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    ,

    MINISTRIO DA SADE

    GRUPO HOSPITALAR CONCEIO

    CENTRO DE EDUCAO TECNOLGICA E PESQUISA EM SADE ESCOLA GHC

    INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E

    TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL - IFRS

    CURSO TCNICO EM ENFERMAGEM

    ORIENTAO SOBRE AUTOAPLICAO DE INSULINA NA

    UNIDADE BSICA DE SADE JARDIM IT: RELATO DE

    EXPERINCIA

    NILSEN CRISTIANE BASTOS DO NASCIMENTO GOMES

    ORIENTADOR: MARISTELA VARGAS LOSEKANN

    CO-ORIENTADOR: LUCIANE BERTO BENEDETTI

    PORTO ALEGRE

    2013

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    NILSEN CRISTIANE BASTOS DO NASCIMENTO GOMES

    ORIENTAO SOBRE AUTOAPLICAO DE INSULINA NA

    UNIDADE BSICA DE SADE JARDIM IT: RELATO DE

    EXPERINCIA

    Relatrio apresentado como requisito deConcluso do Curso Tcnico emEnfermagem da Escola GHC

    Orientador: Maristela Vargas Losekann

    Co-orientador: Luciane Berto Benedetti

    PORTO ALEGRE

    2013

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus por tudo que conquistei at hoje em minha vida. Por ter me

    dado foras para chegar at aqui. Tenho certeza de que Ele sempre est comigo.

    Aos meus pais, Eli e Ledina, que sempre estiveram ao meu lado, apoiando,

    incentivando e muitas vezes abrindo mo de seus sonhos para que eu pudesse

    realizar os meus. Agradeo pelo apoio, dedicao e carinho com que sempre

    cuidaram de mim. Muito obrigada do fundo do corao!!!

    Aos meus irmos, Nils Eli, Heloisa e Liliana, pelo incentivo.

    Ao meu marido, Lus Alberto, pela compreenso e pacincia nos momentos

    de ansiedade e nervosismo. Tua companhia fez a diferena.

    A minha filha, Lusa, que chegou agora e j mudou tudo em minha vida. Tudo

    ficou melhor depois que voc nasceu. Obrigada por fazer parte da minha vida.

    Aos professores, que durante todo o decorrer do curso transmitiram

    conhecimento, carinho e amor pela profisso. Em especial, as orientadoras

    Adelaide, Maristela e Luciane, por sua dedicao, tranquilidade e ensinamentos

    passados em todos os momentos da elaborao deste trabalho.

    secretria Sueli por sua ateno e disponibilidade em atender as nossas

    necessidades. Agradeo o empenho para conseguir os documentos que precisei em

    um momento muito especial da minha vida.

    Aos pacientes que permitiram o nosso aprendizado em um momento to

    delicado de suas vidas.

    A todas as pessoas que de uma forma ou de outra contriburam para a

    realizao deste trabalho e que fizeram parte da minha formao.

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    RESUMO

    O presente trabalho relata a experincia obtida durante observao de uma consulta

    de enfermagem na Unidade Bsica de Sade Jardim It, Porto Alegre. Durante este

    atendimento, a enfermeira da unidade explicou ao usurio o que Diabetes Mellitus,

    seu tratamento com insulinoterapia e as reaes adversas que o uso pode trazer.

    Alm disso, demonstrou de forma criativa todo o processo que envolve a aplicao

    de insulina, desde a aspirao, contagem das unidades prescritas pelo mdico,

    assepsia do local de aplicao e frasco do medicamento at a aplicao

    propriamente dita, sempre enfatizando a importncia de uma correta adeso aotratamento. Ficou evidente, durante a realizao deste estgio, a importncia da

    famlia no acompanhamento a pessoa com Diabetes, em especial o idoso e suas

    fragilidades. A famlia pode supervisionar o uso de medicamentos pelo usurio,

    verificar se a manipulao est da forma adequada, acompanhar nas consultas

    mdicas e de enfermagem e tambm auxiliar, quando necessrio, para o preparo e

    aplicao da dose prescrita. Sendo assim, fundamental que o profissional de

    sade estimule a participao da famlia neste processo, seja convidando aparticipar de grupos de convivncia, oficinas sobre diabetes, seja explicando a

    importncia de sua participao no acompanhamento das condies de sade.

