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Sonetos para Ser entendido

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Públio Athayde estreia na poesia de uma forma pouco comum. É o próprio título que talvez forneça a principal chave de leitura dos textos: algo como uma ascese para se chegar ao entendimento e ser um entendido em paz neste mundo. O leitor, além disso, deve se manter atento, tal como o poeta nos adverte o poema “De atalaia”: “Porque coisa escondida existe / Até no mais óbvio do chiste.”

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Sonetos para Ser entendido 

2009

 

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SONETOS PARA SER

ENTENDIDO

Este texto foi revisado, preparado e composto

pela Editora Keimelion. [email protected]

http://editorakeimelion.blogspot.com/ (31)3244-1245

Revisão: Roberto Arreguy Maia

(sonetos anteriores a 2000)

© Públio Athayde [email protected]

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Dedico estes versos à turma que comemorou

comigo o centenário da Guerra de Zanzibar.

Ouro Preto, 13 de julho de 1996.

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Públio Athayde 5

SUMÁRIO

 

ENTENDEU? ............................................................................... 6 1. SONETOS SELECIONADOS ............. 11 2. SONETOS VERBALIZADOS .............. 51 3. SONETOS GRATUITOS ...................... 77 4. SONETOS SERIADOS .......................... 82 5. SONETOS TRANSFORMADOS ......... 91 6. SONETOS INFANTIS ......................... 111 7. AS QUATRO ESTAÇÕES .................. 115 8. APÊNDICE ........................................... 128 ÍNDICE ...................................................... 145

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Públio Athayde 6

ENTENDEU?

Públio Athayde estreia na poesia de uma forma pouco comum. É o próprio título que talvez forneça a principal chave de leitura dos textos: algo como uma ascese para se chegar ao entendimento e ser um entendido em paz neste mundo. O leitor, além disso, deve se manter atento, tal como o poeta nos adverte o poema “De atalaia”: “Porque coisa escondida existe / Até no mais óbvio do chiste.”

Como qualquer comentário, este também opera um corte que se quer radical, pois supõe assim resgatar precisamente o nervo mais teso, se aproximar de onde bombeia mais sangue. Como sabemos, o cômico, a ironia, o grotesco, o escatológico, o blasfemo, o chulo são territórios considerados menos nobres na literatura, ainda sob o império do apolíneo. São raros, portanto, os autores que levam a sério a pesquisa desses territórios e sabemos de sua luta para terem as respectivas obras reconhecidas.

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Públio pode pertencer a este heterodoxo grupo, a depender dos passos que ainda vai dar. Neste livro que ora se publica, o que de positivo ele pode nos oferecer é essa visão sardônica e básica da ausência, da solidão e da insignificância, que um poema como “Carência” deixa claro com todas as letras: “o homem comum é só um filho da puta”. Quem dera fôssemos filhos de Deus! Nesta cartografia aqui e ali sarcástica sobre o solitário ser, citaria ainda dois belos versos do poema “Gelado de frio”, pela simplicidade estonteante com que ele consegue operar com pequenas “bobagens”, diriam alguns: “Faço uma retirada a esmo (...) Concentro-me em meu umbigo”.

Mas há ainda algo mais importante. O modo tão puro e descarado, e isto não é um paradoxo, com que aborda o amor e o sexo homossexual, atingindo em certos momentos resoluções bem satisfatórias. É o caso de “Esgrima”, para mim o melhor poema do livro, misto de epifania e apologia, que nos faz lembrar a boa poesia erótica, mas também um autor tão singular quanto Glauco Matoso, a quem possivelmente este poema

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agradaria. Assim também se demarca uma diferença, já que a maior parte poesia erótica homossexual no Brasil das últimas décadas é normalmente reticente, vaga, implícita.

Notável ainda que este mapa mínimo de vivências afetivas é descaradamente moderno, sem culpas, livre, como em “Cantos de amores de mil amados”, onde podemos ler “Eu sem ti e sem mais tantos”... Nesta série, o melhor soneto fica sendo “Tipo ideal”, com a frase de encerramento: “ Serei teu, menino.” E não recua diante de sentimentos menos “Nobres”, como em “Não sei que soneto”: “Não te prendo, só de corrente.”

