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    A TARIFA DE ENERGIA ELTRICA DASCONCESSIONRIAS DE DISTRIBUIO

    PARTE A

    Prof GENSIO BETIOL JNIOR

    So Paulo, 2012

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    SUMRIO

    INTRODUO

    CLASSIFICAO DA UNIDADES CONSUMIDORAS DE ENERGIA EL

    COMPOSIO DA TARIFA DE ENERGIA ELTRICA

    ESTRUTURA TARIFRIA

    MODALIDADES TARIFRIAS

    BANDEIRAS TARIFRIASRESOLUO HOMOLOGATRIA

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    INTRODU O

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    Entre as dcadas de 70 e 90: havia uma nica tarifa de energia eltrica em

    todo o Brasil (regime de equalizao).

    As concessionrias tinham direito a uma remunerao garantida porquevigia o regime de regulao pelo custo do servio. reas de concesso que obtivessem remunerao superior garantidarecolhiam o excedente a um fundo do qual as distribuidoras comrentabilidade inferior garantida retiravam a diferena.O valor da tarifa garantia a remunerao das concessionrias,independentemente de sua eficincia, e as empresas no lucrativas eram

    mantidas por aquelas que davam lucro, e tambm, pelo Governo Federal.Esse modelo no incentivava as empresas a buscarem eficincia, poistodo o custo era pago pelo consumidor.Favorecia a inadimplncia entre distribuidoras e geradoras, alm daconsequente falta de capacidade econmico-financeira para a realizao

    de novos investimentos.

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    Em 1993, a Lei n 8.631 extinguiu o mecanismo de equalizao tarifria,

    pondo fim uniformizao tarifria e remunerao garantida.

    E na sequncia, em 1995, a Lei n 8.987 garantiu o equilbrio econmico-financeiro s concesses de distribuio de energia eltrica.

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    A tarifa passou a ser definido pelo preo da proposta vencedora dalicitao e preservado pelas regras de reviso previstas na Lei, noedital e no contrato de concesso.

    O valor da tarifa ficou atrelado s caractersticas especficas decada rea de concesso, ou seja:

    nmeros de consumidores;quilmetros de rede;tamanho do mercado;custo da energia comprada; etributos estaduais e outros.

    Por concesso entende-se como sendo o territrio geogrficoonde cada empresa contratualmente obrigada a fornecerenergia eltrica. Se essa rea coincide com a de um Estado, atarifa nica naquela unidade federativa. Caso contrrio, tarifasdiferentes coexistem dentro do mesmo estado (ex. So Paulo).

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    A Lei n 9.074/1995 (Lei das concesses) estabeleceu as normas paraoutorga e prorrogaes das concesses e permisses de serviospblicos. Assim, todas as distribuidoras firmaram o contrato deconcesso no qual est estabelecido o novo regime tarifrio.

    A Lei n 9.427/1996 criou a ANEEL e lhe atribui a definio das tarifas deuso dos sistemas de distribuio e de transmisso (TUSD e TUST).

    A Resoluo Normativa ANEEL n 166/2005 , estabelece as disposies

    consolidadas relativas ao clculo da Tarifa de Uso dos Sistemas deDistribuio (TUSD) e da Tarifa de Energia Eltrica (TE).

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    A Agncia Nacional de Energia Eltrica - ANEEL uma autarquia em regimeespecial, vinculada ao Ministrio de Minas e Energia - MME e criada pela Lei n

    9.427/1996. Tem as seguintes atribuies em conformidade com as Polticas eDiretrizes do Governo Federal:regular e fiscalizar a gerao, a transmisso, a distribuio e acomercializao da energia eltrica, atendendo reclamaes de agentes econsumidores com equilbrio entre as partes e em beneficio da sociedade;

    mediar os conflitos de interesses entre os agentes do setor eltrico eentre estes e os consumidores;conceder, permitir e autorizar instalaes e servios de energia;garantir tarifas justas;zelar pela qualidade do servio;

    exigir investimentos;estimular a competio entre os operadores; e assegurar a universalizao dos servios.

