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O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

CONFERÊNCIA INTERESTADUAL15 E 16 DE JULHO, EM ARACAJU

Edição Diária 7247 | Salvador, de 07.07.2017 a 09.07.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

RESISTÊNCIA POPULAR

Atuação dos públicos é decisiva

Bancários do BNB definem demandas

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A mobilização popular não dá trégua. Na terça-feira, os trabalhadores realizam marcha, em Brasília, para pressionar os senadores contra a aprovação da

Pressão no Senado até o último minuto

fabiana ribeiro

reforma trabalhista, prevista para ser votada na mesma data. O projeto retira direitos históricos dos trabalhadores em uma única canetada. Página 4

Somente a mobilização popular pode interromper a escalada de ataques aos direitos dos trabalhadores

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 07.07.2017 a 09.07.20172 BANCÁRIOS

Evento tem início nesta sexta-feira, em SalvadorANA BEAtriz lEAlimprensa@bancariosbahia.org.br

gil ferreira - agência cnJ

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Congresso do BNB reserva ricos debates

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - imprensa@bancariosbahia.org.brJornalista responsável: rogaciano Medeiros - reg. MtE 879 Drt-BA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. MtE 4645 Drt-BA. repórteres: Ana Beatriz leal - reg. MtE 4590 Drt-BA e rafael Barreto - reg. SrtE-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Salete Maso. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

DISCUSSõES ricas e aprofun-dadas sobre as prioridades dos bancários e a conjuntura nacio-nal. Os dois dias do 23º Con-gresso Nacional dos Funcioná-rios do BNB serão intensos. O Sindicato envia delegados para o evento, que acontece nesta sexta e sábado, em Salvador.

Além da aprovação do re-gimento, a sexta-feira será re-servada para a discussão sobre conjuntura e reformas. Depois, é a vez da defesa dos bancos pú-blicos, ameaçados pela política neoliberal do governo Temer.

No sábado, a partir das 9h, os delegados serão distribuídos proporcionalmente em quatro grupos de trabalhos. O primei-ro vai debater emprego, jornada

e novas tecnologias, revisão do PCR/PCF e concurso público.

Saúde e Previdência – cus-teio CAMED, assédio moral, aposentados INSS e Capef, além da revisão e atualização do Plano BD Capef, são os as-suntos a serem debatidos pelo segundo grupo.

O terceiro grupo vai discu-tir banco público, combate à terceirização, papel do BNB enquanto banco público e re-gulamentação do sistema fi-nanceiro. Por último, organi-zação e mobilização, campanha nacional, organização de base, fortalecimento dos sindicatos e direito de greve.

Às 16h, ocorre a plenária fi-nal do evento. Os delegados têm voz e voto, mas o Con-gresso é aberto. Os bancários podem e devem dar contribui-ções para avançar nas questões pendentes do BNB e criar es-tratégias de mobilização e en-frentamento da instituição fi-nanceira e do governo.

tarifas bancárias chegam a variar até 444%. DemaisO CONSUMIDOR brasileiro deve abrir os olhos para não

cair em cilada. A recomenda-ção é pesquisar bem antes de

Bancos cortam cartões de clientes mais pobresO SISTEMA financeiro é cruel e excludente, especialmente com os clientes de baixa renda. Banco do Brasil e Itaú retira-ram de circulação 1,2 milhão de cartões de crédito nos primei-ros quatro meses deste ano. Os mais pobres foram penalizados, por apresentarem maior risco às instituições.

Em relação ao mesmo perío-do de 2016, a base de cartões do BB recuou de 22,2 milhões para

17,2 milhões. Já a do Itaú, de 32,1 milhões para 28,9 milhões. Bradesco e Santander não in-formaram números.

Na Caixa, houve uma eleva-ção de 200 mil cartões de crédi-to nos quatro primeiros meses deste ano e de 700 mil na com-paração com o primeiro trimes-tre de 2016. Apesar disso, a ins-tituição tem a menor carteira de cartões de crédito entre os grandes bancos (7,2 milhões).

abrir uma conta no banco. As tarifas cobradas pelas empre-sas podem variar até 444%, aponta o Procon-SP.

A taxa cobrada para paga-mento de conta por meio do cartão de crédito é um exem-plo. O cliente do Banco do Bra-sil paga tarifa no valor de R$ 4,50 enquanto que o do San-tander desembolsa R$ 24,50. Discrepância.

Diferença também nos rea-justes feitos entre 2016 e 2017.

A Caixa foi o banco que mais aumentou, elevação de 126,67% entre um ano e outro. Ao todo, 28 tarifas foram reajustadas. Outro público, o BB, aparece na segunda posição. Aumento de 100% em 31 tarifas.