Como não poderia faltar, Públio é desses leitores que pode transformar todo luxo em “lixo”, esmerando-se na arte da colagem, do pastiche, da citação descabida, do deslocamento imprevisto. A sessão dos “Sonetos transformados” é onde isto se nota de forma mais evidente. Deles, destaco os grotescos versos finais de “Soneto”, feito a partir de um soneto de Gregório de Matos, e “Círculo viciado”, escrito a partir de “Círculo vicioso” de Machado de Assis. Contudo, o poema mais hilário

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de todo o livro para mim continua sendo “Sem o mar”, “descontruído” a partir de “Mar”, de Augusto Frederico Schmidt, onde atingimos os píncaros do nonsense e da insinuação, que é tudo, menos vaga. Aí é que vemos o que uma boa foice pode fazer. Interessante notar que, aqui, mais que em outras sessões, a forma do soneto explicita-se em todo o seu desgaste, que é também de onde se pode retirar a força do deboche.

Encerro por onde comecei, pela coisa escondida no mais óbvio do chiste. Encerro no poema “Pátria”, da sessão “Sonetos infantis”, que foi escrito quando Públio era ainda um menino e acreditava em tantas coisas importantes. É porque no centro do riso mora uma pungência insofismável.

Ronald Polito

Passagem de Mariana, 04.07.99

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Públio Athayde 10

Dieu le veut, noblesse oblige,

je m'en fous.

Belo Horizonte, 16 de fevereiro de 1996.

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11.. SSOONNEETTOOSS SSEELLEECCIIOONNAADDOOSS

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Públio Athayde 12

SONETO DO TORMENTO

Tal tormento deste encanto, Teu intento tão ativo, Tem motivo, tem portanto, Traz alento: estou cativo.

Tu és todo tanto acalanto, Tão quanto tens só talento. Te tomo, tento, entretanto, Tua mão entre tanto tento.

Tom e matiz de contrastes, Tens toda cor e artes tantas: Tez e timbre que encontrastes.

Três tempos, todos encantas; Tais atributos mostrastes, Teus dotes, que tu não cantas.

Belo Horizonte, 16 de maio de 1995.

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Públio Athayde 13

SONETO DO DOCE TORMENTO

Mas que doce tormento, Assedias minha alma. Ai! que és o alimento Que me excitas e acalma.

Rindo, que me dás alento, Quero tua mão em palma, Como meiga oferenda Sem qualquer contenda

Espero agora o instante Em que tal alegria Logo seja constante,

Pois sei que faria Outro de mim, confiante: Não mais sofreria.

Ouro Preto / Vitória, 13 de novembro de 1993.

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Públio Athayde 14

SONETO DO QUERER

Que de tudo, quero o querer; Só me resta o saber. Que de tudo, quero o poder; Só me resta o sofrer.

Quem de todo quero ter, Só me resta sofrer. Quem de todo quero ser, Só me resta saber.

Pois todo querer se resume Na vontade que se assume, Ou no fogo que a consome.

Pois todo ser se resume Na vontade que assume, Ou no fogo que se some.

São Mateus, 23 de junho de1994.

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Públio Athayde 15

CARÊNCIA

Tão carente esta noite quanto em outras tantas, Sofro angustiado a dor de quem não tem destino, Recorro a Maria, a Virgem, e às outras Santas, Sabendo-me infiel, cometo este desatino.

Perco a vida e a esperança de toda glória, Pois me falta inspiração e força para luta, Desconhecendo-me parte desta História, Onde o homem comum é só filho da puta.

Penso que o tempo não fluindo mais, paro agora, Lembro-me de tudo em que não sei pensar, Fico devendo à mente, que não intui hora,

Um outro motivo para o grande pesar Que me torna a vida sem rumo, deixa doente, Sem saber ao menos do que sou tão carente.

Belo Horizonte,18 de maio de 1995.

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Públio Athayde Este e outros livros estão disponíveis para compra pelo sistema de impressão sob demanda! Estou preparando para disponibilizar todos meus trabalhos. Com o apoio de meus leitores, milhares, que se dispuseram a ler meus trabalhos nas versões e‐book. Agora eles podem ser impressos! Acesse http://clubedeautores.com.br/ e pesquise por meu nome. Se este link estiver disponível, ele vai diretamente à minha página lá: http://migre.me/at4p  

 

Articulando Coletânea de artigos. Alguns são artigos leves, outros bem mais profundos. Alguns têm origem em trabalhos acadêmicos e foram simplificados para essa edição, estando disponíveis inclusive pela internet, suas versões completas e anotadas. Há artigos bem recentes e outros de mais de dez anos. Novo livro publicado. Não necessariamente novos textos, pois se trata de uma coletânea 

de Públio Athayde:  "Juntei alguns artigos espalhados (mentira: estavam todos na mesma pasta do computador), selecionei bastante (outra mentira: coloquei tudo que era pertinente) e organizei esse livrinho eletrônico com o que prestava (ou eu pensei assim). O bacana é a facilidade, o baixo custo (zero) e a provisoriedade: tudo pode e vai ser revisado montes de vezes e nunca estará perfeito."   

