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7/29/2019 Subjetividade Cultura e Desenvolvimento Social
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Subjetividade, Cultura e Desenvolvimento Social.
Carmen Rodrigues Tatsch ( Professora Adjunta Universidade Veiga de Almeida) e
Luiz Henrique da Silva Lessa ( Mestrando Universidade Federal do Rio de J aneiro).
Eixo 8: Processos organizativos, comunidades e prticas sociais.
Resumo: Este artigo discute o projeto de pesquisa que se realiza na comunidade
Quilombola da Rasa, na cidade de Armao dos Bzios, RJ. O projeto visa a promoo de
bem-estar e de sade mental e o desenvolvimento humano e social. A pesquisa trabalha
com as metodologias da pesquisa-ao e do vdeo antropolgico. O projeto encontra-se em
fase de articulao de um circuito turstico antropolgico-ecolgico, que inclui a histria e a
cultura dos habitantes da Rasa. Esta proposta visa o desenvolvimento sustentvel, uma
melhor qualidade de vida para a populao local, a reelaborao das identidades e a
insero na sociedade buziana de forma engajada e solidria.
Palavras-chave: comunidade; pesquisa-ao; desenvolvimento humano e social.
Subjectivity, Culture and Social Devepopment
Abstract: The article discusses the research project that is taking place in a Quilombolas of
Rasas community in the town of Armao de Bzios. RJ. The project aims welfare and
mental health promotion and the human and social development. The research uses the
action-research methodologies, anthropological video and anthropological theater. The
project finds itself in the articulation phase the articulation of a touristic anthropological-ecological sightseeing tour in Bzios that will allow a sustainable development and better
quality of life to the local population, which values the history and culture of the native
inhabitants, permitting a reassess of their identities and insertion in Bzios society in asympathetic and engaged way.
Keywords: community; action-research; human and social development.
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]7/29/2019 Subjetividade Cultura e Desenvolvimento Social
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Em 2001 iniciamos pesquisa - ao junto comunidade quilombola da Rasa,
Municpio de Armao dos Bzios, Rio de Janeiro. Naquela ocasio, a pesquisa articulava-
se Escola de Comunicao, UFRJ. A partir de 2005, esta passou a vincular-se
Universidade Veiga de Almeida. Em ambas as fases, os projetos contaram com o apoio da
FAPERJ.
Em nossa perspectiva metodolgica, todo o processo da pesquisa-ao
acompanhado pelo registro em vdeo, segundo a abordagem do vdeo antropolgico, que
trabalha com um contnuo feedback com a comunidade.
Trabalhamos com a hiptese de que as expresses singulares de cada cultura
funcionam como um sistema informal de promoo de sade e contribuem para a formao
dos processos identificatrios com caractersticas particulares, em contraposio ao
movimento massificatrio dominante. Esta hiptese tem sido confirmada em anos de
pesquisas cujo trabalho de campo realizado em comunidades urbanas desfavorecidas
scio-economicamente.
Buscamos auxiliar no fortalecimento do sentimento de pertinncia, de participao
social, na ampliao dos laos comunitrios e no estmulo insero do sujeito em inter-
relaes com diversas redes sociais e na elaborao, ressignificao e criao de novas
construes singulares e coletivas.
Desde incio da dcada de 80 adotamos os enfoques acima mencionados em nossos
trabalhos ao pesquisarmos questes relativas subjetividade e cultura, em instituies de
sade mental do Rio de Janeiro.
Do final da dcada de 80, at final da dcada de 90, realizamos pesquisas em
comunidades do Rio de Janeiro (Chapu Mangueira, D. Marta e outras) e o trabalho de
campo da tese de doutorado em Sade Mental, concludo no IPUB, foi desenvolvido no
Vidigal. Participamos do projeto de pesquisa Tecnologia audio-visual como instrumento
de anlise e auto-anlise de grupos comunitrios, em cooperao conjunta entre o Instituto
de Psiquiatria da UFRJ e o Centro Teatro Ateneo da Universit di Roma La Sapienza.
Quando falamos em comunidade, a entendemos tal como Alpio Sanchez Vidal
postula em seu livro Manual de Psicologia Comunitria (2007). Para ele, comunidade
compreende uma motivao positiva de sociabilidade, incluindo desfrute mtuo,
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cooperao, identidade coletiva e individual interconectada. A comunidade pensada por
este autor como um tecido social onde haja vinculao, interdependncia, reciprocidade,
confiana mtua, compartilhamento, comunicao e dilogo.