Os pacotes padronizados - que os bancos são obrigados a oferecer ao cliente - também foram reajustados entre 2016 e 2017. Para esses serviços, a dife-rença é de até 22,58%. As empre-sas fazem o que bem entendem.

Banco do Brasil e itaú retiraram de circulação 1,2 milhão de cartões

Clientes devem pesquisar banco que oferece melhor opção de tarifas

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, de 07.07.2017 a 09.07.2017 3BANCOS

Governo temer quer sucatear e privatizar as empresas estataisrAFAEl BArrEtO imprensa@bancariosbahia.org.br

João ubaldo

Públicos, fundamentais no acesso ao crédito

PARA retaliar, os bancos de-ram falta aos funcionários que aderiram à greve geral do últi-mo dia 30. Mas, o Sindicato dos Bancários da Bahia entrou na Justiça contra o desconto irre-gular e absurdo.

A entidade já tem ação con-tra o corte nos salários por con-ta da greve do dia 28 de abril. Os trabalhadores têm o direito de cruzar os braços. Está ga-rantido na Constituição. Além disso, antes de deflagrar a gre-ve, o Sindicato tomou todas as medidas legais. A atitude é ar-bitrária e deve ser combatida.

A SITUAçãO dos bancos públi-cos no Brasil preocupa. As rees-truturações realizadas pelo go-verno de Michel Temer buscam

o sucateamento para posterior venda de instituições como Caixa e BB, principais respon-sáveis pela movimentação de crédito no país.

Por isso, o momento é de toda a população clamar em defesa dos públicos. Segundo relató-rios de 2015, Caixa e BB são res-ponsáveis por mais da metade da oferta de crédito no país. Das 551,5 milhões de operações, 284

milhões, ou 52,1%, vieram da Caixa (158,9 milhões) ou do BB (125,1 milhões) naquele ano. Só depois aparecem Itaú (121,3 mi-lhões), Bradesco (74,1 milhões) e Santander (72,1 milhões).

O governo, financiado pelas elites, tenta desmontar as em-presas. A intenção é mesmo en-tregar o patrimônio brasileiro de bandeja para o grande capi-tal. Lamentável.

Itaú defende a reforma trabalhistaNãO bastaram as declarações na imprensa. O dono do Itaú, Roberto Setúbal, publicou ar-tigo junto à aliada Folha de S.Paulo, sob o título A impor-tância da reforma trabalhista, para defender, mais uma vez, a aprovação do nefasto projeto do governo Temer.

As justificativas apontadas pelo banqueiro são as mesmas elencadas por Temer e já total-mente rebatidas pelo movimen-to social e sindical. No artigo, Setúbal vende a ideia de “mo-dernização das relações labo-rais”, mesmo a CLT (Consoli-dação das Leis de Trabalho) já

tendo passado por atualizações de 80% dos artigos desde a cria-ção, em 1943.

Além disso, o dono do maior banco privado do país afirma que as mudanças, somadas à ter-ceirização, vão aumentar “a efi-ciência e a competitividade das empresas, o que deverá levar a uma maior oferta de emprego”. Balela do sistema financeiro, já que, com o rebaixamento dos salários, haverá menos poder de compra para consumir e fazer a economia crescer.

Roberto Setúbal cita ainda que os números de processos traba-lhistas no Brasil chegam a qua-se 4 milhões, o que, para ele, é muito. Mas, o percentual só é tão grande porque as empresas não respeitam a legislação.

Nova edição do ConversAção está no ar. AssistaA 5ª edição do programa Con-versAção já está disponível no site do Sindicato dos Bancários da Bahia (www.bancariosbahia.org.br). O convidado é o presi-dente da OAB/BA (Ordem dos Advogados do Brasil – seção Bahia), Luiz Viana.

Em uma conversa interessan-te, Viana traça um panorama do Judiciário baiano e aborda a temática referente ao desmon-

te da Justiça do Trabalho, espe-cialmente com as restrições que podem ser impostas com a re-forma trabalhista proposta pelo governo Temer, que pode ser votada na terça-feira.

Entre os diálogos, Viana con-ta que a “OAB tem posição fran-ca e contrária à intenção de di-minuir a Justiça do Trabalho e torná-la dispensável com a pro-posta”. Vale a pena assistir.

Sindicato na Justiça contra falta

O presidente da OAB/BA, luiz Viana, é o convidado do ConversAção

Falta do dia da greve é arbitrária

Para dono do itaú, reforma trabalhista moderniza relações de trabalho

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 07.07.2017 a 09.07.20174

SAQUE

RESISTÊNCIA POPULAR

trabalhadores se mobilizam na data prevista para a votação da reforma trabalhistarAFAEl BArrEtO imprensa@bancariosbahia.org.br

Marcha em Brasília na terça

FINALIZAçãO Com o fim do pagamento milionário para manter a boca fechada e no desespero para encurtar o tempo na prisão, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está concluindo o levanta-mento do material que vai ampará-lo na delação premiada. Pro-mete apresentar muitas provas. O depoimento do ex-presidente da Câmara Federal, um dos principais protagonistas do golpe, pode apressar a queda de Temer e engaiolar muita gente. Inclu-sive na Bahia.

