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Arraial Hospitaleiro Na tarde do dia 12 de junho, quando cheguei ao recinto do campo ludoterápico da Casa de Saúde Bento Menni, apreciava-se um colorido que percorria todo o espaço e uma tranquilidade inquietante com vontade de se agitar. A pouco e pouco o colorido foi ficando cada vez mais barulhento e a tranquilidade já não se ouvia, agora ganhava força a agitação da música que saia da aparelhagem e o cheirinho da sardinha a começar de assar, convidando à chegada das pessoas que iam preenchendo o espaço e aguardando por mais um Arraial Hospitaleiro. Antevia-se à semelhança dos anos anteriores uma tarde animada como muita conversa, muita alegria, muito convívio, aquecida pelo sol e regada de palmas, sorrisos e sabores. Assim foi, as pessoas estavam prontas, o sol também e à hora marcada iniciaram-se as marchas que encheram os olhares de todos. Sumário - Arraial Hospitaleiro - Peregrinação Hospitaleira - Ecos do Voluntariado - Dança. Movimento. Terapia - O Despertar na Praia - O mês de Julho no B. Menni - Barco Hospitaleiro - A República das Bananas - Peregrinação Santuário N. Sra. das Preces - Dia dos Avós - Misericórdia uma virtude a recuperar - Viver o mês de Maio - 31 de Maio - realizações e vivências - A mulher do sonho! Próximos eventos : . IV Semana Aberta - 10 a 15/10. . V Jornadas Saber envelhecer - 14 e 15/10. . Dia do voluntariado - 05/12. . XXI Encontro de Familiares - 18/12. . Festa de Natal - profissionais e voluntários - 20 e 21/12. Boletim Maio-Agosto - Núm. 44. Ano 2016 - Casa de Saúde Bento Menni Guarda Bairro da Luz 6300-575 GUARDA * Telef.: 271200840 * Web: www.irmashospitaleiras.pt/csbm/

Sumário Bairro da Luz 6300 -575 GUARDA * Telef.: 271200840 ... · com um lindo traje, música e letra inédita, dedicada a S. Bento Menni, ... à capela da Morte do Senhor, onde

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Arraial Hospitaleiro Na tarde do dia 12 de junho, quando cheguei ao recinto do campo

ludoterápico da Casa de Saúde Bento Menni, apreciava-se um colorido que

percorria todo o espaço e uma tranquilidade inquietante com vontade de se

agitar.

A pouco e pouco o colorido foi ficando cada vez mais barulhento e a

tranquilidade já não se ouvia, agora ganhava força a agitação da música que

saia da aparelhagem e o cheirinho da sardinha a começar de assar,

convidando à chegada das pessoas que iam preenchendo o espaço e

aguardando por mais um Arraial Hospitaleiro.

Antevia-se à semelhança dos anos anteriores uma

tarde animada como muita conversa, muita alegria,

muito convívio, aquecida pelo sol e regada de

palmas, sorrisos e sabores.

Assim foi, as pessoas estavam prontas, o sol

também e à hora marcada iniciaram-se as marchas

que encheram os olhares de todos.

Sumário

- Arraial Hospitaleiro - Peregrinação Hospitaleira - Ecos do Voluntariado - Dança. Movimento. Terapia - O Despertar na Praia - O mês de Julho no B. Menni - Barco Hospitaleiro - A República das Bananas - Peregrinação Santuário N. Sra. das Preces - Dia dos Avós - Misericórdia uma virtude a recuperar - Viver o mês de Maio - 31 de Maio - realizações e vivências - A mulher do sonho! � Próximos eventos: . IV Semana Aberta - 10 a 15/10. . V Jornadas Saber envelhecer - 14 e 15/10. . Dia do voluntariado - 05/12. . XXI Encontro de Familiares - 18/12. . Festa de Natal - profissionais e voluntários - 20 e 21/12.

Boletim Maio-Agosto - Núm. 44. Ano 2016 - Casa de Saúde Bento Menni – Guarda

Bairro da Luz 6300-575 GUARDA * Telef.: 271200840 * Web: www.irmashospitaleiras.pt/csbm/

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O Jardim-escola do Bairro da Luz entrou no recinto

com um lindo traje, música e letra inédita, dedicada a

S. Bento Menni, de seguida foi a Escola do 1º Ciclo do

Bairro da Luz que nos brindou com duas marchas. Foi

delicioso ver a agilidade das crianças e a alegria com

que participavam, além dos sorrisos vaidosos de pais

e familiares que não poderiam deixar de acompanhar

os seus rebentos.

Por último, foi a vez da nossa casa apresentar a sua

atuação, ao contrário dos anos transactos não foi o

nosso rancho “Ó da Guarda” que dançou, mas um

lindo grupo de utentes que realizaram algumas

marchas com letras alusivas aos Santos populares. Ó

bem que marcharam, principalmente por se notar nos

seus rostos a alegria de partilhar esse momento e de

retribuir às crianças e professores o agradecimento de estarem presentes e conviverem em mais um

arraial hospitaleiro.

Foi um rodopio de cores e movimentos

que refrescou o momento e transformou

aquela tarde e aquele espaço, em algo

maravilhoso.

Finalizadas as marchas e com música de

fundo, foi tempo de nos virarmos todos

para os tradicionais petiscos, sardinhas e

febras que já perfumavam todo o lugar e

dita a verdade a hora do lanche já tinha chegado.

Assim continuou o convívio e a confraternização entre a nossa casa, e a comunidade educativa do

Bairro da Luz, numa promoção da terapia da alegria tão benéfica na saúde de todos nós.

Pacientemente, aguardamos mais uma edição do já famoso Arraial Hospitaleiro, que já faz parte quer

do calendário das atividades da escola, do jardim e dos nossos vizinhos.

Bem-haja a todos os que colaboraram nesta maravilhosa tarde de grande animação e reinação.

Um até para o ano.

Carlos Alves Técnico E.F.A.

