Suinocultura Final (1)

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produção de suinos

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Histria da carne suna

1. IntroduoA carne de porco uma das formas mais antigas de alimento. Sua natureza adaptvel e dieta onvora permitiram suas domesticao. Era mais frequentemente utilizada como alimento, porm sua pele servia de abrigo,seus ossos de ferramentas e seis pelos de escovas.(Abipecs, 2005).At o incio do sculo XX o porco do tipo banha predominou, a massa de carne e gordura se dividia entre 50% na parte anterior como na posterior e era considerada como um dos principais produtos. Neste perodo o toucinho era de 50 a 60 mm apresentava 40 a 45 % de carne magra na carcaa.O suno moderno comeou a ser desenvolvido no incio do sculo passado atravs do melhoramento gentico com o cruzamento de raas puras. Os tcnicos e criadores passaram a desenvolver um suno com 30% de massa anterior e 70% de posterior e com menores teores de gorduras na sua carcaa. Atualmente, graas aos programas de gentica e nutrio, o suno moderno apresenta de 55 a 60 % de carne magra na carcaa e apenas 1,5 a 1,0 centmetros de espessura do toucinho. ( Abipecs,2005)

2. Ciclo de Reproduo da Raa(F.S.Teixeira) Divide o ciclo de reproduo da raa da seguinte maneira:2.1. GestaoA durao de gestao situa-se em mdia nos 114 dias ( trs meses, trs semanas e trs dias)

2.2. ParioUma porca para ser rentvel deve, em principio, ter duas paries por ano.

2.3. LactaoA durao mdia da lactao situa-se nos 56 dias (desmame tradicional) e 42 dias (desmame semi-precoce). Existem na porca de cinco a sete pares de glndulas mamrias, as quais so divididas em Peitorais, abdominais e linguais.

Uma porca produz cerca de 300 litros de leite durante dois meses de lactao. N de leitesProduo diriaN de leites Produo diria

33,0 litros88,4 litros

44,1 litros99,1 litros

55,0 litros 109,9 litros

66,2 litros 1110,0 litros

7 7,3 litros 129,9 litros

Tabela 1 - Produo diria mdia de leite

2.4. DesmameO desmame corresponde ao dia, em que se separa definitivamente o leito da me, isto , quando j no tem possibilidades de utilizar o leite materno.2.4.1. Desmame precoceO desmame precoce, realizado na terceira semana, tenha bastante partidrios, no dever ser o mais aconselhvel, sendo que, nesta idade, o leito dificilmente utiliza corretamente o alimento composto.

Pressupe o desmame precoce o meio ambiente (controle de temperatura, umidade e ventilao) instalaes e equipamentos especiais.

Uma das vantagens deste tipo de desmame o de conseguirem 2,5paries/ano.

2.4.2. Desmame tradicionalO desmame tradicional ser executado bruscamente, devendo a porca sair da maternidade ao 56 dia. Os leites continuaro durante mais oito dias na maternidade, de modo a minimizar o stress provocado na altura do desmame, dado que a sada da porca parece criar um verdadeiro estado de frustrao na ninhada. O peso dos leites nesta etapa entorno de 8 quilos.

2.4.3. Desmame semiprecoce O Desmame semiprecoce dever obedecer s seguintes condies:

a) Os leites pesam no mnimo 8 kg.b) Os leites consomem, no mnimo, 200 g de granulado

PERODO MANHA NOITE ]

3 Dia antes do desmame (39 dia de lactaoNinhada isolada da me 2-3 vezes por dia Ninhada com a me

2 dia antes do desmame (40 dia de lactao) Ninhada isolada da me 2-3 vezes por dia Ninhada isolada

Vspera do desmame 41 dia de lactaoNinhada isolada Ninhada Isolada

Tabela 2 - Desmame semiprecoce Os leites continuaro durante mais 14 dias na maternidade.(Teixeira,FS 1993)

3. Inseminao artificial convencional e ps cervical em sunos Em 1975 iniciou-se a inseminao artificial convencional ( IAC), a qual preconiza o uso de dose de smen contendo 3 bilhes de espermatozides depositados na crvix.