    Palavras-chave: Educao em Sade. Diabetes Mellitus.

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ...................................................................................... 5

    2 A UNIDADE BSICA DE SADE JARDIM IT ................................... 6

    3 DIABETES MELLITUS ......................................................................... 7

    3.1 ORIENTAES GERAIS S PESSOAS COM DIABETES ............... 9

    3.2 TCNICA DE APLICAO DE INSULINA ....................................... 10

    3.3 LOCAIS DE APLICAO ................................................................. 11

    4 RELATO DE EXPERINCIA .............................................................. 15

    5 CONSIDERAES FINAIS ................................................................ 17

    REFERNCIAS ...................................................................................... 18

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    1 INTRODUO

    A experincia aqui relatada ocorreu durante a realizao do estgio do Curso

    Tcnico em Enfermagem da Escola do Grupo Hospitalar Conceio em uma das

    Unidades Bsicas de Sade do grupo, o posto Jardim It, localizado rua Biscaia,

    39 Bairro Jardim It Porto Alegre. O estgio curricular supervisionado, ocorrido

    no dia 13 de setembro de 2012, permitiu o acompanhamento da consulta de

    enfermagem realizada pela Enfermeira da unidade a um usurio idoso que iria iniciar

    o tratamento do Diabetes Mellitus com insulinoterapia em casa.

    Nesta vivncia ficou evidente a importncia de uma orientao adequada por

    parte dos profissionais de sade ao usurio em incio de tratamento. Este fato

    determina, muitas vezes, a adeso ou no ao tratamento solicitado pelo mdico,

    alm da correta aplicao do medicamento.

    Cabe aos profissionais de sade adequar e reorganizar a assistncia,

    potencializando e capacitando a populao para o autocuidado, identificando seu

    nvel de dependncia, suas capacidades presentes e, sobretudo, seu potencial

    remanescente. No entanto, estudos tm mostrado que a realidade do cuidado ao

    usurio com Diabetes Mellitus continua deficiente, pois ainda se observa dficit de

    conhecimento em relao aos procedimentos bsicos para a aplicao de insulina,

    tais como: delimitao da regio de aplicao, rodzio dos locais de aplicao,

    conservao da insulina, entre outros (STACCIARINI; HAAS; PAC, 2008).

    Sendo assim, este trabalho tem por objetivo demonstrar a importncia da

    educao em sade oferecida pela equipe de profissionais que acompanham as

    necessidades do usurio, em especial a enfermagem, na orientao e adeso aos

    cuidados referentes insulinoterapia.

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    2 A UNIDADE BSICA DE SADE JARDIM IT

    O Grupo Hospitalar Conceio (GHC), vinculado ao Ministrio da Sade, reconhecido nacionalmente como a maior rede pblica de servios de sade do sul

    do pas, oferecendo atendimento 100% SUS (Sistema nico de Sade). formado

    pelos hospitais Conceio, Criana Conceio, Cristo Redentor e Fmina, alm de

    12 postos de sade do Servio de Sade Comunitria, 3 Centros de Ateno

    Psicossocial (CAPS) e o Centro de Educao Tecnolgica e Pesquisa em Sade

    Escola GHC. Conta com aproximadamente 8 mil profissionais para atendimento a

    usurios de todo o Estado do Rio Grande do Sul (BRASIL. Ministrio da Sade.

    GHC, 2013).

    A Unidade Bsica de Sade (UBS) Jardim It faz parte deste grupo e tem

    como objetivo o cuidado no nvel de ateno primria que consiste em realizar a

    preveno e promoo da sade de seus usurios atravs da proximidade com a

    populao que facilitada atravs do cadastro realizado pelos agentes de sade.

