Tahyara Barbalho Fontoura COMPORTAMENTO TENSÃO ... · II . Universidade ... deixou de me acompanhar e ajudar no desenvolvimento do trabalho, sempre procurando abrir portas ao

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA CIVIL

    Tahyara Barbalho Fontoura

    COMPORTAMENTO TENSO - DEFORMAO E RESISTNCIA AO

    CISALHAMENTO DE UMA AREIA DE DUNA CIMENTADA

    ARTIFICIALMENTE

    NATAL/ FEVEREIRO

    2015

  • TAHYARA BARBALHO FONTOURA

    COMPORTAMENTO TENSO - DEFORMAO E RESISTNCIA AO

    CISALHAMENTO DE UMA AREIA DE DUNA CIMENTADA

    ARTIFICIALMENTE

    Dissertao apresentada ao

    Programa de Ps-graduao em

    Engenharia Civil da Universidade

    Federal do Rio Grande do Norte-

    UFRN, como requisito parcial

    obteno do ttulo de mestre.

    Orientador: Olavo Francisco dos Santos Junior

    Co-orientador: Ricardo Nascimento Flores Severo

    NATAL/ FEVEREIRO

    2015

  • F684C Fontoura, Tahyara Barbalho.

    Comportamento tenso deformao e resistncia ao

    cisalhamento de uma areia de duna cimentada artificialmente. /

    Tahyara Barbalho Fontoura. Natal, RN, 2015.

    168 f.

    Orientador: Prof. Dr. Olavo Francisco dos Santos Junior.

    Dissertao (Ps-graduao em Engenharia Civil) -

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de

    Tecnologia. Departamento de Engenharia Civil.

    1. Engenharia Civil Dissertao. 2. Solo cimentado

    Dissertao. 3. Ensaios triaxiais Dissertao. 4. Compresso

    simples Dissertao. I. Santos Junior, Olavo Francisco. II.

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Ttulo.

    UFRN/CT/DEP CDU 624.15

  • ii

    TAHYARA BARBALHO FONTOURA

    COMPORTAMENTO TENSO - DEFORMAO E RESISTNCIA AO

    CISALHAMENTO DE UMA AREIA DE DUNA CIMENTADA

    ARTIFICIALMENTE

    Dissertao apresentada ao

    curso de Ps-graduao em

    Engenharia Civil da Universidade

    Federal do Rio Grande do Norte-

    UFRN, como requisito parcial

    obteno do ttulo de mestre.

    BANCA EXAMINADORA

    _________________________________________________________ Prof. Dra. Maria Del Pilar Durante Ingunza Presidente Examinadora Interna

    _________________________________________________________

    Prof. Dr. Ricardo Nascimento Flores Severo Co-orientador (IFRN)

    __________________________________________________________ Prof. Dr. Roberto Quental Coutinho - Examinador Externo Instituio (UFPE)

    __________________________________________________________

    Prof. Dr. Antonio Joaquim Pereira Viana da Fonseca Examinador Externo Instituio (FEUP)

    Natal, 20 de Fevereiro de 2015.

  • iii

    Tudo o que fizerem, seja em palavra seja em ao, faam-

    no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graas a

    Deus Pai. Colossenses 3:17

  • iv

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo

    A Deus. Em primeiro lugar agradeo a Ele por todas as lutas enfrentadas e

    vitrias alcanadas. Agradeo pela ddiva da vida, pelas oportunidades oferecidas e

    pela famlia e amigos que estiveram presentes em todos os momentos.

    Aos meus pais Ktia Barbalho e Cludio Fontoura. Sem dvida, so os

    principais responsveis por todo meu crescimento. Agradeo todo o carinho, apoio,

    educao e compreenso ao longo de toda a minha vida. Agradeo pelos pais

    incomparveis que so e sempre sero!

    A minha irm Tahyn Barbalho e Maria Aparecida, pelas amigas que so. Por

    estarem sempre presentes em todas as horas em que precisei, seja brigando,

    apoiando, rindo ou chorando.

    Ao meu av Gilberto Barbalho, que sempre foi um grande incentivador dos

    meus estudos, me dando todo o apoio e as condies necessrias para que eu

    continuasse a jornada.

    As amigas Ana Marlia Dutra, Juliana Ferreira, Juzianne Paz e Myrna Raquel,

    que desde os tempos da escola esto presentes em minha vida, sendo responsveis

    por grande parte dos meus sorrisos e pelas distraes em semanas aperreadas.

    Obrigada pelo apoio e pelas alegrias!

    Ao meu orientador, Professor Olavo Francisco dos Santos Jnior, meu

    professor desde a graduao, por toda a disposio e envolvimento para que este

    trabalho viesse a vingar. Apesar da distncia devido ao seu ps-doutorado, nunca

    deixou de me acompanhar e ajudar no desenvolvimento do trabalho, sempre

    procurando abrir portas ao meu crescimento profissional. Agradeo pela confiana

    depositada.

  • v

    Ao meu co-orientador, Professor Ricardo Nascimento Flores Severo, pela

    prontido incondicional em me orientar, mesmo nas semanas de Natal e Ano Novo.

    Agradeo por toda dedicao que teve em aperfeioar o trabalho com seus

    conhecimentos desde sua participao na banca de qualificao. Seu

    acompanhamento foi fundamental para o xito alcanado.

    coordenadora do Programa, Professora Ada Cristina Scudelari, pela

    dedicao em elevar a conceituao do mesmo e pela competncia em realizar tal

    tarefa. Sou grata tambm aos professores do Programa de Ps-graduao em

    Engenharia Civil, pelo empenho na transmisso de todos os conhecimentos to

    essenciais.

    Secretria do Programa de Ps-graduao em Engenharia Civil, Rafaella

    Kaline Costa Xavier, pela amizade e auxlio nas tarefas burocrticas exigidas pela

    Fapern e UFRN.

    Aos tcnicos do laboratrio Joo Batista e Paulo Leite pela disposio em me

    ensinar tudo que precisei aprender para a realizao dos ensaios dessa pesquisa e

    pela amizade.

    Aos colegas de mestrado, em especial a Andr Augusto Nbrega e a Luiz Filipe

    Pinheiro, e aos bolsistas do laboratrio que estiveram presentes nessa jornada. Sou

    grata pela amizade e pelos dias agradveis que passei em suas companhias.

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte e ao Programa de Ps-

    graduao em Engenharia Civil pela oportunidade de realizar meus estudos de

    mestrado. Agradeo tambm Fapern e Capes pela concesso da bolsa de estudo.

  • vi

    COMPORTAMENTO TENSO - DEFORMAO E RESISTNCIA AO

    CISALHAMENTO DE UMA AREIA DE DUNA CIMENTADA

    ARTIFICIALMENTE

    Tahyara Barbalho Fontoura

    Professor Orientador: Olavo Francisco dos Santos Junior

    Professor Co-orientador: Ricardo Nascimento Flores Severo

    RESUMO

    Nas ltimas dcadas vrios trabalhos vm sendo realizados no sentido de

    compreender o comportamento dos solos com cimentao (natural ou artificial) entre

    as partculas. As areias, objeto de estudo desse trabalho, geralmente apresentam boa

    capacidade de suporte. Entretanto, muitas vezes se faz necessria a realizao de

    melhoramento do solo, para aumento da capacidade de suporte esttica ou mesmo

    de se considerar o efeito da cimentao natural que ocorre em algumas areias. Para

    isso, necessrio que se compreenda o comportamento mecnico dos solos

    cimentados. O objetivo geral deste estudo foi descrever o comportamento tenso -

    deformao - resistncia de uma areia originria de Dunas de Natal cimentada

    artificialmente atravs de ensaios de compresso simples e ensaios de compresso

    triaxial drenados. Foi avaliada a influncia do teor de cimento, da umidade de

    moldagem, do ndice de vazios e da tenso confinante sobre a resistncia e verificada

    a validade do uso do fator vazios/cimento na estimativa da resistncia compresso

    simples, da resistncia ao cisalhamento em condies drenadas e do comportamento

    tenso-deformao. As amostras dos ensaios de compresso simples foram

    moldadas com diferentes teores de umidade de moldagem (6%, 9% e 12%), diferentes

    teores de cimento (2,5%; 5,0%; 7,5% e 10%) e ndice de vazios de 0,6. Nos ensaios

    de compresso triaxial, todas as amostras foram moldadas na umidade de 6%, com

  • vii

    trs ndices de vazios (0,6; 0,7 e 0,8) e quatro teores de cimento (0,0%; 2,5%; 5,0% e

    7,5%), sendo rompidas sob diferentes tenses confinantes (50, 100, 200 e 300 kPa).

    O agente cimentante utilizado foi o Cimento Portland de Alta resistncia inicial

    resistente aos sulfatos (CP-V ARI RS). Concluiu-se que, a resistncia a compresso

    simples cresce com o aumento do teor de cimento e com a diminuio da umidade de

    moldagem. Quanto a resistncia ao cisalhamento, verificou-se que esta aumenta com

    o aumento da quantidade de cimento e com a diminuio do ndice de vazios.

    Percebeu-se ainda que a variao nos valores de ngulo de atrito se mostrou

    praticamente negligencivel quando comparado com a variao do intercepto coesivo.

    Por fim, foi verificado que o fator vazios/cimento mostrou-se ser um parmetro muito

    eficaz e confivel na previso do comportamento da areia de Natal para dosagem de

    solo-cimento.

    Palavras-chaves: Solo Cimentado; Ensaios Triaxiais; Compresso Simples.