J na dcada de 2000 iniciou-se estudos para a realizao de inseminao artificial ps cervical, a qual consiste em uso de doses de semens contendo 1,5 bilhes de espermatozides sendo que estes so depositados aps a crvix, ou seja, no tero. Esta reduo na concentrao de espermatozides tambm acompanhada por reduo no volume de diluente da dose de smen. Na IAC o volume de 85 ml enquanto na IAPC o volume de 50ml.(Castrolanda, 2013)

4. Programao da produo de suinos

O nvel tcnico de uma cria e de uma recria para substituio de sunos constitui o elemento determinante da rendibilidade, o qual a funo no s das aptides do criador, mas tambm da raa, tipo de cruzamento, alimentao, manejo e condies sanitrias.

Um conjunto de instalaes necessrio para as diversas fases da produo. Assim teremos:

-instalaes para cachaos

-instalaes para porcas vazias ou em repouso sexual, porcas em gestao e jovens reprodutoras;

-instalaes para porcas paridas, porcas em lactao e leites at o desmame ( conhecidas como maternidades);

-instalaes de quarentena para os reprodutores comprados no exterior.

Um exemplo de programao de uma explorao de cria e de recria para a substituio de sunos que fornece 750 leites por ano, com desmame aos 56 dias.750 leites/ano

Numero de porcas em reproduo: 44

Nmero de cachaos em reproduo : 2

Nmero de porcas para a substituio: 15

Nmero de cachaos para substituio: 1. (Teixeira F.S. 1993)

4.1 Variaes sazonais no desempenho reprodutivo de porcasTcnicos da EMBRAPA, destaca a importncia do papel da estao do ano como um importante fator ambiental causador de variao na fertilidade da fmea suna. O efeito da sazonalidade atribudo a duas caractersticas primrias das estaes, a saber: a luminosidade (fotoperodo e intensidade luminosa) e as temperaturas ambientais.

A estao afeta as diferentes fases da reproduo da porca, conduzindo assim a um aumento dos descartes.

O objetivo deste estudo foi analisar o efeito da sazonalidade, especificamente com base em dados climticos regionais, sobre os ndices reprodutivos das fmeas sunas de um pequeno grupo de rebanhos da regio sul do Brasil.

Com uma anlise do referido estudo, evidencia que quando o clima se encontra frio e mido, o desempenho da taxa de concepo dos animais foi melhor do que quando se encontrava frio e seco. Da mesma forma tambm foi observado que no clima quente e mido. O desempenho piorou, pois, nesse caso, o animal necessita perder calor para o meio e a umidade do ar atua como uma barreira trmica.

De qualquer forma, aparentemente, todo o primeiro semestre (vero,outono) se caracteriza por uma queda mais acentuada desempenho reprodutivo. (Embrapa)4.2. Programao de uma engorda de sunos

O nvel tcnico de uma engorda de sunos constitui o elemento determinante da rendibilidade, sendo funo das aptides do criador, raa, alimentao, manejo e condies de higiene.

A escolha para a compra dos leites para engorda muito importante. A compra do leito desmamado para engorda representa, em mdia, cerca de um tero do custo de produo da carne de porco.(Teixeira, FS, 1993)

Nas nossas condies a face de recria vai de 35 a 42 dias ( de 8 a 10 kg) at os 120 dias ( 55kg) e a face de terminao vai dos 120 dias (55 kg) at os 180 dias ( 95 a 100 kg) aproximadamente.

Atualmente j possvel realizar o abate de sunos economicamente at aos cinco meses de idade quando os animais devero estar pesando por volta de 80 a 85 kg de peso vivo.(Teixeira,FS,1993)O nmero timo de animais por baia nas fases de crescimento e crescimento_acabamento discutvel. As opinies variam consideravelmente quanto ao nmero ideal, mas sabe-se que nunca deve exceder de 30 animais, porque a partir desse nmero ser maior a ocorrncia de leites refugos. Quanto menor o lote menor ser a possibilidade de um bom manejo, apesar das instalaes tornarem-se mas custosas, grupos menores possibilitam lotes mais uniformes, facilitando o fornecimento de gua e rao aos animais. Um grupo constitudo de 15 a 25 porcos seria o ideal. Em geral se aconselha formar lotes homogneos em idade e peso.

