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SOM NAS IGREJAS - portalbackstage · analógicos. O tempo de delay pode ser variado sua-vemente, manualmente ou através da conexão de um LFO externo, permitindo que pequenos delays

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SOM NAS IGREJAS

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SOM NAS IGREJAS

08 Vitrine

BR-8000-UHF é um sistemaduplo de microfones sem fiodinâmicos com processo derecepção duo-4 diversity.Veja ainda o CSR PA 4820, oDelay Eventide DDL 500 e omini-receptor Ponto IEM 8R.

10 Rápidas e RasteirasEntre os destaques, atecnologia da UniversalMusic para aproximar marcase artistas e as novas atraçõesdo Rock in Rio.

16 Gustavo Victorino

Saiba as notícias maisquentes do mercado.

24 Power Click MX 4x1XLConheça o novo monitor de áudiopara fones de ouvido da Powerclick.destinado ao uso individual, o mixertem dois estágios: um módulo depotência e o mixer.

28 Áudio FundamentalNa coluna de Pedro Duboc, acontiuação da entrevista com osonoplasta Alexandre Cipriano.

30 Axle, da K-ArraySistemas de P.A.portáteis da K-Arrayprometem fazer sonorização adequa-da para os mais diversos espaços comfacilidades de transporte e montagem.

48 Vida de artistaAfinal, o que faz alguém brilhar nacarreira musical? É o que Luiz Carlos

Sá tenta decifrar nesta crônica.

SumárioSumárioAno. 26 - Fevereiro / 2019 - Nº 291

NESTA EDIÇÃO

Com o digital tomando contado audio-visual, abrem-senovas possibilidades. CarlosRonconi e Manoel Tavares,dois dos melhores profissionaisde áudio e imagem do Brasil,contam um pouco sobre o usode equipamentos digitais emTV e o áudio imersivo em 3D.

Armored Dawn com Zé Luis “Heavy” na EuropaComo é hoje fazer uma turnê na Europa? Os equipamentos são diferentes?Os profissionais são respeitados? É isso que Zé Luis Carrato, oZé heavy, nos conta aqui na Revista Backstage

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Fo

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18 Play RecNeste mês, os trabalhos de CarlosMalta, Bob Dylan, Jorge Pescara eRaul de Souza.

2020

CADERNO ILUMINAÇÃO

42 Iluminação cênica Cezar Galhart conta os detalhes

da iluminação cênica no showda banda New Order, emCuritiba. A originalidade,ineditismo, inovação e singulari-dade da iluminação chamaramatenção do colunista.

40 Vitrine iluminaçãoO Elation Rayzor 760 produz umbeam definido e intenso de até8000 lumens, permitindo acobertura em qualquer palco,mesmo os mais amplos. Vejatambém o ILED Giga ScreenP4.8, a máquina de ventoDigifan e o Antari F7 Smaze.

Expediente

DiretorNelson [email protected] administrativaStella [email protected]@backs tage .com.brCoordenador de conteúdoMiguel Sá[email protected]ãoMiguel SáColunistas:Cezar Galhart, Gustavo Victorino, LuizCarlos Sá, e Pedro DubocEd. Arte / Diagramação / Redes SociaisLeonardo C. [email protected]: Leonardo C. CostaFoto: Divulgação

Publicidade / AnúnciosPABX: (21) [email protected]

Webdesigner / MultimídiaLeonardo C. [email protected] AlvesPABX: (21) [email protected] de CirculaçãoErnani [email protected] de CirculaçãoAdilson SantiagoCrí[email protected]

Backstage é uma publicação da editora H.SheldonServiços de Marketing Ltda.

Rua Iriquitiá, 392 -Taquara - Jacarepaguá

Rio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549CNPJ. 29.418.852/0001-85

Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Épermitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviadacópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dosanúncios veiculados.

Edição 291 - Fevereiro 2019

Tim Burton SinfônicoOrquestra Petrobras Sinfônica revive projeto que interpretacomposições de Danny Elfman para os filmes do famoso cineasta

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facebook.com/backstage.revista

CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

esde que o digital se consolidou no mercado do áudio, cada vez

mais a distância entre os equipamentos de diversas marcas é menor.

Claro que sempre haverá aqueles que se sobressaem. Mas, no geral,

mesmo os mais baratos conseguem oferecer soluções que resolvam os

problemas do cotidiano do profissional do áudio de forma satisfatória.

Os equipamentos podem até ter um desempenho técnico similar.

No entanto, a diferença sempre acontece naquela "peça" entre a

cadeira e a mesa de som ou a workstation. Ou seja, o profissional

capacitado e com criatividade normalmente melhora os desempe-

nho dos equipamentos.

O profissional do áudio, da iluminação ou da produção musical é quem

viaja e conhece como os equipamentos funcionam nos eventos ao vivo

ou nos estúdios. Pode ser numa tour à Europa, como aconteceu com Zé

Luís Carrato, o "Zé Heavy". Ou então nos estúdios de uma emissora

como a TV Globo, como foi com Manoel Tavares. Ele pôde perceber, no

dia a dia, como as consoles digitais o ajudaram a construir novas formas

de trabalhar.

Também é o profissional de áudio, iluminação ou produção, quem ates-

ta a resistência destes equipamentos em condições adversas ou conse-

gue resolver problemas que pareciam insolúveis, encontrando novas

aplicações antes inimagináveis, ultrapassando as expectativas dos pro-

jetistas das fábricas.

Cada vez mais é essa a história que a Revista Backstage quer contar: a

de quem faz este mercado da produção musical girar, ajudando a desen-

volver, junto com as empresas e a imprensa especializada, um mercado

que, apesar de tudo, é uma força no país.

A solução está, sempre, naquela "peça" entre a cadeira e o equipamento.

Boa leitura

Miguel Sá

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Não há nada aindaque substitua o

conhecimentoe a criatividade

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TSI BR 8000 UHFhttp://www.microfonetsi.com.br

BR-8000-UHF é um sistema duplo de microfones sem fiodinâmicos com processo de recepção duo-4 diversity (2x true

diversity). O sistema conta com quatro receptores, que rece-bem todos os sinais e os seleciona levando, em conta não

apenas a força como a qualidade. Sendo assim o sistema duo4 diversity separa o melhor sinal recebido e na fase correta.

desta forma possui uma recepção continua sem delay resul-tando em um sistema confiável inclusive para broadcast . O

BR-8000 foi certificado por um dos melhores laboratóriosdo Brasil e homologado pela Anatel em cinco ranges de 600

canais cada um. Os cinco sistemas em conjunto podem al-cançar até 3000 canais.

O receptor é true diversity, com frequência de trabalho emUHF de 614 a 698 MHz (Frequências homologadas pelaAnatel). O oscilador é PLL. A estabilidade é 10PPM. O equi-

pamento tem sensibilidade 1.6uV @ sinad =12dB. A relaçãosinal/ruído é >105dB T.H.D.:<0.5%@1kHz e a rejeição de

imagem 85dB típico. A rejeição de espúrios é 75dB típico e aresposta de frequência vai de 40Hz a 16kHz com alimenta-

ção DC, 0.5A, 14V DC.O microfone SC-8 tem Potência de saída de 30mW com

frequência de trabalho em UHF de 614 a 698 Mhz(Frequências homologadas pela Anatel). A emissão de espú-

rios é de <40dB e a alimentação é com pilhas alcalinasAA1.5Vx2 . O padrão polar é super cardioide

AMPLIFICADOR CSR PA 4820http://www.csr.com.br/

Este equipamento tem potencia má-xima de saída de ( 1KHz, THD <

0.5%) 4ohms: 2x120W ou ( 1KHz,THD < 0.5%) 8ohms: 2x80W. A

sensibilidade é 0dB (0.775V). A res-posta de frequência chega a 0.5dB

(20~20000Hz) com relação sinal/ruí-do de 98dB com distorção harmônica

<0.1% (20~20000Hz)

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DELAY EVENTIDE DDL 500https://www.gsbproaudio.com.br/delay-eventide-

ddl-500-188/pO DDL-500 possui 10 segundos de delay a uma taxade amostragem de 192 kHz. O design procura limi-tar a quantidade de circuitos digitais ao mínimo. Orecorte de saturação suave, o low-pass filter, ofeedback, o aumento de +20 dB e todo o resto sãoanalógicos. O tempo de delay pode ser variado sua-vemente, manualmente ou através da conexão deum LFO externo, permitindo que pequenos delayssejam usados para filtros de comb e efeitos deflange. O DDL-500 também é capaz de delays extre-mamente longos (até 160 segundos a uma taxa deamostragem de 16 kHz) permitindo que as passa-gens longas sejam capturadas para looping. É possí-vel ir dos delays curtos aos delays longos, por qual-quer motivo, para criar atrasos de varredura e efei-tos de classe de eco de fita, por exemplo. O DDL-500 traz tudo em um único slot de série 500.

MINI RECEPTOR PONTO –

IEM8Rhttp://www.microfonetsi.com.brO mini receptor PONTO-IEM8R ésuper heterodino com sintonia PLL esistema de mudança de frequência viainfravermelho ou manual. Ele faz partedo sistema de monitoração pessoal Pon-to – IEM8. A alimentação é feita comduas pilhas 1.5V AA. A distorção har-mônica total é <0,5%. O fone de ouvidofunciona com impedância de 32 O e arejeição de imagem é > 80dB. A relaçãosinal/ruído é > 90dB e a sensibilidade derecepção chega a 10dBuV (SINAD =30dB). Acompanha fone de ouvido.

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Empresa de manutenção e reparos em equipa-mentos de Pró Audio, Vídeo, Painéis de LED eIluminação Profissional esta selecionando profissi-onal com experiência para prestar serviços nabancada. Local de trabalho: São Cristóvão – Riode Janeiro. Enviar curriculum completo para o email: [email protected]. Atenção: é fun-damental ter MEI.

A banda Azymuth, conhe-cida por suas músicas ins-trumentais, tocou os mai-ores sucessos nas noitesdos dias 12 e 13 de janei-ro no Teatro do Sesc Pom-peia. Formada no início dosanos 1970 por Ivan Conti“Mamão”, Alex Malhei-ros e Roberto Bertrami, abanda levava o nome deGrupo Seleção. O grupo to-cava sua mistura de jazz,samba, funk e rock em di-versas casas noturnas doRio de Janeiro. Anos de-pois, por sugestão de Mar-cos Valle, o trio passou aser chamado de Azymuth econquistou o mercado ins-trumental, resultando em

trajetória de quase 50 anos

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Azymuth comemoraFATBOY SLIM LANÇA SINGLECOM PRODUÇÃO DE DJ MARKY

Fatboy Slim anuncia passagem pelo Brasil elança o remix de Praise You. O remix, apresen-tado em 28 de dezembro do ano passado, éuma parceria com o produtor brasileiro DJMarky. A faixa foi apresentada ao público du-rante as apresentações no Brasil, no decorrerdo mês de janeiro. Norman Quentin Cook -nome verdadeiro do DJ britânico - ficou co-nhecido mundialmente por sucessos comoThe Rockafeller Skank, Wonderful Night e aversão original de Praise You. Para ouvir osingle, acesse http://open.spotify.com/track/70luKVk31Pgpm9C72cho8u?si=p3mAY4gmT5-I9qb9vCkocg.

VAGA PARA TÉCNICO EM ELETRÔNICA

em show no Sesc Pompeia

participações no Festival deJazz de Montreaux (Suíça).Para comemorar sua trajetó-ria, o trio trouxe no reper-tório apresentado no SescPompeia canções como Li-

nha do Horizonte, Partido

Alto e May i have this dance? ,além de algumas cançõesclássicas que não podemfaltar, como Last summer

in Rio e Tempos atrás. Apóso falecimento de RobertoBertrami, a banda seguiu asatividades com Ivan Conti“Mamão” na bateria, AlexMalheiros, no Baixo e KikoContinentino nos teclados.A engenharia de som nosshows fica por conta de Je-rubal Matuzalem.

