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CURSO EM PDF –DIREITO CIVIL – TRIBUNAIS - REGULAR Prof. Dicler Forestieri www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 1 AULA DEMONSTRATIVA APRESENTAÇÃO Querido(a) aluno(a), eu me chamo Dicler Forestieri Ferreira, atualmente ministro aulas presenciais e a distância dos Direitos Civil e Penal em diversos cursos do eixo Rio de Janeiro X São Paulo e ocupo o cargo de Auditor-Fiscal Tributário do Município de São Paulo (ISS-SP). Fui aprovado no concurso de 2006 e entrei em exercício no ano 2007. Antes deste concurso também exerci o cargo de Auditor-Fiscal de Tributos do Estado da Paraíba (ICMS-PB – concurso em 2006) e fui oficial da Marinha do Brasil durante doze anos e meio; além de ter sido aprovado em 6 o lugar para o concurso de Auditor-Fiscal de Tributos do Estado do Rio Grande do Sul (ICMS-RS - 2006). Por ter sido aprovado em três grandes concursos da área fiscal, creio ter condições de lhe dizer qual a melhor forma para conseguir tal sucesso. Entretanto, antes de ser aprovado nestes três concursos, fiquei reprovado em outros sete concursos. Ou seja, creio que também sei o que deve ser feito para não ser aprovado. Além de ter escrito dois livros de Direito Penal, sou co-autor de dois livros de questões comentadas de Direito Civil, um da banca CESPE/UnB e outro da Fundação Carlos Chagas. O atual curso será direcionado para os diversos concursos de tribunais realizados em nosso país, tais como, TRE, TRT, TRF, TJ, etc. A disposição das aulas, sempre buscando a objetividade, será feita através da junção de duas ideologias: abordagem teórica sobre o assunto e aprofundamento através de exercícios de concursos anteriores da banca Fundação Carlos Chagas e da banca CESPE/UnB. Essas são as duas principais bancas que organizam concursos para tribunais. Utilizaremos tal diretriz para “economizar os seus neurônios” e pelo fato de você já possuir diversas outras matérias a serem estudadas para o seu concurso. No ramo dos concursos, principalmente quando o edital já está publicado, o tempo é algo extremamente precioso. Este curso será composto de 13 (treze) aulas (esta e mais 12) divididas de acordo com a tabela na página a seguir:

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AULA DEMONSTRATIVA APRESENTAÇÃO

Querido(a) aluno(a), eu me chamo Dicler Forestieri Ferreira, atualmente ministro aulas presenciais e a distância dos Direitos Civil e Penal em diversos cursos do eixo Rio de Janeiro X São Paulo e ocupo o cargo de Auditor-Fiscal Tributário do Município de São Paulo (ISS-SP). Fui aprovado no concurso de 2006 e entrei em exercício no ano 2007. Antes deste concurso também exerci o cargo de Auditor-Fiscal de Tributos do Estado da Paraíba (ICMS-PB – concurso em 2006) e fui oficial da Marinha do Brasil durante doze anos e meio; além de ter sido aprovado em 6o lugar para o concurso de Auditor-Fiscal de Tributos do Estado do Rio Grande do Sul (ICMS-RS - 2006). Por ter sido aprovado em três grandes concursos da área fiscal, creio ter condições de lhe dizer qual a melhor forma para conseguir tal sucesso. Entretanto, antes de ser aprovado nestes três concursos, fiquei reprovado em outros sete concursos. Ou seja, creio que também sei o que deve ser feito para não ser aprovado.

Além de ter escrito dois livros de Direito Penal, sou co-autor de dois livros de questões comentadas de Direito Civil, um da banca CESPE/UnB e outro da Fundação Carlos Chagas.

O atual curso será direcionado para os diversos concursos de tribunais realizados em nosso país, tais como, TRE, TRT, TRF, TJ, etc.

A disposição das aulas, sempre buscando a objetividade, será feita através da junção de duas ideologias: abordagem teórica sobre o assunto e aprofundamento através de exercícios de concursos anteriores da banca Fundação Carlos Chagas e da banca CESPE/UnB. Essas são as duas principais bancas que organizam concursos para tribunais.

Utilizaremos tal diretriz para “economizar os seus neurônios” e pelo fato de você já possuir diversas outras matérias a serem estudadas para o seu concurso. No ramo dos concursos, principalmente quando o edital já está publicado, o tempo é algo extremamente precioso.

Este curso será composto de 13 (treze) aulas (esta e mais 12) divididas de acordo com a tabela na página a seguir:

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AULA 0

(demo) Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro - LIDB

AULA 1

Das Pessoas Naturais: Da personalidade e da capacidade; Dos direitos da personalidade. Das Pessoas Jurídicas: Disposições gerais; Espécies. Desconsideração da personalidade jurídica no direito civil. Associação. Fundação. Responsabilidade dos sócios, diretores e administradores. Do Domicílio.

AULA 2 Das Diferentes Classes de Bens: Dos bens considerados em si mesmos (Dos bens imóveis; Dos bens móveis); Dos bens públicos. Terras devolutas.

AULA 3

Fato Jurídico: Classificação; Interpretação. Negócio jurídico, ato jurídico lícito e ato jurídico ilícito. Condições, termo e encargo. Defeitos dos negócios jurídicos. Invalidade dos negócios jurídicos. Forma e prova dos negócios jurídicos. Representação

AULA 4 Prescrição e Decadência.

AULA 5 Obrigações: conceito, classificação, modalidades. Transmissão das obrigações.

AULA 6 Efeitos, extinção e inadimplemento das obrigações.

AULA 7

Contratos. Disposições gerais. Contratos preliminares. Formação e extinção dos contratos. Distrato. Vícios redibitórios. Evicção. Contratos aleatórios. Cláusula resolutiva. Exceção de contrato não cumprido. Resolução por onerosidade excessiva.

AULA 8

Espécies de contratos: compra e venda, troca, contrato estimatório, doação, locação, empréstimo, prestação de serviço, empreitada, depósito, mandato, comissão, agência e distribuição, corretagem, transporte, seguro, constituição de renda, fiança, transação, compromisso. Atos unilaterais.

AULA 9 Responsabilidade civil. Responsabilidade objetiva e subjetiva. Indenização. Dano material e dano moral.

AULA 10

Posse. Conceito, teorias. Aquisição, efeitos e perda. Propriedade: função social. Aquisição e perda da propriedade imóvel. Privação da propriedade e justa indenização. Usucapião: modalidades. Registro imobiliário.

AULA 11 Direitos reais sobre coisas alheias. Superfície, servidões, usufruto, uso e habitação. Direito do promitente comprador. Adjudicação compulsória.

AULA 12 Direito de família: Relações de Parentesco.

Você deve estar pensando: mas Dicler, realmente são necessárias 12 aulas?

A resposta é sim.

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Este curso tem por objetivo ser o mais completo possível, de modo a suprir toda a sua necessidade de material didático na disciplina Direito Civil para qualquer concurso de tribunal. Ou seja, aqui você já terá toda a teoria necessária e exercícios recentes comentados.

Dessa forma, ao ser divulgado o edital, é praticamente impossível aparecer um assunto não contemplado em nosso curso.

Você está preparado?

Força e perseverança.

LEMBRE-SE DO SEU OBJETIVO

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SUMÁRIO

1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS

2) VIGÊNCIA DA NORMA

3) REVOGAÇÃO DA NORMA

4) CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO

5) PREENCHIMENTO DA LACUNA JURÍDICA

6) CONFLITO DE NORMAS NO ESPAÇO

7) CRITÉRIOS DE HERMENÊUTICA JURÍDICA

8) LISTA DAS QUESTÕES DA FCC APRESENTADAS

9) QUESTÕES DA BANCA CESPE/UnB COMENTADAS

10) LISTA DAS QUESTÕES DA BANCA CESPE/UnB

11) BIBLIOGRAFIA

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AAUULLAA DDEEMMOONNSSTTRRAATTIIVVAA

LLEEII DDEE IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO ÀÀSS NNOORRMMAASS DDOO DDIIRREEIITTOO BBRRAASSIILLEEIIRROO ((LLIIDDBB))

1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Com o advento da Lei nº 12.376, de 30 de dezembro de 2010, a ementa do Decreto-Lei nº 4.657, de 04 de setembro de 1942, passou a vigorar com a seguinte redação: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO - LIDB, não devendo mais ser utilizada denominação Lei de Introdução ao Código Civil - LICC.

A alteração da ementa do Decreto-Lei nº 4.657/1942 teve a intenção de aperfeiçoar sua redação, deixando expresso o entendimento, já consolidado, de que a norma se aplica a todo o Direito pátrio, e não apenas ao Código Civil.

A Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro representa o Decreto-Lei 4.657/1942, ou seja, não é parte integrante do Código Civil (Lei 10.406/2002). O CC cuida de tratar das relações de ordem privada, a LIDB não.

As principais características da LIDB são:

- ser um conjunto de normas sobre normas, pois é uma lei que disciplina outras normas jurídicas, assinalando-lhes a maneira de aplicação e entendimento, sendo chamada de lei das leis (lex legum);

- ser aplicável a todos os ramos do direito, não apenas ao Direito Civil; e por ultrapassar em muito o âmbito do Direito Civil, podemos afirmar que os dispositivos deste diploma legal contém normas de sobredireito.

LIDB

- conjunto de normas sobre normas; - disciplina outras normas jurídicas; - lei das leis (Lex legum); - é aplicávela a todos os ramos do direito; - contém normas de sobredireito; e - não é parte integrante do Código Civil

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À LIDB foi atribuída a tarefa de disciplinar os seguintes assuntos:

1) vigência e eficácia das normas jurídicas;

2) conflito de leis no tempo;

3) conflito de leis no espaço;

4) critérios de hermenêutica jurídica (interpretação);

5) critérios de integração do ordenamento jurídico; e

6) normas de direito internacional público e privado.