Os espaos recomendados para os sunos nestas fases varivel de 060 m2 a 1,00m2 por animais em confinamento total.

Nesta fase os animais so muito sensveis ao calor, por isso suas instalaes devem ser arejadas, possuindo corredor central e um solrio em cada lateral.

O p direito deve possuir cerca de 2,20 m e as paredes divisrias das celas, 0.80 m.(Cavalcanti, Srgio,2000)4.2.1. Fornecimento adequado de raoEmbora haja divergncia sobre o melhor manejo de alimentao para porcos em crescimento-acabamento, recomenda-se o fornecimento de rao vontade, em comedouro automtico. (Cavalcanti,Sergio,2000)4.2.2. Raes fareladasOs gros de cereais so triturados tomando forma farelada. Entretanto, alimentos modos finamente no so muito aconselhveis, pois no so palatveis e aglutinam-se na boca4.2.3. Raes midas

A rao mida ou molhada melhora a palatabilidade, incrementa o consumo, e muito usada para porcas em lactao.

4.2.4. Raes em pastaO alimento pastoso uma mistura de alimento completo e gua em qualidade suficiente para molhar todas as partculas slidas com mnimo de gua livre. Possui a consistncia de um dentifrcio4.2.5. Raes peletizadas granuladas

Parece indiscutvel que o alimento granulado permita uma maior utilizao digestiva do alimento. Graas ao efeito da temperatura sobre o amido, diminuio dos fatores antinutricionais, efeito bactericida, e , conseqente melhora da qualidade microbiolgica do alimento.

4.2.6. Raes estrusadas

A extruso um novo mtodo de processamento de alimentos recentemente introduzido em nosso meio. A rao sofre adio de vapor de gua a 100 C, sendo empurrada atravs de um cilindro, onde moda e depois seca a uma temperatura de aproximadamente 140 C, tornando ento uma consistncia mais porosa com aspecto de biscoito. (Cavalcanti, S S ,2000)5. Raas( Cavalcanti, SS,2000) Descreve em sua obra que a raa um conjunto de animais de caractersticas semelhantes, sendo um conjunto de indivduos da mesma espcie com origem comum e caracteres particulares semelhantes, capazaes de sob as mesmas condies de ambiente, produzir descendentes com estes mesmos caracteres.

Todas as raas tm suas virtudes e seus defeitos, se a fmea Duroc um pouco menos prolfera, podemos da mesma forma afirmar que um Landrace no tem a mesma estrutura do Duroc, alm de ser mais sensvel e exigente.

As raas so aqui divididas em duas. Nacionais e estrangeiras.

5.1. Raas estrangeiras 5.1.1. Landrace a principal raa estrangeira em nosso meio,atualmente com maior nmero de inscries no PBB( Pig Book Brasileiro). Raa originria da Dinamarca onde foi selecionada e depois espalhada para a Europa e Estados Unidos.Os primeiros exemplares que chegaram ao Brasil foram introduzidos pelo Criador Luftalla, em So Paulo.

So animais totalmente brancos. H tendncia ao aparecimento de animais com a pele pigmentada, o que desejado.

A raa se caracteriza por ter a cabea moderadamente comprida,orelhas do tipo clicas compridas, delgadas e completamente para frente.

Trata-se de uma raa altamente prolifera, precoce e produtiva. Animais muito compridos com pernis de excelente conformao.

Desclassificaes : orelhas eretas, pelos pretos em qualquer parte do corpo.

Defeitos:pelos ondulados

Objees: orelhas demasiado grandes e pesadas.

5.1.2. Duroc A raa surgiu de uma mistura de vrios porcos vermelhos da regio de Nova York, New Jersey, Massachussets e Connecticut. Em principio a raa era chamada Duroc Jersey, nome que derivou da combinao de duas das mais populares linhagens da poca, a Jersey Vermelha e a Duroc.

