Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
A.ntônio CaJado, ~;enl:or :J.e :ninha a :1ir:t uo
e ilOYl() , o flO U feto,
A or t3. )"- rLuc fontea con.::;a..:;J. elo n:t vo::3 ·
.., ent e oloic/:i.o .-~ .... D. n. v·1,:.;a :.Lber-t:l neot . ..t Cnon. JC
l él r-10 to elo no:J~Jo oau.lloo Au.:J·trc.~ézilo de At·~:Í.do
criou- vos c criou-nos ·u::::a oe. uena er:'uara~;osa di-. ~
ficulda ·le ao ~;c cuiclur de a quem. iria caber a hon-
n. ~lc receber-vos . ~ que, co ra.o o confessastes , fo
ra~ t antos os vosoos aoicos Jesta Casa que vos aco
lllerél!!l , e bo. , de Óti::1o , le incou1larável ,Lrrado , que
cl ... clina::Jtco i.lc in·1icn.r a que.c:t caberia a n is .. ão , clei
xand.o a Jo:Jué r.1ontello , no se o ormiprcsen.te pr .... idcn-
te n. ·1 u.'Ln L o esta Ca8a se refere , a incuubênc i a de
fazê - lo . Ele aceitou- a , po ue nab·a q_ue a su:1 de
cisão seria fat:::tlz:lente salo:nônica : aquele que vos
ralaooe - co .. w eu :.·qui a:"ora - - f ' - lo-ia. c r:J. no;n ,
c0let~vo , ia to e , air •1':1. 1ue co:..1 coponcubilida e
pcsso:J.l , pa·:;1ria o preço ,
o.o reves c cert< priti-
c a J!.l.oc.1e:.. no.,g, : o:J néri to:J que eu soubeso•J cu soube :r· , aca~.>ü , r c:;c ·t.l t .T e.-:1 vón o voc:Ja obra serão socia-
lizaloo 1JO. nosoos confrades e ar:ügos' co.rauns , por
. orça do J:",::tn•.ln.to que ne coube ; oo dc'-;.éritos e
que eu inciJir por n~o ter sn~ido reonaltar aa-
·-·---
FCRB
~ .. ~~~~~ ~~; ~"1,... I (t}
''-!. :s1íl-~"
2
Q;tms i!:ais de los ser ao pi i vutizar o c da :mi nha só
respons3.-bilido.de. Foliz ;11 ~nte , se::.-:pre l!loveu-rn.e
ca a.Jnb ição oli:c;or:onOTwlis t a ••.
De fa to, cu ;)odor ia simplj_ficar esta minha
t u.:r era. , 00 não j1\C Coou' tão crnto. : .rructrnndo o~
vossos ctilli~o s e a t.L iradoros que a. ui ac orre.:::a , a
e s ta festa , li:ni t ar- -:1e - i a a dizer-lhes q_ue estais
on~le j ,~ deveríeis, do há muito , estar , pois mere ....
cestes o sufrác;io que ner ecíeis , por qCLe nos honra
ter- vos e ntre nós e sereis dentro de :J:.inutos en-
passado e passo..rois a esta r a.q.ui , com voz e voto
e l:l:l~ld:t to , c 01:10 em vos r:3 ::t. Casa - e , por isso , su
J'lariU"lente , convocari a os presentes: aplaudaoo -
- vos .
Mas isso seria , a in<la que co ··.1o pilhéria ,
lli"13. tra i ção , a :n i ::~ , a vós , a to dou r1Ós . I
Permiti-
- :ne , o.ss i ::1 , r.ü nh<..l. S 8enhoras e ~:wus Senhores , que I
prOv ;3 it:;o. , mo.is Gro.ve ou .• r no o leve ' na ospe:bança'
por6m, de não v os s er ab orr~~ cível, abo r ocido ,
aborrido , o.borre c oclor , aborrente chato, em suma.