2) VIGÊNCIA DA NORMA

O art. 1o, caput, da LIDB consagra o princípio da vigência sincrônica:

Art. 1o da LIDB - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

Pelo princípio da vigência sincrônica entende-se que a obrigatoriedade da lei no país é simultânea, pois ela entra em vigor a um só tempo em todo o país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua publicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor.

A vigência é critério puramente temporal da norma, vai desde o início da obrigatoriedade da norma até a perda de sua validade. Nesse aspecto, não há que fazer qualquer relação com outra norma. A eficácia refere-se à possibilidade de produção concreta de efeitos pela norma. Quando classificada (segundo José Afonso da Silva) de acordo com a dependência de outras normas, podem ser:

a) Normas de eficácia plena – função eficacial é imediatamente concretizada;

b) Normas de eficácia limitada – a função eficacial depende de uma outra norma; e

c) Normas de eficácia contida – a função eficacial será restringida por outra norma.

É possível que a lei seja inválida (não esteja em vigência), mas tenha eficácia (produza efeitos). Para exemplificar tal situação vamos viajar para o Direito Penal e analisar o art. 3o do Código Penal que trata da aplicação da lei penal quando esta for excepcional ou temporária:

Lei excepcional ou temporária

Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

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- Leis temporárias: são aquelas que contêm prazo (dia de início e dia do fim) de vigência previsto expressamente em seu corpo.

- Leis excepcionais: são as que vinculam o prazo de vigência a determinadas circunstâncias, como guerra, epidemia, etc.

Esses dois tipos de leis possuem a ultratividade como grande característica. Por ultratividade devemos entender a capacidade de uma lei, após ser revogada (perder a vigência), continuar regulando fatos ocorridos durante o prazo em que esteve em vigor. Ou seja, ocorrendo um crime durante a vigência de uma lei excepcional ou temporária, mesmo após a lei não mais estar em vigor (falta de vigência), ela deverá ser utilizada no julgamento (ter eficácia).

Continuando o estudo do art. 1o da LIDB, temos que: Art. 1o da LIDB - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.

§ 2o Revogado

[...].

O processo de nascimento de uma lei pode ser apresentado da seguinte forma:

1) Edição;

2) Processo Legislativo;

3) Sanção do Presidente da República;

4) Publicação, e;

5) Vigência.

As fases de edição e do processo legislativo são estudadas pelo Direito Constitucional. Aqui começaremos o estudo na fase da sanção. Após a lei ser sancionada, deve haver a sua publicação para que as pessoas tomem conhecimento do seu conteúdo; e, conseqüentemente, o

CRIME

Vigência da lei temporária ou excepcional

Ultra-atividade julgamento

EFICÁCIA

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diploma legal irá adquirir vigência (validade) estando apto a produzir efeitos. Entretanto, o nascimento da lei se dá com a promulgação.

Não podemos confundir a promulgação com a publicação, apesar de

ambas constituírem fases essenciais da eficácia da lei.

A promulgação atesta a existência da lei, produzindo dois efeitos básicos:

a) reconhece os fatos e atos geradores da lei;

b) indica que a lei é válida, ou seja, que obedece aos requisitos formais.

A promulgação das leis compete ao Presidente da República (Constituição, art. 66, § 7o). Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas decorrido da sanção ou da superação do veto. Neste último caso, se o Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Presidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do Senado, em prazo idêntico.

A publicação constitui a forma pela qual se dá ciência da promulgação da lei aos seus destinatários. É condição de vigência e eficácia da lei.

Denomina-se vacatio legis o período de tempo que se estabelece entre a publicação e a entrada em vigor da lei. Neste intervalo de tempo a lei não produzirá efeitos, devendo incidir a lei anterior no sistema.

Existem três espécies de leis referentes à vacatio legis:

1) Lei com “vacatio legis” expressa: é a lei de grande repercussão, que, de acordo com o artigo 8.º da Lei Complementar nº 95/98, tem expressa disposição do período de vacatio legis. Como exemplo, temos a expressão contida em lei determinando que a lei "entra em vigor um ano depois de publicada".

2) Lei com “vacatio legis” tácita: é aquela que continua em consonância com o artigo 1.º da Lei de Introdução ao Código Civil, ou seja, no silêncio da lei, entra em vigor no país 45 dias depois de oficialmente publicada ou, no estrangeiro, quando admitida, três meses após a publicação oficial.

3) Lei sem “vacatio legis”: é aquela que, por ser de pequena repercussão, entra em vigor na data de publicação, devendo esta estar expressa ao final do texto legal.

Segue esquema gráfico:

PROMULGAÇÃO ≠ PUBLICAÇÃO

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Durante o prazo de vacância, a lei nova ainda não produz efeitos, ou seja, ainda não tem vigência. Dessa forma, enquanto a lei nova não entrar em vigor ela não será obrigatória e os atos praticados de acordo com a lei antiga serão plenamente válidos.

A forma de contagem do prazo de vacatio legis é regulada pelo artigo 8o, § 1o da Lei Complementar 95/98, incluindo o dia da publicação e o último dia na contagem do prazo.

Art. 8o, § 1o da LC 95/98 - A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral.

Para exemplificar, se uma lei for publicada no dia 2 de janeiro, estabelecendo prazo de quinze dias de vacância, ela entrará em vigor em qual dia?

No exemplo apresentado, a contagem do prazo de vacância (vacatio legis) inclui o dia 2 de janeiro e vai até o dia 16 de janeiro (15 dias), entrando a lei e vigor no dia subseqüente (17 de janeiro). Seque quadro:

Contagem do dia do mês

2 3 4 5 . . . 16 DIA 17

Contagem do vacatio 1 2 3 4 . . . 15 vigência no dia seguinte

Finalizando o estudo do art. 1o da LIDB temos: Art. 1o da LIDB – [...].

§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.

§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

Se uma lei for publicada com erro substancial acarretando divergência de interpretação, então poderemos observar situações

edição sanção publicação vigência

vacatio legis

salvo disposição

em contrário no país

(45 dias) no estrangeiro

(3 meses)

obrigatoriedade

Incluído na contagem do

prazo de vacatio

Incluído na contagem do

prazo de vacatio

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distintas por ocasião da correção de tal erro, dependendo de qual fase se encontra o processo de criação da norma:

1) correção antes da publicação: a norma poderá ser corrigida sem maiores problemas;

2) correção no período de “vacatio legis”: a norma poderá ser corrigida; no entanto, deverá contar novo período de vacatio legis para o texto corrigido;

3) correção após a entrada em vigor: a norma poderá ser corrigida mediante uma nova norma de igual conteúdo.

Segue esquema gráfico:

Na hipótese 2 haverá um novo prazo de vacatio legis, apenas para a parte da lei que foi corrigida;

3) Revogação da norma

É a hipótese em que a norma jurídica perde a vigência porque outra norma veio modificá-la ou revogá-la. A norma jurídica é permanente e só poderá deixar de surtir efeitos se a ela sobrevier outra norma que a revogue. O desuso não implica a perda da vigência da norma, e sim, a perda de sua efetividade.

Quando classificada de acordo com a sua extensão, a revogação pode ser:

1) total (ab-rogação): quando toda a lei é revogada; ou

2) parcial (derrogação): quando apenas parte da lei anterior é revogada.

Através do art. 2o, caput, da LIDB, o legislador expressou o Princípio da Continuidade.

Art. 2o da LIDB - Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

edição sanção publicação vigência

vacatio legis obrigatoriedade

1) correção sem maiores problemas

2) novo prazo de vacatio legis 3) lei nova

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Dessa forma, em regra, as leis possuem efeito permanente, isto é, vigência por prazo indeterminado, excetuando-se as leis com vigência temporária, que possuem data certa para “morrer” (perder a vigência).

A lei orçamentária é um clássico exemplo de lei temporária, dessa forma, para que ocorra o fim de sua vigência, não é necessária outra lei. Basta que transcorra o lapso temporal de um ano.

Tendo como base legal o art. 2o, § 1o da LIDB, existem duas formas de revogação de uma lei antiga por uma lei nova.

Art. 2o § 1o da LIDB - A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

São elas:

1) Revogação expressa ou direta: quando a lei indica os dispositivos que estão sendo por ela revogados.

2) Revogação tácita ou indireta: esta se subdivide em dois tipos.

- Revogação tácita por incompatibilidade; e

- Revogação tácita global (quando uma lei nova regula inteiramente uma matéria tratada por uma lei anterior).

REVOGAÇÃO

Sobre a revogação expressa ou direta, a LC 107/2001 deu nova redação à LC 95/98 que ficou da seguinte forma:

Art. 9o da LC 95/98 - A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais revogadas.

Ou seja, através do dispositivo legal acima, o legislador não deve mais se valer daquela vaga expressão “revogam-se as disposições em contrário”.

Quando uma norma entra em conflito com outra surge a antinomia. A antinomia pode ser de dois tipos: real ou aparente. Quando se tratar de uma antinomia real a solução é a revogação da norma conflitante, Por outro lado, quando se tratar de uma antinomia aparente, para a verificação de revogação das normas e solução de tais conflitos, três critérios, listados no quadro a seguir, devem ser utilizados:

- EXPRESSA OU DIRETA - POR INCOMPATIBILIDADE - TÁCITA - GLOBAL

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CRITÉRIOS PARA A SOLUÇÃO DE UMA ANTINOMIA APARENTE

1) HIERÁRQUICO (lex superior derrogat legi inferiori): consiste em verificar qual das normas é superior, independentemente da data de vigência das duas normas (exemplo: um regulamento não poderá revogar uma lei ainda que entre em vigor após esta);

2) ESPECIALIDADE (lex specialis derrogat legi generali): as normas gerais não podem revogar ou derrogar preceito ou regra disposta e instituída em norma especial, e;

3) CRONOLÓGICO (lex posterior derrogat legi priori): a norma que entrar em vigor posteriormente irá revogar a norma anterior que estava em vigor.