Entendemos que estas caractersticas que no esto dadas previamente; preciso
constru-las. Ao relacionarmos o conceito de comunidade deste autor, com sua abordagem
sobre a Psicologia Comunitria, a compreendemos como uma disciplina que pode
contribuir neste processo de construo. Ao traar um mapa conceitual da Psicologia
Comunitria, ele diz que a PC se ocupa de promover o desenvolvimento humano integral
e prevenir os problemas sociais com base na comunidade territorial e psicossocial e por
meio de uma mudana participativa (realizada por sujeitos socialmente ativos) em que o
psiclogo tem um papel de promotor de recursos comunitrios e dinamizador social em
prol do empoderamento coletivo .
A metodologia da pesquisa-ao um dos eixos estruturais da pesquisa com
comunidades. Montero (2000), ao comentar sobre o mtodo da Psicologia Comunitria
Latino- Americana, afirma que h um duplo agenciamento na interveno-investigao e
que, em vista do carter dinmico e dialtico da vida social, necessrio um mtodo que se
transforme no mesmo ritmo, que seja capaz de mudar segundo as mudanas do problema
que estuda. Devem gerar-se construes em uma ao crtica e reflexiva de carter coletivo,
com efeitos sobre a comunidade e sobre seus membros individualmente, atravs de
processos de problematizao, desnaturalizao, desideologizao, conscientizao.
Em nossas pesquisas, entendemos a pesquisa-ao como uma metodologia que
busca a produo de novas formas de conhecimento social e de relacionamento entre
pesquisadores e pesquisados e de novas articulaes destes com o saber. Desenvolve-se a
partir de uma problemtica no s instrumental , mas que pressupe uma viso crtica da
realidade e que possibilite a criao coletiva dos resultados.
Interessa-nos estreitar relaes entre os saberes acadmicos e os saberes populares e
integrar as prticas universitrias quelas desenvolvidas nas comunidades do Rio de
Janeiro.
As metodologias da pesquisa-ao e do vdeo antropolgico buscam favorecer os
processos de auto-gesto e de feedback. Remi Hess, professor da Universidade de Paris 8,
em seu Cours DAnalyse Institutionnelle, diz que tanto na pesquisa-ao, quanto na
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Anlise Institucional, pela participao comum a todos os participantes do processo que
encontramos o caminho do conhecimento. Este processo de pesquisa se inscreve em uma
relao direta com a ao e com o processo de conhecimento e de mudana. Este autor
entende que a anlise, a reflexo permanente, o esforo de conscientizao das estruturas
visam a mudana, no sentido de uma maior emancipao, de uma maior responsabilidade
dos autores e no sentido da auto-gesto. Os objetivos da pesquisa so os elementos
constitutivos desta, busca-se fazer do processo da pesquisa um objetivo da pesquisa em si
mesmo.
A pesquisa em Bzios se desenvolve levando em conta trs eixos fundamentados na
perspectiva da Anlise Institucional: - o vertical - a histria da comunidade da Rasa
(descendente de um Quilombo); - o horizontal o espao scio-histrico-antropolgico-
ecolgico onde esta se situa e - o transversal as questes surgidas tm sido trabalhadas em
eventos atravessados por diversas instncias (internacionais, federais, estaduais, municipais,
pblicas e privadas). Buscamos produzir movimentos que permitam uma circulao do
macro para o micro e vice-versa, ampliando assim os modos de ver e de agir, possibilitando
criar novas formas de subjetivao.
Todo o processo da pesquisa acompanhado pelo registro em vdeo e pela projeo
do material udio-visual para a comunidade, em um contnuo feed back. O mtodo de vdeo
antropolgico baseia-se no cinema etnogrfico, o qual possibilitou o uso da cmara
participante. A pesquisa conta, nesta rea, com a consultoria do Prof. Ferruccio Marotti,
diretor do Centro Ateneo da Universidade de Roma. O Prof. Marotti trabalhou com Jean
Rouch conhecido como um dos pais do cinema etnogrfico.
Em nossos estudos, buscamos entender os processos, suas inter-relaes com os
resultados da pesquisa e as contribuies do vdeo neste percurso. Paola Miele, professora
da School of Visual Arts de New York, comentou em uma entrevista a ns concedida,
sobre as possibilidades que o ato de ver e ser visto, proporcionado pela metodologia do
vdeo antropolgico, podem trazer aos sujeitos da pesquisa:
Ver-se no vdeo implica em uma relao tridimensional do corpo no espao e
inscreve-se no interior de um colocar-se sob o olhar do outro. A cmera funciona como
um outro. Sua prpria imagem no binria, mas trinria, na relao com o outro. O
sujeito se confronta com sua prpria imagem a partir do vdeo. Isso pode dar como
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efeito permitir ao sujeito reconhecer a si e ao outro. A chave se reconhecer no meio
social, inscrever-se num espao simblico. Este processo ajuda um sujeito a se
reconhecer como pertencendo a uma comunidade, a apreciar sua prpria singularidade e
sua histria. Podemos levantar a hiptese de que h uma dimenso de testemunho que
se coloca em causa. Sentir-se no interior do grupo, perceber-se de seu pertencimento, de
que no um sujeito isolado.