NÚCLEO Além de Temer, a delação de Eduardo Cunha ame-aça direta e concretamente mais três grandes figurões do gover-no. Os ministros Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presi-dência, e Eliseu Padilha, da Casa Civil, mais o senador Romero Jucá. Atinge os principais homens do presidente. O chamado núcleo duro. Sujeira total.

VIROU ... Uma semana depois de o STF devolver o mandato de Aécio Neves (PSDB), flagrado em crimes de obstrução da Jus-tiça, plano para assassinato e cobrança de propina, o Conselho de Ética do Senado, por ampla maioria, arquivou a representa-ção contra o senador mineiro. As elites perderam completamen-te o mínimo de respeito que ainda restava aos princípios repu-blicanos e ao sentimento de nacionalidade.

CAMPEãO O jornalista Jânio de Freitas garante que Geddel Vieira Lima (PMDB), preso esta semana pela PF, é o campeão da impunidade entre os políticos. Lembra que em 1993 ele escapou do escândalo conhecido como “anões do orçamento”. O caso fez alguns deputados perderem o mandato em todo o Brasil e na Bahia atingiu mais dois parlamentares, o também peemedebista Genebaldo Correia e João Alves de Almeida, na época PFL.

CERTÍSSIMO Diante de tudo que está se vendo e descobrin-do no Brasil de Temer, não há como deixar de reconhecer que o ex-ministro Ciro Gomes, presidenciável do PDT, tem inteira razão quando diz que o golpismo colocou “uma quadrilha” para governar o país. É muito roubo. E as classes médias, adoradoras do falso moralismo, escondem as panelas que antes batiam em louvor ao golpe.

CHORãO Alvo de denúncia no Conselho Nacional do Minis-tério Público por constantes postagens no Facebook ofensivas à honra e a dignidade do ex-presidente Lula, o procurador federal Carlos Fernando Lima se queixa de Temer estar asfixiando fi-nanceiramente a Lava Jato. Logo ele, que apoiou abertamente o golpe e o ajudou diretamente a chegar à presidência.

OS TRABALHADORES devem marchar até Brasília na terça--feira para pressionar, mais uma

vez, os senadores sobre a vota-ção da reforma trabalhista, que acontece na mesma data. A con-

vocação feita pelas centrais sin-dicais e federações é para barrar o projeto que retira direitos his-tóricos dos trabalhadores.

Além do teor neoliberal do texto, que beneficia os emprega-dores em detrimento dos traba-lhadores, especialmente com a prevalência do negociado sobre o legislado, os senadores devem dizer não também à omissão da casa revisora, que se fechou à atribuição primordial de disse-car o texto e promover emendas mais do que necessárias apenas pelo pedido do governo Temer

que, em carta, se comprometeu a fazer ajustes por meio de me-didas provisórias. É demais.

Vale lembrar que o PLC 38/2017, da reforma, teve o re-querimento de urgência aprova-do por 46 votos a 19 na última terça-feira. A tentativa desespe-rada de Temer, que é investiga-do pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por corrupção passiva, é aprovar o texto apoiado por banqueiros e grandes empresá-rios antes do recesso parlamen-tar de julho. Muita pressa para destruir os direitos do povo.

Debate, hoje, sobre crise nacional em SalvadorDEBATER a crise política e econômica do Brasil e buscar soluções para superar o atual momento, preservando os direi-tos do povo. Com esse objetivo, acontece, hoje, na Fieb, Stiep, palestra sobre a Crise e o desen-volvimento nacional.

O evento começa às 9h. No-mes de peso participam, como o economista e professor da Uni-

camp, Luiz Gonzaga Belluzo. O presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Adilson Araújo, é um dos convidados.

As reformas trabalhista e da Previdência também estão na pau-ta do debate, que conta ainda com as participações do ex-governador da Bahia e ex-ministro, Jaques Wagner, o reitor da Universida-de Federal da Bahia, João Carlos Salles, o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), Gustavo Casseb Pessoti, o presi-dente da Fieb, Antonio Alban, e a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marian-na Dias. O evento é realizado pelo deputado federal Davidson Maga-lhães (PCdoB-BA).

trabalhadores devem ocupar Brasília. reforma trabalhista está na reta final

João Salles, da UFBA, é palestrante