A raa se caracteriza por ter a cabea pequena em proporo ao tamanho do corpo, orelhas mdias,moderadamente finas, do tipo ibricas.

uma raa rstica muito adaptada s nossas condies tropicais. Possuem tambm boas carcaas, boa velociade de ganho e excelente converso alimentar. J as fmeas no so muito usadas nos cruzamentos, por no serem consideradas raas de bons atributos maternais.Desclassificaes : perfil ultraconcavilneo, tendncia ao albinismo e ou rosilho.

Defeitos: pelagem baia, cascos parcialmente despigmentados , focinho preto.

Objees: orelhas grandes.

5.1.3. Large whiteEm sua terra natal, a Inglaterra, a raa Yorkshire conhecida como Large White. originria do condado de York e de alguns condados vizinhos. De todas as raas porcinas, a Large White , foi a que mais difundiu e prestigiou a suinocultura britnica.

Caracteriza-se por ter cor branca, cabea moderadamente longa, possurem orelhas grandes e eretas do tipo asitico. So animais longos possuindo pernis longos, cheios e profundos at os jarretes. So consideradas, as fmeas, boas mes.

Desclassificaes: orelhas clticas, pelos pretos em qualquer parte do corpo; perfil relilneo.

Defeitos: pelos ondulados.5.1.4. Hampshire uma das mais jovens raas americanas originria do condado de Boone, Kentucky. chamado de porco Norte americano cintado de branco. A caracterstica mais marcante a faixa branca que ostenta em volta das paletas, envolvendo tambm as patas dianteiras.

Essa raa se adaptou muito bem no Brasil, sendo introduzida no Rio Grande do Sul. Animal de grande beleza e muito dceis

Desclassificaes: pode ocorrer ausncia total da faixa branca ou faixa branca com 2/3 superior ao comprimento do corpo, tendncia ao albinismo.Defeitos:a faixa branca ser muito grande ou pequena demais.

Objees: orelhas demasiado grandes, pesadas e grosseiras. (Cavalcanti, S S , 2000).H ainda dezenas de raas estrangeiras : Wessex, Pietrain,Berkshire,Large Black,Montana,Lacombe, etc.

5.2. Raas nacionaisOs sunos nacionais pertencem a tipos primitivos. Faltam-lhes caractersticas de precocidade, produtividade e tipo, possuem pssimas carcaas, no possuem livro de inscries ( com exceo da raa Piau), no sendo portanto, aconselhadas para o cruzamento industrial.

Algumas raas nacionais: Canastra, Canastro, Tatu ou Macau, Pereira,Pirapitinga e Moura. ( Cavalcanti, SS , 2000)6. Heterose e cruzamentosHETEROSE o fenmeno pelo qual os filhos apresentam melhor desempenho (maior produo) do que a mdia dos pais.CRUZAMENTO o acasalamento de animais de raas e linhagens geneticamente diferentes.( Embrapa ) 6.1. Diferentes tipos de cruzamentos Os cruzamentos visam aumentar a heterose para as caractersticas economicamente importantes, da ser importante conhecer os diferentes sistemas de cruzamentos possveis, bem como suas vantagens e desvantagens.

6.1.1. Cruzamento simples, industrial ou de primeira geraoEste tipo de cruzamento permite a mxima obteno de heterose comumente utilizado em sunos.

Os machos F1 so destinados ao abate, enquanto as fmeas so comercializadas para a reproduo ou utilizadas como passo inicial para outros sistemas de cruzamentos.

6.1.2. Cruzamento alternativo ou recprocoEste tipo de crescimento feito com duas raas, sendo que h alternao dos machos. Uma vantagem deste tipo de cruzamento que tanto os pais como os filhos possuem vigor hbrido.

