71
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC CAMPUS DE JOAÇABA ÁREA DAS CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Daniele Andrighetti ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO ATRAVÉS DE CHECK-LISTS EM BANCÁRIOS DA CIDADE DE MAXIMILIANO DE ALMEIDA/RS. Joaçaba, 2013.

TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC CAMPUS DE

JOAÇABA

ÁREA DAS CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Daniele Andrighetti

ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO ATRAVÉS DE CHECK-LISTS EM

BANCÁRIOS DA CIDADE DE MAXIMILIANO DE ALMEIDA/RS.

Joaçaba, 2013.

Page 2: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

DANIELE ANDRIGHETTI

ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO ATRAVÉS DE CHECK-LISTS EM

BANCÁRIOS DA CIDADE DE MAXIMILIANO DE ALMEIDA/RS.

Trabalho monográfico apresentado ao Curso de Especialização em

Engenharia de Produção da Universidade do Oeste de Santa Catarina –

UNOESC, para obtenção do título de Especialista.

Orientador: Prof. Msc. Rodrigo Geremias

Joaçaba, 2013.

Page 3: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS por todas as conquistas que ele me concede a cada dia, pelos

ensinamentos do bem, pela força, fé e proteção. Vem dele tudo que tenho e tudo que ainda

falta para vir.

Se não desisti, foi porque tive uma formação pessoal, amparada por pessoas lutadoras

que me ensinaram o que é certo e errado e que o certo é sempre dar o melhor de si em todas as

suas realizações. Obrigada pai e mãe, por terem me ensinado o que é apoio, o que é família, o

que é correto e principalmente por me darem o porto seguro que me fez a pessoa que sou.

Agradeço ao meu namorado, por ser meu eterno amado amigo e por ter aguentado

minhas alternâncias de humor e minhas ausências.

A todos os meus professores que contribuíram para a minha formação acadêmica,

pelos ensinamentos, companheirismo e dedicação, em especial ao meu orientador Ms.

Rodrigo Geremias.

A todos aqueles que direto ou indiretamente contribuíram para a realização desse

sonho, seja com ensinamentos, com palavras, com conselhos, com abraços, de qualquer

forma, o meu muito OBRIGADA!

Page 4: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

“Consulte não a seus medos, mas a suas esperanças e sonhos. Pense

não sobre suas frustrações, mas sobre seu potencial não usado.

Preocupe-se não com o que você tentou e falhou, mas com aquilo que

ainda é possível a você fazer”.

(Papa João XXIII)

Page 5: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

RESUMO

Com o fim do processo inflacionário, os bancos no Brasil mudaram o foco de atuação e

passaram a priorizar a venda de serviços para os clientes. Issa alterou completamente a

profissão e a rotina do trabalho bancário, aumentando demais a pressão por resultados. Os

profissionais que trabalham neste setor tem maior propensão a desenvolver doenças

ocupacionais. As LER/Dort são a primeira causa de adoecimento entre a categoria. A

percepção de que o bancário adoece mais facilmente que outras profissões, faz com que esta

pesquisa tenha alta relevância. Este projeto teve o objetivo de aplicar avaliações em

funcionários de instituições bancárias, através de checklists, e comprovar que somente usando

somente questionários já pode se identificar agravantes de doenças relacionadas ao trabalho.

Esta foi uma pesquisa investigatória, que desenvolvida em uma instituição bancária do

município de Maximiliano de Almeida/RS, onde foram entrevistados os funcionários que

atuam no atendimento a clientes. Os resultados obtidos identificaram que em sua grande

maioria, os colaboradores já desenvolveram alguma doença ocupacional, ou sentem dores

relacionadas ao trabalho. Conclui-se que uma avaliação ergonômica estritamente baseada em

“check lists” possui eficácia questionável porque só considera aspectos aparentes e

superficiais das tarefas em detrimento da atividade real de trabalho, complexa e repleta de

mediações. O uso dos “check lists”, de forma isolada, só possibilita a visualização daquilo que

já se sabe sobre o posto de trabalho, sem que se avalie como os chamados fatores de risco se

relacionam com a atividade nesse mesmo posto.

Page 6: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Método de Análise Moore e Garg ............................................................. 25

Figura 02 – Método de Avaliação NIOSH ................................................................... 27

Figura 03 – Método de Avaliação OWAS ................................................................... 28

Figura 04 – Método de Avaliação RULA .................................................................... 30

Page 7: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Locais de desconforto ............................................................................. 40

Gráfico 02 – Classificação do desconforto .................................................................. 41

Gráfico 03- Sente melhora com o repouso ................................................................... 41

Gráfico 04 - Check-List para Avaliação Simplificada das Condições Biomecânicas do Posto

de Trabalho ................................................................................................................. 43

Gráfico 05 - Checklist Avaliação Simplificada do Fator Biomecânico no Risco de

Tenossinovites e Distúrbios Músculo-Esqueléticos de Membros Superiores Relacionados ao

Trabalho ..................................................................................................................... 44

Gráfico 06 - Check-List para Avaliação Simplificada do Método de Trabalho ............. 45

Gráfico 07 - Chesk-List para Avaliação Simplificada do Risco de Lombalgia ............. 46

Gráfico 08 - Check-List Análise das Condições do Trabalho ao Computador .............. 47

Gráfico 09 – Questionário Bipolar – Avaliação de fadiga no início da jornada ............ 48

Gráfico 10 – Questionário Bipolar – Avaliação da fadiga no meio da jornada de trabalho49

Page 8: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11

1.2 Problemática ......................................................................................................... 12

1.3 Objetivos ............................................................................................................... 12

1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 12

1.3.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 14

2.1 Conceito de ergonomia .......................................................................................... 14

2.2 Origem da ergonomia no mundo ........................................................................... 15

2.3 Origem da ergonomia no Brasil ............................................................................. 15

2.3.1 Vertentes da ergonomia no Brasil ....................................................................... 16

2.3.2 A criação da ABERGO ...................................................................................... 18

2.3.3 Norma Regulamentadora - NR 17....................................................................... 18

2.4 Descrição do setor bancário ................................................................................... 19

2.5 LER e DORT ........................................................................................................ 20

2.6 Qualidade de Vida no Trabalho – QVT ................................................................. 20

2.7 Análise Ergonômica do Trabalho – AET ............................................................... 21

2.7.1 Análise da demanda ........................................................................................... 22

2.7.2 Análise da tarefa ................................................................................................. 22

2.7.3 Análise da atividade ........................................................................................... 23

2.8 Ferramentas de análise ergonômica ....................................................................... 23

2.8.1 Moore e Garg ..................................................................................................... 24

2.8.2 NIOSH ............................................................................................................... 26

2.8.3 OWAS ............................................................................................................... 27

2.8.4 RULA ................................................................................................................ 28

Page 9: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

2.8.5 TOR-TOM ......................................................................................................... 30

2.8.6 Checklists ........................................................................................................... 31

2.8.6.1 Questionário Bipolar – Avaliação da Fadiga ................................................... 31

2.8.6.2 Análise da condições do trabalho no computador............................................. 32

2.8.6.3 Avaliação simplificada do risco de lombalgia .................................................. 32

2.8.6.4 Avaliação simplificada do método de trabalho ................................................. 33

2.8.6.5 Avaliação simplificada do fator biomecânico de tenossinovites e distúrbios músculos-

esqueléticos de membros superiores relacionados ao trabalho ..................................... 33

2.8.6.6 Avaliação simplificada das condições biomecânicas do posto de trabalho ........ 34

2.8.6.7 Censo de ergonomia ........................................................................................ 34

3 METODOLOGIA ................................................................................................. 35

3.1 Caracterização da pesquisa .................................................................................... 35

3.2 Tipos de fontes ...................................................................................................... 36