Dos três critérios acima, o cronológico é o mais fraco de todos, sucumbindo diante dos demais. O critério da especialidade é o intermediário e o hierárquico é o mais forte de todos.

O art. 2o, § 2o da LIDB consagra o princípio da conciliação. Art. 2o, § 2o da LIDB - A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

De acordo com tal princípio, se uma lei não contraria outra já existente, então eles podem coexistir, não havendo a necessidade de revogação.

Já o art. 2o, § 3o da LIDB dispõe sobre a repristinação. Art. 2o, § 3o da LIDB - Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

Através da sua leitura, concluímos que a regra é a não-restauração da norma, ou seja, a impossibilidade de uma norma jurídica, uma vez revogada, voltar a vigorar no sistema jurídico pela simples revogação de sua norma revogadora. O motivo dessa não-restauração de normas é o controle do sistema legal para que se saiba exatamente qual norma está em vigor.

Admite-se, no entanto, a restauração expressa da norma, ou seja, uma norma nova que faça tão-somente remissão à norma revogada poderá restituir-lhe a vigência, desde que em sua totalidade.

A seguir temos um esquema gráfico sobre a repristinação:

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Sendo a Lei A revogada pela Lei B e, posteriormente, a Lei B revogada pela Lei C, a Lei A irá “ressuscitar”? Ou seja, irá ocorrer a repristinação?

Resposta: Caso a Lei C disponha expressamente sobre o “renascimento” da Lei A, então é possível a repristinação, caso contrário, a Lei A continua “morta”.

Vamos ver como o assunto costuma ser cobrado pela banca FCC:

1. (TRE/PB - Analista Judiciário - Administrativa – 2007) No que concerne à vigência e aplicação das leis, de acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil, é correto afirmar que

(A) salvo disposição em contrário, a lei revogada se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

(B) não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

(C) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes modifica a lei anterior.

(D) a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida nos Estados estrangeiros se inicia dois meses depois de oficialmente publicada.

(E) as correções a texto de lei já em vigor não consideram-se lei nova.

Análise das alternativas:

(A) ERRADA. A repristinação, em regra, não ocorre no ordenamento jurídico brasileiro.

(B) CERTA. Conforme o art. 2º, caput, da LIDB.

LEI REVOGADA LEI REVOGADORA

revogação revogação

REPRISTINAÇÃO (disposição expressa)

A B C

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(C) ERRADA. O princípio da conciliação prevê a possibilidade de coexistência das leis.

(D) ERRADA. O prazo correto é de 3 meses.

(E) ERRADA. Em desacordo com o art. 1º, § 4º da LIDB.

Gabarito: B

2. (TRT 2ª – Analista Judiciário – Execução de Mandado – 2008) A respeito da Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro, considere:

I. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país na data da sua publicação.

II. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 45 dias depois de oficialmente publicada.

III. As correções de texto de lei já em vigor consideram- se lei nova.

IV. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

É correto o que consta APENAS em

(A) I e II.

(B) III e IV.

(C) I e IV.

(D) II e III.

(E) I, III e IV.

Análise das afirmativas:

I. ERRADA. Salvo disposição em contrário a lei começa a vigorar 45 dias depois de oficialmente publicada. Vide art. 1º da LIDB.

II. ERRADA. O prazo é de 3 meses.

III. CERTA. Conforme o art. 1º, § 4º da LIDB.

IV. CERTA. Conforme o art. 2o § 1o da LIDB.

Gabarito: B

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3. (TRE/MS – Analista Judiciário – Judiciária – 2007) Considere as seguintes assertivas sobre a Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro:

I. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 60 dias depois de oficialmente publicada.

II. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.

III. Havendo incompatibilidade entre lei posterior e lei anterior haverá revogação desta última.

IV. A correção a texto de lei em vigor não é considerada lei nova.

É coreto o que se afirma APENAS em:

(A) I, II e III.

(B) I, II e IV.

(C) I e III.

(D) II e III.

(E) II, III e IV.

Análise das afirmativas:

I. ERRADA. O prazo é de 45 dias.

II. CERTA. Conforme o art. 1º, § 1º da LIDB.

III. CERTA. Conforme estabelece o critério da cronologia.

IV. ERRADA. Em desacordo com o art. 1º, § 4º da LIDB.

Gabarito: D

4. (TRT 11ª – Juiz Substituto – 2007) Considere as seguintes afirmativas:

I. No direito brasileiro, não haverá repristinação da lei, salvo disposição expressa em contrário.

II. A lei geral sempre revogará tacitamente a lei especial que tratar de matéria pertinente ao mesmo ramo do direito.

III. Somente haverá revogação tácita da lei quando a lei nova for incompatível com a lei anterior.

IV. Se a lei nova regular inteiramente a matéria de que tratava lei anterior, haverá revogação tácita desta.

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V. A lei nova que estabelecer disposição especial a par de lei geral já existente não revogará a esta.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I, II e III.

(B) I, IV e V.

(C) II, III e IV.

(D) II, IV e V.

(E) III, IV e V.

Análise das alternativas:

I. CERTA.

II. ERRADA. Conforme o princípio da conciliação, as leis geral e especial podem coexistir.

III. ERRADA. A revogação tácita pode ocorrer por incompatibilidade ou de forma global, conforme entendimento da FCC.

IV. CERTA. A banca FCC considera a revogação global uma modalidade de revogação tácita.

V. CERTA. Em conformidade com o princípio da conciliação.

Gabarito: B

5. (TCE/MG – Procurador do Ministério Público – 2007) Considere as seguintes afirmações:

I. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

II. A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral.

(A) As afirmações I e II são corretas.

(B) Somente a afirmação I é correta.

(C) Somente a afirmação II é correta.

(D) As afirmações I e II são incorretas.

(E) As afirmações I e II são colidentes entre si e nenhuma delas corresponde a regra jurídica em vigor.

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As duas afirmativas estão corretas. A primeira está de acordo com o art. 1º da LIDB; a segunda está de acordo com o art. 8º, § 1º da LC 95/98.

Gabarito: A

6. (TRT 7ª – Analista Judiciário - Área Judiciária – 2009) A respeito da vigência da lei, em Direito Civil, pode-se afirmar que (A) a lei nova que estabeleça disposições especiais a par das já existentes não revoga nem modifica a lei anterior. (B) nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

(C) não se consideram lei nova as correções a texto de lei já em vigor.

(D) a lei revogada, salvo disposição em contrário, se restaura se a lei nova tiver perdido a vigência.

(E) a lei começa a vigorar em todo o país, na data em que foi oficialmente publicada.

Análise das alternativas:

(A) CERTA. Conforme estabelece o princípio da conciliação.

(B) ERRADA. O prazo no estrangeiro é de 3 meses.

(C) ERRADA. Em desacordo com o art. 1º, § 4º da LIDB.

(D) ERRADA. A regra é não ocorrer a repristinação, salvo disposição expressa em contrário.

(E) ERRADA. Salvo disposição em contrário, a vigência da lei ocorre 45 dias após a sua publicação oficial.

Gabarito: A

7. (DPE/MT – Defensor Público Substituto – 2009) Segundo a Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro, (A) salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país três meses depois de oficialmente publicada. (B) nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei federal inicia-se três meses depois de oficialmente promulgada, salvo disposição contrária. (C) a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

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(D) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes, a equidade e os princípios gerais de direito. (E) salvo disposição em contrário, a lei revogada se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

Análise das alternativas: (A) ERRADA. O prazo de três meses é para o estrangeiro. (B) ERRADA. O marco de contagem do prazo é a publicação e não a promulgação. (C) CERTA. Conforme o art. 2º, § 1º da LIDB. (D) ERRADA. Veremos a seguir que a equidade não faz parte desta lista. (E) ERRADA. A repristinação, em regra, não ocorre no ordenamento jurídico brasileiro.

Gabarito: C

8. (TJ/RR – Juiz Substituto – 2008) Com a nova publicação da lei, destinada a correção, (A) em nenhuma hipótese haverá novo prazo para entrar em vigor.

(B) se depois de entrar a lei em vigor, a correção não se considerará lei nova.

(C) se antes de ela entrar em vigor, a vacatio legis começará a correr da nova publicação.

(D) se depois de entrar em vigor, será retroativa à data da primeira publicação.

(E) se antes de ela entrar em vigor, a vacatio legis consistirá do prazo restante contado desde a primeira publicação.

Se há uma nova publicação da lei, verificamos as seguintes hipóteses:

Gabarito: C

edição sanção publicação vigência

vacatio legis obrigatoriedade

1) correção sem maiores problemas

2) novo prazo de vacatio legis 3) lei nova

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9. (TRT 15ª - Analista Judiciário – Execução de Mandados – 2009) Denomina-se vacatio legis

(A) o período de tramitação da lei no Congresso Nacional. (B) o instituto de direito não regulamentado por lei.

(C) o período de vigência da lei temporária. (D) o intervalo entre a data da publicação da lei e a da sua entrada em vigor.

(E) a situação jurídica dos fatos regulamentados por lei revogada. Estudamos no art. 1º da LIDB que denomina-se vacatio legis o período de tempo que se estabelece entre a publicação e a entrada em vigor da lei.