6.1.3. Cruzamento trplice ou three cross terminal o tipo de crescimento dos mais aconselhveis por envolver trs raas. J dissemos que os cruzamentos aumentam a heterose ou vigor hbrido, que resultante da recombinao de genes. (Cavalcanti SS. 2000)Quando cruzamos misturamos genes de diversas procedncias. Sabemos que a maior parte dos genes causadores de defeitos so recessivos e em cruzamento esses genes so encobertos.7. Melhoramento gentico No Brasil, o melhoramento gentico de sunos iniciou-se na dcada de 70, com a importao de animais da Europa e da Amrica do Norte. Foram construdas m naquela poca, as Estaes de Testes de Reprodutores Sunos( ETRS) pela Associao Brasileira de Criadores de Sunos ( ABCS).

A partir da dcada de 80, as ETRS tornaram-se obsoletas e passou-se a dar mais nfase ao Teste de Granja(TG), que consistia na avaliao de machos e fmeas, no prprio rebanho em que nasciam, no que se refere s caractersticas ganho de peso dirio, do nascimento aos 154 dias de idade, e espessura de toucinho, aos 154 dias de idade.(Lopes,PS 2004)Com os avanos genticos obtidos nessas caractersticas, nas duas primeiras dcadas, outras caractersticas passaram a ser consideradas nos programas de melhoramento.

Mais a recentemente, algumas empresas de melhoramento passaram a utilizar as caractersticas de qualidade da carne em seus programas de melhoramento gentico, e a perspectiva de que as caractersticas de resistncias s doenas sejam prximo alvo.

Um programa de melhoramento gentico objetiva buscar animais com maior potencial gentico em determinadas caractersticas, compatveis com interesse do mercado. (Lopes,PS 2004)Hoje o melhoramento gentico tem trabalhado para o tamanho de leitegada, especialmente porque as caractersticas de desempenho e de carcaa atingiram nveis prximos aos desejados/esperados, visto que, mesmo com baixas herdabilidades, o ganho esperado por seleo pode ser compensador.Nas prximas dcadas, biotecnologias como inseminao artificial, transferncia de embries, clonagem e uso de marcadores moleculares devero, contribuir significativamente, para o melhoramento dos sunos( Vissher, et al. 2000).

MELHORAMENTO GENTICO E CUSTOS DA PRODUO EM SUINOCULTURAO melhoramento gentico uma ferramenta da produo de sunos que vem proporcionando aumentos significativos na capacidade de produo dos animais.Tem sido por meio da seleo e do uso dos cruzamentos entre raas e linhagens em programas de melhoramento gentico que se tem conseguido, por exemplo:

-aumentar de 8 a 10 para 12 a 13 leites nascidos vios por leitegada, e de 15 a 20 para 25 a 30 o nmero de sunos produzidos para o abate por porca por ano;

-aumentar de 100 para 120 kg o peso vivo de sunos com 180 dias de idade;

-reduzir de 3,0 para 2,4 a 2,5 kg a quantidade necessria de rao para produzir 1kg de suno vivo de abate;

-reduzir de 3,0 cm para 1,5 a 1,8 cm a espessura de toicinho em carcaas de sunos abatidos com 110 120 kg de peso vivo;-aumentar de 45 a 48% para 58 a 60% o rendimento de carne na carcaa dos sunos;

Ganhos genticos contnuos obtidos em programas de melhoramento so garantia de que resultados ainda melhores no desempenho dos animais esto por acontecer.(Irgang, R 2013) 7.1. Avaliao, seleo e melhoramento genticoSegundo o Eng. Agrnomo Renato Irgang, o teste de Granja e seleo so ferramentas essenciais para se fazer melhoramento gentico em sunos. Enquanto que mudanas feitas nas condies de criao de sunos, como nas instalaes, na rao e na higiene, tm carter temporrio, mudanas no desempenho dos animais obtidas pela melhoria gentica tm carter permanente, passando dos reprodutores para seus filhos. Machos e fmeas Landrace, Large White, Duroc e Pietrain, e machos e fmeas hbridos so avaliados semanalmente no Teste de Granja e selecionados para maior taxa de crescimento dirio, menor espessura de toucinho, e para melhor conformao corporal e qualidade de aprumos.