Limitar~~e -e i , pura isso , a t~~@ (dentre
trinta O':t t " re zent a s) observa ções inici :J. is sobre a
FCRB
3
,.. , . vocaçao - inpresciente o i .mpresentida ta.l-
vez - d.e aqui estar , aqui , nesta Ca s a , ou er: qual
quer outra que , no •1uo va:L de século , buscasse pre
cnche.r a função social q_ue esta preenche ou aspira
a preencher : nunca fostes out r·a c o i oa. que o traba
lh:ldor i telectu::1l que , polq. pena , pelo a ctiloclí
~;;i to (bis in i 1om ) , o is dactilo.:;ráfico ou dici t a
lizante , ou pelo r.m~not ofone e, daí , as de.:-l<:::tis for
;:nas de vos fixA.r visual e vocalmente, nunca fostes
"1ais do que essa coisa , não raro subesti!:l.ada , de
esc itor, o 'vell1o escriba ele há seio r.ül anos a es
ta parte C}.Ue busca faze.r -vivo , contom,o:râneo e
coet5.ne o o nexo untro o pas:Jado e o futuro . Não
-se 'll r azno , as s im , :1uitos (1entro 08 nossos trabalha-
dorGs ele m.1 preeento for:J..'il desse :Dre scnte excluÍc.los
.rn ospe. ança de que , num rut~o , vieso m a rcnasc r .
Vedo :1. c o rô~nc'La, ·1. t·1.1 · onpoi L;o , cluo l>ro.fiss0 c
r1ue exercestes , co 'lO joranlista - vale dizer , es
criba , re rlator , re _p órter , correspondente , dire t or ,
e , com qu3.lif i co.t i vos , 1lireto:r - aJj :.mto , diretor -, ,
- principal , diretor- chefe - omitindo so , ne~sa se -
rie , o r1Let0r- propr i e tá,rio , 'lUe não tivestes tempo ,
FCRB
~~~j~ ~ 1:EM III \t< Q ~r.~J."'fl)
4
ou. cne;cnho , ou vocaçao , ou arlbi )3.o de oer • • • Esta.
é a prime ira das observaçõe s prévia s a que ne re-
lcri ::w i na .
A se ~ru1Ja é mais Óbvia ainda : buscantes sem
pre a exc el~noia (por va idade , po di~nidnde sem
dÚvi .i!1 ), e:J. toJ::-t.s as circru~ot. 1.ncias e instrt"L'llentos
v oca ti vos , apu:r"l.nclo - vos no uoo de vossa.s ferra:nen
tas ,9.c tr::l.balho - ccta voGca c nosoa c onum lÍnG,'IW. ,
cujo se~1oria des~c cedo vos foi da1o , exe. plar ,
lJOi:: lo ~a percebestes que , para t · nto , e l uear de
ps.ssival ente obe .·leccrdeo u. ela no quo os propedcu
-l;ao dele dizian dela o (luc ela devia.ser , e desco
bristes que , arnndo- a , tínheis o senhoria naior ,
o üe faz ê- l a i nc linur- sc à. vos:::Ja i.::mgino:Ja vontade
criadora , fazendo-vos decisor ia v ont ade dela .
Nesta e qui v oe Í ~:;si '7la conjuntura sexct.ID.l ( se .1 nada
dlzer ~a socia l ), vo1tu~c , el~ , ~ela , co:o d o "5-I
no r o Drar;.n tic etl fe ü inino, pois 'lUe delas vos asse-
nhori ~üs , não •1ue.~~ insinu.ar em vós nenhu::m forma
to~po ele ;:aachis o f· locrát:Lco - fique isto claro .
Ha vocsa polêJJ.icet i nterior , lingUD . .::;cira , de como
sa·Jer opt ar e:n cada rili l e "Ll:"!"k'1 possibilidade de di-
zer e eocrever , S<J.bÍeis tlUe dirÍ eis o já di to ou
- --'
FCRB
5
-n:::w di to, nA.o r~ ro previar:wntc :mal
dito e - escrito o. superpor-se ao já dito - o
r:tCl.lrli to . nisso pusestes a inar4.. cdável angústia
rle Sei'Vir VOG:J.'J. f;ente , CO;llO terMO e :!l.D.ndato de
ro orôncio. i rrcv os'Í.vol , i!:'lllOS tcr· . .:-ável c inalie
nável de vos justificardes p_erante v ós mesmo e
t odos os voeoos conp:uihciros de vida os vossos
b , l " runcos , os vo~sos 1llilOs , os vo em os ne.~ros , os
VOSGOS a:;w.relos , 08 VOOS 03 ·::.ootiços , OS VOGSOS
VOSS OS e - nÕ.o Oh.i t j.ndo - as VOS:JO.S 1 D.O VOOS :LG
vossas, .1clo :.t:tor (1UC o o.ub c~ ::;tc::; ali r1cnto.r oer!lpre
a tod\.lo r:ts ornas de vida. - e Ana .t'L""Tll.D. Ca lado
me perd oo.rá que t anto eu veja nele de anor a tun-
tas e tantos . 8stn. é 1:1 se.:und·· observação prévia
das três q_ue 1:1e 1)ropus f a zer .