Gabarito: D

4) CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO

O direito intertemporal visa solucionar os conflitos entre as novas e as velhas normas, entre aquela que acaba de entrar em vigor e a que acaba de ser revogada. Isso porque alguns fatos iniciam-se sob a égide de uma lei e só se extinguem quando outra nova está em vigor. Para solucionar tais conflitos existem dois critérios:

• disposições transitórias: o próprio legislador no texto normativo novo concilia a nova norma com as relações já definidas pela norma anterior;

• princípio da irretroatividade: a lei não deve retroagir para atingir fatos e efeitos já consumados sob a lei antiga.

Observando os fatos jurídicos e relacionando-os cronologicamente de acordo com a produção de efeitos, temos que eles podem ser:

a) Pretéritos – são os que se constituíram na vigência de uma lei e tem seus efeitos produzidos na vigência daquela lei.

b) Futuros – são os que ainda não foram gerados.

c) Pendentes – são os que foram constituídos na vigência de uma lei anterior e não produziram todos os seus efeitos nela.

Ex: Celebrei um contrato de empréstimo no ano passado e até hoje a coisa emprestada está emprestada comigo. Esse contrato embora constituído na vigência de uma lei, ele continua produzindo seus efeitos na vigência da lei revogadora. Segundo o Princípio da Irretroatividade, aos fatos pendentes é aplicada a lei anterior, porque a lei posterior só se aplica para o futuro.

Analisando o art. 6o da LIDB, percebemos que a lei, em regra, é irretroativa, devendo ser expedida para disciplinar fatos futuros.

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Entretanto, a retroatividade da lei pode ocorrer excepcionalmente para fatos pendentes, desde que respeite o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

Art. 6º da LIDB - A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.

§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.

A diferença entre o ato jurídico perfeito e o direito adquirido é muito difícil de ser estabelecida, mas parte do seguinte conceito básico:

• Ato Jurídico Perfeito – ato que já se consuma segundo a lei de seu tempo

• Direito Adquirido – direito incorporado ao patrimônio do particular

Como exemplo de ato jurídico perfeito o contrato de locação celebrado durante a vigência de uma lei que não pode ser alterado somente porque a lei mudou; ou seja, é necessário que o prazo do contrato termine.

Como exemplo de direito adquirido temos a pessoa que se aposenta e, posteriormente, a lei modifica o prazo de aposentadoria. Tal modificação não irá atingir aquele que já está aposentado.

Veja uma questão clássica sobre o assunto:

10. (TCE/AL – Procurador – 2008) O servidor X contava treze (13) anos de serviço público estadual, quando entrou em vigor nova lei, que aboliu adicionais sobre os vencimentos a cada cinco (05) anos de serviço. Neste caso, X (A) manterá sem seu patrimônio o equivalente aos dois (02) adicionais pelos dez (10) anos completos e mais 30% (trinta por cento) do adicional pelo período seguinte de cinco (05) anos que estava em curso.

(B) a partir da nova lei, perderá os adicionais que havia conquistado, pois só tem direito adquirido àqueles vencidos, que, eventualmente, estivessem pendentes de pagamento. (C) continuará adquirindo o direito aos adicionais a cada cinco (05) anos de serviço, que se completarem.

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(D) adquirirá apenas mais um adicional, quando se completar o terceiro período de cinco (05) anos.

(E) manterá em seu patrimônio dois (02) adicionais, mas não obterá o terceiro.

Pela situação apresentada, os dois primeiros adicionais, cujo tempo já foi completado, representam direitos adquiridos e não serão perdidos por esta razão.

Por outro lado, o terceiro adicional, cujo período ainda estava em andamento, não irá gerar um caso de direito adquirido e será perdido.

Gabarito: E

5) PREENCHIMENTO DA LACUNA JURÍDICA

Segundo o princípio da indeclinabilidade de jurisdição, o juiz é obrigado a decidir, ainda que não exista lei disciplinado o caso concreto. Dessa forma, diante da ausência de lei regulando determinada situação jurídica, faz-se necessário ao magistrado valer-se dos mecanismos de integração do ordenamento jurídico indicados pelo art. 4o da LIDB.

Art. 4o da LIDB - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO

1) a Analogia;

2) os Costumes; e 3) os Princípios Gerais do Direito.

Deve ser observada a seqüência apresentada, ou seja, primeiro o magistrado deve fazer uso da analogia, posteriormente dos costumes e, por último, dos princípios gerais de direito.

Se você está se perguntando sobre a equidade, veja a observação a seguir:

OBSERVAÇÃO SOBRE A EQUIDADE !!!!

- Apesar do art. 4o da LIDB não mencionar a equidade, ela pode funcionar como último mecanismo para integração do ordenamento jurídico. Ou seja, diante da ausência de lei, da inviabilidade da analogia, dos costumes e dos princípios gerais de direito, e, prevendo a lei a possibilidade do uso da equidade, o magistrado, para fazer valer o princípio da indeclinabilidade de jurisdição pode utilizá-la. È o que se depreende do art. 127 do Código de Processo Civil (CPC).

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Art. 127 do CPC - O juiz só decidirá por eqüidade nos casos previstos em lei.

Analogia é fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de integração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, ante a ausência de normas que regulem o caso concretamente apresentado à apreciação jurisdicional (a que se denomina anomia – falta de norma).

A doutrina costuma distinguir a analogia em legal (legis) ou jurídica (júris). Vejamos:

a) Analogia legal (legis) – aplica-se ao caso omisso uma lei que regula caso semelhante;

b) Analogia jurídica (júris) – aplica-se ao caso omisso um conjunto de normas para extrair elementos que possibilitem a aplicabilidade ao caso concreto.

ANALOGIA LEGAL UMA NORMA

ANALOGIA JURÍDICA CONJUNTO DE NORMAS

O costume é a repetição da conduta, de maneira constante e uniforme, em razão da convicção de sua obrigatoriedade. No Brasil, existe o predomínio da lei escrita sobre a norma consuetudinária.

Os costumes distinguem-se em:

1) Costume secundum legem - é o que auxilia a esclarecer o conteúdo de certos elementos da lei. Ou seja, o próprio texto da lei delega ao costume a solução do caso concreto. É amplamente aceito pela doutrina.

Ex: art. 569, II do CC: “O locatário é obrigado a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar”

2) Costume contra legem ou negativo – é o que contraria a lei. Provoca divergência na doutrina e pode ser de dois tipos:

- Consuetudo abrogatória – espécie de costume contra legem que se caracteriza por ser uma prática contrária às normas legais.

- Desuetudo – espécie de costume contra legem que consiste na falta de efetividade da norma legal não revogada formalmente.

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Um exemplo de costume contra legem ocorre no mercado de Barretos (Estado de São Paulo), onde os negócios de gado, por mais avultados que sejam, celebram-se dentro da maior confiança, verbalmente.

Nos termos do art. 227 do CC, os negócios jurídicos que ultrapassem o valor de dez salários mínimos não admitem prova exclusivamente testemunhal (verbal).

Art. 227 do CC - Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados.

Dessa forma, os negócios vultosos (superiores a 10 salários mínimos) de gado no mercado de Barretos representam um costume contra legem, pois deveriam ser celebrados na forma escrita, em decorrência do grande valor, mas são celebrados verbalmente, contrariando a lei.

3) Costume praeter legem ou integrativo – é o que supre a ausência ou lacuna da lei nos casos omissos. É amplamente aceito pela doutrina e está citado no art. 4o da LIDB.

Ex: o costume de emitir cheque “cheque pré-datado”. Tal conduta não possui regulamentação legal.

São condições para a vigência do costume sua continuidade, diuturnidade e obrigatoriedade.

O costume deriva da longa prática uniforme, constante, pública e geral de determinado ato, com a convicção de sua necessidade jurídica. São, pois, condições indispensáveis à sua vigência: continuidade, uniformidade, diuturnidade (constância na realização do ato, não implicando sanção), moralidade e obrigatoriedade.

CARACTERÍSTICAS

DOS

COSTUMES

- CONTINUIDADE

- DIUTURNIDADE

- OBRIGATORIEDADE

Princípios Gerais do Direito são postulados que estão implícita ou explicitamente expostos no sistema jurídico, contendo um conjunto de regras. Os princípios gerais de Direito são a última salvaguarda do intérprete, pois este precisa se socorrer deles para integrar o fato ao sistema. De acordo com as lições de Celso Antônio Bandeira de Mello, princípios são vetores de interpretação, que, por sua generalidade e amplitude, informam as demais regras, constituindo a base de todo o ramo do Direito ao qual se aplica.

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Este assunto também é muito explorado pela banca FCC:

11. (Pref. São Paulo/SP – Auditor Fiscal Tributário Municipal – 2007) Na lacuna da lei, o juiz (A) decidirá com base na analogia, nos costumes e nos princípios gerais de direito. (B) decidirá com base na eqüidade e na jurisprudência.

(C) decidirá o caso apenas se houver precedentes judiciais vinculantes dos tribunais superiores. (D) arbitrará a solução que lhe parecer mais justa, de forma motivada. (E) poderá escusar-se de proferir decisão.

Lembre-se que os mecanismos de integração são três: analogia, costumes e princípios gerais de direito.

Gabarito: A

12. (TRE/MG - Técnico de Controle Externo I - Direito – 2007) No direito brasileiro, quando a lei for omissa o Juiz

(A) não poderá deixar de decidir o caso, e deverá valer-se de outras fontes ou formas de expressão do direito.

(B) não poderá proferir sentença, tendo de extinguir o processo sem resolução de mérito.