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SIM, EXISTE CARNAVAL NO URUGUAI

Para aqueles que acreditam que a for-ça do Carnaval está só por aqui, umanovidade. O Brasil tem quase cincodias intensos de badalação, mas oUruguai tem aproximadamente 40dias com uma enorme variedade musi-cal e dança, o que lhe confere o títulodo carnaval mais longo do mundo. Asemelhança com a nossa festa popularé que o ritmo do vizinho também é dita-do por um estilo musical originário daÁfrica, o Candombe. O carnaval uru-guaio começa em finais de janeiro econtinua até meados de março. milha-res de pessoas vão as ruas ou casa deespetáculos acompanhar as diversasatrações que se exibem ao ar livre em

todo país, e são marcadas pela misturadas culturas africana e europeia.Na música, são usados três tipos detambores: chico, repique e piano. Nosblocos, há mais de 2500 instrumentosunissonantes. O candombe, é uma dan-ça levada ao som de atabaques típica daAmérica do Sul. Atuante na cultura uru-guaia há mais de 200 anos, é uma mani-festação cultural originada a partir dachegada dos escravos da África ao con-tinente sul-americano. A sua importâncianão está só no carnaval, ele se manifes-ta no Uruguai durante muitos domingose feriados do ano ressoando no bairrosul de Montevidéu e em outros doisbairros meridionais da capital: Palermo eCordón, que abrigam boa parte da po-pulação de origem africana. Pequenosdesfiles são organizados nessas datasonde os participantes se reúnem paraesquentar os tambores e confraternizar.Iniciado em Montevidéu, o carnaval éuma das tradições mais antigas e popu-lares da cultura uruguaia. O pontapé ini-cial é dado todos os anos com o DesfileInaugural na Avenida 18 de Julio sob osom do Candombe. Todos os gruposque intervêm no concurso oficial da ca-

pital participam acompanhados decarros alegóricos e cortejo de Rai-nhas do Carnaval.A Murga, assim como o Candombe, éelemento essencial do carnaval uru-guaio. Ritmo de origem espanhola mis-tura teatro, paródia, humor e melodia,o gênero é uma das expressões maisgenuínas da cultura do país. Nas noitesde fevereiro, durante o período de car-naval, os conjuntos percorrem palcosmontados nas ruas de diversos bair-ros, onde costumam se apresentar.Por aproximadamente 40 dias, osgrupos carnavalescos de Murgas,Parodistas, Humoristas e Revistas Mu-sicais participam do Concurso Oficialdo Carnaval, onde apresentam comhumor e sátira a visão do país e domundo, acompanhados de diversosarranjos corais, vestuários chamativose maquiagens criativas. Além de Mon-tevidéu, todas as cidades do interiordo Uruguai têm seus desfiles inaugu-rais. Algumas cidades sofrem influên-cia de outros países como Rivera,Artígas e Melo, localidades fronteiri-ças ao Brasil, que adotam diversoselementos do nosso carnaval.

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2018 foi o ano de celebrar a diversi-dade da música popular brasileirana Casa Natura Musical. Foram 65mil pessoas assistindo mais de 120shows e eventos realizados. A Casaapostou numa programação pluralque conversa com diferentes gêneros,ritmos e públicos e discutiu questõesrelevantes para a construção de umasociedade mais inclusiva.O cantor pernambucano Johnny

Casa Natura Musical celebra

diversidade da música brasileira

Hooker abriu o ano de 2018 comDesbunde Geral, show que tinhano repertório canções do seusdiscos Eu Vou Fazer uma Macum-

ba Pra Te Amarrar, Maldito! (2015)e Coração (2017). Em 2019, oshow de abertura também foi dabanda Liniker e os Caramelows(18/01). Devido à combinação deconforto e qualidade musical, aCasa Natura Musical foi eleita amelhor casa de shows de grandeporte de São Paulo pelo jornal OEstado de S. Paulo.

O ano de 2018 também ficou marca-do pela programação de Carnaval,que trouxe para dentro da Casa en-saios de importantes blocos carna-valescos de São Paulo. Para 2019,já estão confirmados para o pré-Carnaval da Casa Natura Musicalos blocos Calor da Rua (02/02)e Confraria do Pasmado (09/02),além das noites do Bloco Pagu

UNIVERSAL MUSIC BRASIL APOSTA EM TECNOLOGIA PRÓPRIAPARA APROXIMAR MARCAS E ARTISTASDar ”match” entre um artista e umamarca não é tarefa fácil. Na era daconectividade, é preciso encontrar omúsico ou a banda que compartilhavalores da empresa e, mais importan-te, consegue impactar seu público-alvo. Para resolver essa questão, a Uni-versal Music Brasil desenvolveu umatecnologia própria. Music & Brands éuma unidade de negócio criada pelaUniversal Music, maior companhia demúsica, conteúdo e entretenimento domundo, com o objetivo de desenvolverprojetos voltados às marcas. A princi-pal missão da área é utilizar a música ea imagem dos artistas como ferramen-tas de marketing para engajar o públi-co-alvo das marcas.Com importantes cases de sucesso, odepartamento trabalha com o concei-t o full service, que envolve desde acriação passando pela curadoria, dire-ção artística, produção e monitora-

com Marina Lima (19/01), DudaBeat-Carna Beat Apaixonado (24/01), Bloco Ritaleena (25/01), DiogoNogueira (08/02), Bloco Confrariado Pasmado (09/02) e bloco Beatlespara Crianças (17/02). Muitos ou-tros eventos estão previstos para2019. A Casa Natura Musical éum projeto que soma as credi-bilidades de empreendedores damúsica ao vivo feita em São Paulo:o empresário Paulinho Rosa, donodo Canto da Ema, e Edgard Rades-ca, fundador do Bourbon StreetMusic Club. Juntou-se a eles a can-tora e compositora Vanessa daMata e formaram a VIVÁ Cultu-ral, empresa proprietária e realiza-dora do projeto. O patrocínio éda Natura, empresa que, por meiode sua bem-sucedida plataformaNatura Musical, destaca-se há 13anos como uma das principaismarcas incentivadoras da renova-ção da música brasileira e da pre-servação de sua memória. Para sa-ber mais acesse www.casanatura-musical.com.br

mento de métricas e resultados dasações desenvolvidas. O Music & Brandstraz ao mercado uma tecnologia inova-dora e proprietária desenvolvida pelo nú-cleo global de pesquisas e Insights daUniversal Music. Baseado em pesquisason line, o Viewpoints segmenta clientesbaseado em seus hábitos de consumode música e ajuda a direcionar melhorprojetos propondo um “match” entre oposicionamento de artistas e marcas aosolhos dos fãs.A ferramenta Music Match identificasinergias entre artistas e marcas por meiode uma metodologia que englobasegmentação de fãs de música, arquéti-pos de personalidades, perfis demo-gráficos e afinidades em redes sociais.Todo o processo é baseado em pes-quisas online com amostra de consumi-dores brasileiros.Durante a primeira fase, na análisedos dados, as pessoas são separa-

das em quatro categorias de acor-do com sua adoção de tecnologia.Depois, há os segmentos de acor-do com os hábitos de consumo demúsica: Dedicated Influencers, Music

Connoisseurs, Engaged Spenders, Free

Riders, Traditionalists, Background

Listeners e Disengaged. Essa divi-são identifica os melhores conteúdose experiências que engajam cadaperfil. Posteriormente, essas res-postas são utilizadas para enqua-drar marcas e artistas em diferen-tes arquétipos (conceito adaptadodo psicólogo Carl Jung), identifi-cando semelhanças segundo apercepção dos consumidores.Também há informações demo-gráficas de consumo em serviçosde música digital e perfis de afini-dade em redes sociais para definiras melhores estratégias de comose posicionar no mercado.

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WESLEY SAFADÃO TEM MAIS DE20 MILHÕES DE SEGUIDORESNO INSTAGRAMO artista terminou o ano comemorando os mais20 milhões de seguidores que o acompanham noInstagram. No ranking da Billboard é o cantorbrasileiro mais visualizado no Instagram Stories eo quinto mais visto no mundo. Wesley deixoupara trás cantoras como Selena Gomez e KatyPerry. O artista brasileiro está ainda no TOP 5 daplataforma Streaming Deezer, com destaquepara as regiões norte e nordeste, onde chegouem primeiro lugar da lista. A plataforma, em par-ceria com a Sênior Lab, também divulgou, emmarço desse ano, um levantamento feito com osusuários e o resultado colocou o músico entre osartistas preferidos pelo público com mais de 60anos. Das 20 faixas mais executadas no aplicativode streaming, em outubro, emplacou dois gran-des sucessos: Romance com Safadeza, que tema participação de Anitta e o single Só Pra Casti-

gar, do seu repertório novo, WS Mais uma Vez.No YouTube Brasil está entre os 10 artistas maisassistidos de 2018, com mais de 3,9 bilhões deviews. O fenômeno também possui mais de 5,2Mde ouvintes mensais no Spotify Brasil.

No dia 18 de dezembro do anopassado os dois profissionaisde áudio da TV Globo minis-traram palestra no EstúdioCentury, no Rio de Janeiro. Otema foi “realidades e perspec-

no Estúdio Century

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Carlos Ronconi e Manoel Tavares

tivas: o que vem por aí”. CarlosRonconi falou sobre o áudioimersivo. Já Manoel Tavares seconcentrou sobre o áudio naTV digital. O evento foi pro-movido no estúdio pela Enter.

ROCK IN RIO

O Rock in Rio completou 34 anos nasexta-feira, dia 11 de janeiro. Desdesua primeira edição, em 1985, o maiorfestival de música e entretenimento domundo vem construindo uma históriade sucesso no Brasil e no mundo. Em2019 não será diferente: o primeiroanúncio do ano é de uma nova área - aRota 85, um espaço dedicado ao anoque o Rock in Rio ganhou vida e colo-cou o Brasil na rota dos shows interna-cionais. Com uma cenografia inspira-da na icônica Route 66, que cruza oitoestados americanos, esta nova áreapromete um cenário vintage com pon-tos de entretenimento, como umaborracharia, um bar com memorabiliadestes 34 anos de evento, um posto degasolina e muitos outros atrativos. Alémdisso, a tradicional capela do Rock inRio estará localizada neste espaço, fa-zendo uma alusão aos famosos casa-mentos de Las Vegas, cidade inclusiveque o Rock in Rio já esteve presente.Mais uma vez o Rock in Rio trará tantasexperiências que os visitantes precisa-rão de mais de um dia para conhecertodas as atrações. Por isso, a Cidade doRock vai funcionar por mais de 12 horasdiariamente, abrindo sempre às 14h.O Rock in Rio colocou o Brasil no circuitodo show business internacional e desdeentão coleciona números gigantescos— 19 edições em países como Brasil,Portugal, Espanha e Estados Unidos,

9,5 milhões de pessoas na plateia das ci-dades do rock e 2.038 artistas escalados.Em 2019 o festival acontece nos dias 27,28 e 29 de setembro e 3, 4, 5 e 6 de outu-bro, na Cidade do Rock, na Barra daTijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Mais headliners do Palco Sunset

O Palco Sunset acaba de anunciar maisdois headliners para o Rock in Rio 2019.Com um som que combina soul, R&B,pop e hip hop, a diva britânica Jessie Jestá de volta ao maior festival de músicae entretenimento do mundo comoheadliner do Palco Sunset no dia 29 desetembro. Já o cantor, compositor e pro-dutor indicado a diversos prêmiosGrammy, Charlie Puth fará sua estreia noBrasil no palco do Rock in Rio, dia 5 deoutubro. É a noite dedicada ao Pop eque contará com apresentações deP!nk, Black Eyed Peas e Os Paralamasdo Sucesso no Palco Mundo.O álbum de estreia de Jessie J, Who You

Are, vendeu mais de 3 milhões de cópiasem todo o mundo. A cantora pop alcan-çou o primeiro lugar em 19 países e jávendeu quase 20 milhões de singles. NoReino Unido, Jessie acumula a marca de1,5 milhão de discos vendidos e garantiuo primeiro lugar nas paradas com ossingles Price Tag e Domino. Jessie J nãose apresenta no Brasil desde 2014 equando ela sugeriu que estava plane-jando uma nova visita por meio das

suas redes sociais, o público reagiuimediatamente. A artista tem um novoálbum: R.O.S.E, seu quarto trabalhode estúdio lançado em maio de 2018.O título do álbum significa Realizations,Obsessions, Sex e Empowerment,também é uma homenagem à mãe euma referência à sua flor favorita. Qua-tro singles foram lançados para pro-mover o R.O.S.E: Real Deal, Think

About That, Not My Ex e Queen. JessieJ tem mais de oito milhões de seguido-res em seu canal no YouTube e 7,6 mi-lhões de fãs. Com apenas 26 anos,Charlie Puth provou ser um dos maisconsistentes hitmakers da músicapop de hoje. Charlie explodiu na cenamusical escrevendo e gravando o su-cesso See You Again, que liderou aBilliboard Hot 100 por 12 semanas ese tornou a música mais vendida de2015 em todo o mundo, com mais de20,9 milhões de unidades vendidas.Seu último álbum, Voicenotes, rece-beu a certificação de ouro somentequatro dias após o lançamento e re-gistrou mais de 3,4 bilhões de trans-missões em todo o mundo. Escrito eproduzido pelo próprio Charlie,Voicenotes recebeu aclamação mun-dial, incluindo do New York Times,que o intitulou como “um dos melho-res álbuns pop do ano”. O álbumapresenta a música Attention que foitrês vezes Platina.