A tercei a virá a ser , , ..., ,.
se ja nao e , Q~ lu-I
<-:ar c onWil : n1.mcn 3oubeotes , o l'lenos o.inda quioes-
t es , ,1eixar 1e :ruir a vida , esta , o. viüa , o só ri-
1asr·e e 1 que nos ele batemos , os terrenos , o a cli v i
nos, os ext~a.tecrcnos , os extr divinos (e a::tanhã
non inventarão , no ,es.1t0 c.l.cbate , os r.leto.ter~cnor.':'.,
os mete.divinos ) , r·l~1. fruÍ-l o. e tic ::toento , J·a' co.m.0
posttrra filosÓfic , jÚ CO 'üo rülitância cotidiana,
FCRB
h~~~~ ~'~ ~ *~~ ~ ~»~~
6
para , a ela , vila , querê- lu , quvrer- lhe , uná-la ,
c·ustá.- la, deuustá- la, .r:J.aS não :::>o li tária , LlO.Stur
ba tóri ·.:~. , e .... oÍ:::>tic '.l , e · ~ocôntrica:::tentc : ela , vida ,
s era ti, Pleu a.oor , (ru.c é q_u.o V'1.le? E o v::t.lor de
l·t é quo o soa per:::;-unta ó in trín""cca [.t, tod.CJo os
lhos de deus , do ,'liabo , ou d:J., vida nes.::J.a . Eis a
terceira Óbvi"' ob :::; orva;{ão .
Seria U!lla blas.f8:nia , já a~;ora , balancear
vossa vi ia ou setls poruenores , .mas não o é anteci
par que - nos muitos r~itos e nos nuitos anos .. ue
vos a.uguraJaos por 'lire;n - já há ur:1 cursu.s honorun
em voosa for;;"tação c afirnação que parece t1i t D.rlo
por 1.:~;.1a notável coorôncia . nasco::;teo cr.1 r iterói
coisa :11ir:Í.fic n. r,Lue , neo la Caoa , pouco o o fiz.oran ,
pois convosco est :Lveran apenas o s awlsso Levi
C·1rnoiro e o nosso saudável I.líi:J;,rcoo Aih.::1ir r.h:le ira,
<tUo torá o~ilb oat'lo cotlvooco até ns li<les juvenis . I
Transferistes- vos para este vozso llio ele J ·lneiro ,
e r.1 que vos nutristco de urn.a a ura e voliçã o e ân-
' si~:t peraJ:J.bulunte , :·:.,--raças as quais pudestes estar
na '.1ueles pont•JS r.le vosso paí s - continente onJe . as
)
FCRB
~~-~. o 1~ ~ t . 'tEM fJl \~ ~ ~ ~ B~J"~
7
incoer~ncias , os descalabros, as torpezas do
brasi. iro contra. o brasileiro rJais se avi en-
ciava.r: ou a~~uçavaJJ. . "Por isso , estivestes no Per
n.Stnbuco llus Lig''S Ca.oponesus , no Brasil central
ll o von~ os Ar t · s 0 Jo. ;is ,. na .!3unan 1 a conh: J.a
h9.r:·wnia intertribal, no Pantff,nal do l at ifúndio
9arasitário . E ~ue liçãõ de brusileiridade ( essa
coi:::n. de 'l,UO esü1moo tão necessi t ctdos, por tão
i .:;norantes dela ! ) e q_ue lição de brasileiridade
recebestes disso e co isso nos ~etribuistes.
r.:ao o ::.üart?.;ar::wnto de vos sa fronteiru brasÍlioa
e bra...,il8ira vinh,is j::Í fazendo , como 'lUa ins-,
tintiva!:lente associado ao pos - caos , nas nao ain-
da untoco::::mo (quuH1o o tcrO itos?) na Lon.J.rc8 d<SJ. ' , guerr3. e pos- guerra , na. Paris ela :.!Os - guc.era e da.