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Peregrinação Hospitaleira -Testemunhos

No dia 16 de junho realizou-se a XVIII Peregrinação Hospitaleira a Fátima com o lema:

“Peregrinos da Hospitalidade, Tochas de Misericórdia”. “Este Ano Santo da Misericórdia,

somos convidados a sermos peregrinos que levam nas mãos a Tocha da Misericórdia”. Foi

com este espírito, que se pautou cada momento do programa da peregrinação

hospitaleira.

Participamos na peregrinação, 25

utentes, 17 colaboradores e 8

voluntários. Na tarde cultural a

Casa de Saúde Bento Menni foi

convidada a partilhar o lema de

Bento Menni, “Vale mais exceder-se em

misericórdia que em justiça”.

Foi com o coração cheio de compaixão que tudo aconteceu. Experienciar a Peregrinação Hospitaleira é

um momento enriquecedor.

Cláudia Paiva - colaboradora

Desta vez, tomámos o pequeno-almoço em casa. Depois foi só entrar no autocarro de 50 lugares,

juntamente com montes de comida. A viagem até Fátima decorreu sem história. Chegamos a Fátima,

caiu uma tromba de água, felizmente estavam quase todos dentro do autocarro. Quando a chuva

parou, fomos ás lembranças e á capelinha das aparições. De seguida, à capela da Morte do Senhor,

onde no final da missa estenderam um tecido leve, e dissera: ”Isto é como se fosse o manto de Nossa

Senhora sobre as nossas cabeças”. Toda a gente gostou e aplaudiu.

Depois foi o almoço, nas mesas de pedra onde estivemos

sem medo da chuva.

Uns a pé, outros no autocarro, dirigimo-nos ao local onde

se fazem as representações. Tivemos que esperar meia

hora, até nos abrirem a porta.

Esperámos, até todas as casas estarem espalhadas na sala,

e começaram as apresentações. Cada casa apresentou um

tema relacionado com a Misericórdia. A nossa

representação foi a última. Treinamos durante semanas, até nos sair bem. Depois, muitas pessoas me

disseram e aos colegas, que tinham gostado muito.

No final ainda comemos o lanche ao pé do autocarro, tal como

os outros e viemos até casa já tarde, mas sem percalços no

caminho, graças a Deus.

Joana Sarmento - Utente

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Dia da peregrinação a Fátima é para mim um dia cheio de emoções. Vive-se espírito de amor,

solidariedade,

confraternização, partilha e admiração. Sim

admiração por aquilo que as nossas

“meninas” preparam para apresentar. São

momentos únicos de Amor por todo o

trabalho e carinho que põem nas actividades

que apresentam.

Dia da Peregrinação é para mim um dia

repleto de sentimentos puros e momentos

bem vividos.

Fernanda Almeida - voluntária

Vale mais exceder-se em

misericórdia que em

justiça.

Ecos do Voluntariado

Festa de S. João

O Bairro da Luz festejou o S. João no dia 17 de junho.

Nesse dia o Bairro estava todo embelezado com lindas bandeiras e balões de todas as cores.

Havia algumas barracas com grande variedade de coisas desde comer ao artesanato a às rifas. Entre

outros petiscos, não faltou a deliciosa sardinha assada.

A Casa de Saúde

Bento Menni

participou como

sempre. E este ano a

organização dos

materiais para as rifas

da barraca foi da

responsabilidade das

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voluntárias da Casa de Saúde, modéstia à parte, estava bem vestida, com fitas amarelas e azuis, balões

e o símbolo do Voluntariado. Foi um sucesso!

Por fim, o tradicional bailarico trouxe uma grande animação à festa, onde pequenos e graúdos

aproveitaram para se divertir!

Viva o S. João!

21 de junho – um dia especial No dia 21 de junho, na festa litúrgica de S. Luís de Gonzaga, um dia muito especial para as Irmãs

Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, as voluntárias participaram na Eucaristia, recordando a

saída das duas jovens granadinas – Maria Josefa Recio e Maria Angustias Giménez que iniciaram o

caminho da hospitalidade.

De seguida, reunimo-nos no bar com a Isabel

Morgado (Directora da CSBM), onde esta nos leu

um texto do livro “ Relação Sobre as Origens “ o qual

relata a saída de Maria Angústias e Maria Josefa na

calada da noite da sua terra natal (Granada).

Mulheres de enorme fé, grande coragem, sem

medos, com plena confiança em Deus e

iluminadas por Ele deixaram tudo para se

entregarem na sua totalidade ao Criador e ao

serviço dos mais pobres.

Neste encontro, foram oferecidos dois livros, um

de testemunhos e outro formativo, especificamente,

“Por que sou Voluntário” e «Formar Voluntária-Mente».

Por fim, terminamos com um lanche partilhado por

voluntárias e Irmãs, onde houve boa disposição,

muita alegria e, sobretudo, companheirismo.

Jacinta Tavares Voluntária

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Dança – Movimento -Terapia - Expressão Corporal

A Dança Movimento Terapia (DMT) foi utilizada pela primeira vez enquanto prática clínica por Marian

Chace. Resultado de uma colaboração entre psiquiatras e profissionais da dança moderna por volta dos

anos 40. A DMT surgiu da necessidade de se recuperar o processo criativo não-verbal da dança como um

canal de comunicação e expressão no crescimento da pessoa (resgatando-a da sua forma rígida manifesta

numa coreografia exigente). Além disso, o facto de o movimento passar a ser encarado como a única via de

acesso às emoções leva a DMT a apresentar o corpo e o seu movimento como o seu principal instrumento,

na procura da cura e da auto descoberta.

Destinada a qualquer pessoa, independentemente da sua

saúde física ou mental e sem ser necessário que os

participantes saibam dançar, os terapeutas da DMT

consideram que o movimento corporal pode conduzir a

alterações psicológicas que se traduzem numa melhoria da

saúde da pessoa, bem como no seu desenvolvimento pessoal.