3.3 Plano de seleção de amostra .................................................................................. 36

3.4 Plano de coleta de dados........................................................................................ 36

3.5 Plano de tratamento e análise de dados .................................................................. 37

3.6 Aspectos éticos da pesquisa ................................................................................... 37

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 38

4.1 A empresa ............................................................................................................. 38

4.2 Perfil de funcionários ............................................................................................ 39

4.3 Censo de ergonomia .............................................................................................. 39

4.4 Check-list para avaliação simplificada das condições biomecânicas do posto de trabalho

................................................................................................................................... 42

4.5 Check-list para avaliação simplificada do fator biomecânico de tenossinovites e distúrbios

músculos-esqueléticos de membros superiores relacionados ao trabalho...................... 43

4.6 Check-list para avaliação simplificada do método de trabalho .............................. 44

4.7 Check-list para avaliação simplificada do risco de lombalgia................................. 45

4.8 Check-list da análise das condições do trabalho ao computador ............................. 47

Page 10: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

4.9 Questionário bipolar – avaliação da fadiga ............................................................ 48

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 50

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 51

ANEXOS ................................................................................................................... 57

Page 11: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

11

1 INTRODUÇÃO

Com o fim do processo inflacionário, os bancos no Brasil tem mudado o foco de

atuação. Antes, pagamentos e recebimentos financeiros, hoje venda de produtos e serviços. Essa

mudança de foco alterou a profissão e a rotina de trabalho dos bancários, aumentando a pressão

por resultados.

Por estarem expostos diariamente a um cotidiano de pressões, sujeitos à

“competição” imposta pelas organizações, há um comprometimento tanto da sua integridade

física como mental, levando, em certos casos, à ocorrência de graves problemas de saúde.

Estes trabalhadores estão expostos à riscos ergonômicos, a fatores de iluminação e

mobiliário inadequado. E essa exposição, juntamente com a execução do trabalho de forma

repetitiva e incorreta, levou a categoria dos bancários a ser uma das profissões que mais

desenvolve doenças ocupacionais, como estresse e as LER/DORT, e até mesmo acidentes de

trabalho.

Com o objetivo de melhorar a produtividade sem sobrecarregar os trabalhadores,

surgiu a Ergonomia. A palavra “ergonomia” vem de duas palavras gregas: “ergon”, que significa

trabalho, e “nomos”, que significa leis. A Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) define

ergonomia (ou Fatores Humanos) como “uma disciplina científica relacionada ao entendimento

das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas e à aplicação de teorias,

princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho

global do sistema”.

A Ergonomia pode ser aplicada em todos os setores (industrial, hospitalar, escolar,

transportes, sistemas informatizados, etc.) e em todos eles é possível existirem intervenções

ergonômicas para melhorar significativamente a eficiência, produtividade, segurança e saúde nos

postos de trabalho.

Page 12: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

12

1.2 Problemática

A Ergonomia limita-se para estudar a adequação do trabalho ao ser humano, como

esse está sendo executado e como desenvolvê-lo de maneira eficaz tanto para a empresa quanto

para o colaborador, visando melhorar a satisfação do funcionário em relação às condições do

ambiente organizacional.

Estudar e pesquisar sobre Ergonomia vem sendo um fator de grande valia para as

organizações, pois esse contribui para um aperfeiçoamento das pessoas, uma modificação no

ambiente de trabalho e melhoria no prazer em trabalhar.

Avaliando o setor de serviço de atividade financeira, Graup (2012, Apud. Gravina

e Rocha 2006), mencionam que o adoecimento em bancários está relacionado tanto à automação

quanto à mudança no perfil do trabalho. Conclui que as mudanças no ambiente de trabalho

bancário acabaram por descaracterizar a função que os trabalhadores exerciam e propiciaram o

favorecimento dos casos de LER/DORT.

A percepção de que o bancário adoece mais facilmente que outras profissões, faz com

que esta pesquisa tenha alta relevância. Este projeto tem o objetivo de aplicar avaliações em

funcionários de instituições bancárias, através de checklists, e comprovar que somente usando

somente questionários já pode se identificar agravantes de doenças relacionadas ao trabalho.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Avaliar, através de check-lists, as condições de trabalho que podem gerar riscos

ergonômicos em funcionários de instituições bancárias.

Page 13: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

13

1.3.2 Objetivos específicos:

Avaliar o método de trabalho;

Estimar os índices de fadiga antes, durante e após a jornada de trabalho;

Analisar o fator biomecâmico no risco de tenossinovites e distúrbios

músculo-esqueléticos de membros superiores relacionados ao trabalho;

Investigar as condições de trabalho no computador;

Considerar sobre o censo de ergonomia;

Analisar os riscos de lombalgia;

Avaliar as condições biomecânicas do posto de trabalho.

Page 14: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

14

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Desde a Antiguidade a forma de trabalho é motivo de estudos e de preocupações para

a sociedade. Com o objetivo de aumentar a eficiência humana no trabalho, a Ergonomia foi

desenvolvida para otimizar este processo.

Atualmente, a maior parte do tempo da vida das pessoas se passa no trabalho e seria

ideal que pudesse transformar em algo prazeroso e saudável a execução do mesmo.

Assim sendo, a Ergonomia se tornou evidente a partir do momento em que o homem

sentiu necessidade de se adaptar às novas demandas de trabalho, geradas pelas mudanças em

ascendência no modo produtivo. (PRZYGODA, 2012)

2.1 Conceito de ergonomia

Desde os tempos do Homem das Cavernas, a Ergonomia existe e já era aplicada. Em

termos arqueológicos, é possível demonstrar que os utensílios de pedra lascada, por exemplo, se

miniaturizaram, num processo de melhoria de manuseabilidade e que teve por resultados

produtivo: o ganho de eficiência na caça. (Abergo, 2000) Nota-se, assim, que quando descobriu-

se que uma pedra poderia ser afiada até ficar pontiaguada e transformar-se numa lança ou num

machado, ali estava se aplicando a Ergonomia, ou até mesmo quando posicionavam-se galhos ou

troncos de árvores sob rochas ou outros obstáculos, fazendo alavancas, ali estava a Ergonomia.

A Ergonomia é uma ciência aplicada a facilitar o trabalho executado pelo homem,

que objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar a atividade nele existentes às

características, habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente,

confortável e seguro, sendo que interpreta-se aqui a palavra “trabalho” como algo muito

abrangente, em todos os ramos e áreas de atuação.

Page 15: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

15

O nome Ergonomia deriva-se do grego: ERGOS (trabalho) e NOMOS (leis, normas e

regras). É portanto uma ciência que pesquisa, estuda, desenvolve e aplica regras e normas a fim

de organizar o trabalho, tornando este compatível com as características físicas e psíquicas do ser

humano que o executa.

2.2 Origem da ergonomia no mundo

O nascimento formal da Ergonomia é marcado pela Revolução Industrial do século

XIX. Seu precursor foi o engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor, que buscava a melhor

maneira de executar um trabalho e suas tarefas. (SILVA, 2001) Neste período já se verificava

uma grande competitividade, com rápido crescimento de corporações e início de organizações

industriais que monopolizavam o mercado. Esse fato tornava cada vez mais difícil a

sobrevivência no mercado de indústrias que apresentavam baixa produtividade.

(PASCHOARELLI; SILVA, 2010)

Nesse contexto, Taylor desenvolveu e introduziu o conceito da “Administração

Científica”, revolucionando o sistema produtivo. Suas teorias, normalizam o processo produtivo

das fábricas, economizando matéria e tempo, a fim de obter a maior produtividade e o maior

lucro, proporcionando melhorias relativas na qualidade de vida global das populações.

