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1 PG SUMÁRIO Apresentação ............................................................................................. 02 1. O prazer de meditar na Lei do Senhor ....................................... 03 2. A felicidade consiste em andar na Lei do Senhor .......................06 3. A Palavra como alimento do Senhor ..........................................09 4. Para que a Bíblia foi escrita ........................................................12 5. Porque devemos conhecer as Escrituras (parte 1) .....................15 6. Porque devemos conhecer as Escrituras (parte 2) .....................18 7. Devemos apenas ouvir a Palavra? ..............................................21 8. A Verdade que liberta o homem ................................................24 9. O que Jesus falou sobre as Escrituras .........................................26 10. O que as Escrituras falaram sobre Jesus .....................................29 11. Quem deve interpretar as Escrituras? .........................................32 12. A confiabilidade das Escrituras ....................................................36

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PG

SUMÁRIO

Apresentação ............................................................................................. 02

1. O prazer de meditar na Lei do Senhor ....................................... 03

2. A felicidade consiste em andar na Lei do Senhor .......................06

3. A Palavra como alimento do Senhor ..........................................09

4. Para que a Bíblia foi escrita ........................................................12

5. Porque devemos conhecer as Escrituras (parte 1) .....................15

6. Porque devemos conhecer as Escrituras (parte 2) .....................18

7. Devemos apenas ouvir a Palavra? ..............................................21

8. A Verdade que liberta o homem ................................................24

9. O que Jesus falou sobre as Escrituras .........................................26

10. O que as Escrituras falaram sobre Jesus .....................................29

11. Quem deve interpretar as Escrituras? .........................................32

12. A confiabilidade das Escrituras ....................................................36

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APRESENTAÇÃO

Amados irmãos em Cristo Jesus, estamos começando mais um ciclo, o Ciclo do Cuidado, com ênfase no

ensino. Após nos dedicarmos a evangelização, nos dedicarmos em levar a Palavra de Deus aos nossos

amigos através dos vários eventos do ciclo da Colheita, tais como o Dia do Amigo, o ECC, a peça a Dívida,

entre outros eventos, finalmente podemos então, como discípulos do Senhor Jesus, conduzir aqueles

que foram alcançados pela Graça de Deus a se tornarem verdadeiros discípulos também do Senhor, ou

seja, discípulos que fazem discípulos. Mas de que maneira faremos isso? Ensinando-os a caminhar com

o Senhor diariamente. Assim, logo esses novos discípulos estarão prontos para serem batizados e

crescerem mais e mais na Graça e no Conhecimento Deus.

Nossa missão neste ciclo é despertar em todos o prazer de ler e meditar diariamente na Palavra

de Deus. Assim, todas as lições deste ciclo estão voltadas para o estudo da Palavra de Deus. A Bíblia é a

Palavra de Deus escrita em linguagem humana. Deus se revelou a nós, seres humanos, de duas maneiras

maravilhosas: através da natureza e através da sua santa Lei. O problema da humanidade é que apensar

de toda natureza proclamar, anunciar as obras das mãos do Criador, ainda assim os homens têm se

negado a reconhecer o Senhor Deus como o Criador de todas as coisas. O apóstolo Paulo escrevendo

aos romanos disse: “pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes

manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua

natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de

forma que tais homens são indesculpáveis” (Romanos 1:19,20). De acordo com o apóstolo, as obras

visíveis da criação manifestam as perfeições invisíveis do Criador. Através das coisas perceptíveis ao

sentido podemos ter o reconhecimento das perfeições invisíveis. Em outras palavras, as obras visíveis

mostram a criatura a existência do Criador, que é invisível. Sendo assim, somos lembrados por Paulo

que Deus deixou suas “impressões digitais” manifesta a todas as pessoas! “Porque Deus lhes

manifestou”. Mas como se já não bastasse toda a criação, Deus também se revelou a nós através da sua

Lei, dos seus Estatutos. Ao longo de séculos, e em um processo gradual, Deus se revelou aos homens

através de leis, estatutos e das profecias. Homens devidamente escolhidos e inspirados por Deus ficaram

responsáveis de registrar cada uma dessas leis, estatutos e profecias. A Bíblia é o conjunto de todos

esses registros. Ela não é simplesmente um livro de história, mas é a revelação plena de um Deus

grandioso que com amor cuida dos homens, apensar de sermos todos pecadores.

Podemos confiar plenamente em tudo que nela está escrito? O pastor John Wesley declarou

que os homens bons ou os anjos, não podem ser os inventores da Bíblia, pois sendo bons eles não

poderiam mentir e na Bíblia há inúmeras frases dizendo: "Assim diz o Senhor...", frases que só podem

ser de Deus! Ainda, segundo ele, ela também não pode ser invenção dos demônios ou de pessoas más,

já que neste caso, eles estariam escrevendo um livro para condenar eles mesmos. Por fim, ele conclui

que apenas Deus pode ter sido o seu inventor e criador, sendo, portanto, ela uma obra de Deus, significa

que tudo que ali está escrito é a palavra de Deus e a mais absoluta verdade, pois Deus é verdade!

E então, estão prontos para CONHECER A PALAVRA DA VERDADE?

Pastor Jéferson Marques

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Introdução

Iniciaremos esta série de estudos sobre a Palavra de Deus refletindo sobre um

dos mais conhecidos salmos da Bíblia, o Salmo 1.

O livro de salmos foi escrito por diversos homens ao longo de dezenas, talvez

centenas de anos. Na verdade, o livro de salmos é uma coleção de diversos livros

que expressam um pouco da literatura poética do povo de Israel no Antigo

Testamento. É possível que muitos deles não fossem apenas recitados como uma

poesia, mas na verdade, entoados como cânticos durante o culto ao Senhor. A

inscrição presente nos originais “Ao mestre de canto” nos dão a ideia de que alguns

desses salmos foram compostos para serem entoados na congregação na forma de

um hino de louvor e adoração.

O interessante é percebermos que enquanto em vários textos da Palavra

vemos Deus falando com os homens, nos salmos, como bem disse o teólogo João

Calvino, iremos ver os homens falando com Deus. Os salmos são na verdade um

espelho da alma humana, pois não há nenhum sentimento humano que não esteja

refletido nos salmos como um espelho daquilo que está no coração do homem. E é

justamente no salmo 1 que o salmista traz para nós uma verdade inquestionável: o

prazer que tem o homem em meditar na Lei do Senhor.

Desenvolvimento

O salmo 1 é um salmo de fé. É um salmo que apresenta aos homens dois

caminhos para serem seguidos. O primeiro é o caminho da benção, o caminho da

prosperidade, da alegria eterna. O segundo é justamente o oposto, o caminho da

maldição, da ruína, da infelicidade.

O salmo começa dizendo que feliz é o homem que não anda segundo o

conselho dos ímpios, ou seja, segundo o conselho dos homens maus e perversos. O

conselho dos maus leva os homens a ruína, a desgraça. Alguém já disse que se

conselho fosse bom não se dava, se vendia. Mas será que isto é verdade?

De quem você busca conselhos nas horas mais difíceis da sua vida?

Certamente quando buscamos conselhos, buscamos daquelas pessoas que

mais confiamos, de pessoas sábias, retas e justas. Não buscamos conselhos de

homens maus e perversos, pois eles nada têm a nos oferecer. Uma outra conduta

que levará o homem a felicidade é não se deter no caminho dos pecadores. Para ser

feliz não basta apenas se desviar do conselho dos homens maus e perversos, é

necessário também se desviar do caminho deles.

O caminho do mau pode ser representado aqui por uma conduta semelhante

àquela que tem os homens pecadores. Olhem um pouco ao seu redor. Olhem para

a nossa sociedade. Olhem para os exemplos que temos dos políticos, dos artistas e

de outras personalidades famosas da nossa sociedade. Olhem também para os

exemplos dos seus colegas de trabalho, da faculdade ou da escola. Olhem para seus

vizinhos, amigos e parentes. Será que a conduta deles é sempre louvável? Será que

o estilo de vida que eles têm é um exemplo para nós?

Será que você seria capaz de citar algum bom exemplo de vida para seguir

entre aqueles que você conhece?

LEITURAS E ANOTAÇÕES SALMOS 1 1. Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. 3. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará. 4. Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha. 5. Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. Porque o Senhor conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá. (Salmos 1:1-6)

LIÇÃO 01

O PRAZER DE MEDITAR NA LEI DO SENHOR

SALMOS 1

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Nem todas as pessoas que conhecemos são modelos de vida para seguirmos. Portanto, é fácil identificarmos entre aqueles que conhecemos quais os modelos que devemos seguir e quais precisamos nos desviar de seus caminhos.

A terceira referência para uma vida de felicidade é não se assentar na roda dos escarnecedores. Um escarnecedor é alguém que vive de zombaria, uma pessoa desrespeitosa, cheia de malícia. Em nosso convívio social é difícil não encontrar pessoas assim. Pessoas que costumam fazer comentários maldosos, que falam mal dos outros, que contam piadas imorais, enfim, pessoas cuja a convivência com elas em nada irá acrescentar algo de bom a nossa vida.

Prestem atenção nesta ilustração:

Um rapaz procurou certo sábio e disse que precisava falar sobre uma outra pessoa.

Erguendo os olhos do livro que lia, o sábio perguntou: - O que você deseja falar-me já passou pelas três peneiras? - Três peneiras? Retrucou o rapaz, curioso. - Sim! Respondeu o sábio. A primeira peneira é a verdade. O que você quer

conversar comigo a respeito dos outros é um fato, ou você ouviu alguém falar? Caso seja algo que tenha apenas ouvido alguém falar, vamos encerrar o assunto por aqui mesmo.

- No entanto, sendo fato, devemos passar então pela segunda peneira: a bondade. O que você vai contar é algo de bom? Ajuda a construir o caminho, a fama do próximo?

- Se o assunto é realmente coisa boa, ainda assim temos a terceira peneira: a necessidade. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Pode melhorar a qualidade de vida das pessoas?

- E o sábio concluiu: Se passar pelas três peneiras, conte, estou pronto a ouvir, pois neste caso eu, você e nossos irmãos nos beneficiaremos. Todavia, se for reprovado em pelo menos uma peneira, esqueça tudo e encerre o assunto. Será uma fofoca que servirá apenas para envenenar o ambiente e levar rancor e discórdia entre irmãos e amigos.

Moral da história: Devemos ser sempre “estação terminal” para qualquer comentário que possivelmente não seja verdade, ou difamador, ou que não é preciso saber.

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa

para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.” (Efésios 4:29)

Se assentar na roda dos escarnecedores é participar dos comentários

maldosos, é concordar com os falatórios inúteis e inconvenientes, é rir das piadas

imorais.

Esses três pontos negativos preparam o caminho para aquilo que é positivo.

E o que é positivo? Como vive o homem feliz? O homem feliz tem o seu prazer na

Lei do Senhor e nela medita dia e noite.

A Lei do Senhor se coloca em oposição ao “conselho dos ímpios”. Ou seja, a

nossa vida deve ser pautada naquilo que a Palavra de Deus nos ensina e não no

conselho de homens maus e perversos. Mas para desenvolvermos uma vida pautada

na Palavra de Deus é necessário conhece-la e meditar nela dia e noite. Mas como

meditamos dia e noite na Palavra?

Quando lemos a Palavra de Deus diariamente, ela passa a ocupar a nossa

mente. Dessa forma, em todos os momentos do nosso dia a dia iremos nos lembrar

daquilo que a Palavra fala sobre determinado assunto. Então quando vier os maus

conselhos, quando vier os maus exemplos, os falatórios inconvenientes, a Palavra

de Deus estará em nossa mente e nos mostrará como devemos agir. Aqueles que

LEITURAS E ANOTAÇÕES

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viverem assim serão como árvores plantadas junto a ribeiros de águas que mesmo

nas estações secas dão frutos pois suas raízes são nutridas pelas águas do ribeiro.

O contraste entre aqueles que vivem segundo o conselho dos ímpios e

aqueles que vivem de acordo com a Palavra de Deus também pode ser visto no

profeta Jeremias:

“Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne

o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira

no deserto, e não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do

deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia no Senhor, e

cuja confiança é o Senhor. Porque será como a árvore plantada junto às águas,

que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a

sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto

(Jeremias 17:5-8).

Assim como no salmo 1, o profeta Jeremias também compara o homem que

vive debaixo do conselho de Deus com uma árvore plantada junto a ribeiros. A

árvore aqui não é um mero canal, levando água de um lugar para outro, sem alterá-

la. Pelo contrário, é um organismo vivo que a absorve, para produzir, no devido

tempo, algo que é novo e agradável, próprio do seu tipo e estação. Se vivemos pela

palavra de Deus precisamos produzir frutos. Frutos agradáveis que transformem

toda a sociedade ao nosso redor.

Conclusão

Quando a Palavra de Deus está em nosso coração ainda que estejamos em

ambientes cheio de pessoas más e perversas iremos dar frutos. A nossa vida será

um modelo para outros. Iremos influenciar o mundo e não seremos influenciados

pelo mundo. A lembrança dos homens maus e perversos logo será esquecida. Mas

a lembrança dos homens bons, dos homens justos permanecerá.

Como você gostaria de ser lembrado no futuro? Que legado você gostaria de

deixar para seu filho, seu neto, ou até mesmo para seus amigos? Pense nisso.

LEITURAS E ANOTAÇÕES

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Introdução

O salmo 119 é o maior de todos os salmos do saltério. Mais uma vez, assim

como no salmo 1, o salmista reflete sobre o prazer de meditar na lei do Senhor, com

uma diferença, aqui o autor acrescenta seu testemunho pessoal às qualidades

multiformes das Escrituras.

O salmo 119 é um acróstico. Você sabe o que é um acróstico? Um acróstico é

uma poesia em que as primeiras letras (às vezes, as do meio ou do fim) de cada verso

formam, em sentido vertical, um ou mais nomes ou um conceito. No caso do salmo

119 cada seção inicia-se com uma letra do alfabeto hebraico. Ao todo são 22 letras.

Cada seção expõe um novo assunto.

Infelizmente não será possível em um único estudo meditarmos sobre todo o

salmo 119. Mas, iremos analisar as três primeiras seções do salmo, que vão do verso

1 ao 8 (que se inicia com a letra Alef) 9 ao 16 (letra Bet) e por fim 17 ao 24 (letra

Guimel).