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Depois de Viver e Eu quero ver o mar,Marcelo Falcão apresenta mais umsingle inédito do álbum batizado de Vi-

ver (Mais leve que o ar). Está disponível,desde o fim de dezembro nas platafor-mas digitais, pela Warner Music, a músi-ca Diz aí, com letra e música de Falcão.O single conta com a participação espe-cial de Cedric Myton, lenda do reggaeroots jamaicano e cantor de uma dasmaiores bandas da história do gênero, a

Marcelo Falcão, ex O Rappa,

em carreira solo

MARK RONSON E MILEY CYRUS LANÇAM "NOTHING BREAKS LIKE A HEART"

Nothing Breaks Like A Hear” é o pri-meiro single pop de Ronson desdeUptown Funk, que ganhou doisGrammys em 2015, incluindo Gra-vação do Ano. Neste ano, MarkRonson trabalhou em diversos lan-çamentos de sucesso: co-escre-veu a música #1, Shallow, inter-pretada por Lady Gaga, colabo-radora frequente de Mark, para atrilha sonra do filme Nasce Uma

Estrela. Além disso, Mark Ronson,como membro do grupo Silk Citycom Diplo, lançou Electricity, comDua Lipa, que atingiu o Top 5 nas

paradas do Reino Unido. Em suacarreira, Ronson já trabalhou comartistas como Amy Winehouse,Paul McCartney, Lady Gaga,Adele, Lorde e muitos outros.Nothing Breaks Like A Heartestarápresente no próximo álbum deRonson, que será lançado no anoque vem. Ele se juntará a MileyCyrus para se apresentar no“Graham Norton Show” no dia 7 dedezembro e no “Saturday NightLive” em 15 de dezembro.Assista em https://SMB.lnk.to/

NBLAH_Video

A MÚSICA ELETRÔNICANA WEB COM O DJ MEMÊ Desde

The Congos. Cedricgravou seus vocaisno estúdio Toca doBandido, no Rio deJaneiro.Produzida por Fal-cão e Felipe Rodar-te, o single reúne umtime de músicos deprimeira linha: Binono baixo (CidadeNegra), Marcos Su-zano na percussão,Hélio Ferinha nos te-clados, DJ Negralhanos scratches e efei-tos, Felipe Boquinhana bateria e MarceloFalcão pilotando gui-tarra, violão e tecla-do. A guitarra base/

wah wah de Cláudio Menezes e o naipede metais formado por Enéas, EdesioGomes e Vinícius de Souza, completama formação.O video lyrics de Diz aí é uma produçãoda Jangada Comunicação, com dire-ção e edição de Henrique Alqualo, dire-ção de fotografia de Araken Dourado edesign gráfico de Lucas Paixão. Paraconhecer a música acesse https://youtu.be/q1fq6HWdovY

O DJ Memê, um dos pioneiros doremix no Brasil, agora se aventuratambém como youtuber e mestrede cerimônias na web-série Eletro

Abramus. Na série, ele recebe con-vidados ligados ao universo da mú-sica eletrônica. O elenco do pro-grama são os DJs Leo Janeiro, ViviSeixas, Rodrigo Vieira e Marcelinhoda Lua, além do produtor ClaudioRocha Miranda. O DJ Leo Janeiro abre os traba-lhos, seguido por Vivi Seixas, DJ efilha de Raul Seixas. Depois dela, aentrevista é com Rodrigo Vieira. Ou-tro convidado de Memê é ClaudioRocha Miranda, criador do Rio

Music Conference, muito importan-te para solidificação da Música Ele-trônica no Brasil. Claudio acaba deser escalado como curador paraa Tenda Eletrônica do Rock in Rio.

Marcelinho da Lua, DJ e integrantedo grupo Bossacucanova, com oqual Memê viaja constantementepara o exterior, é o último convidadodeste início de série. Ele percebe quea música eletrônica brasileira vai ocu-pando cada vez mais espaços na Eu-ropa, principalmente em Portugal. A série é uma produção da Abra-mus - Associação Brasileira de Mú-sica e Artes -, exibida com exclusivi-dade no Canal Oficial da Abramusno Youtube. Todas as edições se-guirão disponíveis no Canal.

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ROCK IN RIO: A NOITE DO METAL

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ão A abertura da noite fica por conta da banda Nervosa.Fundado em 2010, o power trio paulistano formadopor Prika Amaral (guitarra e vocais), Fernanda Lira(vocal e baixo) e Luana Dametto (bateria) já lançoutrês discos de estúdio pela gravadora austríacaNapalm Records. O projeto mais recente da Nervosa,lançado em 2018, é o álbum Down fall of Mankind,que traz elementos do Death Metal à sonoridade dabanda. Apesar da língua inglesa, as letras são, em suamaioria, focadas em problemas sociais do Brasil, comocorrupção e política. Completando as atrações, duasdas principais bandas da cena underground brasilei-ra dividem o Palco Sunset numa ode ao trash metal:Claustrofobia e Torture Squad, que recebem ChuckBilly, vocalista da banda americana Testament.Além de dominar os dois principais palcos do Rock inRio, o Metal estará por toda a cidade do Rock. NoEspaço Favela, a banda Canto Cego, da Maré, é arepresentante do estilo musical. Na Rock District, aartista Deia Cassali (ex-vocalista da Agnela) e sua ban-da terão um set list especial e enérgico para o público,assim como a The Raven Age, banda do guitarristaGeorge Harris, filho do baixista Steve Harris, do IronMaden. Filho e pai se apresentam no “Dia do Metal”mais metal de todos os tempos.

Enquanto o Palco Mundo já anunciava suas quatro atraçõespara uma noite emblemática do metal, com Iron Maiden,Scorpions, Megadeth e Sepultura, a organização do eventopreparava outra surpresa para a galera do rock pesado quefrequenta o festival. O Palco Sunset apresenta dois grandesnomes, para esta noite de 4 de outubro de 2019: a norte-americana Slayer, que fará seu último show da turnê de des-pedida dos palcos, fechando o Sunset neste dia, e Anthrax.Elas fazem parte do seleto grupo “The Big Four”, do thrashmetal mundial.

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JUSTIÇAEmbora num primeiro momento possaparecer antipática, a cobrança de direitosautorais sobre obras musicais é perfeita-mente legal e moralmente indiscutível.Os ataques ao ECAD, que concentra essaarrecadação, vêm tendo um caráter muitomais oportunista e político do que deve-ria. A cultura de recolher os direitos dosartistas criadores das obras nunca decolouno Brasil que culturalmente sempre tra-tou a música como de domínio público esem dono. Isso tem que mudar e os produ-tores de espetáculos e eventos precisamincluir os direitos autorais em seus custos.A questão é moralmente ética e justa. Masbem que o ECAD poderia dar uma olhadaem alguns dos seus “fiscais” pelo país. Emalguns casos a chutometria está alimentan-do opositores e oportunistas de plantão.Tal como a mulher de César, não basta serséria, tem que também parecer séria.

CUSTO FINALCriticar margens de lucro ou diferençasno preço final dos produtos aqui no Brasilficou fácil desde que a tecnologia da infor-

Como o mundo não seacabou no final do

ano, as perspectivaspara 2019 parecemfocar um realismo

mercadológico maisplausível para o novo

Brasil que seavizinha. Ao longo do

tempo o mercadomudou, o consumidor

mudou, a rotinacomercial percebeu

isso e tenta se ajustaraos novos tempos de

internet e preçosrealistas. Quem só

reclama aindanão acordou.

mação entrou em nossas casas, mas umapergunta simplória se faz necessária... aspessoas sabem a diferença abissal de cus-tos entre uma loja americana e uma brasi-leira? Antes de falar, procure se informar eevite passar por constrangimento ao cri-ticar lojistas, importadores ou fabricantes.Nessa história, os vilões historicamenteestão em Brasília.

INFLAÇÃOEndossando a nota acima, mesmo nosEUA os preços andam para a frente semnenhum constrangimento ou alarde. Lá omercado é o senhor da razão. Até a viradado século uma guitarra Fender americanacustava entre 699 e 799 dólares. Hoje elaspartem de preços bem acima de mil dóla-res e podem chegar a milhares de dólaresse for um modelo Custom Shop. As guitar-ras japonesas da mesma marca e excelentequalidade custavam menos de 500 dóla-res, e hoje nem existem mais. Os modelosmexicanos que sucederam as asiáticas fo-ram lançados no mesmo período a 299 dó-lares, mas hoje partem de 599 dólares. In-flação e reajuste não é privativo de brasi-leiro e com o efeito cascata do custo Brasil,isso acaba atingindo em cheio o preço fi-nal do produto por aqui.

ROCK BAILEAlguns músicos de bandas como o FooFighters, Metallica e Iron Maiden resol-veram se divertir e formaram um grupopara tocar em festas e eventos de ami-gos. A improvável banda de baile ro-queira tem Rob Trujillo (baixista doMetallica), Taylor Hawkins (baterista doFoo Fighters), Adrian Smith (guitarristado Iron Maiden), Howie Simon (guitar-rista do Alcatrazz) e Richie Kotzen (gui-tarrista do Mr. Big). Os cabeludos tiveramo segredo revelado depois que um vídeo euma foto foram divulgadas na rede. Em-bora os desmentidos de Simon, os demaismúsicos assumiram a brincadeira e disse-ram se tratar de diversão pura e sem pre-conceitos com gêneros musicais.

PREJUÍZOMúsicos que andaram se posicionando eradicalizando na política estão rece-bendo a conta de algumas bobagens

GUSTAVO VICTORINO | [email protected]

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que foram ditas. Avisei no anopassado que artista deve vender asua obra, o seu trabalho e não opi-nião. Profissionalmente é ruim. Apolítica é ambígua e fãs existemcom todas as ideologias. Teve gen-te que falou demais e agora andase justificando para empresários,patrocinadores e contratantes.Não foram poucos os que perde-ram dinheiro, embora o orgulhonunca vai permitir que admitam.

OPORTUNISMO?Uma deficiente visual americanaestá processando a cantora Beyoncéalegando preconceito e discrimina-ção porque o site da artista não temáudios para os menus e nem para asopções de navegação, o que facilita-ria a sua utilização por deficientesvisuais. Mary Conner, através do seuadvogado, Dan Shaked, pede umaindenização e a retirada do site do araté que o “problema” seja sanado.Nos EUA, uma lei de acessibilidaderegula de forma imprecisa essa maté-ria. Por conta disso, o tema trarámuita discussão jurídica nas terrasdo Tio Sam, já que raros são os sitesque cumprem essa minúcia da legis-lação vigente por lá.

ANO AGITADOA programação de shows internaci-onais para esse ano promete ser ricae recheada de novidades, emboranem todas boas. Inevitavelmentevirá muita porcaria gringa, mas queinevitavelmente os críticos “pseudo-muderninhos” vão elogiar em troca deingressos e boca livre nos espetácu-los. E, claro, tem o imperdível RockIn Rio!

CANCELAMENTO CAROA cantora Britney Spears decidiucancelar seus shows programadospara esse primeiro semestre com ajustificativa de ficar ao lado do seu paienfermo. Sem a cobertura securitária,a moça descobriu que as multas pre-vistas para os mais de trinta showspodem chegar a 3 milhões de dólares.

Mesmo sendo milionária, algo me dizque ela vai repensar...

PENÚRIAAs empresas de sonorização andamde saia justa com as contas. A que-bradeira dos estados e das prefeiturassepultou o grande contratante dopaís. Historicamente o poder públi-co sempre foi um generoso e regularcontratante do segmento. Contra aparede e administrando estufadasfolhas de pagamento, a coisa compli-cou para prefeitos e governadoresque preferem direcionar seus parcosrecursos para as áreas socialmentemais sensíveis.

HOMENAGEMA Festa Nacional da Música de 2019já tem o seu local definido e volta aacontecer na cidade de Bento Gon-çalves, no coração do Vale dos Vi-nhedos, na serra gaúcha. Previstapara a segunda quinzena de outu-bro, o evento divulgou o primeirohomenageado da edição desse ano.Northon Vanalli, executivo da So-notec, foi escolhido pelo seu trabalhoà frente do marketing da empresa quea mais de uma década é parceira e pio-neira na Festa. A liderança da marcaTakamine e o relacionamento inter-pessoal do executivo com os artistasao longo do tempo foram reconheci-dos como de significativa importân-cia para o conceito de parceria e apoioà música brasileira.

CARNAVALTô curioso para ver a relação deapoiadores e apoiados, bem com osvalores captados pela Lei Rouanetpara o carnaval 2019 pelo país. Orelacionamento com grandes em-presas e a nebulosidade das cifrascriaram um caldo de cultura inte-ressante na hora de entender oapoio de alguns artistas à políticos ecorporações. Algo me diz que muitamáscara ainda vai cair...

REVIVALPara comemorar os 50 anos do mai-

or evento musical de todos os tem-pos, Michael Lang, um dos criadoresdo Festival de Woodstock, anunciouuma celebração especial para lem-brar o histórico encontro. Serão trêsdias de shows no mês de agosto desseano no distrito de Watkins Glen, naperiferia de Nova York. A programa-ção será divulgada em março e Langconfessa estar enfrentando muitadificuldade de fechar o cast com al-guns artistas que participaram a 50anos do evento original. Certamen-te seria mais fácil fechar com os fi-lhos ou netos deles...