    A misso da ANEEL proporcionar condies favorveis paraque o mercado de energia eltrica se desenvolva com equilbrio

    entre os agentes e em benefcio da sociedade.

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    CL A SSIFICA O DA S UNIDA DES

    CONSUMIDORA S DE ENERGIAEL TRICA

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    CICLO DE FATURAMENTO: perodo correspondente ao faturamento de determinadaunidade consumidora, conforme intervalo de tempo estabelecido na REN n 414/2010.

    DEMANDA: mdia das potncias eltricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema

    eltrico pela parcela da carga instalada em operao na unidade consumidora, duranteum intervalo de tempo especificado, expressa em quilowatts (kW) e quilovolt-ampre-reativo (kVAr), respectivamente.

    DEMANDA CONTRATADA: demanda de potncia ativa a ser obrigatria e continuamentedisponibilizada pela distribuidora, no ponto de entrega, conforme valor e perodo devigncia fixados em contrato, e que deve ser integralmente paga, seja ou no utilizadadurante o perodo de faturamento, expressa em quilowatts (kW).

    DEMANDA FATURVEL: valor da demanda de potncia ativa, considerada para fins defaturamento, com aplicao da respectiva tarifa, expressa em quilowatts (kW).

    DEMANDA MEDIDA: maior demanda de potncia ativa, verificada por medio,integralizada em intervalos de 15 (quinze) minutos durante o perodo de faturamento.

    DEFINIES(Segundo a Resoluo Normativa ANEEL n 414/2010)

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    DISTRIBUIDORA: agente titular de concesso ou permisso federal para prestar oservio pblico de distribuio de energia eltrica. Tambm denominada deconcessionria .

    EFICINCIA ENERGTICA: procedimento que tem por finalidade reduzir o consumo deenergia eltrica necessrio realizao de um determinado trabalho, excetuado o usode energia proveniente de matria-prima no utilizada, em escala industrial, na matrizenergtica.

    ENERGIA ELTRICA ATIVA: aquela que pode ser convertida em outra forma de energia,expressa em quilowatts-hora (kWh).

    ENERGIA ELTRICA REATIVA: aquela que circula entre os diversos campos eltricos emagnticos de um sistema de corrente alternada, sem produzir trabalho, expressa emquilovoltampre-reativo-hora (kVArh).

    ESTRUTURA TARIFRIA: conjunto de tarifas, aplicadas ao faturamento do mercado dedistribuio de energia eltrica, que refletem a diferenciao relativa dos custosregulatrios da distribuidora entre os subgrupos, classes e subclasses tarifrias, deacordo com as modalidades e postos tarifrios.

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    FATOR DE CARGA: razo entre a demanda mdia e a demanda mxima da unidadeconsumidora ocorridas no mesmo intervalo de tempo especificado.

    FATOR DE DEMANDA: razo entre a demanda mxima num intervalo de tempoespecificado e a carga instalada na unidade consumidora.

    FATOR DE POTNCIA: razo entre a energia eltrica ativa e a raiz quadrada da soma dosquadrados das energias eltricas ativa e reativa, consumidas num mesmo perodoespecificado.

    FATURA: documento comercial que apresenta a quantia monetria total que deve serpaga pelo consumidor distribuidora, em funo do fornecimento de energia eltrica,da conexo e uso do sistema ou da prestao de servios, devendo especificarclaramente os servios fornecidos, a respectiva quantidade, tarifa e perodo defaturamento.

    GRUPO A: grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento emtenso igual ou superior a 2,3 kV, ou atendidas a partir de sistema subterrneo dedistribuio em tenso secundria, caracterizado pela tarifa binmia.

    GRUPO B: grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento emtenso inferior a 2,3 kV, caracterizado pela tarifa monmia.