Não possuindo uma formação académica em Dança

Movimento Terapia, aliando os conhecimentos acerca da mesma à experiência de ter sido competidora de

Dança de Salão Desportiva, surgiu a possibilidade de dinamizar uma sessão de expressão corporal, no

âmbito da realização do estágio curricular em Psicologia Clínica e da Saúde pela Universidade da Beira

Interior. Esta foi realizada no dia 16 de maio de 2016, tendo dez utentes da área da psiquiatria

oportunidade de participar na mesma.

Desde terem de se movimentar de olhos fechados (com e sem

tecido) até ao exercício do espelho, verificou-se que o

envolvimento por parte das participantes foi aumentando, à

medida que a sessão evoluiu.

Quando questionadas, acerca da sua opinião sobre a sessão,

grande parte das utentes demonstrou interesse em voltar a

participar noutra atividade semelhante.

O Despertar na Praia

Conceptualizada por volta dos anos 70 por dois terapeutas

holandeses - Jan Hulsegge e Ad Verheul, a sala de Snoezelen é

um espaço que proporciona um ambiente agradável e

descontraído que favorece a estimulação dos sentidos

primários de forma segura e controlada, suscitando um

despertar sensorial por parte de quem dela usufrui.

No dia 19 de maio, depois de ter participado numa ação de formação acerca do Snoezelen,

concretizou-se o desafio de desenvolver uma sessão diferente – uma sessão temática. Destinada a

quatro utentes do atelier “reviver” (área da psicogeriatria), o tema selecionado para esta sessão foi “A

Praia”, não só por ser familiar para a estagiária, uma vez que reside numa zona costeira, como também

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pelo facto de as utentes selecionadas para a mesma não terem oportunidade de contactar com este

tipo de ambiente.

Assim, boiar no colchão de água, ouvir o som do mar e das

gaivotas, mexer em areia, conchas e em água do mar, bem

como cheirar um ambientador, tudo serviu para transportar

as utentes desde a CSBM até à praia.

Joana Leal Duarte - estagiária de psicologia

O Mês de Julho no Bento Menni

IDA AO CAFÉ Às terças e quintas, às 2 horas, a Patrícia junta 6 ou 7 senhoras e partimos a pé, rua acima, ao Sol, até

chegar ao café da associação do Bairro da Luz. Algumas pedem um café, outras pedem um sumo,

outras nada. Não há consumo mínimo obrigatório, o que nos deixa a todas muito à vontade.

Sentamo-nos na parte de fora, gradeada, e ali ficamos a falar e a rir até às 10 para as 3, hora a que

percorremos de novo a rua, desta vez já não custa, pois é a descer, e chegamos a tempo de ir ao

lanche.

São momentos de descontração dos quais já não prescindimos.

PASSEIO NO RIO

O barco que nós fizemos é feito de roofmate e colado com poliuretano. É

muito leve, duas pessoas podem transporta-lo. Tem dois lugares e por

enquanto é azul, pois ainda falta muito para estar acabado.

A primeira experiência foi feita no lago dos peixes. Com trinta centímetros

de água, aguentou bem com o Prof. Agostinho e com a Patrícia, apesar de

esta ficar molhada pois não estava suficientemente bem calafetado.

Os peixes não gostaram.

Voltou à sala para por mais poliuretano, e

a experiência seguinte foi no rio. Com a carrinha cheia, o barco no

tejadilho bem seguro por elásticos e todas nós a dizer que a policia

não ia achar graça nenhuma, lá fomos conhecer um sítio novo, em

Porto da Carne.

O esquema era fácil: o Prof. Agostinho ia à frente a remar, atrás uma

de nós de cada vez, de fato de banho e colete de salvação. Dávamos

uma volta no lago artificial, fugindo da cascata que passa a água para o resto do rio. À vez, foram

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todas as senhoras passear um bocadinho. A dificuldade maior era entrar e sair do barco. As pedras do

rio não ajudam, são escorregadias. Mas foi muito bom mexer na água, sentir a sua leveza e a

superficialidade do barco.

MERGULHO NA PISCINA

No dia seguinte ao rio,

fomos à piscina.

Estava calor e um

ventinho fraco.

Deitámo-nos na relva a

aquecer devagar à

sombra das árvores.

Cada uma ia à água

conforme lhe apetecia. Esta estava deliciosamente fresca e não havia gente demais dentro de água. Nem

todas se molharam. A meio da manhã bebemos um sumo trazido do nosso bar. Depois deixámos secar os

fatos de banho e fomos embora a tempo do almoço.

Ficou a promessa de repetir, num dia sem vento.

Joana Sarmento

BARCO HOSPITALEIRO

Construção do barco e Atividades aquáticas em terapia ocupaçional

Este projecto foi desenvolvido a pensar numa mudança de “setting” , isto é, do espaço em forma de

actuação reconhecendo a importância do ambiente aquático e do trabalho de grupo, para o

desenvolvimento de inúmeras habilidades e experimentações.

Optamos pela água como local de actuação por ser um ambiente facilitador de novas experiencias,

estimulando as potencialidades do indivíduo. A água pode ser utilizada como meio de actuação mais

global, através do movimento a relação do indivíduo com o objecto, com o outro e consigo mesmo. A

construção do barco foi um trabalho em grupo construído em roofmate, espuma de poliuretano, fibra

de vidro e resina, com 2 metros e oitenta centímetros e capacidade para duas pessoas.

Construção do barco 1ª navegação no lago da CSBM

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Todo o processo se tornou mais dinâmico trazendo benefícios à população atendida. Após a

construção do barco com sucesso, a exploração e o desafio, potencia e fortalece o grupo que

desfrutou da sua navegação experimental no rio e que se irá repetir sempre que possível.

Sou entre flor e nuvem, Estrela e mar. Porque havemos de ser unicamente humanos, limitados em chorar? Não encontro caminhos fáceis de andar Meu rosto vário desorienta as firmes pedras Que não sabem de água e de mar. (Cecília Meireles)

Patrícia Fonseca - A. sociocultural

A REPÚBLICA DAS BANANAS NA CIDADE DE LISBOA

Demorámos cerca de 4 horas a

chegar a Lisboa. Perto da

rotunda do relógio eu senti o

cheiro da minha cidade e a luz

feria-me os olhos de tão intensa. Na Almirante Reis abriram alguns cafés mas o resto estava tudo na

mesma. As pessoas, multicolores, rodopiavam dando leves encontrões. Saímos no hotel Mundial.