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O objetivo deste 

Manual Keimelion 2010para redação acadêmica 

é subsidiar a produção de textos científicos, fornecer elementos para que os aspectos linguísticos e formais não constituam grandes obstáculos ao trabalho. Espera‐se que aqui se encontrem algumas indicações de procedimentos a serem seguidos ou evitados. São fornecidas sugestões de apresentação dos trabalhos, de 

acordo com as usuais formatações e regras de referência. Note‐se que há enormes variações entre as diferentes instituições quanto a esses aspectos. As formas propostas são síntese simplificada das exigências genéricas. Este trabalho é fruto de minha experiência como revisor, atuando especificamente com teses e dissertações ao longo de mais de dez anos.   

Camonianas:Quatro sonetos de Luís de Camões dão origem a 56 composições em que o poeta Públio Athayde desenvolve sugestões de cada um dos versos da significativa tetralogia. Tomado como primeira frase dos novos poemas, o verso do grande luso é o mote que conduz o desempenho do sonetista ouro‐pretano no virtuosismo de uma delicada, difícil e audaciosa operação. 

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Confissões “confissões/ foram tantas/ nas lições/ que me cantas”. Mais poesias de Públio Athayde; desta vez, poesia confessional. Crônica completa de um amor do passado em sonetos livremente acrósticos. Todo ilustrado com fotos de Ouro Preto antigas. 

  

Dirceu:  Sonetos Bem(e)Ditos Quatorze versos cada poema de vário amor absolutamente bandido. Uma contorção de quem subtrai a Musa ao tango para trazê‐la a um sabá orgírico em ritmo de seresta. Poesia‐tese é a resposta que Doroteu nos oferece... 

 

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Marília & DirceuUm triângulo de dois vértices 

Teatro. Drama em um ato de Públio Athayde sobre textos de Tomas Antônio Gonzaga, José Benedito Donadon‐Leal e Públio Athayde. Ao fundo do palco vêem‐se a casa de Marília e, em último plano, o IItacolomi, nos lados, altares "barrocos" com ícones gregos mencionados no 

texto; alguns móveis, dois leitos e adereços de época, velas acesas, luzes cambiantes entre os vários ambientes de cena. 

Sonetos para Ser entendido“É o próprio título que talvez forneça a principal chave de leitura 

dos textos: algo como uma ascese para se chegar ao entendimento e ser um entendido em paz neste mundo. O leitor, além disso, deve se manter atento, tal como o poeta nos adverte o poema “De atalaia”: “Porque coisa escondida existe / Até no mais óbvio do chiste.” [...] Como sabemos, o cômico, a ironia, o grotesco, o escatológico, o blasfemo, o chulo 

são territórios considerados menos nobres na literatura, ainda sob o império do apolíneo. São raros, portanto, os autores que levam a sério a pesquisa desses territórios e sabemos de sua luta para terem as respectivas obras reconhecidas. [...] Encerro no poema “Pátria”, da sessão “Sonetos infantis”, que foi escrito quando Públio era ainda um menino e acreditava em tantas coisas importantes. É porque no centro do riso mora uma pungência insofismável. " Ronald Polito 

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Sonetos para Ser entendido

Públio Athayde 16

GLÓRIAS

Tantas são as que se podem alcançar, Pela vida de lutas constantes: Algumas ao ocaso e nunca vêm antes, Outras vão e voltam como a luz do luar.

Há as que se obtêm na vitória da guerra, Não são perenes, mas plenas de luto. Alcançam-se pela ciência, se arguto, Mas todo sábio tem o dia que erra.

Pelas artes e letras as conseguem, Mas para isso o dom necessário é nato. Como se poderão obtê-las de fato?

Que não seja segredo para ninguém: As únicas mansas mesmo na dor, Ao alcance geral, as glórias do amor.

Belo Horizonte, 18 de maio de 1995.

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Sonetos para Ser entendido

Públio Athayde 17

DESESPERO

Em paroxismo de dor, à beira do abismo, Pranteio inerte o desidério vil, solerte, Que entre augúrios, quer legítimos quer espúrios, Dúvida crua crava meu peito como grua.

Em sintonia com a alma o corpo que agonia Roga por paz a um Deus que há muito nada faz. Em um espasmo cardíaco, qual um orgasmo, Meu ser soluça e sobre o nada se debruça.

Miro o vazio, como fuga, e me extasio. Escuto e vejo as vagas, clamando de ensejo, Qual rude sina que a esperança assassina.

Mas a esperança já é morta desde que, criança, Soubera ter toda vilania, sem poder Optar sofrido ter vivido ou morrido.