(C) somente poderá decidir o caso valendo-se da analogia. (D) não poderá julgar por eqüidade, salvo quando autorizado por lei e a matéria versar sobre direito indisponível. (E) deverá, necessariamente, julgar o caso de acordo com os precedentes jurisprudenciais.

Conforme o princípio da indeclinabilidade de jurisdição, o juiz deve julgar o caso observando os mecanismos de integração do ordenamento jurídico.

Gabarito: A

13. (PGE-PE – Procurador – 2004) Estabelecendo a Lei de Introdução ao Código Civil que “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito” (art. 4º), é correto afirmar que:

(A) Somente se admite o costume secundum legem.

(B) É admitido amplamente o costume contra legem. (C) O costume praeter legem desempenha função supletiva da lei.

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(D) O costume é meio de interpretação do direito, mas não pode ser considerado fonte ou forma de expressão do direito.

(E) O costume constitui apenas regra de hermenêutica.

Análise das alternativas:

(A) ERRADA. Se admite o costume secundum legem e praeter legem amplamente.

(B) ERRADA. A doutrina diverge sobre este costume.

(C) CERTA. Na falta da lei o costume praeter legem supre a sua falta.

(D) ERRADA. O costume não é meio de interpretação, mas sim meio de integração.

(E) ERRADA. A hermenêutica está relacionada com a interpretação, ao passo que o costume está relacionado com a integração do ordenamento jurídico.

Gabarito: C

14. (TCE/PI – Assessor Jurídico – 2009) A aplicação de uma norma ou um princípio regulador de um fato jurídico a outro fato jurídico não regulado, mas semelhante àquele, corresponde à aplicação (A) do costume. (B) dos princípios gerais de direito. (C) da analogia. (D) da interpretação extensiva da lei. (E) da equidade.

Conforme a definição de analogia.

Gabarito: C

6) CONFLITO DE NORMAS NO ESPAÇO

Pela LIDB (arts. 7o a 19), serão solucionados os conflitos decorrentes da aplicação espacial de normas, que estão relacionadas à noção de soberania dos Estados, por isso, é que a LIDB é considerada o Estatuto de Direito Internacional Público e Privado.

Toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas fronteiras do Estado que a promulgou (territorialidade). Entretanto, visando facilitar as relações internacionais, é comum, em algumas situações, ser admitida a aplicação de leis estrangeiras dentro do território nacional e de leis nacionais dentro do território estrangeiro (extraterritorialidade).

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Desta forma, pelo princípio da territorialidade não ser absoluto, fica consagrado no Brasil o Princípio da Territorialidade Temperada, de modo que leis e sentenças estrangeiras podem ser aplicadas no Brasil desde que observadas as seguintes regras:

1) não se aplicam leis, sentenças ou atos estrangeiros no Brasil quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

2) não se cumprirá sentença estrangeira no Brasil sem exequatur (cumpra-se), ou seja, a permissão dada pelo STJ para que a sentença tenha efeitos, conforme art. 105, I, i da CF.

Nos quadros a seguir, apresentaremos exemplos de aplicação da territorialidade e da própria extraterritorialidade de acordo com os dispositivos da LIDB.

TERRITORIALIDADE

Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.

Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.

Art. 11 As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem.

Art. 13

A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.

EXTRATERRITORIALIDADE

Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

Art. 10 A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.

Art. 12 É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.

Art. 17

As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

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15. (TRT 18ª – Analista Judiciário – Execução de Mandado – 2008) A sucessão do ausente obedece a lei do país

(A) onde foi visto pela última vez. (B) em que se situam seus bens imóveis.

(C) onde ocorreu o desaparecimento. (D) em que era domiciliado o desaparecido.

(E) onde residirem seus filhos.

Conforme o art. 10 da LIDB.

Gabarito: D

7) CRITÉRIOS DE HERMENÊUTICA JURÍDICA

Hermenêutica jurídica é a ciência, a arte da interpretação da

linguagem jurídica. Serve para trazer os princípios e as regras que são as ferramentas do intérprete. A aplicação, a prática das regras hermenêuticas, é chamada exegese.

Não se deve confundir integração da lei com interpretação da lei. Na primeira a lei não regula determinado fato, ao passo que, na segunda, a lei regula, mas não é cristalina e precisa. Quando a lei não permite a exata compreensão da ordem, faz-se necessário o seu exercício interpretativo buscando alcançar o seu real sentido.

Veja o esquema gráfico a seguir:

INTEGRAÇÃO ≠ INTERPRETAÇÃO

NÃO HÁ LEI HÁ UMA LEI DÚBIA

A teoria científica que trata da arte de interpretar as leis, descobrindo seu alcance e seu sentido é a hermenêutica.

Com base no art. 5o da LIDB, ao utilizar os mecanismos de integração para o preenchimento da lacuna jurídica, ou, ao interpretar a lei, o juiz deve buscar a estabilidade social desejada.

Art. 5o da LIDB - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.

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Dentre as diversas formas de interpretar as leis, destacam-se as seguintes listadas nos quadros a seguir:

INTERPRETAÇÃO QUANTO À FONTE OU

ORIGEM SIGNIFICADO

Autêntica Emana do próprio legislador que reconhece a ambigüidade da norma e elabora uma nova lei destinada a esclarecer a intenção da primeira.

Jurisprudencial Tem como origem as reiteradas decisões judiciais proferidas pelos diversos Tribunais.

Doutrinal Emana dos estudiosos da matéria do direito e das obras científicas.

INTERPRETAÇÃO QUANTO AO MEIO OU ELEMENTO UTILIZADO

SIGNIFICADO

Gramatical ou Literal

Busca auxílio nas regras de gramática para a solução da dúvida, tal como a análise da pontuação, da colocação da palavra na frase, a sua origem etimológica, etc.

Histórica

Baseia-se na investigação dos antecedentes da norma, ou seja, consiste na pesquisa das circunstâncias que nortearam a sua elaboração, de ordem econômica, política e social, bem como do pensamento dominante ao tempo da formação da norma.

Lógica ou Racional

Atende ao espírito da lei procurando-se apurar o sentido e a finalidade da norma, a intenção do legislador, através de raciocínios lógicos, com abandono dos elementos puramente verbais.

Teleológica ou Sociológica Adapta-se o sentido ou finalidade da norma às novas exigências sociais.

Sistemática

Entende-se que a lei não existe isoladamente e o Direito deve ser visto como um todo, como um sistema, comparando a norma com outras espécies legais.

INTERPRETAÇÃO QUANTO AOS RESULTADOS

SIGNIFICADO

Declarativa Quando a letra da lei corresponde exatamente ao que o legislador pensa.

Extensiva Quando o legislador expõe na lei menos do que pretendia dizer, sendo necessário ampliar a aplicação da lei.

Restritiva Quando o legislador expõe na lei mais do que pretendia dizer, sendo necessário restringir a aplicação da lei.

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Antes de terminarmos, quero salientar que para o estudo da disciplina Direito Civil, ainda mais quando a banca é a FCC, é muito importante que você tenha um Código Civil. O texto da lei muitas vezes é abordado de forma literal nas questões de concursos.

Espero que você tenha gostado e que possamos continuar juntos nessa empreitada.

Um forte abraço !!!

Dicler

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8) LISTA DAS QUESTÕES DA FCC APRESENTADAS

1. (TRE/PB - Analista Judiciário - Administrativa – 2007) No que concerne à vigência e aplicação das leis, de acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil, é correto afirmar que (A) salvo disposição em contrário, a lei revogada se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. (B) não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. (C) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes modifica a lei anterior. (D) a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida nos Estados estrangeiros se inicia dois meses depois de oficialmente publicada. (E) as correções a texto de lei já em vigor não consideram-se lei nova.

2. (TRT 2ª – Analista Judiciário – Execução de Mandado – 2008) A respeito da Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro, considere:

I. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país na data da sua publicação.

II. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 45 dias depois de oficialmente publicada. III. As correções de texto de lei já em vigor consideram- se lei nova. IV. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. É correto o que consta APENAS em

(A) I e II. (B) III e IV.

(C) I e IV. (D) II e III.

(E) I, III e IV.

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3. (TRE/MS – Analista Judiciário – Judiciária – 2007) Considere as seguintes assertivas sobre a Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro: I. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 60 dias depois de oficialmente publicada. II. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. III. Havendo incompatibilidade entre lei posterior e lei anterior haverá revogação desta última. IV. A correção a texto de lei em vigor não é considerada lei nova.

É coreto o que se afirma APENAS em: (A) I, II e III.

(B) I, II e IV. (C) I e III.

(D) II e III. (E) II, III e IV.

4. (TRT 11ª – Juiz Substituto – 2007) Considere as seguintes afirmativas: I. No direito brasileiro, não haverá repristinação da lei, salvo disposição expressa em contrário.

II. A lei geral sempre revogará tacitamente a lei especial que tratar de matéria pertinente ao mesmo ramo do direito.

III. Somente haverá revogação tácita da lei quando a lei nova for incompatível com a lei anterior.

IV. Se a lei nova regular inteiramente a matéria de que tratava lei anterior, haverá revogação tácita desta.

V. A lei nova que estabelecer disposição especial a par de lei geral já existente não revogará a esta.

Está correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e III.

(B) I, IV e V. (C) II, III e IV.

(D) II, IV e V. (E) III, IV e V.

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5. (TCE/MG – Procurador do Ministério Público – 2007) Considere as seguintes afirmações:

I. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

II. A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral. (A) As afirmações I e II são corretas.

(B) Somente a afirmação I é correta. (C) Somente a afirmação II é correta.

(D) As afirmações I e II são incorretas. (E) As afirmações I e II são colidentes entre si e nenhuma delas corresponde a regra jurídica em vigor.