Os dados de cada animal testado so avaliados pelo mtodo denominado Modelo Animal ou BLUP, que considera o desempenho de cada animal, de todos seus parentes e de todos seus contemporneos no Teste de Granja, bem como a poca e as condies em que os animais foram testados. Cada animal comparado com todos os outros que tm dados. Os resultados indicam quantos dias a menos ou a mais cada animal necessita para alcanar 90 kg de peso vivo, e quantos milmetros de espessura de toucinho a menos ou a mais cada animal apresenta aos 90 kg de peso vivo. Os dados representam asuperioridade ou inferioridade gentica de cada animal, e so denominados deVALOR GENTICO. De um macho com valor gentico de- 10 diasde idade e- 1,6mmde espessura de toucinho, espera-se que seus filhos alcancem 90 kg de peso vivo com 5 dias a menos e com 0,8 mm a menos de espessura de toucinho do que os filhos de outros reprodutores. (Irgang, 2005)

Nos grficos a seguir so apresentadas mdias por ano de nascimento para idade, em dias, e para espessura de toucinho, em mm, aos 90 kg de peso vivo, e para os valores genticos das duas caractersticas para machos e fmeas Landrace, indicando as tendncias fenotpicas (Figuras 1 e 3)e genticas (Figura 2 e 4) desse gentipo daBIRIBAS Gentica de Sunos.

Figura 1. Idade aos 90 kg de peso vivo por anode nascimento demachos (azul) efmeas (rosa)Landrace. (Fonte: Internet- Biribas Gentica de Suinos- www.biribas.com.br)

Figura 2. Valor gentico para idade aos 90 kg de peso vivo demachos (azul)efmeas (rosa)Landrace. (Fonte: Internet- Biribas Gentica de Suinos- www.biribas.com.br)

Figura 3. Espessura de Toucinho, em mm, aos 90 kg de peso vivo, demachos (azul) efmeas rosaLandrace.(Fonte: Internet- Biribas Gentica de Suinos- www.biribas.com.br)

Figura 4. Valor gentico para Espessura de Toucinho, em mm, demachosefmeasLandrace. (Fonte: Internet- Biribas Gentica de Suinos- www.biribas.com.br)A Figura 1 indica que a idade dos machos Landrace aos 90 kg foi reduzida de 145 para 133 dias, de 1996 a 2004, e a Figura 2 indica que dessa melhora de 12 dias, 4 foram obtidos pela seleo, enquanto que da melhora de 10 dias nas fmeas (Figura 1), 4 foram obtidos pela seleo. Na espessura de toucinho aos 90 kg verificou-se uma reduo de 12,3 para 10,3 mm, ou seja, 2 mm tanto nos machos quanto nas fmeas (Figura 3), dos quais 1 mm nos machos e 0,7 nas fmeas foram obtidos pela seleo (Figura 4). Esses ganhos genticos significam maior taxa de crescimento dirio, menor idade de abate e maior rendimento de carne ao longo dos anos, graas ao Teste de Granja, avaliao gentica e seleo de reprodutores. (Irgang, 2005)7.2. Gene da sndrome do estresse suno e sua relao com caractersticas de qualidade da carne em sunosO estresse causado por vrios motivos aos animais, proporciona uma diferenciao na qualidade da carne suna. Um trabalho formulado para tese de mestrado O GENE DA SNDROME DO ESTRESSE SUNO E SUA RELAO COM CARACTERSTICAS DE QUALIDADE DA CARNE EM SUNOS F2 RESULTANTES DE CRUZAMENTOS DIVERGENTES (Universidade Federal de Visosa ) relata que uma das principais perdas econmicas na industria suincola est relacionada com a produo de carne PSE(plida,mole e exsudativa). Animais portadores da PSS(sndrome do estresse suno) tm maior tendncia a apresentar est carne de baixa qualidade. O gene PSS esta diretamente associado com a sndrome quando em homozigose recessiva (nn) e em heterozigose (Nn). Portanto conhecendo-se o gentipo de sunos possvel traar estratgias de produo que evitem q presena, no rebano, de animais cuja a carne poderia apresentar PSE.No perodo compreendido entre o final da dcada de 60 e o incio da dcada de 70, ficou evidente que a predisposio produo de carne PSE estava relacionada Sndrome do Estresse Suno (Topel, 1968).