Belo Horizonte, 19 de maio de 1995.

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Públio Athayde 18

Sê Que Dó

Tem.

Dê Se Vê

Bem.

Dá Cá M'a

Pá; De

Quê?

Belo Horizonte, 2 de junho de 1995.

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Públio Athayde 40

DORME

Só assim Retorna Pra mim: Madorna.

Do modo Que fala Já rodo De pala.

Dormindo De leve, Tão lindo,

Me deve Favores E amores.

Belo Horizonte, 28 de julho de 1995.

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Públio Athayde 41

O SILÊNCIO

O Silêncio, gotejando lágrimas doídas Por almas ceifadas, gente morta, Enquanto pranteia pungente, exorta, Cada nota soluçando por mil feridas.

A melodia, pior que o chumbo inimigo e o aço, Corrompe cada fibra do peito, Relembra todo mal que foi feito, Vertendo fel, destila ódio a cada compasso.

O silêncio, pairando encharcado do pranto, Descansa, mas vai se romper breve Pois para matar não se faz greve.

A melodia, que lembra sofrimento tanto, Logo termina, e apenas ecoa, Toca de novo, e tortura à toa.

Belo Horizonte, 28 de julho de 1995.

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TEMPO PASSADO

Mal passado tempo, mal passadas horas, Desvario de caminho, leda escolha, Que tu me aprouveste e não me aprazes, Pois teu regaço já não seduz.

Esta tez que foi cativa, diz, Não é a mesma e só sugere asco? E quais lábios tive aos meus, Mesmos que hoje reputo amargos.

Corpo e ser de anseio atrito, Mais conflito agora que qualquer. Vai e vem, sem ter a quem. Eu não.

Ora pois, que já fostes, não és. Nem quem fui sou mais, bem sei: É que vida pra nós só tem um rei.

Belo Horizonte, 29 de outubro de 1995.

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Públio Athayde 43

ACRÓSTICO

Alma florescente e gênio amigo, que te conheço agora, faz pouco, De quem sei o que vejo, sou louco, já quero cada instante contigo. Rápido que fui, quero perdão, pelo engano que não cometi: Ia mesmo para junto de ti, correr o risco do sim ou não. Antes incerto que este amor dure, como encanto que não desintegre, Nunca tão perto, já mais alegre, pra sempre espero que ele se apure. Ontem vi que nós somos assim: um e outro, eu pra ti, tu pra mim.

Belo Horizonte, 3 de novembro de 1995.

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Públio Athayde 44

ÉBRIO

Ébrio soneto que de rima nova Reveste a cálida noite de afeto Enquanto esconde no leito incorreto Fimícola paixão em profunda cova...

Ébrio verso que de métrica torta Recobre o entardecer de esperança Mas ilude desejo que nada alcança Ledo engano ou virtude toda morta...

Ébrio mote que a inspiração glosa Revira a manhã fugindo ao castigo Para o crime de volúpia dolosa...

Ébrio poema que em ritmo derrogado Revolve o dia procurando um abrigo Para cada amor sempre excomungado...

Belo Horizonte, 26 de maio de 1996.

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Públio Athayde 45

ODE AO TEMPO

Ode ao tempo: Ódio ao tempo; Oh! dê um tempo, Ó Deus do tempo.

Odeio o tempo: Oh! dei um tempo, Ou dei tempo, Ou deu tempo.

Ou Deus, ou tempo: Ou deu a tempo, Ou deu o tempo.

Ódio, ao tempo? Ou Deus e tempo? Ó Deus! e ó tempo!

Belo Horizonte, 5 de maio de 1996.

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Públio Athayde 133

O VINHO DE HEBE

Quando do Olimpo nos festins surgia Hebe risonha, os deuses majestosos Os copos estendiam-lhe, ruidosos, e ela, passando, os copos lhes enchia.

A mocidade, assim, na rubra orgia da vida, alegre e pródiga de gozos passa por nós, e nós também sequiosos, nossa taça estendemos-lhe vazia...

E o vinho do prazer em nossa taça verte-nos ela, verte-nos e passa... passa e não torna atrás o seu caminho.

Nós chamamo-la em vão; em nossos lábios restam apenas tímidos ressábios, como recordações daquele vinho.

Raimundo da Mota Azevedo Correia

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Públio Athayde 134

APARIÇÃO

Por uma estrada de astros e perfumes A Santa Virgem veio ter comigo: Doiravam-lhe o cabelo claros lumes Do sacrossanto resplendor antigo.