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    MODALIDADE TARIFRIA: conjunto de tarifas aplicveis s componentes de consumo deenergia eltrica e demanda de potncia ativas, considerando as seguintes modalidades:

    a) modalidade tarifria convencional monmia : aplicada s unidades consumidorasdo grupo B, caracterizada por tarifas de consumo de energia eltrica,independentemente das horas de utilizao do dia;

    b) modalidade tarifria horria branca : aplicada s unidades consumidoras do grupoB, exceto para o subgrupo B4 e para as subclasses Baixa Renda do subgrupo B1,caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia eltrica, de acordocom as horas de utilizao do dia;

    c) modalidade tarifria convencional binmia : aplicada s unidades consumidoras dogrupo A, caracterizada por tarifas de consumo de energia eltrica e demanda depotncia, independentemente das horas de utilizao do dia;

    d) modalidade tarifria horria verde : aplicada s unidades consumidoras do grupo A,caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia eltrica, de acordocom as horas de utilizao do dia, assim como de uma nica tarifa de demanda depotncia; e

    e) modalidade tarifria horria azul : aplicada s unidades consumidoras do grupo A,caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia eltrica e dedemanda de potncia, de acordo com as horas de utilizao do dia.

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    POSTO TARIFRIO: perodo de tempo em horas para aplicao das tarifas de formadiferenciada ao longo do dia, considerando a seguinte diviso:

    a) posto tarifrio ponta : perodo composto por 3 (trs) horas dirias consecutivasdefinidas pela distribuidora considerando a curva de carga de seu sistema eltrico,aprovado pela ANEEL para toda a rea de concesso ou permisso, com exceofeita aos sbados, domingos, tera-feira de carnaval, sexta-feira da Paixo, CorpusChristi, e os seguintes feriados:

    01 de janeiro - Confraternizao Universal21 de abril Tiradentes01 de maio - Dia do Trabalho07 de setembro Independncia12 de outubro - Nossa Senhora Aparecida02 de novembro Finados15 de novembro - Proclamao da Repblica25 de dezembro Natal

    b) posto tarifrio intermedirio : perodo de horas conjugado ao posto tarifrio ponta,sendo uma hora imediatamente anterior e outra imediatamente posterior, aplicadopara o Grupo B;

    c) posto tarifrio fora de ponta : perodo composto pelo conjunto das horas diriasconsecutivas e complementares quelas definidas nos postos ponta e, para o GrupoB, intermedirio.

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    POTNCIA ATIVA: quantidade de energia eltrica solicitada por unidade de tempo,

    expressa em quilowatts (kW).POTNCIA DISPONIBILIZADA: potncia que o sistema eltrico da distribuidora devedispor para atender aos equipamentos eltricos da unidade consumidora, segundo oscritrios estabelecidos na RES n 414/2010, e configurada com base nos seguintesparmetros:

    a) unidade consumidora do grupo A : a demanda contratada, expressa em quilowatts(kW); e

    b) unidade consumidora do grupo B : a resultante da multiplicao da capacidadenominal de conduo de corrente eltrica do dispositivo de proteo geral daunidade consumidora pela tenso nominal, observado o fator especfico referenteao nmero de fases, expressa em quilovolt-ampre (kVA).

    RAMAL DE LIGAO: conjunto de condutores e acessrios instalados pela distribuidoraentre o ponto de derivao de sua rede e o ponto de entrega.

    RAMAL DE ENTRADA: conjunto de condutores e acessrios instalados pelo consumidorentre o ponto de entrega e a medio ou a proteo de suas instalaes.

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    REDE BSICA: instalaes de transmisso do Sistema Interligado Nacional SIN, depropriedade de concessionrias de servio pblico de transmisso, definida segundocritrios estabelecidos na regulamentao da ANEEL.

    SISTEMA DE MEDIO: conjunto de equipamentos, condutores, acessrios e chaves queefetivamente participam da realizao da medio de faturamento.