(PRZYGODA, 2012)

2.3 Origem da ergonomia no Brasil

No Brasil, tudo indica que os primeiros estudos ergonômicos começaram a surgir em

meados da década de 1970, influenciados pelo pesquisador francês Alain Wisner, professor da

USP (Universidade de São Paulo). Mas foi na década de 1990, com base em um método

Page 16: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

16

proposto pelas professoras Anamaria de Moraes e Cláudia Mont’Alvão, que novos estudos

ergonômicos surgiram e ganharam força devido à descrição clara dos muitos obstáculos que

surgem em um estudo ergonômico. (PASCHOARELLI; SILVA, 2010) (PRZYGODA, 2012)

Soares (2004), afirma que as origens da Ergonomia no Brasil foram apresentadas por

Moraes e Soares (1989) no livro “Ergonomia no Brasil e no mundo: um quadro, uma fotografia”,

onde os autores relatam que as primeiras vertentes de implantação da disciplina no país

ocorreram em conjunto com as engenharias e desenho industrial.

2.3.1 Vertentes de difusão da ergonômia no Brasil

Para Guimarães (2004), Tinoco (2010) e Soares (2004), existem seis vertentes de

difusão da Ergonomia no Brasil:

A primeira vertente foi a área de engenharia de produção, na Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo (USP), com o professor Sérgio Penna Kehl, e a sua abordagem do

tópico "O Produto e o Homem", na disciplina Projeto de Produto, no curso de Engenharia de

Produção. A partir desta disciplina o Prof. Penna Kehl visualiza uma grande trajetória e funda o

Grupo Associado de Pesquisa e Planejamento (GAPP) o qual começa a oferecer consultorias que

tem em seus tópicos a ergonomia.

A segunda vertente constitui-se com o trabalho de Itiro Iida, COPPE/UFRJ (Instituto

Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do

Rio de Janeiro). Este leciona no curso de Engenharia de Produto, que passa a funcionar como um

centro de irradiação dos conhecimentos de Ergonomia. O Prof. Itiro também publicou em 1978,

um dos primeiros livros de ergonomia no Brasil: "Ergonomia: notas de aula", um livro muito

procurado dentro desta área.

A terceira vertente situou-se no curso de desenho industrial, a partir da Escola

Superior de Desenho Industrial (ESDI) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Nesta

escola, o professor Karl Heinz Bergmiller iniciou o ensino da ergonomia para o desenvolvimento

Page 17: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

17

de projetos de produtos, segundo o modelo de Tomás Maldonado, da Escola de Ulm, na

Alemanha. Em 1971, Itito Iida já atuando no Rio de Janeiro é convitado pelo Prof. Bergmiller,

em função de sua tese de doutorado, a lecionar Ergonomia na ESDI, para o desenvolvimento de

projeto e de produtos. Após a passagem de Itiro Iida na Escola, a Ergonomia é inserida como

disciplina do curso de Desenho Industrial.

A quarta vertente teve como base o curso de psicologia, na USP de Ribeirão Preto

aonde se implantou uma linha de pesquisa, coordenada pelos professores Rozestraten e

Stephaneck, relacionada a psicologia ergonômica, ambos psicólogos, onde estudos relacionados a

percepção visual são aplicados ao trânsito.

Na quinta vertente com ação do Prof. Franco Lo Presti Seminerio no Instituto

Superior de Estudos e Pesquisas Psicossociais (ISOP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que

promove o I Seminário Brasileiro de Ergonomia, em 1974. Este seminario tornasse um marco na

Ergonomia Brasileira. Foi em consenquência do ISOP o surgimento do primeiro curso de

especialização em Ergonomia no Brasil em 1975.

A sexta vertente se deu a partir da iniciativa do professor Franco Lo Presti Seminério,

que foi o responsável pela vinda ao Brasil do professor Alain Wisner do Conservatoire National

des Arts et Métiers (CNAM), de Paris. O Prof. Wisner foi responsável pela orientação e incentivo

dos primeiros estudos de Ergonomia da Fundação Getulio Vargas, onde o tema principal era a

plantação de açúcar, também incentivou à pos-graduação a vários brasileiros. Com os egressos

vindos desta instituição da França, que se iniciou o expansão da Ergonomia para outros estados

brasileiros e cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Florianopolis, Belo Horizonte e Brasilia e

são, hoje, responsáveis pelo desenvolvimento de diversas pesquisas e programas de pós-

graduação em universidades brasileiras.

Page 18: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

18

2.3.2 A Criação da ABERGO

No dia 31 de agosto de 1983, no auditório da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de

Janeiro,realizou-se a primeira reunião constitutiva da Associação Brasileira de Ergonomia e

escolheu-se a sigla ABERGO para a entidade.

Nesta reunião, foi eleita uma Comissão Provisória para tratar da eleição da primeira

diretoria, elaborar uma proposta de estatuto e um programa para a Associação. Esta Comissão era

composta pelos professores Anamaria de Moraes, Dioscedes da Silva Mello, Franco Lo Presti

Seminério, Frida Marina Fischer, Itiro Iida, João Hélvio Righi de Oliveira, Leda Leal Ferreira,

Maria Ivony Bezerra Cardoso, Reinier Johannes Antonius Rozestraten, e Ued Maluf (SOARES,

2004, Apud. Moraes, 1999)

A ABERGO foi fundada e registrada, com a posse da sua primeira Diretoria, no dia

30 de novembro de 1983.

2.3.3 Norma Regulamentadora – NR 17

As Normas Regulamentadoras (NRs) são de observância obrigatória pelas empresas

privadas e públicas e pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, que possuam

empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Estabelece a importância,

funções e competência da Delegacia Regional do Trabalho (SESMT, 2013).

A Norma Regulamentadora 17, cujo título é Ergonomia, visa estabelecer parâmetros

que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos

trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho

eficiente. A NR 17 tem a sua existência jurídica assegurada, em nível de legislação ordinária, nos

artigos 198 e 199 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Page 19: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

19

2.4 Descrição do setor bancário

A instituição bancária mudou consideravelmente nos últimos anos, tanto para clientes

quanto para bancários. O cliente deixou de ser chamado pelo nome, e os bancos passaram a

conviver com filas intermináveis e sobrecarga de trabalho. Ser bancário deixou de ser um status e

passou a ser visto como um “comerciário” que vende seguros, títulos de capitalização,

previdência, cartão de crédito e outros. (BRUNO, 2011) (Schimitz, 2002)

Os bancos acompanharam a evolução tecnológica e de processos em todo o mundo

nos últimos anos. (BAÚ, 2005) Essa mudança de foco das instituições financeiras alterou

completamente a profissão e a rotina do trabalho bancário, aumentando demais a pressão por

resultados. O interesse das instituições está representado por produtividade, competitividade,

qualidade, contenção de custos e treinamento. Todas essas metas levam a um “desgaste” físico-

emocional do trabalhador. (BACK et.al., 2010)

Na busca pelo crescimento no mercado competitivo, essas instituições aceleram o

ritmo de trabalho, aproveitando o máximo possível do esforço físico e psíquico do ser humano,

fazendo com que seus funcionários trabalhem, mesmo sem ter condições favoráveis para executar

tal atividade. (LUZ, 2013)

Uma mudança bem determinada nos bancos foi a especialização dos trabalhos.

Cada funcionário tem sua função específica, onde ocorreu uma diminuição dos tempos de

processamento de serviços e em contrapartida aumentou a sobrecarga na função, a repetição de

movimentos e o estresse psicológico.

Logo, aumentou significativamente o número de indivíduos com lesões resultantes da

intensificação desse processo de trabalho e da inadequação de sua execução. Estas condições vem

desencadeando problemas de saúde sendo provocados pela tensão psicológica e pelas más

condições de trabalho a que os funcionários estão submetidos. A consequência disso é que os

casos de problemas de sintomas dolorosos e de afastamentos decorrentes de doenças

ocupacionais vêm aumentando consideravelmente, que segundo dados encontrados no site

Page 20: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

20

www.previdenciasocial.gov.br, do Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS,

houve um aumento de casos, principalmente, das doenças denominadas LER (Lesões por Esforço

Repetitivo) ou DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho), e são

responsáveis por cerca de 80 a 90% dos casos de doenças ocupacionais registrados.