  • viii

    STRESS-STRAIN BEHAVIOR AND SHEAR STRENGTH OF

    ARTIFICIALLY CEMENTED DUNE SAND

    Tahyara Barbalho Fontoura

    Advisor: Olavo Francisco dos Santos Junior

    Co-advisor: Ricardo Nascimento Flores Severo

    ABSTRACT

    In recent decades a number of studies have been conducted in order to understand

    the behavior of soil with cementation (natural or artificial) between particles. The sands

    studied here generally exhibit good bearing capacity. However, it is often necessary to

    improve the soil to increase static support capacity or even to consider the effect of

    natural cementing that occurs in some sands. To that end, it is important to understand

    the mechanical behavior of cemented soils. The general aim of this study was to

    describe stress-strain-strength behavior of artificially-cemented sand from the Dunes

    of Natal, Brazil by means of unconfined compression and drained triaxial compression

    tests. The influence of cement content, molding moisture, void ratio and confining

    stress on strength was assessed and the validity of using the void/cement factor in

    estimating unconfined compressive strength, shear strength in drained conditions and

    stress-strain behavior was determined. Unconfined compression test samples were

    molded using different molding moisture levels (6%, 9% and 12%), different cement

    content (2.5%; 5.0%; 7.5% and 10%) and a void ratio of 0.6. In triaxial compression

    tests, all the samples were molded in 6% moisture with three void ratios (0.6; 0.7 and

    0.8) and four cement contents (0.0%; 2.5%; 5.0% and 7.5%), and rupture occurred

    under different confining stresses (50, 100, 200 and 300 kPa). The cementing agent

    used was high-early-strength Portland cement, with sulphate resistance (CP-V ARI

    RS). It was concluded that unconfined compressive strength rises with an increase in

  • ix

    cement content and a decline in molding moisture. It was found that shear strength

    increases with a rise in the amount of cement and a decrease in void ratio. It was also

    observed that the variation in friction angle values was practically negligible when

    compared to the change in cohesion intercept. Finally, it was found that the

    void/cement factor was a very effective and reliable parameter for predicting the

    behavior of Natal Sand in order to determine the soil-cement dosage.

    Keywords: Cemented Soil; Triaxial Tests; Unconfined Compression.

  • x

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................xii

    LISTA DE TABELAS .................................................................................................xix

    LISTA DE SIGLAS .....................................................................................................xx

    LISTA DE SMBOLOS ..............................................................................................xxi

    Captulo 1 - INTRODUO 1

    1.1. Consideraes iniciais ...................................................................................... 1

    1.2. Relevncia e Justificativa do Trabalho ............................................................. 2

    1.3. Objetivos ........................................................................................................ 4

    1.3.1. Geral ............................................................................................................ 4

    1.3.2. Especficos .................................................................................................. 4

    1.4. Organizao da dissertao ........................................................................... 4

    Captulo 2 REVISO BIBLIOGRFICA 6

    2.1 Solos Estruturados ............................................................................................. 6

    2.2 Solos Cimentados ............................................................................................ 12

    2.2.1 Solos Residuais Naturalmente Cimentados ............................................... 12

    2.2.2 Solos Sedimentares Naturalmente Cimentados ......................................... 14

    2.2.3 Solos Cimentados Artificialmente ............................................................... 16

    Captulo 3 PROGRAMA EXPERIMENTAL, MATERIAIS E MTODOS 30

    3.1. Programa Experimental ................................................................................... 30

    3.2. Materiais .......................................................................................................... 31

    3.2.1. Areia de Natal - RN ................................................................................... 31

    3.2.2. Cimento Portland ....................................................................................... 32

  • xi

    3.2.3. gua destilada ........................................................................................... 35

    3.3. Mtodos ........................................................................................................... 35

    3.3.1. Preparao das amostras ......................................................................... 35

    3.3.2. Caracterizao do solo .............................................................................. 35

    3.3.3. Ensaios de Resistncia a Compresso Simples ....................................... 38

    3.3.4. Ensaios Triaxiais ....................................................................................... 47

    Captulo 4 APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS 63

    4.1. Ensaios de Resistncia a Compresso Simples ............................................ 63

    4.1.1 Comparao da areia de Natal com a areia de Osrio............................... 69

    4.2. Ensaios Triaxiais Drenados na Areia de Natal ............................................... 72

    4.2.1. Parmetros de Resistncia ....................................................................... 88

    4.2.2. Efeito do ndice de vazios e do teor de cimento ........................................ 95

    4.2.3. Efeito da Cimentao e do ndice de vazios na Resistncia

    Mecnica ........................................................................................................... 121

    4.2.4. Dilatncia ................................................................................................. 127

    4.2.5. Efeito da Cimentao na Superfcie de Escoamento Plstico ................. 135

    Captulo 5 - CONCLUSES 138

    5.1 Sugestes para futuras pesquisas ................................................................. 141

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 142

  • xii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1 - Comparao entre o comportamento estruturado e desestruturado

    na compresso isotrpica ou unidimensional (Fonte: Prietto 2004; baseado em:

    Vaughan et al., 1988) .................................................................................................. 8

    Figura 2.2 - Comportamento idealizado de um solo cimentado onde o efeito da

    cimentao preponderante (Prietto, 2004; baseado em Coop; Atkinson, 1993;

    Cuccovilo; Coop, 1999) ............................................................................................. 10

    Figura 2.3 - Comportamento idealizado de um solo cimentado onde o efeito da

    componente friccional preponderante. ................................................................... 11

    Figura 2.4 - Grfico da Resistncia a compresso simples x Grau de cimentao

    .................................................................................................................................. 19

    Figura 2.5 - Grfico da Resistncia a compresso simples x Porosidade ................. 19

    Figura 2.6 - Ajuste do fator vazios/cimento expressa em termos da porosidade e

    do teor volumtrico de cimento (/Civ) ....................................................................... 20

    Figura 2.7 - Resistncia compresso simples x fator vazios/cimento expresso

    em termos da porosidade e do teor de cimento volumtrico. (Cruz, 2008) ............... 21

    Figura 2.8 - Resistncia compresso simples x fator vazios/cimento com

    coeficiente de ajuste das curvas para diversos materiais. SRAB (Solo Residual

    de Arenito Botucatu), CCR (Concreto Compactado com Rolo). (Fonte: Cruz,

    2008). ........................................................................................................................ 22

    Figura 2.9 - Tenso x Fator vazios/cimento da areia de Osrio para as diferentes

    tenses de confinamento (Cruz, 2008). .................................................................... 22

    Figura 2.10 - Tenso-deformao d = 17,2 kN/m; c = 20kPa. A1 = 17,2

    kN/m ......................................................................................................................... 24

    Figura 2.11 - Tenso-deformao C = 5%; c = 20kPa. A1 = 17,2 kN/m, A2 =

    18,0 kN/m e A3 = 18,8 kN/m ................................................................................... 24

    Figura 2.12 - Curvas tenso versus fator vazios/cimento com coeficiente de

    ajuste ......................................................................................................................... 25

    Figura 2.13 - Variao da resistncia compresso simples com a umidade de

    moldagem da mistura solo-cimento (Fonte: Consoli, 2012) ...................................... 26

    Figura 2.14 - Tenso Desviadora x Deformao Axial. (Fonte: Lopes, 2012) ........... 27

    file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391287file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391287file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391287file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391288file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391288file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391288file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391289file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391289file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391292file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391292file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391299file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391299file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391300

  • xiii

    Figura 2.15 - Relao Vv/Vci com a resistncia compresso simples para

    amostras inundadas. (Fonte: Lopes, 2012) ............................................................... 28

    Figura 2.16 - Relao Vv/Vci com a resistncia compresso simples para

    amostras no inundadas. (Fonte: Lopes, 2012) ........................................................ 28

    Figura 2.17 - Relao entre Go/qu e a razo porosidade/cimento para os solos

    cimentados (Areia uniforme e Areia siltosa bem graduada). (Fonte: Consoli et al.,

    2012b) ....................................................................................................................... 29

    Figura 3.1 - Localizao do Parque das Dunas e da UFRN ...................................... 32

    Figura 3.2 - Evoluo mdia da resistncia compresso dos distintos tipos de ..... 34

    Figura 3.3 - Curva da Distribuio Granulomtrica Comparao entre Areia de

    Natal e Areia de Osrio) Baseado em Cruz, 2008 ................................................. 37

    Figura 3.4 - Molde Cilndrico Tripartido ..................................................................... 41

    Figura 3.5 - Sequncia do Procedimento de moldagem das amostras. a) Solo em

    recipiente de Porcelana. b) Mistura do solo com cimento. c) Pesagem das 4

    camadas. d) Material das camadas envolto com plstico. e) Montagem do molde

    e soquete de compactao. f) CP moldado. g) Desmoldagem do CP. ..................... 42

    Figura 3.6 - Cmara mida - a) Cmara mida vazia. b) Cmara mida com

    corpos de prova em cura. c) Detalhe da areia mida e lama bentontica no fundo

    da cmara vistos de cima. ......................................................................................... 44

    Figura 3.7 - Equipamentos utilizados na Compresso Simples ................................ 45

    Figura 3.8 - Corpos de Prova imersos em gua ........................................................ 46

    Figura 3.9 - Corpo de Prova rompido ........................................................................ 47

    Figura 3.10 Representao tenso-deformao no ensaio triaxial ........................ 48

    Figura 3.11 - Esquema de aplicao da tenso desviadora, ou incremento de 1

    .................................................................................................................................. 49

    Figura 3.12 - Vista completa do equipamento utilizado (PAVITEST) ........................ 53

    Figura 3.13 Prensa Wykeham-Farrance. a) Vista completa da Prensa. b)

    Engrenagens e marchas que controlam a velocidade da Prensa ............................. 54

    Figura 3.14 - a) Clula de carga. b) LVDT ................................................................ 54

    Figura 3.15 - Medidor de volume. a) Vista completa do medidor de volume. b)

    Mangueiras que conectam o medidor de volume clula triaxial. ............................ 55

    Figura 3.16 - Componentes do Equipamento PAVITEST. a) Controle Geral de

    Presso. b) Vlvulas reguladoras de presso. c) Clulas de interface. d) Linhas

    de Presso. ............................................................................................................... 56

    file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391308file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391308file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391308file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391308file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391310file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391318file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391318file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391319file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391319file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391319

  • xiv

    Figura 3.17 - Corpo de Prova submerso em gua dentro de um Becker. ................. 57

    Figura 3.18 - Montagem na clula triaxial. a)Colocao do CP na base junto com

    as pedras porosas. b) Colocao da membrana. c) Membrana colocada. d)

    Colocao dos anis fixadores e da mangueira de percolao interna de gua.

    e) Fechando a clula. f) Preenchimento da clula triaxial com gua. ....................... 58

    Figura 3.19 - Amostras depois da ruptura. a) Amostra compacta. b) Amostra fofa.