    SUBESTAO: parte do sistema de potncia que compreende os dispositivos demanobra, controle, proteo, transformao e demais equipamentos, condutores eacessrios, abrangendo as obras civis e estruturas de montagem.TARIFA: valor monetrio estabelecido pela ANEEL, fixado em R$ (Reais) por unidade deenergia eltrica ativa ou da demanda de potncia ativa, sendo:

    a) tarifa de energia TE: valor monetrio unitrio determinado pela ANEEL, emR$/MWh, utilizado para efetuar o faturamento mensal referente ao consumo de

    energia; eb) tarifa de uso do sistema de distribuio TUSD: valor monetrio unitrio

    determinado pela ANEEL, em R$/MWh ou em R$/kW, utilizado para efetuar ofaturamento mensal de usurios do sistema de distribuio de energia eltrica pelouso do sistema.

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    TARIFA BINMIA DE FORNECIMENTO: aquela que constituda por valores monetriosaplicveis ao consumo de energia eltrica ativa e demanda faturvel.

    TARIFA MONMIA DE FORNECIMENTO: aquela que constituda por valor monetrioaplicvel unicamente ao consumo de energia eltrica ativa, obtida pela conjuno dacomponente de demanda de potncia e de consumo de energia eltrica que compem atarifa binmia.

    TENSO PRIMRIA DE DISTRIBUIO: tenso disponibilizada no sistema eltrico dadistribuidora, com valores padronizados iguais ou superiores a 2,3 kV.

    TENSO SECUNDRIA DE DISTRIBUIO: tenso disponibilizada no sistema eltrico dadistribuidora, com valores padronizados inferiores a 2,3 kV.

    UNIDADE CONSUMIDORA: conjunto composto por instalaes, ramal de entrada,

    equipamentos eltricos, condutores e acessrios, includa a subestao, quando dofornecimento em tenso primria, caracterizado pelo recebimento de energia eltricaem apenas um ponto de entrega, com medio individualizada, correspondente a umnico consumidor e localizado em uma mesma propriedade ou em propriedadescontguas.

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    GRUPO ASubgrupos:

    GRUPO BSubgrupos:

    CLASSIFICAO DAS UNIDADES CONSUMIDORAS

    a) definidos segundo a TENSO DEATENDIMENTO, exceo feita ao subgrupo AS.

    b) obedece a lgica de CLASSE DE ATENDIMENTO.

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    Determinados Subgrupos possuem ainda uma diviso por Subclasse , queproduz diferenas tarifrias.

    Classe

    Subclasse

    Classe e Subclasse do Grupo B (Subgrupo B1):

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    Classe

    Subclasse

    Classe e Subclasse do Grupo B (Subgrupo B2):

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    Classe

    Subclasse

    Classe e Subclasse do Grupo B (Subgrupo B4):

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    A distribuidora deve classificar a UC de acordocom a atividade nela exercida e a finalidade dautilizao da energia eltrica.

    A distribuidora deve analisar todos os elementosde caracterizao da UC, objetivando a aplicaoda tarifa a que o consumidor tiver direito.

    A aplicao das tarifas deve observar as classes esubclasses.

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    COMPOSI O DA TA RIFA DEENERGIA EL TRICA

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    A TARIFA DE ENERGIA ELTRICA DEVE SER SUFICIENTE:

    para garantir o fornecimento de energia com qualidade; epara assegurar aos prestadores de servios (Concessionrios)recursos suficientes para cobrir:

    custos operacionais eficientes;

    remunerar investimentos necessrios para expandir a capacidade;garantir boa qualidade de atendimento.

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    O QUE EST EMBUTIDO NO CUSTO DA ENERGIA ELTRIC

    QUE CHEGA AOS CONSUMIDORES? obrigao da concessionria levar a energia eltrica aos seusconsumidores.Os custos decorrentes devem ser cobertos pela tarifa de energia.

