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Universidade Anhanguera-Uniderp Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes GESTÃO DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA DAS PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL DE HOJE PLÍNIO DA SILVA ARAÚJO BRASÍLIA/DF 2012 ARTIGO CIENTÍFICO

TCC 25-05-2012

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Universidade Anhanguera-Uniderp

Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes

GESTÃO DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA DAS

PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL DE HOJE

PLÍNIO DA SILVA ARAÚJO

BRASÍLIA/DF

2012

ARTIGO CIENTÍFICO

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. PROBLEMA DE PESQUISA

3. OBJETIVO

4. METODOLOGIA

5. REFERENCIAL TEÓRICO

6. HISTÓRICO DO IMPOSTO DE RENDA

7. PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

8. MODALIDADES DE TRIBUTAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA

9. COMPARATIVO DOS REGIMES DE TRIBUTAÇÃO DO IRPJ

10. O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NAS EMPRESAS

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS

12. REFERÊNCIAS

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RESUMO

É extremamente relevante para o país a manutenção das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte. Com a carga tributária em patamares exorbitantes é vital o conhecimento de onde cada empresa se enquadra e qual a forma de amenizar o ônus para cada organização. Neste contexto, o Imposto de Renda Pessoa Jurídica tem uma participação fundamental já que oferece influência direta sobre outros tributos. Por meio de simulações de demonstrativos contábeis e do conhecimento da legislação tributária é possível aproximar das informações necessárias para a tomada de decisão que coloquem a instituição em uma posição mais confortável diante do mercado. Palavras-chave: Imposto de Renda, Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real, Planejamento Tributário.

ABSTRACT

The maintenance of the Microcompanies and the Small business companies is extremely excellent for the country. With the tax burden in excessive platforms the knowledge is vital of where each company if fits and which the form to brighten up the responsibility for each organization. In this context, the Income tax Legal entity has a basic participation since it offers direct influence on other tributes. By means of simulation of countable demonstratives and the knowledge of the legislation tax it is possible to approach to the necessary information for the decision taking that ahead place the institution in a more comfortable position of the market.

Keywords: Income tax, Simple National, Profit Presumed, Real Profit, Planning Tributary.

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1. INTRODUÇÃO

Para definir o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) devemos conceituar

separadamente o “imposto” e a “Renda”. Conforme disposto no o art.16, do Código

Tributário Nacional (CTN): “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador

uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao

contribuinte”. A Renda por sua vez, não é tão simples de ser conceituada. No ponto

de vista de Machado:

A formulação do conceito de renda tem sido feita pelos economistas e financistas. Não há, entretanto, uniformidade de entendimento. Assim, para fugir às questões relacionadas com o conceito de renda, referiu-se a Constituição também a proventos de qualquer natureza (MACHADO, 2.011, p. 4).

Sobre o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, que consta no

art. 43 do CTN, podemos afirmar que se trata de um tributo de competência da

União e que tem como Fato Gerador a obtenção de disponibilidade econômica ou

jurídica. Este tributo é de suma importância porque por meio do seu Regime de

Tributação é definida também a forma de recolhimento de outros tributos como: a

contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para

Financiamento da Seguridade Social (COFINS), a Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido (CSLL) e em alguns casos a Contribuição Patronal Previdenciária (CPP), o

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o Imposto sobre

Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza

(ISS). São três os Regimes de Tributação do Imposto de Renda para as

Microempresas (ME) e para as Empresas de Pequeno Porte (EPP): o Simples

Nacional, o Lucro Presumido e o Lucro Real. Estas empresas merecem atenção

especial do estado porque segundo o IBGE elas representam sozinhas 67% dos

empregos no país e cerca de 99% das companhias de comércio, indústria e

serviços. A realidade da carga tributária de cada empresa está intimamente ligada

ao Faturamento Bruto e ao seu Ramo de Atividade e é necessário conhecer qual a

melhor alternativa entre as possibilidades de escolha por uma ou outra forma de

tributação. Constantes simulações e um Planejamento Tributário eficiente são

primordiais para a continuidade dos negócios diante da concorrência acirrada

existente no mercado atual. O fator econômico nunca mereceu tanta atenção, a

crescente escassez de receitas e os aumentos de despesas tornam cada vez

menores a rentabilidade das organizações.