    .................................................................................................................................. 61

    Figura 4.1 - Grfico da resistncia compresso simples x teor de cimento ........... 65

    Figura 4.2 - Grfico da resistncia compresso simples x teor de umidade de

    moldagem.................................................................................................................. 66

    Figura 4.3 - Resistncia compresso simples pelo inverso do volume de

    cimento ...................................................................................................................... 67

    Figura 4.4 - Resistncia compresso simples x Relao vazios/cimento .............. 68

    Figura 4.5 - Variao da resistncia compresso simples com a umidade de

    moldagem.................................................................................................................. 69

    Figura 4.6 - Grfico da resistncia a compresso simples x fator vazios/cimento

    (Elaborado com os resultados obtidos por Lopes, 2012) .......................................... 70

    Figura 4.7 - Resistncia a compresso simples em funo do fator

    vazios/cimento (Fonte: Cruz,2008) ............................................................................ 71

    Figura 4.8 - Comparao entre a areia de Natal e a areia de Osrio ........................ 72

    Figura 4.9 Tenso Deformao, Variao Volumtrica e Envoltrias para E1

    = 0,6 e C = 0,0% ....................................................................................................... 74

    Figura 4.10 - Tenso Deformao, Variao Volumtrica e Envoltrias para E1

    = 0,6 e C = 2,5% ....................................................................................................... 75

    Figura 4.11 - Tenso Deformao, Variao Volumtrica e Envoltrias para E1

    = 0,6 e C = 5,0% ....................................................................................................... 76

    Figura 4.12 - Tenso Deformao, Variao Volumtrica e Envoltrias para E1

    = 0,6 e C = 7,5% ....................................................................................................... 77

    Figura 4.13 - Tenso Deformao, Variao Volumtrica e Envoltrias para E2

    = 0,7 e C = 0,0% ....................................................................................................... 78

    Figura 4.14 - Tenso Deformao, Variao Volumtrica e Envoltrias para E2

    = 0,7 e C = 2,5% ....................................................................................................... 79

    Figura 4.15 - Tenso Deformao, Variao Volumtrica e Envoltrias para E2

    = 0,7 e C = 5,0% ....................................................................................................... 80

  • xv

    Figura 4.16 - Tenso Deformao, Variao Volumtrica e Envoltrias para E2

    = 0,7 e C = 7,5% ....................................................................................................... 81

    Figura 4.17 - Tenso Deformao, Variao Volumtrica e Envoltrias para E3

    = 0,8 e C = 0,0% ....................................................................................................... 82

    Figura 4.18 - Tenso Deformao, Variao Volumtrica e Envoltrias para E3

    = 0,8 e C = 2,5% ....................................................................................................... 83

    Figura 4.19 - Tenso Deformao, Variao Volumtrica e Envoltrias para E3

    = 0,8 e C = 5,0% ....................................................................................................... 84

    Figura 4.20 - Tenso Deformao, Variao Volumtrica e Envoltrias para E3

    = 0,8 e C = 7,5% ....................................................................................................... 85

    Figura 4.21 - Envoltrias de pico das amostras de solo puro - C = 0,0% .................. 88

    Figura 4.22 - Envoltrias de pico das amostras cimentadas - C = 2,5% ................... 88

    Figura 4.23 - Envoltrias de pico das amostras cimentadas - C = 5,0% ................... 89

    Figura 4.24 - Envoltrias de pico das amostras cimentadas - C = 7,5% ................... 89

    Figura 4.25 - Envoltrias de pico agrupadas pelo ndice de vazios E1 = 0,6 ......... 90

    Figura 4.26 - Envoltrias de pico agrupadas pelo ndice de vazios - E2 = 0,7 ......... 90

    Figura 4.27 - Envoltrias de pico agrupadas pelo ndice de vazios - E3 = 0,8 ......... 91

    Figura 4.28 Grfico Coeso x ndice de vazios ...................................................... 93

    Figura 4.29 Grfico Coeso x Teor de cimento ...................................................... 94

    Figura 4.30 Correlao entre a coeso e o fator vazios/cimento ........................... 95

    Figura 4.31 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 0,0%; c = 50

    kPa ............................................................................................................................ 97

    Figura 4.32 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 2,5%; c = 50

    kPa ............................................................................................................................ 97

    Figura 4.33 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 5,0%; c = 50

    kPa ............................................................................................................................ 98

    Figura 4.34 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 7,5%; c = 50

    kPa ............................................................................................................................ 98

    Figura 4.35 - Tenso-deformao e variao volumtrica E1 = 0,6; c = 50 kPa

    ................................................................................................................................ 100

    Figura 4.36 - Tenso-deformao e variao volumtrica E2 = 0,7; c = 50 kPa

    ................................................................................................................................ 100

    Figura 4.37 - Tenso-deformao e variao volumtrica E3 = 0,8; c = 50 kPa

    ................................................................................................................................ 101

    file:///C:/Users/Tahyara/Desktop/Dropbox%20Tahyara/Dropbox/Dissertao%20Tahyara/DISSERTAO%20CORREO%20-%2030.07.2015.docx%23_Toc426391347

  • xvi

    Figura 4.38 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 0,0%; c = 100

    kPa .......................................................................................................................... 103

    Figura 4.39 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 2,5%; c = 100

    kPa .......................................................................................................................... 103

    Figura 4.40 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 5,0%; c = 100

    kPa .......................................................................................................................... 104

    Figura 4.41 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 7,5%; c = 100

    kPa .......................................................................................................................... 104

    Figura 4.42 - Tenso-deformao e variao volumtrica E1 = 0,6; c = 100

    kPa .......................................................................................................................... 106

    Figura 4.43 - Tenso-deformao e variao volumtrica E2 = 0,7; c = 100

    kPa .......................................................................................................................... 106

    Figura 4.44 - Tenso-deformao e variao volumtrica E3 = 0,8; c = 100

    kPa .......................................................................................................................... 107

    Figura 4.45 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 0,0%; c = 200

    kPa .......................................................................................................................... 109

    Figura 4.46 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 2,5%; c = 200

    kPa .......................................................................................................................... 109

    Figura 4.47 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 5,0%; c = 200

    kPa .......................................................................................................................... 110

    Figura 4.48 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 7,5%; c = 200

    kPa .......................................................................................................................... 110

    Figura 4.49 - Tenso-deformao e variao volumtrica E1 = 0,6; c = 200

    kPa .......................................................................................................................... 112

    Figura 4.50 - Tenso-deformao e variao volumtrica E2 = 0,7; c = 200

    kPa .......................................................................................................................... 112

    Figura 4.51 - Tenso-deformao e variao volumtrica E3 = 0,8; c = 200

    kPa .......................................................................................................................... 113

    Figura 4.52 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 0,0%; c = 300

    kPa .......................................................................................................................... 115

    Figura 4.53 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 2,5%; c = 300

    kPa .......................................................................................................................... 115

    Figura 4.54 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 5,0%; c = 300

    kPa .......................................................................................................................... 116

  • xvii

    Figura 4.55 - Tenso-deformao e variao volumtrica C = 7,5%; c = 300

    kPa .......................................................................................................................... 116

    Figura 4.56 - Tenso-deformao e variao volumtrica E1 = 0,6; c = 300

    kPa .......................................................................................................................... 118

    Figura 4.57 - Tenso-deformao e variao volumtrica E2 = 0,7; c = 300

    kPa .......................................................................................................................... 118

    Figura 4.58 - Tenso-deformao e variao volumtrica E3 = 0,8; c = 300

    kPa .......................................................................................................................... 119

    Figura 4.59 Efeito da cimentao e do ndice de vazios na resistncia mecnica

    das amostras c = 50 kPa ....................................................................................... 121

    Figura 4.60 - Efeito da cimentao e da densidade na resistncia mecnica das

    amostras com c = 100 kPa ................................................................................... 122

    Figura 4.61 - Efeito da cimentao e da densidade na resistncia mecnica das

    amostras com c = 200 kPa ................................................................................... 123

    Figura 4.62 - Efeito da cimentao e da densidade na resistncia mecnica das

    amostras com c = 300 kPa ................................................................................... 124

    Figura 4.63 Curvas tenso versus fator vazios/cimento com coeficiente de

    ajuste ....................................................................................................................... 125

    Figura 4.64 Comparao entre a areia de Osrio e a areia de Natal - c = 200

    kPa .......................................................................................................................... 126

    Figura 4.65 - Tenso-dilatncia das amostras com E1=0,6 e c=0% ....................... 127

    Figura 4.66 - Tenso-dilatncia das amostras com E2=0,7 e c=0% ....................... 128

    Figura 4.67 - Tenso-dilatncia das amostras com E3=0,8 e c=0% ....................... 128

    Figura 4.68 - Tenso-dilatncia das amostras com E1=0,6 e c=2,5% .................... 129

    Figura 4.69 - Tenso-dilatncia das amostras com E2=0,7 e c=2,5% .................... 129

    Figura 4.70 - Tenso-dilatncia das amostras com E3=0,8 e c=2,5% .................... 130

    Figura 4.71 - Tenso-dilatncia das amostras com E1=0,6 e c=5,0% .................... 130

    Figura 4.72 - Tenso-dilatncia das amostras com E2=0,7 e c=5,0% .................... 131

    Figura 4.73 - Tenso-dilatncia das amostras com E3=0,8 e c=5,0% .................... 131

    Figura 4.74 - Tenso-dilatncia das amostras com E1=0,6 e c=7,5% .................... 132

    Figura 4.75 - Tenso-dilatncia das amostras com E2=0,7 e c=7,5% .................... 132

    Figura 4.76 - Tenso-dilatncia das amostras com E3=0,8 e c=7,5% .................... 133

    Figura 4.77 Tenso-Dilatncia de todas as amostras de areia pura. ................... 134

  • xviii

    Figura 4.78 - Tenso-Dilatncia de todas as amostras cimentadas artificialmente.