    A unidade oferece grupos de convivncia que visam atender s necessidades

    e expectativas da comunidade. Nestes, proporcionado um momento deconhecimento e informao sobre temas diversos de interesse do grupo, troca de

    experincias entre os participantes, so sanadas as dvidas pelos profissionais e

    inclui momentos de lazer, considerando que os participantes, em sua maioria, so

    pessoas sozinhas ou que passam a maior parte do dia sozinhas. Muitas relaes de

    amizade so formadas neste ambiente. Diversas vezes acontecem, no final das

    reunies, confraternizaes; em datas comemorativas como, por exemplo, no Natal,

    h troca de presentes atravs de amigo secreto.

    Esta proximidade da populao com o servio de sade benfico, pois

    pode-se ter um maior controle da sade da populao que pertence a este servio.

    Muitos procuram a UBS para realizao de teste de glicemia capilar e verificao de

    presso arterial, distribuio de medicamentos de uso contnuo ou no, consultas e

    exames de rotina. Com estes servios cria-se um elo que facilita a identificao dos

    usurios que necessitam de ateno especial pelas condies de sade e ciclo vital

    que esto, como por exemplo, os idosos.

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    3 DIABETES MELLITUS

    Diabetes Mellitus uma doena metablica caracterizada pelo aumentoanormal de glicose no sangue que ocorre quando o pncreas deixa de produzir ou

    produz uma quantidade insuficiente de insulina - hormnio produzido por clulas

    beta do pncreas.

    De acordo com Sanofi Aventis (2010), o nvel considerado normal de glicose

    no sangue em jejum de 70 a 99 miligrama por decilitro de sangue e no ps

    prandial, duas horas aps o incio da refeio, at 139 miligramas por decilitros de

    sangue. Valores acima destes, caracterizam-se como diabetes, que pode serclassificado como tipo 1 e 2.

    O diabetes tipo 1, ocorre com maior frequncia em crianas, adolescentes e

    adultos jovens. necessrio tomar insulina para suprir a falta ou a produo

    insuficiente no corpo. J no tipo 2, o corpo produz insulina, porm ela insuficiente

    ou no funciona adequadamente. Ocorre com maior frequncia em pessoas com

    antecedentes familiares de diabetes; adultos acima de 45 anos e pessoas com

    excesso de peso. controlado mediante uma alimentao equilibrada, exercciosfsicos regulares, controle de peso e em alguns casos, medicamentos, sejam eles

    comprimidos ou insulina.

    O Ministrio da Sade (2006) acrescenta, ainda, o diabetes gestacional que,

    em geral, um estgio pr-clnico de diabetes, detectado no rastreamento pr-natal,

    ou seja, a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de intensidade variada,

    geralmente se resolvendo no perodo ps-parto, mas retornando anos depois em

    grande parte dos casos.

    Em muitos casos, o usurio portador de diabetes e nem sabe, pois no

    apresenta nenhum sinal ou sintoma. Entretanto, para Sanofi Aventis (2010), os mais

    frequentes so cansao, perda de peso, sede, viso turva, necessidade frequente de

    urinar - polaciria, perda parcial da viso chegando cegueira, leses graves nos

    ps, podendo evoluir para amputao, e insuficincia renal, podendo ser necessrio

    hemodilise.

    O teste laboratorial, de acordo com o Ministrio da Sade (2006), mais

    comumente utilizado para diagnstico da suspeita de diabetes a glicemia de jejum

    que o nvel de glicose sangunea aps um jejum de 8 a 12 horas. Usamos ainda o

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    teste oral de tolerncia glicose (TTG-75g), no qual o usurio recebe uma carga de

    75 gramas de glicose, em jejum, e a glicemia medida antes e 120 minutos aps a

    ingesto. Temos a glicemia casual, tomada sem padronizao do tempo desde a

    ltima refeio. A interpretao dos resultados da glicemia de jejum e do teste de

    tolerncia glicose apresentada na tabela a seguir:

    NORMAL < 110 < 140HiperglicemiaintermediriaGlicemia de jejum alterada 110 - 125Tolerncia glicosediminuda

    140199

    Diabetes mellitus E126 >200Fonte: Brasil. Ministrio da Sade (2006)

    Sanofi Aventis (2010) apresenta para diagnstico de Diabetes Mellitus o teste

    de glicemia capilar (HGT), no qual basta puncionar um dos dedos das mos com um

    lancetador. A gota de sangue obtida aplicada em uma tira de teste e lida em um

    monitor. Em apenas alguns segundos o resultado da glicemia aparece no monitor.

    No teste da urina, tambm utilizado, usa-se uma tira de teste que em contato com a

    urina acusa a presena de acar ou cetonas, e o exame de sangue A1C(Hemoglobina Glicada) mostra o nvel mdio de controle do acar sanguneo nos

    ltimos 2 ou 3 meses.

    O tratamento de Diabetes Mellitus pode ser realizado atravs de

    farmacoterapia ou uso de insulina, alm de adotar uma mudana no estilo de vida

    adotar a prtica de exerccios fsicos, uma alimentao saudvel, evitar o consumo

    de bebidas alcolicas e fumo, manter o controle do peso, realizar controle de

    presso arterial, triglicerdeos, colesterol, ou seja, fazer revises periodicamentepara avaliar a sade como um todo.

    O uso de insulina pode ocasionar algumas reaes adversas. Camata (2003);

    Souza; Zanetti (2000) enumeram algumas reaes como, por exemplo, eritema e

    edema nos locais de aplicao, lipodistrofia insulnica e lipo-hipertrofia que a

    presena de massas subcutneas, discretamente hipoestsica, formadas de gordura

    e de tecido fibroso nos locais de aplicao de insulina. Em alguns usurios, podem

    aparecer ndulos endurecidos resultantes de traumas com as agulhas, muitas vezes

    acompanhados de hematomas, fibroses e calcificaes.

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    As infeces so escassas, sendo evitadas com cuidados higinicos na

    limpeza dos locais de aplicao e na manipulao dos materiais. Podem aparecer

    tambm equimoses que so manchas escuras devido infiltrao de sangue no

    tecido subcutneo. Alm disso, pode aparecer ardncia e prurido.

    O uso de insulina pode ocasionar complicaes como hipoglicemia ou

    hiperglicemia dependendo da dose que o paciente ingeriu, dose maior ou menor que

    o necessrio, hora da aplicao, alimentao no balanceada ou fora de hora e

    realizao de exerccios fsicos. Sanofi Aventis (2010) explica que a hipoglicemia a

    diminuio do nvel de glicose no sangue - abaixo de 70 miligramas de glicose por

    decilitros de sangue - e ocorre aps prtica de exerccios fsicos, alimentao

    inadequada, fora de hora ou insuficiente, uso em excesso do medicamento. Ossinais e sintomas da hipoglicemia so tremores, tonturas, incoordenao,

    inquietao durante o sono, instabilidade ou estado de confuso, irritabilidade, fome,

    sonolncia, sudorese e cansao. J a hiperglicemia o aumento do nvel de glicose

    no sangue e geralmente no apresenta sintomas.

    3.1 ORIENTAES GERAIS S PESSOAS COM DIABETES MELLITUS

    Para Sanofi Aventis (2010); American Diabetes Association (1998) apud

    Souza; Zanetti (2000), a pessoa com Diabetes precisa seguir algumas orientaes:

    Realizar exerccios fsicos: converse com seu mdico sobre o tipo,

    intensidade e frequncia do exerccio;

    Evitar aplicar a insulina, antes de fazer uma atividade fsica, nas partes do

    corpo mais exigidas pelo exerccio. A atividade fsica pode aumentar a

    velocidade de absoro e a metabolizao da insulina, podendo ocasionarhipoglicemia;