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2. PROBLEMA DE PESQUISA

A pesada carga tributária no Brasil e a competição acirrada do mercado

nacional torna cada vez mais difíceis a manutenção da existência das empresas

com os lucros extremamente escassos. Neste contexto é necessário conhecer os

caminhos para um Planejamento Tributário adequado, partindo pelo Imposto de

Renda Pessoa Jurídica. Uns defendem o regime do Lucro Presumido como melhor

caminho enquanto que outros defendem o regime do Lucro Real, o governo, por sua

vez, oferece a opção do Simples Nacional, diante de tal impasse se faz necessária

uma pesquisa objetiva capaz de fornecer a fundamentação teórica para a tomada de

decisão quanto a que metodologia oferece as melhores vantagens para as

pequenas empresas.

3. OBJETIVO

Atualmente no Brasil, grande número de Pequenas Empresas contratam

serviços de Escritórios de Contabilidade destinados a cumprir somente as

obrigações acessórias, portanto, não prestando informações sobre as vantagens do

Planejamento Tributário. A proposta deste trabalho é fornecer um exemplo prático

sobre as vantagens de se comparar por meio dos cálculos do IRPJ pelo método do

Regime de Lucro Real, Lucro Presumido e do Simples Nacional, possibilitando

acompanhar a evolução dos valores pagos pela empresa. Um Planejamento

Tributário tem como objetivo primordial a redução dos encargos da empresa, sem

ferir a legalidade tributária. É comum atualmente se deparar com o desconhecimento

sobre o tema, tanto dos empresários quanto dos contadores e advogados, por se

tratar de tema multidisciplinar. Uma análise objetiva, portanto, depende de

conhecimentos de legislação tributária bem como de normas de contabilidade

societária.

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4. METODOLOGIA

O projeto de estudo está pautado na consulta de diversas literaturas sobre o

tema, incluindo a legislação tributária bem como as normas vigentes de

contabilidade societária. O objeto de estudo inclui uma situação prática que tem

como objetivo demonstrar de forma clara o que se pretende informar. A estrutura da

Demonstração do Resultado do Exercício facilita o acompanhamento da evolução

dos negócios de uma companhia e ao mesmo tempo como o Imposto de Renda

Pessoa Jurídica da empresa de Pequeno Porte acompanha esta evolução do ponto

de vista dos Regimes de Tributação, pelo Lucro Real, Lucro Presumido e Simples

Nacional.

5. REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Fabretti (p. XIX, 2.011) o maior problema encontrado hoje no Brasil

é o desemprego e para reduzi-lo é necessário estimular as Pequenas empresas.

Para Chaves (p. XV, 2.010) a carga tributária brasileira tem alcançado patamares

que tornam inviável as atividades das instituições. Este cenário atual torna

indispensável que as empresas para a continuação dos seus negócios recorram ao

Planejamento Tributário. Como Regime do Imposto de Renda afeta a alíquota de

outros tributos como, por exemplo, o PIS e a COFINS, estes entre outros também

devem ser analisados.

6. HISTÓRICO DO IMPOSTO DE RENDA

O Imposto de Renda nasceu no mundo após a propagação do conceito de

moeda. Antes, a riqueza era medida pela quantidade de bens, passando então a ser

mensurada pela quantidade de moeda correspondente a tais bens. A partir de então

que, em meados do século XV, em Florença, na maior cidade da região Toscana da

Itália, institui-se a Decima Scalata, denominação dada a tributo (Decima) progressivo

(Scalata), este neste caso era aplicado sobre a capitalização, fato denominado por

alguns como o primeiro protótipo do Imposto de renda. Entretanto, o verdadeiro

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surgimento do Imposto de renda se deu no final do século XVIII, na Inglaterra, que

ameaçada pela França de Napoleão Bonaparte necessitou de fundos para financiar

a guerra. O imposto que surgiu em virtude da guerra, mostrou-se como importante

fonte de arrecadação de recursos de uma sociedade. O Imposto de renda no século

XIX também eclodiu na Itália, França, Alemanha e Estados Unidos. A primeira

tentativa de instituir o Imposto de renda no Brasil, porém, não necessariamente com

esta denominação, ocorreu através da Lei 317, de 21 de outubro de 1843. Este

imposto que vigorou por dois anos era progressivo, incidia sobre os vencimentos

recebidos pelos cofres públicos e era semelhante a uma tributação exclusiva na

fonte. Somente em 1922 foi instituído o chamado Imposto de Renda que tributava os

rendimentos de pessoas físicas e pessoas jurídicas. Vinte e um anos depois, em

1943, a arrecadação deste imposto atingiu o seu ápice, onde alcançou a casa dos

28% do total da receita tributária federal. No ano de 2007 foi criada a Super Receita

com a junção da Receita Federal com a Previdência Social.

7. PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

No Brasil, a maioria das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

(MEP) recebe um tratamento diferenciado e favorecido, no âmbito dos Poderes da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios no que se refere à

apuração de impostos e contribuições, a obrigações trabalhistas, previdenciárias e

acessórias inclusive, bem como acesso a crédito e ao mercado, incluindo a

preferência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, de acordo

com a Lei Complementar nº. 123 de 14 de dezembro de 2006, em seu artigo 1º,

incisos I, II e III. Nesta mesma Lei, estão definidos quais são as companhias que se

enquadram como Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. No Capítulo II,

artigo 3º, inciso I, a Microempresa é definida como a que aufira, em cada ano-

calendário, receita bruta inferior ou igual a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil

reais) e ainda a Empresa de Pequeno Porte no mesmo capítulo e artigo, no seu

inciso II: empresa que aufira, em cada ano-calendário, uma receita bruta superior a

R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e inferior ou igual a R$ 3.600.000,00

(três milhões e seiscentos mil reais). Como receita bruta, podemos entender o

somatório de todas as receitas com vendas e serviços, descontadas as devoluções

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(vendas canceladas) e os descontos incondicionais concedidos. É importante

ressaltar que nem todas as pequenas empresas recebem os benefícios da LC

123/06, ficando limitadas na sua maioria às sociedades mercantis, ou seja,

empresas comerciais e industriais que naturalmente, representam a grande maioria

das MEP’s. Para exemplificar as companhias que ficam de fora do tratamento

jurídico diferenciado, podemos citar as pessoas jurídicas cujo capital participe de

outra pessoa jurídica ou que exerça atividade de banco comercial, de sociedade de

crédito, empresa constituída sob a forma de sociedade por ações etc.

8. MODALIDADES DE TRIBUTAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA

As formas de Tributação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica das

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte no Brasil estão definidas como

Simples Nacional, o Lucro Presumido e o Lucro Real.

Em consonância com os outros países que oferecem incentivos fiscais para

as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, pela redução da informalidade e

também para atender os preceitos dos artigos 146, 170 e 179 da Constituição

Federal, o Brasil, por meio da LC 123/06 criou o Simples Nacional, para a

arrecadação unificada de tributos devidos no âmbito da União, Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios. Neste regime, o Imposto de Renda Pessoa Jurídica é

Arrecadado em conjunto com o PIS, o IPI, a COFINS, a CSLL, a CPP, bem como o

ICMS e o ISS, estes dois últimos, mediante convênio com os Estados e Municípios

envolvidos. Este regime é opcional para o contribuinte, porém, não são extensivas a

todas as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte e as mesmas devem estar

livre dos impedimentos previstos em lei. Também nesta modalidade não são

possíveis o usufruto de benefícios fiscais como os créditos de IPI e ICMS e da

vantagem da compensação dos tributos sujeitos a não-cumulatividade, que é o caso

do PIS e da COFINS. As organizações quando constituídas, uma vez avaliadas as

características da empresa, estão sujeitas a presunção automática pela opção do

Simples Nacional, ficando a cargo do empresário a manifestação via ofício ao

Cadastro Nacional da escolha por outro regime de tributação. A maior atratividade

desta forma de tributação é a alíquota única e relativamente baixa, mesmo com a

desvantagem de ter que efetuar pagamento mensal e de ter que estar sempre em

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dia com estes pagamentos. Estas alíquotas estão dispostas nas tabelas dos anexos

de I a V, da LC 123/06, atualizadas pela LC 139/11, selecionadas segundo o ramo

de atividade das sociedades. A base de cálculo é a Receita Bruta Anual das MEP’s.

Para as firmas Comerciais e Industriais (Anexos I e II) e ainda as que constam do

Anexo III (escolas, lotéricas, oficinas, agências de viagens e turismo, escritórios de

contabilidade etc.), basta aplicar a Alíquota sobre o Faturamento Bruto. Para as

Construtoras de imóveis e obras de engenharia e as Prestadoras de serviços de

vigilância, limpeza e conservação, referentes ao Anexo IV, além do resultado da

Alíquota aplicada sobre a Receita Bruta é necessária adicionar a Contribuição

Previdenciária Patronal, que neste caso é paga por fora, ou seja, não compõe a

Alíquota do Simples Nacional. No último Anexo (V), as Academias, Laboratórios e

Clínicas Médicas etc. Este também é o caso de pagamento por fora de tributos além

da Alíquota principal, desta vez a CPP é acompanhada da parcela do ISS

(encontrado no Anexo V). Para definir a Alíquota principal é necessário calcular a

razão (r) entre a Folha de Pagamento com os encargos, Contribuição Patronal

Previdenciária e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) pela Receita