    ................................................................................................................................ 134

    Figura 4.79 Efeito do teor de cimento na superfcie de escoamento plstico

    para E1 = 0,6 ........................................................................................................... 136

    Figura 4.80 - Efeito do teor de cimento na superfcie de escoamento plstico para

    E2 = 0,7 ................................................................................................................... 136

    Figura 4.81 - Efeito do teor de cimento na superfcie de escoamento plstico para

    E3 = 0,8 ................................................................................................................... 137

  • xix

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 3.1 - Resumo do Programa Experimental ..................................................... 31

    Tabela 3.2 - Composio do cimento Portland de alta resistncia inicial

    (adaptado de ABCP, 2002). ...................................................................................... 33

    Tabela 3.3 Exigncias fsicas e mecnicas do CP-V ARI (Adaptado da NBR

    5733) ......................................................................................................................... 34

    Tabela 3.4 - Distribuio Granulomtrica Comparao entre Areia de Natal e

    Areia de Osrio) Baseado em Cruz, 2008 .............................................................. 36

    Tabela 3.5 - ndices Fsicos Comparao entre Areia de Natal e Areia de

    Osrio) - Baseado em Cruz, 2008 ............................................................................. 38

    Tabela 3.6 - Programa de ensaios de compresso simples ...................................... 40

    Tabela 3.7 - Ensaios de Compresso Simples.......................................................... 40

    Tabela 3.8 Programa de ensaios triaxiais do tipo CID ........................................... 50

    Tabela 3.9 - Ensaios de Compresso Triaxial ........................................................... 51

    Tabela 3.10 - Valores do parmetro B para solos tpicos na saturao (Adaptado

    de Cruz, 2008) ........................................................................................................... 60

    Tabela 4.1 - Resultados dos ensaios de resistncia compresso simples ............. 64

    Tabela 4.2 - Ensaios triaxiais drenados .................................................................... 73

    Tabela 4.3 Parmetros de Resistncia das amostras de solo puro e

    artificialmente cimentado ordenadas pelo teor de cimento. ...................................... 91

    Tabela 4.4 - Parmetros de Resistncia das amostras de solo puro e

    artificialmente cimentado ordenadas pelo ndice de vazios ...................................... 92

    Tabela 4.5 - Ensaios triaxiais drenados c = 50 kPa ............................................. 96

    Tabela 4.6 - Ensaios triaxiais drenados c = 100 kPa ......................................... 102

    Tabela 4.7 - Ensaios triaxiais drenados c = 200 kPa ......................................... 108

    Tabela 4.8 - Ensaios triaxiais drenados c = 300 kPa ......................................... 114

  • xx

    LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    ASTM American Society for Testing and materials

    CID Consolidado isotropicamente drenado

    CP V ARI - RS Cimento Portland de alta resistncia inicial resistente a sulfatos

    FEUP Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

    IFRN Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do RN

    LVDT Linear Variation Displacement Transductor

    NBR Norma Brasileira Registrada

    SUCS Sistema Unificado de Classificao dos Solos

    RCS Resistncia compresso simples

    UFPE Universidade Federal de Pernambuco

    UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

  • xxi

    LISTA DE SMBOLOS

    B Parmetro de poropresso de Skempton

    c Intercepto de coeso

    C Teor de cimento calculado em relao massa do solo seco em

    porcentagem

    Ci Massa de cimento

    Civ Teor volumtrico de cimento expresso em porcentagem

    Cu Coeficiente de uniformidade

    D10 Dimetro efetivo

    e ndice de vazios do solo

    G0 Mdulo cisalhante inicial

    SP Areia mal graduada

    Porosidade ou porosidade da mistura compactada

    /(Civ) Fator vazios/cimento

    p Tenso efetiva normal mdia = (1 + 2 + 3) / 3

    q' Tenso desvio

    qu Resistncia compresso simples ou no confinada

    qmx Resistncia de pico no ensaio triaxial

    Sr Grau de Saturao

    Vci Volume de cimento

    Vv Volume de vazios

  • xxii

    w Teor de umidade

    wsat Teor de umidade de saturao

    Y Ponto de escoamento ou plastificao

    Peso especfico aparente

    w Peso especfico da gua

    d Peso especfico aparente seco

    s Peso especfico dos gros

    a Deformao axial especfica

    v = V/V Deformao volumtrica especfica

    ngulo de atrito

    Massa especfica do solo

    Tenso total ou normal

    c Tenso confinante efetiva

    1 Tenso principal maior

    3 Tenso principal menor

    Tenso cisalhante

    d Tenso desvio

  • 1

    INTRODUO

    1.1. Consideraes iniciais

    Em geral, os solos so formados a partir da meteorizao de uma rocha

    preexistente pela ao de agentes intempricos. Os materiais resultantes desse

    processo quando transportados do seu local de formao e depositados em algum

    outro formam os chamados solos transportados ou sedimentares. Por outro lado,

    quando o produto resultante do intemperismo permanece no local de sua formao, o

    solo assim formado chamado de solo residual.

    Nos solos residuais a formao se d a partir da degradao de uma rocha

    matriz atravs da quebra das ligaes entre seus minerais e da formao de novos

    minerais. Nos solos transportados, a sua formao envolve os processos de eroso,

    transporte, deposio e adensamento sob ao do peso prprio. No caso dos solos

    residuais no h, desde a transformao da rocha em solo, a separao

    individualizada das partculas como ocorre nos solos transportados. Ocorre, no

    entanto, a fragilizao das suas ligaes. Nos solos transportados, a tendncia

    oposta, ou seja, podem ocorrer variaes ps-deposicionais que induzem a formao

    de ligaes entre as partculas. Assim, independentemente da origem dos solos, um

    aspecto marcante no seu esqueleto estrutural e, por conseguinte no seu

    comportamento mecnico so as ligaes entre as partculas, o que pode dar origem

    aos solos cimentados.

    A cimentao pode ser descrita como a cristalizao de material inorgnico

    carreado pela gua, que percola os vazios entre os gros (poros), ocupando-os e

    adicionando ligao entre os gros do material.

    Os modelos utilizados na Mecnica dos Solos Clssica foram desenvolvidos

    considerando que o comportamento dos solos depende essencialmente do ndice de

    vazios e da histria de tenses. Entretanto, em vrias partes do mundo e em particular

    no Brasil, comum a existncia de solos com ligaes entre as partculas.

  • 2

    As peculiaridades do comportamento dos solos cimentados devem-se a fatores

    estruturais herdados da rocha de origem e/ou a existncia de ligao entre as

    partculas, normalmente atravs de cimentao de natureza qumica. Nos problemas

    de engenharia que envolvem solo, como o caso de fundaes de estruturas,

    estabilidade de encostas, obras de terra, dentre outros, um aspecto fundamental para

    o sucesso das solues adotadas diz respeito s suas propriedades mecnicas e

    hidrulicas.

    notvel que os solos cimentados e residuais tm como caracterstica a boa

    capacidade de manter taludes bastante ngremes estveis. Porm, apesar da rigidez

    e resistncia elevadas do solo, tais taludes podem apresentar rupturas que pem em

    risco vidas humanas e infraestruturas. Em funo disso importante considerar a

    cimentao natural que est presente em alguns solos.

    As areias, objeto de estudo desse trabalho, geralmente apresentam boa

    capacidade de suporte esttica. Entretanto, s vezes se faz necessria a realizao

    de melhoramento do solo, para aumento da resistncia e rigidez.

    Dessa forma, pode-se afirmar que o entendimento do comportamento

    mecnico dos solos cimentados, natural ou artificialmente, de grande importncia

    para a engenharia uma vez que o desempenho desses solos repercute diretamente

    no desempenho das obras de engenharia correntes. Alm disso, a soluo de

    problemas geotcnicos que envolvem solos cimentados requer o estabelecimento de

    critrios de anlise, projeto e execuo tecnicamente e economicamente viveis. Isso

    implica na necessidade de prever o comportamento mecnico desses materiais

    cimentados quando submetidos a condies especficas de trabalho.

    1.2. Relevncia e Justificativa do Trabalho

    O comportamento tenso-deformao, a rigidez e a resistncia ao

    cisalhamento de solos cimentados variam com a magnitude e o tipo de ligao entre

    as partculas. O efeito da cimentao assume maior importncia sob baixos nveis de

    tenso, onde a coeso efetiva exerce uma importante funo nas obras de terra.

  • 3

    Essa constatao tem levado ao desenvolvimento de pesquisas no sentido de

    compreender o comportamento desses solos e assim contribuir para a modelagem

    adequada a ser empregada na soluo dos problemas de engenharia geotcnica.

    Entretanto, por ser difcil coletar amostras indeformadas dos solos cimentados

    naturalmente, mais comum o estudo da cimentao atravs de amostras

    artificialmente cimentadas que simulem as condies naturais.