VOLTAGEMA esmagadora maioria dos equipa-mentos importados com mais de 20anos usam apenas uma voltagem.Normalmente fabricados para fun-cionar em corrente de 127V, algunsdesses equipamentos utilizados ecultuados até hoje por sua qualidade,precisam de adaptações para ligar emvoltagem diferente. No Brasil, aexistência da corrente de 220V traza necessidade de transformadores eaí começa o problema. As chama-das “fontes alternativas” vendidasna internet e com chaveamento(manual ou automático) para 220V,salvo raras exceções, são de má qua-lidade e comprometem o desempe-nho e até a integridade do equipa-mento. Os transformadores conti-nuam sendo a alternativa menosruim, embora estejam longe de gerarconfiabilidade. Como conselho,usem sempre o dobro da amperagemde consumo na fonte alimentadora.O seguro morreu de velho.

UHFEm algumas regiões do país as novasbandas de utilização do UHF já pas-sam por testes e velhos microfones eequipamentos wireless de banda fixa(monoband) já começam a reprodu-zir ligações telefônicas ou canais detelevisão. Quando o sistema for im-plantado por aqui de forma definiti-va, centenas desses aparelhos irãopara o lixo.

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MIGUEL SÁ | [email protected]

O MAR AMOR – AS CANÇÕES DE CAYMMICarlos Malta (Deck Disc)

Carlos Malta é um multi-instrumentista dos so-pros forjado na “fábrica”de Hermeto Pascoal, comquem tocou entre 1981 e1993, quando começou acarreira solo. Malta tocasaxofones e flautas dosmais diversos registros, ea carreira segue também

essa versatilidade, seja homenageando os tradicionaispifeiros em um de seus trabalhos mais bem-sucedidos,o Pife Muderno, nos discos solo autorais, nos encon-tros musicais das mais diversas tendências, como aque aconteceu com Dave Mathews, da Dave MathewsBand, ou nos tributos que já fez à Pixinguinha, ElisRegina e, agora, para Dorival Caymmi.Este é o primeiro disso solo de Carlos Malta em sete anos.O instrumentista escolheu 13 canções de Caymmi comoO Vento, Só Louco, Modinha de Gabriela e Você Já Foi à Bahia?,entre outras bem populares do repertório do baiano. Asversões são todas instrumentais. O repertório do trabalhosegue o que tradicionalmente é gravado em tributos aobaiano, mas Carlos Malta é um instrumentista com assina-tura forte. Mesmo em um repertório com músicas muitoregravadas fica evidente a marca do “escultor do vento”,tanto na escolha dos timbres dos instrumentos – que, se-gundo ele, procurou seguir o registro da voz grave do com-positor – como no clima e nos improvisos das faixas. Asmúsicas foram tocadas com uma formação de instrumen-tos que inclui violão de sete cordas, com Henrique Neto,cavaquinho, com Márcio Marinho, contrabaixo, tocadopor Hamilton Pinheiro e a bateria de Rafael Black. É evi-dente o entrosamento da banda e a consciência a respeitoda proposta sonora do disco por parte dos instrumentistas.A delicadeza das tomadas e mixagens feitas por JoãoDamasceno traduzem bem para a gravação o tom queCarlos Malta quis dar à obra do baiano Dorival Caymmi,com timbres fiéis dos instrumentos e com a pegada dosmúsicos presente nas performances gravadas.Onde ouvir: https://carlosmalta.lnk.to/

OMarAmorAsCancoesdeCaymmiPR

MORE BLOOD, MORE TRACKSTHE BOOTLEG SERIES VOL. 14Bob Dylan (Columbia Records)

A série Bob Dylan Bootleg,da Columbia / Legacy, dis-ponibiliza as gravações deestúdio feitas por BobDylan durante seis ses-sões extraordinárias em1974 - quatro em NovaYork (16 de setembro,17, 18, 19) e duas emMinneapolis (dezembro

27, 30) - que resultou no álbum, Blood on the Tracks. Umdos mais vendidos da carreira de Dylan. Blood on the

Tracks alcançou a posição de primeiro lugar naBillboard 200, com disco duplo de platina, e foi in-troduzido no Grammy Hall of Fame em 2015. Odisco foi originalmente gravado durante quatrodias em Nova York, em setembro de 1974. Algunsmeses depois, Dylan sentiu que o álbum precisavade uma abordagem diferente e regravou cinco dasfaixas no Minneapolis Sound 80 Studios a partir dofinal de dezembro daquele ano. Enquanto alguns dostakes não aproveitados das sessões originais de NovaYork foram altamente valorizados por contrabandis-tas e colecionadores, a maioria dessas gravações nun-ca esteve disponível em nenhum formato.A configuração single-disc/2LP de More Blood, More

Tracks reúne 10 das melhores tomadas alternativas decada uma das 10 músicas que aparecem no originalBlood on the Tracks, além de uma versão inédita de Up

to Me. A versão luxuosa completa inclui todas as ses-sões de Nova York em ordem cronológica, incluindoout-takes, falsos inícios e brincadeiras no estúdio. Osprodutores do álbum trabalharam com as melhoresfontes disponíveis, utilizando as fitas originais de vári-as faixas. As únicas gravações remanescentes das ses-sões do Minneapolis Sound 80 são os masters multi-track das cinco apresentações incluídas no álbumBlood on the Tracks. Cada um destes foi remixado eremasterizado para a edição de luxo. As sessões origi-nais de Nova York foram pilotadas por Phil Ramone eas de Minneapolis por Paul Martinson

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MIGUEL SÁ | [email protected]

BLUE VOYAGERaul de Souza (Selo Sesc)

Raul de Souza é um dosmúsicos fundamentais doBrasil nos últimos 65 anos.Ele surgiu novo, no cená-rio do sambajazz que seconstituía na noite cario-ca de fins dos anos 1950.Tocou em bares, bailes etrouxe um outro jeito detocar trombone. Aliás,

65 anos também é o tempo de carreira do trom-bonista que consolidou carreira internacional nosanos 1970 tocando com artistas como Airto Moreira,Sonny Rollins, George Duke, Freddie Hubbard eCannonball Adderley, sendo apontado como um dosmelhores trombonistas do mundo de publicaçõescomo a Down Beat e New York Jazz Magazine.

Em 2019, Raul celebra 85 anos e comemora os 65 anos decarreira lançando um álbum com 8 faixas inéditas grava-do na sala Maison des Artistes, na cidade Chamonix, naFrança, em março de 2017. Raul teve, nesta gravação, acompanhia de Alex Correa (piano), Glauco Sölter (baixoelétrico), Leo Montana (piano) e Mauro Martins (bate-ria). Todas as músicas são inéditas, compostas e arranja-das por Raul de Souza. O samba, origem e fonte da forçamusical de Raul, está bastante presente no álbum, queainda tem valsas, boleros e também o jazz, sempre presen-te, inclusive na homenagem a SonnyRollins que faz namúsica To My Brother Sonny.A gravação do disco foi feitacom a direção artística do baixista Glauco Sölter comWagner Merije e foi mixado no Brasil. Desde 30 de no-vembro de 2018 o trabalho está disponível nas platafor-mas digitais de streaming.Onde ouvir: https://open.spotify.com/artist/

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Este é o terceiro traba-lho solo do baixista JorgePescara. Baixista na ver-dade é pouco para definirPescara como músico, jáque ele é também com-positor, arranjador emulti-instrumentista,inclusive com um tra-balho de estudos nos

“touchguitars”, que são instrumentos de cordas tocadoscom os dedos das duas mãos percurtindo as cordascontra os trastes fazendo a melodia e a harmonia si-multaneamente. No entanto, na trilogia formadapor Grooves in the Temple, Knight Without Armour eagora este novo álbum, Pescara trabalha com otradicional baixo elétrico. Grooves in theTemple éproduzido pelo já há muito tempo parceiroArnaldo De Souteiro, que apoiou o baixista na es-colha de repertório, músicos e tudo mais que umprodutor musical pode fazer para ajudar um músi-co a descobrir caminhos ainda não revelados nopróprio trabalho. De Souteiro inclusive incenti-vou Pescara a terminar o trabalho começado em2008 e interrompido enquanto o baixista moravaem Portugal, na virada dos anos 2000 para os anos2010. O repertório inclui Freddie Hubbard (Povo),Deep Purple (Smoke On The Water), Beatles (Come

Together), Earth Wind & Fire (Brazilian Rhyme) eBrecker Brothers (Song For Barry), além de temascompostos especialmente para o disco por JorgePescara em parcerias com Laudir de Oliveira(MacumBass) e Gaudencio Thiago de Mello (Plato’s

Dialogues: Timaeus & Critias).Grooves In The Eden, a faixa título, é uma homenagemdo falecido tecladista Glauton Campello ao maestroBob James . O disco conta ainda com as participa-ções de André Sachs – que também gravou e mixou odisco - João Paulo Mendonça, Roberto Sallaberry,Claudio Infante e Cesar Machado, além do celistaitaliano Davi de Zaccaria e o baterista franco/portu-guês David Jeronimè, dentre outros.O fato de o trabalho ter acontecido ao longo de dezanos, com interrupções, ressalta o capricho do trabalhodo engenheiro de som André Sachs na gravação emixagem e de Ezio Filho na masterização, entregandoum disco coerente em termos de timbre e com fidelida-de na tradução das intenções artísticas de Pescara e DeSouteiro no resutado final

GROOVES IN THE EDENJorge Pescara (Jazz Station Records)

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Miguel Sá[email protected]

Fotos: Fotos: Internet / Divulgação /Robyn Beck—AFPGetty Image

az pouco tempo, as transmissões deTV se tornaram exclusivamente di-gitais. Isso mostra que o digital já

tomou conta do audiovisual, o que trazdiversas possibilidades novas, além demudanças no cotidiano dos profissio-nais que trabalham na área. Mas, aindaque pareça que as coisas estão indo rá-pido, isto não aconteceu de um diapara o outro. E também as mudançasnão se resumem à TV, mas sim a todo oáudio-visual e as possibilidades que seabrem com o som digital.Manoel Tavares tem 35 anos de profis-são e de trabalho na Globo, onde teve jáos primeiros contatos com o som digi-tal. O profissional vem de uma família

Nos últimos dez anos osom digital tomou conta

também da TV. E comoisso refletiu no trabalhodo profissional de áudioda área? Qual é o futuro

do áudio digita?É o que nos contam

Carlos Ronconi eManoel Tavares: doisdos mais tarimbadosprofissionais da área

Fmusical. A irmã mais velha lecionavamúsica no Instituto de Educação e noconservatório de Música de Bonsucesso.O irmão atuava como músico. Tavaresestudou no Conservatório também,mas os caminhos profissionais o leva-ram a se tornar técnico de som esonoplasta na Rede GloboAssim como Manoel Tavares, CarlosRonconi também estudou música antesde trabalhar com áudio. Estudou enge-nharia de som cerca de um ano e meioem Nova York, no início dos anos 1980e, ao voltar para o Brasil, trabalhou em di-versos dos maiores estúdios do país –como o Transamerica e Nosso Estúdio,em São Paulo. Após uma colaboração dos

O ÁUDIO-VISUAL E A TV DIGITAL:

O QUE VEM POR AÍ

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estúdios Som Livre com a Rede Glo-bo, no programa Chico & Caetano,ainda nos anos 1980, foi definitiva-mente incorporado ao plantel daemissora na área de áudio, e está láaté hoje como consultor de audio.

MUDANÇASNo cotidiano do trabalho em TV,Manoel Tavares percebe várias al-terações. Mas foi aos poucos, e jáhá algum tempo, que as mídias eos equipamentos digitais se infil-traram no cotidiano de trabalho.Ele relembra que, ainda nos pro-gramas gravados no antigo TeatroFenix, no Rio de Janeiro, já entravaem contato com DATs, CDs emnidiscs. “Acredito que eu tenha

sido uns dos primeiros profissio-nais de sonorização e sonoplastia‘ao vivo’ a ter contato com o mun-do digital. Isto já fazia parte da mi-

nha rotina de trabalho nos progra-mas em que eu era o responsável.Trabalhando em uma empresa queutiliza Tecnologia de ponta, as no-vidades sempre nos eram apresen-

tadas”, comenta. Ele lista ainda al-guns dos equipamentos que usavana época do analógico, como ocompressor DBX 166, a câmara de

reverb EMT e o Space Echo, entreoutros. “Acredito que a maior dife-rença para hoje seja a inovação epraticidade que os plug-ins trou-xeram para os profissionais. Al-

Acredito que eu tenha sido uns dos primeiros

profissionais de sonorização e sonoplastia ‘ao vivo’ a

ter contato com o mundo digital. Isto já fazia parte da

minha rotina de trabalho nos programas.

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guns tem até o aspecto ‘vintage”.Muitos desses são baseados nosparâmetros dos equipamentos ana-lógicos”, aponta.

O que o profissional sente que mu-dou mesmo sua forma de trabalharforam os consoles digitais que sur-giram nos últimos 7, 8 anos, quepermitem, justamente, o uso destesplugins que eram já tão difundidosnos estúdios. “Foi uma verdadeirarevolução em minha vida profissio-nal. A sonoridade da console, osplug-ins que auxiliavam a conse-guir o resultado esperado, a pratici-dade e a velocidade com excelentesresultados fizeram de fato a diferen-ça”, comemora Manoel Tavares.