Total Anual. De posse desta razão (r) e do Faturamento Bruto Anual é possível

levantar a Alíquota pela tabela do Anexo V. No caso de Estabelecimentos envolvidos

em mais de um ramo de atividade é necessário à segregação das Receitas em:

Revenda de Mercadorias, Industrialização, Locação de Bens Móveis e Prestação de

Serviços e a cada parcela será aplicada a Alíquota correspondente. Ainda sobre o

Simples Nacional, diferente do que ocorre no Lucro Presumido e no Lucro Real,

podemos notar que há uma consagração de aumento da carga tributária pela

majoração da alíquota aplicável, na medida em que há o aumento da base de

cálculo, prevalecendo assim, o Princípio da Progressividade do Direito Tributário.

O Regime de Tributação do Imposto de renda pelo Lucro Presumido foi

instituído a partir do Decreto-Lei Nº. 5844, de 23 de setembro de 1943. Conforme o

Art. 33 desta mesma Lei: “É facultado às pessoas jurídicas, salvo às sociedades por

ações e às por quotas de responsabilidade limitada, optar pela tributação baseada

no lucro presumido, de acordo com a forma estabelecida no art. 40”. O conceito de

acordo com a Receita Federal é que “O lucro presumido é uma forma de tributação

simplificada para determinação da base de cálculo do imposto de renda e da CSLL

das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração

do lucro real”. Trata-se de um tributo devido trimestralmente e que a opção pelo

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Lucro Presumido ocorre no momento do pagamento da quota do imposto devido

referente ao período de apuração de cada ano-calendário. As obrigações acessórias

são a escrituração de Livro Caixa com as movimentações financeiras e bancárias e

o Livro Registro de Inventário no qual deverão constar os estoques existentes ao fim

do ano-calendário. Assim como ocorre com o Simples Nacional, existem

impedimentos que limitam a opção por este regime para algumas empresas, entre

os mais importantes além das citadas no Art. 33 do Decreto-Lei Nº. 5844/43,

podemos destacar o limite da Receita Bruta Anual de R$ 48.000.000,00 (quarenta e

oito milhões de reais) e as sociedades obrigadas ao Regime de Tributação do Lucro

Real, entre elas, os Bancos: comerciais, de investimentos e de desenvolvimento,

sociedades de crédito imobiliário etc. As companhias optantes pela Modalidade do

Lucro Presumido devem recolher o PIS e a COFINS pelo regime de cumulatividade,

apurados mensalmente, nos percentuais de 0,65% e 3,0% respectivamente,

portanto, não tem direito a compensação de créditos. A CSLL também é tributada

com base na opção pelo regime do Imposto de Renda. A Base de Cálculo do

Imposto de Renda, neste caso, é o produto do Faturamento Bruto do trimestre por

um percentual. Este percentual representa uma estimativa do lucro da empresa

realizada por parte do Fisco e é diferenciado de acordo com o Ramo de Atividade de

cada sociedade. A Base de Cálculo é incorporada as adições e deduções referentes

às Receitas e despesas Financeiras, Ganhos de Capital entre outros que a

legislação define como valores que não compõe a Base de Cálculo. As Alíquotas

aplicadas à Base de Cálculo são de 15% para o IRPJ e de 9% para a CSLL. Ficam

sujeitas ao adicional de IRPJ, as empresas em que o Lucro Presumido trimestral

ultrapasse a R$ 60.000,00. Essas companhias deverão pagar um adicional de 10%

sobre o que exceder a R$ 60.000,00 no trimestre, ou seja, a Alíquota do IRPJ passa

de 15% para 25% para os valores excedentes. O quadro a seguir apresenta as

Estimativas Percentuais de lucro correspondentes a cada Ramo de Atividade:

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ATIVIDADE % (IRPJ) % (CSLL)

Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural.

1,6

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Revenda de mercadorias.

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Venda de produtos de fabricação própria.

Industrialização por encomenda (material fornecido pelo encomendante).

Atividade rural.

Representação comercial por conta própria.

Loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda.

Construção por administração ou por empreitada com fornecimento de todo material indispensável à execução da obra.

Prestação de serviços hospitalares.

Transporte de cargas.

Outras atividades não caracterizadas como prestação de serviços.

Serviços de transporte, exceto o de cargas. 16 Construção por administração ou por empreitada

unicamente de mão-de-obra.