    Ter sempre junto alimentos que contenham acar para o caso de uma

    hipoglicemia (balas, bolachas, doces); no esquecendo de sempre portar o

    carto de identificao do diabtico;

    Manter uma alimentao saudvel: alimentar-se corretamente, nas

    quantidades corretas e nas horas certas ajuda a controlar o diabetes;

    Fazer um rodzio dos pontos de aplicao de insulina, porque quando uma

    mesma rea utilizada muitas vezes pode ocasionar alteraes no tecido

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    subcutneo e na pele podendo prejudicar a absoro da insulina. O rodzio

    torna-se importante para prevenir lipohipertrofia ou lipoatrofia insulnica;

    Nunca fazer a aplicao por cima da roupa;

    Durante o transporte, a insulina pode ser mantida em condio no

    refrigerada, desde que no exposta ao calor ou frio excessivos. Se preferir,

    transporte-a em recipiente de isopor ou bolsa trmica e no coloque gelo;

    Seguir a prescrio mdica quanto ao tipo, quantidade em unidades,

    frequncia e horrios das aplicaes de insulina;

    Observar a data de fabricao, aspecto e conservao da insulina;

    No utilizar a insulina quando notar qualquer alterao em seu aspecto, como

    formao de flocos ou alterao na cor; Usar sempre seringas e agulhas descartveis. Evitar reutilizao para o seu

    conforto e segurana;

    Ao observar hematomas, ou sentir dores nos locais de aplicao de insulina,

    deve-se procurar uma reavaliao pelo mdico ou enfermeiro educador em

    diabetes;

    Manter os frascos de insulina que no esto em uso refrigerados;

    Evitar os extremos de temperatura (30 C) e agitao em excesso,pois levam diminuio da potncia, aquecimento, congelamento ou

    precipitao da insulina;

    A insulina em uso pode ser mantida na temperatura ambiente para limitar a

    irritao no local da injeo que pode ocorrer quando a insulina gelada

    aplicada;

    No deixar os frascos de insulina em lugares muito quentes, por exemplo, no

    porta-luvas do carro ou expostos diretamente ao sol.

    3.2 TCNICA DE APLICAO DE INSULINA

    O Ministrio da Sade (2006) e Sanofi Aventis (2010) enumeram alguns

    cuidados que devem ser seguidos para a aplicao de insulina:

    Lavar e secar bem as mos;

    Rolar o frasco entre as mos para misturar a insulina, sem agit-lo;

    Limpar a tampa de borracha do frasco de insulina com lcool a 70% e esperar

    secar para introduzir a agulha;

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    Colocar a agulha sempre no centro da tampa de borracha do refil para evitar

    vazamento da insulina;

    No deixar bolhas de ar na seringa. Para tir-las, bater com o dedo na parte

    da seringa onde elas esto ou injetar a insulina de volta para o frasco. Em

    seguida, retirar a dose de insulina que voc vai usar;

    Passar lcool a 70% com um movimento nico no local escolhido para a

    aplicao ou lavar o local com gua e sabo. Esperar secar. Manter uma

    distncia de mais ou menos 2 cm do local onde voc tomou a injeo anterior,

    se a rea do corpo for a mesma;

    Fazer uma prega na pele onde voc vai aplicar a insulina. Pegar na seringa

    como se fosse um lpis. Introduzir a agulha na pele, num ngulo de 90, soltara prega cutnea. Em pessoas muito magras ou crianas menores, a injeo

    poder ser feita num ngulo de 45 para evitar que seja aplicada no msculo.

    Deixar os msculos relaxados durante a aplicao do medicamento;

    Injetar insulina, empurrando o mbolo at o final. Retirar a seringa e fazer

    uma leve presso no local, usando o algodo com lcool.

    No massagear o local aps a aplicao, pois pode ocasionar alterao na

    velocidade de absoro da insulina; No modificar o trajeto da agulha durante a introduo ou retirada.

    importante ressaltar que sempre que possvel, a insulina deve ser

    administrada pela pessoa com diabetes.