    A conta de luz inclui o ressarcimento de trs custos distintos:

    Ou seja, a tarifa deve ser suficiente para cobrir:a compra de energia (remunerao do gerador);o uso do sistema de a transmisso (custos da empresa transmissora);o uso do sistema de a distribuio (servio prestado pela distribuidora); e

    os encargos e tributos determinados por lei (Governos).

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    O QUE SO ENCARGOS SETORIAIS, PARA QUE SERVEM E

    COMO SO CDALCULADOS?So contribuies definidas em leis aprovadas pelo Congresso Nacional,utilizadas para fins especficos. Esses Encargos so:

    CCC - Conta de Consumo de Combustveis;CDE - Conta de Desenvolvimento Energtico;TFSEE - Taxa de Fiscalizao de Servios de Energia Eltrica;PROINFA Programa de Incentivo s Fontes Alternativas de EnergiaEltrica;RGR - Reserva Global de Reverso;ESS - Encargos de Servios do Sistema;P&D - Pesquisa e Desenvolvimento e Eficincia Energtica;ONS - Operador Nacional do Sistema;CFURH - Compensao Financeira pelo Uso de Recursos Hdricos; e

    EER - Encargo de Energia de Reserva.

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    Encargo : Conta de Consumo de Combustveis (CCC) .Base legal : Lei n 5.899/197 e Lei n 12.111/2009.Finalidade : custear o combustvel usado por usinas termeltricas para gerarenergia nos sistemas isolados, localizados na regio Norte.Forma de clculo : calcula-se a diferena entre o custo total da gerao deenergia necessria para atender os sistemas isolados e o custo mdio da gerao

    Equivalente Comercializada no ambiente regulado (sistema interligado). Essadiferena rateada entre todos os consumidores de energia do pas.

    Encargo : Conta de Desenvolvimento Energtico (CDE) .Base legal : Lei n 10.438/2002.Finalidade : dentre outras finalidades, serve para subsidiar as tarifas de energiados consumidores de baixa renda e universalizar o atendimento por meio doPrograma Luz para Todos (levar energia a cidados que ainda no tem).Forma de clculo : o custo rateado por todos os consumidores atendidos peloSistema Interligado Nacional (SIN). O valor das cotas calculado pela ANEEL.

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    Encargo : Taxa de Fiscalizao de Servios de Energia Eltrica (TFSEE) .

    Base legal : Lei n 9.427/1996. Decreto n 2.410/1997.Finalidade : custear o funcionamento da ANEEL.Forma de clculo : a TFSEE paga por todos os consumidores de energiaeltrica. O impacto aproximado desse encargo nas contas de energia de 0,28%.

    Encargo : PROINFA Programa de Incentivo s Fontes Alternativas deEnergia Eltrica .Base legal : Lei n 10.438/2002. Decreto n 5025/2004.Finalidade : incentivar a gerao de energia a partir de fontes alternativas (elicas

    e biomassa) e de pequenas centrais hidreltricas.Forma de clculo : rateio dos custos e da energia eltrica gerada por meio doprograma, levando em considerao o Plano Anual elaborado pela CentraisEltricas Brasileiras S/A (ELETROBRAS).

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    Encargo : Reserva Global de Reverso (RGR) .

    Base legal : Decreto n 41.019/1957. Lei n 5.899/1973.Finalidade : gerar recursos para reverso das instalaes utilizadas na gerao etransporte de energia em favor das concessionrias, alm de financiar a expansoe melhoria do servio de energia eltrica.Forma de clculo : seu valor anual equivale a 2,5% dos investimentos efetuados

    pela concessionria em ativos vinculados prestao do servio de eletricidade,limitado a 3,0% de sua receita anual. pago mensalmente pelas concessionriasde Distribuio, Gerao e Transmisso. Administrada pela ELETROBRAS.

    Encargo : Encargos de Servios do Sistema (ESS) .Base legal : Decreto n 2.655/1998.Finalidade : aumentar a confiabilidade e a segurana da oferta de energia no pas.Forma de clculo : o custo apurado mensalmente pela Cmara deComercializao de Energia Eltrica e pago por todos os consumidores aos

    agentes de gerao.

