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SUCESS+òES 2012 - 11 - Sucess+úo dos ascendentes e do c+¦njuge

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Direito Civil VI

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11. SUCESSO DOS ASCENDENTES. SUCESSO DO CNJUGE SOBREVIVENTESucesso dos ascendentes. Concorrncia com o cnjuge sobrevivente. Sucesso do cnjuge sobrevivente. Concorrncia11.1. Sucesso dos ascendentes

11.1.1. Disposies geraisa) Os ascendentes situam-se na segunda classe na ordem da vocao hereditria, conforme o art. 1829, II, em concorrncia com o cnjuge sobrevivente. Art. 1829: A sucesso legtima defere-se na seguinte ordem: I-...; II- aos ascendentes em concorrncia com o cnjuge.

b) Os ascendentes so chamados sucesso na hiptese de no existirem herdeiros na classe de descendentes, havendo a possibilidade de concorrerem com o cnjuge sobrevivente, conforme disciplina o art. 1836: Na falta de descendentes, so chamados sucesso os ascendentes, em concorrncia com o cnjuge sobrevivente.

c) Os ascendentes so herdeiros necessrios, e por isso, fazem jus legtima - art. 1845: So herdeiros necessrios os descendentes, os ascendentes e o cnjuge.Art. 1846:Pertence aos herdeiros necessrios, de pleno direito, a metade dos bens da herana, constituindo a legtima.d) Na sucesso dos ascendentes devem ser observados dois princpios:

1 - art. 1836 pargrafo 1: Na classe dos ascendentes, o grau mais prximo exclui o mais remoto, sem distino de linhas. Neste sentido, os genitores do falecido (parentes em 1grau ascendente) so chamados primeiramente. Eles herdam por direito prprio e recebem em partes iguais. Havendo somente um dos genitores, este recebe a totalidade da herana. Vale salientar que na linha ascendente no h direito de representao, conforme estabelece o art. 1852:O direito de representao d-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente.2 - pargrafo 2 do art. 1836: Havendo igualdade de grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna. No existindo genitores, so chamados os avs do falecido (parentes em 2 grua ascendente). Neste caso, havendo diversidade de linha, caber metade da herana a cada uma das linhas (materna e paterna). Nesta hiptese h que se observar a linha de ascendncia, ou seja, os avs por parte de pai e os avs por parte de me. Neste caso, a herana ser dividida em duas partes, cabendo uma parte aos avs da linha materna e a outra aos avs da linha paterna, porque os avs herdam por linha de ascendncia e no por cabea.

Verifica-se uma combinao de linhas e graus. Havendo os dois na linha materna e outros dois na paterna, a herana ser dividida ao meio, cabendo metade a cada linha.Exemplo:

Avs paternos do de cujus Avs maternos do de cujusA__________ __________

Y Falecido pai do de cujus Z Falecida me do de cujus

________________________________ De cujusNeste exemplo, ao final, cada um dos avs recebe da herana. Ou ento, no existindo um dos avs de uma das linhas, o sobrevivente herda a metade cabvel linha. Os outros dois da outra linha, ficam com a outra metade, sendo esta dividida ao meio, cabendo uma parte para cada um:

Neste caso, D faleceu antes da abertura da sucesso do de cujus.11.1.2. Concorrncia do ascendente com o cnjuge sobrevivente A concorrncia do cnjuge sobrevivente com os ascendentes ocorre independentemente do regime de bens do casamento. As propores esto estabelecidas no art. 1837, segundo o qual: a) concorrendo o cnjuge com ascendente em 1 grau, tem direito a 1/3 da herana. Ou seja, havendo os dois ascendentes do falecido (pai e me), o cnjuge sobrevivente ter um tero da herana.

b) - existindo apenas um dos ascendentes, o cnjuge sobrevivente receber metade da herana.c) - se concorrer com ascendentes de maior grau, ou seja, avs do falecido, receber, tambm, metade da herana.

Esta concorrncia do cnjuge foi estabelecida tendo em vista substituir o direito real de usufruto de metade dos bens da herana que era previsto no Cdigo de 1916, optando atualmente o legislador por substituir o usufruto legal pelo direito de propriedade de parte dos bens do falecido, com vantagem para o cnjuge sobrevivente.

Em se tratando de companheiro sobrevivente, este ter direito a 1/3 da herana, conforme estabelece o art. 1790, III.11.2. Sucesso do cnjuge sobrevivente 11.2.1. Consideraes gerais

a) O cnjuge ocupa a terceira posio na ordem da vocao hereditria, sendo chamado sucesso na falta de descendentes e ascendentes, conforme o art. 1838 do Cdigo Civil: Em falta de descendentes e ascendentes, ser deferida a sucesso por inteiro ao cnjuge sobrevivente. b) O cnjuge herdeiro necessrio, tendo direito legtima (arts. 1845: So herdeiros necessrios os descendentes, ascendentes e o cnjuge; e art. 1846: Pertence aos herdeiros necessrios, de pleno direito, a metade dos bens da herana, constituindo a legtima). No existindo herdeiros descendentes nem ascendentes, o cnjuge sobrevivente recebe a herana por direito prprio.Todavia, somente ter direito herana se no estivesse separado judicialmente do falecido, ou separado de fato h mais de dois anos por ocasio de sua morte, ou, caso estivesse, no houvesse dado causa separao, segundo estabelece o art. 1830: Somente reconhecido direito sucessrio ao cnjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, no estavam separados judicialmente, nem separados de fato h mais de 2 (dois) anos, salvo prova, neste caso, de que esta convivncia se tornara impossvel, sem culpa do cnjuge sobrevivente.