2.5 LER e DORT

Como visto anteriormente, a alta prevalência das LER/DORT’s tem sido explicada

por transformações do trabalho e das empresas, cuja organização tem se caracterizado pelo

estabelecimento de metas e produtividade, considerando suas necessidades, particularmente de

qualidade dos produtos e serviços e aumento da competitividade de mercado, sem levar em conta

os trabalhadores e seus limites físicos e psicossociais.

As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho (DORT) são por definição um fenômeno relacionado ao trabalho. Os

danos são decorrentes da utilização excessiva e repetitiva, imposta ao sistema músculo-

esquelético, e da falta de tempo para recuperação. Caracterizam-se por sintomas, geralmente, nos

membros superiores e coluna, tais como dor, parestesia, sensação de peso e fadiga.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012)

2.6 Qualidade de Vida no Trabalho - QVT

Com as alterações tecnológicas e ritmos de vida laborais, novas relações de trabalho e

tendências foram aparecendo e refletem na segurança, na saúde e nas expectativas do trabalhador.

Diante disso, desafios surgem pela revolução nas relações de produção e nas formas

ocupacionais, os quais envolvem mudanças que influenciam cada vez mais o desenvolvimento da

Page 21: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

21

preocupação com a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). (CORREIA Et.Al., 2012)(VARGAS,

2010)

A QVT é um assunto cada vez mais abordado atualmente nas organizações.

Demonstrar preocupação com o ser humano no ambiente de trabalho é necessário, visto que este

exerce um papel determinante para o sucesso do processo produtivo, e consequentemente, da

organização. (ALMEIDA; BORIN; DUARTE, 2010)

Para Lima e Silva, 2007, a QVT é uma metodologia que envolve pessoas, trabalho e

organização, busca o bem-estar, a participação, integração do trabalhador e a eficácia

organizacional, através da melhor qualidade e maior produtividade.

O funcionário que se sente bem, que esta satisfeito com o que faz e com o que a

empresa oferece a ele, como por exemplo, boas condições de trabalho e remuneração adequada

ao seu envolvimento nas tarefas, passa a ser um colaborador motivado, com isso certamente

atrairá mais clientes.

Neste contexto, várias instituições adotam o Programa de Qualidade de Vida no

Trabalho (PQVT), que visa promover a melhoria da qualidade de vida no trabalho de seus

colaboradores, através da promoção e prevenção de doenças ocupacionais, pausas estratégicas,

ginástica laboral, entre outros. (VARGAS, 2010) (ALMEIDA; BORIN; DUARTE, 2010)

(LIMA; SILVA, 2007)

2.7 Análise Ergonômica do Trabalho - AET

A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) refere-se a NR17 e à Ergonomia de forma

abrangente, incluindo um estudo detalhado dos postos de trabalho a fim de detectar os fatores de

riscos ocupacionais capazes de fornecer subsídios para as soluções ergonômicas para a empresa,

adequando-a à legislação.

A AET é um conjunto de etapas e ações que se encadeiam com o objetivo de entender

e transformar um posto de trabalho. (ABRAHÃO et.al., 2009) Análise dos postos de trabalho é o

Page 22: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

22

estudo de uma parte do sistema onde atua um trabalhador. A abordagem ergonômica ao nível do

posto de trabalho faz a análise da tarefa, da postura e dos movimentos do trabalhador e das suas

exigências físicas e psicológicas.

Para Ferreira; Righi, 2009, e Ferreira Et. Al., 2011, a AET é dividida em três fases:

análise da demanda, análise da tarefa e análise da atividade.

2.7.1 Análise da demanda

A demanda é o ponto de partida de qualquer pesquisa em ergonomia. Externamente,

devem ser considerados os indicadores de saúde, aspectos sociais intervenientes, o momento

técnico e tecnológico do contexto de inserção da empresa, bem como os condicionantes legais

vigentes.Internamente, a percepção do contexto passa por aspectos relacionados com a política e

estratégia adotada pela empresa, o sistema de produção utilizado, o modelo de gestão dos

recursos humanos, os índices de acidentes, além de variáveis como saúde ocupacional, tensões e

conflitos.

Objetiva conseguir uma melhoria nas condições de trabalho aumentando a segurança

evitando esforços desnecessários, a fadiga e obtendo assim um maior conforto. A análise da

demanda, realizada de forma correta, permitirá reconhecer se o problema é causado por falta de

treinamento, e auxiliará na definição dos reais objetivos para a sua execução.

2.7.2 Análise da tarefa

A tarefa é um objeto a ser atingido. O objetivo da análise da tarefa é o de buscar

informações sobre o que fazer (trabalho prescrito) e o que é feito (trabalho real), e em que

Page 23: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

23

condições o trabalhador realiza o seu trabalho. Para analisar a tarefa, ou as condições de trabalho,

é conveniente distinguir três fases distintas:

1) delimitação do sistema homem-tarefa que vai ser analisado;

2) descrever os elementos que compõem esse sistema, identificando quais

condicionam as exigências de trabalho;

3) Avaliar estas exigências do trabalho.

2.7.3 Análise da atividade

O objetivo desta análise é determinar a tarefa efetiva através da observação dos

gestos, posturas, deslocamentos, horários de trabalho, aspectos psicossociais e organização do

trabalho, possibilita diagnosticar o custo que o trabalho traz para o indivíduo.

É a análise do que o homem efetivamente realiza no trabalho para evidenciar as

diferenças entre o real e o prescrito.

2.8 Ferramentas de análise ergonômica

Atualmente a ergonomia é fundamental na adequação de um ambiente ocupacional

pois aplica teoria, princípios e métodos para projetar um local adequado que otimize e

proporcione bem estar humano e melhore o desempenho e qualidade de um sistema.

As ferramentas ergonômicas podem ajudar na identificação de cargas de trabalho que

podem levar o trabalhador a sofrer lesões musculoesqueléticas. Esses métodos e ferramentas

ergonômicas agilizam a análise e apontam o grau de criticidade em que o mesmo está submetido

ao realizar determinada atividade. Através delas, é possível diagnosticar situações que mais

Page 24: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

24

prejudicam a saúde do trabalhador, desde o levantamento de carga excessiva, às posturas

inadequadas e aos movimentos repetitivos. (BENTO; SHIDA, 2012)

2.8.1 Moore e Garg

É uma das ferramentas mais utilizadas em análises de postos de trabalho, trata-se de

um método de análise de risco de desenvolvimento de disfunções músculo tendinosas em

membros superiores. (PAVANI; QUELHAS, 2006) O nome “oficial” por assim dizer é Satain

Indez (ou índice de esforço) foi desenvolvido em 1995 por MOORE, J. S. e GARG, A.; com

principal objetivo de avaliar o risco de lesões em punhos e mãos. A ferramenta (Figura 01)

apresenta grande aceitação no meio acadêmico, empresarial e judicial, quando se trata de

demandas relacionadas à repetitividade, aplicação de forças e posturas forçadas para

extremidades distais de membro superior. (MEJIA; SOUSA, 2012) (BENTO; SHIDA, 2012)

Page 25: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

25

Figura 01- Método de Análise Moore e Garg

Page 26: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

26

2.8.2 NIOSH

Em 1981, o NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health (Instituto

Nacional de Sáude e Segurança Ocupacional) publicou um informe técnico entitulado “Work

Practices Guides for Manual Lifting”, revisado posteriormente em 1991. (CHECHETTO, 2011)

Este manual tinha como objetivo prevenir ou reduzir a ocorrência de dores causadas por

levantamento manual de cargas e para isso foi desenvolvida uma equação (equação de NIOSH)

para calcular o peso limite recomendável em tarefas repetitivas de levantamento de cargas.

