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7/21/2019 Substituição de biomateriais http://slidepdf.com/reader/full/substituicao-de-biomateriais 1/2 Nos últimos anos têm sido divulgados em todo o mundo vários trabalhos científicos sobre o desenvolvimento de novas técnicas e biomateriais para substituição de partes de osso s humanos, perdidos por acidentes ou doenças. No Brasil, pesquisadores das univers idades Estadual de Campinas (Unicamp) e Federal do Pará (UFPA) e do Instituto Fede ral do Pará (IFPA) criaram recentemente dois tipos de ossos sintéticos, que poderão se r usados em enxertos nas áreas de medicina e odontologia. Esses novos biomateriais  são formados por polímeros e principalmente por nanopartículas minerais de hidroxiapa tita (HA), um material preparado a partir de fosfato de cálcio que induz o crescim ento do tecido ósseo e a revascularização da área de implante. Em outra linha de pesqui a, cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) estudam as interações e inte gração entre os biomateriais artificiais e os tecidos vivos dos pacientes. Os primeiros experimentos de enxertos ósseos usados em seres humanos surgiram aind a no século XVII feitos de ossos de animais. No século XIX, começaram a ser realizados  transplantes ósseos autógenos, com material do próprio paciente. Desde então, houve av nços nos experimentos alógenos, de doador da mesma espécie, e dos xenógenos, de doador e espécie diferente do receptor, ou seja, de animais para o ser humano. Nesse cenári o, muito já se conhece sobre a biocompatibilidade de osso bovino e aplicações biomédica , incluindo produtos comerciais aprovados pela Food and Drug Administration (FDA ), agência regulamentadora de alimentos e fármacos dos Estados Unidos. O problema é que todas essas técnicas apresentam limitações. Embora considerada a melho  opção para tratamento de perdas ósseas, o autoenxerto (autógeno) não se apresenta em g des quantidades porque não há como retirar muito osso de uma única parte do corpo para  implantar em outra. Além disso, existe o comprometimento de uma segunda cirurgia em outra parte do corpo. Uma situação que aumenta o tempo de convalescença e o risco d e infecções do paciente e eleva os gastos do sistema público de saúde. No caso dos tran plantes entre indivíduos ou espécies diferentes há grande risco de infecções ou rejeiçã isso existe a necessidade de criação de ossos sintéticos para implantes. O problema é q e eles diferem dos enxertos naturais em sua estrutura e composição e, portanto, nem sempre têm todas as características essenciais necessárias para substituir o tecido hu mano. Migração de células O pesquisador Willian Fernando Zambuzzi, do Departamento de Química e Bioquímica do Instituto de Biociências da Unesp, campus de Botucatu, lembra que o osso é um tecido  conjuntivo especializado, dinâmico e capaz de reparar pequenas lesões por meio de s eus mecanismos de remodelação tecidual. As grandes lesões, no entanto, necessitam de p rocedimentos cirúrgicos para auxiliar os ossos a se reabilitarem e, na maioria dos  casos, os biomateriais são essenciais para permitir a migração de células responsáveis la produção de um tecido ósseo. Eles podem ser utilizados para recuperação óssea de peq  perdas provocadas por traumas ou doenças. Mas, para que sejam adequados à implantação reciso uma série de análises biológicas prévias, com o objetivo de estimarmos a sua bio ompatibilidade, que é a habilidade da peça sintética em promover uma resposta biológica apropriada em uma dada aplicação, explica. É nesse contexto que se insere o trabalho da pesquisadora Sabina da Memória Cardoso de Andrade, do IFPA. Em seu doutorado, realizado na Faculdade de Engenharia Mecâni ca (FEM) da Unicamp, sob a orientação da professora Cecília Amelia de Carvalho Zavagli a e coorientação da professora Carmen Gilda Barroso Tavares Dias, da UFPA, ela desen volveu um nanocompósito. O material compatível com tecidos biológicos foi produzido a artir da associação de dois polímeros, o poli [álcool vinílico] ou PVAL e o poliuretano U], com hidroxiapatita [HU], explica Sabina. BIOMATERIAIS PARA ENXERTOS OSSEOS Ao longo dos últimos 20 anos muitos biomateriais têm sido desenvolvido com esse obje tivo. Associados a uma criteriosa técnica cirúrgica, eles modificam condições anatômica esfavoráveis, que em princípio seriam contraindicados para implantes, viabilizando a  reabilitação de pacientes que perderam seus dentes. Não há dúvida de que o enxerto ósseo autógeno, considerado padrão ouro, possui as mel acterísticas como material de aumento e/ou substituição óssea, sendo o único biomateria isponível com capacidade osteogênica (Formação normal do tecido ósseo por meio das célu steoblastos e osteoclastos). Além de não induzir qualquer reação imunológica indesejável, ao contrário de alguns mat de origem orgânica, os biomateriais possuem propriedades físico-químicas responsáveis p

Substituição de biomateriais

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Substituição de biomateriais no corpo humano são muito importantes para melhora a vida das pessoas.