O QUE VEM POR AÍCom as novas tecnologias, vem

também as novas possibilidades,ainda que a ideia de tridimen-sionalidade no som não seja, exata-mente, algo novo. O Ambisonics,

por exemplo – formato esférico dosurround – vem desde os anos1970. “Em teoria é bem mais anti-

go, mas agora ficou mais fácil por-que a imagem está acompanhando.A percepção é realmente o áudioque te dá. Naturalmente o ser hu-mano ouve em 360, mas vê em 180.Então o áudio é que te guia pra re-conhecer o redor. Quando vocêestá andando na rua, um carro bu-zina, você vira para olhar, ou al-guém te chama, você ouve um ba-rulho, você vira para ver o que é.Então o que está dando esse di-recionamento é o som”, apresentaCarlos Ronconi.Quando o engenheiro de som dizque a imagem está acompanhandoo som, fala sobre as câmeras quecaptam tudo o que tem ao redor.Com esta possibilidade, é impor-tante que o áudio dê conta, tam-bém, desses 360 graus. “Se vocêsó tiver o áudio estéreo não éimersão. O binaural te coloca emuma posição que a imagem nãoacompanha a sua movimentação.Se você tem um estéreo no fone,quando você vira a cabeça, tudovira junto com você. Quandovocê capta emissões com proces-samento de headtracking e tudomais, o som fica no lugar em queele é gerado. Então, quando vocêouve um som à sua esquerda, vocêvira pra ele e parece que ele está nasua frente. O que dá realmenteuma sensação de 3D é captar em360 e processar isso em estéreo 3Dde forma que a pessoa possa virar a

Manoel Tavares

A percepção é realmente o áudio que te dá.

Naturalmente o ser humano ouve em 360, mas vê

em 180. Então o áudio é que te guia pra

reconhecer o redor.

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cabeça e o som fica no lugar”, deta-lha Ronconi.

EQUIPAMENTOSPara conseguir esse efeito sonorode tridimensionalidade, há di-versos microfones e, no estágioda mixagem, plugins. Inclusivehá os que simulam o efeito detridimensionalidade no som, quepodem ser tanto de graça comopagos. No entanto, para ter o au-têntico ambisonics é preciso cap-tar com microfones projetadospara o formato. Eles podem ir dafaixa de oito mil dólares até porvolta de mil. Há ainda gravadoresem oito canais com processadorambisonic incorporado. É possível,ainda, posicionar diversos microfo-nes de forma que efetivamente cri-em este ambiente em 360. “Tem quecaptar o som de forma coerente como que você quer: a imagem e o ambi-ente. Tem que ter microfones eprocessamento próprios para issotambém”, aponta Ronconi.O microfone que capta para oformato ambisonics tem quatro

capsulas colocadas em tetraedrode forma que captam frente efundo simultaneamente. “Comoelas estão na mesma posição deespaço, tem uma coerência defase muito grande. Quando vocêgrava o som com coerêcia de fasee em 360 graus, depois você podeextrair qualquer outro tipo de in-formação que você queira: 5.1,estéreo, 7.1.... Dependendo doplugin que você usar”, explica oengenheiro de som.

MIXAGEMOs formatos de mixagem são oAmbiX ou FuMa. Para mixar nestesformatos é necessário ter um con-junto de plugins. Entre eles estão oFacebook 360, que pega a mixagemem oito canais (ambisonics de se-

gunda ordem) e prepara para ovídeo que vai para o Facebook. Omesmo vale para o Youtube. “Suamixagem vai ser uma mixagem nor-mal, só que vai ter um plugin emcada canal e um plugin master quevai dar essa renderização final.Sai com quatro canais, no casoyoutube, que é primeira ordem, noFacebook oito, que é de segunda.Quanto mais microfones ou fontesvocê reproduzir, mais a ordem au-menta”, explica Carlos Ronconi.

Este 3D virtual encontra aplica-ção, basicamente, em games, ondehá sons vindo de diversos lados.Para TV as aplicações são mais res-tritas, porque a imagem não é em360. Mas, ainda assim, são feitostestes. “Iniciamos no ano passado,quando começamos a ter acesso aoequipamento na Globo, pensandoem produtos que podem ter spinoff para outros lugares, não neces-sariamente pra TV aberta. Maspara internet, GloboPlay, etc. Éum adicional de qualidade agrega-do ao produto”, afirma.Para Ronconi, isto tudo já não émais futuro. É presente. “Já temrecursos para fazer isso com câ-mera de 150 dólares. É uma reali-dade cada vez mais presente, mastudo depende da aceitação e dasdemandas do publico. Tem muitagente que reclama, que fica isoladocom fone, óculos, mas nada impe-de que faça uma comunidade vir-tual juntando amigos em lugarestotalmente diferentes. O que pos-sibilita isso é uma internet rápida,o que possibilita a partir para esselado”, completa.

Carlos Ronconi

Tem que captar o som de forma coerente com o

que você quer: a imagem e o ambiente.

Tem que ter microfones e processamento

próprios para isso também.

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[email protected]

Fotos: Divulgação

aposta revelou-se correta. Duran-te esse tempo muita coisa aconte-

ceu no Brasil, mas a Powerclick mante-ve-se sempre crescendo. A relação pró-xima com os endorses é um dos motivospara que a empresa esteja sempre em diacom seu mercado. Isto tudo sempre pro-jetando e produzindo no Brasil.Além de trabalhar com monitoraçãopor fone, a empresa também tem linhasde produtos para a área de broadcast,intercomunicadores como o Pro Six,

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A Powerclick foifundada em 2002 a

partir da percepção dapossibilidade de

crescimento domercado de audiçãopor fones de ouvido

para músicos.

que permite a comunicação entre umacentral e até seis pontos remotos, eassessórios como fonte de alimenta-ção com estabilizador, como o PS500ou o PS10. Também há adaptadorespara pedestal, que permitem fixar osequipamentos da Powerclick em pedes-tais de microfone.

MX 4X1 XLMas o lançamento mais recente da em-presa é um novo monitor de áudio

Powerclick lança novo monitor de áudio

Com mais de 15 anos de mercado,

para fones de ouvido

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para headphones: o MX 4X1 XL.Projetado pela equipe de enge-nharia da Power Click e destina-do ao uso individual, o mixer temdois estágios: um módulo de po-tência e o mixer.O primeiro tem quatro entradaspara conectores XLR: (Pino 1 ter-ra), (Pino 2 positivo áudio), (Pino3 negativo áudio). Cada uma delasé balanceada e compatível com si-nais de áudio de alta impedância.As entradas tem controle de volu-me, graves, agudos e pan, que per-mite o direcionamento do sinal daforma mais conveniente. O con-trole de PAN permite direcio-

nar o som do respectivo inputpara o lado direito ou esquerdo doheadphone, de acordo com a con-veniência do músico que estiverusando o equipamento.O amplificador estéreo é projetadoespecialmente para o uso de fones.O circuito foi feito de forma a per-mitir o uso de fones de qualquerimpedância ou modelo, sem restri-ções. As saídas tem opções paraconexão tanto para fones de pinop2 como p10 estéreo. Aliás, o equi-pamento não aceita a conexão defones mono, que podem até danifi-car o amplificador. O volume mas-ter controla o áudio mixado. O

Mais informação:

http://www.powerclick.com.br/

equipamento ainda vem com umafonte de alimentação própria, pre-parada para fornecer voltagemprecisa e sem ruídos: é a PS 01.

www.backstage.com.br 3

SOM NAS IGREJAS

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a edição anterior, Alexandre falousobre a importância do ensaio ou

passagem de som na Tv e dos recursosque auxiliam para uma boa mix como ovirtual sound check (na Digico o áudioretorna via MADI, no recurso chamadoListen to copied audio) - recurso noqual, através de um gravador mul-tipista, enviamos e recebemos viaMADI todo o áudio endereçado pelodirect output, e depois reproduzimosnos mesmos canais do imput os snapsshots que possibilitam gravar altera-ções entre músicas sem mudar de cenana mesa - e também os snapshots quepossibilitam gravar alterações entremúsicas sem mudar de cena na mesa.

[email protected]

Fotos: Divulgação

Oi pessoal, nessa

edição, conforme

prometido, vamos

dar continuidade

a matéria sobre

mixagem para TV

com o Sonoplasta

da TV Globo

Alexandre

Cipriano.

N

TV MIXAGEM E

Pedro Duboc é Técnico de Áudio e membro da Sobrac (Soci-

edade Brasileira de Acústica), ABPAudio (Associação Brasileira

de Profissionais de Áudio), ASA (Acoustical Society of

America) e AES (American Engineering Society).

Neste mês, Alexandre continua a dar asdicas sobre a mixagem para TV:“Bons monitores de referência sãomuito importantes. Por muitos anosusávamos Tanoy com falantes de 15polegadas e a Yamaha Ns10. Semprefui muito fã das duas. Mas agora usa-mos Genelecs, um par 8030A nearfield, que nos passa um pouco da sen-sação de como vai soar a mix em umsistema com falantes pequenos, lem-brando que esse sistema também deveestar alinhado. Além disso, essas cai-xas ajudam muito na colocação doselementos médios na mix como voz,guitarra, teclado, sanfona entre ou-tros. Caixas maiores com falantes de

ROTINAPARTE 2

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15 polegadas, são ótimas para a boaavaliação dos graves. Todas as fre-quências são importantes na mixa-gem. Hoje mixamos conteúdos quesão consumidos em diversas plata-formas, tais como internet, tv, rádioe as multiplataformas.“É muito importante para umaboa mixagem que tanto o PAquanto o PGM sejam distintos,com um técnico em cada mesa. Apessoa que mixa no PA está, ge-ralmente, em um ambiente rui-doso, cheio de pessoas em tornoda House Mix, e o PA, por maisalinhado que seja, não vai te en-tregar uma mix perfeita para ouso em um PGM. Certamentevai soar desequil ibrada, commuita voz, pouca banda ou equa-lizações que não vão agradar. To-das as grandes emissoras de Tv eProdutoras de Conteúdo já en-tenderam essa necessidade parabons resultados.“Seguindo para a mixagem, emprimeiro lugar eu posiciono umacâmera para a atração a ser mi-xada já para ter referências dePAN, sempre tendo o ponto devista de frente para a banda. OPAN na mix ajuda a abrir espaçode mixagem colocando todos osinstrumentos em seu devido lu-gar. Eu abro em 100% dos Oversda Bateria. Nos Tons 1 e 2 eu abro30%, no Surdo 100% para o ladoque estiver no vídeo, Teclados eSynts também utilizo 100% emseu L e R. Os instrumentos queforem solo deixo no centro, poisgeralmente o câmera dá close emquem está solando e não faz mui-to sentido estar com PAN abertopara um dos lados.“Mixando banda na tv para gra-vação, geralmente usamos osdirect out dos canais para enviaro áudio para o gravador em mul-tipista, então tenho que ter umaatenção especial com os ganhos,pois os Direct Out são pós “gain”.

Eu ajusto os ganhos dos canaispara modularem bem, mas semclipar, com os canais modulandobastante no VU. Desta formafica bem mais fácil ajustar osprocessadores dinâmicos de si-nais. Por conta dos ganhos esta-rem mais acelerados consegui-mos uma boa relação sinal ruído,o que é o ideal para as gravações.“Eu gosto de criar grupos ou VCAs/

DCAs que são sub grupos dos ca-nais para facilitar a mixagem.Crio grupos de Bateria e Baixo,Harmonias, Metais, Percussões,Vocais e Lead Vocal. Isso ajuda nosmomentos de solos, pois levantarum grupo é mais rápido do que fi-car virando páginas na mesa paraachar o canal que se está solando.Se puder criar um Snap shot dossolos, ai fica perfeito.“Depois de equilibrar tudo namix e achar que está pronto, te-mos outros fatores que vão mu-dar todo o som da mix: os ambi-entes de plateia e o apresentador.Costumo mixar ouvindo o somda mesa de PGM retornando namesa de Banda, já com plateiaaberta, para evitar surpresas. Osmicrofones de plateia abertosafundam parte da mixagem e fa-zem os pratos da bateria aparece-rem em primeiro plano. O vocalsome também. Aliás, a voz é o ins-trumento mais difícil de ajustar.Geralmente é onde se gasta maisrecursos tais como os processa-dores dinâmicos, efeitos e plug-ins se houverem. Isto para man-

tê-la sempre em primeiro pla-no. Exemplo: o cantor ora emi-te com intensidade normal, oraemite propositadamente maisbaixo, mais alto ou até grita. Osprocessadores de dinâmica en-tram em cena para prevenir ex-cessos tanto para o equipamen-to como para nossos ouvidos,protegendo ambos. Mesas maisnovas possuem um EQ dinâmi-

co que é bastante interessante,similar aos plug-ins C4 e C6.“Os processadores de dinâmicaexistentes são os compresso -res, os limiters (limitadores), osnoise gates, os expanders (ex-pansores) e os companders (com-pressores-expansores). Durantea mixagem os processadores di-nâmicos são ferramentas de ex-trema importância. Uma músicabastante trabalhada certamentetem trechos de vocais quase sus-surrantes e momentos grandio-sos e explosivos, solos instru-mentais arrasadores e aquelesmomentos bem suaves. Essa di-nâmica da música deve existir,mas havendo sempre o controledinâmico. Utilizamos um limiterna saída da mesa, o L3 limitermultimaximizer.“Acredito que o grande desafiode hoje seja a grande quantidadede equipamentos e softwares quesão lançados no mercado diaria-mente. Ainda que facilitem o tra-balho, o bom uso dependem demuito estudo por parte dos opera-dores de novas tecnologias”.