·1.nte - esper::mça , e no Viet::J.nw·] do repto, do repto ,
ílO .cepto , en 'l,Ue [cotos Jlrofético . Dizer que cor.J. I
isco vos tornastes cirl::J.d:Ío do 1:11 melo, autorizado
a vivê- lo , julgá- lo e condená- lo , não , nus de
sesperar- se dele , ou quase - nã.o há nisso u~
lUC rleve.·tos inclinar-nos e
1ue deve ·:tos - pelo ~·;anos - exalta ?
( 'i'ntreta.nto - e cv1ui vai wn pará :r.rafo
inter parentético i.. pe.1.·t lno1 te - co.nt inw..1.ü·J vossa..
1 --~-"'-
- · ~
FCRB
8
luta, neste ;·:J.'.:mclo •J.UG , J:J.D.l[.p."ado seu.s dj.szaborcs ,
é o de nossa ir.acle j~ois 1:1ain jovem, ou 'lUis novo ,
ot ~Cl: .•. is noço J.o '1U~ eu •. ~1, o que .no3 proj'!e t;e una
porspoctiv~ de vld~ e1 que podo e~o8 Dorrir-noa,
oobrotuJo se o e: .. ürd.eo , e eu convosco , a, lição rue
vos, nos foi datln. pelo ser:1prc saur1oso Auo trecésilo
:1c A t :.tÍde , c uj D. r 1ev1Ó ia vos 'lC onp:1.nhar ' vida em
·ora ne~ta Casa).
Vosoa. obra é una e trina, ou qua(h'a , ou
quina. "'; una n~ uni ~18.<l<::de da 1Íngu.'). - :::.:empr~ e s
t:J. nos:·;a comur..1. luso.fo.nio. e lusoe1:afia.1 q_ue apren
destes a usar e continu:tr e inovar, vinda Lle hi
n:n. n i J.Ônio ::1 té os a:11anh~s q_ue nossos d.escenJ.e ... tez
ó •1i versa no o -
sa. J::tcsr,1a unidarle . não sei quando mas no vosoo
c:wo tuüo con'lor .. ~c p·u·a a.l 'li tir o •Jo Bdc cedo -
captu.stcs eot<J. coisa clara e racional : a nosoa
tSram.::itica n:io é no::J .:a , ocn-"lo que ·le cada ur:1 cm
função do i nterlocutor .Presente ou especado ou , - , Nonso lexico nao e nonso,
senuo que de cada ur.1 função rlo intel, locutor e/ou
su.::-.. idade e/ou sua ativi:lacle e/on sw:t cul ttrra.li
z~çao e/ou sul localidade e/ ou sta loca lização
FCRB
}~~OR ~ o L'I.LJ:]:A .. t 'mM r.J ~ Q ~»~({)
9
e/ou s1...1a e vossa emociqnali lacle , f~entimento , e
o que sei eu mais, se se i ••• Os corn.provantes disso ·
estão nos <liscursos, nas L:Ientações, nas i nterven
ções , nas _pensações, nas exposições , nas narrações,
nas d i ssertações , nas J ialo{;;ações, nas monologa
çoes dos vossos filhos de deus em literatura - de ,
v os , de d use d~s vossooli~~zens - que primam
em ser o que suo por serem esoes vossos filhos o
s_ue pensam. ou pensam que pensam m:1.is o que dizem
ou di?.c:t que clize1:1 - oh ! os manes que nãõ des:nen
tis tes já desde Proust e de Joyce , tão antecipado ,
entre nos pe lo nosso Dominiq_ue Braga ....
(Entre parênteses de novo: tivestes que
enfrentar o dilema de opto.r 11e lo ' br asileiro' ou
o ' portw.:-;uês ' c o:.w pseudolí n.;?;uas autônomas - e
n2iÕ desu tastes O nÓ zÓrdio ine';ÜStente , 38[,JUindo
os rlocw;I<J ntalirtaG tla realida de lingua~eira que
vê ~. t de ·mtcs :lo Alencar e atrn:vcrJ!J<.t~n TÚ.vora , r.1a.
olc.D. l.o , Li:n'1. Darreto , Adelino MO.Wllhêí.es, r.T~trio de
i\ndraJe , Oswald do Anl a cle , ~é Lins , acp.wl , Gra-
;
ciliano , Jor :;e rle IJi"'la , LÚcio , Otô.vio de Faria '
Roà.a, Josu~ , Néli :la , LÍgia , Ledo , Tiube.c1 J.!"'ons eca,
IIo.rolclo Maranhão e tantos mais - inclusive os
--
FCRB
. . ..