Estávamos por nossa conta e risco. Os cheiros a especiarias e álcool embrenhavam-se na tarde linda

de Domingo. Pessoas nas esplanadas, sobretudo estrangeiros, chineses, indianos, árabes, a abrir uma

manifestação de Judeus ás portas de Santo Antão. A partir daí foi o caos: 19 almas a darem as mãos

como correntes, a tentar atravessar a rua até ao teatro Politeama, onde me esperava o meu Pai e o

meu irmão Manuel. No Coliseu, muita gente à espera da gala dos globos de ouro para ver o jet set

português e as suas vestimentas de gala. O meu Pai e o meu irmão abraçaram-me várias vezes mas

quase não houve tempo para uma troca de palavras pois era tempo de entrar.

O teatro estava engalanado. Filipe La Féria gritava de um recanto para

vender programas autografados a um euro.

Quando nos sentámos nas cadeiras de veludo vermelho sentimos os

nossos pés cansados. Comecei por olhar em volta e vi alguns rostos

da nossa cena política, cabisbaixos.

O silêncio era de ouro. Dentro de poucos minutos iniciou-se A Revista

a República das Bananas. José Raposo, Rita Ribeiro e Anabela foram

as figuras de proa. As críticas, política e social, sucederam-se ao ritmo

de sketches coloridos. Duas horas de bom espetáculo.

À saída o caos era total. O Benfica tinha-se sagrado tricampeão e as ruas estavam cheias de gente numa maré vermelha. Tanto tempo para chegar ao autocarro! Em Santarém fizemos uma paragem. Na área de serviço gente benfiquista por todo lado a cantar a vitória. Chegámos à uma da manhã. O cansaço era muito mas as imagens do

dia, como slides, percorriam ainda o nosso cérebro… Isabel Gantes

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Peregrinação ao Santuário de N. Sra. das Preces

O Santuário de N. Sra. das Preces, onde nos deslocámos, num total de 50 pessoas – utentes e

acompanhantes – no passado dia 17 de maio, localiza-se no lugar de Vale de Maceira, freguesia de

Aldeia das Dez, concelho de Oliveira de Hospital, distrito e diocese de Coimbra.

Desde o fundo da mata até à capela de Santa Eufémia, numa altitude de 750m, aproximadamente,

donde se alcança uma vista belíssima da região, foram edificadas 14 capelas: as capelas do Presépio,

do Apostolado, da Agonia, da Prisão, da Flagelação, do Ecce-Homo, da Verónica, da Crucificação, do

Calvário, do Sepulcro, da Ressurreição, de Santa Maria Madalena; e, finalmente, a capela de Santa

Eufémia.

N. Sra. das Preces venera-se no altar-mor da Igreja, que

possui ainda, mais quatro altares laterais. As pinturas do

teto são de uma beleza rara, sobretudo as da sacristia.

Chegados ao Santuário, celebramos a Eucaristia, da

memória litúrgica de Nossa Senhora, presidida pelo Padre

Abel e participada e animada pelo grupo. Foi um

momento alto, de expressão da fé, num clima de

recolhimento proporcionado pela envolvência deste

espaço sagrado.

Na sacristia, fomos acolhidos, pelo olhar amoroso de

Cristo moribundo, que diferenciava, cada um(a) na sua

individualidade e movimentação pessoal. Um olhar a

irradiar luz, serenidade e vida; mais Vida, que a vida que

palpita em todo o universo! Cristo moribundo é o Senhor

da Vida em abundância! A Morte iminente de Cristo não

é mais que “um intervalo, espiritualmente vivo, para o

início de uma Vida superior; penhor da nova criação na

manhã de Páscoa!”

Por sua vez, os responsáveis do Santuário receberam-nos com grande simpatia e amabilidade. No final

da celebração foi chamado, de propósito, o guia do Santuário para nos descrever a história e os

pormenores dos quadros bíblicos de toda a pintura da Igreja.

À primeira vista, como geralmente acontece no olhar humano, o guia pareceu iludir-nos na sua

aparência exterior!...Mas veio a revelar – se um exímio preletor da história, da manutenção, e da

proteção do Santuário.

Seguiu-se o almoço de confraternização, num hotel estrelado, ao vivo, quase a tocar o azul do céu,

com mesas e cadeiras adapatadas ao momento. Naquele dia, até o arroz teve um outro paladar, por

causa da química do ambiente e da oxigenação daquelas árvores centenárias que nos serviram de

teto!

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A estrada que nos conduziu ao local era íngreme e pródiga em curvas, contracurvas e precipícios! Mas,

em contrapartida, a paisagem apresentou-se de uma beleza única, deslumbrante: urze, carqueja, flor

de giesta, trevo, papoilas, arbustos floridos...

Descemos, em seguida, ao Piódão – uma aldeia histórica construída em xisto

– com ruelas estreitas e sinuosas, a pé. Lindíssima, comentaram alguns (as).

Casas alinhadas e cercadas por uma paisagem de uma moldura verdejante,

um ar puríssimo, um firmamento extensíssimo, um sol temeroso, mas

radioso!... Nos arredores, um “majestoso” hotel, de xisto, era o garante da

economia local.

Constatámos, no entanto, um certo isolamento nas aldeias que íamos

encontrando; e questionámo-nos, seriamente, sobre o modo de subsistência

ou sobrevivência daquela gente, com escassos meios de deslocação e sem

acesso direto a produtos e cuidados de saúde especializados?!...

Talvez vivessem da generosidade de quem por ali passa, em jeito turístico, ou dos frutos da terra, ou

da pequena reforma, sabe-se lá?

Mas houve quem gostasse muito destas aldeias perdidas no vale, e

se divertisse imenso, com as curvas e os solavancos daquela estrada

serrana! Tudo depende do modo como olhamos a realidade! Atitude

que se aplica a todos os contextos da vida.