32

Prestação de serviços em geral.

32 (*)

Intermediação de negócios (inclusive representação comercial por conta de terceiros e corretagem de seguros, imóveis e outros).

Administração, locação ou cessão de bens móveis e imóveis (exceto a receita de aluguéis, quando a pessoa jurídica não exercer a atividade de locação de imóveis).

Administração de consórcios de bens duráveis.

Cessão de direitos de Qualquer natureza.

Prestação de serviços, pelas sociedades civis, relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentadas.

32

Gráfico 1 - Percentuais de presunção do lucro presumido do imposto de renda. (*) As pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços em geral mencionadas acima, cuja receita bruta anual seja de até R$120.000,00, poderão utilizar, para determinação da base de cálculo do imposto de renda trimestral, o percentual de 16% (dezesseis por cento).

Fonte: Disponível em: < http://www.receita.fazenda.gov.br/ Publico/programas/ DIPJ/2000/ Manual_DIPJ2000.DOC>. Acesso em: 15 mai. 2012.

O Regime de Tributação do Imposto de renda pelo Lucro Real é conceituado

no Artigo 6 do Decreto-Lei Nº. 1.598, de 26 de dezembro de 1.977: “Lucro real é o

lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações

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prescritas ou autorizadas pela legislação tributária”. As companhias optantes pela

Modalidade do Lucro Real estão sujeitas ao recolhimento do PIS e da COFINS pelo

regime de não-cumulatividade, nos percentuais de 1,65% e 7,6% respectivamente,

consequentemente, tem direito a compensação de créditos. A CSLL também é

tributada com base na opção pelo regime do Lucro Real. A apuração do Lucro Real

é realizada através do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), mediante adições e

exclusões ao Lucro Líquido apurado no período, bem como as compensações de

prejuízos fiscais dentro dos limites autorizados pela Legislação do Imposto de

Renda. Todas as empresas podem optar pelo Regime de Tributação do Imposto de

Renda pelo Lucro Real e para algumas Sociedades, este regime é obrigatório,

listadas na Lei Nº. 9.718, de 27 de setembro de 1998, em seu artigo 14:

Art. 14. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: I - cuja receita total, no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002). II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n° 9.430, de 1996; VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010).

Sobre o Lucro Líquido Contábil, depois de realizados os ajustes (adições e

exclusões), que compõe a Base de Cálculo, são aplicados as Alíquotas de 15% para

o IRPJ e 9% para a CSLL. Ficam sujeitas ao adicional de IRPJ, as empresas em que

o Lucro Presumido trimestral ultrapasse a R$ 60.000,00. Essas empresas deverão

pagar um adicional de 10% sobre o que exceder a R$ 60.000,00 no trimestre, ou

seja, a Alíquota do IRPJ passa de 15% para 25% para os valores excedentes.

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9. COMPARATIVO DOS REGIMES DE TRIBUTAÇÃO DO IRPJ

No Brasil, é possível notar que não existe consenso sobre qual é o melhor

regime de tributação para o Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Segundo Fabretti

(2.011, p. 187), “para as MPE, geralmente, a melhor alternativa é pelo Lucro

Presumido, uma vez que o Lucro Real pressupõe para sua correta apuração,

contabilidade muito bem organizada e eficaz, que evidentemente tem um bem

maior”. Seguindo o mesmo pensamento, Chaves (2.010, p. 336) diz que “a maioria

das empresas faz a opção pelo Lucro Presumido, tendo em vista suas várias

características, das quais a mais relevante é a simplicidade na apuração do Imposto

de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido”. Na contramão do que foi

exposto anteriormente, é importante destacar que o Lucro Real ainda é a única

Modalidade de Tributação que permite que seja compensado o prejuízo de um

período em outro período; permite que não seja pago o IRPJ e a CSLL quando o

negócio da empresa não incorrer em lucro e ainda o único sujeito a inúmeros

benefícios fiscais, como por exemplo, a MP do bem (MP Nº. 252/05), a Reintegra

(MP Nº. 540/11), o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), o Programa de

Desenvolvimento Tecnológico Industrial (PDTI) ou Agropecuário (PDTA), Programa

de Inclusão Digital etc. Shingaki (2.010, p. 196) defende a opção pelo Simples

Nacional: “o Regime Simplificado para as Micro e Pequenas Empresas pagarem

seus tributos, conhecido por Simples, é tradicionalmente uma das formas de

minimizar a carga fiscal”. E possível observar que existe argumentação a favor dos

três Regimes de Tributação do Imposto de renda Pessoa Jurídica, o que dificulta

uma tomada de decisão.