Desenvolvimento

Assim como no salmo 1 que estudamos na semana passada, o salmo 119

começa afirmando que são felizes aqueles que andam segundo a Lei do Senhor. A

palavra hebraica para lei é torá, palavra derivada do verbo ensinar ou dirigir. Neste

caso, não se trata de qualquer ensino, mas do ensino vindo da parte de Deus. Por

isso, a palavra também era utilizada com o sentido de revelação. Portanto, a lei do

Senhor é a revelação de Deus aos homens.

A seção de abertura afirma que a obediência à palavra de Deus é a chave para

a vida. Serão felizes aqueles que vivem pela palavra de Deus com constância e

compromisso. Serão felizes aqueles também que guardam os seus testemunhos e

que o buscam com todo o coração.

A palavra de Deus testifica acerca do próprio Deus. Ela dá testemunho dos

feitos poderosos de Deus ao longo da história da humanidade. Não se trata apenas

de um livro de história de um povo, de uma nação. Ela fala do agir de Deus dentro

da história, do cuidado de Deus pela humanidade, do amor incondicional de um

Deus todo poderoso que é santo, santo, santo e perfeitamente justo em todos os

seus estatutos.

No verso 4 o salmista diz claramente que o Senhor, o próprio Deus, foi quem

ordenou os Seus Mandamentos. A Bíblia não foi escrita por vontade humana. Desde

o Gênesis, o primeiro livro, até Apocalipse, o último livro, todos eles foram escritos

por determinação divina: “Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que

depois destas hão de acontecer” (Apocalipse 1:19). A primeira seção termina com

um anseio do autor em atentar para os mandamentos do Senhor.

Seu coração tem ansiado, tem desejado atentar para os mandamentos do

Senhor? Reflita um pouco sobre isso.

A segunda seção iniciasse com um questionamento: “Com que purificará o

jovem o seu caminho”? (Salmos 119:9). É durante a juventude que surgem os

maiores conflitos da vida. Os jovens são conhecidos por sua rebeldia. Eles não

LEITURAS E ANOTAÇÕES

SALMOS 119:1-24 1. Bem-aventurados os retos em seus caminhos, que andam na lei do Senhor. 2. Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, e que o buscam com todo o coração. 3. E não praticam iniquidade, mas andam nos seus caminhos. 4. Tu ordenaste os teus mandamentos, para que diligentemente os observássemos. 5. Quem dera que os meus caminhos fossem dirigidos a observar os teus mandamentos. 6. Então não ficaria confundido, atentando eu para todos os teus mandamentos. 7. Louvar-te-ei com retidão de coração quando tiver aprendido os teus justos juízos. 8. Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente. 9. Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra. 10. Com todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. 11. Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti. 12. Bendito és tu, ó Senhor; ensina-me os teus estatutos. 13. Com os meus lábios declarei todos os juízos da tua boca. 14. Folguei tanto no caminho dos teus testemunhos, como em todas as riquezas. 15. Meditarei nos teus preceitos, e terei respeito aos teus caminhos. 16. Recrear-me-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra. 17. Faze bem ao teu servo, para que viva e observe a tua palavra. 18. Abre tu os meus olhos, para que veja as

LIÇÃO 02

A FELICIDADE CONSISTE EM ANDAR NA LEI DO SENHOR

SALMO 119:1-24

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PG

querem se submeter aos padrões pré-estabelecidos da sociedade. Antes, querem

criar, inovar, se possível subverter a ordem das coisas. Estão sempre prontos a

questionar tudo e todos. Se manter puro durante a juventude tem sido um grande

desafio, principalmente nos últimos tempos. Por isso, mais que nunca, o

questionamento do salmista aqui torna-se uma realidade. A possibilidade de levar

uma vida de pureza dependerá da vontade, do conteúdo dos pensamentos, daquilo

que o jovem absorve no seu dia a dia.

Jovem, o que tem preenchido a sua mente? Pai, mãe, você sabe o que tem

preenchido a mente de seus filhos adolescentes?

A vida exterior de todos nós é fruto daquilo que se passa em nosso coração,

daquilo que está preenchendo a nossa alma, a nossa mente. É por essa razão que o

salmista insiste em observar a palavra do Senhor.

No verso 11 ele vai mais fundo e diz que escondeu a palavra em seu coração

para não pecar contra o Senhor. Um coração abastecido com a Palavra é o remédio

para aqueles que não querem pecar contra o Senhor. Portanto, não há nada melhor

do que se abastecer com a palavra de Deus, pois como disse o Senhor Jesus: “O

homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau

tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a

boca” (Lucas 6:45).

A última seção, versos do 17 ao 24, o salmista faz um apelo ao Senhor. Ele

pede para que o Senhor lhe faça o bem e lhe mantenha de olhos abertos. O que nos

mantém vivos, o que nos mantém respirando todos os dias é a misericórdia do

Senhor em nossas vidas (“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos

consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim” Lamentações 3:22).

O salmista reconhece a total dependência de Deus. Reconhece que por ser

um pecador o Senhor Deus nada lhe deve. Pelo contrário, uma vez que todos nós

somos pecadores, pois neste mundo todos pecaram e estão destituídos da glória de

Deus (Rm 3.23) e uma vez que o salário, ou seja, o pagamento pelos nossos pecados

é a morte (Rm 6.23) Deus, como um justo Juiz, só nos resta conceder a sentença

pelos nossos pecados, ou seja, nos entregar a morte.

Deus não deve a nós restituição nenhuma (Por que quem compreendeu a

mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele,

para que lhe seja recompensado? Romanos 11:34,35). Deus não deve ao homem

absolutamente nada. Sendo Deus um justo Juiz, cabe a Ele apenas executar a

sentença da condenação. Por isso, o apóstolo Paulo afirma que o Senhor nos livrou

da condenação eterna, nos livrou da morte. Ao enviar seu Filho amado Jesus para

morrer em nosso lugar, o Senhor Deus nos livrou da condenação da morte. E isso

nos foi concedido sem que merecêssemos, por isso a Palavra de Deus diz que foi

pela graça, ou seja, foi um favor imerecido que recebemos da parte do Senhor Deus.

No verso 19, o salmista reconhece que é um peregrino nesta terra, ou seja,

estamos apenas de passagem. Nossa morada é nos céus. O escritor e teólogo

William Barckay diz que sábio é o homem que não constrói sua casa sobre uma

ponte. Pontes são feitas para a passagem de carros ou pessoas, não feitas para nos

dar abrigo. Talvez alguém possa habitar debaixo da ponte, mas nunca sobre a ponte.

O mundo em que vivemos é apenas uma transição para a vida eterna. E que bom se

essa vida eterna for ao lado do nosso Deus, do Criador de todas as coisas, do Deus

amoroso, que, mesmo sendo nós pecadores se deu para morrer em nosso lugar.

maravilhas da tua lei. 19. Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. 20. A minha alma está quebrantada de desejar os teus juízos em todo o tempo. 21. Tu repreendeste asperamente os soberbos que são amaldiçoados, que se desviam dos teus mandamentos. 22. Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois guardei os teus testemunhos. 23. Príncipes também se assentaram, e falaram contra mim, mas o teu servo meditou nos teus estatutos. 24. Também os teus testemunhos são o meu prazer e os meus conselheiros. (Salmos 119:1-24)

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Onde você gostaria de passar a eternidade?

Nos últimos versos desse salmo, o salmista fala dos homens que se

levantaram para lhe falar mal. Pessoas estarão sempre prontas para criticar os

servos de Deus. As críticas virão de todas as partes e por todos os motivos.

Se na caminhada falharmos, logo se levantarão pessoas para apontar o dedo

para as nossas falhas e dizer que não passamos de pessoas hipócritas. Se não

falharmos, se formos honestos e justos em tudo, também seremos criticados e

considerados tolos em um mundo de “esperteza”.

Conclusão

Portanto, nosso alvo não é satisfazer aos homens, mas cumprir os estatutos

do Senhor. Meditem dia e noite na Palavra do Senhor, guarde-a em seu coração e

sejam felizes. Que o Senhor Deus os abençoe.

LEITURAS E ANOTAÇÕES

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PG

Introdução

A Bíblia é a Palavra escrita do Deus eterno. Ela é a revelação escrita de Deus

para nós. Mas Deus não se revelou a nós apenas através de Sua Palavra escrita. Ele

se revelou a nós também através da sua criação. Toda a criação, todo o cosmo,

revela a grandeza do Senhor Deus.

Ao contrário da Bíblia, a criação é um livro sem palavras, é um livro que não

podemos ler, mas podemos contemplar. A criação revela a nós que o mundo que

conhecemos não é obra do acaso. Não é fruto de um “nada”. O universo teve um

criador. Um criador que com perfeição projetou tudo em seus mínimos detalhes.

Portanto, ainda que os homens venham a negar a veracidade e confiabilidade das

Escrituras e duvidar da existência do Deus que se revela através dela, eles jamais

poderão negar que o universo, com todas as suas galáxias, sistemas estrelares,

planetas e tudo mais estão em perfeita harmonia, o que sugere que tudo isso foi

criado de maneira inteligente, sugere a nós que houve um projetista.

O escritor do salmo 19 reconhecia isto. Ele contempla a beleza da revelação

de Deus não só na forma escrita, ou seja, a Lei, os Mandamentos, mas também a

revelação de Deus na criação. Vamos meditar um pouco hoje naquilo que este belo

salmo escrito pelo rei Davi nos ensina.

Desenvolvimento

O salmista inicia o salmo dizendo que os céus declaram a glória de Deus e o

firmamento anuncia a obra das suas mãos. No primeiro verso o salmista utiliza um

recurso da literatura muito empregado nos escritos poéticos do judaísmo, o

paralelismo onde a primeira parte do verso é semelhante a segunda trocando

apenas uma ou outra palavra por um sinônimo. Neste caso, céus e firmamento se

referem a mesma coisa. O termo “Céus” em hebraico é “shamayim” e refere-se a

céus, firmamento, céu como a morada das estrelas, como o universo visível, a

atmosfera e como a morada de Deus.

Tanto a ciência quanto a Bíblia afirmam a existência de três céus, sendo que

sobre o terceiro, a ciência difere da Bíblia quanto à sua definição. O primeiro céu é

o céu atmosférico onde voam os pássaros. Este primeiro céu protege a Terra por

uma camada de gases, transmite a luz, o som e fornece o ar que respiramos (Gênesis

1:6-8).

O segundo céu é o céu sideral onde se encontram os planetas e as estrelas

agrupadas em constelações, e estas em galáxias (Gênesis 1:16,17). Existem mais de

200 milhões de galáxias, tendo em média mais de 200 bilhões de estrelas em cada

uma delas. Os planetas giram em torno do sol e junto com as demais estrelas, giram

em torno de um ponto comum no meio da galáxia. Todos os planetas e estrelas têm

o seu percurso perfeitamente traçado, onde se revolvem em perfeita simetria.

Diante da grandeza do universo você já parou para pensar quem é você

diante de tudo isso?

LEITURAS E ANOTAÇÕES SALMOS 19 1. Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. 2. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. 3. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. 4. A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol, 5. O qual é como um noivo que sai do seu tálamo, e se alegra como um herói, a correr o seu caminho. 6. A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até à outra extremidade, e nada se esconde ao seu calor. 7. A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices. 8. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos. 9. O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente. 10. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos. 11. Também por eles é admoestado o teu servo; e em os guardar há grande recompensa. 12. Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos. 13. Também da soberba guarda o teu servo, para que se não assenhoreie de mim. Então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão. 14. Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua

LIÇÃO 03

OS DOIS GRANDES PRESENTES DE DEUS PARA HUMANIDADE

SALMOS 19

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As galáxias também têm o seu percurso, onde giram em torno de um ponto

central do universo. Os cientistas não sabem o que é este centro do universo que

mantém as galáxias ligadas a ele por uma força grandiosamente poderosa. Contudo,

cremos que o centro de todo este universo, que mantém tudo em harmonia, seja o

terceiro céu referido por Paulo em sua segunda carta aos Coríntios (2 Coríntios 12:2)

e onde Deus habita.

No verso 2, o salmista diz que um dia fala a outro dia. Dia após dia, temos

contemplado a criação de um Deus todo poderoso que revela a grandeza do seu

conhecimento, da sua ciência, através da criação. Apesar de não ouvirmos uma só

palavra, apesar de não ter nenhum som, ouvimos a voz do Criador, pois ela ecoa até

os confins do mundo. Ao contrário da revelação especial de Deus, ou seja, a sua

Palavra, a criação tem um alcance muito maior pois ainda que o homem não venha

a conhecer a Palavra de Deus, ele não pode deixar de perceber a grandeza do

universo que o cerca, como bem nos lembra o apóstolo Paulo: “Pois desde a criação

do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina,

têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de

forma que tais homens são indesculpáveis” (Romanos 1:20).

No verso 5, o salmista se refere ao astro Sol como um noivo que sai dos seus

aposentos, se regozija como herói e percorre o seu caminho de uma extremidade a

outra dos céus. Os povos Antigos contemplavam a grandeza do astro Sol. Em

algumas culturas o Sol era idolatrado, adorado como um deus. Os judeus entendiam

perfeitamente bem que o Sol, assim como os demais elementos da natureza, era

obra das mãos do Deus Criador. Eles não adoravam o Sol como as demais culturas,

mas ficavam impressionados com a sua grandeza e com aquilo que o Sol podia lhes

proporcionar, ou seja, a luz, a energia que fazia com que suas colheitas crescessem,

florescessem e dessem seus frutos.

O Sol era importante para eles, mas não era digno de adoração. Por isso, o

salmista contempla o movimento do Sol mas diz que no final do dia ele se recolhe

para a sua tenda. A tenda foi posta ali por Deus. É o Senhor Deus quem dá habitação

para o Sol, ou seja, até mesmo o maior de todos os astros não foi capaz de prover

uma morada para si.

No verso 7, o salmista contempla agora o segundo grande presente de Deus

para a humanidade, a Lei do Senhor. Ela é perfeita, restaura a alma, dá sabedoria

aos símplices. A Lei do Senhor é perfeita porque provem de um Deus que é perfeito

em tudo.

A lei do Senhor restaura a alma porque é o nosso alimento espiritual diário, e

o que nos mantém de pé todos os dias é o alimento. Não adoecemos porque

nutrimos o nosso corpo físico todos os dias com feijão, arroz, carne, leite, etc.

Quando não nos alimentamos ficamos enfermos, doentes. Uma pessoa enferma

demonstra sinais característicos da enfermidade em seu rosto. O rosto fica abatido,

a pele muda de cor, fica fraca etc.