Nas etapas iniciais da pesquisa entrevistamos, com o registro em vdeo, diversas
lideranas e antigos moradores e direcionamos nossa linha de ao para um mapeamento
das formas associativas existentes na comunidade da Rasa e para a histria desta
comunidade. Quanto s formas associativas, detectamos fundamentalmente 6 eixos
principais: 1) os pescadores, 2) os arteses, 3) os pequenos produtores rurais, 4) o
movimento negro, 5) algumas associaes que visam socializao de crianas, 6)
movimentos que preocupam-se com questes ecolgicas e de preservao do meio
ambiente.
Paralelamente s entrevistas e utilizao de instrumentos udio-visuais, tais como
o registro em vdeo e a fotografia, realizamos seminrios e encontros, com a participao de
renomados especialistas do Brasil e do exterior, com o objetivo de fazer atravessamentos
entre a populao local e outras comunidades. Nestes eventos visamos que a comunidade
exercite articulaes entre o pensar e o agir e entre o elaborar propostas, debat-las
coletivamente e organizar-se para execut-las.
O primeiro destes foi o Seminrio Internacional Comunicao Visual e
Antropologia Cultural, que contou com o apoio da FAPERJ e do Instituto Italiano di
Cultura. O evento funcionou como um modo de agregar, integrar e estabelecer inter-
relaes entre estes movimentos que, at ento, funcionavam isoladamente.
A partir dos processos deflagrados pela pesquisa, novos movimentos passaram a
instituir-se: dos membros da comunidade entre si, destes com diferentes grupos locais,
nacionais e internacionais.
Podemos inter-relacionar estes processos com o conceito de empowerment, tal
como o Prof. Alpio Sanchez Vidal, em seu Compndio de Psicologia Comunitria, o
desenvolve: empowerment uma idia emergente da Psicologia Comunitria e outros
campos da poltica e da ao social. Implica, sobretudo, desfazer o foco da psicologia na
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sade, para enfocar o poder sustentvel, a anlise e a mudana social y psicosocial. H uma
re-focalizao psicolgica no empowerment. Os significados de empowerment mais usuais
so : dar poder, autorizar ou capacitar, quer dizer,empoderar.
Entre os resultados encontrados em nossa pesquisa, poderamos dizer que houve um
processo de empoderamento destes sujeitos. As relaes de poder existentes passaram a
modificar-se, abrindo campo para lideranas comunitrias nas deliberaes polticas locais.
Iniciou-se um processo de transformao do lugar de excluso e isolamento em que se
encontravam.
Foi criada uma feira de produtos orgnicos, que existe at o momento no centro de Bzios;
os artesos reuniram-se reativando a Associao de Arte e Cultura, o movimento dos
Quilombolas ganhou novo impulso, atualmente h a Associao dos Quilombolas da Rasa
que encontra-se em atividade efervescente.
Na primeira fase, quando o trabalho de campo da pesquisa relacionava-se ao projeto
desenvolvido junto Escola de Comunicao da UFRJ, desenvolveram-se aes que
levaram a um desdobramento. Este aconteceu quando, em um processo de auto-gesto onde
participaram lideranas comunitrias, a equipe de pesquisa e especialistas, surgiu a
proposta de um projeto turstico alternativo ao existente, a ser realizado na regio da Rasa..
Na segunda fase da pesquisa, ora vinculada Universidade Veiga de Almeida, iniciada em
2005, com o apoio da FAPERJ, vimos articulando um projeto de turismo histrico-
antropolgico- ecolgico que congrega participantes de diversas formas associativas da
regio e visa criar um tipo de turismo que permita o desenvolvimento humano, social e
econmico para esta populao, de forma sustentvel .
Inicialmente visvamos a promoo de sade mental e de bem-estar da comunidade
alvo enfocando principalmente questes subjetivas de aumento da auto-estima, de
valorizao da cultural local, de reelaborao das identidades. Com o decorrer da pesquisa,
percebemos que no seria possvel a melhoria da qualidade de vida se no inclussemos aquesto de gerao de renda.
O atual projeto oferece um contraponto ao movimento predatrio existente, pois o
enfoque na gerao de renda se dar de forma a preservar a cultura, a histria e o espao da
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populao local e a melhorar a qualidade de vida no s do ponto de vista econmico, mas
tambm poltico e cultural.
Este projeto pretende fortalecer o sentimento de pertencimento, que fundamental
para o bem-estar subjetivo e social. As pesquisas desenvolvidas pretendem auxiliar na
constituio de subjetividades que preservem as caractersticas culturais remanescentes,
mas possibilitem a insero nesta nova sociedade de diversidade cultural complexa.