    3.3 LOCAIS DE APLICAO

    Os locais mais adequados para a autoaplicao so os que ficam afastados

    das articulaes, grandes vasos sanguneos e nervos. Devendo ser aplicada no

    tecido subcutneo. Os locais indicados (Figura 1) so face anterior e posterior do

    brao, abdmen, face anterior da coxa e superior do glteo (SANOFI AVENTIS,

    2010).

    Da mesma forma, existem algumas posies que facilitam a aplicao da

    insulina, conforme a Figura 2.

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    Figura 01:Locais para aplicao de insulina

    Fonte: Ministrio da Sade, 2006

    Figura 02:Posies que facilitam a autoaplicao

    Fonte: PARRA, [20--].

    A Portaria n 4 da Vigilncia Sanitria de Medicamentos (Diretoria da Diviso

    Nacional de Medicamentos - DIMED), publicada no Dirio Oficial da Unio, em 7 de

    fevereiro de 1986, probe o reprocessamento de materiais descartveis, bem como

    sua reesterilizao (SOUZA; ZANETTI, 2001). Sendo assim, os fabricantes de

    agulha e seringa produzem o produto para uso nico, seguido do descarte na forma

    correta. No entanto, atualmente tem-se recomendado a reutilizao do material.

    O Ministrio da Sade (2006) adverte que em caso de optar pela reutilizao

    do produto, o mesmo de ser reutilizao por at 08 aplicaes, sempre pela mesma

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    pessoa. Seguindo os cuidados de armazenamento e higiene. A limpeza da agulha

    no deve ser feita com lcool, porque capaz de remover o silicone que a reveste,

    tornando a aplicao mais dolorosa. As seringas reutilizadas devem ser descartadas

    quando a agulha se torna rombuda, curva ou entra em contato com alguma

    superfcie diferente da pele e logo que a aplicao se torne muito mais dolorosa.

    Alm disso, uma srie de cuidados precisa ser considerado, tais como

    ausncia de infeco nos locais de aplicao de insulina, cuidados higinicos no

    manuseio do material e com a pele, observar se o cliente capaz ou no de

    recolocar o protetor da agulha com segurana, alm de ter uma acuidade visual

    adequada, destreza manual e ausncia de tremor para um recape seguro da agulha.

    Cabe ressaltar ainda que esta prtica no indicada para pessoas com higienepessoal precria, infeco aguda concorrente, ferida aberta nas mos ou diminuio

    de resistncia infeco (SOUZA; ZANETTI, 2000).

    Com a reutilizao de agulhas e seringas a aplicao de insulina torna-se

    difcil, desconfortvel, dolorosa e com risco de infeco nos pontos de aplicao em

    consequncia das alteraes das agulhas e seringas reutilizadas. Ocorre a

    deteriorao do material, em relao agulha, mbolo e cilindro, especialmente se

    relacionamos com o nmero excessivo de reutilizaes. Na seringa ocorre odesgaste na escala de graduao, ou seja, uma diminuio nas marcas da escala de

    graduao.

    Na agulha ocorre a diminuio da lubrificao de silicone, obstruo e

    alterao da ponta que fica rombuda e facilita a quebra, podendo levar a

    lipodistrofia. Alm disso, os fabricantes alertam para a formao de cristais de

    insulina, acmulo de resqucios de metal que obstruem a agulha e alteraes

    microscpicas no bisel e aparecimento de microtraumas (CASTRO; GROSSI, 2007;SANOFI AVENTIS, 2010).

    Sanofi Aventis (2010) orienta que aps o uso de seringa, agulha, lanceta e tira

    de teste, o descarte deve ser feito em um recipiente com paredes rgidas e com

    tampa, identificando o recipiente como material contaminado ou ento usar um

    coletor prprio.