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7/21/2019 Substituição de biomateriais

http://slidepdf.com/reader/full/substituicao-de-biomateriais 1/2

Nos últimos anos têm sido divulgados em todo o mundo vários trabalhos científicos sobreo desenvolvimento de novas técnicas e biomateriais para substituição de partes de ossos humanos, perdidos por acidentes ou doenças. No Brasil, pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e Federal do Pará (UFPA) e do Instituto Federal do Pará (IFPA) criaram recentemente dois tipos de ossos sintéticos, que poderão ser usados em enxertos nas áreas de medicina e odontologia. Esses novos biomateriais são formados por polímeros e principalmente por nanopartículas minerais de hidroxiapatita (HA), um material preparado a partir de fosfato de cálcio que induz o crescimento do tecido ósseo e a revascularização da área de implante. Em outra linha de pesquia, cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) estudam as interações e integração entre os biomateriais artificiais e os tecidos vivos dos pacientes.Os primeiros experimentos de enxertos ósseos usados em seres humanos surgiram ainda no século XVII feitos de ossos de animais. No século XIX, começaram a ser realizados transplantes ósseos autógenos, com material do próprio paciente. Desde então, houve avnços nos experimentos alógenos, de doador da mesma espécie, e dos xenógenos, de doador e espécie diferente do receptor, ou seja, de animais para o ser humano. Nesse cenário, muito já se conhece sobre a biocompatibilidade de osso bovino e aplicações biomédica, incluindo produtos comerciais aprovados pela Food and Drug Administration (FDA), agência regulamentadora de alimentos e fármacos dos Estados Unidos.O problema é que todas essas técnicas apresentam limitações. Embora considerada a melho opção para tratamento de perdas ósseas, o autoenxerto (autógeno) não se apresenta em gdes quantidades porque não há como retirar muito osso de uma única parte do corpo para implantar em outra. Além disso, existe o comprometimento de uma segunda cirurgiaem outra parte do corpo. Uma situação que aumenta o tempo de convalescença e o risco d

e infecções do paciente e eleva os gastos do sistema público de saúde. No caso dos tranplantes entre indivíduos ou espécies diferentes há grande risco de infecções ou rejeiçãisso existe a necessidade de criação de ossos sintéticos para implantes. O problema é qe eles diferem dos enxertos naturais em sua estrutura e composição e, portanto, nemsempre têm todas as características essenciais necessárias para substituir o tecido humano.Migração de célulasO pesquisador Willian Fernando Zambuzzi, do Departamento de Química e Bioquímica doInstituto de Biociências da Unesp, campus de Botucatu, lembra que o osso é um tecido conjuntivo especializado, dinâmico e capaz de reparar pequenas lesões por meio de seus mecanismos de remodelação tecidual. As grandes lesões, no entanto, necessitam de procedimentos cirúrgicos para auxiliar os ossos a se reabilitarem e, na maioria dos casos, os biomateriais são essenciais para permitir a migração de células responsáveis

la produção de um tecido ósseo. Eles podem ser utilizados para recuperação óssea de peq perdas provocadas por traumas ou doenças. Mas, para que sejam adequados à implantaçãoreciso uma série de análises biológicas prévias, com o objetivo de estimarmos a sua bioompatibilidade, que é a habilidade da peça sintética em promover uma resposta biológicaapropriada em uma dada aplicação, explica.É nesse contexto que se insere o trabalho da pesquisadora Sabina da Memória Cardosode Andrade, do IFPA. Em seu doutorado, realizado na Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp, sob a orientação da professora Cecília Amelia de Carvalho Zavaglia e coorientação da professora Carmen Gilda Barroso Tavares Dias, da UFPA, ela desenvolveu um nanocompósito. O material compatível com tecidos biológicos foi produzido a artir da associação de dois polímeros, o poli [álcool vinílico] ou PVAL e o poliuretanoU], com hidroxiapatita [HU], explica Sabina.BIOMATERIAIS PARA ENXERTOS OSSEOS

Ao longo dos últimos 20 anos muitos biomateriais têm sido desenvolvido com esse objetivo. Associados a uma criteriosa técnica cirúrgica, eles modificam condições anatômicaesfavoráveis, que em princípio seriam contraindicados para implantes, viabilizando a reabilitação de pacientes que perderam seus dentes.Não há dúvida de que o enxerto ósseo autógeno, considerado padrão ouro, possui as melacterísticas como material de aumento e/ou substituição óssea, sendo o único biomateriaisponível com capacidade osteogênica (Formação normal do tecido ósseo por meio das célusteoblastos e osteoclastos).Além de não induzir qualquer reação imunológica indesejável, ao contrário de alguns matde origem orgânica, os biomateriais possuem propriedades físico-químicas responsáveis p

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la sua integração ao tecido vivo, e que devem ser avaliadas antes da sua aplicação.As propriedades químicas estão ligadas à razão molar cálcio/fosfato, a composição químiau de impureza elementar e a substituição iônica na estrutura atômica.Estas propriedades, somadas ao ambiente mecânico aonde são inseridas, influenciam o índice de dissolução do material, assim como na indicação ou restrição da sua aplicação ca grande variedade de biomateriais de fosfato de cálcio comercializados para uso odontológico, apresentando diferentes comportamentos in vivo que são dependentes de suas características e propriedades físico-químicas.