    Alm disso, o melhoramento do solo atravs da cimentao, como tcnica de

    tratamento do solo, tambm pode ser utilizado para aumentar a capacidade de suporte

    do solo para fundaes e obras de terra, como camadas de pavimento em rodovias.

    Esta tcnica tem se tornado uma tecnologia cada vez mais utilizada pois traz

    vantagens tanto do ponto de vista econmico como do ponto de vista ambiental.

    Outro aspecto relevante no estudo da cimentao dos solos o de se

    determinar a porcentagem de agente cimentante artificial a ser adicionado em um solo

    a fim de que venha a adquirir propriedades que garantam melhor comportamento

    mecnico. Um exemplo disso encontrar qual a porcentagem de agente cimentante

    capaz de evitar a liquefao em areais.

    J existem vrios estudos sobre o assunto e muitos aspectos relevantes dos

    solos cimentados vem sendo analisados. Consoli et al (2007) estudaram a influncia

    do teor de cimento, da porosidade e do teor de umidade de moldagem na resistncia

    compresso de misturas de solo cimentado; Viana da Fonseca e Coutinho (2008)

    analisaram a coeso de solos naturalmente cimentados; Cruz (2008) estudou as

    caractersticas mecnicas de uma areia fina artificialmente cimentada (areia de

    Osrio); Severo (2011) estudou o comportamento do solo sedimentar cimentado da

    Ponta do Pirambu nos estados indeformado e cimentado artificialmente. Lopes (2012)

    variou o ndice de vazios e os teores de cimento para realizao de ensaios de

    compresso simples sob condio inundada e no inundada de uma areia de dunas

    da regio de Natal/RN. Realizou tambm ensaios triaxiais no drenados variando as

    tenses confinantes e os teores de cimento.

    Dando continuidade ao estudo iniciado por Lopes (2012), este trabalho

    apresenta contribuio de natureza cientfica, colaborando na obteno de mais

    informaes que ajudaro a compreender melhor o comportamento mecnico da areia

    artificialmente cimentada originria de dunas da regio de Natal.

  • 4

    1.3. Objetivos

    1.3.1. Geral

    O objetivo geral deste estudo consiste em identificar o efeito do ndice de

    vazios, do teor de cimento, da tenso confinante e do teor de umidade de moldagem

    sobre o comportamento tenso - deformao - resistncia de uma areia cimentada

    artificialmente atravs de ensaios de compresso simples e ensaios de compresso

    triaxial drenados (CID).

    1.3.2. Especficos

    Como objetivos especficos destacam-se:

    - Estudar o efeito da umidade de moldagem e do teor de cimento sobre a resistncia

    compresso simples da areia artificialmente cimentada;

    - Identificar o efeito do ndice de vazios sobre a deformao volumtrica e sobre a

    resistncia ao cisalhamento da areia pura;

    - Identificar o efeito do grau de cimentao entre as partculas e do ndice de vazios

    sobre as caractersticas de resistncia ao cisalhamento da areia artificialmente

    cimentada;

    - Obter as superfcies de escoamento plstico das areias pura e artificialmente

    cimentada;

    - Estudar a dilatncia das amostras das areias pura e artificialmente cimentadas;

    - Verificar a validade do uso do fator vazios/cimento na anlise do comportamento

    dos solos cimentados artificialmente.

    1.4. Organizao da dissertao

    Esta dissertao composta por cinco captulos, tendo incio por este captulo

  • 5

    introdutrio (Captulo 1), no qual so apresentados os objetivos, a relevncia e

    justificativa do trabalho e a sua organizao.

    A reviso bibliogrfica sobre solos cimentados exibida no Captulo 2, que

    aborda o comportamento de solos cimentados naturalmente (residuais e

    sedimentares) e solos cimentados artificialmente, mostrando que as ligaes entre

    partculas so comuns em vrios materiais de origem geolgica que vo das argilas

    moles at as rochas brandas. Analisa-se a influncia do grau de cimentao,

    compactao e umidade, na rigidez e na resistncia mecnica de diversos solos

    denominados estruturados.

    O Captulo 3 composto pela caracterizao dos materiais e pela apresentao

    da metodologia e programa experimental desenvolvido. So descritos os

    equipamentos utilizados para a realizao dos ensaios e detalhada a sistemtica

    empregada para a moldagem das amostras, montagem e execuo dos ensaios de

    compresso simples e ensaios de compresso triaxial drenados (CID).

    O captulo 4 composto pelos resultados obtidos a partir dos ensaios

    realizados na pesquisa. Resultados estes que compreendem os ensaios de

    resistncia compresso simples das misturas e os ensaios triaxiais, analisando-se

    o comportamento da matriz de solo que uma areia mdia com adies de cimento

    Portland CP V ARI RS. Juntamente com este estudo, foi realizada uma

    comparao da areia de Natal/RN com a areia de Osrio/RS. Na compresso simples

    foi avaliado o efeito do teor de umidade na resistncia mecnica das amostras

    ensaiadas. Tambm foi relacionado o volume de vazios com o volume de cimento

    utilizado. No caso da compresso triaxial, as variveis analisadas foram o ndice de

    vazios, o grau de cimentao e o efeito de diferentes tenses confinantes no

    comportamento tenso deformao da mistura de areia e cimento e de solo puro.

    Tambm so discutidos o efeito do ndice de vazios das amostras e do teor de cimento

    da mistura sobre a resistncia ao cisalhamento e sobre o comportamento volumtrico.

    Tambm foram analisadas a dilatncia e as superfcies de escoamento plstico.

    E por fim, no Captulo 5 so expostas as concluses deste estudo, bem como

    recomendaes e sugestes para futuras pesquisas.

  • 6

    REVISO BIBLIOGRFICA

    Nas ltimas dcadas foram desenvolvidos muitos trabalhos com o objetivo de

    compreender o efeito da estrutura e das ligaes entre as partculas do solo sobre o

    seu comportamento mecnico. Nos estudos experimentais so realizados ensaios de

    compresso simples, ensaios triaxiais, ensaios de cisalhamento direto e ensaios de

    trao. Os trabalhos abordam o comportamento de solos residuais cimentados

    naturalmente, solos sedimentares com cimentao natural e artificialmente

    cimentados. Diante disso, apresenta-se a seguir uma reviso de alguns desses

    trabalhos.

    2.1 Solos Estruturados

    Leroueil e Vaughan (1990) procuraram demonstrar que ligaes entre

    partculas so comuns em vrios materiais de natureza geolgica. Assim, apesar de

    serem tratados como casos especiais, os solos que apresentam algum tipo de ligao

    entre partculas aparecem com mais frequncia do que normalmente se supe.

    Segundo esses autores, verifica-se a presena de ligaes em argila mole, argila rija,

    solos granulares, solos residuais, rochas brandas e em rochas intemperizadas. Tais

    ligaes podem resultar de vrios processos, tais como, soluo e deposio de slica

    nos contatos entre partculas em areias, soldagem a frio (cold welding) nos contatos

    sob elevados nveis de tenso, da deposio de carbonatos, hidrxidos e matria

    orgnica em soluo, da cristalizao de minerais durante o intemperismo, da

    modificao da camada de gua adsorvida e da fora de atrao interpartculas em

    solos argilosos.

    De acordo com Leroueil e Vaughan (1990), essas ligaes apresentam

    importante efeito no comportamento de engenharia desses materiais e que apesar da

    natureza complexa das ligaes, esses efeitos podem ser descritos de uma maneira

  • 7

    simples e geral, bem como, sua descrio pode ser includa nos conceitos gerais da

    Mecnica dos Solos. Os autores usaram o termo estruturado para a descrio

    desses tipos de solos.

    A estrutura proporciona ao solo, quando este comparado ao mesmo material

    no estado reconstitudo (desestruturado), resistncia e rigidez notadamente

    superiores e modifica a relao entre as tenses efetivas mdias e o volume de vazios,

    permitindo o equilbrio para estados volumtricos impossveis de serem sustentados

    sem a presena da estrutura. Este aspecto ilustrado na Figura 2.1 para o

    comportamento na compresso isotrpica ou unidimensional (PRIETTO, 2004).

    Vaughan et al. (1988), citados por Leroueil e Vaughan (1990), apresentam

    esquematicamente um modelo para o comportamento de solos estruturados sob

    carregamento unidimensional ou isotrpico (Figura 2.1). O modelo prope duas

    regies no grfico tenso versus ndice de vazios: a regio limitada pela linha do

    estado mais fofo do solo para o seu estado desestruturado (linha de compresso

    virgem intrnseca), e a regio alm desta linha na qual o solo pode existir somente

    devido a sua estrutura. No espao permitido para todos os estados estruturais as

    deformaes so somente elsticas, independentemente da resistncia da estrutura,

    permanecendo rgido at a plastificao (ponto Y), onde, a partir de ento, com o

    incremento de tenso e consequente quebra progressiva da estrutura, apresentar

    maiores deformaes em direo ao estado desestruturado. A posio do ponto de

    plastificao Y depender da resistncia da estrutura (Rotta, 2005).

    Justamente por essa similaridade de comportamento em materiais to distintos,

    que vo desde argilas at as rochas brandas, e da difcil identificao da origem da

    estrutura, a literatura muitas vezes apresenta solo estruturado, solo cimentado,

    bonded soil, etc. como sinnimos de um solo que apresenta uma estrutura que lhe

    confere determinado comportamento. Porm, cabe salientar que nem todo solo

    estruturado apresenta cimentao entre as partculas (Rotta, 2005).