Na sua grande maioria, os participantes referiram que tinham

gostado imenso de tudo: da natureza, do convívio, da aldeia de xisto, das capelas do Santuário, do quadro da circuncisão, da imagem do Pelicano... mas,

sobretudo, do olhar terno e inefável de Cristo moribundo!

Constatou-se, também, um encantamento geral, na sabedoria do guia, que era simpatiquíssimo e

tinha a história do santuário, na ponta da língua, embora o seu aspeto exterior, fosse o aspeto de um

trolha ou pedreiro.

No adro, um tanque, com um pequeno cardume, abrigado por um arbusto, despertou a atenção dos

mais sensíveis à fauna e à flora. Ali por perto, uma barraca com uma grande diversidade de artigos

religiosos, despertava o desejo de “aliviar a carteira”, ou, quem sabe, de despoletar uma motivação

mais profunda: o “fortalecimento” da frágil economia local!....

Já nas proximidades da Guarda, num parque de merendas, com casas de banho a condizer, junto a um

rio de várias noras na margem, que lhe ofereciam um outro encanto, comemos a merenda servida nas

mesas do parque.

No seu conjunto, o passeio foi muito oportuno e bonito. O seu maior encantamento prendeu-se, com a

parte religiosa do programa. A celebração da Eucaristia, a recitação do rosário, e as exortações pastorais e

espirituais do Senhor Padre Abel, mentor desta aventura, que nos proporcionou um dia diferente,

ajudando-nos a regressar a casa felizes e satisfeitos. Tudo correu da melhor forma, portanto! Não houve

nenhum contratempo! Achamos, por isso, que valeu mesmo a pena. No próximo ano, sugerimos outra

saída semelhante a esta.

Lurdes Diogo Serviço de Pastoral

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Relatório de atividade do Dia dos Avós

No dia 26 de julho, o Município da Guarda tomou, mais um ano, a iniciativa de celebrar o Dia dos

Avós, com um encontro Intergeracional no Parque Urbano do rio Diz.

A Câmara Municipal da cidade

responsabilizou-se por toda a

organização, convidando cerca de 26

freguesias, contando com o apoio da

EAPN (Portugal/Núcleo Distrital da

Guarda), no âmbito do programa

“Guarda +65”, sendo esta a VII edição.

Neste encontro participaram avós, netos,

familiares, estagiários e funcionários de

diversas instituições, contribuindo todos

estes, para um ambiente favorável.

Foi com muito prazer, que a Casa de Saúde Bento Menni aceitou este convite. O encontro

proporcionou-se por volta das 14 horas, reunindo cerca de 400 pessoas. Foram muitos os momentos

de diversão e convívio que surgiram durante toda a tarde, tais como: canções, danças, jogos

tradicionais…

Para marcar abertura deste evento a Dr.ª Ana Baptista fez um comunicando, agradecendo a

participação e a colaboração de todos os presentes.

Esta celebração terminou por volta das 17h00, com a partilha de um lanche de convívio entre toda a

comunidade.

Ana Pereira

Estagiária - A. Sociocultural

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Misericórdia uma virtude a recuperar

No dia 21 de maio, teve lugar no auditório da Casa de Saúde Bento Menni a conferência “Misericórdia

uma virtude a recuperar”.

A formação primou pela excelência, desde a conferência proferida pelo Padre Doutor José Manuel

Pereira de Almeida, que se deslocou de Lisboa, a convite da Ir. Deolinda Serralheiro, presidente da

CIRP-regional, até ao painel de testemunhos de três Congregações Religiosas da nossa cidade.

Para o conferencista, Misericórdia não é mais que ”uma forma de Ser Feliz”, dado pôr em prática as

bem-aventuranças, que são uma promessa de felicidade e um convite a usar a misericórdia.

A comunicação centrou-se essencialmente em três conceitos:

compaixão, reconciliação e proximidade.

Compaixão – sofrer com, à semelhança das entranhas de uma

mãe que se remexem quando vê um filho em sofrimento.

Reconciliação – resposta às nossas necessidades, sentimos

ensejo de perdão, da festa e da alegria, temos plena

consciência de um Pai Misericordioso?

Um Pai que está sempre à espera, como na parábola do Filho

Pródigo, lembremo-nos do filho a guardar os porcos, pensa

na vida em casa do pai, no discurso a fazer, no

arrependimento e decide voltar para o pai. Um Pai que está

sempre fora, aguarda o regresso dos filhos, primeiro do mais

novo, estava perdido, depois do mais velho, aquele que está sempre com ele, um Pai com um coração

cheio de ternura, bondade e misericórdia.

Ao falar de proximidade o conferencista recordou a parábola do Bom Samaritano, como bem

sabemos, o sacerdote e o levita passaram ao lado, preocupados com as tarefas, as orações, iam de

viagem, pelo contrário o samaritano ao ver o homem caído e maltratado à beira da estrada,

aproximou-se, prestou atenção, viu, parou e agiu.

Ao aproximar-se, vê a pessoa, cuida dela, leva-a consigo, põe em ação o critério da gratuidade, do

acolhimento, da hospitalidade, do amor pelo outro. O samaritano usa as suas possibilidades e

capacidades. “O que será deste homem se eu não me aproximar?”

Pelo contrário, os outros passaram ao lado, pensam …”o que será de mim se me aproximar?”

E nós… quantas vezes nos aproximamos do outro? Fazemos uso dos talentos e das nossas

capacidades?

Seguiu-se o painel de testemunhos: A Irmã Isabel Morgado - Congregação das Irmãs Hospitaleiras do

Sagrado Coração de Jesus e diretora da CSBM; Irmã Graça Afonso - coordenadora da Liga dos Servos

de Jesus e a Irmã Alzira Ferreira - Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina e diretora da

Casa da Sagrada Família, que espelharam na prática como cada carisma vive a Misericórdia.