    O Hospital de Clnicas de Porto Alegre (2011) recomenda o descarte de

    seringas e agulhas em garrafas PET, caixas de leite ou latas com tampa e, aps um

    perodo de acmulo, levar at o posto de sade de sua referncia, pois se as

    agulhas e seringas usadas forem descartadas em local inapropriado, podem causar

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    danos s pessoas e aos animais. Nunca devemos desprezar estes materiais no lixo

    comum e manter longe do alcance de crianas.

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    4 RELATO DE EXPERINCIA

    A experincia obtida no estgio curricular na UBS Jardim It no dia 13 de

    setembro de 2012, despertou meu interesse pelo assunto. Neste dia, a enfermeira

    atendeu um usurio do sexo masculino, idoso, em incio de tratamento insulnico. O

    objetivo da consulta de enfermagem era explicar e orientar ao usurio. As

    orientaes eram sobre o que o Diabetes Mellitus, o que insulina e qual a sua

    funo em nosso organismo, o que a ausncia ou deficincia da mesma causa em

    nosso corpo (complicaes e reaes adversas ao uso), a maneira correta de

    aspirao e aplicao, locais apropriados para a administrao da medicao, a

    importncia do rodzio de aplicao e local adequado para o descarte do materialutilizado na aplicao.

    Para alcanar tais objetivos a enfermeira lanou mo de uma conversa

    informal com o usurio, onde procurou saber o que o mesmo sabia sobre o assunto

    e a partir da o orientou. importante que o profissional de sade ao transmitir

    informaes, considere a idade e a situao socioeconmica, cultural e clnica do

    usurio, pois se usar termos tcnicos ou no necessariamente termos cientficos,

    mas palavras que no faam parte do cotidiano do usurio, as informaesfornecidas no tero sentido. Isso foi comprovado em um estudo realizado por

    Stacciarini; Haas; Pac (2008), onde foi observado que quanto menores forem os

    anos de estudo, maiores sero as chances para os usurios no se autoaplicarem a

    insulina.

    Com o passar dos anos, o processo de senilidade torna mais difcil a

    autoaplicao da insulina, a monitorizao da glicose e inspeo da pele e dos ps,

    interferindo direta ou indiretamente na adeso ao autocuidado, seja por dificuldadesmotoras e visuais advindas das complicaes crnicas do diabetes, ou por dficits

    neurolgicos. Por isso, o profissional de sade deve procurar inserir a famlia na

    teraputica para que um melhor resultado seja alcanado.

    de responsabilidade de toda a equipe de sade - agente comunitrio de

    sade, tcnicos de enfermagem, enfermeiro, mdico, cirurgio dentista, tcnico em

    sade bucal, atendente de consultrio dentrio, enfim toda a equipe multiprofissional

    - o processo educativo sobre Diabetes Mellitus. Processo este que deve acontecer

    de forma gradativa, contnua e interativa.

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    Soares et al (2010) destaca, dentre as competncias da equipe da Sade da

    Famlia voltadas pessoa idosa, o estabelecimento de uma relao teraputica da

    equipe com o usurio e com a famlia, demandando a habilidade profissional para a

    criao de vnculo de confiana, de afeto, de respeito, coordenao, participao e

    organizao de grupos de educao para a sade.

    Em sua pesquisa Stacciarini; Haas; Pac (2008) destacam a importncia da

    participao da famlia neste processo. a famlia que tem maiores condies de

    estimular e supervisionar a adeso ao tratamento, visto que ela quem passa mais

    tempo com o usurio. Os familiares devem ser incentivados a participar das

    consultas mdicas e de enfermagem e orientados sobre os cuidados frente s

    condies crnicas de sade.Alm disso, devem ter suas dvidas esclarecidas e opinio considerada. Foi o

    que fez tambm a enfermeira, ao perguntar se o usurio tinha algum familiar que

    pudesse acompanh-lo na consulta. Ele disse que tinha um filho que trabalhava

    durante o dia e que desta forma no poderia ir at a UBS. A enfermeira ento

    destacou a importncia do usurio contar ao filho sobre as orientaes recebidas e

    ensin-lo sobre a aspirao e aplicao da insulina para uma eventual necessidade.