A Palavra de Deus é o nosso alimento para a alma, é o que nos sustenta todos

os dias. Quando deixamos de nos alimentar da Palavra, logo ficamos doentes

espiritualmente falando. O resultado logo se torna visível em nossas atitudes. O

pecado toma conta de nós e passa a dominar a nossa mente. Por isso, o salmista diz

que o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos. Nos faz enxergar quem de

fato somos: pecadores que carecem da glória de Deus. Nenhum de nós é capaz de

face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu! (Salmos 19:1-14)

11

PG

discernir as próprias faltas, os próprios pecados se estes não nos forem revelados

pelo Espirito Santo de Deus. Há muitos pecados que ficam ocultos em nós,

escondidos em nosso coração. Daí a necessidade de orarmos todos os dias pedindo

o perdão de Deus pelos nossos pecados ocultos e secretos.

Você já orou hoje pedindo o perdão de Deus pelos seus pecados secretos? Não é necessário compartilhar com o grupo quais são os seus pecados secretos. Este é um momento de intimidade entre você e Deus.

Conclusão

Queremos concluir a nossa lição de hoje com as próprias palavras do autor do

salmo, o rei Davi: “Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração

sejam agradáveis a ti, Senhor, minha Rocha e meu Resgatador! ” (Salmos 19:14).

Que o Senhor nos abençoe e nos dê uma semana de paz.

LEITURAS E ANOTAÇÕES

12

PG

Introdução

Para que a Bíblia foi escrita? Esta é a pergunta que dá título a lição de hoje.

Muitas religiões ao redor do mundo têm seus livros sagrados. Os livros sagrados são

conjuntos de textos que são considerados de inspiração divina ou recebidos

diretamente de Deus. Também são muitas vezes referenciados como sagradas

escrituras, ou simplesmente escrituras.

Entre os mais antigos, estão o Rigveda ou simplesmente Veda, do hinduísmo,

que foi redigido entre 1500 e 1300 a.C. A primeira escritura impressa para

distribuição em massa foi o Sutra do Diamante, um texto budista de que é conhecida

uma edição de 868 d.C.. O Islamismo, religião fundada pelo profeta Maomé, tem o

Alcorão ou Corão como livro sagrado.

Todos esses livros, considerados sagrados por suas religiões dizem ser a

revelação de Deus ou dos deuses aos homens. E o que há de diferente entre esses

livros e a Bíblia? A diferença está em seu conteúdo, está em seu propósito. Enquanto

os demais livros foram escritos com o propósito de exaltar os homens e trazer

ensinamentos unicamente para a vida terrena, a Bíblia exalta unicamente a Deus e

traz ensinamentos aos homens não só para sua vida terrena, mas para toda a

eternidade.

Desenvolvimento

No texto que estudaremos hoje, o apóstolo Paulo faz uma série de

recomendações e afirmações aos cristãos da igreja de Roma. A igreja de Roma não

foi uma igreja plantada pelo apóstolo Paulo. Na verdade, quando Paulo escreveu a

carta aos Romanos ele nem sequer conhecia pessoalmente os cristãos de Roma,

porém como está claro nas palavras iniciais do livro, ele desejava muito conhece-los

pessoalmente.

Paulo, porém, sabia que os cristãos de Roma viviam divididos em grupos de

judeus convertidos ao cristianismo e gentios (não judeus) convertidos. Nos

primeiros capítulos da carta, Paulo os exorta a derrubar a barreira de separação

entre judeus e gentios. É possível que as palavras utilizadas aqui pelo apóstolo com

relação aos fortes e fracos (verso 1) seja justamente uma referência a fé dos crentes

da igreja de Roma. Paulo se refere a nós que somos fortes.

Os judeus convertidos ao cristianismo possuíam uma bagagem muito maior

no conhecimento da Palavra de Deus que os gentios. Eles passaram a vida toda

esperando o Messias. Conheciam o que a Palavra de Deus falava a respeito do

Messias, do Cristo que havia de vir. Conheciam a vontade de Deus para a vida do

homem. Portanto, eles estavam muito mais preparados para este momento. Os

gentios (romanos, gregos e outros povos não judeus) não tinham conhecimento da

Palavra. Eles nem sequer sabiam da existência de um único Deus criador de todas

as coisas. Portanto, tudo aquilo, toda aquela mensagem do evangelho de Jesus

Cristo, era totalmente nova para eles.

É de se imaginar que para os gentios a mudança no padrão de vida, no

comportamento e nos costumes foi muito mais radical. Assim, vez por outra os

LEITURAS E ANOTAÇÕES ROMANOS 15:1-13 1. Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. 2. Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. 3. Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam. 4. Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança. 5. Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, 6. Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. 7. Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus. 8. Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais; 9. E para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia, como está escrito:Portanto eu te louvarei entre os gentios,E cantarei ao teu nome. E outra vez diz:Alegrai-vos, gentios, com o seu povo. E outra vez:Louvai ao Senhor, todos os gentios,E celebrai-o todos os povos. Outra vez diz Isaías:Uma raiz em Jessé haverá,E naquele que se levantar para reger os gentios,Os gentios esperarão. Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança

LIÇÃO 04

PARA QUE A BÍBLIA FOI ESCRITA?

ROMANOS 15:1 -13

13

PG

gentios eram tentados a voltar as velhas práticas pagãs. Paulo então enfatiza a

responsabilidade deles, dos judeus convertidos, de suportar os chamados fracos na

fé.

Na igreja cristã de hoje o mesmo conselho serve para nós. Aqueles que estão

mais fortes na fé devem auxiliar os mais fracos para que no final, todos sejam

edificados.

Você tem ajudado seu irmão a crescer no conhecimento da Palavra de

Deus? De que maneira você tem feito isso?

Afim de enfatizar aquilo que ele estava dizendo, Paulo cita as Escrituras. Ele

faz uma citação do livro de salmo (salmo 69.9) que afirma a disposição do Messias

em negar a si mesmo e sofrer em benefício dos outros. Assim, os cristãos de Roma

deveriam seguir o exemplo de Cristo que não buscou agradar a si mesmo, antes,

suportou as injúrias dos homens por amor aos seus servos.

No verso 4, Paulo faz uma afirmação sobre o propósito, sobre a finalidade das

Escrituras. A Lei, os escritos dos profetas, os salmos, tudo aquilo que foi produzido

no passado visando o ensino, foi escrito com uma finalidade: para que tenhamos

esperança. Desde o Gênesis até o livro de Apocalipse a Bíblia revela a nós os

propósitos de Deus para a humanidade. Ela nos lembra que mesmo sendo o homem

quem é (um pecador), Deus jamais se esqueceu dele. Isso fica muito claro em toda

a Sagrada Escritura. Deus cuidou do seu povo em todos os momentos da história.

A maior prova de amor de Deus para com o seu povo foi Jesus Cristo. Deus

enviou o Seu Filho para morrer pelos nossos pecados. Os gentios não conheciam

nada acerca da Lei, acerca dos estatutos de Deus. Eles viviam distantes de Deus,

adorando falsos deuses, praticando todo o tipo de perversão. Mesmo assim o amor

de Deus também os alcançou (versos 9, 10, 11 e 12).

O apóstolo Paulo se referiu primeiro a 2Sm 22:50 (Sl 18.49) e, em seguida, a

Dt 32.43; Sl 117.1 Is 11.10. Todas essas passagens dizem respeito ao

reconhecimento dos gentios acerca do Deus de Israel. Os de 2Sm 22.50; Dt 32.43

mencionam os gentios louvando a Deus ao lado dos judeus. Essas passagens do

Antigo Testamento formam um desfecho apropriado para a discussão de Paulo

nessa seção sobre a vida na igreja. O amor de Deus por nós é incondicional e não faz

acepção de pessoas.

Talvez nós, cristãos de hoje, tenhamos alguma semelhança com aqueles

judeus convertidos de Roma. As vezes acreditamos que a Palavra de Deus deve ser

anunciada e ensinada apenas entre nós mesmos. Mas não é assim que tem que ser.

Temos que pregar a Palavra de Deus a todos os homens, anunciar Cristo entre as

nações. Falar do grande amor de Deus aos homens perdidos. Essa é a nossa missão

como Igreja de Cristo.

Você tem pregado e ensinado a Palavra de Deus aos seus amigos e

vizinhos?

Por fim, Paulo faz um “link” entre o propósito pelo qual a Bíblia foi escrita

(para que tenhamos esperança) e a obra do Espírito Santo de Deus em nós. Por todo

o Novo Testamento, os atos salvadores divinos são atribuídos à palavra e ao Espírito

de Deus.

O teólogo João Calvino disse haver um “vínculo inviolável” entre a palavra e

o Espírito: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão

naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?”

pela virtude do Espírito Santo. (Romanos 15:1-13)

14

PG

( Romanos 10:14). Portanto, o agir do Espírito Santo está vinculado a Palavra. A

salvação é fruto do Espírito Santo e da Palavra de Deus no coração do homem: “De

sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. ” (Romanos 10:17).

Conclusão

Conhecer a Palavra de Deus é fundamental para que o homem se chegue a

Deus e é crucial para que o cristão cresça em santidade.

“Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para

que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo. ”

Romanos 15:13

Que Deus o abençoe!

LEITURAS E ANOTAÇÕES

15

PG

Introdução

Este ano iniciamos a campanha 4x4 de leitura bíblica. Certamente, muito

irmãos ficaram surpresos com aquilo que a Palavra de Deus tem a nos ensinar. A

história da criação do mundo, da queda do homem, do primeiro homicídio, do

dilúvio, da torre de Babel e dos patriarcas Abrão, Isaque, Jacó, contadas no livro de

Gênesis, nos ensinaram muito a respeito do agir de Deus na história da humanidade.

No livro de Êxodo, Deus continua mostrando seu imenso cuidado com o seu

povo e revela a nós que não há outro Deus. Deus se apresenta a Moisés como o “Eu

Sou”. Ele é único, supremo e soberano. Ele está acima de tudo e todos. Conhecemos

também a verdadeira história bíblica da conquista da terra prometida (não aquela

contada pela novela da Record). Ficamos admirados com a inconstância dos homens

que ora adoravam a Deus e ora se prostravam e adoravam os falsos deuses das

nações vizinhas, como descreve o livro de Juízes.

Enfim, estamos conhecendo cada dia mais um pouco da maravilhosa Palavra

de Deus. Mas por que é tão importante para nós conhecer a Palavra de Deus? Por

que devemos conhecer as Escrituras? Na lição de hoje iremos estudar as razões

pelas quais devemos conhecer mais a Palavra de Deus.

Desenvolvimento

O texto da lição de hoje fala de um encontro que o Senhor Jesus teve com os

Saduceus. Mas afinal de contas quem eram os Saduceus? Os saduceus eram

uma seita ou um grupo de judeus presente na Judéia nos tempos de Jesus. A seita

foi identificada pelo historiador Flávio Josefo como um grupo de alto escalão social

e econômico da sociedade judaica. O grupo cumpria variadas funções políticas,

sociais e religiosas, dentre as quais se pode mencionar a função de manutenção do

Templo. Os saduceus são frequentemente comparados com outras seitas do

período, como os fariseus e os essênios.

Porém havia algumas diferenças entre os saduceus e os demais grupos e

seitas religiosas dos tempos de Jesus. Uma dessas diferenças é que os saduceus não

acreditavam, como os fariseus, na vida após a morte ou na ressurreição (verso 18).

Por serem influentes no Sinédrio (assembleia de juízes judeus que constituía a corte

e legislativo supremos da antiga Israel) eles também não viam com bons olhos a

presença de Jesus entre o povo. A influência de Jesus entre os habitantes da Judeia,

da Galileia e Samaria crescia cada dia mais. Jesus a cada dia que se passava juntava

para si uma multidão cada vez maior de seguidores. Muitos dos judeus já estavam

convictos que de fato Jesus era o Messias, o libertador que o povo tanto esperava.

Por isso, Jesus estava começando a ser uma ameaça para os líderes judaicos

que não queria perder as regalias que tinham dentro do governo romano. Apesar

da Judeia ser uma província explorada e escravizada pelo império romano, alguns

judeus, entre eles os saduceus, desfrutavam de alguns privilégios. Uma possível

rebelião dos judeus contra o império romano, naquele momento, não era algo

muito bom. Caso Jesus se tornasse um líder político do povo judeu, poderia conduzir

LEITURAS E ANOTAÇÕES MARCOS 12:18-27 18. Então os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele, e perguntaram-lhe, dizendo: 19. Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguém, e deixasse a mulher e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher dele, e suscitasse descendência a seu irmão. 20. Ora, havia sete irmãos, e o primeiro tomou a mulher, e morreu sem deixar descendência; 21. E o segundo também a tomou e morreu, e nem este deixou descendência; e o terceiro da mesma maneira. 22. E tomaram-na os sete, sem, contudo, terem deixado descendência. Finalmente, depois de todos, morreu também a mulher. 23. Na ressurreição, pois, quando ressuscitarem, de qual destes será a mulher? porque os sete a tiveram por mulher. 24. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus? 25. Porquanto, quando ressuscitarem dentre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como os anjos que estão nos céus. 26. E, acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não tendes lido no livro de Moisés como Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? 27. Ora, Deus não é de mortos, mas sim, é Deus de vivos. Por isso vós errais muito. (Marcos 12:18-27) LEITURAS E ANOTAÇÕES

LIÇÃO 05

PORQUE DEVEMOS CONHECER AS ESCRITURAS (PARTE 1)

Marcos 12:18-27

16

PG

o povo a uma rebelião que traria sérios problemas a nação judaica. Portanto, tanto

os fariseus como também os saduceus, queriam a todo custo descredenciar Jesus

do título de Messias, de salvador da nação judaica. Para isso, eles armavam ciladas

para pegar Jesus o tempo todo. Eles queriam provar ao povo que Jesus não passava

de mais um falso Messias. A intensão era desmascarar Jesus diante de seus

discípulos e seguidores.

Atualmente, em nossa sociedade, temos inúmeras pessoas que tem agido

como verdadeiros fariseus e saduceus do nosso tempo. Eles não são doutores da lei

de Moisés, não conhecem profundamente as Escrituras. O medo deles não está em

perder privilégios políticos ou religiosos, no entanto, eles têm um profundo medo

daquilo que a Palavra de Deus pode fazer no coração dos homens.