Dos olhos divinais no doce abrigo Não tinha laivos de paixões e ciúmes: Domadora do mal e do perigo Da montanha da fé galgara cumes.

Vestida na alva excelsa dos Profetas, Falou na ideal resignação do Ascetas, Que a febre dos desejos aquebranta.

No entanto os olhos dela vacilavam, Pelo mistério, pela dor flutuavam, Vagos e tristes, apesar de Santa!

João da Cruz e Souza

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Públio Athayde 135

MAR

Quero sentir o grande mar, violento e puro. Quero sentir o mar noturno e enorme. Quero sentir o silêncio, o áspero silêncio do mar! Quero sentir o mar! Quero viver o mar!

Quero receber em mim o grande e escuro mar! Não o mar-caminho, mas o mar-destino, O mar, fim de todas as coisas, O mar túmulo fechado para o tempo.

Quero o mar! O mar primitivo e antigo, O mar virgem, despovoado de imagens e lendas, O mar sem náufragos e sem história.

Quero o mar, o mar purificado e eterno, O mar das horas iniciais, o mar primeiro, Espelho do espírito de Deus, rude e terrível!

Augusto Frederico Schmidt

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Públio Athayde 136

UM SONETO

Não sei que em vós mais vejo e não sei que Mais ouço e sinto ao rir vosso e falar; Não sei que vejo mais té no calar Nem, quando vos não vejo a alma vê

Que lhe aparece, onde quer que ela esté Que olhe o ceo, que a terra, o vento, o mar? E triste aquele vosso sospirar Em quanto mais vai, que direi de é?

Ceratamente não sei: nem isto que anda Antre nós, se é ele ar como parece Se fogo, d'outra sorte e d'outra lei.

Em que anda? de que vivo? e nunca abranda Por ventura se à vista resprandece? Ora o que eu sei tam mal, como direi?

Sá de Miranda

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Públio Athayde 137

SONETO

Os reinos e os impérios poderosos Que em grandeza no mundo mais cresceram Ou por valor do esforço floresceram, Ou por varões nas letras espantosos.

Teve Grécia Temístocles; famosos, Os Cipiões a Roma engrandeceram; Doze pares a França glória deram; Cides a Espanha e Laras belicosos.

Ao nosso Portugal (que agora vemos Tão diferente de seu ser primeiro) Os vossos deram honra e liberdade.

E em vós, grão sucessor e novo herdeiro Do braganção estado, há mil extremos Iguais ao sangue e mores que a idade.

Luis Vaz de Camõe

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Públio Athayde 138

NA MÃO DE DEUS

Na mão de Deus, na sua mão direita, Descansou afinal meu coração. Do palácio encantado da Ilusão Desci a passo e passo a escada estreita.

Como as flores mortais, com que se enfeita A ignorância infantil, despojo vão, Depus do Ideal e da Paixão A forma transitória e imperfeita.

Como criança em lôbrega jornada, Que a Mãe leva no colo agasalhada E atravessa, sorrindo vagamente,

Selvas, mares, areias do deserto... Dorme o teu sono, coração liberto, Dorme na mão de Deus eternamente!

Antero Tarquino de Quental

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Públio Athayde 139

A APARIÇÃO

Pelas espadas que tu tens no peito, Pelos teus olhos roxos de chorar, Pelo manto que trazes de astro feito, Por esse modo tão lindo de andar;

Por essa graça e esse suave jeito, Pelo sorriso (que é de sol e luar) Por te ouvir assim sobre meu leito, Por essa voz, baixinho: "Há de sarar..."

Por tantas bençãos que eu sinto n'alma Quando chegando vens, assim tão calma, Pela cinta que trazes, cor dos céus;

Adivinhei teu nome, Aparição! Pois consultando manso o coração Senti dizer em mim "A mãe de Deus!"

Antônio Nobre

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Públio Athayde 140

SONETO LXXXIV

Apre Giano il gran Tempio; orrido, e nero Totto scomposto 'l crin, Marte s'adira; Ecco l'armi, l'insegne; ecco s'aggira Con torbidi ruggiti 'l Leon Ibero;

Lascia i freddi Trioni 'l Duce altero; Viene sopra di noi la strage, e l'ira; Altro, fuor che vendetta, non respira Il Ebro audace, il Rhodano guerriero;

Par, che già d'Acheronte in sulle spume, Del Dio feroce lampeggiando il volto, Vaghe schiere d'Eroi varcano il fiume;

Ho Dei! Tutto f in terrore il mondo accolto: Ma che auspizio f mai questo! Contro il Nume, D'Andrada sol, d'Andrada il nome ascolto.

