SUCESS+òES 2012 - 18 - Inefic+ícia do testamento

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Direito Civil IV

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18. INEFICCIA DO TESTAMENTO. Revogao do testamento. Rompimento. Caducidade. O testamenteiro

1.Revogao do testamentoAto pelo qual o testador manifesta sua vontade de torn-lo ineficaz, podendo modificar o ato de disposio a qualquer tempo, (art. 1858) at a hora da morte, sem necessidade de explicar o motivo. A liberdade de testar de ordem pblica e no admite limitao. A revogao se funda no princpio da autonomia da vontade.

O testamento pode ser revogado pelo mesmo modo e forma como foi feito, ou seja, por outro testamento (art. 1969).

A revogao pode ser total ou parcial, podendo coexistir dois testamentos que no se contradigam. Isto possvel se o novo testamente dispuser apenas sobre alguns bens, permanecendo a disposio quanto aos demais.

A forma da revogao pode ser: expressa, tcita ou presumida.

I -Revogao expressa ou direta :

Feita por declarao inequvoca do testador manifestada em outro testamento. No possvel revogar testamento por codicilo ou por escritura pblica. II Revogao tcita ou indireta Quando h incompatibilidade entre um testamento posterior e outro anterior, mesmo que o testador no declare a revogao, prevalecendo a disposio mais recente. Se houver possibilidade de se conciliarem os dois testamentos, sero considerados como uma nica manifestao de vontade.

Tambm ser tcita a revogao em caso de dilacerao ou abertura de testamento cerrado (art. 1972). A abertura dever ter sido feita pelo prprio testador ou por terceiro com o seu consentimento.

O testamento particular aparecendo rasgado, riscado ou cancelado no ir prevalecer, a no ser que o prprio testador fizer ressalva s rasuras.

A forma de revogao tcita no se aplica ao testamento pblico cujo traslado se deteriorou, valendo a declarao constante do livro notarial.

III - A revogao ser presumida, ficta, legal, ou ainda denominada ruptura, quando decorre de um fato considerado em lei como capaz de alterar a manifestao da vontade do testador, como a supervenincia de descendente sucessvel, regulada nos arts, 1973 a 1975. Parte da doutrina analisa a ruptura como uma forma de revogao, enquanto que outros preferem tratar como um procedimento parte, denominado rompimento. Existem, ainda, aqueles para quem a ruptura do testamento se confunde com caducidade. 2. Rompimento do testamento

Haver a ruptura ou rompimento do testamento na hiptese de circunstncia superveniente capaz de alterar a manifestao da vontade do testador.

O rompimento difere da revogao, na medida em que esta depende da vontade do testador, ao passo que o rompimento determinado pela lei.

a) Havendo supervenincia de descendente sucessvel ao testador, que no o tinha ou no o conhecia quando testou, o testamento ser rompido em todas as suas disposies, se este descendente sobreviver ao testador (art. 1973).

Trata-se de revogao presumida em que, sobrevindo descendente sucessvel, rompe-se o testamento, tendo em vista que o testador no teria disposto seus bens se tivesse descendente.

Na observao deste dispositivo so analisadas trs hipteses:

- o nascimento posterior de um filho ou outro descendente (neto, bisneto);

- o aparecimento de descendente que o testador no sabia da existncia ou supunha que j havia falecido;

- o reconhecimento de filho ou adoo posteriores elaborao do testamento.

b) Testamento foi feito na ignorncia de existirem outros herdeiros necessrios ser rompido (art. 1974).

O testador dispe de seu patrimnio integralmente, comprometendo a legtima, porque no tinha ou no sabia da existncia de herdeiro necessrio.

Este dispositivo se refere possibilidade de existirem ascendentes ou cnjuge:

- Poderia o testador supor que um ascendente seu estaria morto. Descoberto o erro, o testamento rompido.

- Ou um cnjuge supostamente morto em desastre areo, por exemplo, mas que depois se descobre estar vivo.

Se o testador souber da existncia de herdeiro necessrio e mesmo assim efetuar testamento sobre a quota disponvel, este testamento ser vlido e dever ser cumprido (art. 1975).

Difere este dispositivo do art. 1973 porque na hiptese do art. 1975, o testador sabia da existncia de herdeiros, mas, no quis contempl-los.

Se o testamento exceder a legtima dos herdeiros necessrios, ser reduzido no que exceder a metade disponvel.