A Palavra de Deus traz libertação e cura para a alma aflita dos homens.

Pessoas que viveram a vida toda presas ao pecado, angustiadas e sofrendo sem

esperança nenhuma, encontram na Palavra de Deus uma nova razão para viver.

Já pensou que enorme prejuízo teriam os fabricantes de cigarros, bebidas,

traficantes de drogas e tantos outros indivíduos que se aproveitam da fragilidade

dos outros para lucrar literalmente com a desgraça alheia? É por isso que os

sistemas atuais têm tanto medo do cristianismo. Eles têm medo que os bares e

prostíbulos sejam esvaziados, que a corrupção que tanto tem enriquecido políticos

e empresários no mundo todo, seja freada devido a um novo padrão de vida de

homens que tem a honestidade e a integridade como como uma característica

marcante de seu caráter. Então o que eles fazem? Laçam dúvidas sobre o

cristianismo. Acusam os cristãos de fundamentalistas, radicais e conservadores. E

quando nada disso dá certo, eles produzem filmes e documentários que distorcem

a Palavra de Deus. Tudo para fazer com que os homens acreditem que de fato a

Bíblia não passa de um livro de historinhas infantis, totalmente fantasiosas.

Você já foi discriminado ou ridicularizado no trabalho, na faculdade ou em

outro lugar qualquer por acreditar na Bíblia? Compartilhe suas

experiências com o grupo.

A resposta que Jesus deu aos saduceus destruiu o argumento materialista que

eles tinham, ao acreditar que, se houvesse uma vida após a morte, essa seria

semelhante a que eles viviam aqui na Terra. O erro dos saduceus foi o de não

conhecerem a Escritura como um todo. Eles fizeram uma citação de um texto

bíblico, mas desconheciam o todo acerca daquele assunto. Isso só nos mostra a

importância de conhecermos a Palavra de Deus como um todo.

O mundo ao nosso redor tentará a todo custo destruir a nossa fé utilizando-

se da própria Palavra de Deus. Vez por outra os estúdios de Hollywood trazem até

nós filmes com personagens bíblicos, como Noé, Moisés e outros. Essas histórias

têm seus enredos baseados na Bíblia. Mas eles nem sempre contam toda a verdade

bíblica. O nome dos personagens pode até ser o mesmo, mas as histórias estão longe

de retratar aquilo que a história bíblica narra. A verdade é contada apenas em parte

e pode neste caso fazer com que aqueles que não conhecem a Palavra de Deus

acreditarem que a bíblia não passa de um livro de historinhas infantis.

Os saduceus conheciam a Palavra de Deus em parte. Na verdade, eles

consideravam apenas a Torá ou o Pentateuco como divinamente inspirado. Eles

citam, portanto, um texto de Levítico para defender a ideia de que um homem

deveria casar com a mulher do irmão, caso irmão morresse sem deixar

descendência. O fato descrito por eles eram uma verdade das Escrituras. Entretanto,

LEITURAS E ANOTAÇÕES

17

PG

eles não conheciam tudo acerca do assunto. Eles não se deram conta que a vida no

céu não é de modo algum semelhante a vida na Terra. E o Senhor Jesus usa então

um texto da própria Escritura para provar que eles estavam errados.

Jesus cita o encontro do Senhor Deus com Moisés no meio da sarça. O Senhor

Deus se apresenta a Moisés como sendo o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Abraão,

Isaque e Jacó já haviam morrido a muito tempo, quando o Senhor se apresentou a

Moisés, porém o Senhor disse que Ele continuava sendo o Deus deles. Estes homens

continuavam tendo por Deus, o Deus eterno. A aliança que o Senhor Deus um dia

fez com eles continuava viva assim como eles continuavam vivos na vida após a

morte. Por isso, o Senhor Jesus diz que Deus não é Deus de mortos, mas de vivos.

Jesus usou uma passagem bíblica que os saduceus consideravam inspirada para

provar o ensinamento bíblico da ressurreição. E Jesus completa dizendo a eles que

eles estavam muito errados (v.27 Ora, ele não é Deus de mortos, e sim de vivos.

Vocês estão muito enganados!).

Conclusão

Quando não conhecemos a Escritura como um todo corremos sérios riscos de sermos enganados, ludibriados, e levados por qualquer vento de doutrina. Nos últimos tempos, o povo de Deus tem errado muito por não conhecer as Escrituras. Falsos ensinamentos vindos da parte de falsos mestres estão sendo propagados todos os dias, na TV, no Rádio e em algumas igrejas chamadas de “evangélicas”.

Examinar as Escrituras é um dever de todo cristão. Confrontar o ensino do

púlpito com aquilo que diz a Palavra de Deus é a chave para não cair em erros doutrinários e não ser levado pelos lobos disfarçados de pastores tão presente nas igrejas de hoje. Os judeus da cidade de Beréia foram extremamente cuidados com relação a Palavra de Deus. Quando Paulo vai até lá e anuncia o evangelho a eles nas sinagogas, eles rapidamente examinam se tudo aquilo que Paulo dizia tinha base nas Escrituras: “Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo. ” (Atos 17:11).

Sigamos, portanto, esse bom exemplo de cuidado e zelo pelas Escrituras. Que

Deus os abençoe.

LEITURAS E ANOTAÇÕES 2 TIMÓTEO 3:14-17 14. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, 15. E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. 16. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; 17. Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra. (2 Timóteo 3:14-17)

18

PG

Introdução

Algumas leituras do Antigo Testamento parecem ser de difícil compreensão

para nós. Isso porque os textos foram escritos há muito tempo e com uma

linguagem nem sempre de fácil entendimento. Além disso, a cultura dos homens

que escreveram os textos é totalmente diferente da nossa. Assim, muitos quando

começam a ler a Palavra de Deus são tentados a deixar alguns textos de lado e ler

apenas aqueles que são de mais fácil compreensão.

O problema, como vimos na lição anterior é que podemos acabar não

conhecendo tudo acerca de um determinado assunto da Palavra de Deus e sermos

ludibriados por falsos mestres, falsos pastores. Por isso é tão importante conhecer

a Palavra de Deus como um todo. Na lição de hoje iremos dar continuidade ao

assunto iniciado na lição passada acerca da importância de conhecer mais e mais a

Palavra de Deus.

Desenvolvimento

O texto da lição de hoje se encontra na segunda carta escrita pelo apóstolo

Paulo ao seu amigo e companheiro de trabalho, Timóteo. Timóteo foi um jovem

líder da Igreja Primitiva, muito provavelmente nascido em Listra, uma província

romana da Galácia. Outra possibilidade para a cidade natal de Timóteo é Derbe,

porém Listra é mais amplamente aceita.

O Pai de Timóteo era grego, porém sua mãe (Eunice) e sua avó (Loide) eram

judias (At 16:1 – 2Tm 1:5) que provavelmente se converteram durante a primeira

passagem de Paulo por Listra e Derbe (At 14:6-22). O começo do ministério de

Timóteo se dá na segunda viagem missionária de Paulo, quando ele voltou àquela

região, o apóstolo ficou impressionado com o desenvolvimento de Timóteo e

resolveu leva-lo consigo. Existe a possibilidade de que ele tenha sido levado por

Paulo para substituir João Marcos, mas de qualquer forma ali começava uma grande

parceria que resultou, com certeza, em vários frutos para a Igreja Primitiva,

deixando um legado de exemplo para nós até os dias de hoje.

A Bíblia nos mostra que na separação de Timóteo para o ministério, Paulo e

os anciãos locais oraram por Timóteo impondo-lhe as mãos, e ele recebeu um dom

espiritual que o capacitou para o seu ministério (1Tm 4:14 – 2Tm 1:6). Timóteo foi

muito bem instruído espiritualmente por sua mãe e por sua avó, e no livro de Atos

podemos perceber como ele era querido entre os membros da igreja que foi

implantada ali. Tanto era boa a sua conduta, que os irmãos que estavam em Listra

e em Icônio davam bom testemunho dele (At 16:1,2).

Quando o apóstolo Paulo escreve a segunda carta a Timóteo, ele estava na

prisão e Timóteo pastoreava a igreja do Senhor em Éfeso. É provável que essa tenha

sido a última carta escrita pelo apóstolo Paulo. Diferente das demais cartas, a carta

a Timóteo (primeira e segunda) é uma carta pessoal e não uma carta endereçada a

uma igreja ou uma comunidade.

LEITURAS E ANOTAÇÕES II TIMÓTEO 3:14-17 14.Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem o aprendeu. 15.Porque desde criança você conhece as sagradas letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus. 16.Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, 17.para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.

ATOS 16:1-2 1.Chegou a Derbe e depois a Listra, onde vivia um discípulo chamado Timóteo. Sua mãe era uma judia convertida e seu pai era grego. 2.Os irmãos de Listra e Icônio davam bom testemunho dele.

II TIMÓTEO 1:5-7 5.Recordo-me da sua fé não fingida, que primeiro habitou em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice, e estou convencido de que também habita em você. 6.Por essa razão, torno a lembrar-lhe que mantenha viva a chama do dom de Deus que está em você mediante a imposição das minhas mãos. I TIMÓTEO 4:14 Não negligencie o dom que lhe foi dado por mensagem profética com imposição de mãos dos presbíteros. ATOS 14:6-22 6.Quando eles souberam disso, fugiram para as cidades licaônicas de Listra e Derbe, e seus arredores, 7.onde continuaram a pregar as boas novas. 8.Em Listra havia um

LIÇÃO 06

PORQUE DEVEMOS CONHECER AS ESCRITURAS (PARTE 2)

2 TIMÓTEO 3:14-17

19

PG

O propósito de Paulo ao escrever a carta era fornecer a Timóteo uma última

carta de incentivo pessoal em seu ministério, além de convidá-lo para ir até a prisão,

onde ele estava em Roma, para vê-lo. Os últimos conselhos de Paulo ao amigo

Timóteo são o encorajamento e perseverança na fé. Paulo lembra a Timóteo que o

Senhor Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de poder, de amor e de

moderação (2Tm 1.7). Paulo ainda fala acerca dos últimos dias. Ele prevê dias difíceis

em que os homens se tornaram egoístas, avarentos, arrogantes, desobedientes aos

pais, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus. Isso o faz lembrar de algo?

Que analise você tem feito dos últimos tempos? Discuta um pouco com seu

grupo.

Paulo orienta a Timóteo a fugir desses homens maus. A maldade dos homens

sempre esteve presente no mundo e à medida que, a humanidade cresce, a maldade

só tende a piorar.

Em Éfeso, por exemplo, os homens maus costumavam enganar as mulheres e

seduzi-las ao pecado. Quando alguém é escravo do pecado, o pecado o seduz de tal

forma que dificilmente ele se liberta das garras do pecado. As pessoas que vivem

presas ao pecado não conseguem se chegar ao conhecimento da verdade sem que

Deus os conduza até lá. Foi isso que aconteceu com os mágicos egípcios Janes e

Jambres, cuja tradição judaica identificava-os como sendo os magos que se

opuseram a Moisés (2 Tm 3.8). Porém Paulo reconhece que Timóteo não é como os

demais homens que são facilmente levados por qualquer vento de doutrina.

Timóteo seguia fielmente o ensino do apóstolo Paulo (2 Tm 3. 10). Seguir os

ensinos do evangelho, tal como fez Paulo e depois Timóteo, acarretará

perseguições. As perseguições viram de todos os lados. Até da própria família. A

pergunta é:

Você está pronto para as perseguições que viram sobre a sua vida?

Certamente, muitas perseguições viram sobre nós por vivermos o verdadeiro

e genuíno evangelho de Cristo. Entretanto, se estamos firmes da na fé, se estamos

firmados na rocha que é Cristo, não temos o que temer. Quando conhecemos a

Palavra da Verdade nos tornamos fortes.

Timóteo conhecia a Palavra da Verdade. Palavra que havia sido ensinada não

somente pelo apóstolo, mas também pela sua mãe Eunice e sua avó Loide. Sem

dúvida alguma, a grande contribuição que um pai ou uma mãe pode dar a seu filho,

é fazer com que ele conheça a Palavra da Verdade.

Infelizmente, temos visto famílias cristãs que ensinam tudo a seus filhos, tem

um zelo imenso pela educação dos filhos. Zelam por sua formação acadêmica.

Querem ver os filhos formados nas melhores universidades, nos melhores cursos.

Investem o que podem para isso. Mas falham no ensino das Escrituras. E o que

acontece depois? Eles entram na universidade e são rapidamente seduzidos pelas

filosofias humanas, por conceitos antropocêntricos e ateístas. Os jovens entram nas

universidades crentes e saem de lá totalmente ateus.

Você tem ensinado a Palavra de Deus a seus filhos? E você adolescente e

jovem tem retido o ensina da Palavra transmitido por seus pais?

A importância de conhecermos as Escrituras, é porque toda ela, Antigo e Novo

Testamento é divinamente inspirada por Deus e útil para o ensino, para repreensão,

para a correção, para a educação na justiça. As Escrituras foram inspiradas por Deus.

Deus é tanto a fonte como o principal autor das Sagradas Escrituras.

homem paralítico dos pés, aleijado desde o nascimento, que vivia ali sentado e nunca tinha andado. 9.Ele ouvira Paulo falar. Quando Paulo olhou diretamente para ele e viu que o homem tinha fé para ser curado, 10.disse em alta voz: "Levante-se! Fique de pé! " Com isso, o homem deu um salto e começou a andar. 11.Ao ver o que Paulo fizera, a multidão começou a gritar em língua licaônica: "Os deuses desceram até nós em forma humana! " 12.A Barnabé chamavam Zeus e a Paulo Hermes, porque era ele quem trazia a palavra. 13.O sacerdote de Zeus, cujo templo ficava diante da cidade, trouxe bois e coroas de flores à porta da cidade, porque ele e a multidão queriam oferecer-lhes sacrifícios. 14.Ouvindo isso, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram as roupas e correram para o meio da multidão, gritando: 15."Homens, por que vocês estão fazendo isso? Nós também somos humanos como vocês. Estamos trazendo boas novas para vocês, dizendo-lhes que se afastem dessas coisas vãs e se voltem para o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há. 16.No passado ele permitiu que todas as nações seguissem os seus próprios caminhos. 17.Contudo, não ficou sem testemunho: mostrou sua bondade, dando-lhes chuva do céu e colheitas no tempo certo, concedendo-lhes sustento com fartura e enchendo de alegria os seus corações". 18.Apesar dessas palavras, eles tiveram dificuldade para impedir que a multidão lhes oferecesse sacrifícios.