~~=~~ ~ 'mM iii
~ ~ IJ ~D~I?J
10
que buscarar.1 reinventar ur1.a sobre - realidade trans-
linguac;;eira -, tD.nto .tais q_ue or.ü to - por iznor-
c ia ou por irre lev:1.nc ia a bobice de ser aq_ui e -
xaustivo : não buscas t es dizer à br:::tsileira, buscas
tes dizer co:ao dizeis ou dlzehl on vosoos seres,
pois CJ.ue , ao cerea criados ou forjados ou pinça os
on recordados ou recorlbina.dos por vós , tê a sua
lingu-:::tceirid.ad e própria dentro üa nossa lÍnrrua .
A G3r:t circu.nstf..l.ucia , llecloai-'·~e CIUe me espante
CO ' l espanto ~lc a rln iração , be.:n. entend.ido ! - ante
u~a certa coisa : a pornofonidade , a escutolo1ici
d:J.de , a obsceniclade, o. chulidade, a desverO'onhici
dade de 1.ms poucos seres vozsos , mas tão do nosso
dia a dia - e perdoi- :ne })OU:pcc:-- l.hes os nomes , pois
q_ue isso me soaria como oue u;-:J.a <lelação , e. face
de vossa i mpecável }iOStura. e co:J.1)ostura convivial
c ou mulhereG , honens , cri· nças e _provectos - c om I
o que , dize: , vos ·.azeis mui to Tiri tish, o q_ue é,
p c; :::Ji ti vamentc , u:11 tipo (] c lisonja de q_ue não ne-
cc~ssi !;ais .
De fato , vocca for.::.1açiio - e não nos eoquc-
çar:10s t1e que , ne[jta in Lerpr-ctação , esta.:-üos e;n .for-
FCRB
~~~OR ~ o 1:ALl'IA. ...
~ 'JEM /11
~ ~ ~ D~,.,~
11
mação :tté o in:Jt ::J.nto em 'lUO morremos , po i s at é
nosr:Jas defor maç ões (quando as teuos , e q_uem não
as tcH ?) beka se ub tec-ra.rão - vosoa forn.-':lção , r e -
·pito, c onvere iu toda - e ioso , e UJ.1 nos t fac t Ul!l ,
,l ~'lo·lo que os ovontu:üs objetorcs não 1ne venha::n
cora os borzor.;uins a o leito ••• , - conve1.n-iu toda
p:l.ra a. uni dade estética e ética q_ue sois : q_uises
tes e buscasts o :Jer j or nalista e o fostes e n ple-
-ni tule , oe :11a is nao for com alg-ur.J.as das nu:tis per-
c.h.u-·antes c penetrantes reportagens s obre nossa
h istória do Brasil e de fora dele ; quisestes
01~r r oman i:::;t· e o rosto o , corao oó poucoo L,rrnndes
no Br ':lsil e na lÍngua o forao ; q_uisestes ser dra- ·
:::uJ.tm"c;o e a í rcsolveo tcs w:1.a a JO.ronte lacuna de
v ossa c os r::tovisão, o L't n undi vioão , ou, .m.ais concen-
trad~1cnte , b a 8ilivisão , lOÍ O !Jef!l. V'OOF.l '
drama-
t"t .. 1.rrria o c mponento ne~ro Qe v osoa hw.-JJ.ani i :1:le .o.es-1
t i ça e sufr edora talvez não se tivesse tão forte-
nent e mc.t.rcado . Enfi :•1 , rd.uL:,es tes ser participante ,
enfrentanto ca r a a cara o vosso e nosso presente
( q_u·1ndo t antos a cham, a i nda , CJ.Ue o preEJente n õ,o
chec;a a ser história ) na sua realidade urbana ,
I
'•
FCRB
t~~~ ~~~ ~ a sr-'Y({)
12
o lmrbana , rurbanu, r1as já nao rural ou selvá-
tica e selvac;eu .