A voz é o instrumento mais difícil deajustar. Geralmente é onde se gasta mais

recursos tais como os processadoresdinâmicos, efeitos e plug-ins se houverem.

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Fotos: Divulgação

s três sistemas portáteis de P.A. daAxle Line: o KRX202, o KRX 402

e o KRX 802, combinam os falantesDragon com os subwoofers ativos K-Array. Os sistemas foram projetadoscomo soluções para as turnês de DJs,lounges e clubs destinados a eventosdiversos e qualquer lugar que exija umaboa pressão sonora, com equipamen-tos dimensionados para diversos ta-manhos de espaço.A característica que distingue os falan-

O

Sistemas de P.A.portáteis da

K-Arrayprometem fazer

sonorizaçãoadequada para

os mais diversosespaços com

facilidades detransporte e

montagem

tes Dragon são as cornetas assimétri-cas com orientação variável. Isto per-mite ao usuário ajustar o ângulo deemissão mudando a posição delas. Naposição 1, a dispersão do som é amplana horizontal (Flood – 100 graus) eestreita na vertical (SPOT 30 graus).Na outra posição, é estreita na hori-zontal (SPOT 30 graus)e ampla na ver-tical (Flood – 100 graus).Os subs Thunder, com alimentação au-tônoma, mantêm as mesmas possibili-

AXLE, DA K-ARRAY

Linha de sistemas portáteis

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dades de edição digital de outrossubwoofers ativos da K-Array.Com as telas sensíveis ao toqueintegradas, é possível controlaras funções de DSP, níveis de en-trada e saída, roteamento de si-nal, delays do subwoofer em rela-ção às saídas de médias e altas(até 12 ms), e todo o delay do sis-tema (até 330ms). Todas as fun-ções DSP do sistema, incluindoequalização, podem ser controla-das remotamente via softwarepor entrada USB ou RS485 (XLRde três pinos). Com o K-dante, épossível conectar o Axle comuma rede dante.Todos os sistemas podem ser mon-tados em fly ou apoiados no chãocom assessórios dedicados, comoa haste de tamanho variável ousuportes para suspensão. Os ângu-los de fixação são de fácil ajuste e aconstrução modular do equipa-mento permite vários arranjos di-ferentes no local do evento.

OS EQUIPAMENTOS DALINHA AXLEO maior equipamento da linha, oKRX802, usa três falantes DragonKX12 de 12 polegadas combina-dos com o subwoofer KMT218,com falantes de 18 polegadas no Le no R. O sistema pode ser con-vertido em um line array que en-trega o máximo de SPL e a melhorresposta de graves possível. OAxle KRX802 cobre distânciasgrandes em lugares amplos man-tendo a pressão sonora.O KRX 402 é o sistema de médioalcance da linha. Ele entregamais potência e uma resposta degraves mais extensa que o menorda linha, o KRX202. Ele é com-posto de uma matriz de dois alto-falantes coaxiais Dragon KX12de 12 polegadas. Ela pode sersuspensa e emparelhada com umsubwoofer Thunder KMT21 de21 polegadas por lado em umaconfiguração estéreo.

O menor equipamento da linhaAxle é o KRX202. É compostopor um a l to - fa lante coaxia lDragon-KX12, de 12 polegadas,emparelhado com um subwooferThunder-KMT18, de 18 polegadaspor lado em uma configuraçãoestéreo. O KRX202 é um sistemaportátil e compacto que produzalta pressão no campo próximo.As aplicações ideais são para o usode DJ, pequenos clubes e loungese produções de eventos.

Mais informação:

http://gobos.com.br/produtos/audio/k-array/281-krx402

KRX202 KRX402 KRX802

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Fotos: Divulgação

osé Luis Carrato, o Zé Heavy, jáouvia as reverberações do rock

pesado em casa desde cedo, por contado pai: DeepPurple, The Who e Emer-son Lake and Palmer eram figuras fá-ceis nas agulhas da vitrola em casa.Sarah Vaughan, Dione Warwick e atéCarpenters e Ray Conniff frequentavama mesma agulha, o que abriu os ouvidosdo garoto para todo o tipo de música.As visitas, ainda na infância, aos en-saios de Os Incríveis e a primeira visitaa um estúdio de gravação – o Vapor, naAlameda Joaquim Eugênio de Lima,em São Paulo – também fizeram partedessa infância musical. Mas os ouvidos

Como é hoje fazer umaturnê na Europa? Os

equipamentos sãodiferentes? Os

profissionais sãorespeitados? Há

diferença de tratamentodependendo do gênero

musical? É isso queZé Luis Carrato, o

Zé heavy, nos conta aqui

J abertos, como precisam ser os de todoprofissional de áudio, não impediramque o metal se estabelecesse como amúsica do coração.A atividade profissional com músicacomeçou no início dos anos 1980, quan-do entrou no estúdio Vice-Versa, emSão Paulo, para um teste de locução.“No dia seguinte comecei a trabalharcomo assistente de estúdio. Duranteuma sessão de gravação onde eu era oassistente, o produtor Luis Calanca, doselo Baratos Afins, achou em mim algoque ele queria nos discos da gravadoradele. A partir disso, eu trabalhava comoassistente durante o dia e nas noites eu

ALÔ GALERA DO METAL!

ARMORED DAWN COM

ZÉ LUIS “HEAVY” NA EUROPA

33

gravava as bandas do começo doHeavy Metal paulistano. Foi umperíodo de extremo aprendizadomusical”, conta o também bateris-ta e, nas horas vagas, baixista. “São35 anos de áudio e acho que estásó começando”, afirma Zé Luis,que nos conta um pouco da sua ex-periência na estrada e da turnê doArmory Dawn na Europa. A ban-

da passou por treze cidades duran-te todo o mês de outubro, em di-versos paises, incluindo Dina-marca, Eslovênia, Grécia, Polô-nia, Austria e Alemanha.

A ESTRADA NO BRASIL“Minha primeira Gig foi o IRA!,em 1988. A partir de 1991 eu co-mecei, com força, a atuar comofreelancer em bandas como: Taffo,Korzus, Golpe de Estado, Anjos daNoite, Ratos de Porão, entre tan-tas outras. O cenário era vasto e amúsica imperava nas noites pau-listanas. Era um tempo difícil,

onde o dólar valia ouro e a impor-tação era quase impossível. Tínha-mos poucas opções nas locadoras eas caixas eram feitas manualmen-te, baseadas em projetos de grandes

marcas. A partir da abertura da im-portação, as coisas começaram a fi-car mais fáceis. Hoje temos acessoa grandes marcas e o leque de op-ções é quase infinito. Tudo depen-de do tamanho do artista e do or-çamento disponível. Já tive a opor-tunidade de viajar com uma carre-ta de PA e monitor próprios, comum caminhão com backline e mo-nitor próprios, e agora viajo pelomundo com todo o Rig de audioem algumas malas”.

ACOMPANHANDO E FAZENDOTURNÊS: ONTEM...“Nos anos 90, tive a oportunidadede prestar serviços para a Gabisom,onde pude acompanhar de pertograndes produções, com artistasdos mais variados estilos musicais,e pude colocar em prática o meuconhecimento. Aprendi muito

Hoje temos acesso a grandes marcas e o leque

de opções é quase infinito. Tudo depende do

tamanho do artista e do orçamento disponível.

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com os operadores dos grandes ar-tistas, tanto no quesito “o que fa-zer” quanto no “o que não fazer” .Quando a produção não trazia al-gum equipamento (normalmente acentral de Monitor), nossa obriga-ção era atender fielmente o RiderTécnico, sempre entrando em con-tato com o produtor técnico paraacertar alguma modificação se fos-se necessário”.

...E HOJE“Hoje eu vejo as bandas viajandocom seu próprio equipamento,se utilizando da facilidade dotransporte viabilizado pelo pesoe dimensões reduzidos deles.Quanto aos venues, encontreisalas e equipamentos ótimos, queacomodam e atendem, com louvor,uma produção média. Em Leipzig,eu usei um PA feito por um enge-

nheiro local a mais de 20 anos, quesoava super bem. Equipamentobom se encontra em qualquer lugardo mundo. O que muda mesmo é aestrutura do Venue”.

TURNÊ COM ARMOREDDAWN 2018

“Estou na Armored Dawn há cercade 2 anos. É uma banda de Power

Metal, com característica Vikingnas letras. Contam histórias de ba-talhas épicas, Dragões, reis… Umuniverso muito interessante. A

A música tem arranjos extremamente elaborados,os teclados tem timbres de orquestra na maioria do

tempo, entre pianos e Pads, com riffs de guitarrarápidos e que exigem muito dos músicos.

música tem arranjos extremamen-te elaborados, os teclados tem tim-bres de orquestra na maioria dotempo, entre pianos e Pads, comriffs de guitarra rápidos e que exi-gem muito dos músicos. Como euviajo com tudo, eu só preciso de al-guns pedestais de microfone e peçocabos XLR para alguma emergên-cia. Eu mesmo me encarrego deenviar as informações para o pro-

motor/contratante. Confesso queàs vezes eles parecem que não acre-ditam no que eu peço. Não é a todahora que aparece uma banda com

Armored Dawn e o metal brasileiro atravessando a europa

35

uma estrutura dessas vinda do ou-tro lado do atlântico. Se um deter-minado aparelho é de extrema im-portância e não tem similares,deve ser levado pela banda. Nomais, tudo é conversado e semprese chega a um acordo”.

A VIAGEM: ALIMENTAÇÃOE TRANSPORTE“Viajamos de ônibus pela Europa.Ele tinha 14 camas, duas salas, cozi-nha completa com mesas, banhei-ro, três tvs, vídeo game e um servi-dor de multimídia com mais de 400filmes. A alimentação era parte dainfra estrutura dos venues”.

O EQUIPAMENTO“Por conta da portabilidade dosistema, eu tenho que ser muitoprático com o setup da banda. Nabateria eu uso mics e604, nostons, 904 na caixa, dois e614 paraHiHats e Ride, dois KSM44 paraos pratos e os bumbos são ele-trônicos. Todo o resto, com exce-ção das vozes, vem em linha: usamosdois Kemper Profiler e um Line 6Helix. Para as vozes, mics e835 e umew135 wireless para a voz prin-cipal. No final das contas, eu te-

Equipe

Banda

Eduardo Parras - vocal

Fernando Giovannetti - baixo/ voz

Tiago de Moura - Guitarra/voz

Timo Kaarkoski- guitarra

Rafael Agostino - teclados/voz

Rodrigo Oliveira - bateria

Crew

José Luís Carrato - foh mixer

Márcio Garcia - Audio tech / guitar tech

Tarlis Vinci - guitar tech

Allan Juliano - Drum tech

Selma Souza - merchandising

Site Armored Dawn

http://armored dawn.com/2018/

nho orgulho em dizer que eu viajocom meu Rack de audio/monitor,todos os mics/DIs e com todos oscabos XLR/TRS que preciso. Euentrego 2 saídas do meu mixerpara o PA da casa ( que pode serdireto no processador ou em 2 ca-nais do Mixer principal) e mandoduas saídas para os SideFills. A fal-ta de monitores e amplificadoresde instrumentos no palco tendem adeixar a platéia na primeira fila …Como posso dizer… órfãos de pres-são? Sem som??? (risos). Enfim, eualimento o Sidefill com uma boa mixapenas para encher o palco e a mági-ca acontece. Quanto ao Backline, sóalugamos a bateria”.

SOM DO PALCO PARA ASREDES SOCIAIS“Logo após cada show, eu entrava noônibus com a gravação multipista doshow e mixava uma musica para asredes sociaisna salinha do fundo doônibus, no meu Macbook com fonede ouvido e pau no metal! Eu usei oHarrison 32 canais (sabe a mesa doestúdio Transamérica?) – softwarede mixagem com workflow de mesaanalógica - e dois plugins. Como amesa tem tudo no canal, como anti-

gamente, nem precisa muito deplugins como no ProTools. Eles sãoapenas acessorios, que nem antiga-mente. Eu usava este programa, umreverb , um limiter na saída e umfone de ouvido no estúdio improvi-sado que chamei de BackBus! No diaseguinte, colocava a musica na in-ternet. tem tudo isso nas páginas dabanda no Facebook e Instagram. Etodo show era isso”.