3.Caducidade do testamento

Ocorre a caducidade do testamento pela perda de sua eficcia. O Cdigo no trata expressamente desta possibilidade, sendo extrada ao longo dos dispositivos referentes sucesso testamentria. Salienta-se que, em relao aos legados, especificamente, existe disposio sobre a caducidade. As observaes a seguir dizem respeito caducidade das disposies testamentrias comuns, ou genricas.Caducar significa perder a eficcia ou a essncia da disposio originria, em razo de um fato ou de uma causa posterior elaborao do testamento. Assim ocorrendo obstculo superveniente ao momento a elaborao do testamento, mesmo sendo vlida a cdula testamentria, o testamento caducar.

Neste caso, a sucesso testamentria se transformar em legtima, como se no tivesse havido testamento.

Causas de caducidade:

a) A pr-morte do herdeiro institudo ao testador, ou morte simultnea (comorincia) , conforme o art. 1943 e o art. 8);

b) O falecimento do nomeado antes do implemento da condio da qual dependia a herana.

c) A impossibilidade de ser realizada condio suspensiva disposta pelo testador (arts. 1809 e 1943);

d) A renncia de herdeiro institudo ou legatrio, ou a excluso;

e) O perecimento ou modificao substancial da coisa legada, por caso fortuito;

f) Nas hipteses previstas para os testamentos especiais (martimo, aeronutico e militar), no morrendo o testador no prazo previsto em lei.

4. Nulidade e anulabilidade

O testamento consiste em ato jurdico, assim sendo, para que possa produzir efeitos jurdicos, necessria se faz a observncia das formalidades previstas em lei, tanto no que se refere manifestao da vontade do testador (requisitos intrnsecos), como no que diz respeito garantia de autenticidade desta manifestao (requisitos extrnsecos). Tratando-se de negcio jurdico, ao testamento so aplicveis as disposies constantes dos arts. 166 e 167 do Cdigo Civil.Em situao de nulidade, o testamento privado de valor desde o momento em que foi feito. A nulidade matria de ordem pblica e a validade dos negcios jurdicos est condicionada aos requisitos dispostos em lei (art. 104) Por outro lado, tratando-se de ato formal, o descumprimento das formalidades previstas em lei torna o testamento nulo.a) Ser nulo o testamento:

- Quando feito por testador incapaz, segundo os requisitos de capacidade testamentria ativa, previstos em lei;

- Sendo seu objeto ilcito ou impossvel;

- Se no observar as formas previstas em lei;

- Se for preterida alguma solenidade legalmente considerada essencial

- Se tiver por objetivo fraudar a lei;

- Se a lei taxativamente o declarar nulo, ou lhe negar efeito, considerando as proibies estabelecidas em lei, como por exemplo, o testamento conjuntivo, seja simultneo, recproco ou correspectivo (art. 1863).

Em caso de simulao, igualmente ocorre nulidade, consoante o art. 167.

Prazo para requerimento da nulidade: O Cdigo Civil no traz norma especfica sobre prazo para nulidade. Para a maioria dos autores, na nulidade absoluta a regra a imprescritibilidade, podendo o testamento ser declarado nulo a qualquer tempo, na medida em que o testamento nulo no convalesce nem pode ser confirmado (art. 169).

No entanto o art. 1859 estabelece o prazo de 5 anos, contados do registro do testamento, para impugnar a sua validade, havendo o entendimento de estender-se nulidade do testamento, na ocorrncia das hipteses mencionadas no art. 1900, que se referem, no nulidade do testamento em si, mas nulidade das disposies testamentrias. Se as disposies estatudas no testamento so nulas, por extenso ser nulo o testamento.Sendo nulo o testamento, a declarao de nulidade se opera de pleno direito, podendo ser invocada por qualquer pessoa, inclusive pelo Ministrio Pblico e pelo juiz, que pode declar-la de ofcio.b) A anulabilidade do testamento (nulidade relativa) poder ser decorrente de erro, dolo, coao, fraude (art. 1909). Deve ser alegada apenas pelos interessados e s ter efeito aps julgamento por sentena. Trata-se de um vcio considerado menor, referente a interesses privado, acarretando a nulidade relativa ou anulabilidade.Prazo para requerimento: 4 anos contados do conhecimento do vcio (art. 1909, pargrafo nico). A legitimidade para requerer a anulabilidade recai sobre aquele para quem aproveita a invalidade do testamento, cabendo-lhe o nus da prova.