(BENTO; SHIDA, 2012) Ou seja, o NIOSH foi uma ferramenta desenvolvida para “quantificar”

o levantamento manual de cargas. (Figura 02)

Com a aplicação da NIOSH os analistas conseguem calcular a carga ideal para

determinada função, prevenindo o trabalhador de possíveis lesões decorrentes de levantamento de

cargas excessivas. Apresenta uma limitação que é a aplicação em cargas estáticas.

Page 27: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

27

Figura 02 – Método de Avaliação NIOSH

2.8.3 OWAS

As posturas incorretas se constituem em um dos principais fatores de risco que

desencadeiam os distúrbios osteomusculares, desde problemas de coluna às severas deficiências.

(BENTO; SHIDA, 2012)

O método OWAS - Ovako Working Posture Analyses System foi criado pela

OVAKO OY (grupo siderúrgico) em conjunto com o Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional,

na Finlândia, com o objetivo de analisar posturas de trabalho na indústria do aço. O sistema

Page 28: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

28

(Figura 03) baseia-se em analisar determinadas atividades em intervalos variáveis ou constantes

observando-se a freqüência e o tempo despendido em cada postura. (FERNANDES Et. Al., 2010)

(PAVANI; QUELHAS, 2006) A análise é feita através de fotos e vídeos das posturas em todos os

postos de trabalho.

Figura 03 – Método de Avaliação OWAS

2.8.4 RULA

O método RULA (Rapid Upper-limb assessment) é um instrumento ágil e veloz que

permite obter uma avaliação da sobrecarga biomecânica dos membros superiores e do pescoço

Page 29: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

29

em uma tarefa ocupacional. (PAVANI; QUELHAS, 2006) É uma ferramenta que costuma ser

usada como parte de uma análise ergonômica feita no próprio local de trabalho, por ser de fácil

manuseio e rápida aplicação. (BENTO; SHIDA, 2012) Foi criado para detectar posturas de

trabalho ou fatores de risco que mereçam uma atenção especial.

Este método é indicado para analisar a sobrecarga concentrada no pescoço e membros

superiores, utiliza diagramas para facilitar a identificação das amplitudes de movimentos nas

articulações de interesse como também avalia o trabalho muscular estático e as forças exercidas

pelos segmentos em análise. (ARAUJO Et.Al., 2009)

O RULA (Figura 04 ) é um método rápido de análise postural, estático e dinâmico

que foca mais em esforços repetitivos e força, ideal para ser aplicado em funcionários de

escritório e atividades que requerem maior esforço de membros superiores. (BENTO; SHIDA,

2012)

Page 30: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

30

Figura 04 – Método de Avaliação RULA

2.8.5 TOR-TOM

O Índice TOR-TOM, Indicador Ergonômico da Eficácia de Pausas e Outros

Mecanismos de Regulação, é uma ferramenta recente, voltada para os riscos ergonômicos,

publicada em 2006 criada por Hudson Couto, mediante um trabalho de consultoria realizado

durante um ano para uma empresa do ramo eletrônica, aonde, juntamente com os gerentes e o

pessoal de tempos e métodos, buscava a redução dos casos de LER/DORT, porém levando em

Page 31: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

31

consideração as dificuldades na atividade e o aproveitamento do máximo possível do tempo do

colaborador (ANDRADRE; LAGE; MACEDO, 2010, Apud. COUTO, 2006).

É a relação entre a Taxa de Ocupação Real do trabalhador em determinada atividade

ao longo de sua jornada e a Taxa de Ocupação Máxima que deveria haver na atividade, segundo

as características daquele trabalho. Ferramenta quantitativa que avalia o potencial de

determinados trabalhos ocasionarem distúrbios, como fadiga, desconforto, dificuldades e lesões,

possibilitando adequar a carga de trabalho à capacidade produtiva dos trabalhadores. O (LOBO;

MORAES; OLIVEIRA, 2007)

2.8.6 Check-Lists

As avaliações de usabilidade por checklist são baseadas em listas de verificação, por

meio das quais diagnostica-se de forma rápida problemas que se repetem nas interfaces.

A avaliação realizada por meio de Checklist caracteriza-se por garantir resultados

mais estáveis, mesmo quando aplicados separadamente por diferentes avaliadores, pois as

quaestões/recomendações sempre serão efetivamente verificadas. Também facilitam na

identificação de problemas de usabilidade, devido a especificidade das questões. Por se tratarem

de questionários, aumentam a eficácia da avaliação pela redução da subjetividade (normalmente

associada a processos de avaliação) e apresentam baixo custo de avaliação pela sua rápida

aplicação. (GONÇALVES, 2008)

2.8.6.1 Questionário Bipolar – Avaliação da Fadiga

Para avaliação da fadiga utiliza-se o método desenvolvido inicialmente pelo prof.

Nigel Corlett de Nottingham, Inglaterra. Este método (ANEXO 1) possibilita avaliar a sensação

Page 32: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

32

subjetiva das pessoas respondendo a um questionário bipolar que contém uma seqüência de pares

de adjetivos, onde, neste tipo de pesquisa as pessoas respondem sempre as questões referindo-se

à sensação do indivíduo naquele instante de trabalho. (TEIXEIRA, 2008) (DEFANI; XAVIER,

2006)

2.8.6.2 Análise das Condições do Trabalho ao Computador

Esta ferramenta (ANEXO 2) constitui-se de perguntas relacionadas a doze itens

(Avaliação da cadeira; Avaliação da mesa de trabalho; Avaliação do suporte do teclado;

Avaliação do apoio para os pés; Avaliação do porta documentos; Avaliação do teclado;

Avaliação do monitor de vídeo; Avaliação do gabinete e CPU; Avaliação do Notebook e

acessórios para o seu uso; Avaliação da interação e do layout; Avaliação do sistema de trabalho;

Avaliação da iluminação do ambiente), onde as respostas podem ser sim (onde soma-se um

ponto) ou não (não somam-se pontos). (SILVA; SOARES, 2012)

2.8.6.3 Avaliação Simplificada do Risco de Lombalgia

Segundo Couto, 2007, o Chesk-List para avaliação simplificada do risco de lombalgia

(ANEXO 3) permite uma visualização rápida quanto à existência ou não de risco para a coluna

lombar. Este checklist não deve ser aplicado quando o trabalhador executar as atividades sentado.

Esta ferramenta avalia itens como posicionamento estático do corpo, movimentação

do tronco, a “pega” e carregamento de cargas, trabalho de membros superiores.

Os fatores são somados, obtendos-e um número, e interpreta-se da seguinte forma: 0 a

3 ponto, altíssimo risco d elombalgia; de 4 a 5, alto risco; de 6 a 7, risco moderado; de 8 a 10,

baixo risco e de 11 a 12, baixíssimo risco de lombalgia. (PAIZANTE, 2006)

Page 33: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

33

2.8.6.4 Avaliação Simplificada do Método de Trabalho

O conhecimento do perfil e das condições de trabalho é importante por entender o

comportamento assumido pelo trabalhador em seu local de trabalho.

Também de Couto, 2007, o Checklist de avaliação do método de trabalho (ANEXO

4) analisa condições de execução da atividade, como movimentação e posicionamento do corpo

(mãos, pescoço, braços, coluna, tronco) durante esta. Avalia também o local de trabalho,

ferramentas e distribuição do maquinário. Seu resultado delimita a condição ergonômica do posto

em avaliação.