20

PG

Através das Escrituras poderemos ensinar os mais diversos e importantes

conceitos para a vida de todo o homem. Ela nos orienta quanto ao caminho que

devemos seguir e como devemos proceder diante dos erros dessa vida. Ela é útil ao

homem para o educar em toda a justiça. Se alguém quer viver de maneira justa e

reta, precisa conhecer aquilo que a Escritura fala acerca da justiça, pois seu autor, o

Senhor Deus, é o justo Juiz.

Conclusão

Quando conhecemos a Palavra de Deus nos tornamos perfeitamente

habilitados para toda a boa obra. Pense nisso e prossiga em conhecer mais e mais

da Palavra de Deus, da Palavra da Verdade. Tenham todos uma boa semana e que o

Senhor Deus os abençoe ricamente.

19.Então alguns judeus chegaram de Antioquia e de Icônio e mudaram o ânimo das multidões. Apedrejaram Paulo e o arrastaram para fora da cidade, pensando que estivesse morto. 20.Mas quando os discípulos se ajuntaram em volta de Paulo, ele se levantou e voltou à cidade. No dia seguinte, ele e Barnabé partiram para Derbe. 21.Eles pregaram as boas novas naquela cidade e fizeram muitos discípulos. Então voltaram para Listra, Icônio e Antioquia, 22.fortalecendo os discípulos e encorajando-os a permanecer na fé, dizendo: "É necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus".

21

PG

Introdução

Como é bom e prazeroso ouvir uma bela mensagem, não é? Atualmente, com toda a tecnologia que dispomos, podemos acessar diversas mensagens evangélicas através da internet e de outras fontes. Mensagens as vezes que foram escritas a centenas de anos atrás como as de Charles H. Spurgeon, Jonathan Edwards, John Owen, entre outros e que ainda hoje falam profundamente aos nossos corações. Há também aquelas mais atuais como as mensagens de Billy Graham, Jonh Piper, Paul Washer, R.C Sproul, Hernandes Dias Lopes, Paulo Junior, Franklin Ferreira e muitos outros.

Todos esses pregadores do evangelho são homens de Deus. Suas mensagens são totalmente baseadas naquilo que a Palavra de Deus nos ensina. Suas mensagens estão centradas na Palavra de Deus. É maravilhoso poder ouvir esses homens de Deus pregando. É maravilhoso poder ouvir uma boa mensagem. Ouvir uma mensagem que nos conforte o coração, que nos traga paz é o que todos nós queremos. Mas, será que é só isso que Deus quer de nós? Que sejamos meros ouvintes da Palavra?

O que você tem feito ultimamente no Reino de Deus? Tem sido um mero

ouvinte da Palavra? Pense um pouco sobre isso?

Desenvolvimento

O texto da lição de hoje está baseado em um trecho da carta de Tiago, um

dos quatro irmãos do Senhor Jesus (ver Marcos 6.3). Assim como os demais irmãos

de Jesus, Tiago demorou a entender o ministério de Jesus. Ao que tudo indica, a

família não aceitava muito bem o ministério de Jesus. Eles talvez tinham dificuldades

de aceitar que Jesus era de fato o Messias esperado. Por isso, a conversão dos

irmãos de Jesus foi tardia. Mas o que nos faz crer que a carta de Tiago foi escrita

pelo Tiago irmão de Jesus?

No Novo Testamento encontramos três pessoas identificadas pelo nome de

Tiago. O primeiro é o apóstolo, filho de Zebedeu, irmão de João, também apóstolo;

o outro é o segundo apóstolo Tiago, filho de Alfeu; e, há ainda um outro identificado

como o irmão de Jesus, filho de Maria e José.

Tiago, filho de Zebedeu, não poderia ter escrito a carta, uma vez que ele havia

sido morto antes de a carta ser escrita (ver At. 12.2). Tiago, filho de Alfeu, não

exerceu nenhuma influência notória na igreja cristã. Resta, portanto, Tiago, irmão

de Jesus, que exerceu grande autoridade dentro da igreja primitiva e que

possivelmente presidiu o primeiro concílio em Jerusalém (At. 15.13). Tiago foi uma

das seletas pessoas para quem Cristo apareceu depois da ressurreição (1 Co 15.7).

Ele estava no cenáculo, com os apóstolos no Pentecostes (At. 1.14). Paulo o chamou

de pilar da igreja de Jerusalém (Gl 2.9).

A carta de Tiago é um livro prático. Tiago se apresenta muito mais como um

pregador que um escritor. Sua carta traz conselhos práticos para a vida do crente.

Conselhos de como cada crente deve viver. No primeiro capítulo da sua carta, Tiago

traz conselhos sobre uma vida com sabedoria. Mas, ele também faz um alerta com

relação a vida religiosa (Tg. 1. 19-27). É justamente neste trecho da sua carta que

queremos refletir um pouco.

LEITURAS E ANOTAÇÕES TIAGO 1:19-26 Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus. Portanto, livrem-se de toda impureza moral e da maldade que prevalece, e aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los. Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência. Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer. Se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum!

MARCOS 6:3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, José, Judas e Simão? Não estão aqui conosco as suas irmãs? " E ficavam escandalizados por causa dele.

LIÇÃO 07

DEVEMOS APENAS OUVIR A PALAVRA?

Tiago 1:19-26

22

PG

Muitas pessoas costumam viver uma vida de engano. Elas acreditam que suas

práticas religiosas o conduzirão a salvação. Acreditam que pelo fato de irem todos

os domingos a igreja, de usarem roupas e linguagens próprias dos chamados

“crentes modernos”, já é o suficiente para que Deus lhes dê a salvação. Muitas

pessoas acham que tudo isso as tornam espirituais. Mas na verdade não são.

A espiritualidade não está fundamentada no ativismo religioso. Não está

fundamentada no tipo de vestimenta. Nem tampouco no tipos de palavras que você

usa, nas conversas com as demais pessoais. A verdadeira espiritualidade transcende

tudo isso. Vai muito mais além daquilo que pensamos. Um verdadeiro crente em

Cristo é nascido da Palavra e do Espírito: “Segundo a sua vontade, ele nos gerou

pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas”

(Tiago 1:18). Cada verdadeiro crente é nascido da Palavra de Deus.

Quando a Palavra de Deus é aplicada em nosso coração pelo Espírito Santo,

acontece o milagre do novo nascimento. O versículo 18 faz a ponte para os

versículos seguintes. Quando vivemos com a Palavra de Deus em nossos corações,

nossas vidas são totalmente transformadas. A transformação começa a partir das

nossas emoções, dos nossos sentimentos. Um verdadeiro crente deve saber se

controlar tanto verbal quanto emocionalmente. Ele deve saber lidar com a palavra

e também com a ira.

Haverá momentos em nossas vidas em que o ouvir será muito mais

proveitoso do que o falar. A comunicação é extremamente importante nos

relacionamentos. Como já dizia o velho guerreiro Chacrinha: “Quem não se

comunica se trumbica”. O problema é que uma boa comunicação não consiste

apenas em falar, mas também em saber ouvir. Quando não paramos para ouvir o

próximo deixamos de saber quais são as suas opiniões a respeito desse ou daquele

assunto. Deixamos de compartilhar experiências. É comum as vezes querermos

impor a nossa opinião goela abaixo nos outros. Mas não é assim que tem que ser.

Precisamos parar para ouvir aquilo que os outros tem a nos dizer. Muitos crentes

são conhecidos por sua postura arrogante. Se acham donos da verdade. Acham que

a conversão do ímpio, do pecador, se dará a partir dos seus bons argumentos.

Que tipo de crente você tem sido? Como você tem pregado a Palavra de

Deus aos seus amigos e vizinhos?

Precisamos entender de uma vez por todas que a conversão é obra do

Espírito Santo e não nossa. Pare um pouco mais para ouvir o seu próximo. Pergunte

a ele a sua opinião sobre esse ou aquele assunto. Depois então você pode confrontar

a opinião dele com a Palavra de Deus. Mas antes de tudo, é preciso saber ouvir.

O reverendo Hernandes Dias Lopes diz que é sempre bom estarmos prontos

para ouvir não só com os ouvidos, mas também com os olhos e o coração. Zenão,

um antigo pensador dizia: “temos dois ouvidos, mas apenas uma boca; assim

podemos escutar mais e falar menos”. O problema das palavras, é que as vezes elas

saem de nós muito rapidamente, sem pensarmos. Por isso, Davi orava a Deus e

pedia: “Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios! ” (Sl

141.3). Toda palavra que sai da nossa boca deve ser muito bem pensada. Devemos

evitar falar nos momentos da raiva. Depois que a palavra sai da boca ela não volta

mais. Por isso, tenha cuidado com o que fala. Tiago diz que a ira do homem não

LEITURAS E ANOTAÇÕES

23

PG

opera a justiça de Deus (vs 20). Assim sejamos prudentes e vivamos como a Palavra

de Deus nos tem ensinado.

É muito bom ouvir belos sermões, como já falamos anteriormente. Mas o

Senhor não quer que sejamos apenas meros ouvintes da Palavra, mas também

cumpridores dela. A religião pura e verdadeira vai muito além de doutrinas e ritos.

Envolve prática, ação.

Quando apenas ouvimos a Palavra, mas não cumprimos aquilo que ela nos

ensina somos comparados ao um homem que contempla o seu rosto em um

espelho, como diz Tiago. Vale lembrar aqui, que os espelhos da época em nada se

compara aos de hoje em dia. Eles eram feitos de latão polido e mostravam um

reflexo deformado. A pessoa via o seu rosto no espelho e em pouco tempo já se

esquecia do reflexo. Assim é quando ouvimos belos sermões da Palavra de Deus e

não aplicamos em nossa vida. Saímos deslumbrados da igreja no domingo e na

segunda já estamos vivendo nas mesmas práticas de antes. Porém, aquele que

atenta para a Lei do Senhor, não sendo apenas um simples ouvinte, será um homem

feliz e fazedor da obra.

Conclusão

Ouvir a Palavra de Deus é maravilhoso. Ela traz paz e alegria aos nossos corações.

Mas ser um fiel cumpridor da sua Palavra traz muito mais paz e alegria ao coração

do homem.

"Antes, felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e lhe obedecem".

(Lucas 11:28)

LEITURAS E ANOTAÇÕES

24

PG

Introdução

Você é uma pessoa livre?

Talvez você tenha achado estranha a pergunta acima. Claro que nós, povo

brasileiro, somos um povo, uma nação livre. É claro que para alguns, o conceito de

liberdade seja um pouco mais amplo. Envolve as questões políticas e econômicas.

Porém do ponto de vista civil, sim, nós somos um povo livre.

O Brasil a muito tempo não pertence a nenhum outro país. O regime de

escravidão que durou até o século IX já acabou faz tempo. Então, olhando por esse

ponto de vista, podemos dizer que somos livres. Entretanto, existem outras cadeias

que nos aprisionam e que as vezes nós nem sequer enxergamos. Uma pessoa, por

exemplo, dependente do álcool ou de outro tipo de droga lícita ou ilícita, não pode

dizer que é totalmente livre. Mas, além das drogas existem outras coisas que nos

aprisionam. Porém as cadeias dessas prisões já fazem parte há tanto tempo do

nosso dia a dia que nem sequer percebemos que somos prisioneiros delas.

Na lição de hoje iremos estudar sobre uma Verdade que liberta o homem

de toda a cadeia. Mesmo aqueles que hoje se encontram encarcerados nas prisões

podem gozar da liberdade se viverem de acordo com essa Verdade.

Desenvolvimento

O povo de Israel se organizou como nação anos após o período de escravidão

no Egito. As doze tribos de Israel, após serem libertas do domínio dos Faraós

egípcios, peregrinaram 40 anos pelo deserto até iniciarem a conquista da terra de

Canaã, a terra prometida. Foram décadas de lutas até conquistarem definitivamente

toda a terra dos cananeus. Lutas constantes foram travadas com os povos cananeus

e as nações vizinhas. Os Filisteus foram os que mais deram trabalho para o povo de

Israel. Mas por fim, o Senhor deu a vitória sobre todas as nações e o rei Davi pode

finalmente unificar todas as tribos em um só reino e formar a grande nação de Israel.

Os anos seguintes do governo de seu filho Salomão, foram anos de paz e de

prosperidade. O povo parecia que finalmente iria descansar de todas as lutas e

batalhas. Porém, o pecado de Salomão levou mais uma vez a ruína do povo de Israel.

Ano após ano, Israel sofreu nas mãos de governos maus e perversos. Por

consequência do pecado de toda a nação, o povo de Israel mais uma vez se tornou

escravo na Babilônia. Daí por diante, Israel nunca mais experimentou uma liberdade

total. A nação foi conquistada e dominada por vários outros povos, entre eles os

macedônios e por fim pelo império romano.

A esperança do povo de Israel estava na profecia da chegada do Messias. A

palavra Messias, que em grego quer dizer Cristo, significa o Ungido. Os profetas do

Antigo Testamento avião anunciado que nos últimos tempos viria um Messias, um

Ungido, para libertar o povo de Israel. A ideia do Messias como um grande rei

libertador que traria de volta o orgulho do povo de Israel, era a que mais se pregava

nos tempos de Jesus. Porém quando Jesus chega, a sua mensagem não é a de um

libertador político como o povo de Israel esperava. Sua pregação está mais para a

de um rabi, um mestre da lei judaica. Isso causa certa dúvida no povo judeu.

LEITURAS E ANOTAÇÕES JOÃO 8:21-38

21 Mais uma vez, Jesus

lhes disse: "Eu vou

embora, e vocês

procurarão por mim, e

morrerão em seus

pecados. Para onde vou,

vocês não podem ir".

22 Isso levou os judeus a

perguntarem: "Será que

ele irá matar-se? Será por

isso que ele diz: ‘Para

onde vou, vocês não

podem ir’? "

23 Mas ele continuou:

"Vocês são daqui de

baixo; eu sou lá de cima.

Vocês são deste mundo;

eu não sou deste mundo.

24 Eu lhes disse que vocês

morrerão em seus

pecados. Se vocês não

crerem que Eu Sou, de

fato morrerão em seus

pecados".

25 "Quem é você? ",

perguntaram eles.

"Exatamente o que tenho

dito o tempo todo",

respondeu Jesus.

26 "Tenho muitas coisas

para dizer e julgar a

respeito de vocês. Pois

aquele que me enviou

merece confiança, e digo

ao mundo aquilo que dele

ouvi".