Dentre os que se tê :::1 cri tica::J.entc debruça
do sobre p .rtcs de vossa obra r1ue considerem mais
per,1ur a nLcs , 1n· .i s J.e u.m vê no VO G30 Jalncl or.nc.
ncsco a mesraa ambição conspectiva e abranzente de ,
Alencar , isto e , captar com o conjunto de seus ro-
p:ances - falo de Alencar - a nossa indiada prime
va , a noson mineração , a vida urbana ener eente c on
perfis de nulheres (e que bo e ost o ,. pois não lhe
a iu bcJ:t r -'lbiocnr 11cr fis tl - hor1ens ••. ) . IIÚ ne:-::sa
hil)Ótese , neo.Ja pseud.oc om1>aração , nlzo q_uc disc u
tir : q'...1e os vossos te '""'US e probl emas são o B· aoil
( c até no Vietnu"· o era •.• ) é Cato que oc pareco
c omo , a liits , ne i.J':lre ce ser ta.ctbé ... no
c :1.so da ~~x·amle maioria los noooos ronancistas pas-
ca 1o:J c conto:.1J}Or[lneos r1u0 OC UO:-Jbor<la~J ra UlJlen-
t 'lao no '"'0as .fron Le ira.G c, q_uando o f a.zo.m , fa-
zcm.- n.o em ceral ronaHJbrativ:::u:ente , na cabeça de
de al.:.,rtu~ta sua 1)ersonarren1.
no v oasa ca s o , porém , hÓ. u..11 cor.1ponente, a
flUe não busc ::.1.stes nem quisestes fu.:_:ir - e n:io há
:J1e lwr p::üavra palavra para c1i zê - 1o que a ele en-
I
FCRB
13
r1uc o a encerro. rlc nic;ni [icâ.ncia - ver.:t sendo vi-
brurla vindicativa c pmütivcun.entc contra os que
f.:1zeu literaturn. social n.êío in vitro , r:u'J.s in viv o ,
n:'í.o o · Li.~in1o , rJ. :.1:::Ü ''1 , oo mu.lcs que o rJo .·tor;t vo:o r'ra
tic :Ll•lo c ontra o ho r,1ei.!l , :le.:.; o. .Iando - é o corolÓ.
ri. o llcssa argu~.w nt·:tç .3.o crítica - .a pureza da arte ,.
de qu.alg_uer arte , neste caso , a ela pal1v.r·a , inver
t eo tes a crí t i ca e oa pressupostos desse ti o de
crítica : :nuniciastes-vos d e quant o , cor'lo ciências ,
a hiot ú ... ia , :J. antropolo,ria , a sociolo.:5i , a poli
i o logia podia1n · 1~.r-vos , par~ b>ü lerdes nê'.o a0onas ,
ver , na reali d.::t.de , o· flUe os c i entistaa e ensals-
'b '\ tas uuca.:1 - o as vezes - c on;Jecuem. vc , mn.o .foo-
tes :llé:_ : vistes a. re ::t liuadc e...:-:. ;-wvimento , c om
s1..:tas paL Ões e sentl:lentos e ,Ódios e O,DrÓbrrie ,
c on seus curs oo c cot" entes c forçac 'livcrgenteo
on onvo r r·cn tcs, !XU' O. l1ee;!J.rcm '1. a1;;o ' iUC vom
scnclo o vo ::-Jso al 'l O pasaional : como o Brasil sai
r :5. elo i npas ne ( é bc::l esse o ter rro ) a q e che(,ou?
Co::to lL.c c ~ bera a elo , Draoil , v e r - lhe o ninho
<le v Íboras de seu atraso e i mobi1is.r..o , e vislurl
brar o nirü1o dos ca rcaró.s ele seu futuro, de seu
FCRB
t~~ ~~crp_fl~ v~~~
14
tão auc;uT·.::ulo futuro •le abundância e bonança an-
tecipnclo tão ostensi va.r.1ente :pela riqueza e varie-
d:J.l es ·los seus bens e recursos naturais e hu.':lanos .