2.8.6.5 Avaliação Simplificada do fator Biomecânico de Tenossinovites e

Distúrbios Músculo-Esqueléticos de Membros Superiores Relacionados ao Trabalho

O check-list de Couto (ANEXO 5) é um instrumento subjetivo e simplificado para

possíveis riscos de tenossinovites e distúrbios músculo-esqueléticode membros superiores

relacionados ao trabalho. Possibilita que todos os pontos importantes de uma análise de trabalho

sejam observados, evitando a omissão de algum aspecto, além de fazer um mapeamento rápido,

obtendo-se uma espécie de visão panorâmica do risco de lesão de membros superiores.

(FERREIRA, 2006)(ONETY, 2011)

Page 34: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

34

2.8.6.6 Avaliação Simplificada das Condições Biomecânicas do Posto de

Trabalho

Este Checklist de Couto (2007) para avaliação das condições biomecânicas do posto

de trabalho (ANEXO 6), consta questões relacionadas à altura das bancadas e suas regulagens, ou

não, sustentação de peso, movimentação de pés e membros superiores, mobiliário, posição do

corpo e objetos e materiais de uso. Limita, assim uma condição biomecânica péssima a excelente.

2.8.6.7 Censo de Ergonomia

Segundo Couto e Cardoso, 2007, criadores do método de avaliação Censo de

Ergonomia (ANEXO 7) ,

“trata-se de uma ferramenta formulada à base de questionário podendo

ser auxiliada por entrevista, através da qual o trabalhador expressa sua percepção a

respeito do posto de trabalho e da atividade que executa, informando se sente ou não

desconforto, dificuldade ou fadiga, em que intensidade, se está relacionado ou não ao

trabalho que executa e, ao mesmo tempo, dá sugestões do que melhorar.”

Tem como objetivos detectar situações de trabalho causadoras de lesões ou

afastamentos relacionados às condições ergonômicas do trabalho, bem como dor ao executar

tarefas, desconforto, dificuldade e fadiga. Também mapeia diveras áreas da empresa quanto à

prevalência de problemas ergonômicos e obtém dos trabalhadores a sua visão sobre possíveis

melhoria nas condições de trabalho.

Page 35: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

35

3 METODOLOGIA

3.1 Caracterização da Pesquisa

Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva. Exploratória por realizar um

estudo literário sobre o tema para uma melhor compreensão e por averiguar de informações sobre

a Ergonomia em uma agência bancária na cidade de Maximiliano de Almeida/RS. Para Luz,

2010, a pesquisa exploratória “objetiva proporcionar maior familiaridade com o problema, com

vistas a torná-los mais explícito ou a construir hipóteses”.

A pesquisa caracteriza-se como descritiva, porque permite uma investigação dos

fenômenos da realidade através de questionários, buscando o problema para assim ajudar a

solucionar os riscos de doenças ocupacionais na empresa.

Os meios de investigação, neste estudo identifica-se como sendo bibliográfica e

pesquisa de campo. Bibliográfica por se basear em livros, artigos, redes eletrônicas e demais

meios publicados de acesso ao público, referente ao assunto estudado. E a pesquisa de campo

pois “a coleta dos dados é feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem, sendo

assim diretamente observados, sem a intervenção e manuseio por parte do pesquisador”

(ANDRADE, 2010).

No que se refere à abordagem, a pesquisa é de caráter quantitativo, por fazer uso de

um questionário que permite explanar em números as opiniões e informações adquiridas,

utilizando-se de técnicas estatísticas.

Page 36: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

36

3.2 Tipo de Fontes

Realizou-se uma pesquisa na literatura científica, em base de dados da Scielo,

Revistas Eletrônicas, Anais, banco de dados de universidades, acerca do tema estudado e

posteriormente saiu-se a campo.

Para melhor interpretação e discussão da análise dos dados coletados, foram

utilizados livros, artigos científicos, dissertações, monografias, teses, e outros embasamentos.

3.3 Plano de Seleção de Amostra

Foram utilizados como amostra de pesquisa somente os bancários que atuam no

atendimento e no caixa da instituição bancária. Como critério de exclusão, as equipe de limpeza e

segurança, por serem serviços terceirizados, não fizeram parte da amostra.

Sendo assim, e aplicado o critério de exclusão, a amostra contou com 07 (sete)

elementos, subdivididos em 02(dois) caixas e 05 (cinco) no atendimento ao cliente. Todos

receberam um Termo de Conscentimento Livre e Esclarecido (modelo ANEXO 7) , para de fato,

participarem da pesquisa.

3.4 Plano de Coleta de Dados

Em preparação para a aplicação dos check-lists, e mesmo para aprimoramento no

assunto, participou-se de um curso de formação em Ergonomia Aplicada ao Ambiente de

Trabalho, no qual o manuseio e correta aplicação foram ensinados.

Page 37: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

37

Com o objetivo de analisar a agência bancária através dos check-lists, foi

utilizados 07 (sete) questionários, específicos, com respostas objetivas e de múltipla escolha,

encontrados em Anexos deste trabalho. Estes foram aplicados entre os dias 21, 22 e 23 de

novembro de 2012, durante 15 minutos, durante a jornada de trabalho, conforme a orientação de

cada check-list.

3.4 Plano de Tratamento e Análise dos Dados

Os questionário que foram coletados dados serviram para tabular as informações

necessárias para a determinação do presente trabalho, esses dados foram realizados através do

programa Microsoft Excel 2010 para gráficos que faz parte da pesquisa quantitativa.

3.5 Aspectos Éticos da Pesquisa

Em relação ao aspecto ético, este estudo foi enviado e aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa, da Plataforma Brasil sob o parecer número 450.059, e data da relatoria de 07 de

novembro de 2013. O presente estudo não acarretou risco algum a amostra por ter trabalhado

somente com informações contidas em questionários, sendo as mesmas mantidas em sigilo.

Page 38: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

38

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 A Empresa

A agência na qual foi realizada a pesquisa tem 65 anos de atuação no mercado, sendo

que no município de Maximiliano de Almeida existe há... anos. Situa-se num local razoavelmente

movimentado e que atende várias empresas e bom fluxo de clientes em geral. Hoje possui um

quadro de 07 funcionários nos quais desempenham diversas funções nas áreas financeiras e

comerciais.

A estrutura organizacional por sua vez é baseada no método tradicional com diversos

níveis hierárquicos, sendo suas promoções por meio de concursos públicos internos da

instituição.

As atividades desenvolvidas pelo funcionários são: execução das metas, objetivando

assegurar condições de melhorias no desenvolvimento dos trabalhos desenvolvidos pelos

colaboradores e distribuição que atendam aos objetivos e interesses da empresa, exercer

atividades comerciais, administrar contratos com terceiros, preparar orçamentos de despesas e

previsões de necessidades financeiras da área administrativa, recebimentos e pagamentos de

títulos, controlar os custos sob sua responsabilidade e zelar pela limpeza e segurança do ambiente

do trabalho.

Para a presente análise de seu ambiente ergonômico, realizou-se a coleta de dados

entre todos os funcionários, exceto terceirizados, levando em consideração os objetivos

esperados para a conclusão desta pesquisa.

A análise dos dados coletados teve como foco analisar e responder aos objetivos da

pesquisa, comparando a teoria e a prática. Com base nestas informações, a seguir os resultados e

suas análises serão apresentados para maior esclarecimento desse estudo.

Page 39: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

39

4.2 Perfil dos Funcionários

Como o objetivo do trabalho desconsidera dados demográficos, somente as

funções dos avaliados foram destacadas. O banco subdivide-se nas funções de Gerente Geral,

Gerente Adjunto, Caixa/Escriturário, Gerente de Negócios, Atendimento ao Público.