Cláudio Manoel da Costa

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Públio Athayde 141

A OBRA

Procurei-te entre palavras. Sofri de letra em letra. Inventei frases absortas Com espaços e pontos finais.

Conjuguei-te em meu soneto. Desfiz meu pensamento. Escrevi contra o tempo Textos sem sentido, sem nome.

Rimei-te assim, desritmando. Adoeci com as metáforas. Morri em antíteses e vocábulos. Estrofes. Indiferentes. Inscritos.

Expuz-te em meu verso. Condenei as palavras. Silenciei a poesia Em atos. Abstratos.

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Públio Athayde 142

Escrevi-te em notas. Calei os rumores. Transformei os papeis. Refrões. Mensagens. Alívios.

Moisés J. Nascimento

SMS Para você, completo quero ser. Quero pôr sorriso nesses lábios que desejo e paz nesses olhos que me prendem. Quero seu gracejo pra rimar com o desejo, quero seu amor onde quer que for. Quero ser seu poeta, quero te imortalizar na tinta, quero te eternizar em mim!

André Legos

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Públio Athayde 143

ANSEIO

Que sou eu, neste ergástulo das vidas Danadamente, a soluçar de dor?! – Trinta trilhões de células vencidas, Nutrindo uma efeméride inferior.

Branda, entanto, a afagar tantas feridas, A áurea mão taumitúrgica do Amor Traça, nas minhas formas carcomidas, A estrutura de um mundo superior!

Alta noite, esse mundo incoerente Essa elementaríssima semente Do que hei de ser, tenta transpor o Ideal...

Grita em meu grito, alarga-se em meu hausto, E, ai! como eu sinto no esqueleto exausto Não poder dar-lhe vida material!

Augusto dos Anjos

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Públio Athayde 144

O AUTO-RETRATO

No retrato que me faço – traço a traço – às vezes me pinto nuvem, às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas de que nem há mais lembrança... ou coisas que não existem mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco – pouco a pouco – minha eterna semelhança,

no final, que restará? Um desenho de criança... Corrigido por um louco!

Mario Quintana (Apontamentos de História Sobrenatural)

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Públio Athayde 145

ÍNDICE

SUMÁRIO ................................................................................................ 5 ENTENDEU? ........................................................................................... 6

1. SONETOS SELECIONADOS ......................................................... 11 SONETO DO TORMENTO ................................................................... 12 SONETO DO DOCE TORMENTO ........................................................ 13 SONETO DO QUERER .......................................................................... 14 CARÊNCIA ............................................................................................ 15 GLÓRIAS ............................................................................................... 16 DESESPERO .......................................................................................... 17 DÓ ........................................................................................................... 18 SIBILANDO ........................................................................................... 19 VEGETANDO ........................................................................................ 20 DE ATALAIA ......................................................................................... 21 GELADO DE FRIO ................................................................................ 22 DÚVIDA ................................................................................................. 23 ACRÓSTICO .......................................................................................... 24 ACRÓSTICO .......................................................................................... 25 SONETO DO SONO ............................................................................... 26 SONETO ALEXANDRINO ................................................................... 27 ARQUITETURAS .................................................................................. 28 ARQUITETURAS II ............................................................................... 29 ISTO NÃO É UM SONETO ................................................................... 30 ALVORADA .......................................................................................... 31 CANTOS D’AMORES MIL AMADOS ................................................. 32 NÃO SEI QUE SONETO ........................................................................ 33 SONETO DO ADOLESCENTE ............................................................. 34 FOI E NÃO FOI ...................................................................................... 35 TIPO IDEAL ........................................................................................... 36 ÉS DEMAIS ............................................................................................ 37 QUEM SERÁS? ...................................................................................... 38 LAIS DE GUIA ....................................................................................... 39 DORME .................................................................................................. 40

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Públio Athayde 146

O SILÊNCIO ........................................................................................... 41 TEMPO PASSADO ................................................................................ 42 ACRÓSTICO .......................................................................................... 43 ÉBRIO ..................................................................................................... 44 ODE AO TEMPO .................................................................................... 45 SONETO DA RIMA ............................................................................... 46 SONETO DA SORTE ............................................................................. 47 ASCO ...................................................................................................... 48 PADRE NOSSO ...................................................................................... 49 ACRÓSTICO .......................................................................................... 50