A Sndrome do Estresse Suno (PSS) caracteriza-se por uma rigidez muscular, aumento do metabolismo aerbio e anaerbio e aumento da produo de calor em resposta aos anestsicos halogenados e vrios outros estressores. Pela forte reao muscular no animal vivo e pelo padro de alteraes na carne aps o abate, havia indicao de que um defeito na regulao de clcio poderia estar envolvido, mantendo elevada a concentrao de Ca++ sarcoplasmtico (Mickelson e Louis, 1992).H registros de que sunos que no sofreram jejum e so abatidos imediatamente aps a chegada no abatedouro apresentam pH inicial no lombo muito baixo. Por outro lado, longos perodos de jejum associados a longos perodos de transporte ou de espera, tendem a diminuir a incidncia de carne PSE (plida, mole e exsudativa) e de aumentar a prevalncia de carne DFD (escura, dura e seca), devido exausto do glicognio muscular, especialmente nos msculos que sustentam a postura e peso do animal. As caractersticas de qualidade da carne mais avaliadas normalmente nos abatedouros nacionais so: colorao da carne, pH inicial (45 minutos ps-abate), pH 24 horas ps-abate, capacidade de reteno de gua (CRA), marmorizao da musculatura e algumas provas bioqumicas ligadas qualificao da musculatura. A estas caractersticas so somadas as quantitativas: tais como espessura de toucinho, porcentagem de carne magra na carcaa, comprimento de carcaa, entre outros.Destas caractersticas, uma das mais importantes medidas possveis logo aps o abate o valor do pH inicial, sendo uma medida utilizada como um padro mundial. Possui moderada correlao com a qualidade final da carne, sendo geralmente realizada no lomboe/ou no pernil,servindo como uma razovel estimativa da carne PSE. O pH inicial possui alta correlao com o gentipo de sensibilidade ao estresse (gene halotano), sendo possvel diferenciar os animais sensveis ao estresse dos no sensveis, pelos valores do pH. Aps o resfriamento, quando as reaes bioqumicas cessam por completo na carne e sua qualidade final atingida, a utilizao de valores de pH inicial e a cor final associadas s medidas de CRA permitem definir com maior preciso a qualidade real de lombos ou pernis no frigorfico. (Pereira; Junqueira; Sgavioli, 2009)

Tabela 3 Caractersticas da CarneAs transformaes que ocorrem nos msculos aps o abate, iniciam-se durante a insensibilizao dos animais. O objetivo desta etapa minimizar o sofrimento animal no curto perodo que antecede a sangria ou o abate propriamente dito realizando o sacrifcio do animal dentro dos preceitos humanitrios. Por isso, a insensibilizao, qualquer que seja o mtodo adotado, deve ser rpida para no causar mais sofrimento e dor ao animal. Se no forem observadas certas condies (tratamento dado aos animais pelso funcionrios, funcionamento correto dos equipamentos) pode haver uma excessiva estimulao do sistema nervoso e elevao da presso sangnea (Judge, 1989).8. SanidadeA suinocultura brasileira vem apresentando uma forte tendncia de concentrao, onde por um lado se verifica uma reduo gradativa das propriedades envolvidas com a atividade e por outro, um aumento significativo dos plantis que permanecem em produo, o que tem motivado o aprimoramento, desenvolvimento e implantao de novos sistemas de produo bem como despertado tcnicos e produtores para necessidade de adoo de novos conceitos em relao a sanidade dos rebanhos. sabido que a ocorrncia de enfermidades nos rebanhos, diminui a lucratividade da operao por causar despesas adicionais e por reduzir o desempenho dos animais de reproduo e de engorda. Animais advindos de uma nica origem, possuem um status sanitrio mais homogneo, com a maioria dos sunos sendo susceptveis ou resistentes as mesmas enfermidades. A mescla de animais de vrias fontes ou origens aumenta a probabilidade de transmisso de doenas entre os sunos com diferentes graus de imunidade. (Werner, Meincke, 2013)9. Bem-estarGarantir o bem-estar de sunos, que nos alimentam, uma exigncia cada vez mais difundida em todo o mundo. Alm de melhorar o conforto na granja, esse manejo no perde o foco dos ndices de produo. Por isso, separar com grades, aparentemente resolve o problema. Confinar porcas durante a gestao foi a maneira encontrada por produtores do mundo todo para aumentar a produtividade das matrizes.( Site globo. G1. economia . agronegcios- globo rural. )Uma nova tendncia o modo de criao coletiva de porcas em gestao. A Unio Europia aprovou uma lei que prev a proibio das gaiolas a partir deste ano. Nos Estados Unidos, sete estados sancionaram leis semelhantes. Aqui no Brasil, no h legislao sobre o assunto, e a Fazenda Miuna pioneira nessa experincia. O sistema funciona assim: a baia coletiva subdividida em vrias baias menores, chamadas de baias de fuga. No centro fica a mquina de alimentao automatizada. instalado um comedouro automatizado para cada 80 fmeas. O segredo da criao coletiva no deixar que os animais tenham que disputar comida. (Site globo. G1. economia . agronegcios- globo rural. )10. Temperatura/ ambienteO Estresse por calor provoca distrbios de comportamento, assim como, afeta negativamente o desempenho e altera a fisiologia dos sunos.