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    Encargo : Compensao Financeira pela Utilizao de Recursos Hdricos(CFURH).

    Base legal : Constituio Federal de 1988.Finalidade : compensar financeiramente a Unio, Estados e Municpios pelo uso dagua e de terras produtivas necessrias instalao de usinas de energia eltrica.Forma de clculo : a CFURH corresponde a 6,75% do valor total de energiamensal produzida por usina (em MWh), multiplicado pela Tarifa Atualizada deReferncia (TAR). Do total arrecadado, 45% so destinados aos Municpiosatingidos pelos reservatrios das usinas, 45% so distribudos aos Estados, e 10%so repassados Unio (3% ao MMA, 3% ao MME e 4% para o FNDCT).

    Os governos brasileiro e paraguaio recebem uma compensao financeira,denominada royalties, pela utilizao do potencial hidrulico do Rio Paran para aproduo de energia eltrica na UHE Itaipu. Os chamados ROYALTIES so devidosmensalmente desde que a Itaipu comeou a comercializar energia,em maro/85, conforme Tratado de Itaipu assinado em 26 de abril de 1973.A sistemtica de distribuio dos ROYALTIES semelhante a da compensaofinanceira, utilizando-se o valor da energia estabelecido no Tratado de Itaipu,

    atualizado pela taxa de cmbio do dlar no dia do pagamento.

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    Encargo : Encargo de Energia de Reserva (EER) .Base legal : Lei n 10.848/2004. Resoluo Normativa n 337/2008.Finalidade : cobrir custos decorrentes da contratao de energia de reserva,incluindo os custos administrativos, financeiros e tributrios.Forma de clculo : rateio entre os usurios finais de energia eltrica do SistemaInterligado Nacional (SIN), incluindo os consumidores livres e os autoprodutoresapenas na parcela da energia decorrente da interligao ao SIN. definidomensalmente pela Cmara de Comercializao de Energia Eltrica (CCEE),segundo frmula prevista em resoluo da ANEEL.

    Cada encargo determinado por lei justificvel se avaliadoindividualmente. Entretanto, quando considerados em

    conjunto impactam a tarifa.

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    O QUE SO TRIBUTOS E PARA QUE SERVEM?

    Na conta de luz (fatura) esto presentes tributos federais, estaduaise municipais.

    As distribuidoras de energia incluem os tributos (PIS, Cofins, ICMS e

    CIP) e emitem a fatura de energia eltrica que os consumidorespagam.

    As distribuidoras apenas recolhem e repassam esses tributos sautoridades competentes pela sua cobrana.

    So pagamentos compulsrios devidos ao poder pblico, a partirde determinao legal, e que asseguram recursos para que oGoverno desenvolva suas atividades.

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    Exemplo de clculo do PIS/Cofins:

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    TRIBUTO ESTADUAL: Imposto sobre a Circulao de

    Mercadorias e Servios ICMS(art. 155 CF/1988). Incide sobre asoperaes relativas circulao de mercadorias e servios, e decompetncia dos governos estaduais e do DF.

    A distribuidora realiza a cobrana do ICMS direto na fatura erepassa integralmente ao Governo Estadual. O seu clculo feitopor dentro .

    TRIBUTOS MUNICIPAIS: Contribuio para Custeio do Serviode Iluminao Pblica CIP (art. 149-A CF/1988).

    atribuda ao Poder Pblico Municipal toda e qualquerresponsabilidade pelos servios de projeto, implantao, expanso,operao e manuteno das instalaes de iluminao pblica (art.21 da Resoluo Normativa ANEEL n 414/2010).

    A concessionria apenas arrecada a taxa de iluminao pblica e

    repassa ao municpio.