ATENDIMENTO NAEUROPA“Bom, começa que todos falam inglêsfluente. A cordialidade é fundamen-tal em qualquer lugar do mundo. Fo-ram super legais com a gente, princi-palmente na hora de desmontar opalco, que deveria ser muito rápido eorganizado. Mesmo com minha equi-pe afinadíssima e rápida, ajuda dos lo-cais era sempre bem vinda. As casas deshow oferecem infraestrutura para es-tacionar o seu nightliner conectadona rede elétrica da casa, os camarinsestão prontos e abastecidos a partirdo horário estipulado no contrato,alimentação em tempo integral, ba-nho quente com toalhas à disposição.Claro que se for uma tour com trêsbandas, pode acontecer da infra nãocomportar tanta gente, mas tudo éacertado com muita antecedência .O combinado não sai caro!!”

Zé Luís "Heavy" Carrato

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Repór ter: Luiz de Urjais

Fotos: Fábio Rossi /

Divulgação

ocê consegue imaginar um show

em que as canções de trilhas sono-ras de filmes como Edward Mãos de Te-

soura, Alice no País das Maravilhas, Os

Fantasmas se Divertem, Batman; entre

OrquestraPetrobrasSinfônica

reviveprojeto que

interpretacomposições

de DannyElfmanpara os

filmes dofamoso

cineasta

V outros filmes do cultuado diretor ameri-

cano Tim Burton, sejam o mote princi-pal do espetáculo? E se a interpretação

dessas músicas for em um contexto erudi-to?! Trata-se do projeto Petrobras Sinfônica

37

visita Tim Burton que retornou aos

palcos no da 8 de dezembro, paraapresentação única após ter ga-

nhado o Prêmio Profissionais daMúsica de 2018 como ‘melhor pro-

jeto de trilha de cinema’. O encon-tro entre a cinematografia e a músi-

ca clássica aconteceu na Cidade dasArtes, no Rio de Janeiro, capitanea-

do pela Orquestra Petrobras Sinfô-nica sob a regência do maestro Isaac

Karabtchevsky.De acordo com o regente este tra-

balho não se trata de uma soluçãoencontrada pela Opes para uma

possível renovação de público dosegmento erudito, nem implica o

início de uma nova ordem de mer-cado. “Não creio que o fato de uma

orquestra sinfônica, com caracte-rísticas próprias, fique à margem de

um movimento que conseguiu re-

novar parâmetros, estabelecer con-ceitos e, em síntese, aglutinar as ge-

rações mais jovens. Na linguagemdo rock em todas suas manifes-

tações, por exemplo, estão tam-

bém presentes Ravel, Stravinsky,Boulez, Villa-Lobos e tantos outros

compositores. Aquilo que algunspoderiam julgar como exclusivo é,

na realidade fruto desse imensocaudal de influências recíprocas”.

Segundo o trompista Philip Doyle,integrante da Opes há mais de 30

anos, um dos desafios em adaptar astrilhas sonoras de Danny Elfman

para os filmes do Tim Burton foi

transportar a grandiosidade dasobras originais – que utilizam or-

questras gigantescas com efeitossonoros de última geração – para a

realidade dos palcos cariocas. “Astrilhas são gravadas em sincronia

com a ação dos filmes, bem diferen-

Isaac Karabtchevsky fez a regência da orquestra

Na linguagem do rock em todas suas

manifestações, por exemplo, estão também

presentes Ravel, Stravinsky, Boulez, Villa-Lobos

e tantos outros compositores.

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te do clima dos concertos ao vivo.

Aqui, a música fica em primeiroplano, sem imagens e atores”, afir-

ma o músico ao abordar o trabalhode adaptação e transcrição dos ori-

ginais realizado pelo contrabaixistaRicardo Cândido.

TÉCNICAO engenheiro de mixagem da Opes,Alexandre Hang, explica que o

conceito sonoro do projeto deáudio de Petrobras Sinfônica visita

Tim Burton foi concebido após umencontro com a direção artística,

que apresentou a ele partitura con-tendo todos os instrumentos para

estudo dos arranjos e avaliação ge-ral. “Nessa apresentação não utili-

zei efeitos externos, como samplers.Tudo foi executado pelos músicos.

A microfonação foi feita por nai-

pes, com microfones a meia distân-cia e alguns mais próximos nos so-

listas. Sou formado em música e isso

me favorece muito nesse momento,me colocando ainda mais partici-

pante do processo artístico”, res-salta.

Ainda de acordo com Hang, sono-rizar uma orquestra requer atenção

além das questões musicais e téc-nicas por existirem muitas variá-

veis que podem interferir no resul-tado final, como problemas de tem-

peratura ambiente e acústica. “Emoutras formações musicais, existem

maiores chances de correção dosom e compensação dessas questões

a partir do equipamento disponí-vel, mas no caso da orquestra, isso

fica bem mais difícil, pois a caracte-rística sonora é baseada num ambi-

ente natural com boa reverberaçãoe microfonação aérea”.

Sobre a montagem da estrutura,

o engenheiro explica que foi re-alizada pela manhã do dia da

apresentação, liberando o palcopara a passagem de som e ajuste

Isaac Karabtchevsky

Não houve uso de gravações na apresentaçãoDanny Elfman

Nessa apresentação não utilizei efeitos externos,

como samplers. Tudo foi executado pelos músicos.

A microfonação foi feita por naipes, com microfones

a meia distância e alguns mais próximos nos solistas.

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de luz à tarde. “O sound check de-

mora em média cerca de umahora. No processo faço um tra-

balho de pré-mixagem com to-dos os endereçamentos de ca-

nais, equalizações, efeitos e o que

for possível adiantar para que nahora da execução apenas haja

ajuste dos timbres e equilíbriodos instrumentos”, completa o

profissional responsável por so-norizar 80 músicos em palco.

BACKLINEA lista de equipamentos usadaem “Petrobras Sinfônica visita Tim

Burton” contempla no P.A. duascolunas (esquerda e direita), cada

uma com 12 elementos line array

VT 4887ADP, auto-amplificadas,

cada uma com 2 falantes de 8”,quatro falantes de 4” e dois drivers;

um sistema de subwoofers compos-to por quatro caixas VT4881ADP,

auto-amplificadas, cada uma comum falante de 18”. Mesa de som

PM5D; oito monitores de chão ati-vos VP7212MDP, dois monitores

de chão FZ 102A e nos microfonesos Km 184, três MK 4V, cinco

C414, um KSM 32, quatro KSM137, dois MK4, dois MK2, dois

DPA 2011, quatro Audio-TechnicaAE 3000, dois MD 421, um RE 20,

dois B57, dois B56, um AudioTechnica AE 5100, um SM 57, dois

TLM 103 e cinco SKM 2000.

Alexandre Hang operou o som da orquestra

CADERNO ILUMINAÇÃOVI

TRIN

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AÇÃO

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age.

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ILED GIGA SCREEN P4.8http://www.gobos.com.br/paineis/painel-de-led/148-iled-giga-screen-p4.8Esta tela de LED permite ótima definição, com dis-

tância entre pixels de4.8 mm. O número de dots é de43.403/m2. A configuração de pixel é 1R1G1B (SMD)

com ângulo de visão horizontal, 140° e ângulo de vi-são vertical 140°. As dimensões do gabinete são de

480 x 480 x 73 mm (LxAxP) com resolução do gabi-nete, construído em alumínio injetado de 100 x 100

pixels. O brilho é >1800 cd/m2 com níveis de cinzachegando a 4096. As cores mostradas peo equipamen-

to chegam a 16,7 milhões. O refresh rate é de 600Hz eo frame rate é de 60Hz. O ajuste de brilho é de 256

níveis. A tensão de alimentação vai de 100~230V50/60Hz. O consumo máximo do gabinete é de 300W

e o consumo médio é 120W. O grau de proteção é IP54 e o peso do gabinete é de 7,5 kg

MÁQUINA DE VENTO – DIGIFANhttp://www.gobos.com.br/iluminacao/maquina-de-vento/184-maquina-de-vento---digifanA máquina de vento DigiFan DF500 é utilizada em ci-nema, teatro, parques e estúdios de TV, foto e vídeo, com

capacidade para trabalhar nos mais severos ambientes,criando ondas, simulando ventos de pequena, média e

grande potência. Pode ser utilizada para dissipação defumaça e neblina em palcos ao ar livre. Seus componen-

tes, principalmente o motor, possuem tratamento espe-cial anticorrosão.

As especificações são as seguintes: a tensão de alimen-tação é de 200~240V 50/60Hz, o consumo máximo é

1.200W/10ª . O motor é de 500W com rotação máximade 3.500 rpm. Ele possui modo DMXon-off e controle

de intensidade. A memória tem nove programas dispo-níveis. A função turbo vai de 0 a 3500 rpm em cinco

segundos, o volume de ar é de 1.700 cbm/h. A velocida-de do vento é de 60 km/h. O controle remoto é forneci-do com cabo de 3 metros, podendo ser prolongado com

cabos DMX. O peso do equipamento é de 12,5 kg.

41

ANTARI F7 SMAZEhttp://www.antari.com/index.php/web/Products_i/114Feito para grandes ambientes, a máqui-

na de fumaça F-7 Smaze oferece uma so-lução all-in-one. Com chave para modo

“fog” ou “faze”, a máquina produz umafumaça densa ou mais leve, em cama-

das, dependendo do que se quiser fazerno local do evento. Com a tecnologia

mais avançada de ventilação, é possíveltambém uma boa neblina seca. A ver-

satilidade no controle inclui DMXwireless e DMX standalone para funci-

onar com qualquer controle que for ne-cessário. Projetado em um case, o equi-

pamento permite transporte fácil e se-guro em turnês.

ELATION RAYZOR 760www.elationlighting.comCom sete LEDs independentes de 60W RGBW

com uma amplitude de zoom de 5 a 77 graus, oRayzor 760 pode produzir um beam definido e

intenso de até 8000 lumens, permitindo a co-bertura em qualquer palco, mesmo os mais am-

plos. As sete lentes criam uma superfície grandeque é incrementada pela tecnologia SparkLED,

caracterizada pela colocação de LEDs brancosde 28x2W colocadas dentro das lentes para cri-

ar um efeito de camadas adicional. Os pixels dealto brilhodão aos light designers recursos para

criar mais camadas ou efeitos. Os SparkLEDSsão controlados por meio do console ou por

patters FX internos do equipamento.

ILUM

INAÇ

ÃO |

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rCADERNO ILUMINAÇÃO

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esta conversa, alguns tópicos de

destaque serão abordados a partirda apresentação da icônica banda ingle-

sa New Order, realizada em Curitiba emdezembro de 2018, com ênfase na at-

mosfera e repleta de referências estéti-

N

Determinadosespetáculos sedestacam dos

demais por diversosaspectos:

originalidade,ineditismo,

inovação, raridade esingularidade.

E vários elementose características

podem serassociadas a

cada uma dessasexpressões.

cas em um show caracterizado pela eu-foria e singularidade.

Dentre diversos aspectos musicais, a dé-cada de 1980 foi marcada por uma plu-

ralidade de estilos decorrentes das in-fluências da década anterior, mas que

Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de even-

tos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design

de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba e pesquisa-

dor em Iluminação Cênica.

NEW ORDER EM CURITIBA

ILUMINAÇÃO CÊNICA EApresentação da banda inglesa

New Order na Live Curitiba,

em 02/12/2018.

por Cezar Galhart

SINGULARIDADE

43

foram determinantes em dois as-

pectos principais: a disseminaçãoda música como ‘produto’ pelos

meios de comunicação em massa,pela produção dos espetáculos de

arena e a consolidação dos festivais.As transições não foram sutis, en-

tretanto. Com uma maior rotulaçãodos estilos musicais (por interesses

mercadológicos e mesmo ideológi-cos), fusões entre o Rock’n’Roll eoutros estilos e movimentos per-

mitiriam uma explosão de termose designações: Pós-Punk, Ska-

Punk, New Wave, New Romantic,NWOBHM, Glam Metal, Trash

Metal, Speed Metal, Power Metal,Indie Rock, Techno Pop e Synth-

Pop (entre tantos).Nesse último (Synth-Pop), a banda

inglesa New Order se destacacomo pioneira e uma das bandas

seminais da fusão entre Rock’n’Roll,

Pop Music e música eletrônica – oque poderia ser uma simplificação

das referências desse estilo. Ogrupo surgiu em 1980, com os

remanescentes de outra bandaedificante, Joy Division, surgida

na segunda metade da década de1970 com Ian Curtis (vocal prin-

cipal e guitarra), Peter Hook(baixo e backing vocals), BernardSumner (guitarra e sintetizado-

res) e Stephen Morris (bateria).Esta banda foi uma das principais

representantes do movimento Pós-Punk. Com o suicídio de Ian Curtis

em maio de 1980, coube aos demaismúsicos seguirem outra direção e

constituírem a New Order. Alémda adição de sintetizadores e per-

cussão eletrônica, complemen-tariam a banda com Gillian Gilbert

(teclados, sintetizadores e ocasio-nas guitarras).

