5
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA Especialização em Ciências da Linguagem em EaD Disciplina: A Cibercultura Professora: Beliza Áurea de Melo Tutor: Roncalli Dantas Pinheiro Aluno: José Wellisten Abreu de Souza 1 - Faça a relação entre Matrix e o ciberespaço, enfatizando a questão do real. A Matrix é um outro mundo criado por computadores para manter o controle dos seres humanos. O ciberespaço, com base nas discussões que tivemos até o momento na disciplina (nos fóruns), bem como as leituras sugeridas, também pode ser compreendido como outro espaço ou mundo em que o ser humano manifesta suas relações de comunicação e relacionamento sem a presença física. Assim como o Neo, que para entrar na Matrix precisava “acessar” aquele mundo, nós precisamos acessar o ciberespaço via computadores, celulares, ipad e afins. A primeira pergunta que somos levados a nos fazer nesta relação entre a Matrix e o ciberespaço é qual desses mundos é real? Ou se a realidade existe? Parece que, da mesma forma que os personagens do filme, estamos sendo escravizados pelas máquinas de tal forma que estar desconectado, perder a rede, perder a conta do facebook é não mais existir (ou não existir por algumas horas). Outra conjectura que podemos fazer é que os idealizadores das

Tarefa Final

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Respostas às perguntas da disciplina A Cibercultura na Especialização CLEAD

Citation preview

Page 1: Tarefa Final

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBAEspecialização em Ciências da Linguagem em EaD

Disciplina: A CiberculturaProfessora: Beliza Áurea de MeloTutor: Roncalli Dantas Pinheiro

Aluno: José Wellisten Abreu de Souza

1 - Faça a relação entre Matrix e o ciberespaço, enfatizando a questão do real.

A Matrix é um outro mundo criado por computadores para manter o

controle dos seres humanos. O ciberespaço, com base nas discussões que

tivemos até o momento na disciplina (nos fóruns), bem como as leituras

sugeridas, também pode ser compreendido como outro espaço ou mundo em

que o ser humano manifesta suas relações de comunicação e relacionamento

sem a presença física. Assim como o Neo, que para entrar na Matrix precisava

“acessar” aquele mundo, nós precisamos acessar o ciberespaço via

computadores, celulares, ipad e afins.

A primeira pergunta que somos levados a nos fazer nesta relação entre

a Matrix e o ciberespaço é qual desses mundos é real? Ou se a realidade

existe? Parece que, da mesma forma que os personagens do filme, estamos

sendo escravizados pelas máquinas de tal forma que estar desconectado,

perder a rede, perder a conta do facebook é não mais existir (ou não existir por

algumas horas). Outra conjectura que podemos fazer é que os idealizadores

das redes sociais e os programadores, assim como os humanos personagens

do filme Matrix, estão construindo/construíram algo que sequer imaginam o

alcance, algo realmente gigantesco e, até certo ponto, sem controle.

A realidade do ciberespaço (em alguns aspectos) é mais atraente do que

a realidade do nosso mundo físico, tanto que, algumas pessoas, não

conseguem mais dissociar qual papel devem exercer, como se a imagem do

espelho criada pela transfiguração do nome em “nick” ou perfil desse

superpoderes para desviar de tiros como se a noção espaço temporal fosse

subjugada.

Page 2: Tarefa Final

No filme, a Matrix é uma realidade do sonho, fantasiosa na qual a

humanidade se sente completa, vive feliz, e não percebe que está sendo

escravizada. Grosso modo, em síntese, as relações não parecem muito

diferentes das enfrentadas por nós a cada dia ao abrirmos um sem número de

abas no ciberespaço. A despeito dos problemas sociais, pensamos viver num

mundo individual (virtual) perfeito, mantido por bens de consumo e pacotes de

sentimentos fugazes fornecidos pelas "fábricas de sonhos" do capitalismo

mundial.