27 Eles não entenderam

que lhes estava falando a

respeito do Pai.

28 Então Jesus disse:

"Quando vocês

levantarem o Filho do

homem, saberão que Eu

Sou, e que nada faço de

mim mesmo, mas falo

exatamente o que o Pai

me ensinou.

LIÇÃO 08

A VERDADE QUE LIBERTA O HOMEM

João 8:21-38

25

PG

Afinal de contas, esse Jesus é ou não o Messias esperado? Essa era a pergunta

que os judeus se faziam o tempo todo. Quando Jesus diz que iria se retirar, a dúvida

dos judeus aumenta mais ainda. Para onde Jesus iria? A resposta de Jesus deixa os

judeus muito perplexos: “Eu retiro-me, e buscar-me-eis, e morrereis no vosso

pecado. Para onde eu vou, não podeis vós vir” (João 8:21). A afirmação de Jesus

“perecereis em vosso pecado” e na verdade uma referência ao comportamento

judeu de negar Jesus como o Messias. Todo aquele que não crer em Jesus como o

Messias, o Cristo, irá perecer em seus pecados.

Você conhece alguém que ainda hoje não aceitou o Senhor Jesus como o

Messias? Como o Cristo? O que você tem feito em relação a isso?

Nos versos seguintes (23 e 24) Jesus explica sua afirmação. Ainda assim, os

judeus têm dúvidas, e, mais uma vez perguntam: “Quem és tu? ” João 8:25. Então

Jesus responde claramente quem Ele é: “Eu Sou”. Essa expressão “Eu Sou”, é

encontrada pela primeira vez no Antigo Testamento quando Deus se apresenta a

Moisés: “E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos

filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êxodo 3:14). Os judeus conheciam essa

expressão e sabiam que ela só era atribuída ao próprio Deus. Então, Jesus afirma,

categoricamente, que Ele é Deus. Com isso, diz o texto, muitos creram nele. Então

Jesus faz uma nova afirmação: Se vós permanecerdes na minha palavra,

verdadeiramente sereis meus discípulos; ” (João 8:31). Agora Jesus está afirmando

que aqueles que permanecem na sua palavra são de fato os seus discípulos. Nenhum

de nós podemos ser de fato discípulos do Senhor Jesus se não permanecermos em

sua palavra.

Você tem permanecido na Palavra de Deus?

Mais adiante, ainda no evangelho de Jesus segundo escreveu João, iremos

encontrar na oração de Jesus, o complemento para a frase: “E conhecereis a

verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). Na oração sacerdotal de Jesus no

capítulo 17, Jesus intercede ao Pai em favor dos discípulos. Ele pede ao Pai para que

guarde os seus discípulos deste mundo mau e perverso e ainda diz: “Santifica-os na

tua verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17:17). A Palavra do Senhor é a pura

e incontestável verdade. É a verdade que liberta o homem do pecado.

Os homens só serão livres de fato quando tiverem os corações preenchidos

pela Palavra de Deus. Caso contrário, ainda que o homem goze de uma aparente

liberdade nesta vida, ele não passará de um escravo preso, acorrentado pelas

cadeias do pecado. Encerrado em uma prisão tenebrosa. Dominado pelos prazeres

da própria carne. A Palavra de Deus é a verdade que leva o homem a uma vida de

santificação. Se você e eu quisermos de fato sermos livres, precisamos viver de

acordo com a Palavra de Deus, pois ela é A VERDADE QUE LIBERTA.

Conclusão

Façamos então como o salmista:

“Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.”

Salmos 119:11

29 Aquele que me enviou

está comigo; ele não me

deixou sozinho, pois

sempre faço o que lhe

agrada".

30 Tendo dito essas

coisas, muitos creram

nele.

31 Disse Jesus aos judeus

que haviam crido nele:

"Se vocês permanecerem

firmes na minha palavra,

verdadeiramente serão

meus discípulos.

32 E conhecerão a

verdade, e a verdade os

libertará".

33 Eles lhe responderam:

"Somos descendentes de

Abraão e nunca fomos

escravos de ninguém.

Como você pode dizer

que seremos livres? "

34 Jesus respondeu:

"Digo-lhes a verdade:

Todo aquele que vive

pecando é escravo do

pecado.

35 O escravo não tem

lugar permanente na

família, mas o filho

pertence a ela para

sempre.

36 Portanto, se o Filho os

libertar, vocês de fato

serão livres.

37 Eu sei que vocês são

descendentes de Abraão.

Contudo, estão

procurando matar-me,

porque em vocês não há

lugar para a minha

palavra.

38 Eu lhes estou dizendo o

que vi na presença do Pai,

e vocês fazem o que

ouviram do pai de vocês".

26

PG

Introdução

Você acredita que de fato a Bíblia é a Palavra de Deus?

A Bíblia é sem dúvida alguma, a Palavra de Deus. Ela é a revelação de Deus

aos homens. Infelizmente nem todos os homens creem nisso. Certamente não

haveria nenhum problema de entendermos, que pessoas de outras religiões não

tem a Bíblia como sendo a Palavra de Deus. O problema é que, mesmo dentro do

cristianismo, ainda há muitos que duvidam da veracidade e dá autoridade das

Escrituras.

Há muitos pastores e teólogos cristãos que acreditam que a Bíblia é apenas

um livro escrito por homens e que contém aqui ou ali, algo que Deus revelou.

Outros, por sua vez, acreditam que a Bíblia pode se tornar a Palavra de Deus

dependendo daquele que a lê. Os Reformadores no século XVI descartaram

qualquer outra opinião com relação as Escrituras que não a considerava como sendo

a fiel Palavra de Deus.

A Bíblia não contém apenas a Palavra, nem tampouco se torna Palavra, mas

ela é de fato a Palavra de Deus. Não há nenhum outro escrito, além da Bíblia, que

sirva como regra de fé e prática para o povo de Deus. A Bíblia tem toda autoridade

doutrinária e é infalível e inerrante. E por que cremos tão fielmente nisso? Um dos

motivos é que o Senhor Jesus, em seu ministério, citou várias vezes as Escrituras do

Antigo Testamento. Quase todos os livros do A.T foram citados por Jesus. Ele citou

o Pentateuco, citou os Salmos e vários Profetas. O que significa dizer que Jesus

considerava os Escritos do A.T como sendo inspirados por Deus e dignos de

autoridade.

Na lição de hoje iremos estudar uma das citações feitas por Jesus sobre as

Escrituras, em especial, sobre o livro da Lei ou Torá, que é composto dos cinco

primeiros livros da Bíblia e é também conhecido como Pentateuco.

Desenvolvimento

Apesar da citação de Jesus sobre a Lei iniciar no versículo 17 do capítulo 5

de Mateus e ir até o versículo 48 do mesmo capítulo, nós iremos apenas estudar

nesta lição as palavras de Jesus que estão entre os versos 17 ao 20. O tema aqui é o

cumprimento da lei por Jesus, onde ele coloca lado a lado a Lei e os Profetas como

algo que encontrou cumprimento nele.

Algumas pessoas, ao lerem esta passagem, acreditam que Jesus estava se

referindo ao simples cumprimento das leis mosaicas, ou seja, a guardar o sábado, a

restrição com relação a certos tipos de alimentos e outras leis ritualísticas praticadas

pelo povo de Israel. Entretanto, quando lemos os versos que se seguem, surge um

problema pois, do mesmo modo que Jesus diz que veio para cumprir a Lei, Ele

também parece acrescentar novas regras a Lei: ”Ouvistes que foi dito aos antigos:

Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.

LEITURAS E ANOTAÇÕES

MATEUS 5:17-20

17."Não pensem que vim

abolir a Lei ou os

Profetas; não vim abolir,

mas cumprir.

18.Digo-lhes a verdade:

Enquanto existirem céus

e terra, de forma alguma

desaparecerá da Lei a

menor letra ou o menor

traço, até que tudo se

cumpra.

19.Todo aquele que

desobedecer a um desses

mandamentos, ainda que

dos menores, e ensinar os

outros a fazerem o

mesmo, será chamado

menor no Reino dos céus;

mas todo aquele que

praticar e ensinar estes

mandamentos será

chamado grande no

Reino dos céus.

20.Pois eu lhes digo que

se a justiça de vocês não

for muito superior à dos

fariseus e mestres da lei,

de modo nenhum

entrarão no Reino dos

céus".

LIÇÃO 09

O QUE JESUS FALOU SOBRE AS ESCRITURAS

Mateus 5:17-20

27

PG

Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu

irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do

sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno” (Mateus

5:21,22). O fato é que Jesus não estava acrescentando novas regras a Lei, apenas

fazendo a leitura correta do texto da Lei.

Cumprir a Lei integralmente exigia muito mais daquilo que os judeus

imaginavam. As exigências de Jesus acerca da Lei, ultrapassavam o ensinamento

ético corrente presente entre os interpretes da Lei. Para que alguém de fato

cumprisse a Lei, era necessário não somente uma atitude exterior (que podia ser

vista por todos os homens) mas também uma atitude interior (que apenas Deus

estaria vendo). Portanto, o cumprimento integral da lei era praticamente impossível

aos homens, devido a sua natureza caída e pecaminosa. Alguém poderia até ser um

inquestionável cumpridor dos Mandamentos para os homens, porém para Deus,

que conhece o coração humano e tudo que se passa nele, sempre faltava algo.

Isso fica claro quando Jesus diz que a Lei, de acordo com a interpretação dos

antigos dizia apenas não matarás, entretanto, não deixava de modo claro como

alguém poderia matar o outro, em que circunstâncias isso poderia ocorrer. Isso

porque mesmo depois da implantação da lei mosaica, o próprio Deus autorizou a

morte de povos ímpios. Se tomássemos um fato ou outro isolado diríamos então

que o Senhor é um Deus contraditório. Ora diz uma coisa (não matarás) e em outro

momento manda matar todos os inimigos de Israel. Na verdade, a expressão “não

matarás” presente na Lei, está relacionada a qualquer ato de ódio contra um irmão.

Não se trata, portanto, de um ato de guerra autorizado pelo próprio Deus. Em uma

guerra os soldados estão subordinados ao seu comandante.

A terra de Canaã precisava ser conquistada. A conquista não seria feita por

méritos humanos, mas pela ação de Deus. O Senhor Deus é quem estaria à frente

do próprio exército de Israel. O Senhor Deus seria o comandante, o general daquele

povo. Portanto, a ordem era obedecer ao comando do General. Não cabe aos

subordinados questionar a ordem do seu comandante. Se alguém é um soldado

deve saber muito bem disso. A responsabilidade sobre qualquer operação militar

recai primeiramente sobre os comandantes. No caso da matança dos povos ímpios

ela estava sendo autorizada pelo Senhor dos Exércitos.

Deus estava exercendo o seu Juízo sobre os ímpios através do povo de Israel.

Isso é totalmente diferente de alguém que mata outro apenas por vingança pessoal.

Foi justamente para evitar a vingança pessoal que o Senhor disse: “Minha é a

vingança e a recompensa, ao tempo que resvalar o seu pé; porque o dia da sua

ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder, se apressam a

chegar”. (Deuteronômio 32:35). Por isso, os atos de justiça sobre os homens

partirão do próprio Deus. Assim, para que alguém cumprisse este mandamento à

risca ele não poderia jamais matar alguém sem que houvesse uma autorização

divina para isso. O problema é que muitos acreditavam que a morte de alguém só é

confirmada quando o coração para de bater no peito. No entanto, todas as vezes

que tomamos atitudes de ódio contra o nosso próximo e deixamos que a ira tome

conta do nosso ser, estamos matando o próximo com palavras e atitudes hostis.

Assim, deixamos de cumprir o mandamento do Senhor “não matarás”

Você tem cumprido todos os mandamentos do Senhor? Pense um pouco

sobre isso e discuta com seu grupo.

LEITURAS E ANOTAÇÕES

28

PG

Voltando, portanto, a questão do cumprimento da Lei, como então devemos

interpretar a expressão de Jesus: “Eu não vim revogar a Lei, mas, cumpri-la”? A Lei

encontrou o seu cumprimento em Jesus. Ou seja, a Lei apontava para Jesus. Todo o

Antigo Testamento aponta para Jesus, o Messias esperado. E foi justamente isso que

Jesus quis dizer ao afirmar que Ele veio para cumprir a Lei, ou seja, cumprir as

profecias acerca do Messias. O Messias, o Cristo esperado, finalmente havia

chegado e estava agora vivendo com os homens. Os discípulos tiveram o privilégio

de ouvir os ensinos do Senhor da própria boca do Senhor. Pois o Pai e o Filho são

um só. A Lei do Senhor tinha agora a mais pura e perfeita interpretação. Não a

interpretação que os homens deram a ela por tanto tempo, mas interpretação vinda

da própria parte de Deus. A Bíblia, as Escrituras Sagradas é, portanto, a Palavra de

Deus, proferida pela própria boca de Deus.

Conclusão

Em Cristo Jesus a Lei foi cumprida. Todas as profecias acerca do Messias se

cumpriram na pessoa de Jesus. É justamente isso que Jesus diz quando fala da Lei e

dos Profetas. Em outras palavras, Jesus está dizendo: “olhem para mim, Eu sou o

cumprimento da Lei e das Profecias”. Assim nossos olhos devem estar voltados para

Cristo, pois Ele é o autor e consumador da nossa fé.

LEITURAS E ANOTAÇÕES

29

PG

Introdução

Na lição anterior estudamos um pouco sobre aquilo que Jesus falou acerca da

Escritura, mas especificamente acerca da Lei. Muitos ainda hoje acreditam que Jesus

foi um homem revolucionário para o seu tempo. Acreditam que Jesus trouxe uma

nova interpretação das leis judaicas e que seu propósito era mudar todo o sistema

de crença do judaísmo. Alguns chegam a afirmar que os ensinos de Jesus nada

tinham a ver com os ensinos religiosos do seu tempo e de seu povo, ou seja, do povo

judeu. Toda a pregação de Jesus era totalmente nova e revolucionária para o seu

tempo.

Mas será que era isso mesmo? Será que Jesus não passou de um

revolucionário?

Desenvolvimento

O texto da lição de hoje encontra-se nas últimas páginas do livro de Lucas. Lucas foi

provavelmente um médico grego que viveu na cidade de Antioquia, na Síria antiga.