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A Ir Isabel Morgado, descreveu sucintamente a missão, a visão e os valores hospitaleiros que pautam a

ação cuidadora, curadora e reabilitadora no mundo da saúde, “a nossa intervenção, a favor os doentes

mentais (as pessoas mais necessitadas), são o rosto Misericordioso do Pai”.

As Irmãs Hospitaleiras realizam

a missão de evangelização a

partir da Hospitalidade, traduzida

no acolhimento, assistência e

cuidado integral à pessoa com

doença mental, deficiência

intelectual e outras patologias,

de acordo com o carisma

fundacional.

Uma preocupação constante em fazer o bem, bem feito, promovendo a qualidade e a humanização.

Salientou ainda, a importância do olhar, “a nossa vida deve ser a coerência do olhar com o agir. “

Para terminar, deixou um pensamento dos fundadores, tão presentes no nosso cuidar, a saber:

“Sede para elas verdadeiras mães” - María Josefa Recio.

“Tende sempre um coração agradecido“ - María Angústias Giménez.

“Uma pessoa vale mais que o mundo inteiro“ - S. Bento Menni.

Para a Irmã Maria da Graça Afonso as atividades da Liga dos Servos de Jesus vão de encontro às

necessidades da época em que foi criada por D. João de Oliveira Matos: fome, ensino, casas de

acolhimento de crianças, jovens e adultos (prostituição). Hoje, procuram estar atentas às novas

necessidades, “ir ao encontro dos rostos, através do gesto”. É urgente a escuta, o carinho, “matar a

fome física e espiritual “.

Por último a Irmã Alzira Ferreira recordou a sua profissão de fé, aquando da entrada na instituição à

pergunta “ que quereis?” - “A misericórdia de Deus e dos irmãos"! Esta é a máxima que procuram

viver no dia a dia.

A Congregação foi fundada há 150 anos, está presente na Guarda há 80 anos, acolhe crianças e

jovens abandonados/desfavorecidos; tem como carisma “a educação e a promoção da infância e

juventude”, o seu lema é “dar aos outros a Misericórdia que Deus tem para connosco”. Para esta

religiosa só dá quem recebe.

Em suma, foi uma manhã muito profícua e enriquecedora para os 160 participantes.

Ana Isabel Escada

Assistente Social

“Misericórdia não é mais que uma forma de ser feliz.”

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Viver o mês de Maria – celebrar o Amor

O mês de maio chegou e, com ele, a tradicional romaria de todos os crentes e devotos que sentem no

seu coração o apelo de Maria – “rezai o terço”…

É um convite explícito feito através de três crianças, apresentado ao mundo inteiro e a nós também.

Apraz-me participar nesta celebração saindo de casa poucos minutos antes das 21 horas. É o

momento por excelência para poder apreciar – e integrar - a confluência de tantos “peregrinos” que

desembocam, apressados, das diversas artérias, na Casa de Saúde Bento Menni. Fazem-me chegar à

memória os versos aprendidos na minha aldeia, já lá vai bom tempo, e que nunca esquecerei: - correi,

ó fiéis; - vinde em multidão; - a rezar o rosário a Maria; - ventura, alegria; - do povo cristão.

Acredito que foi mesmo com muita ventura e alegria, devoção e sacrifício que este mês de maio foi

vivido. Houve dias de invernia, com chuva e vento a desafiar os mais audazes. É sempre uma

manifestação de fé popular, singela na sua simplicidade, rica de vivência espiritual e comunitária.

O mérito deve ser reconhecido e é justo salientar, desde já, o empenhamento e cuidado que as irmãs

hospitaleiras dedicam a esta celebração. Recordo que ainda a Casa de Saúde não abrira as suas portas

“oficialmente”, já a população do bairro fora convidada a rezar o mês de Maria num espaço adaptado

provisoriamente. Só bem mais tarde compreendi a razão desta devoção mariana: Nossa Senhora do

Sagrado Coração de Jesus é a sua padroeira oficial.

Mais uma vez, no dia 1 de maio, tudo estava pronto para dar início ao mês de Maria. A encimar a

entrada da capela, cinco dezenas de contas luminosas formavam o terço de chamada à oração. A bela

imagem da Senhora fora trazida, especialmente, para junto do altar, ocupando o seu espaço

tradicional. Magníficas flores a adornavam, refletindo todo o amor e carinho que a mãe merece. São

elemento importante orientado para louvor e glória de Maria e traduzindo, pela sua beleza natural, a

maravilha da criação de Deus.

Junto da imagem de Nossa Senhora não poderia faltar a

“caixa dos recados”. É o cofre dos pedidos, louvores,

agradecimentos, … manifestação exterior (mas bem secreta)

dos anseios mais íntimos, das dificuldades sentidas, tradução

de amor profundo que, anonimamente, vão entrando e por

que não aliviando (?!) tantos corações. Segredos de filhos

entregues à mãe.

A orientação do terço esteve a cargo, semana após semana,

das irmãs da congregação, com reflexões bem cuidadas e

adequadas, preparadas em horas decerto roubadas ao

merecido descanso. Temáticas como a Misericórdia, a Família, Caridade, Serviço, Vocação, Paz foram

apresentadas por leigos que integravam a assembleia. Apreciei especialmente a partilha da vida do

fundador das Irmãs Hospitaleiras – S. Bento Menni. Com ele teremos muito a aprender com a sua

vivência da Misericórdia, a sua entrega e confiança total em Maria.

São também dignos de elogio o carinho e interação dados pelas irmãs às crianças e jovens que,

acolhendo a mensagem da mãe, participavam na oração do terço.

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Os cânticos, que nunca faltaram, elevaram o grau de espiritualidade e riqueza da celebração. São já

um pouco “nossos” porque começam a ser conhecidos e convidam à participação. Mesmo quem só

trauteia ou canta em surdina gosta de ter na sua mão o suporte generosamente colocado à disposição

de todos pela comunidade hospitaleira. Todo o povo cristão entoa hinos em louvor e glória a Maria e,

como o povo sabiamente afirma, quem canta reza duas vezes.