  • 8

    Leroueil e Vaughan (1990) demonstraram que a resposta tenso-deformao

    de materiais geotcnicos estruturados depende fundamentalmente do estado inicial

    do material em relao superfcie de plastificao e linha de estado crtico no

    estado desestruturado. Com base nisso, Coop e Atkinson (1993) descreveram o

    comportamento idealizado de um solo cimentado, Figura 2.2, dividindo-o em trs

    diferentes classes. A primeira Classe de comportamento (3, na Figura 2.2) ocorre

    quando a amostra ultrapassa o seu ponto de plastificao durante a compresso

    isotrpica; o cisalhamento, neste caso, produz um comportamento similar ao da

    amostra no cimentada. A segunda classe de comportamento (2, na Figura 2.2) ocorre

    para um estado de tenses efetivas intermedirio, no qual a quebra das cimentaes

    se d durante o cisalhamento; a resistncia governada basicamente pela

    Figura 2.1 - Comparao entre o comportamento estruturado e desestruturado na compresso isotrpica ou unidimensional (Fonte: Prietto 2004; baseado em: Vaughan et al., 1988)

  • 9

    componente friccional do solo, agora no cimentado; a curva tenso-deformao deve

    apresentar um pronunciado ponto de plastificao aps um trecho aparentemente

    elstico. Na terceira classe (1, na Figura 2.2) a amostra cisalhada a baixos nveis de

    tenso efetiva em relao ao grau de cimentao; um pico ocorre a pequenas

    deformaes e para tenses bem acima da superfcie de estado limite do solo no

    cimentado. Todas as classes, a grandes deformaes convergem para a linha de

    estado crtico do solo desestruturado. O comportamento idealizado apresentado na

    Figura 2.2 verificado nos casos em que h predominncia na estrutura do solo da

    cimentao sobre a componente friccional. Para o caso de predominncia da

    componente friccional, quando o comportamento do material governado pela

    dilatncia, Cuccovillo e Coop (1999) sugerem o padro de comportamento mostrado

    na Figura 2.3. Neste caso, picos de resistncia e comportamento tenso-deformao

    linear so obtidos somente para baixas tenses confinantes (1, na Figura 2.3);

    compresso e quebra de partculas estariam limitadas a altas tenses de

    confinamento (3, na Figura 2.3). Para tenses confinantes intermedirias, o

    comportamento tenso-deformao pode ser linear no incio do cisalhamento

    tornando-se no-linear aps a quebra da cimentao (2a, na Figura 2.3), ou ser

    totalmente no-linear (2b, na Figura 2.3). Em ambos os casos, o pico governado

    pela dilatncia do material (Prietto, 2004).

  • 10

    Figura 2.2 - Comportamento idealizado de um solo cimentado onde o efeito da cimentao preponderante (Prietto, 2004; baseado em Coop; Atkinson, 1993; Cuccovilo; Coop, 1999)

  • 11

    Figura 2.3 - Comportamento idealizado de um solo cimentado onde o efeito da componente friccional preponderante.

    (Prietto, 2004; baseado em Cuccovillo; Coop, 1999)

  • 12

    2.2 Solos Cimentados

    Solos cimentados so aqueles materiais que contm algum agente cimentante

    ligando suas partculas de solo. Esses materiais encontram-se numa faixa

    intermediria entre solos e rochas, em termos de porosidade, resistncia e

    compressibilidade (LEROUEIL & VAUGHAN, 1990). Cuccovillo e Coop (1999)

    propuseram que o comportamento do solo cimentado pode ser coesivo ou friccional,

    dependendo da combinao entre o grau de cimentao e o nvel de tenses mdias

    efetivas.

    2.2.1 Solos Residuais Naturalmente Cimentados

    De acordo com Vaughan (1985), o comportamento observado nos resultados

    de ensaios realizados em solos residuais compatvel com aquele obtido em solos

    que apresentam ligaes fracas entre as partculas. Nos solos residuais essas

    ligaes so herdadas da rocha de origem ou formadas por cimentao desenvolvida

    no processo de intemperismo.

    Lee e Coop (1995) afirmam que, mesmo sem a presena de agentes

    cimentantes, as partculas de alguns solos residuais podem ser mantidas juntas

    devido ao embricamento (interlocking) existente numa escala microscpica. Esse

    embricamento resulta da ausncia de eroso e transporte na gnese dos solos

    residuais, o que implica na formao de partculas angulares a sub-angulares. Em

    outros casos, como quando se trata de minerais argilosos, as ligaes entre as

    partculas so feitas atravs de foras eletrostticas.

    Lee e Coop (1995) estudaram o comportamento de solos residuais de granito

    atravs de ensaios sobre amostras reconstitudas (solo desestruturado) e concluram

    que, no caso de amostras saturadas, esse comportamento pode ser descrito pela

    Mecnica dos Solos dos Estados Crticos. Alm disso, observou que as deformaes

    volumtricas plsticas de compresso ocorrem, principalmente, devido quebra de

    partculas. No caso dos solos estudados, o processo de quebra se d na separao

  • 13

    das amlgamas existentes nas partculas e na quebra ao longo de fissuras

    preexistentes. Os autores destacam que esse processo bastante diferente do que

    ocorre no caso de areias carbonticas e areias silicosas, onde a quebra resulta do

    fraturamento individual das partculas.

    Viana da Fonseca e Coutinho (2008) analisaram a cimentao em solos

    naturais e concluram que a coeso no um simples conceito. Como mencionado

    por Santamarina (1997) e atualizado por Locat et al. (2003), a coeso de solo pode vir

    de vrias fontes. Seis so apontadas por autores mais recentes. A primeira devida

    a foras eletrostticas fornecida pela resistncia ao contato, atrao de Van der Waals

    e foras da dupla camada, relacionadas a concentrao inica dos fluidos nos poros

    (somente em solos coesivos). A segunda a cimentao, que a aderncia qumica.

    A terceira a aderncia de partculas de argila ao redor de partculas maiores de silte

    ou areia, tambm chamadas clay bonding. A quarta a cimentao de contato

    desenvolvida com o tempo e presso. A quinta resulta da interao da matria

    orgnica com partculas, principalmente fibras, as quais podem atrair partculas a

    partir de sequncias de agregados maiores. A sexta fonte da coeso causada pela

    suco (ou poro-presso negativa em condies parcialmente saturadas) as quais

    podem resultar em coeso aparente.

    Viana da Fonseca e Coutinho (2008) destacam como fontes principais: a

    adeso e cimentao de contato. O trabalho citado observa, contudo, que alguns

    sinais de coeso no so reais, mas reflexos decorrentes de outros fenmenos:

    cisalhamento no drenado - quando a velocidade de carregamento exceder a

    velocidade de dissipao da poro-presso; dilatncia - a tendncia de um solo para

    dilatar que diretamente relacionada densidade e diminui com o aumento do

    confinamento; excentricidade das partculas - que mostram o comportamento ps-pico

    e bandas de cisalhamento, mesmo em amostras mais fofas.

    Estudos realizados por Sandroni e Macarini (1981) em um solo residual de

    gnaisse mostraram que o mesmo pode apresentar dois tipos de comportamento

    tenso deformao (identificados como tipo A e tipo B). No comportamento tipo A, o

    solo apresenta um pico de resistncia bem definido que ocorre para pequenas

    deformaes. Em termos de variao de volume, o solo apresenta uma leve

    compresso inicial seguido de expanso. No comportamento tipo B, o solo atinge a

  • 14

    resistncia mxima com grandes deformaes, associadas a compresso volumtrica

    significativa. O primeiro tipo de comportamento foi obtido em ensaios triaxiais

    realizados com baixos nveis de tenso confinante, independentemente da

    profundidade da amostra (e consequentemente do grau de intemperismo). Para nveis

    elevados de tenso confinante, apresentaram comportamento tipo B as amostras

    coletadas mais prximas superfcie, enquanto que aquelas obtidas a maiores

    profundidades mostraram comportamento tipo A.

    Santos Jr. et al (2004) apresentaram e discutiram os resultados de ensaios

    triaxiais drenados e no drenados executados no solo residual da encosta do

    Soberbo, no Rio de Janeiro. O solo apresentou comportamento dilatante sob baixos

    nveis de tenso e compressivo sob nveis mais elevados. Esse comportamento foi

    atribudo a efeitos estruturais herdados da rocha de origem (ligaes entre as

    partculas). Nesse trabalho, os resultados dos ensaios foram analisados luz da teoria

    dos estados crticos, tendo ainda sido identificada a superfcie de escoamento

    plstico, abaixo da qual o solo apresenta comportamento elstico e acima o

    comportamento plstico.

    2.2.2 Solos Sedimentares Naturalmente Cimentados

    Em geral, a maioria dos solos sedimentares apresenta algum grau de

    cimentao. Nos solos sedimentares saturados, ela pode ser muito pequena, fruto de

    um arranjo entre partculas, por efeito das foras fisico-qumicas naturais dos

    minerais-argila. Em outros a cimentao tem grande importncia, principalmente

    naqueles que permanecem acima do lenol fretico aps sua formao, sofrendo

    lixiviao tanto das guas da chuva como da elevao do nvel da gua subterrneo

    que age dissolvendo os sais presentes e depositando-os com nova estrutura qumica

    quando se evaporam (Severo, 2011).

    Clough et al (1981) analisaram o comportamento de areias cimentadas

    (naturais e artificiais) por meio de ensaios triaxiais, compresso simples e de trao.

    Mostraram que o aumento da intensidade da cimentao resulta no aumento da

    rigidez e da resistncia de pico. Propuseram ainda que o arranjo interno e o tamanho

  • 15

    das partculas tambm exercem forte influncia na rigidez e na resistncia de pico.

    Constataram tambm que os solos com maior porcentagem de finos e melhor

    distribuio granulomtrica so mais resistentes que aqueles com poucos finos e mal

    graduados. Dessa forma, concluram que h maior nmero de pontos de contato entre

    as partculas no solo, permitindo maior vnculo cimentante. Comparando os solos

    artificialmente cimentados com aqueles que possuem cimentao natural, os

    resultados foram muito semelhantes. Observaram ainda que a cimentao das areias

    no modifica o ngulo de atrito significativamente, aumentando apenas o intercepto

    de coeso e a resistncia a trao.