2 - Que relações você faz entre Alice, o mito da Caverna e a canção  Pela Internet?

Acho que a primeira analogia que podemos fazer está para a relação de

entrada em um "mundo novo". A entrada da Alice “toca do coelho adentro”, o

ato de “criar [s]eu website/ fazer [sua] homepage” [grifos meus], como sugere a

música de Gilberto Gil, bem como a visualização da luz em meio às sombras

por parte do personagem da Caverna possuem zonas de contato muito íntimas.

As janelas, links, hiperlinks da internet são as "prateleiras" que a Alice

viu entrando na "toca do coelho". Em alguns momentos, precisamos provar "do

bolo", visando ampliar nossos horizontes, bem como beber "do líquido da

garrafa" e controlar nossas expectativas, como se nos preparássemos para a

realidade do ciberespaço, assim como fizera Alice. Dito de outro modo, é

necessário subir em “um barco que veleje nesse informar”, nos arriscando a

sair da caverna em que vivíamos, sendo preciso “necessidade de hábito para

chegar a ver as coisas na região superior”.

As relações entre Alice e seu “mundo enfadonho”, as relações entre os

homens acorrentados na caverna, e as pessoas que pretendem migrar do CEP

ao endereço do e-mail retratadas na música Pela Internet, são, grosso modo,

as mesmas: a possibilidade de viverem novas vidas (talvez melhores), mesmo

que seja a partir do nonsense, mesmo porque é este novo mundo (alegórico

em alguns aspectos), o mundo que escolhemos para ser nosso (ou é o que

queremos que seja o real).

3 – Como classificar o texto de Gilberto Gil Pela Internet como hipertexto? Analise.

Page 3: Tarefa Final

O compositor baiano faz referência às tecnologias em relação à internet,

fazendo várias menções à internet e ao computador, utilizando termos comuns

a este espaço, como “web site”, “homepage”, “gigabyte”, “hot-link”, “hacker”.

Tomando hipertexto como o texto no qual se pode interconectar/“linkar”

ideias, informações, através de referências retomadas pela leitura do texto

principal, observemos o seguinte verso da música Pela Internet: “Com quantos

gigabytes se faz uma jangada", a relação que podemos fazer é com o ditado

popular: "com quantos paus se faz uma canoa". Esse jogo (intertextual) lembra

a noção de hiperlinks comuns ao hipertexto (a nova janela que abre).

Ao passo que navegamos na internet e seu caldeirão de informações,

levados pelos links que nos fazem velejar, os quais se associam a outros e

outros indefinidamente, a música Pela Internet estabelece muitas relações, ou

seja, supera (como se o compositor estivesse dando, a cada verso, um novo

click) a noção de linearidade, quebrando com a sequencialidade, como se se

desse uma construção coletiva (uma verdadeira colcha de retalhos) de

inúmeras informações.

Na apresentação da visão sobre a Internet, meio de comunicação

mundial que vem revolucionando nossos hábitos de obtenção e transmissão de

informações, o compositor trabalha a “construção da colcha”, por assim dizer,

poeticamente: o verbo "navegar" é uma metáfora para a atividade de entrar em

contato com as informações disponíveis via Internet. Esta palavra se relaciona

aos vocábulos: velejar, jangada, barco, vazante, maré, mar, porto, rede

distribuídos pelos versos da música. A amplitude espacial abarcada pela

Internet é comparada a países e regiões longínquas: Taipé, Calcutá, Helsinqui,

Connecticut, Nepal, Gabão, Milão, Japão. A partir do vocábulo "vírus",

referindo-se a programas que atacam e destroem informações, cria-se uma

associação com Macmilícia de Milão, hacker mafioso, polícia carioca. Logo,

podemos concluir que, assim como um hipertexto em que se estabelecem

várias relações multimodais, a música de Gilberto Gil se revela como uma

verdadeira superposição de links e informações, as quais precisam ser

retomadas para o entendimento geral da música.