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    TRIBUTOS APLICVEIS AO SETOR ELTRICO

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    As concessionrias de energia eltrica assinaram com aUnio (Poder Concedente), desde 1995, um contrato deconcesso , que um documento pblico e acessvel pelapgina da Agncia na internet www.aneel .gov.br .

    Nesse contrato esto fixadas:as regras para a prestao doservio de distribuio deenergia eltrica; etrs mecanismos de correodas tarifas:

    QUAIS MECANISMOS SO UTILIZADOS PARA A CORRE

    DA TARIFA DE ENERGIA ELTRICA?

    http://www.aneel.gov.br/http://www.aneel.gov.br/http://www.aneel.gov.br/http://www.aneel.gov.br/http://www.aneel.gov.br/http://www.aneel.gov.br/http://www.aneel.gov.br/http://www.aneel.gov.br/
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    COMO SE DEFINE O VALOR DA TARIFA DE ENERGIA?OS MECANISMOS DE CORREO SO APLICADOS PARA:

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    Imagine-se como sndico de um condomnio que precisa determinar o valor dataxa mensal a ser paga pelos moradores. Voc arcar com custos como gua eimpostos, que, na realidade, so apenas divididos entre os condminos.Existiro ainda outros custos, como pagamento de pessoal, material de limpezae obras, passveis de controle para que se gaste mais ou menos, de acordocom as necessidades do condomnio. Assim, voc ter de aplicar asdisposies do estatuto do condomnio para arrecadar de cada morador umvalor que, somado ao pago pelos demais, compor uma receita capaz de cobriras despesas do condomnio e deixar uma sobra para obras e investimentos.

    Em certa medida, isso tambm se aplica ao rgo regulador na definio dastarifas de energia. A ANEEL, seguindo dispositivos do contrato de concesso, fixa valores que,somados, representam uma receita suficiente para que a concessionria cubraseus custos eficientes e possa realizar investimentos prudentes para amanuteno da qualidade do servio.

    Para entender como esses mecanismos so aplicados para manter oequilbrio econmico-financeiro das concessionrias, acompanhe o

    raciocnio abaixo:

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    Parcela A (custos no-gerenciveis) , so apenas repassados paraa tarifa de energia e independem da gesto da empresa distribuidora.

    Parcela B (custos gerenciveis) , so administrados pela prpriadistribuidora. Fazem parte dessa parcela as despesas de operao emanuteno (O&M), a cota de depreciao e a remunerao dosinvestimentos.

    A receita requerida da empresa (receita do servio dedistribuio), pode ser dividida em dois conjuntos de repasse de

    custos:

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    Classificao de custos

    Gerao

    Consumidor

    Transmisso

    Encargos Setoriais

    Distribuio

    $

    $

    $

    $

    Operao e manutenodo sistema eltrico eatendimento aos clientesRemunerao edepreciao sobre os

    ativo

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    a) REAJUSTE TARIFRIO ANUAL - RTA: restabelece o poder de comprada receita da concessionria, segundo frmula prevista no contrato deconcesso, calculado todos os custos no-gerenciveis da distribuidora- Parcela A , que so aqueles em que a distribuidora tem pouco ounenhuma gesto.

    Para aplicao da frmula de reajuste so repassadas as variaes doscustos da Parcela A (compra de energia eltrica para atendimento de seumercado, da transmisso dessa energia e dos encargos setoriais ).Acontece anualmente (data de aniversrio do contrato), exceto no ano de

    reviso tarifria.Os custos com a atividade de distribuio, definidos como Parcela B e sobcompleta gesto da distribuidora, so corrigidos pelo IGP-M, e dependeainda de um outro componente, o Fator X.

    MECANISMOS DE CORREO DAS TARIFAS.