    Ensaios triaxiais convencionais e segundo vrias trajetrias de tenses

    realizados em amostras com cimentao calcrea natural realizados por Airey (1993)

    mostraram que o grau de cimentao aumentou o mdulo de cisalhamento e a tenso

    de escoamento plstico.

    Severo (2011) estudou o comportamento mecnico de solos sedimentares da

    Formao Barreiras, na falsia da Ponta do Pirambu no municpio de Tibau do Sul

    RN. Estudos anteriores indicavam que estabilidade das falsias do litoral do Rio

    Grande do Norte garantida pela cimentao natural entre partculas. Seu estudo

    teve como objetivo a caracterizao geotcnica da falsia e a anlise da influncia da

    cimentao do solo no seu comportamento. Severo (2011) estudou o solo nos estados

    indeformado e cimentado artificialmente atravs de ensaios triaxiais. Foi constatado

    que para as tenses efetivas estudadas, a resistncia ao cisalhamento de solos

    naturalmente e artificialmente cimentados pode ser representada por uma envoltria

    reta de Mohr-Coulomb, definida por uma coeso, que funo da cimentao e por

    um ngulo de atrito que parece ser pouco afetado pela cimentao. Os resultados

    sugerem a existncia de um estado ltimo que parece no ser afetado pela

    cimentao, onde a tenso desvio se aproxima de um valor constante com o aumento

    da deformao axial.

  • 16

    2.2.3 Solos Cimentados Artificialmente

    Clough et al (1979) fizeram ensaios de compresso simples e de compresso

    triaxial para estudar o comportamento de um solo arenoso estabilizado com a injeo

    de slica em gel. Os resultados dos ensaios mostraram que o aumento da

    concentrao de agente cimentante no gel aumenta a resistncia do solo. O efeito da

    estabilizao do silicato est no fato de transmitir rigidez e coeso ao solo, uma vez

    que o ngulo de atrito em solos melhorados com cimento ou agentes cimentantes,

    como o caso, no so alterados significativamente. Sendo assim, concluram que

    componentes do Graute; presso confinante; taxa de carregamento; processo de cura

    da amostra; tempo de cura da amostra e granulometria do solo afetam diretamente a

    estabilizao de solos por silicatos injetados na forma de graute.

    Dupas e Pecker (1979) estudaram uma areia artificialmente cimentada, com o

    objetivo de estabilizar um material para suporte de uma obra. Para isso, realizaram

    ensaios triaxiais, considerando situaes estticas e dinmicas. Analisando os

    resultados obtidos, concluram que a coeso aumentou com o teor de cimento e com

    o peso especfico seco, mas o ngulo de atrito no sofreu alterao.

    Coop e Atkinson (1993) com base em ensaios realizados sobre areias

    carbonticas cimentadas artificialmente mostraram que a direo da trajetria de

    tenses, as condies de drenagem e a tenso confinante afetam a resistncia de

    pico. Os resultados indicaram tambm que o comportamento tenso deformao

    das amostras cimentadas depende da posio inicial do estado de tenso do solo em

    relao a superfcie de escoamento plstico das ligaes.

    Das et al (1995) realizaram ensaios para determinao da resistncia a trao

    (Ensaio Brasileiro) e de compresso simples em amostras de areias cimentadas

    artificialmente. Os resultados mostraram que a resistncia a trao e a compresso

    aumentam com o aumento do teor de cimento, enquanto que as deformaes na

    ruptura diminuem tanto na trao como na compresso.

    Rotta et al (2001) apresentaram interessante abordagem para o estudo do

    comportamento de solos cimentados. No estudo foram analisados os efeitos do ndice

    de vazios e do nvel de cimentao sobre o comportamento de solo cimentado

  • 17

    artificialmente. Os resultados mostraram que h expanso da superfcie de

    escoamento e aumento da coeso com a diminuio do ndice de vazios e com o

    aumento do teor de cimento. Por outro lado, o ngulo de atrito no sofreu alterao.

    Schnaid et al. (2001), estudaram um solo arenoso cimentado artificialmente

    realizando ensaios de compresso simples. Observaram que a resistncia

    compresso obtida nesse tipo de ensaio uma medida direta do grau de cimentao.

    Mostraram ainda que a resistncia obtida em ensaios triaxiais pode ser expressa

    como sendo composta de duas variveis: do ngulo de atrito do material

    desestruturado e da resistncia compresso simples.

    Prietto (2004) estudou a resistncia e a dilatncia de solos cimentados,

    apresentando aspectos do seu comportamento mecnico (areia siltosa residual de

    arenito Botucatu do municpio de So Leopoldo-RS, areia fina quartzosa de Osrio-

    RS e Argila silto-arenosa sedimentar do municpio de Cachoeirinha-RS) e concluiu

    que, de forma geral, o comportamento tenso-deformao de um solo cimentado pode

    ser descrito como sendo inicialmente rgido, aparentemente linear, at um ponto de

    plastificao bem definido, a partir do qual o solo experimenta deformaes plsticas

    crescentes at a ruptura, que ocorre de modo frgil para a faixa de tenses efetivas

    mdias iniciais estudadas (20 a 500 kPa). O comportamento ps-pico observado

    sugere a existncia de um estado ltimo onde a tenso desvio e as deformaes

    volumtricas se tornam estveis com a deformao axial.

    Todos os aspectos analisados do comportamento mecnico do solo

    artificialmente cimentado foram, em maior ou menor grau, influenciados pela variao

    do grau de compactao, da tenso efetiva mdia inicial e do ndice de vazios. Em

    alguns aspectos, como a resposta na resistncia compresso no confinada, por

    exemplo, verificou-se uma forte interao entre estas variveis, isto , o efeito de uma

    delas sobre o comportamento do material era dependente do nvel da outra varivel.

    A anlise e interpretao dos resultados de compresso isotrpica indicam que aps

    a progressiva degradao do material cimentado h uma lenta, porm efetiva,

    convergncia para o estado reconstitudo (PRIETTO, 2004).

    Consoli et al (2007) estudaram a influncia do teor de cimento, da porosidade

    e do teor de umidade de moldagem na resistncia compresso de misturas de uma

    areia argilosa de Porto Alegre e cimento. O estudo teve como objetivo desenvolver

  • 18

    critrios para dosagens desse tipo de mistura em melhoramento do solo. Os

    resultados mostraram que a resistncia compresso aumenta linearmente com o

    teor de cimento e exponencialmente medida que a porosidade diminui como

    possvel observar nas Figuras 2.4 e 2.5. A variao do teor de umidade de moldagem

    tambm exerce influncia marcante na resistncia compresso de misturas

    preparadas com o mesmo peso especfico seco.

    De acordo com Consoli et al. (2007), o fator vazios/cimento, definido pela razo

    entre a porosidade da mistura compactada (n) e o teor volumtrico de cimento (Civ),

    quando ajustado por um expoente, tem se mostrado adequado para avaliao da

    resistncia compresso simples e compresso triaxial para os solos j estudados

    e apresenta grande utilidade no projeto e controle de execuo de camadas de solos

    tratadas com cimento. Para o solo estudado, a relao /Civ foi ajustada por um

    expoente igual a 0,28, conseguindo um coeficiente de correlao de 0,97 (Figura 2.6).

    Cruz (2008) estudou as caractersticas mecnicas de areia fina artificialmente

    cimentada, com o objetivo de verificar a validade do uso do fator vazios/cimento na

    estimativa da resistncia compresso simples, rigidez inicial, resistncia

    compresso triaxial em condies drenadas com medidas de G0, comportamento

    tenso-dilatncia e comportamento tenso-deformao da areia de Osrio. Segundo

    Cruz (2008), o fator vazios/cimento um parmetro eficaz e confivel quanto a

    previso de comportamento de material para dosagem de solo cimento em projetos

    geotcnicos. Para o solo estudado, a relao /Civ foi ajustada por um expoente igual

    a 1, conseguindo um coeficiente de correlao de 0,98 (Figura 2.7).

  • 19

    Figura 2.4 - Grfico da Resistncia a compresso simples x Grau de cimentao (Consoli et al., 2007)

    Figura 2.5 - Grfico da Resistncia a compresso simples x Porosidade (Consoli et al., 2007)

  • 20

    Figura 2.6 - Ajuste do fator vazios/cimento expressa em termos da

    porosidade e do teor volumtrico de cimento (/Civ)

    (Fonte: Consoli et al., 2007)

  • 21

    Figura 2.7 - Resistncia compresso simples x fator vazios/cimento expresso em termos da porosidade e do teor de cimento volumtrico. (Cruz, 2008)

    Cruz (2008) tambm concluiu que quanto maior a granulometria do solo,

    utilizando-se como referncia o D10 dos materiais, maior o expoente de ajuste no

    denominador do fator vazios/cimento (n/(Civ)expoente) nas curvas qu x n/(Civ)expoente

    (Figura 2.8). Cruz (2008) tambm ajustou as curvas para diferentes tenses desvios

    como mostrado na Figura 2.9 para a areia de Osrio.

  • 22

    Figura 2.8 - Resistncia compresso simples x fator vazios/cimento com coeficiente de ajuste das curvas para diversos materiais. SRAB (Solo Residual de Arenito Botucatu), CCR (Concreto

    Compactado com Rolo). (Fonte: Cruz, 2008).

    Figura 2.9 - Tenso x Fator vazios/cimento da areia de Osrio para as diferentes tenses de

    confinamento (Cruz, 2008).