Visando organizar este circuito temos realizado diversas visitas, acompanhadas por
lideranas, a locais desta regio que faro parte do percurso turstico. A partir destas
visitas, veio a surgir, em processo de auto-gesto, a idia da criao de um centro cultural
onde as diversas associaes da Rasa (artesos, agricultores, costureiras, jardineiros...)
viro a comercializar seus produtos.
Atualmente lideranas de diversas Associaes (de Arte e Cultura, de Moradores,
de Produtores Rurais, dos Quilombolas, do Frum Intercomunitrio) esto realizando
encontros, juntamente com a equipe de pesquisa, para tratar da criao do Centro Cultural
da Rasa, a ser gerido por estas lideranas.
Este centro servir tambm como sede para a viabilizao do circuito turstico,
alm da organizao de atividades diversas dirigidas comunidade: festas, apresentao
de grupos artsticos da regio, projeo de filmes e dos vdeos da pesquisa e outras. Os
comunitrios comeam a assumir este processo, que at o momento estava muito
vinculado coordenao da pesquisa.
Atualmente, algumas lideranas entraram para a universidade e esperam que as
faculdades que esto cursando, tais como direito e histria, venham a contribuir para o
projeto que desenvolvemos junto comunidade (produzir material escrito sobre a histria
da Rasa, conhecer as leis que permitam aos quilombolas assumirem seus direitos).
Em vista da perspectiva interdisciplinar do projeto, o percurso da pesquisa foi
acompanhado por professores provenientes de diversas reas acadmicas, que percorreram
o circuito turstico da Rasa e participaram nos eventos organizados, juntamente com
lideranas da comunidade estudada. Contamos com a participao dos professores:
Massimo Canevacci (Universit di Roma), Carlos Lessa (UFRJ), Sidi Askofar
(Universit de Toulouse), Alpio Sanchez Vidal ( Psicologia Comunitria (Universidad de
Barcelona) e outros, que trouxeram interessantes contribuies ao projeto.
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O Prof. Alpio Sanchez Vidal, aps participao no circuito turstico e em
seminrio realizado na Rasa, enviou e-mail com o seguinte comentrio:
Respecto a la dinmica comunitaria si puedo darte mi impresin. La reunin me
pareci positiva e interesante porque conseguiste reunir a un buen nmero de lderes
motivados a actuar; la disposicin de la gente para actuar me parecin lo ms positivo ...Lo
que pareca claro es la ilusin de los lderes reunidos por hacer algo positivo por la
comunidad y la voluntad de impliciarse en el proceso. Respecto del proyecto que me
pasaste me parece interesante, valiente y con un gran esfuerzo por tu parte....
A abordagem utilizada tem despertado o interesse de inmeras instituies
universitrias internacionais. Em 2006, participamos em seminrios e realizamos
intercmbio com pesquisadores de reas que atravessam o projeto: Prof. Remi Hess
(Anlise Institucional Universit de Paris 8); Prof. Marie-Jean Sauret ( Universit de
Toulouse); Prof. Robert Landy ( Dramatherapy - New York University); Paola Mieli
(Artes Visuais e Psicanlise School of Visual Arts de new York); Prof. Christian
Dagenais ( Psicologia Comunitria Universit de Montreal).
As contribuies trazidas por estes professores tm propiciado interessantes
reflexes sobre a pesquisa. O Prof. Remi Hess, diretor do Laboratrio de Anlise
Institucional da Universidade de Paris 8, comentou sobre os vrios nveis de ao e de
anlise do projeto que se atravessam e que apontam para diversos caminhos terico/prticos
interdisciplinares. Salientou a importncia das novas tecnologias da imagem que so
utilizadas em pesquisas como esta e falou em repensar a sociologia da interveno a partir
das atuais experincias.
A prof Luccette Colin, no Colloque DAnalyse Instituttionnelle da
Universit de Paris 8 (2006), apontou a importncia de uma pesquisa que desenvolve, ao
mesmo tempo, um enfoque poltico e subjetivo; que trabalha a questo da cidadania etambm da identidade.
H um dimenso poltica e uma forma de interveno que funciona como um
mediador social que permite que a fala destas pessoas faa parte do discurso da
comunidade. O pesquisador atua como um interventor que permite a
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intermediao de um ato de reconhecimento e a inscrio da palavra do homem,
que at ento no tinha escritura sobre o espao pblico.
O Prof. Sidi Askofar, da Universit de Toulouse Le Mirail , comentou sobre o
projeto de pesquisa: ...trata-se de uma forma de pesquisa e de discursividade que
corresponde a orientaes muito importantes no mundo acadmico na Amrica do Sul e da
Europa...
Pensamos que a participao destes professores em muito contribuiu para os
resultados da pesquisa e para o processo de empowerment que perpassa a comunidade
neste momento.
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