Os sunos em crescimento e terminao so suscetveis s condies trmicas, pois para expressar sua mxima produtividade, necessrio que os mesmos sejam criados sob uma faixa de temperatura considerada adequada.

Para isso, as instalaes devem ser minuciosamente projetadas, para que no se tornem um problema na criao, permitindo conforto adequado aos animais.

O estudo de efeitos do ambiente sobre a nutrio de grande importncia, sendo necessrio a elaborao de tabelas de exigncias nutricionais ou equaes de predio que ajustem a nutrio nas diferentes fases do ciclo de produo de sunos s condies climticas brasileiras, permitindo a formao de raes tecnicamente mais adequadas.(Embrapa 2009)

Tabela 4 Zona de termoneutralidade dos sunos nas diversas fases de produo11. Transporte O manejo pr abate dos animais tem influncia direta sobre a qualidade da carcaa e da carne, devendo merecer toda a ateno do produtor.A alimentao dos animais a serem enviados para o abate deve ser suspensa 12 horas antes da hora prevista para o embarque.

Garantir o fornecimento constante de gua aos animais at o momento de embarque.

Os animais devem ser conduzidos para o local de embarque com tranqilidade, sem estresse e usando tbuas de manejo.

A rampa de embarque deve ter no mximo 20 de inclinao e piso antiderrapante, para facilitar a conduo dos animais e evitar escoriaes

O caminho a ser utilizado para o transporte dos animais deve ter no mximo dois pisos.

Ao chegar na propriedade para carregar os animais o caminho deve ter sido previamente higienizado e desinfetado, evitando assim a exposio dos mesmos a eventuais agentes contaminantes.

Os animais devem ser alojados no caminho na razo de 2,5 sunos de 100 kg por m2, ou seja, propiciar uma rea de 0,40 m2para cada 100 kg de peso animal.

O transporte deve ser efetuado com calma, de preferncia durante a noite, sempre aproveitando as horas mais frescas ou de menor temperatura. O cuidado no transporte deve ser redobrado quando este for feito em estradas no pavimentadas ou irregulares.

Quando o transporte exceder a durao de trs horas, devem ser adotados cuidados especiais.(Sunos e Climas Quentes,2013).12. Manejo de dejetos A revista Suinocultura Industrial relata em um trabalho publicado este ano, sobre a preservao ambiental, sendo a preocupao bsica de qualquer sistema de produo, deve estar presente em qualquer atividade, em especial no manejo dos dejetos e rejeitos de animais. Prioritariamente os dejetos devem ser usados como adubo orgnico, respeitando sempre as limitaes impostas pelo solo, gua e planta. Quando isso no for possvel h necessidade de tratar os dejetos adequadamente, de maneira que no ofeream riscos de poluio quando retornarem natureza.

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