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    O Fator X fixado pela Aneel na poca da Reviso Tarifria Peridica RTP,e tem por objetivo:

    compartilharganhos de produtividade (componente Pd) da atividadede distribuio com o consumidor. Decorrentes do crescimento do nmerode unidades consumidoras e do aumento do consumo do mercadoexistente, esses ganhos so repassados em favor da modicidade tarifria;

    ajustar a tarifa para a qualidade do servio (componente Q) com opropsito de promover incentivos para aprimoramento na qualidade doservio;suavizar transio metodolgica (componente T) com o propsito depromover uma transio suave para o Custo Operacional definido pelanova metodologia aplicada no 3 CRTP (Benchmarking )*.

    (*) No 2 CRTP foi aplicado o mtodo de Empresa de Referncia.

    Fator X = Pd + Q + T

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    Os itens de Parcela B so, basicamente, os custos operacionais das

    distribuidoras e os custos relacionados aos investimentos por esta realizados,alm da quota de depreciao de seus ativos e a remunerao regulatria,valores que so fixados pela ANEEL na poca da reviso tarifria.

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    b) REVISO TARIFRIA PERIDICA - RTP:permite umreposicionamento da tarifa, aps completa anlise dos custos eficientese remunerao dos investimentos prudentes, em intervalo mdio dequatro anos.

    Se diferencia do Reajuste Tarifrio Anual RTA por ser mais amplo elevar em conta todos os custos, investimentos e receitas para fixarum novo patamar de tarifa adequado estrutura da empresa e aoseu mercado.

    Somente os investimentos prudentes tero direito remuneraodas tarifas cobradas dos consumidores, eles so chamados deBase de Remunerao .

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    Os custos de depreciao referem-se quantia necessria paraformao de recursos financeiros destinados recomposio dos

    investimentos realizados com prudncia para a prestao do serviode energia eltrica ao final de sua vida til.

    A remunerao do capital refere-se recompensa paga aoinvestidor pelo capital empregado na prestao do servio. Essaremunerao baseada em um percentual nico, definido pela

    Aneel, para todas as Distribuidoras de energia eltrica do pas.

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    O 1 Ciclo de Revises Tarifrias Peridicas 1CRTP ocorreu entre2003 e 2006.

    O 2 Ciclo de Revises Tarifrias Peridicas 2CRTP ocorreu entre2007 e 2010.

    O 3 Ciclo de Revises Tarifrias Peridicas 3CRTP ocorreu entre2011 e 2014.

    Portanto, na realizao da Reviso Tarifria Peridicachega-se a um novo valor para a Parcela B que deve,ainda, ser somado ao valor calculado para a Parcela A.

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    c) REVISO TARIFRIA EXTRAORDINRIA: destina-se a atendercasos muito especiais de desequilbrio justificado. Pode ocorrer aqualquer tempo, quando algum evento imprevisvel afetar oequilbrio econmico-financeiro da concesso.

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    A ANEEL FISCALIZA AS DISTRIBUIDORAS?

    A fiscalizao um instrumento que a ANEEL e as agnciasreguladoras estaduais conveniadas dispem para garantir ocumprimento das empresas do setor eltrico.

    As aes de fiscalizao so permanentes, de acordo com calendrioanual fixado.

    Tambm so feitas aes eventuais, destinadas fiscalizao defatos de grande relevncia detectados ao longo do ano.

    Dois importantes itens so avaliados durante a fiscalizao da ANEEL, na distribuidora:

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    A PERDA ELTRICA, O FURTO, A FRAUDE E A INADIMPLNIMPACTAM A TARIFA DE ENERGIA?

    As perdas e a inadimplncia so recuperadas, em parte, pelasdistribuidoras, o que repercute em aumento das tarifas a todos.

    As perdas na distribuio da energia so divididas em:

    a) perdas tcnicas - inerentes ao transporte de energia pelas redes;b)perdas no tcnicas ou comerciais - consumo de energia no

    medido ou no faturado, por erro de medio, furto ou fraude. A inadimplncia o montante devido pelos consumidores por faltade pagamento.

    A Aneel permite a incluso na tarifa apenas parte do valor das perdascomerciais e da inadimplncia.

    A ideia estimular as concessionrias a investiremna reduo desses ndices para onerar menos o