2. SONETOS VERBALIZADOS ......................................................... 51 ESGRIMA ............................................................................................... 52 DESEJO .................................................................................................. 53 AFETO .................................................................................................... 54 PARTINDO ............................................................................................. 55 PASMO ................................................................................................... 56 POR UM FIO ........................................................................................... 57 ACRÓSTICO .......................................................................................... 58 PRONTO A MORRER ............................................................................ 59 TAMARA ............................................................................................... 60 NOVO AMOR ........................................................................................ 61 O MOINHO DE PIMENTA .................................................................... 62 JANDIRA ................................................................................................ 63 PADRE EUGÊNIO ................................................................................. 64 PALAVAS ALINHAVADAS ................................................................. 65 FONTE DE LUZ ..................................................................................... 66 FONTE DE LUZ II .................................................................................. 67 SONETO DO URUBU ............................................................................ 68 RECÔNDITA ALEGRIA ........................................................................ 69 VINHO E POESIA .................................................................................. 70 ALEXANDRINO .................................................................................... 71 A MEU LADO ........................................................................................ 72 ESTIO LÚGUBRE .................................................................................. 73 KRISTALNACHT .................................................................................. 74 PROJETO ................................................................................................ 75 SAUDADE DE 17 ANOS ....................................................................... 76

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Públio Athayde 147

3. SONETOS GRATUITOS ................................................................. 77 METALEPSE ......................................................................................... 78 A VAGA ................................................................................................. 79 OUTRA VAGA ...................................................................................... 80 GLÓRIA A DEUS ................................................................................... 81

4. SONETOS SERIADOS .................................................................... 82 SONETO DO VENTO ............................................................................ 83 SONETO DO SOL .................................................................................. 84 SONETO DO SOL, COM O VENTO ..................................................... 85 SONETO DO VENTO / SONETO DO SOL ........................................... 86 ANTES, O VERBO ................................................................................. 87 O VERBO, ANTES ................................................................................. 88 ANTES DO VERBO ............................................................................... 89 NO VERBO, ANTES .............................................................................. 90

5. SONETOS TRANSFORMADOS .................................................... 91 SONETO DO QUERER .......................................................................... 92 ANGÚSTIA ............................................................................................ 93 SONETO DO DEUS ETERNO ............................................................... 94 SONETO DO PECADO .......................................................................... 95 CÍRCULO VICIADO ............................................................................. 96 MALEDICTE ......................................................................................... 97 O VINHO DE HEBER ............................................................................ 98 APARIÇÃO ............................................................................................ 99 SEM O MAR ......................................................................................... 100 OUTRO SONETO ................................................................................ 101 REINOS E IMPÉRIOS .......................................................................... 102 SEGURA NA MÃO DE DEUS ............................................................. 103 APARECIDA ........................................................................................ 104 SOLETRO ............................................................................................. 105 CAMONIANO ...................................................................................... 106 TUA OBRA .......................................................................................... 107 ERGÁSTULO DAS VIDAS ................................................................. 108 O AUTO-RETRATO ............................................................................ 109 PARA VOCÊ ........................................................................................ 110

6. SONETOS INFANTIS .................................................................... 111

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Públio Athayde 148

EU VOEI... ............................................................................................ 112 A VIDA EM MINHA CASA ................................................................. 113 PÁTRIA ................................................................................................ 114

7. AS QUATRO ESTAÇÕES ............................................................. 115 SONETO I/XII PRIMAVERA: ALLEGRO .......................................... 116 SONETO II/XII PRIMAVERA: LARGO ............................................. 117 SONETO III/XII PRIMAVERA: ALLEGRO ....................................... 118 SONETO IV/XII VERÃO: ALLEGRO ................................................. 119 SONETO V/XII VERÃO: ADÁGIO ..................................................... 120 SONETO VI/XII VERÃO: PRESTO .................................................... 121 SONETO VII/XII OUTONO: ALLEGRO ............................................ 122 SONETO VIII/XII OUTONO: ADÁGIO .............................................. 123 SONETO IX/XII OUTONO: ALLEGRO ............................................. 124 SONETO X/XII INVERNO: ALLEGRO NON MOLTO ..................... 125 SONETO XI/XII INVERNO: LARGO ................................................. 126 SONETO XII/XII INVERNO: ALLEGRO ........................................... 127

8. APÊNDICE ...................................................................................... 128 ANGOISSE ........................................................................................... 129 SONETO ............................................................................................... 130 CÍRCULO VICIOSO ............................................................................ 131 BENEDICTE ......................................................................................... 132 O VINHO DE HEBE ............................................................................. 133 APARIÇÃO .......................................................................................... 134 MAR ...................................................................................................... 135 UM SONETO ........................................................................................ 136 SONETO ............................................................................................... 137 NA MÃO DE DEUS .............................................................................. 138 A APARIÇÃO ....................................................................................... 139 SONETO LXXXIV ............................................................................... 140 A OBRA ................................................................................................ 141 ANSEIO ................................................................................................ 143 O AUTO-RETRATO ............................................................................ 144