Essa bu::Jca, csoo. bu.scn. , cooa busca ver.J. sen
do obstinad:u. ente a. vossa - a ele um campeão da
c onfra.teFni•laJe possl. vel entre nós , sen piee;w!.ces
da boca para :fpru , sem sentinentaloi dioes, mas com
a oorac;e.r.1 de nela , fraterni clade, crer - ainda quan
do , chez,a ndo ao coração do 13rasil , sobro ele vir
des os biliÕes de saúvas que o corroem. ~ que o
vosso e nosoo J3rJ.oil , montado nobre cinco séculos
de história , é o Brasil ~lo hoje - o Brasil do la
tifÚ~dio , o Brasil da extinÇQO dos Í ndios, o Bra
sil da inter diçiio dos neg-ros , o DrB.sil ela explo
raçio das ~ulheres , das crianças , dos pobres, da
in.ensa. ::n.aio. i~. do. sua c.sente , a. QUe não te r: sido
nem \fO:'l seJYlo nem é rlo.do o direi to real a UILI. má
nirno 1lc ::HJ.Úd.e , r1o "l.li ton ta.ção , ele instrução, de
respeito , d.e (1i ·;niclarle - e como é triste ter de
dizê- lo no inot ·1 nte em cp1e busca.L!los festejar- vos .
Lhs , por certo , ne a charíeis ur1 alien3.do se , sobre
vos s a s obr~s o vo 1sas lutas, tao generososas ,
viesoe en branclir- vos ufanismos pelo Brasil que
\
FCRB
'fA~ > WM~ C l G 0 TAUTA ~ ..; ~ ~~~ j ~ ... fj(' r-'?
"\ ;a~
ton sido : afinal , a sua lÓ,;:;ica é férrea , :pé-
trea , aJaoantina : o presente é presente porque
é a continuidade do c1ue teu s ido e vem sendo .
Claro, lL'emos t od os .
r.~as f aronos ananmeooo ou recapitulações
d.iferentes : U.Lla é o. (los qu e. culpam os bras ilei
ros por sLus prÓprias i .njunçõeo , pretZu.i çosos,
i gnor antes , üoentes , apáticos , abÚlicos , irres
ponsáveis , sen::n.mi"' , procriadoreo , Lozallores ,
vítmo.s , sim, mas le ::.si mesD.os; outra é a dos
g_ue , oo .. 1o vós, mootran que vimo s sendo mm cul
tura i mpiedosa , Í mpio. , q_ue vcr.1 come tendo o otno
oÍclio , o .::;.enocíclio , o t; lotocÍdio de J, ui tos mi
lhÕe s ele Íncl ion; que i mportou s e ia vezes nais
ne Gros elo ue os terr itÓrios que viriam a cons
tituir os Estados Unidos da 1A11éric ::3. e os diocri
:ailJou mais afrontosa!Jlente , :po is mais aleivosa-i
::lente - não é verdade 'J.Ue s omos uma de~.10cracia
social e r a cial? - e ouso olhar pura vós e pe
dir- vos que r~1e aju<leis a aqui cont a r os Í ndios, . , .
os negro a , os a:!IU.l elos que - Ll l r - se-:le - a - aqUl
nao cotão por(1ue não queren .
r.Tas o fut trro nos re di nirá - e a espe -
FCRB
lG
, r ança que no .... e c o:Tur!l. e a cota - parte que v ossa
obr a D1s i nstl.flu so . lprG . AÍ , cabe r - voo- á 1 a vós ,
aqui c oncelebra do senhor inventor (à ant i ga , c o-
:. hl :·wh:'tdo.r ) llo Br·w .Lo e J3ruoin , •1c brrwileiros e
bra.s i le iros , de i tléia.s e üléias , de a bjeções e ab
j eções , t1e belezas e belezas , de esperanças e espe
r:l.nças , o louvor c1ue , !'10G!J10 não o buscando , nere
cois - pç is ó üessa tara , tlcsse fundo , desse poço ,
desce lastro , dessa ser:10ntoir::1 de tristezas e an
.::;ú::;;ti;,:.:.s que vin,1e s fazendo frutificar , com vossos
ir:-:1~ios e ~.1 letras , a e S1)eranr;;a Bro.oil .
O f ... to é que a ·1ui - c o ~11 Ana , vosos filhos ,
os 70osos - estano:1 t o'los , os ar:liL,os , oo admira
:ior,;s , os coni'ro. .1es , o o bi::.>bilhote lros benévoloes , ,
os :p1caros ri~lentes, est;:H10s todos aqui a.plaudin-
do - vos COJ:l Cf.l.OÇ ã ü sincera l1 0S 'lU8 V OS S~O G,Tatos
pelo que nos Jestc s e nos do.l'eio 110r mui to te.:npo o
Estais e · t casa ; Joofruta.i - u .
- -·-----
FCRB