4.3 Censo de Ergonomia

Para Couto (2007), a ergonomia atua na prevenção de acidentes e doenças

ocupacionais e buscando adequar o trabalho ao homem, de modo a garantir o máximo de

conforto, segurança e eficácia das ferramentas, máquinas e dispositivos utilizados. A análise das

condições de trabalho é elemento essencial para o desenvolvimento da ergonomia, identificando

os fatores de, a fim de minimizá-los por meio de melhorias ergonômicas realizadas no ambiente

de trabalho e, assim, reduzir os riscos para a saúde e segurança do trabalhador. (ALMEIDA;

BACHUR; QUEMELO, 2010)

Censo de Ergonomia é uma ferramenta usada para detectar as situações de

desconforto, dificuldade e fadiga. Através desta ferramenta é possível identificar situações

causadoras de afastamentos previdenciários, afastamentos menos severos, até mesmo

circunstâncias de queixas em ambulatórios. (COUTO, 2007)

Em relação ao índice de desconforto, pode-se estabelecer que 86% dos avaliados

apresentam, e 14% não. Esses dados vão de encontro com outras pesquisas (ARAR Et. Al., 2009)

(FREITAS, 2009) que utilizaram o Censo de Ergonomia como ferramenta avaliativa.

Dos que apresentam algum desconforto físico, 100% destes atribuem o que sentem ao

trabalho. Segundo as respostas dos trabalhadores, os locais corpóreos mais afetados foram a

coluna, pescoço, ombros, joelhos, antebraços e punho.

Page 40: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

40

Pescoço Coluna Ombros Antebraço Punho Joelho0

1

2

3

4

5

6

Locais de Desconforto

Apresenta desconforto

Gráfico 01 – Locais de desconforto

Estes índices de ocorrência podem ser facilmente explicados pelas características do

trabalho e suas operações, as quais são realizadas em sua maioria na posição sentada e em frente

ao computador, exigindo maior esforço de toda a musculatura da coluna, pescoço e membros

superiores.

É importante ressaltar que a repetitividade de movimentos acarreta um aumento do

desconforto e a dor nestes locais.

No que diz respeito ao tempo de desconforto, entre os 6 participantes que dizem

sentir desconforto, 50% relata que a dor já dura 06 meses ou mais, e 50%, de uma a três meses.

No item “Classificação do Desconforto”, os participantes responderam que a dor é

o desconforto mais comum, seguido de cansaço, perda de força e limitação do movimento,

conforme Gráfico abaixo.

Page 41: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

41

Gráfico 02 – Classificação do desconforto

Sobre a intensidade do desconforto, a pesquisa identificou que 50% da amostra sente

um desconforto moderado. Já para 33%, varia de leve a muito leve, e 17%, forte/muito forte.

Dos avaliados, 67% utilizam regularmente algum medicamento para poder trabalhar e

33%, somente, ás vezes. Também, já fizeram tratamento por algum distúrbio ou lesão em

Membros Superiores (MMSS), coluna ou Membros Inferiores (MMII) 33% da amostra.

Um dado importante é que 83% dos participantes relata aumento do desconforto

durante a jornada de trabalho normal. Apenas 17%, nas horas extras. Quanto a melhora do

desconforto, os resultados são mostrados pelo gráfico.

Page 42: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

42

Gráfico 03- Sente melhora com o repouso

4.4 Check-List para Avaliação Simplificada das Condições Biomecânicas do

Posto de Trabalho

A interação entre homem, máquina e tarefa deve estar em harmonia para que não se

prejudique a saúde do trabalhador. Sendo assim, devem-se avaliar as diversas interações

existentes entre o posto de trabalho, as ferramentas utilizadas e a maneira como a atividade é

realizada. (KUHN, 2010)

No Check-List para Avaliação Simplificada das Condições Biomecânicas do Posto de

Trabalho, 43% da amostra classificou as condições biomecânicas como excelente, 43% como boa

e 14% como razoável. A empresa em questão investe em saúde do trabalhador, portanto há

constantes mudanças de mobiliários, como mesas, cadeiras, iluminação, fatores de temperatura e

outros.

Page 43: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

43

Gráfico 04 - Check-List para Avaliação Simplificada das Condições Biomecânicas do Posto de Trabalho

4.5 Checklist Avaliação Simplificada do Fator Biomecânico no Risco de

Tenossinovites e Distúrbios Músculo-Esqueléticos de Membros Superiores Relacionados ao

Trabalho

Foram determinados os riscos de distúrbios musculoesqueléticos dos membros

superiores através da avaliação simplificada do fator biomecânico relacionado ao trabalho. Para

tanto foi aplicado aos trabalhadores o checklist de COUTO (1995).

Este checklist é composto por 25 perguntas relacionadas às características do trabalho

como a sobrecarga física, os níveis de força aplicados com as mãos, o posto de operação, a

postura, o esforço estático, a repetitividade, a organização e as ferramentas utilizadas. Para cada

pergunta o entrevistado teve que responder SIM ou NÃO, e as respostas que implicavam em

riscos ergonômicos aos trabalhadores eram atribuídos um ponto ao escore total. Ao se

contabilizar a pontuação de cada questionário foi extraída uma média dos scores contemplando

todos os questionários.

Page 44: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

44

O checklist de COUTO possibilita ainda a identificação das operações do trabalho

que geram maiores riscos ergonômicos e, consequentemente, à saúde dos trabalhadores, através

dos quesitos mais pontuados deste questionário.

Neste checklist que avalia os riscos para desenvolvimento de LER/DORT, 29% da

amostra apresentou, em seu setor de trabalho, alto riso de LER/DORT, 28% altíssimo risco, 29%

risco moderado e 14% baixíssimo risco.

Gráfico 05 - Checklist Avaliação Simplificada do Fator Biomecânico no Risco de Tenossinovites e Distúrbios

Músculo-Esqueléticos de Membros Superiores Relacionados ao Trabalho

4.6 Check-List para Avaliação Simplificada do Método de Trabalho

As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte

e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de

trabalho e à própria organização do trabalho. (NR 17)

Page 45: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

45

Em relação aos níveis de priorização de riscos ergonômicos pode-se verificar que

57% dos participantes avaliam como sendo uma razoável condição ergonômica, 29% como boa e

14%, ruim.

Gráfico 06 - Check-List para Avaliação Simplificada do Método de Trabalho

4.7 Chesk-List para Avaliação Simplificada do Risco de Lombalgia

Os distúrbios dolorosos da coluna vertebral se constituem no principal acometimento

relacionado ao trabalho em todo o mundo. O mais comum é a dor muscular ocasionada por fadiga

da musculatura das costas, principalmente ao se permanecer por muito tempo numa mesma

postura, e na maioria das vezes, com o trocno encurvado para frente. A segunda mais comum é a

lombalgia, ocasionada pela torção da coluna lombossacra, causando tensão dos músculos e

ligamentos da coluna vertebral. Em níveis mais graves, os discos intervertebrais geram uma dor

muito forte e extremamente incapacitante. (COUTO, 2007) (ÂNGELO Et.Al., 2011)

Page 46: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

46

O Checklist para avaliação simplificada do risco de lombalgia permite uma

visualização rápida quanto à existência ou não de risco para a coluna.

Pelas condições avaliadas, 57% da amostra apresenta baixíssimo risco para

desenvolver lombalgias, 29% baixo risco e apenas 14% apresenta risco moderado. Um dado

importante que deve ser analisado antes da aplicação deste checklist em algumas avaliações, é

que este checklist não deve ser aplicado quando o trabalhador executar a atividade sentado. Na

avaliação realizada nesta pesquisa, optou-se por utilizá-lo pois, nem todos executam a atividades

o tempo todo na posição sentada. Assim, é fácil explicar o resultado encontrado. Os participantes

da amostra que apresentam risco moderado para desenvolver lombalgias, é o que passa a maior

parte do tempo em pé, no auto-atendimento.