No dia 13 de Maio, celebração da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima, teve lugar a

procissão das velas. Um elevado número de fiéis enchia a capela e o coro. No início, antes da recitação

do terço, houve uma simbólica encenação deste acontecimento com a participação de três crianças –

os pastorinhos vestidos à época e Nossa Senhora sobre uma azinheira. São gestos simples mas vividos

que conseguem despertar e alimentar o nosso fervor. Bem orientada pelo capelão da Casa de Saúde,

senhor Padre Abel, a procissão tomou a sua expressão tradicional: cruz à frente, ladeada pelas

lanternas, duas filas bem longas de fiéis com a sua

vela acesa (ameaçada pelo vento), o andor da

Senhora a meio do cortejo, enquanto se rezava e

cantava em louvor de Maria. Contornou-se a Casa de

Saúde, abraçando no amor da mãe todos os que

descansavam ou velavam no seu interior. Já no final,

após uma breve exortação, foram nomeados os novos

mordomos – forma mais expressiva de abertura à

comunidade seria difícil de encontrar.

O mês ia avançando, cadenciado, e chegou o

momento de dar início à novena de Nossa Senhora

do Sagrado Coração de Jesus. É bela a oração de entrega

que lhe é dedicada e que todo o povo partilha. É a

preparação próxima para a celebração da festa da

padroeira, feita no 31 de maio – data da fundação da

Congregação das Irmãs Hospitaleiras. Nesse dia, a

oração do terço foi “personalizada” de uma

forma mais enfática sendo cada mistério rezado, em

volta de Maria, por grupos sucessivos de dez pessoas

a quem o desafio era apresentado com a

entrega de uma vela acesa. Uma surpresa preparada por jovens fez a delícia da assembleia: a

encenação e entoação, por uma solista, de um clássico dedicado à mãe das mães.

Após umas breves palavras do capelão, vem o convite final – queimar, no exterior, e com ajuda das

acólitas, as mensagens que, continuamente, tinham entrado na “caixa do tesouro”. Com todo o povo

cantando e louvando, nuvens de fumo se iam elevando ao céu, entregando à mãe o que dela é de

direito: o amor dos seus filhos.

E porque temos a certeza que o amor de Maria tudo vence, isso mesmo lhe confirmámos com a

consagração final onde lhe entregámos o nosso coração. De uma forma especial pedimos a sua

proteção para a congregação que tão bem nos acolhe e para todos os doentes, seus filhos especiais.

Obrigada, mãe!

Uma voluntária C.S.B.M.

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31 de Maio - Realizações e Vivências

Desde a sua fundação em Ciempozuelos-Madrid, a 31 de maio de 1881, que a Congregação das Irmãs

Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, procura dar resposta às situações de exclusão social, no

mundo do sofrimento psíquico, em diferentes áreas de intervenção, no recurso às melhores práticas.

Este ano, em que se assinalaram os 135 de fundação, a comunidade da Guarda quis dar “visibilidade

operacional” a um dos oito valores pelos quais se regem as atitudes da família hospitaleira

egitaniense: “sensibilidade para com os excluídos”.

Organizou-se, para isso, uma dinâmica inspirada no programa televisivo do canal 1, “prós e contras”,

que trata de temas atuais e controversos: “um ponto de encontro da cidadania que pretende ser uma

janela aberta sobre a sociedade portuguesa, respeitando a pluralidade de opiniões e a representação

democrática”. Este programa é orientado pela jornalista Fátima Campos Ferreira.

Formaram-se duas equipas, aparentemente opostas, de dez elementos cada. A interação dos

participantes foi moderada e “arbitrada”, pela Irmã Isabel Morgado.

O lado dos prós empenhou-se em destacar as boas práticas e realizações do atendimento integral,

segundo a sensibilidade e a filosofia hospitaleiras.

Por seu lado, a equipe adversária, em resposta provocatória às alegações “dos prós,” foi lançando

algumas achas, na fogueira do debate, que a Irmã Isabel, de forma inteligente, procurou levar a bom

porto.

Foi sublinhada a pressão sistemática que a sociedade de consumo exerce, sobre as pessoas, podendo

gerar nelas o chamado “homem light,” a que ninguém estará imune! Um homem sem valores, sem

vínculos, sem referências, ao sabor da corrente, onde podem nadar, verdades parciais e provisórias,

modas e aparências, com que se vai enfeitando a oferta, que nos desviará do essencial: o mandamento

novo.

A essência do valor, daquilo que vale a pena, não tem só a ver com a sensibilidade de cada um! O

valor está presente nas coisas e, sobretudo, nas pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus!

Contudo, só passaremos a estar, verdadeiramente, atentos às necessidades dos irmãos (portadores do

valor), de forma espontânea, quando a atitude, que traduz o valor em causa, se transforma em voz

interior, pela convicção firme que nos vem de Deus, em Seu Filho Jesus Cristo, e se funda na fé! “Sem

Mim nada podeis fazer” (Jo 15, 5c).

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Uma segunda intervenção “dos contras” prendeu-

se, exatamente, com o risco da mera observância

de normas e conformidades, propostas ou

impostas por “outras políticas” que acabam por

nos dividir na prática.

Na opinião do grupo, de que fui porta-voz,

quando a letra prevalece, perde-se o cunho

pessoal, falham os afetos e os sentimentos; não se

age com o coração nem com o entendimento;

deixamos de ser livres, sentimo-nos formatados. Caímos, então, em ideias feitas, juízos precipitados,

verdades parciais, opiniões dominantes.... Perdemos de vista a simplicidade e a naturalidade – que não

são uma alternativa – mas uma condição, um pressuposto, para ser: “santo”, humilde, espontâneo,

transparente... Conhecer, efetivamente, é ser transformado por aquilo que se conhece! Quando esse

conhecimento resulta de um “saber de experiência feito”, a vontade de teorizar diminui drasticamente!

A verdadeira espiritualidade encontra-se em tudo aquilo que consegue levar-nos a essa transformação

interior. “O verdadeiro sentido das coisas é um bem que ninguém pode dar – é uma descoberta pessoal!”

