de Maio.Se já conhecia o trabalho da Obra Diocesana, fiquei agora a conhecer quanto a Instituição é querida e respeitada na comunidade por-tuense.A grande adesão e as inúmeras entidades presentes ou representadas foram bem exemplo disso, a provar que a solidariedade não é uma palavra vã.Parabéns pelo vosso trabalho!

Maria Isabel Abreu (Guimarães)

33Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

Hoje, o tempo despojado de princípios,

mais cruel,

empurra a nossa vida

em louco carrocel

p’ró abismo egoísta do “só EU”!

Vida seca de ternura, até na alma,

sem entrega, doação,

até mesmo da bênção do perdão,

já não se encontra… Não se acalma…!

Apenas tudo se perdeu!

Mas ser solidário é o inverso;

é partilhar dor alheia

com a vontade de encontrar a solução

no espaço

que acompanha o que se dá

e que transborda para outro coração!

É responder por todos e por um.

É fazer o caminho lado a lado

(já que quem a isso - por missão - é obrigado,

não o faz…)

é desenhar futuros com rotas escolhidas,

saber transmitir palavras aprendidas,

seguir estradas só com à frente, sem atrás…

É ensinar a bater o ferro em brasa

e dar formas à triste desventura;

Construir de baixo a cima cada “casa”

e fazer de cada dia uma aventura!

É fazer perceber que tudo cresce

se regarmos a terra e a sementeira;

se for boa a cepa, dá bom vinho;

se for boa a semente, floresce;

se for vazio, tristeza, mau caminho

dá remoinho de onda traiçoeira!

Ser Solidário não é “coisa” de um só dia!

Para mim é mais cana de pescar…

É empenho comum, é Amizade!

É reescrever a vida a lápis (que se afia…)

É envolver almas carentes… Abraçar!

…Mistura tudo e tens Solidariedade!

… Nem precisa caminhar para muito longe

quem na vida não acha ter conforto

que a ajuda está por perto e é bem real!

Basta procurar o Homem, o Padre, o Monge …

na Obra Diocesana de Promoção Social!

na Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto.

Elvira Almeida

Espa

ço s

olid

ário

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Obra Diocesana de Promoção Social34

CONFHICCongregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Imaculada Conceição

Rumores de Deus!Quem os não percebe

a cada passo e momento, em cada tempo?

Apesar da expulsão de Deus,

da indiferença generalizada,

das desfocadas imagens

que fabricámos…

Deus teima estar

e a Sua serena presença

incomoda, entusiasma,

questiona e mexe connosco.

A grande questão do homem

foi e continua sendo a questão de Deus!

Um Deus que desce e se inclina

sobre a humanidade.

Um Deus que esquece o pecado

e abraça o pecador!

Um Deus assim … questiona os grandes

e confunde os sábios.

O mundo quer ver

os apóstolos deste século

e está pronto a escutar

profetas de joelhos duros,

como Paulo, como Francisco de Assis,

como Clara do Menino Jesus

que permanecem vivos,

porque Rumores de Deus!

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de 20/02/09 a 23/06/09Descrição ContribuiçãoAbel Ribeiro - Electrodomésticos e Mobilias, Lda. 250,00 €Adão Sequeira Fonseca, Dr. 50,00 €Américo Joaquim Costa Ribeiro 500,00 €AMR 9,00 €Ana Cristina Simões Resende Correia 50,00 €Ana Maria Meneses Barbosa, Dra. 100,00 €Ana Rute Magalhães, Dra. 50,00 €António A. Gama Brandão, Dr. 100,00 €António Arlindo Matos Nunes 100,00 €António Fernando Silva Ramos 50,00 €António Marques Santos Cavaco 100,00 €APS 25,00 €Augusto Manuel Rodrigues Pereira 100,00 €Augusto Meireles Ruão 50,00 €Aurora de Jesus Oliveira Barbosa 70,00 €Auto Reparadora de Arnelas, Lda 750,00 €Deolinda de Oliveira e Silva 150,00 €EB 25,00 €Eliane Pacheco Soares 200,00 €Estevão Gomes de Araújo 500,00 €FB 25,00 €Fundação Idílio Pinho 100,00 €GRBOSB 25,00 €Helena Maria Gomes Costa Almeida, Dra. 50,00 €Jantar de Beneficência 10.000,00 €João António Esteves Pratas, Eng. 100,00 €

Descrição ContribuiçãoJoão Domingos Silva Pinto 250,00 €José Armando de Oliveira Dias Férrinha 100,00 €José Fernando Brochado Morais, Dr. 100,00 €Just All Design - Soc. Unipessoal, Lda 2.853,00 €Leilão de Beneficência - Arte e Antiguidades 5.221,00 €Lúcia Fátima Silveira Moura Costa, Dra. 50,00 €Luís Leite Soares de Resende, Dr. 50,00 €Luís Libório Santos Guimarães 100,00 €Manuel Soares Azevedo 500,00 €MAR 9,00 €Márcia Cristina Correia Resende, Dra. 50,00 €Maria Alice Santos 20,00 €Maria de Jesus Góis 50,00 €Maria Fátima Gonçalves Leite Ferreira, Dra. 100,00 €Maria Lourdes Costa Barros, Dra. 50,00 €Maria Paula Salvador Martinez Lora, Dra. 50,00 €Maria Teresa Costa Ribeiro 200,00 €MEB 25,00 €MHPPP 25,00 €Pedro Alberto Alves Pimenta 100,00 €ROM 20,00 €Rui Manuel Silva Alvares Cunha 500,00 €Rui Miguel Morais Lopes, Dr. 100,00 €Sandra Rolo 461,88 €Soares Azevedo & Barbosa, Lda. 500,00 €

Liga dos Amigos da Obra DiocesanaJá se fez Amigo da Liga?

Obrigado!

Contribua com um DonativoPode ser Mensal, Anual ou Único

Envie por cheque à ordem de OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL

ou através doNIB - 007900002541938010118

Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3)

Donativos

35Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009

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