O direito do cnjuge sobrevivente somente ser afastado aps: a homologao da separao consensual, sentena transitada em julgado da separao litigiosa ou de divrcio direto, ou, ainda, depois de lavrada a escritura pblica de separao ou divrcio efetivados segundo a Lei 11 441/07, que modificou o art. 1124 do CPC. No caso de falecimento no curso do processo, este ser extinto, sendo o cnjuge sobrevivente considerado vivo.Como inovao do Cdigo de 2002, observa-se a no ser exigida somente a separao judicial para o afastamento do cnjuge, devendo-se observar a separao de fato por mais de dois anos. Prevalece o entendimento de que no h mais comunicao de bens de um cnjuge em relao ao outro com quem no mais habitava.

Estabelece, porm, a lei uma exceo, para a hiptese em que a convivncia do casal se tenha tornado insuportvel, sem ter havido culpa do cnjuge sobrevivente. Neste caso, h o entendimento de que o falecido foi o responsvel pela separao do casal. A questo da culpa vem sendo criticada pela doutrina, no s nesta situao em tela, mas, tambm, nas hipteses de separao do casal. Neste sentido, o IBDFAM sugeriu a modificao deste artigo, propondo o desaparecimento do direito sucessrio de cnjuges separados, independentemente de tempo e de arguio de culpa.O cnjuge sobrevivente tambm ter direito sucesso se o casamento for declarado nulo ou vier a ser anulado, estando ele de boa-f (casamento putativo), desde que a sucesso seja aberta antes da sentena anulatria. (art. 1561 e pargrafo 1.)

Pode-se resumir o direito do cnjuge herana com base nos seguintes requisitos:

- no esteja divorciado nem separado judicial ou administrativamente

- no esteja separado de fato do falecido h mais de dois anos

- se separado de fato do falecido h mais de dois anos, prove ter-se tornado insuportvel a convivncia, sem que para isso tenha havido culpa sua- se o casamento for declarado nulo ou vier a ser anulado, demonstrar sua boa-f (casamento putativo), desde que a sucesso seja aberta antes do trnsito em julgado da sentena anulatria.

11.2.2. O regime de bens do casalNos termos da inovao trazida pelo Cdigo Civil de 2002, o cnjuge sobrevivente concorre com descendentes e ascendentes, com direito a uma frao que ir variar de acordo com as circunstncias estabelecidas na lei. a) A participao do cnjuge em concorrncia com os descendentes ser observada em trs hipteses:1-Se o regime de bens do casal era o de separao convencional, adotado pelos cnjuges em pacto antenupcial vlido (art. 1687). O art. 1829,I no menciona o regime de separao convencional, motivo pelo qual alguns autores entendem que h concorrncia.2-Se o regime de bens era o de comunho parcial e o falecido tinha bens particulares. Nesta situao, o cnjuge ser herdeiro e meeiro, incidindo a meao sobre o patrimnio comum e o direito herana sobre os bens particulares do de cujus;

3-Se o regime era o de participao final nos aquestos. Neste caso, haver, tambm, meao e herana (art. 1685). Cabe a mesma explicao citada n quanto ao regime de separao convencional, de vez que o art. 1829, I no faz referncia explcita a este regime, para o caso de no haver concorrncia.b) A concorrncia do cnjuge com descendentes ser excluda em trs hipteses:1- Se o regime de bens era o da comunho universal, o cnjuge tem direito meao e por isso, presume a lei no haver necessidade de recebimento de uma quota na herana.2- Se o regime de bens era o da separao obrigatria, no faria sentido a lei permitir a herana de bens que no poderiam ser comunicados por ocasio do casamento. No entanto, entendeu a jurisprudncia que deveria haver comunicao dos bens adquiridos a ttulo oneroso, na constncia do casamento, os denominados aquestos. Neste entendimento, o STF editou a Smula 377: No regime de separao legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constncia do casamento. Posteriormente, houve o entendimento de que haveria comunicao dos bens adquiridos pelo esforo comum do casal e no todos.3- se o regime de bens era o da comunho parcial sem que o falecido tenha deixado bens particulares, significando que todos os seus bens so comuns. Esta situao se equipara comunho universal, recebendo igual tratamento.c) Na concorrncia com ascendentes o regime de bens irrelevante (art. 1829, III). 11.2.3. Direito real de habitao do cnjuge sobreviventeSegundo o art. 1831, o cnjuge sobrevivente tem o direito real de habitao referente ao imvel destinado habitao da famlia, com a ressalva de que este deve ser o nico imvel a ser inventariado. Assim, havendo mais de um imvel residencial, no se aplica este direito. O objetivo preservar as condies de vida do cnjuge. Nos termos do Cdigo atual, no tem direito ao usufruto vidual que era previsto no Cdigo de 1916 porque houve a substituio desse direito pela concorrncia herana com os descendentes e ascendentes.D

C

B

A

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Z

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B

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