Nesta que foi a sexta passagem dabanda New Order pelo Brasil, e

primeira em Curitiba, a banda in-glesa trouxe um repertório que

contemplou canções de pratica-mente todos os dez álbuns de estú-

dio (com a exceção do primeiroálbum, Movement, de 1981, e Silent

Sirens de 2013), e que integram di-versos momentos de uma carreira

de trinta e oito anos de história.Para muitos fãs presentes, essa tra-

jetória se espelha na formação cul-tural e musical de gerações, nas

quais essa banda integrava a trilhasonora elementar dos ouvintes da

extinta rádio curitibana EstaçãoPrimeira, que esteve no ar entre os

anos de 1986 e 1995.Na apresentação realizada na Live

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Curitiba, espaço de eventos e showsda capital paranaense, a formação atual

teve três dos quatro integrantes origi-nais: Bernard Sumner (vocais e guitar-

ra), Stephen Morris (bateria), GillianGilbert (teclados e sintetizadores),

além de Phil Cunningham (guitarras,efeitos e percussão eletrônica) e Tom

Chapman (baixo), que complementama banda com elevada competência.

A abertura do show com Singularity

(do álbum Music Complete, de 2015),

representou bem o que seria esse

show: uma singular demonstração depossibilidades e interações diversas

de iluminação cênica, vídeos e anima-ções com as canções (humor e ritmo).

Sequências intencionalmente repeti-das despertavam intensos e atrativos

estímulos em contraponto às melodi-as, melancólicas e perturbadoras

(muito similares às das canções dabanda Joy Division).

Na sequência, a ótima canção Regret

(do álbum Republic, 1993), cuja ilumi-

nação foi predominantemente desen-volvida a partir de fachos marcantes,

embora lentos, nas cores dominantesdo padrão RYB e também CMYK, es-

tabilizados em cenas estáticas e assi-métricas, vívidas e reflexivas. O

setlist ainda contemplaria Age Of

Consent (do álbum Power, Corruption

& Lies, lançado em 1983), Crystal (do

álbum Get Ready, de 2001), além deAcademic e Restless (ambas de Music

Complete, de 2015).Nessas canções, a predominância de

exposições monocromáticas (inter-caladas com fachos em cores com-

plementares) ora contrastavam oraharmonizavam com as imagens e

Figura 3

A abertura do show com Singularity (do álbum MusicComplete, de 2015), representou bem o que seria esse

show: uma singular demonstração de possibilidades einterações diversas de iluminação cênica, vídeos e

animações com as canções (humor e ritmo).

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vídeos projetados nas telas de LEDs,

proporcionando dinâmicas empol-gantes e vibrantes.

Nesse aspecto, a animação do públicose superava a cada nova canção, con-

tagiando os músicos que correspon-diam de maneira recíproca e surpre-endente. Assim, canções como Your

Silent Face (Power, Corruption & Lies,1983), Tutti Frutti (Music Complete,

2015) e Sub-culture (Low-Life, 1985),foram apresentadas em um crescendo

frenético, com variações diversas e

maior diversificação nos instrumen-tos de iluminação utilizadas para ce-

nas, além de variações para coresanálogas e mais intensa saturação.

Na versão estendida e alternativade Bizarre Love Triangle (do álbum

Brotherhood, 1986), havia várias refe-rências visuais à década de 1980. Nes-

se sentido, além das cores presentes

na iluminação e nas imagens pro-jetadas nas telas de LEDs, que re-

metiam aos padrões daquele período,mosaicos morfológicos se sobrepu-

nham, ora criando elementos geo-métricos simétricos e harmoniosos,

ora transpondo elementos visuaiscomplexos, contextualizados com a

temática neoplasticista e cubista.Ao mesmo tempo, as canções seguin-

tes - Vanishing Point (Technique, 1989),

Waiting for the Sirens’ Call (álbum ho-mônimo, lançado em 2005), Plastic

(Music Complete, 2015) – criavam umaunidade sonora e visual com múlti-

plas variações de cores e mais inten-sas dinâmicas nas alternâncias dos

instrumentos de iluminação, nosefeitos e nas formas, com gobos pa-

drões criando texturas e sutis con-

Figura 4

A animação do público se superava a cada novacanção, contagiando os músicos que correspondiam

de maneira recíproca e surpreendente.

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Para saber mais

[email protected]

Figura 5

trastes para as demais projeções.

Em mais uma versão estendidapara uma das mais conhecidas

canções da banda, The Perfect Kiss

(Low-Life, 1985), houve sequênciasde cenas vibrantes e hipnóticas,

complementadas com blinders sin-cronizados com os elementos de

percussão eletrônicos. Se as cenasse repetiam em looping na execução

dessa canção, initerruptamente,sutis alterações eram introduzidas

até o momento de transição, compredominância de luzes em tona-

lidade âmbar e movimentos sua-ves, para outra passagem – com

predominância de luzes azuladas eanálogas (em clara passagem de

um padrão monocromático para orespectivo complementar) - crian-

do conforto visual e preparandopara a parte final, apoteótica.

Na última sequência, três singles

essenciais na história da banda:True Faith (1987), Blue Monday

(1983) e Temptation (1982). Prin-cipalmente na segunda canção

dessa série, e um dos mais impor-tantes hits da história da banda,

por referência direta ao título dafaixa, variações de luzes azuladas

eram somadas a fachos saturadosintensos, ou temperados com co-

res análogas, do ciano ao violeta.Moving lights com gobos faziam

varreduras no espaço cênico, reve-lando detalhes e emoldurando os

músicos, sensivelmente.No bis, um momento especial para

todos os fãs. Em homenagem àprópria história da banda, covers

de Joy Division, com as cançõesAtmosphere (single), Decades (do

aclamado álbum Closer, de 1980) eLove Will Tear Us Apart (single),sendo esta considerada como um

hino da década de 1980. Neste mo-mento, imagens históricas da dé-

cada anterior e principalmente dovocalista Ian Curtis comoveram o

público, em uma apresentação me-morável e emocionante para todos

os presentes, indubitavelmente.Tão singular quanto uma apresen-

tação musical, caracterizada porinterações imprevisíveis e espon-

tâneas, únicas e incomparáveis,destaca-se a iluminação cênica,

capaz de estimular essas relaçõesentre os protagonistas e públicos,

que pelas percepções visuais, esta-belecem conexões emocionais e

marcantes, eufóricas e singulares.Abraços e até a próxima conversa!

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LUIZ

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Foto: George's Studio

À CAPELLA

JOANA X,

o vê-la entrar no palco, senti um misto de emo-

ções contraditórias. Não que Joana X (não achoque ela quisesse ter seu verdadeiro nome citado aqui)

fosse algo de incomum: era a sexta cantora da noite,naquele concorrido festival de música de uma cidade

do interior paulista que nunca deixava de mostrar al-gumas boas surpresas, o que fazia com que eu sempre

aceitasse o convite para integrar seu júri. Enfim, JoanaX, não era o que se convencionaria chamar de “boni-

ta”, o rosto excessivamente anguloso emoldurado poruma saudável – e decerto, voluntária - bagunça de be-

los cabelos naturalmente ruivos. Mas tinha sua luz

própria, que parecia vir da falsa desproteção que apa-rentava. Não digo “falsa” por haver malícia ali, mas

justamente por parecer ser isso o que ela tentava es-conder do público. Em termos de palco, a roupa tam-

bém não ajudava muito: enquanto suas concorrentes

A

tinham caprichado – às vezes, demais, afinal de contaseram os anos oitenta - no que acreditavam ser um jeito

“original” de vestir-se, Joana era toda jeans-camiseta-all-star. Por que então eu sentira essa espécie de intui-

ção agradável ao vê-la acertar a altura do microfonecom um meio sorriso que parecia dizer que não era exa-

tamente ali que ela queria estar? seu lugar talvez fosseatrás do balcão de um pub irlandês, ou num pequeno

navio em alto mar, onde - aí, sim! – cantaria para asondas como uma sereia deslocada do seu habitat. (De

novo, explicando, não digo “sereia” porque ela tivesseum corpo escultural, nem havia corpo a se adivinhar

debaixo da camiseta azul XXL que parecia ter caídosobre ela naquela mesma manhã, enquanto, quem

sabe, ainda nua, ela estivesse sorvendo lentamente seucafé sem conseguir decidir o traje do dia, mas falo isso

apenas porque ela parecia ter guelras no longo e ele-gante pescoço salpicado de sardas). O júri estava colo-

cado bem próximo e um pouco acima do palco. Tínha-mos uma visão bem clara, embora lateral, de tudo o que

acontecia. Dando pequenas olhadas de soslaio à es-querda e à direita, Joana X esperava a banda tomar suas

posições. Ela interpretaria a música de uma dupla mi-nha conhecida, contumaz vencedora de alguns festi-

vais semelhantes. O tecladista atacou o primeiro acor-

de, seguiu mais uns três ou quatro compassos e subita-

mente parou, como se não soubesse o que vinha a se-guir. De repente, do nada, Joana X começou a cantar, à

capella. Sua voz nos envolveu de imediato. (De novo, oparênteses, só para expor uma impressão que tenho:

certas pessoas parecem não precisar de garganta para

JOANA X,À CAPELLA

Por que então eu sentira essa espécie de intuição agradável ao vê-laacertar a altura do microfone com um meio sorriso que parecia dizer

que não era exatamente ali que ela queria estar?

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[email protected] | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM

cantar, aquele sopro da voz sai do pulmão, passa pelocoração, ignora a função das cordas vocais e sai impune

pelo mundo, levando nós, os inocentes, às lágrimas).A música – o Cavalo, digamos assim - era bonita, mas

a voz de Joana X – o Orixá - era algo mais e produzianela uma transmutação espantosa, uma possessão,

como se a abóbora da Cinderela invertesse o efeito einsistisse em ser carruagem mesmo depois da meia

noite. Diante disso, a entrada da banda na segundaparte – embora fosse excelente – não só não fez figura,

como também seria dispensável. Aplausos delirantesao final não conseguiram abalar o ar etéreo da cantora.

Claro que Joana X levou o prêmio de melhor intérpre-te. O inesperado é que a música ficou com um injusto

quarto lugar. Desci aos camarins de-pois do anúncio dos resultados.

Joana X consolava os autores – comrazão inconformados – e uma outra

cantora sua amiga, que chorava aosborbotões por não ter conseguido

nada. Fui chegando devagar, porqueainda estava sob o impacto da voz

daquela pessoa e supus que ela pode-ria ser uma entidade interplanetária

pronta a desaparecer sob a mínimapressão terráquea:

- Parabéns... – falei, tímido.Ela virou-se para mim, tinha – ago-

ra eu via – olhos muito verdes, o queconfirmava minha tese marinha:

- Obrigada... mas, desculpe...-?

- Como vocês não classificaram amúsica? é linda!

Eu também não saberia explicar,visto que tinha dado nota máxima

a tudo o que acontecera durante aapresentação dela: cantora, músi-

ca, banda, arranjo e sei lá mais o quê. Mas fui sincerocomo os mais sinceros personagens rodriguianos:

- Se você cantasse essa canção inteira à capella, comocomeçou, era primeiro lugar. Com todo o respeito aos

seus excelentes músicos.Ela reclinou a cabeça para trás e soltou uma sonora – e

marítima – gargalhada, contrassenso total numa per-sonagem que eu julgara esotérica. Sua amiga estancou

o choro, a dupla de compositores parou de se lamentar,acho que todos ali no camarim mergulharam na mes-

ma surpresa que eu. Ela continuou:- Mas com essa voz que eu tenho...

Olhou para a amiga, compassiva:- Mari é que devia ter cantado essa música, falei pra

ela, mas ela quis cantar a do namorado!Sorriu para mim, acariciando o cabelo da já consola-

da amiga:- O amor é lindo!

Sorri também, por puro reflexo. Como “com essa vozque eu tenho”?!

- Mas sua voz é muito bonita! afinada, clara, penetran-te, emocional, poderosa!

Arrependi-me imediatamente da minha explosão deadjetivos. Joana X baixou a cabeça, puxou a amiga mais

para si e voltou para sua concha. Soltou um “obrigado”formal, fazendo com que eu me sentisse um idiota e sa-

ísse dali rápida e silenciosamente.Anos mais tarde, encontrei Joana e Mari cantando

num bar paulistano. Nessa noite, Joana acabou porensinar-me a dançar forró, agora bem menos marinha

e mais terra firme. Alguma coisa que quase aconteceriaentre nós acabou por não rolar, é a vida. Porém o mais

estranho disso tudo é que Mari – e não Joana – foiquem virou estrela da música popular brasileira, cheia

de sucessos e shows. Joana X, ao que me parece, fechou-se mais uma vez em sua concha de Botticelli. Nunca

mais ouvi sua voz cheia de adjetivos. O que me leva devolta à velha moral da história: quem não se acredita,

se trumbica.Mesmo sendo Joana X, jeans, camiseta e all-star viran-

do roupas de grife em meio ao mais lindo solo capellaque já ouvi na vida.

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