Para visualizarmos os resultados dos métodos de tributação do IRPJ, foi

montado uma Demonstração do Resultado do Exercício Padrão, para Receita Bruta

Anual entre R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais) e R$ 3.600.000,00 (três

milhões e seiscentos mil reais), onde foram realizadas diversas simulações para o

estudo do comportamento do montante dos tributos para cada situação.

Aproximadamente 60 artigos divulgados em periódicos, Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (SEBRAE) sobre margens de lucros foram consultados com o objetivo de

associar ao máximo os dados do trabalho à realidade das MEP’s. A planilha de

referência é baseada nos dados coletados destes artigos:

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Os três primeiros Gráficos representam as empresas Comerciais, com o Lucro

Líquido a 4%, 10% e 20% do Faturamento Bruto que é formado exclusivamente por

revenda de mercadorias e sem usufruto de benefícios especiais.

Gráfico 1 – Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Gráfico 2 – Fonte: Elaboração do autor, 2012.

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Gráfico 3 – Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Na simulação exposta, os gráficos sinalizaram que o Simples Nacional apresenta

uma menor parcela destinada aos tributos. A diferença deste regime aumenta com o

crescimento da participação percentual da folha de pagamento de pessoal e

encargos sociais em relação ao total das despesas. Para as empresas com lucro

líquido em torno de 4% notou-se que o montante destinado aos tributos é maior no

Lucro Presumido do que no Lucro Real. Quando o Lucro antes do IRPJ e CSLL

(LAIR) superam 9,8% do Faturamento há uma inversão e o total de tributos é maior

no Lucro Real do que no Lucro Presumido. O valor é de 9,8% e não o de 8% de

presunção como é amplamente divulgado; isso acontece em virtude da variação

provocada na Base de Cálculo da CSLL quando da escolha do regime do IRPJ. É

muito comum alguns contadores observarem somente o resultado do IRPJ,

ignorando o reflexo da CSLL. Para uma presunção de 8% de lucro para o IRPJ

temos uma presunção de 12% para o cálculo da CSLL. Neste caso, a CSLL é maior

para o Lucro Presumido (1,08%) do que para o Lucro Real (0,72%), majorando o

valor total dos tributos. A diferença dos montantes envolvidos na escolha pela

modalidade do IRPJ, neste caso, varia aproximadamente de 3% a 20% das Receitas

Totais.

Os próximos três Gráficos representam as empresas Industriais, com Lucro

Líquido de 4%, 9% e 20% do Faturamento Bruto que é formado exclusivamente por

revenda de mercadorias industrializadas e sem usufruto de benefícios especiais.

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16

Gráfico 4 – Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Gráfico 5 – Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Gráfico 6 – Fonte: Elaboração do autor, 2012.

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Nesta simulação, os gráficos continuam sinalizando que o Simples Nacional

representa uma menor parcela destinada aos tributos que nos outros regimes.

Todas as Alíquotas do Simples Nacional para o Ramo de Atividade Industrial

representam o valor das Alíquotas do Ramo de Atividade Comercial incrementadas

em 0,5%. Para as outras modalidades de tributação, o Lucro Presumido mostrou-se

como uma alternativa em que a companhia tem que destinar um montante menor

para os pagamentos de tributos que o Lucro Real quando o Lucro antes do IRPJ e

CSLL (LAIR) supera a casa dos 9% da Receita Bruta. Este percentual foi reduzido

em relação ao Ramo de Atividade Comercial motivado pelo acréscimo do IPI entre

os tributos sobre a venda das mercadorias. Com o aumento da margem de lucro,

aumenta-se proporcionalmente a diferença das parcelas das despesas destinadas a

tributos do Lucro Presumido em relação ao Lucro Real. A diferença dos montantes

envolvidos na escolha pela modalidade do IRPJ, neste caso, varia aproximadamente

de 4% a 21% das Receitas Totais.

O Gráfico a seguir representa um comparativo de Empresas de Prestação de

Serviços com diferente Ramos de Atividades listados nos Anexos III, IV e V do

Simples Nacional.

Gráfico 7 – Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Com a exclusão da composição da Alíquota do Simples Nacional da CPP para o

Anexo IV e da CPP e do ISS para o Anexo V, ocorre um incremento substancial no

valor total dos tributos pagos pelas empresas prestadoras de serviços optantes pelo

Simples Nacional.