Um documento datado do século II afirma que Lucas foi um sírio de Antioquia, sírio

pela raça, médico de profissão. Tornou-se discípulo dos apóstolos e mais tarde

seguiu a Paulo até ao seu martírio. Tendo servido o Senhor com perseverança,

solteiro e sem filhos, cheio da graça do Espírito Santo, morreu com 84 anos de idade.

Se a reverência é verdadeira não sabemos. Porém, o que se sabe, é que desde muito

tempo a igreja tem aceitado a autoria do Evangelho de Lucas e do livro de Atos dos

Apóstolos como sendo de Lucas. No início da narrativa, Lucas começa afirmando que

resolveu escrever o livro após uma aguçada investigação de todos os fatos.

Provavelmente Lucas não foi uma testemunha ocular de tudo que está descrito em

seu livro. Mas ele empreendeu uma investigação apurada, afim de comprovar a

veracidade de todos os fatos descritos em seu livro. O capítulo 24 termina

justamente com a narrativa dos últimos acontecimentos após a ressurreição de

Cristo. Um fato interessante, e presente apenas no livro de Lucas, é o encontro de

Jesus com dois discípulos no caminho para uma aldeia chamada Emaús. Lucas achou

conveniente narrar este encontro de Jesus com os discípulos a caminho de Emaús,

para mostrar aos futuros leitores que o sentimento presente entre os discípulos,

após a morte de Jesus, era totalmente diferente daquele de antes. A esperança que

os discípulos haviam depositado em Jesus como sendo aquele que viria para redimir

a Israel, como diz Cleopas, um dos dois discípulos a caminho de Emaús, havia sido

totalmente destruída após a crucificação de Jesus. Apesar de Jesus, durante todo o

seu ministério, afirmar constantemente que as Escrituras apontavam para Ele, os

discípulos ainda assim não conseguiram perceber isso. Só então depois de se revelar

aos dois é que eles percebem que aquele viajante era o próprio Jesus. O coração

deles volta a bater acelerado e o ânimo toma conta deles. Eles voltam para

LEITURAS E ANOTAÇÕES LUCAS 24:44-53 44.E disse-lhes: "Foi isso que eu lhes falei enquanto ainda estava com vocês: Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos". 45.Então lhes abriu o entendimento, para que pudessem compreender as Escrituras. 46.E lhes disse: "Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia, 47.e que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48.Vocês são testemunhas destas coisas. 49.Eu lhes envio a promessa de meu Pai; mas fiquem na cidade até serem revestidos do poder do alto". 50.Tendo-os levado até as proximidades de Betânia, Jesus levantou as mãos e os abençoou. 51.Estando ainda a abençoá-los, ele os deixou e foi elevado ao céu. 52.Então eles o adoraram e voltaram para Jerusalém com grande alegria. 53.E permaneciam constantemente no templo, louvando a Deus.

LIÇÃO 10

O QUE AS ESCRITURAS FALAM SOBRE JESUS?

Lucas 24:44-53

30

PG

Jerusalém afim de se encontrar com os onze discípulos mais próximos de Jesus e

contar tudo que havia acontecido. Ao chegar são surpreendidos pelo testemunho

de Pedro, que também afirmava ter visto o Senhor ressuscitado. E naquele mesmo

instante Jesus apareceu mais uma vez a eles (Lucas 24. 36). Após uma breve refeição,

o Senhor Jesus explica mais uma vez aos discípulos tudo aquilo que está na Escritura,

na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Certamente Jesus fala mais uma vez

sobre o texto de Gênesis 3.15, sobre a simbologia do cordeiro Pascal presente no

Êxodo, sobre o sacrifício expiatório descrito no livro de Levítico, sobre os Salmos 2.1

e 7; 41.9; 89. 3-4, sobre Isaías 7.14; 9.2; 11.2; 61.1, Jeremias 31.31, além de tantas

outras passagens em Daniel, em Oséias, Joel, Amós, Miquéias, Ageu, Zacarias e

Malaquias. Enfim, toda a Escritura do Antigo Testamento fala acerca de Jesus. Jesus

mostrou a seus discípulos o caminho para entender a Bíblia.

Você tem apresentado a Escritura a seus amigos, parentes e vizinhos? Tem

dedicado algum tempo para ensinar acerca do Evangelho de Cristo?

Nossa missão é pregar o evangelho aos homens. Mostrar ao mundo que a

Bíblia, desde o Antigo Testamento, aponta para Jesus Cristo. Nossa missão não é

converter pessoas. Esta é uma ação do próprio Espírito Santo de Deus. Entretanto,

o Senhor nos delegou uma missão: fazer discípulos. Se o propósito central da missão

cristã é fazer discípulos, segundo a Grande Comissão que Jesus Cristo deu a seus

discípulos (Mt 28.16-20), cabe a pergunta:

Como fazer discípulos de Cristo?

Para começar, precisamos levar em conta que um discípulo é

primordialmente um aprendiz, alguém que está em processo de formação, cuja

finalidade é que o aprendiz chegue a ser como seu mestre. Sob esta perspectiva, o

mandamento de “fazer discípulos” é um mandamento para formar pessoas que

cheguem a ser como Jesus Cristo. Sendo assim, precisamos começar da mesma

maneira que o Mestre Jesus fez com os discípulos. Ele sentou com os seus discípulos

e ensinou tudo acerca das Escrituras. Mas não só ensinou como também viveu

aquilo que ensinava. Um verdadeiro discipulador não somente deve conhecer as

Escrituras, conhecer aquilo que as Escrituras dizem, como também deve viver de

acordo com os seus ensinos, mostrando aos outros o caminho que devem seguir. Se

cada um de nós tomássemos para si a responsabilidade da evangelização, como o

Senhor nos ordenou, mais e mais pessoas seriam abençoadas com o conhecimento

da Palavra de Deus e com a verdade do Evangelho de Cristo. Vejam está história real

que aconteceu há alguns anos nos Estados Unidos:

O jovem James Kennedy era gerente de um clube de danças, na cidade de

Tampa, Flórida, quando Deus lhe deu uma sacudidela violenta que lhe

transformou a vida e o impulsionou para o ministério.

Em 1959 foi chamado para pastorear uma recém-organizada Igreja

Presbiteriana em Fort Lauderdale, também na Flórida. No primeiro culto reuniram-

se 45 pessoas, na cafeteria de um Colégio. Kennedy pregou, mas achava que o

povo da cidade era sofisticado demais e não lhe dava atenção.

Depois de nove meses de trabalho a igreja tinha descido de 45 para 17

membros.

LEITURAS E ANOTAÇÕES

31

PG

Foi nessa ocasião, bastante desanimado, que Kennedy aceitou convite para pregar

numa campanha de evangelização perto de Atlanta, Geórgia. Ao observar o

trabalho do pastor dessa igreja, um evangelista, que Kennedy aprendeu a

evangelização pessoal. Era outro homem quando voltou a Fort Lauderdale.

Desafiou os dezessete membros que restaram a iniciarem um programa de

visitação e testemunho. Treinou-os, um por um. E assim, foi que em nos nove anos

seguintes, a igreja que tinha 17 membros, passou a ter 2.005 membros.

James Kennedy hoje, por meio de seus livros, de suas palestras, e,

sobretudo, pelo exemplo de sua igreja é um dos grandes nomes do mundo

evangélico em matéria de evangelismo, evangelização pessoa e crescimento de

igrejas.

Conclusão

Se somos cristãos precisamos conhecer a Cristo e viver de acordo com os seus

ensinos. Para isso, não há nada melhor do que conhecer a Palavra de Deus, pois ela

testifica acerca do Senhor Jesus.

LEITURAS E ANOTAÇÕES

32

PG

Introdução

Quem deve interpretar as Escrituras? O pastor? O diácono? Qualquer

irmão da igreja? Qualquer pessoa?

Há alguns anos, muitos ficaram surpresos com uma reportagem absurda

veiculada no programa do Fantástico. Um homem, cuja a profissão era a de

pedreiro, intitulou-se pastor em uma comunidade na cidade de Serra Nova, na

grande Vitória, estado do Espírito Santo, e logo abriu uma pequena igreja com

alguns poucos membros. Até aí parece não haver nada demais, até porque, essa não

seria a primeira nem a última vez que um fato assim estaria ocorrendo.

A questão que ganhou notoriedade nacional estava no fato do suposto

“pastor” ter induzido uma das irmãs da igreja a trair o marido com ele. Isso mesmo,

o tal “pastor” convenceu uma das irmãs da igreja a trair o marido com ele, pois

segundo o tal “pastor” o adultério está autorizado na Bíblia. O repórter do

Fantástico, foi até a casa do suposto “pastor” para investigar a denúncia, ao chegar

lá, o homem insistiu que o adultério é uma prática autorizada na Palavra de Deus. O

repórter então quis saber em que parte da Escritura havia essa autorização. Foi

então que o pedreiro e suposto “pastor” leu um texto que se encontra no livro do

profeta Oséias que diz: “E o SENHOR me disse: Vai outra vez, ama uma mulher,

amada de seu amigo, contudo adúltera, como o SENHOR ama os filhos de Israel,

embora eles olhem para outros deuses, e amem os bolos de uvas” (Oséias 3:1). Por

falta de um melhor entendimento da língua portuguesa, o que é comum em algumas

pessoas em nosso país, o suposto “pastor” interpretou a palavra adúltera por

adultera, sem o acento. Isso mudou completamente o sentido da frase descrita no

livro.

Afim de mostrar os perigos de uma má interpretação de textos bíblicos, o

repórter buscou a ajuda de um Pastor Batista, pastor Francisco Mecenas, da Igreja

Batista de Vitória, que trouxe então a verdadeira interpretação do texto. Esse é

apenas um exemplo entre muitos outros que ocorrem diariamente em nosso meio,

onde pessoas bem ou mal-intencionadas fazem interpretações equivocadas da

Palavra de Deus gerando inúmeras heresias. Isso não é uma característica apenas

de nossos dias, em toda a história do cristianismo houve problemas de interpretação

errônea da Palavra de Deus e que geraram seitas heréticas das mais diversas. Para

que a nossa interpretação da Palavra não trilhe caminhos errôneos o que devemos

fazer? A própria Palavra de Deus nos dá a orientação.

Desenvolvimento

O apóstolo Pedro, autor do texto da lição de hoje, não era o mais culto dos

judeus. Sua origem, assim como a de outros apóstolos, vinha das camadas menos

LEITURAS E ANOTAÇÕES II PEDRO 1:1-20 1.Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, àqueles que, mediante a justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, receberam conosco uma fé igualmente valiosa: 2.Graça e paz lhes sejam multiplicadas, pelo pleno conhecimento de Deus e de Jesus, o nosso Senhor. 3.Seu divino poder nos deu todas as coisas de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. 4.Por intermédio destas ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça. 5.Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; 6.ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; 7.à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor. 8.Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em suas vidas, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos. 9.Todavia, se alguém não as tem, está cego, só vê o que está perto, esquecendo-se da purificação dos seus antigos pecados. 10.Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado e a eleição de vocês, pois se agirem dessa forma, jamais tropeçarão,

LIÇÃO 11

QUEM DEVE INTERPRETAR AS ESCRITURAS?

2 Pedro 1:1-20

33

PG

favorecidas do povo de Israel. Sua profissão de pescador era uma das menores de

todas, pois os pescadores eram vistos como trabalhadores braçais, dotados de

pouco estudo e alguns deles eram totalmente analfabetos. Entretanto, isso não foi

um empecilho para que o Senhor Jesus escolhesse Pedro, Tiago, André e João, para

serem seus discípulos, afinal os quatro eram pescadores.

Isso nos mostra que o Senhor não faz acepção de pessoas. Qualquer um de

nós pode ser chamado pelo Senhor Jesus para ser seus discípulos, para pregarmos

o evangelho de Cristo a outros e leva-los também a se tornarem discípulos do

Senhor. A questão, portanto, não está no nível cultural e intelectual que temos. Se

assim fosse, o Senhor só chamaria doutores para o seu reino, mas, todos nós

podemos falar do amor de Deus ao nosso próximo, dar testemunho daquilo que

Cristo fez em nossas vidas. Grande parte das mensagens que temos no Novo

Testamento são de testemunhos pessoais de homens que foram transformados

pelo poder do Senhor Jesus. Pedro foi um deles, que recebeu o Espírito Santo de

Deus em sua vida, o qual deu a capacidade e autoridade a Pedro de pregar a Palavra

de Deus e ser cheio do Espírito Santo, o que é um requisito fundamental para a

pregação do evangelho.

Em sua segunda carta, escrita por volta do ano 65 d.C e dirigida as igrejas

em geral (não há uma referência especifica do destinatário), Pedro começa falando

sobre o conhecimento de Deus e de Jesus Cristo (vs 2). Havia uma preocupação

grande dos apóstolos com o ensino dos falsos mestres, eles estavam preocupados

com o ensino esotérico e místico que tomava conta de muitos que se diziam cristãos.

No livro de Atos vemos uma clara referência a isso, um certo homem chamado

Simão, o mágico, disse ter se convertido ao cristianismo após uma pregação de

Felipe (Atos 8.13). Entretanto, mais adiante, em uma ocasião em que Pedro estava

pregando em Samaria e, ao impor as mãos sobre os crentes daquela cidade foram

eles batizados com o Espírito Santo e houve uma manifestação evidente desse

batismo. Simão, ao ver tudo aquilo, quis também ter o mesmo poder dos apóstolos

e ofereceu dinheiro a Pedro para que este transferisse a ele este poder. Pedro

imediatamente recrimina Simão e o exorta ao arrependimento.

É comum hoje em dia pessoas também quererem usar a Palavra de Deus

para tirar proveitos pessoais. Pessoas assim, não tem o Espírito Santo de Deus em

seu coração e não foram regenerados, precisam ser exortados ao arrependimento

pois, caso não se arrependam sofrerão a ira de Deus.

Ainda na introdutória de sua carta, Pedro fala que nos tornamos

coparticipantes da natureza divina (v.4). Uma pessoa com pouco conhecimento da

Palavra e sem a orientação do Espírito Santo ao ler uma passagem como esta pode

entender que Pedro estava dizendo que é possível os homens se tornarem divinos.