    Camata (2003) aponta como uma das estratgias utilizadas para facilitar aaprendizagem do processo, a elaborao de material didtico, com demonstrao

    em manequim, seguida da autoaplicao. No dia desta consulta, aps a explicao

    terica, a enfermeira demonstrou a contagem das unidades em uma seringa de

    insulina, aspirao do frasco de insulina contendo uma mistura de leite com gua,

    imitando a insulina leitosa NPH e por ltimo a aplicao em um material que imitava

    a pele humana.

    Aps fazer a demonstrao, a mesma solicitou que o usurio fizesse todo oprocedimento e ficou disposio para esclarecer qualquer dvida que surgisse,

    inclusive deixando o telefone da unidade para que o mesmo entrasse em contato

    caso fosse necessrio.

    Landim (2011) concluiu em seu estudo que a utilizao do telefone como

    estratgia de acompanhamento em sade tem beneficiado pessoas que no podem

    ou no querem frequentar consultas. Ele aproxima o usurio do servio de sade,

    proporcionado um tempo maior para esclarecimentos de dvidas que, muitas vezes,

    no so sanadas nas consultas mdicas dado a curta durao destas.

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    5 CONSIDERAES FINAIS

    O Diabetes Mellitus uma doena crnica que vem crescendo nos ltimos

    anos e deixando diversas pessoas com sequelas. O governo j est se mobilizando

    na tentativa de combat-la, seja ao estimular a participao da famlia na educao

    sobre sade, em especial o diabetes, considerando esta como parte integrante do

    sucesso teraputico; seja ao distribuir medicamentos, incluindo seringas/agulhas,

    insulina.

    Esta vivncia proporcionou um conhecimento maior sobre a patologia e ficou

    evidente que por menor que seja o recurso disponvel no momento da consulta, se o

    profissional tiver interesse pela adeso ao tratamento do usurio, tem como fazer deuma maneira criativa todo o processo de orientao. So pequenos detalhes que

    faro toda a diferena na evoluo do usurio.

    Portanto, cabe aos profissionais de sade investir na educao com usurios,

    familiares e cuidadores para a promoo da sade. funo tambm do profissional

    manter-se atualizado sobre o assunto, participando de momentos de educao

    permanente em sade.

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    REFERNCIAS

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    SANOFI AVENTIS. Sou diabtico e agora. Conhecendo o diabetes: um guia prticopara facilitar a vida do cotidiano. So Paulo, 2010.

    SOARES, Arethusa Morais de Gouveia et al. Tecnologia assistencial na promooda sade: cuidado e autocuidado do idoso insulino-dependente. Rev. RENE.Fortaleza, v. 11, n. 4, p.174-181, out./dez. 2010. Disponvel em:. Acessoem: 20 fev. 2013.

    SOUZA, Carla Regina; ZANETTI, Maria Lcia. Administrao de insulina: umaabordagem fundamental na educao em diabetes. Rev. Esc. Enf. USP, So Paulo,v. 34, n. 3, p. 264-270, set. 2000. Disponvel em:. Acesso em: 20 fev. 2013.

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    STACCIARINI, Thas Santos Guerra; HAAS, Vanderlei Jos; PAC, Ana Emilia.

    Fatores associados auto-aplicao da insulina nos usurios com diabetes mellitusacompanhados pela Estratgia Sade da Famlia. Cad. Sade Pblica, Rio deJaneiro, v. 24, n. 6, p. 1314-1322, jun. 2008. Disponvel em:. Acesso em: 20 fev. 2013.

    ______. Tcnica de autoaplicao de insulina com seringas descartveis entre osusurios com diabetes mellitus, acompanhados pela estratgia sade da famlia.Rev. latino-am. enfermagem,Ribeiro Preto, v. 17, n. 4, p. 474-480, jul./ago 2009.Disponvel em: < http://www.scielo.br/pdf/rlae/v17n4/pt_07.pdf>. Acesso em: 20 fev.2013.