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18

Gráfico 8 – Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Gráfico 9 – Fonte: Elaboração do autor, 2012.

A partir dos gráficos 8 e 9 é possível analisar o comportamento da taxa de

crescimento dos tributos das empresas Prestadoras de Serviços listadas no Anexo

III do Simples Nacional para os diferentes regimes de tributação do IRPJ. O total de

despesas destinadas aos tributos é imensamente menor no Simples Nacional que

nas outras modalidades do IRPJ partindo do Faturamento de R$ 180.000,00 (cento

e oitenta mil reais). Esta diferença decresce com o aumento da Receita Total dos

estabelecimentos. A partir de R$ 1.440.000,01 (um milhão, quatrocentos e quarenta

mil reais e um centavo) para o Lucro Líquido de 4% e de R$ 2.700.000,01 (dois

milhões e setecentos mil reais e um centavo) para o Lucro Líquido de 15%, o total

dos tributos pelo Simples Nacional supera os valores totais calculados pelo Lucro

Real e pelo Lucro Presumido, respectivamente. Confrontando o Lucro Real e o

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Lucro Presumido, os valores dos tributos são menores para o Lucro Real quando o

Lucro Líquido é menor que 7,7%. A diferença dos montantes envolvidos na escolha

pela modalidade do IRPJ, neste caso, varia aproximadamente de 3% a 13% das

Receitas Totais.

Gráfico 10 – Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Gráfico 11 – Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Os gráficos 10 e 11 mostram o comportamento do crescimento médio dos tributos

das empresas Prestadoras de Serviços listadas no Anexo IV do Simples Nacional

para os diferentes regimes de tributação do IRPJ. Para este grupo de companhias, a

CPP é tributada por fora da Alíquota do Simples Nacional. O total de despesas

destinadas aos tributos continua sendo menor no Simples Nacional que nas outras

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modalidades do IRPJ partindo do Faturamento de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil

reais). Esta diferença também decresce com o aumento da Receita Total dos

estabelecimentos. A partir de R$ 1.800.000,01 (um milhão e oitocentos mil reais e

um centavo) para o Lucro Líquido de 4% e de R$ 2.700.000,01 (dois milhões, cento

e sessenta mil reais e um centavo) para o Lucro Líquido de 15%, o total dos tributos

pelo Simples Nacional supera os valores totais calculados pelo Lucro Real e pelo

Lucro Presumido, respectivamente. Comparando os regimes do Lucro Real e do

Lucro Presumido, os valores dos tributos são menores para o Lucro Real quando o

Lucro Líquido é menor que 9,4%. A diferença dos montantes envolvidos na escolha

pela modalidade do IRPJ, neste caso, varia aproximadamente de 5% a 10% das

Receitas Totais.

Gráfico 12 – Fonte: Elaboração do autor, 2012.

Gráfico 13 – Fonte: Elaboração do autor, 2012.

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Os gráficos 12 e 13 apresentam o comportamento do crescimento dos valores dos

tributos das empresas Prestadoras de Serviços listadas no Anexo V do Simples

Nacional para diferentes modalidades de tributação do IRPJ. Para este último grupo

de firmas, a CPP e o ISS são tributados por fora da Alíquota do Simples Nacional. O

total de despesas destinadas aos tributos é menor no Simples Nacional que nas

outras modalidades do IRPJ somente para as Microempresas, ou seja, com o

Faturamento de até R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais) e o lucro líquido maior

que 12,5%. Comparando os regimes de tributação pelo Lucro Real e pelo Lucro

Presumido, conclui-se que os valores dos tributos são menores para o Lucro Real

quando o Lucro Líquido é menor que 7,7%. A diferença dos montantes envolvidos

na escolha pela modalidade do IRPJ, neste caso, varia aproximadamente de 3% a

9% das Receitas Totais.

10. O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NAS EMPRESAS

A carga tributária no Brasil é muito grande e a consequência é que inúmeros

estabelecimentos decretam falência logo nos primeiros anos de existência. Para

Furbino (2010) do Jornal estado de Minas: “De cada 100 empresas abertas no país,

24 fecham antes de completar o primeiro ano de existência [...]”. Diante desta

situação, resta aos Administradores buscar ferramentas que amenizem os efeitos

das despesas com tributos para suas empresas. Confrontando as diferenças dos

montantes das despesas destinadas a cada regime de tributação do IRPJ

apresentadas no capítulo 9, encontramos valores entre 3% e 21% (R$ 5.400,00 e R$

540.000,00) do Faturamento Total da companhia, ou seja, percentuais muito

maiores que os atribuídos ao lucro líquido para diversos ramos de atividade. O

instrumento legal disponível para as sociedades que auxiliam na redução destas

despesas é o Planejamento Tributário. Na visão de Chaves (2.010, p. 5): “o conceito

de Planejamento Tributário é a escolha da ação menos onerosa em termos

tributários, portanto, o contribuinte tem que evitar a simulação fiscal”. No ponto de

vista de Shingaki (2.010, p. 27): “o Planejamento Tributário é a escolha de

alternativas de ações ou omissões lícitas, portanto, não simuladas ou dissimuladas e