Page 47: Sonetos para Ser entendido

Públio Athayde Este e outros livros estão disponíveis para compra pelo sistema de impressão sob demanda! Estou preparando para disponibilizar todos meus trabalhos. Com o apoio de meus leitores, milhares, que se dispuseram a ler meus trabalhos nas versões e‐book. Agora eles podem ser impressos! Acesse http://clubedeautores.com.br/ e pesquise por meu nome. Se este link estiver disponível, ele vai diretamente à minha página lá: http://migre.me/at4p  

 

Articulando Coletânea de artigos. Alguns são artigos leves, outros bem mais profundos. Alguns têm origem em trabalhos acadêmicos e foram simplificados para essa edição, estando disponíveis inclusive pela internet, suas versões completas e anotadas. Há artigos bem recentes e outros de mais de dez anos. Novo livro publicado. Não necessariamente novos textos, pois se trata de uma coletânea 

de Públio Athayde:  "Juntei alguns artigos espalhados (mentira: estavam todos na mesma pasta do computador), selecionei bastante (outra mentira: coloquei tudo que era pertinente) e organizei esse livrinho eletrônico com o que prestava (ou eu pensei assim). O bacana é a facilidade, o baixo custo (zero) e a provisoriedade: tudo pode e vai ser revisado montes de vezes e nunca estará perfeito."   

Page 48: Sonetos para Ser entendido

O objetivo deste 

Manual Keimelion 2010para redação acadêmica 

é subsidiar a produção de textos científicos, fornecer elementos para que os aspectos linguísticos e formais não constituam grandes obstáculos ao trabalho. Espera‐se que aqui se encontrem algumas indicações de procedimentos a serem seguidos ou evitados. São fornecidas sugestões de apresentação dos trabalhos, de 

acordo com as usuais formatações e regras de referência. Note‐se que há enormes variações entre as diferentes instituições quanto a esses aspectos. As formas propostas são síntese simplificada das exigências genéricas. Este trabalho é fruto de minha experiência como revisor, atuando especificamente com teses e dissertações ao longo de mais de dez anos.   

Camonianas:Quatro sonetos de Luís de Camões dão origem a 56 composições em que o poeta Públio Athayde desenvolve sugestões de cada um dos versos da significativa tetralogia. Tomado como primeira frase dos novos poemas, o verso do grande luso é o mote que conduz o desempenho do sonetista ouro‐pretano no virtuosismo de uma delicada, difícil e audaciosa operação. 

Page 49: Sonetos para Ser entendido

  

Confissões “confissões/ foram tantas/ nas lições/ que me cantas”. Mais poesias de Públio Athayde; desta vez, poesia confessional. Crônica completa de um amor do passado em sonetos livremente acrósticos. Todo ilustrado com fotos de Ouro Preto antigas. 

  

Dirceu:  Sonetos Bem(e)Ditos Quatorze versos cada poema de vário amor absolutamente bandido. Uma contorção de quem subtrai a Musa ao tango para trazê‐la a um sabá orgírico em ritmo de seresta. Poesia‐tese é a resposta que Doroteu nos oferece... 

 

Page 50: Sonetos para Ser entendido

Marília & DirceuUm triângulo de dois vértices 

Teatro. Drama em um ato de Públio Athayde sobre textos de Tomas Antônio Gonzaga, José Benedito Donadon‐Leal e Públio Athayde. Ao fundo do palco vêem‐se a casa de Marília e, em último plano, o IItacolomi, nos lados, altares "barrocos" com ícones gregos mencionados no 

texto; alguns móveis, dois leitos e adereços de época, velas acesas, luzes cambiantes entre os vários ambientes de cena. 

Sonetos para Ser entendido“É o próprio título que talvez forneça a principal chave de leitura 

dos textos: algo como uma ascese para se chegar ao entendimento e ser um entendido em paz neste mundo. O leitor, além disso, deve se manter atento, tal como o poeta nos adverte o poema “De atalaia”: “Porque coisa escondida existe / Até no mais óbvio do chiste.” [...] Como sabemos, o cômico, a ironia, o grotesco, o escatológico, o blasfemo, o chulo 

são territórios considerados menos nobres na literatura, ainda sob o império do apolíneo. São raros, portanto, os autores que levam a sério a pesquisa desses territórios e sabemos de sua luta para terem as respectivas obras reconhecidas. [...] Encerro no poema “Pátria”, da sessão “Sonetos infantis”, que foi escrito quando Públio era ainda um menino e acreditava em tantas coisas importantes. É porque no centro do riso mora uma pungência insofismável. " Ronald Polito