A parte da manhã, do dia 31 de maio, foi marcada

pela celebração festiva da solenidade de NSSCJ,

padroeira principal da Congregação. A celebração

eucarística foi presidida pelo Padre Abel, capelão

deste Centro, e participada por um grande

número de fiéis, maioritariamente, Irmãs, utentes,

colaboradores e voluntários desta Casa de Saúde.

No conjunto da celebração, destacaria a

representação do quadro vivo do Evangelho: “ao

pé da Cruz de Jesus, estava de pé Sua Mãe” (cf. Jo 19, 25-27).

A Senhora da humildade, do silêncio e da simplicidade, ao invés de nós, só aparece em primeiríssimo

plano, na hora da ignomínia, como a Mãe do Crucificado!

Lurdes Diogo Serviço de Pastoral

Uma experiência

com que a colaboradora

Ângela quis

presentear as utentes.

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Leigos Hospitaleiros - Renovação do Compromisso

No passado dia 10 de julho, um grupo de 12 pessoas cristãs, renovou o seu compromisso como

Leigos Hospitaleiros.

A renovação do compromisso teve lugar na Igreja de S. Vicente na Guarda no decorrer da celebração

da Eucaristia, fonte e cume da Igreja. A assembleia dominical, presidida pelo Reverendo Padre Carlos

Lages, acolheu com júbilo e expetativa o grupo.

Os Leigos, com este testemunho

solene, assumiram a sua vocação

de leigos na Igreja e no mundo,

para viverem o carisma, a

espiritualidade e a missão

hospitaleira, como compromisso

existencial. Trata-se de um sim a

uma vocação para, em grupo,

meditar, orar, e partilhar a vida e a

fé, à luz do carisma hospitaleiro, e

para viver o Evangelho, servindo a

pessoa e a sociedade,

especialmente junto dos mais

carenciados e doentes. Do meu próximo, que é a menina dos olhos de Deus, que são os mais

desfavorecidos.

A Palavra de Vida desse domingo apresentou, como sempre, o laço mais forte. A Parábola do Bom

Samaritano eleva-nos até à norma suprema da vida: “Amar a Deus, ao próximo e a nós mesmos”.

Oferece-nos a Luz dos povos, que bole sempre connosco até ao infinito do encontro, para

aprendermos a saber escutar e ver, a parar e a agir, a fim de não perdermos o sentido e a memória do

compromisso. A Palavra do Bom Samaritano, que escutámos, revela-nos, com sabor crítico e sem fazer

acepção de pessoas, quem é o nosso próximo e de quem deve estar próximo de cada um de nós. E

imperativamente ordena: “ Vai e faz o mesmo “ Eis o compromisso, que celebrámos! E que queremos

vivenciar, assim Deus nos ajude.

A título de informação, os leigos hospitaleiros também podem ser jovens, o importante é vontade em

aprofundar o conhecimento e o compromisso com a fé cristã, em alimentar-se da mesma

espiritualidade.

Acompanharam os Leigos Hospitaleiros a Irmã Isabel Morgado (Diretora da Casa de Saúde Bento

Menni) e a Irmã Benedita Antunes, a sua presença foi um estímulo e incentivo na barca da

hospitalidade.

No fim da celebração, uma cafezada deu o retoque final de confraternização, numa explanada no

largo da Sé catedral.

Fica o convite: “Se queres entrar nesta aventura humana e cristã, vem ter connosco.”

Maria Mateus Simão (LH)

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Maria Angustias Giménez, a mulher do sonho!

Foi assim que, no passado dia 02 de Agosto, olhamos para Maria Angustias, co-fundadora com a

venerável Maria Josefa Recio e S. Bento Menni.

Envolveu-nos um sentimento peculiar de gratidão, ao recordarmos a “mulher do sonho”. Ela com a sua

insistência e perseverança colaborou para que acontecesse a fundação, pois apesar de Bento Menni

lhes apresentar vários obstáculos e formas de se realizarem cristãmente, como uma possível entrada

em congregações já existentes ou na dedicação a obras de beneficência, … sobretudo ela acalentava a

intuição de que se sentiam vocacionadas a realizar algo de novo sob a orientação de Bento Menni.

Perante uma dessas propostas, respondem: “Não nos sentimos chamadas a isto; o que queremos é pôr-

nos sob a direcção de Vossa Reverência seja de que modo for, e iremos com alegria onde nos levar.”

(Relação sobre as Origens da Congregação, p.77)

Maria Angústias é a cronista dos inícios da Congregação, descreve o processo de discernimento da

sua origem, as condições austeras de vida, a paixão com que se entregavam à causa da hospitalidade.

Idealiza a Congregação como uma árvore frondosa alimentada pela seiva do Espírito e pela proteção

de Maria, a Senhora do Coração de Jesus.

Foi esta Hospitaleira que recordamos, no 119º aniversário da sua partida para junto do Pai que

ocorreu no dia 02 de agosto de 1897, em Barcelona.

Neste dia, num espaço arborizado da CSBM, nasce

um nicho a Nossa Senhora, cuja imagem foi

doada por uma utente que beneficiou dos

cuidados da instituição e cujo arranjo

arquitectónico e de construção se devem ao Arq.

António Saraiva e à empresa António Ascensão

Coelho & Filhos, S.A. que, gratuitamente, fez este

trabalho e que embelezará ainda mais o espaço.

Obrigada, Maria Angustias, intercede pela Obra

Hospitaleira e por todos os intervenientes nela.

Confia ao Divino Samaritano e a Maria, a

Senhora do Coração de Jesus, a nossa missão de servir e amar.

Próximos Eventos: » 10 a 15/10: IV Semana Aberta Maria Josefa Recio. » 14 e 15/10: V Jornadas Saber envelhecer.

» 11/11: Magusto – Dia de S. Martinho.

» 05/12: Dia mundial do Voluntariado.

» 18/12: XXI Encontro de Familiares;

» 20 e 21/12: Festa de Natal – Profissionais e Voluntários.