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sempre anteriores às ocorrências de fatos geradores dos tributos, que objetivem

direta ou indiretamente a redução desses ônus, diante de um ato administrativo ou

fato econômico”. Para o início do Planejamento Tributário é necessário à utilização

de mecanismos, enumerados por Chaves:

1 – Legislação Tributária (Constituição Federal, Código Tributário Nacional etc.); 2 – Documentação Contábil da Empresa; 3 – Livros Contábeis e Fiscais; 4 – Guias de recolhimento e declarações de rendimentos, DACON, DCTF e PERDECOMP e outras declarações que são obrigações próprias de cada contribuinte. (CHAVES, 2.010, p. 10).

Antigamente era muito comum associar a não realização do Planejamento Tributário

à falta de uma Contabilidade organizada, porém, com a escrituração fiscal eletrônica

obrigatória para grande parte das empresas este problema ficou no passado. É

importante que a Contabilidade das Empresas não se limite somente nas obrigações

acessórias e ofereçam informações sobre Planejamento Tributário para os

Contribuintes de forma a auxilia-los na tomada de decisão.

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos estudos e simulações é possível ao empresário fundamentar-se

sobre onde a sua empresa pode enquadrar-se dentro do contexto que envolve a

opção pelo Regime de tributação do Imposto de Renda. Não é possível esperar que

este artigo seja uma resposta completa aos questionamentos sobre o tema em

virtude das particularidades de cada instituição, bem como, das constantes

transformações tanto no cenário econômico como na legislação tributária. O que é

importante independente de qualquer modificação é a escolha de um Planejamento

Tributário contínuo para assegurar que as companhias estejam preparadas para

qualquer mudança, sendo um erro manter uma sociedade optante por uma

modalidade de tributação por tempo indeterminado sem que haja um estudo para

servir de embasamento técnico para a tomada de decisão. Algumas conclusões

importantes podem ser tomadas a partir do trabalho como a atenção especial ao

Regime de Tributação pelo Lucro Real para as empresas com pequenas margens

de lucro, necessidade de compensação de prejuízos de exercícios anteriores ou em

início das atividades; as alíquotas progressivas do Simples Nacional sugerem que

quanto menor a companhia, menores os montantes destinados ao pagamento de

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tributos, uma vantagem que é assegurada principalmente para as Microempresas; o

Lucro Presumido aparece como boa opção para as sociedades que não pode optar

pelo Simples Nacional e que possui uma maior margem de lucros tornando inviável

a escolha pelo Lucro Real. Outro fator a ser considerado é a singularidade de cada

ramo de atividade dos estabelecimentos prestadores de serviços que estão sujeitos

a diferentes cargas tributárias.

Mediante aos demonstrativos expostos fica notoriamente comprovado que as

parcelas das receitas destinadas ao cumprimento da obrigação tributária são muito

diferentes para cada modalidade de tributação do IRPJ e historicamente a opção por

uma das alternativas podem definir entre o sucesso ou a falência de cada instituição.

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24

12. REFERÊNCIAS

ANDRADE FILHO, Edmar Oliveira. Imposto de Renda das Empresas. 8º Ed. São Paulo: Atlas, 2011.

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__________. Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB. Tratamento Tributário da Micro e Pequena Empresa no Brasil. Disponível em: < http: // www.receita.fazenda.gov.br/ Publico/ estudotributarios/ estatisticas/ 09TratamentoTributarioMicroPequenaEmpresa .pdf > acesso em 11 mai. 2012.

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TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Declaro, para todos os fins de direito e que se fizerem necessários, que

isento completamente a Universidade Anhanguera-Uniderp, a Rede de Ensino Luiz

Flávio Gomes e o professor orientador de toda e qualquer responsabilidade pelo

conteúdo e idéias expressas no presente Trabalho de Conclusão de Curso.

Estou ciente de que poderei responder administrativa, civil e

criminalmente em caso de plágio comprovado.

Brasília, 30 de maio de 2012.