6. (TRT 7ª – Analista Judiciário - Área Judiciária – 2009) A respeito da vigência da lei, em Direito Civil, pode-se afirmar que

(A) a lei nova que estabeleça disposições especiais a par das já existentes não revoga nem modifica a lei anterior.

(B) nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

(C) não se consideram lei nova as correções a texto de lei já em vigor.

(D) a lei revogada, salvo disposição em contrário, se restaura se a lei nova tiver perdido a vigência.

(E) a lei começa a vigorar em todo o país, na data em que foi oficialmente publicada.

7. (DPE/MT – Defensor Público Substituto – 2009) Segundo a Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro, (A) salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país três meses depois de oficialmente publicada. (B) nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei federal inicia-se três meses depois de oficialmente promulgada, salvo disposição contrária.

(C) a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

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(D) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes, a equidade e os princípios gerais de direito.

(E) salvo disposição em contrário, a lei revogada se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

8. (TJ/RR – Juiz Substituto – 2008) Com a nova publicação da lei, destinada a correção, (A) em nenhuma hipótese haverá novo prazo para entrar em vigor.

(B) se depois de entrar a lei em vigor, a correção não se considerará lei nova.

(C) se antes de ela entrar em vigor, a vacatio legis começará a correr da nova publicação.

(D) se depois de entrar em vigor, será retroativa à data da primeira publicação.

(E) se antes de ela entrar em vigor, a vacatio legis consistirá do prazo restante contado desde a primeira publicação.

9. (TRT 15ª - Analista Judiciário – Execução de Mandados – 2009) Denomina-se vacatio legis

(A) o período de tramitação da lei no Congresso Nacional. (B) o instituto de direito não regulamentado por lei.

(C) o período de vigência da lei temporária. (D) o intervalo entre a data da publicação da lei e a da sua entrada em vigor. (E) a situação jurídica dos fatos regulamentados por lei revogada.

10. (TCE/AL – Procurador – 2008) O servidor X contava treze (13) anos de serviço público estadual, quando entrou em vigor nova lei, que aboliu adicionais sobre os vencimentos a cada cinco (05) anos de serviço. Neste caso, X (A) manterá sem seu patrimônio o equivalente aos dois (02) adicionais pelos dez (10) anos completos e mais 30% (trinta por cento) do adicional pelo período seguinte de cinco (05) anos que estava em curso. (B) a partir da nova lei, perderá os adicionais que havia conquistado, pois só tem direito adquirido àqueles vencidos, que, eventualmente, estivessem pendentes

de pagamento. (C) continuará adquirindo o direito aos adicionais a cada cinco (05) anos de serviço, que se completarem.

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(D) adquirirá apenas mais um adicional, quando se completar o terceiro período de cinco (05) anos.

(E) manterá em seu patrimônio dois (02) adicionais, mas não obterá o terceiro.

11. (Pref. São Paulo/SP – Auditor Fiscal Tributário Municipal – 2007) Na lacuna da lei, o juiz (A) decidirá com base na analogia, nos costumes e nos princípios gerais de direito. (B) decidirá com base na eqüidade e na jurisprudência.

(C) decidirá o caso apenas se houver precedentes judiciais vinculantes dos tribunais superiores.

(D) arbitrará a solução que lhe parecer mais justa, de forma motivada.

(E) poderá escusar-se de proferir decisão.

12. (TRE/MG - Técnico de Controle Externo I - Direito – 2007) No direito brasileiro, quando a lei for omissa o Juiz (A) não poderá deixar de decidir o caso, e deverá valer-se de outras fontes ou formas de expressão do direito. (B) não poderá proferir sentença, tendo de extinguir o processo sem resolução de mérito. (C) somente poderá decidir o caso valendo-se da analogia.

(D) não poderá julgar por eqüidade, salvo quando autorizado por lei e a matéria versar sobre direito indisponível.

(E) deverá, necessariamente, julgar o caso de acordo com os precedentes jurisprudenciais.

13. (PGE-PE – Procurador – 2004) Estabelecendo a Lei de Introdução ao Código Civil que “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito” (art. 4º), é correto afirmar que:

(A) Somente se admite o costume secundum legem. (B) É admitido amplamente o costume contra legem.

(C) O costume praeter legem desempenha função supletiva da lei. (D) O costume é meio de interpretação do direito, mas não pode ser considerado fonte ou forma de expressão do direito.

(E) O costume constitui apenas regra de hermenêutica.

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14. (TCE/PI – Assessor Jurídico – 2009) A aplicação de uma norma ou um princípio regulador de um fato jurídico a outro fato jurídico não regulado, mas semelhante àquele, corresponde à aplicação

(A) do costume. (B) dos princípios gerais de direito.

(C) da analogia.

(D) da interpretação extensiva da lei. (E) da equidade.

15. (TRT 18ª – Analista Judiciário – Execução de Mandado – 2008) A sucessão do ausente obedece a lei do país (A) onde foi visto pela última vez.

(B) em que se situam seus bens imóveis. (C) onde ocorreu o desaparecimento.

(D) em que era domiciliado o desaparecido. (E) onde residirem seus filhos.

GABARITO:

1 B 2 B 3 D 4 B 5 A 6 A 7 C 8 C 9 D 10 E

11 C 12 A 13 C 14 C 15 D

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9) QUESTÕES DA BANCA CESPE/UnB COMENTADAS

(TRE/BA – Analista Judiciário – 2010) Considerando a Lei de Introdução ao Código Civil (LIDB) — Decreto-Lei n.º 4.657/1942 — e a vigência das leis no tempo e no espaço, julgue os itens a seguir.

1. A LIDB foi revogada pelo Código Civil de 2002.

2. A noção de coisa julgada prevista na LIDB refere-se à imutabilidade da decisão judicial somente quando ultrapassado o prazo decadencial para a propositura da ação rescisória. 3. A lei anterior, expressamente revogada pela edição de nova lei, tem sua vigência automaticamente restaurada em caso de revogação da lei que a revogou.

Comentários:

1. EERRRRAADDAA. A LIDB é um Decreto-Lei de 1942 e o Código Civil vigente é a Lei 10.406/2002. Os dois dispositivos legais coexistem não havendo a revogação da LIDB pelo CC.

2. EERRRRAADDAA. Segundo o art. 6o, § 3o da LIDB chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. Pelo fato da ação rescisória não ser um recurso, então não há necessidade de aguardar o fim do prazo decadencial de dois anos para a sua propositura.

3. EERRRRAADDAA. A afirmativa trata da repristinação (art. 2o, § 3o da LIDB). Não há restauração automática da lei anteriormente revogada, apenas poderá ocorrer tal fenômeno de forma expressa.

4. (MPE/SE – Promotor de Justiça – 2010) Considere que a Lei A, de vigência temporária, revogue expressamente a Lei B. Nesse caso, quando a lei A perder a vigência, A) a lei B será automaticamente restaurada, já que a lei A é temporária e os seus efeitos, apenas suspensivos. B) a lei B será automaticamente restaurada, já que não pode haver vácuo normativo.

C) a lei B não será restaurada, já que não se admite antinomia real.

D) a lei B não será restaurada, salvo disposição expressa nesse sentido.

E) a revogação será tida como ineficaz, porque não pode ser determinada por lei de vigência temporária.

Conforme explicado na questão anterior, a repristinação só pode ocorrer quando houver disposição expressa da lei que revoga a lei revogadora.

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Gabarito: D

5. (DPE/ES – Defensor Público – 2009) O direito brasileiro não aceita o efeito repristinatório da lei revogada.

5. EERRRRAADDAA. Conforme comentários anteriores, é claramente possível o efeito repristinatório no caso de disposição expressa da lei que revoga a lei revogadora.

6. (TRE/BA – Analista Administrativo – 2010) Dá-se a ultra-atividade da lei quando a lei revogada sobrevive, continuando a ser aplicada às situações ocorridas ao tempo de sua vigência.

6. CCEERRTTAA. É o que ocorre com as leis excepcionais e temporárias nos termos do art. 3º do Código Penal.

Pegando uma “carona” no art. 2o da LIDB que trata da revogação temos a próxima questão.

7. (TRT 17a – Analista Administrativo – 2009) A ab-rogação é a revogação parcial da lei.

7. EERRRRAADDAA. Trata-se de uma derrogação.

(INSS – Analista: Direito – 2008) Uma norma jurídica tem três momentos, que dizem respeito à determinação do início de sua vigência, à continuidade de sua vigência e à cessação de sua vigência. Além disso, a norma contém em si uma carga de generalidade, referindo-se a casos indefinidos, o que implica seu afastamento da realidade, fazendo surgir uma oposição entre normas jurídicas e fatos.

Maria Helena Diniz. Curso de direito civil brasileiro, vol. I,

24.a ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 58 (com adaptações).

Tendo as idéias do texto acima como referência inicial, julgue os itens que se seguem, relativos à analogia, interpretação e aplicação da lei no tempo e no espaço. 8. As leis, em sentido amplo, nascem com a promulgação.

9. A obrigatoriedade imposta por uma norma jurídica sempre se inicia na data da sua publicação. 10. No que concerne à obrigatoriedade da norma brasileira no exterior, faltando estipulação legal do prazo de entrada em vigor,

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tal prazo é de três meses depois de a norma ser oficialmente publicada.

11. Derrogação é a supressão total da norma jurídica anterior. 12. A analogia, que é um dos instrumentos de integração da norma jurídica, consiste na prática uniforme, constante, pública e geral de determinado ato com a convicção de sua necessidade jurídica.