Entretanto, não é isto que Pedro está afirmando. Na verdade, cada cristão ao

receber o Espírito Santo de Deus em sua vida passa a ser moldado por Ele, não nos

tornando divinos, mas temos nossas vidas guiadas e controladas pelo divino, ou seja,

por Deus. Apesar disso, ainda há uma luta entre o meu “velho eu” e o “meu novo

eu”. Assim, mesmo sendo guiados pelo Espírito Santo de Deus, temos momentos de

fraqueza e caímos em pecado, a luta é constante, é diária. Para vencer esta luta

temos que estar firmados na rocha que é Cristo. Daí a necessidade de guardar a

Palavra de Deus no coração como diz o salmista: “Escondi a tua palavra no meu

coração, para eu não pecar contra ti”. (Salmos 119:11).

11.e assim vocês estarão ricamente providos quando entrarem no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Por isso, sempre terei o cuidado de lembrar-lhes estas coisas, se bem que vocês já as sabem e estão solidamente firmados na verdade que receberam. Considero importante, enquanto estiver no tabernáculo deste corpo, despertar a memória de vocês, porque sei que em breve deixarei este tabernáculo, como o nosso Senhor Jesus Cristo já me revelou. Eu me empenharei para que, também depois da minha partida, vocês sejam sempre capazes de lembrar-se destas coisas. De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. Ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando da suprema glória lhe foi dirigida a voz que disse: "Este é o meu filho amado, em quem me agrado". Nós mesmos ouvimos essa voz vinda do céu, quando estávamos com ele no monte santo. 19.Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas, e vocês farão bem se a ela prestarem atenção, como a uma candeia que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em seus corações. 20.Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da escritura provém de interpretação pessoal,

34

PG

O conhecimento de Deus e de seus estatutos nos conduzirá a uma vida de

piedade, de domínio próprio, de perseverança fazendo com que cada um de nós se

tornem frutíferos. O propósito do apóstolo Pedro ao escrever a carta era fazer com

que cada leitor lembrasse de tudo isto e guardasse em seu coração mesmo após a

sua partida (vs.15).

Sua vida como cristão tem sido frutífera? Que fruto tem produzido?

A partir do verso 16 Pedro fala que o ensino sobre Jesus Cristo que ele tem

dado não é fruto de fábulas engenhosas inventadas pelos homens, mas sim fruto de

seu convívio diário durante todo o ministério de Jesus. Pedro foi uma das

testemunhas oculares dos milagres e ensinos de Jesus, por isso, quando Pedro

escreveu esta carta mais de trinta anos já haviam se passado da morte de Cristo.

Muitos falsos mestres começaram a criar fábulas engenhosas acerca de Jesus,

acrescentaram histórias miraculosas até mesmo sobre a infância de Jesus e

distorceram toda a verdade do evangelho.

Muitos hoje em dia se dizendo conhecedores da Palavra tem feito o mesmo,

acrescentando fatos e histórias que não estão presentes na Escritura. Mas como se

já não bastassem acrescentar fatos e histórias, eles também fazem interpretações

distorcidas da Palavra com a finalidade de conduzir outros ao erro. Daí a

importância de se examinar as Escrituras. Essa foi uma das reivindicações dos

Reformadores no século XVI, poucos tinham acesso as Escrituras (apenas alguns

bispos e cardeais da Igreja Católica Romana, além do Papa, claro). Os Reformadores

defendiam a tese que todos deveriam ter acesso a Escritura para assim fazer o livre

exame da mesma, não livre interpretação como alguns pensam, mas o livre exame.

Se alguém diz que alguma doutrina é bíblica, é necessário que prove através

de um texto ou de uma série de textos bíblicos. O problema é que ainda assim,

muitos falsos mestres e pastores, enganadores do nosso tempo, podem apontar um

texto bíblico e dizer que aquele ou este texto fala sobre tal assunto, sobre tal

doutrina. Então como saberemos se a interpretação desse ou daquele pastor está

correta? Segue abaixo 10 princípios básicos para uma correta interpretação bíblica:

1° – Princípio da unidade escriturística. Sob a inspiração divina a Bíblia ensina apenas uma teologia. Não pode haver diferença doutrinária entre um livro e outro da Bíblia. 2° – Deixe a Bíblia interpretar a própria Bíblia. Este princípio vem da Reforma Protestante. 3° – Um texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados. 4° – Sempre ter em vista o contexto. Ler o que está antes e o que vem depois para concluir aquilo que o autor tinha em mente. 5° – Primeiro procura-se o sentido literal, a menos que as evidências demonstrem que este é figurado. 6° – Ler o texto em todas as traduções possíveis – antigas e modernas. Muitas vezes uma destas traduções nos traz luz sobre o que o autor queria dizer. 7° – Apenas um sentido deve ser procurado em cada texto.

8° – O trabalho de interpretação se baseia em fatos e não em “achismos”

35

PG

9° – Aprender a ler cuidadosamente o texto e fazer algumas perguntas

relacionadas com a passagem para chegar a conclusões circunstanciais. Por

exemplo:

a) – Quem escreveu?

b) – Qual o tempo e o lugar em que escreveu?

c) – Por que escreveu?

d) – A quem se dirigia o escritor?

e) – O que o autor queria dizer

10° – Se sua conclusão chegar a contrariar outro ensino das Escrituras ela deve ser

posta de lado e seu trabalho deve recomeçar.

Conclusão

A livre interpretação das Escrituras pode gerar diversos desvios doutrinários e heréticos. O problema é que temos confundido hoje o livre exame da Escrituras com a livre interpretação. Assim quando deixamos simplesmente de examinar o texto e queremos dar a ele uma interpretação pessoal e particular, estamos indo de encontro a recomendação do próprio apóstolo Pedro: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação” (2 Pedro 1:20). Assim, na dúvida, antes tirar conclusões precipitadas de algum texto da Palavra de Deus procure a orientação de seu pastor de Rede.

36

PG

Introdução

A maior crítica que os ateus e até mesmo alguns cristãos liberais fazem da

Escritura é com relação a sua confiabilidade. Os textos foram escritos por homens

que viveram há muitos anos, com culturas próprias de seus tempos e em contextos

completamente diferentes uns dos outros. Assim, de acordo com grande parte dos

críticos, a Bíblia nada mais é que uma grande coxa de retalhos constituída de

pensamentos, filosofias e teologias bem diferentes umas das outras.

Os ataques a Palavra de Deus começaram desde o século XVIII e foram

ganhando cada vez mais força a partir do final do século IX com surgimento do

pensamento teológico liberal. Para os liberais a Bíblia não pode ser identificada

como Palavra de Deus absoluta, infalível, confiável e autoritativa. Eles também

acreditam ser a Bíblia apenas um livro de religião como outro qualquer. Além disso,

outro argumento muito utilizado tanto por ateus e também por liberais é que os

ensinos do Antigo e do Novo Testamento entram em conflito o tempo todo. Mas

será que tudo isso é realmente verdade? Por que devemos crer e confiar nas

Escrituras como sendo verdadeiramente a Palavra de Deus?

Você tem crido e confiado plenamente na Bíblia? O que o faz crer na Bíblia

como sendo a Palavra de Deus?

Desenvolvimento

O texto da lição de hoje narra um acontecimento comum nos tempos de

Jesus: a celebração da Festa da Dedicação. Hoje em dia, os judeus chamam está festa

de Chanukah ou Hanucá e é celebrado no mês de dezembro perto do Natal cristão.

A festa é uma comemoração dos acontecimentos dos dias de Macabeus, quando

ocorreu uma revolta judaica contra Antíoco Epífanes, em 164 a.C., por volta do ano

de 200 a.C. os judeus viviam como um povo autônomo na terra de Israel, a qual,

nessa época, era controlada pelo rei selêucida da Síria. O povo judeu pagava

impostos à Síria e aceitava a autoridade dos selêucidas, sendo, em troca, livre para

seguir sua própria fé e manter seu modo de vida. Em 180 a.C. Antíoco IV

Epifanes ascendeu ao trono selêucida e quis impor ao judeu a cultura grega

construindo até mesmo um altar para Zeus dentro do Templo.

Os judeus, comandados por Macabeus e seus irmãos se rebelaram e

expulsaram o exército de Antíoco. Até hoje os judeus celebram este feito. Foi nesta

ocasião em que Jesus foi até o templo e os judeus ao ver Jesus o rodearam e

dirigiram-se a ele fazendo uma pergunta: “Até quando nos deixarás a mente em

suspenso? Se tu és o Cristo, dize-o francamente” (vs. 24). Os judeus, certamente

relembrando os feitos dos tempos de Macabeus, não viam a hora de que um novo

líder se levantasse em Israel e expulsasse o império romano. Eles talvez estivessem

dispostos a aceitar Jesus como sendo o Messias esperado. Eles estavam percebendo

LEITURAS E ANOTAÇÕES ISAIAS 40:1-11 1.Consolem, consolem o meu povo, diz o Deus de vocês. 2.Encoragem a Jerusalém e anunciem que ela já cumpriu o trabalho que lhe foi imposto, pagou por sua iniqüidade, e recebeu da mão do 3.Senhor em dobro por todos os seus pecados. Uma voz clama: "No deserto preparem o caminho para o Senhor; façam no deserto um caminho reto para o nosso Deus. 4.Todos os vales serão levantados, todos os montes e colinas serão aplanados; os terrenos acidentados se tornarão planos; as escarpas, serão niveladas. 5.A glória do Senhor será revelada, e, juntos, todos a verão. Pois é o Senhor quem fala". 6.Uma voz ordena: "Clame". E eu pergunto: "O que clamarei? " "Que toda a humanidade é como a relva, e toda a sua glória como as flores do campo. 7.A relva murcha e cai a sua flor, quando o vento do Senhor sopra sobre eles; o povo não passa de relva. 8.A relva murcha, e as flores caem, mas a palavra de nosso Deus permanece para sempre. " 9.Você, que traz boas novas a Sião, suba num alto monte. Você, que traz boas novas a Jerusalém, erga a sua voz com fortes gritos, erga-a, não tenha medo; diga às cidades de Judá: "Aqui está o seu Deus! " 10.O Soberano Senhor vem com poder! Com seu braço forte ele governa. A sua recompensa com ele está, e seu galardão o acompanha. 11.Como pastor ele cuida de seu rebanho, com o braço ajunta os cordeiros e os carrega no colo; conduz com cuidado as

LIÇÃO 12

A CONFIABILIDADE DAS ESCRITURAS

Isaias 40:1-11

37

PG

dia após dia o crescimento cada vez maior de pessoas seguindo a Jesus. Logo, a

influência e autoridade de Jesus poderiam sair da esfera meramente religiosa e

ganhar também força política. O Messias heroico e libertador que tanto o povo de

Israel esperava poderia de fato já haver chegado. Daí então a pergunta a Jesus: és o

Cristo? A resposta que Jesus deu aquele grupo de judeus foi a mesma dada a mulher

samaritana (ver João 4.26) e apontou Ele para as obras, ou seja, os sinais e milagre

que vinha realizando em nome do Pai. Ainda assim, mesmo diante de todos os sinais,

prodígios e maravilhas que o Senhor Jesus vinha operando entre o povo, muitos

judeus tinham dúvidas se de fato Jesus era o Messias (Mas vós não credes... vs.

26a).

A falta de crença daquele grupo de judeus em Jesus é explicada pelo próprio

Jesus na segunda parte do verso (porque não sois minhas ovelhas v. 26b). Até aí

estava tudo bem, talvez aqueles judeus entenderam está afirmação de Jesus como

algo do tipo: “Vocês não são os meus discípulos e vocês não me conhecem bem

nem tão pouco o meu ensino e os milagres que tenho feito. Por isso, não creem em

mim”. Mas Jesus não para por aí. Ele continua dizendo: “As minhas ovelhas ouvem

a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca

hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que as deu, é

maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. EU E O PAI

SOMOS UM” (vs. 27-30).

A última frase de Jesus foi demais para aqueles judeus. E mais uma vez, diz o

texto, os judeus pegaram em pedras para atirar em Jesus. Ainda assim Jesus faz

questão de perguntar: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de

meu Pai; por qual destas obras me apedrejais?(vs.32). Então eles respondem que

não é pelas obras, mas sim pela blasfêmia de se colocar como Deus. Mas Jesus lhes

replicou citando o salmo 82.6 “Eu disse: vocês são deuses, todos vocês são filhos do

Altíssimo”. Há diversas opiniões sobre a quem Deus estaria se dirigindo nesse salmo:

aos juízes de Israel que tinham falhado para com seus deveres; aos anjos que

abusaram de sua autoridade sobre as nações; ou a Israel como um todo na

concessão da lei.

Segundo o teólogo D. A. Carson, seja qual for a interpretação correta, a

implicação aqui é que os que são chamados “deuses” são inferiores àquele que o

Pai enviou, o Filho de Deus. Como poderia Jesus, o Filho, ser acusado de blasfêmia?

A Escritura no salmo 82.6, chama de deuses talvez juízes, ou anjos, ou toda nação

de Israel. Se os salmos eram considerados inspirados por Deus e aqueles judeus o

reconheciam como Palavra de Deus, como poderiam então eles contestarem aquilo

que estava escrito no salmo? Assim, Jesus completa a sua frase dizendo que A

ESCRITURA NÃO PODE FALHAR. Apesar da declaração de Jesus estar no singular e

se referir primordialmente à passagem específica que está sendo citada, o princípio

serve para a Escritura como um todo.

Jesus não hesitou em basear todo o seu argumento em apenas uma palavra

de um dos menores salmos de Asafe, para afirmar sua validade por meio dessa

declaração solene. A Escritura não falha, e não falha porque ela é a Palavra de Deus.

A palavra de um Deus que não pode mentir: “Deus não é homem para que minta,

nem filho de homem para que se arrependa. Acaso ele fala, e deixa de agir? Acaso

promete, e deixa de cumprir? ” (Números 23:19). Portanto, podemos confiar

plenamente naquilo que a Escritura diz.

ovelhas que amamentas suas crias.

38

PG

Mas uma vez repetimos a pergunta: Você tem crido e confiado

plenamente na Bíblia?

Conclusão

Chegamos ao fim desta série de estudos sobre a Palavra de Deus.

Acreditamos que tenha sido ricamente proveitoso para todos nós meditarmos um

pouco naquilo que está escrito na Palavra de Deus. Nosso desejo é que a Palavra de

Deus faça morada no coração de todos que participaram desta série de estudos

bíblicos. Se você é um visitante de um dos nossos PGs desejamos que continue a nos

visitar e esperamos que estas lições tenham despertado em você o desejo de ler e

meditar todos os dias na Palavra de Deus, pois ela é o nosso alimento espiritual

diário.

Que Deus os abençoe.