  • 23

    Cruz e Consoli (2010) apresentaram uma metodologia de dosagem de um

    solo cimentado submetido trao. A metodologia de dosagem que os autores

    propuseram foi utilizar uma dosagem baseada na resistncia e no fator

    vazios/cimento. Este por sua vez, atravs de uma curva, relaciona dois parmetros

    da mistura, o primeiro parmetro a porosidade, que indica o grau de compactao

    do material, o segundo o volume de cimento, que indica a quantidade de cimento.

    Com base nesta curva pode-se especificar a dosagem baseada na resistncia

    desejada, ou vice-versa, pode-se especificar a resistncia em funo de uma

    dosagem pr-definida. O material utilizado no estudo foi a areia de Osrio cimentada,

    material muito utilizado na regio de Porto Alegre e vizinhana. A areia de Osrio

    uma areia fina com granulometria uniforme e a ela foi acrescentado cimento Portland

    CPV-ARI. Foram realizados ensaios de resistncia trao por compresso diametral

    no material, para quantidades de cimento que variam de 1 a 9%, para uma mistura

    com 10% de teor de umidade de moldagem. Como resultado obtiveram a curva do

    fator vazios/cimento versus resistncia trao por compresso diametral. Mostraram

    que a referida curva pode ser utilizada na dosagem desses materiais com excelente

    acuidade em obras de engenharia em que a metodologia apresentada seja adequada.

    Severo (2011) constatou que, para as amostras de areia argilosa latertica

    cimentadas artificialmente, quanto maior a cimentao das amostras, maior a tenso

    desvio; e quanto maior o peso especfico aparente seco, para um mesmo teor de

    cimento, a tenso desvio tambm aumentar (Figuras 2.10 e 2.11). A variao da

    densidade das amostras provocou um aumento tanto da coeso, quanto do ngulo de

    atrito. Entretanto, a variao do teor de cimento das amostras no provocou

    claramente um aumento do ngulo de atrito, para os teores de cimento e densidades

    estudados.

  • 24

    Figura 2.10 - Tenso-deformao d = 17,2 kN/m; c = 20kPa. A1 = 17,2 kN/m

    (Fonte: Severo, 2011)

    Figura 2.11 - Tenso-deformao C = 5%; c = 20kPa. A1 = 17,2 kN/m, A2 = 18,0 kN/m e A3 = 18,8 kN/m

    (Fonte: Severo, 2011)

    Severo (2011) tambm mostrou que o fator vazios/cimento expresso por

    (n/(Civ)expoente) foi vlido na anlise da resistncia compresso simples e ao

    compresso triaxial. A Figura 2.12 apresenta um grfico expressando as curvas

    tenso x fator vazios/cimento para cada tenso confinante utilizada. Os coeficientes

    de correlao variaram entre 0,9492 para tenso efetiva de confinamento de 20 kPa

    e 0,9802 para tenso efetiva de 100 kPa, com expoente de ajuste de 0,60 para as trs

    curvas. O coeficiente obtido foi menor do que solos de granulometria mais grossa j

    estudados, ratificando os trabalhos de Consoli et al. (2007) e Cruz (2008). De acordo

    Peso Especfico Aparente Seco - A1

    0

    400

    800

    1200

    1600

    0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00

    ea (%)

    q (

    kP

    a)

    2%

    3,5%

    5%

    5% Cimento

    0

    400

    800

    1200

    1600

    2000

    2400

    2800

    3200

    3600

    0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00

    ea (%)

    q (

    kP

    a)

    A1

    A2

    A3

  • 25

    com esses estudos, quanto maior a granulometria do solo, maior o expoente de

    ajuste no denominador do fator vazios/cimento (n/(Civ)expoente) nas curvas q x

    n/(Civ)expoente.

    Figura 2.12 - Curvas tenso versus fator vazios/cimento com coeficiente de ajuste

    (Fonte: Severo, 2011)

    Consoli et al. (2012a) estudaram a influncia do teor de umidade de moldagem

    na resistncia mecnica de uma areia artificialmente cimentada utilizando o fator /Civ.

    A areia utilizada foi coletada da regio de Osrio, no sul do Brasil. Foram avaliados 4

    teores de umidade, 3 ndices de vazios e 4 teores de cimento e realizados ensaios de

    compresso simples. Os resultados mostraram que o teor de umidade de moldagem

    da mistura solo-cimento apresenta grande influncia sobre a resistncia final do solo

    melhorado. O aumento do teor de umidade provocou uma queda na resistncia

    compresso simples da mistura (Figura 2.13). Em mdia, uma queda de 2% no teor

    q = 473135[n/(Civ)0,60]-1,903

    R2 = 0,9492

    q = 409515[n/(Civ)0,60]-1,7901

    R2 = 0,9802

    q = 151154[n/(Civ)0,60]-1,372

    R2 = 0,9732

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    3000

    3500

    15 20 25 30 35

    n/(Civ)0,60

    q (

    kP

    a)

    20 kPa

    100 kPa

    300 kPa

  • 26

    de umidade provocou um aumento de 10% na resistncia compresso. Este

    comportamento foi observado para os diferentes teores de cimento (3%, 5%, 7% e

    9%), e os diferentes ndices de vazios utilizados (0,65; 0,73 e 0,81) (CONSOLI, 2012).

    Figura 2.13 - Variao da resistncia compresso simples com a umidade de moldagem da mistura solo-cimento (Fonte: Consoli, 2012)

  • 27

    Lopes (2012) estudou a utilizao de cimento no melhoramento das

    propriedades mecnicas da areia originria de Dunas da regio de Natal. Foram

    avaliadas as influncias do teor de cimento, do ndice de vazios, da inundao e da

    tenso confinante. Para tal, foi necessria a realizao de ensaios de compresso

    simples e ensaios de compresso confinada no drenados. Lopes (2012) concluiu

    que, para os ensaios triaxiais, quanto maior a tenso confinante e a quantidade de

    cimento adicionado areia, maior a sua resistncia final, como mostra a Figura 2.14.

    Da mesma forma, quanto menor o ndice de vazios, mais resistente ela se

    apresentar. Nos graus de cimentao adotados, a utilizao de diferentes critrios

    de ruptura no alterou significativamente os valores de ngulo de atrito. Para os

    ensaios de compresso simples, os resultados foram analisados em funo da relao

    Vv/Vci. Tanto para as amostras inundadas como para aquelas no inundadas, quanto

    menor o coeficiente Vv/Vci, maior a resistncia. Assim, as Figuras 2.15 e 2.16 evidenciam

    que quanto mais cimento ou quanto menos vazios, maior ser a resistncia do solo. Alm

    disso, foi observado que os valores de resistncia para amostras no inundadas se

    apresentaram ligeiramente maiores.

    Figura 2.14 - Tenso Desviadora x Deformao Axial. (Fonte: Lopes, 2012)

  • 28

    Figura 2.15 - Relao Vv/Vci com a resistncia compresso simples para amostras inundadas.

    (Fonte: Lopes, 2012)

    Figura 2.16 - Relao Vv/Vci com a resistncia compresso simples para amostras no inundadas.

    (Fonte: Lopes, 2012)

    Consoli et al. (2012b) estudaram acerca dos parmetros-chave para o controle

    da resistncia e rigidez dos solos cimentados, utilizando dois solos diferentes. O

    primeiro solo uma areia siltosa, derivada de granito intemperizado, obtido da regio

    do Porto, Norte de Portugal. O segundo solo uma areia obtida da regio de Osrio,

    Porto Alegre, no sul do Brasil. O estudo mostrou a influncia do teor de cimento e da

    porosidade sobre o mdulo de cisalhamento inicial e (Go) e sobre a resistncia a

    compresso (qu). Foi concludo que a relao porosidade/cimento um parmetro

  • 29

    adequado para avaliar tanto a rigidez inicial quanto a resistncia compresso

    simples das misturas de solo-cimento estudadas e que cada solo tem uma relao

    nica G0/qu x porosidade/cimento, relacionando rigidez e resistncia (Figura 2.17).

    Figura 2.17 - Relao entre Go/qu e a razo porosidade/cimento para os solos cimentados (Areia uniforme e Areia siltosa bem graduada). (Fonte: Consoli et al., 2012b)

    Rios et al. (2013) analisaram a influncia do tamanho dos gros e da

    mineralogia do solo sobre o expoente () que ajusta a relao (/Civ), muito til para

    analisar solos artificialmente cimentados. Para isso, o solo derivado do granito da

    regio de Porto, Portugal (conhecido como Areia Siltosa do Porto) foi dividido em 3

    fraes diferentes, cuja distribuio do tamanho dos gros e mineralogia eram

    conhecidos. Os expoentes () foram obtidos correlacionando a relao (/Civ) com o

    mdulo cisalhante mximo e com a resistncia a compresso simples. Os resultados

    mostram que a distribuio de tamanhos de gros explica parte da variao de , mas

    a mineralogia e a forma das partculas parecem ter uma influncia mais decisiva.

  • 30

    PROGRAMA EXPERIMENTAL, MATERIAIS E

    MTODOS

    3.1. Programa Experimental

    O programa experimental foi preparado com o objetivo de identificar as

    caractersticas de resistncia, analisar a influncia da intensidade das ligaes entre

    as partculas sobre a superfcie de escoamento plstico e validar o uso do fator

    Vazios/Cimento (/Civ) na dosagem da mistura solo-cimento.

    Foram realizados ensaios de caracterizao do material estudado, incluindo a

    verificao do teor de umidade higroscpico do solo, granulometria, ndices de vazios

    mximo e mnimo e massa especfica do solo e do cimento. A segunda parte do estudo

    compreendeu o entendimento das caractersticas mecnicas do material, com a

    realizao de ensaios de resistncia compresso simples (RCS). Na terceira parte

    do estudo realizaram-se ensaios triaxiais, que mostraram o comportamento do

    material quando su