Análise das assertivas:

8. CCEERRTTAA. Não podemos confundir a promulgação com a publicação. O nascimento da lei ocorre com a promulgação.

9. EERRRRAADDAA. A obrigatoriedade da norma até pode se iniciar na data da publicação; porém, a obrigatoriedade também pode ocorrer em um momento posterior à publicação da norma.

10. CCEERRTTAA. De acordo com o art. 1o, § 1o da LIDB.

11. EERRRRAADDAA. Conforme estudado na questão 7, a derrogação representa a supressão parcial da norma jurídica anterior e não supressão total.

12. EERRRRAADDAA. A assertiva relaciona as características dos costumes e não da analogia. Porém, os dois são mecanismos de integração do ordenamento jurídico.

13. (TCM/GO - Procurador do Ministério Público - 2007) A vigência da lei deve ser indicada de forma expressa na própria lei, de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula entra em vigor na data de sua publicação para as leis de pequena repercussão.

13. CCEERRTTAA. De acordo com o art. 8º da LC 95/98. Art. 8o A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão.

14. (TCM/GO - Procurador do Ministério Público - 2007) A contagem do prazo para a entrada em vigor de leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data de publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia seguinte à sua consumação integral. 14, CCEERRTTAA. De acordo com o art. 8º, § 1o da LC 95/98.

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15. (TCM/GO - Procurador do Ministério Público - 2007) Conforme disposto expressamente em lei complementar federal, recaindo em domingo ou feriado o último dia da contagem da vacatio legis, prorroga-se o prazo até o primeiro dia útil subseqüente.

15. EERRRRAADDAA. A Lei Complementar 95/98 dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal, e estabelece normas para a consolidação dos atos normativos que menciona. Em tal lei não há qualquer disposição semelhante ao que afirma a assertiva. Dessa forma, nada impede que uma lei inicie a sua vigência em um feriado ou domingo.

16. (DPE/ES – Defensor Público – 2009) A analogia jurídica fundamenta-se em um conjunto de normas para extrair elementos que possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas similar.

16. CCEERRTTAA. A doutrina costuma distinguir a analogia em legal (legis) ou jurídica (júris).

17. (DPE/ES – Defensor Público – 2009) Consideram-se leis novas as correções de texto de lei já em vigor. 17. CCEERRTTAA. Conforme o estudo do art. 1o, § 4o da LIDB.

18. (TRT 17.ª Região/ES – Execução de Mandados - 2009) As emendas ou correções aditadas à lei que já tenha entrado em vigor são consideradas lei nova. 18. CCEERRTTAA. Conforme comentários da questão anterior.

19. (DPE/ES – Defensor Público – 2009) A lei nova que dispõe sobre regras especiais revoga as regras gerais sobre a mesma matéria.

19. EERRRRAADDAA. O art. 2o, § 2o da LIDB consagra o princípio da conciliação. De acordo com tal princípio, se uma lei não contraria outra já existente, então eles podem coexistir, não havendo a necessidade de revogação.

20. (DPE/ES – Defensor Público – 2009) Quando o conflito normativo for passível de solução mediante o critério hierárquico, cronológico e da especialidade, o caso será de antinomia aparente.

20. CCEERRTTAA. Havendo possibilidade de solução trata-se de um conflito aparente. Se não houver solução nos critérios hierárquico, da especialidade e cronológico teremos um conflito real.

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21. (TRT 17.ª Região/ES – Execução de Mandados - 2009) Na aplicação da norma jurídica, a existência de uma antinomia jurídica aparente será resolvida pelos critérios normativos, ou seja, o hierárquico, cronológico e o da especialidade.

21. CCEERRTTAA. Conforme comentários da questão anterior.

22. (TCE/ES – Procurador – 2009) A respeito da Lei X, publicada no dia 1.º de junho de 2009, assinale a opção correta. A) Caso falte o texto para algum dispositivo da Lei X, o juiz poderá corrigi-la por processo interpretativo. B) Se houver omissão na Lei X, o juiz deverá decidir de acordo com os fins sociais a que ela se dirige. C) Eventual correção de texto da Lei X será considerada lei nova, se aquela já estiver em vigor. D) Se a Lei X estabelecer disposições a par das já estabelecidas pela Lei Y, haverá a revogação desta. E) Caso a Lei X derrogue a Lei Z, esta perderá a sua vigência.

Análise das alternativas:

(A) EERRRRAADDAA. Na lacuna da lei o juiz deve utilizar um processo integrativo. Não se deve confundir integração com interpretação.

- INTERPRETAÇÃO: existe lei.

- INTEGRAÇÃO: não existe a lei.

(B) EERRRRAADDAA. Omissões na lei podem ser verificadas quando não há informações suficientes na lei que resolvam o caso concreto. Esse caso permite ao juiz lançar mão da analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito.

(C) CCEERRTTAA. Conforme comentários da questão 14.

(D) EERRRRAADDAA. Conforme comentários da questão 15.

(E) EERRRRAADDAA. A derrogação é uma revogação parcial, portanto, no caso em questão, parte da Lei Z continuará tendo vigência.

Gabarito: C

23. (TCM/GO - Procurador do Ministério Público - 2007) A lei que cria uma instituição jurídica tem aplicação imediata, visto que, segundo jurisprudência pacífica do STF, não há direito adquirido a regime jurídico.

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23. CCEERRTTAA. É pacífica a jurisprudência dos tribunais superiores e da corte suprema quanto à inexistência de direito adquirido a regime jurídico por parte dos servidores públicos ocupantes de cargo público. Diz-se, nestes casos, que a relação jurídica que o servidor mantém com o Estado é legal ou estatutária, ou seja, objetiva, impessoal e unilateralmente alterável pelo Poder Público. A disciplina geral da função pública é considerada inapropriável pelo servidor público e, portanto, tida como sujeita a modificação com eficácia imediata tanto no plano constitucional quanto infraconstitucional. Seguem algumas decisões:

"Vencimentos: reajuste: direito adquirido Inexistência. Segundo a jurisprudência do STF- que reduz a questão à inexistência de direito adquirido a regime jurídico -, as leis ainda quando posteriores à norma constitucional de sua irredutibilidade - que modificam sistemática de reajuste de vencimentos ou proventos são aplicáveis desde o início de sua vigência. Ressalva do entendimento do relator, expresso no julgamento do MS 21.216.(Gallotti, RTJ 134/1.112)"(STF, R.E. n. 185.966-1, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJU de 22.09.1995, Seção I., p.30632).

"Decreto-Lei nº 2.335/87. Plano Verão. Reajuste de 26, 05%. Direito adquirido. Inconstitucionalidade. 1- O Plenário da Corte reiterou o entendimento de que não há direito adquirido a vencimentos de funcionários públicos, nem direito adquirido a regime jurídico instituído por lei. Em se tratando de norma de aplicação imediata, esta não alcança vencimentos já pagos, ou devidos "pro labore facto"(...)" (STF, RE-199753-MG, Rel. Min. MAURÍCIO CORREIA, DJU de 07-06-1996, pp. 19843, j. em 30/04/1996).

24. (TRE/MA – Analista Judiciário - 2009) Na interpretação extensiva, rompe-se com os limites do que está previsto na norma, operando-se a sua integração.

24. EERRRRAADDAA. A assertiva mistura os conceitos de integração e interpretação.

25. (SERPRO – Analista – Advocacia – 2008) Para orientar a tarefa interpretativa do aplicador da lei, existem várias técnicas. Segundo os postulados da técnica teleológica, na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.

25, CCEERRTTAA. Conforme o art. 5º da LIDB.

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26. (PC/PB – Delegado – 2008) Quanto aos elementos, a interpretação da lei pode ser autêntica, judicial e doutrinária.

26. EERRRRAADDAA. A assertiva enuncia formas de interpretação de acordo com a fonte ou origem e não quanto aos elementos.

(TRT 17.ª Região/ES – Analista Judiciário – 2009) Julgue os seguintes itens, referentes à vigência e à aplicação da lei no tempo e no espaço. 27. Se, durante o período da vacatio legis, a norma que vier a ser corrigida em seu texto por conter erros materiais, ensejando nova publicação, será considerada lei nova.

27. EERRRRAADDAA. A correção é considerada lei nova quando ocorre após o período de vacatio. Vide questão 17.

28. Na aplicação da norma jurídica, a existência de uma antinomia jurídica real será resolvida pelos critérios normativos, ou seja, o hierárquico, o cronológico e o da especialidade.

28. EERRRRAADDAA. Os critérios normativos citados são utilizados para solucionar uma antinomia aparente. Vide questão. 20.

(PGE/AL - Procurador – 2009) A respeito da vigência e aplicação da lei, analise as assertivas a seguir:

29. A lei posterior revoga a anterior se for com ela incompatível, ou se estabelecer disposições gerais a par das já existentes.

29. EERRRRAADDAA. Se a lei posterior estabelecer disposições gerais a par das já existentes, de acordo com o princípio da conciliação (questão 19) não haverá revogação.

30. Em que pese lei em vigor ter efeito imediato e geral, deverá ser respeitado o direito adquirido, que se traduz naquele que já foi consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 30. EERRRRAADDAA. A assertiva descreve o ato jurídico perfeito e não o direito adquirido. Conforme o art. 6º da LIDB.

Art. 6º da LIDB -A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.

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§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.

31. Como não pode deixar de decidir, quando a lei for omissa, o juiz deverá atentar para os fins sociais a que ela se dirige e decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.

31. EERRRRAADDAA. A assertiva misturou os conceitos de integração e interpretação. Quando a lei é omissa estamos diante de um caso de integração devendo ser utilizados, sucessivamente, a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Por outro lado, se a lei é omissa, não há como atentar para os fins sociais, pois este fato representa uma interpretação sociológica ou teleológica.

32. Considerando que ninguém pode se escusar de cumprir a lei, esta começa a vigorar a partir da sua publicação, salvo disposição em contrário, tanto no Brasil como nos Estados estrangeiros.

32. EERRRRAADDAA. Conforme o art. 1º da LIDB, salvo disposição em contrário a lei começa a vigorar no país 45 dias depois da sua publicação. Nos estados estrangeiros o prazo é de 3 meses.

33. A derrogação torna sem efeito parte de uma norma, de forma que a norma não perderá sua vigência, pois apenas os dispositivos alcançados é que não terão mais obrigatoriedade.

33. CCEERRTTAA. Conforme comentários da questão 7.

(Técnico Judiciário – Área: Administrativa – 2009) A respeito da vigência e aplicação das normas jurídicas, julgue os itens a seguir.

34. Com a publicação, ocorre a executoriedade da lei. 34. EERRRRAADDAA. A executoriedade da lei ocorre com a vigência.

35. Caso o juiz não encontre nenhuma norma aplicável a determinado caso concreto, deverá proceder à integração normativa.

35. CCEERRTTAA. No caso de lacuna da lei, o princípio da indeclinabilidade de jurisdição (art. 4º da LIDB) aponta para os mecanismos de integração do ordenamento jurídico.

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10) LISTA DAS QUESTÕES DA BANCA CESPE/UnB

(TRE/BA – Analista Judiciário – 2010) Considerando a Lei de Introdução ao Código Civil (LIDB) — Decreto-Lei n.º 4.657/1942 — e a vigência das leis no tempo e no espaço, julgue os itens a seguir.

1. A LIDB foi revogada pelo Código Civil de 2002.

2. A noção de coisa julgada prevista na LIDB refere-se à imutabilidade da decisão judicial somente quando ultrapassado o prazo decadencial para a propositura da ação rescisória. 3. A lei anterior, expressamente revogada pela edição de nova lei, tem sua vigência automaticamente restaurada em caso de revogação da lei que a revogou.

4. (MPE/SE – Promotor de Justiça – 2010) Considere que a Lei A, de vigência temporária, revogue expressamente a Lei B. Nesse caso, quando a lei A perder a vigência,

A) a lei B será automaticamente restaurada, já que a lei A é temporária e os seus efeitos, apenas suspensivos.

B) a lei B será automaticamente restaurada, já que não pode haver vácuo normativo.

C) a lei B não será restaurada, já que não se admite antinomia real. D) a lei B não será restaurada, salvo disposição expressa nesse sentido. E) a revogação será tida como ineficaz, porque não pode ser determinada por lei de vigência temporária.

5. (DPE/ES – Defensor Público – 2009) O direito brasileiro não aceita o efeito repristinatório da lei revogada.

6. (TRE/BA – Analista Administrativo – 2010) Dá-se a ultra-atividade da lei quando a lei revogada sobrevive, continuando a ser aplicada às situações ocorridas ao tempo de sua vigência.

7. (TRT 17a – Analista Administrativo – 2009) A ab-rogação é a revogação parcial da lei.

(INSS – Analista: Direito – 2008) Uma norma jurídica tem três momentos, que dizem respeito à determinação do início de sua vigência, à continuidade de sua vigência e à cessação de sua

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vigência. Além disso, a norma contém em si uma carga de generalidade, referindo-se a casos indefinidos, o que implica seu afastamento da realidade, fazendo surgir uma oposição entre normas jurídicas e fatos.

Maria Helena Diniz. Curso de direito civil brasileiro, vol. I,

24.a ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 58 (com adaptações).

Tendo as idéias do texto acima como referência inicial, julgue os itens que se seguem, relativos à analogia, interpretação e aplicação da lei no tempo e no espaço.

8. As leis, em sentido amplo, nascem com a promulgação. 9. A obrigatoriedade imposta por uma norma jurídica sempre se inicia na data da sua publicação. 10. No que concerne à obrigatoriedade da norma brasileira no exterior, faltando estipulação legal do prazo de entrada em vigor, tal prazo é de três meses depois de a norma ser oficialmente publicada. 11. Derrogação é a supressão total da norma jurídica anterior.

12. A analogia, que é um dos instrumentos de integração da norma jurídica, consiste na prática uniforme, constante, pública e geral de determinado ato com a convicção de sua necessidade jurídica.

13. (TCM/GO - Procurador do Ministério Público - 2007) A vigência da lei deve ser indicada de forma expressa na própria lei, de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula entra em vigor na data de sua publicação para as leis de pequena repercussão.

14. (TCM/GO - Procurador do Ministério Público - 2007) A contagem do prazo para a entrada em vigor de leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data de publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia seguinte à sua consumação integral.

15. (TCM/GO - Procurador do Ministério Público - 2007) Conforme disposto expressamente em lei complementar federal, recaindo em domingo ou feriado o último dia da contagem da vacatio legis, prorroga-se o prazo até o primeiro dia útil subseqüente.

16. (DPE/ES – Defensor Público – 2009) A analogia jurídica fundamenta-se em um conjunto de normas para extrair elementos

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que possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas similar.

17. (DPE/ES – Defensor Público – 2009) Consideram-se leis novas as correções de texto de lei já em vigor.

18. (TRT 17.ª Região/ES – Execução de Mandados - 2009) As emendas ou correções aditadas à lei que já tenha entrado em vigor são consideradas lei nova.

19. (DPE/ES – Defensor Público – 2009) A lei nova que dispõe sobre regras especiais revoga as regras gerais sobre a mesma matéria.

20. (DPE/ES – Defensor Público – 2009) Quando o conflito normativo for passível de solução mediante o critério hierárquico, cronológico e da especialidade, o caso será de antinomia aparente.

21. (TRT 17.ª Região/ES – Execução de Mandados - 2009) Na aplicação da norma jurídica, a existência de uma antinomia jurídica aparente será resolvida pelos critérios normativos, ou seja, o hierárquico, cronológico e o da especialidade.

22. (TCE/ES – Procurador – 2009) A respeito da Lei X, publicada no dia 1.º de junho de 2009, assinale a opção correta.

A) Caso falte o texto para algum dispositivo da Lei X, o juiz poderá corrigi-la por processo interpretativo.

B) Se houver omissão na Lei X, o juiz deverá decidir de acordo com os fins sociais a que ela se dirige.

C) Eventual correção de texto da Lei X será considerada lei nova, se aquela já estiver em vigor.

D) Se a Lei X estabelecer disposições a par das já estabelecidas pela Lei Y, haverá a revogação desta.

E) Caso a Lei X derrogue a Lei Z, esta perderá a sua vigência.

23. (TCM/GO - Procurador do Ministério Público - 2007) A lei que cria uma instituição jurídica tem aplicação imediata, visto que, segundo jurisprudência pacífica do STF, não há direito adquirido a regime jurídico.

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24. (TRE/MA – Analista Judiciário - 2009) Na interpretação extensiva, rompe-se com os limites do que está previsto na norma, operando-se a sua integração.

25. (SERPRO – Analista – Advocacia – 2008) Para orientar a tarefa interpretativa do aplicador da lei, existem várias técnicas. Segundo os postulados da técnica teleológica, na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.

26. (PC/PB – Delegado – 2008) Quanto aos elementos, a interpretação da lei pode ser autêntica, judicial e doutrinária.

(TRT 17.ª Região/ES – Analista Judiciário – 2009) Julgue os seguintes itens, referentes à vigência e à aplicação da lei no tempo e no espaço.

27. Se, durante o período da vacatio legis, a norma que vier a ser corrigida em seu texto por conter erros materiais, ensejando nova publicação, será considerada lei nova.

28. Na aplicação da norma jurídica, a existência de uma antinomia jurídica real será resolvida pelos critérios normativos, ou seja, o hierárquico, o cronológico e o da especialidade.

(PGE/AL - Procurador – 2009) A respeito da vigência e aplicação da lei, analise as assertivas a seguir:

29. A lei posterior revoga a anterior se for com ela incompatível, ou se estabelecer disposições gerais a par das já existentes.

30. Em que pese lei em vigor ter efeito imediato e geral, deverá ser respeitado o direito adquirido, que se traduz naquele que já foi consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 31. Como não pode deixar de decidir, quando a lei for omissa, o juiz deverá atentar para os fins sociais a que ela se dirige e decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.

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32. Considerando que ninguém pode se escusar de cumprir a lei, esta começa a vigorar a partir da sua publicação, salvo disposição em contrário, tanto no Brasil como nos Estados estrangeiros. 33. A derrogação torna sem efeito parte de uma norma, de forma que a norma não perderá sua vigência, pois apenas os dispositivos alcançados é que não terão mais obrigatoriedade.

(Técnico Judiciário – Área: Administrativa – 2009) A respeito da vigência e aplicação das normas jurídicas, julgue os itens a seguir.

34. Com a publicação, ocorre a executoriedade da lei. 35. Caso o juiz não encontre nenhuma norma aplicável a determinado caso concreto, deverá proceder à integração normativa.

GABARITO

1-E 2-E 3-E 4-D 5-E

6-C 7-E 8-C 9-E 10-C

11-E 12-E 13-C 14-C 15-E

16-C 17-C 18-C 19-E 20-C

21-C 22-C 23-C 24-E 25-C

26-E 27-E 28-E 29-E 30-E

31-E 32-E 33-C 34-E 35-C

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11) BIBLIOGRAFIA

Livros utilizados:

Leis utilizadas: - Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro;

- Código Civil; - Lei Complementar 95/98; e

- Código Penal.