Gráfico 07 - Chesk-List para Avaliação Simplificada do Risco de Lombalgia

Page 47: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

47

4.8 Check-List Análise das Condições do Trabalho ao Computador

O checklist para análise das condições do posto de trabalho ao computador, que visa

avaliar as estruturas da cadeira, mesa de trabalho, suporte do teclado, apoio para os pés, porta-

documento, teclado, monitor de vídeo, gabinete e CPU, notebook e acessório para seu uso,

interação e layout, sistema de trabalho, iluminação do ambiente. Realizou-se o checkilist de

COUTO, ou seja, avaliação simplificada do fator biomecânico no risco para distúrbios

musculoesqueléticos de membros superiores relacionados ao trabalho, para verificar a sobrecarga

física, força com as mãos, postura no trabalho, posto de trabalho e esforço estático, repetitividade

e organização do trabalho, ferramenta de trabalho, fator ergonômico extremo.

Com relação aos riscos ergonômicos, a amostra, em sua maioria (57%), definiu

como condições ergonômicas razoáveis, 29%, boa e 14%, ruim.

Gráfico 08 - Check-List Análise das Condições do Trabalho ao Computador

Page 48: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

48

4.9 Questionário Bipolar - Avaliação de Fadiga

Este método possibilita avaliar a sensação subjetiva das pessoas, onde, neste tipo

de pesquisa, as mesmas respondem sempre as questões referindo-se à sensação do indivíduo

naquele instante de trabalho. Divide-se em três partes: início, meio e final da jornada de trabalho.

Os dados do questionário bipolar para avaliação da fadiga coletados junto aos

colaboradores, então, no início, meio e fim da jornada de trabalho, e foram consolidados e

calculados os valores médios de níveis de sensibilidade das características sensoriais selecionadas

para avaliação.

No início da jornada de trabalho, observou-se que 57% da amostra não apresenta

fadiga, mas um percentual alto, de 43%, já tem fadiga moderada.

Gráfico 09 – Questionário Bipolar – Avaliação de fadiga no início da jornada

Page 49: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

49

No intervalo de trabalho, transcorrido no mínimo três horas, aplicou-se o questionário

para o meio da jornada. Sendo assim, constatou-se uma melhora na fadiga, com 71% não sente, e

apenas 29% continua apresentando fadiga moderada.

Gráfico 10 – Questionário Bipolar – Avaliação da fadiga no meio da jornada de trabalho

O resultado do meio da jornada de trabalho, permaneceu o mesmo no final do dia.

Page 50: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

50

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A avaliação ergonômica sempre auxilia na localização de fatores da queda de

produção em qualquer ambiente de trabalho, bem como identifica riscos de doenças ocupacionais

e como podem ser evitadas. A implantação da fisioterapia nas empresas traz benefícios para a

mesma e seus colaboradores, atuando na prevenção e contribuindo para um equilíbrio harmônico

físico- mental, minimizando os impactos decorrentes da postura inadequada, mobiliário, entre

outros.

Cabe ao gestor responsável pela instituição, propor uma interação com o

departamento responsável pela projeção ergonômica, para que ele venha a solucionar essas falhas

internas acerca da saúde das pessoas ainda existentes na empresa, sendo assim o funcionário

passa a desempenhar seu trabalho de maneira correta e a instituição passa a incluir no seu

ambiente organizacional os parâmetros ergonômicos exigidos pela NR 17.

Uma avaliação ergonômica estritamente baseada em “check lists” possui eficácia

questionável porque só considera aspectos aparentes e superficiais das tarefas em detrimento da

atividade real de trabalho, complexa e repleta de mediações. O uso dos “check lists”, de forma

isolada, só possibilita a visualização daquilo que já se sabe sobre o posto de trabalho, sem que se

avalie como os chamados fatores de risco se relacionam com a atividade nesse mesmo posto.

Com este estudo, pode-se concluir que toda a instituição bancária está vunerável a

desencadear doenças ocupacionais, pois há riscos ergoômicos iminentes, e o trabalho repetitivo é

um agravante.

Os resultados obtidos nessa pesquisa mostram que o bem-estar do colaborador faz-se

necessário para o desempenho na produtividade dentro das instituições. Portanto é relevante a

existência de uma cooperação que beneficie tanto o indivíduo quanto a empresa, para que assim

proporcione uma satisfação no contexto empresarial.

Page 51: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

51

REFERÊNCIAS

ABERGO – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA. Disponível em: <

http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia > Acesso em: 12 mar. 2013.

ABRAHÃO, Júlia I. et.al. Ergonomia, cognição e trabalho informatizado. Psic.: Teor. e Pesq.,

Brasília , v. 21, n. 2, Aug. 2005 . Disponível em: <

http://www.scielo.br/pdf/ptp/v21n2/a06v21n2.pdf > Acesso em: 21 out. 2013.

ALMEIDA, Larissa B. de; BACHUR, José A.; QUEMELO, Paulo R. V. Análise ergonômica do

setor de prensagem para a produção de solados em uma empresa calçadista da cidade de Franca –

SP. Investigação. 2010;10: 69-73.

ALMEIDA, Mariza; BORIN, Elaine C.P.; DUARTE, Dannyel V.R. A qualidade de vida no

trabalho – QVT e sua influência na vida dos bancários. Polêm!ca, v. 9, n. 4, p. 74-81,

outubro/dezembro 2010.

ANDRADE, A. et al . Nível de atividade física, estresse e saúde em bancários. Motri., Vila

Real, v. 6, n. 1, 2010 . Disponível em: <

http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/pdf/mot/v6n1/v6n1a03.pdf > Acesso em: 20 nov. 2013.

ANDRADE, João B.L. de; LAGE, Erika A.; MACÊDO, Cristiane S. Avaliação do índice TOR-

TOM no preocesso de soldagem em indústria automotiva de duas rodas do Pólo Industrial de

Manaus. INGEPRO – Inovação, Gestão e Produção. Fevereiro de 2010; vol. 02, nº 02: 87-99.

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico:

elaboração de trabalhos na graduação. 10. ed. – São Paulo: atlas, 2010.

ÂNGELO, Rita di Cássia de O. et.al. Lombalgia ocupacional e a postura sentada: efeitos da

cinesioterapia laboral. Revista Dor. São Paulo, 2011. Out/Dez; 12 (4) 308 -313.

ARAR, Miriam B. et.al. Avaliação ergonômica e prevalência das doenças relacionadas ao

trabalho em empresas calçadistas. Colloquium Vitae, 2009, v01.n2.v014 (94-99)

Page 52: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

52

ARAUJO, Paulyara de O. et.al. Aplicação do método RULA na investigação dos efeitos causados

pelas posturas adotadas por operadores de uma casa lotérica. INGEPRO – Inovação, Gestão e

Produção - Março de 2010, vol. 02, nº 03 (25-36)

BAÚ, Lucy Mara Silva. Intervenção Ergonômica e Fisioterápica como Fator de redução de

Queixas Múculo-Esqueléticas em Bancários. Universidade Federal do Rio Grande do Sul –

UFRGS. Trabalho de Conclusão de Curso. Escola de Engenharia – Mestrado Profissionalizante

em Engenharia, Porto Alegre - RS: 2009.

BENTO, Paulo E.G.; SHIDA, Georgia J. Métodos de ferramentas ergonômicas que auxiliam na

análise de situações de trabalho. VIII Congresso Nacional de Excelência em Gestão - CNEG,

2012. Disponível em:

http://www.excelenciaemgestao.org/portals/2/documents/cneg8/anais/t12_0496_3097.pdf >

Acesso em: 06 ago. 2013.

BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS. Acesso em: 14 nov. 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos de atenção integral à Saúde do Trabalhador de

Complexidade Diferenciada. Brasília, 2012.

BRUNO, Walcir Previtale. Bancários não são máquinas. Saúde dos bancários / organização

Laerte Idal Sznelwar. – 1. ed. – São Paulo : Publisher Brasil : Editora Gráfica Atitude Ltda, 2011.

360 p.

CHECHETTO, Silvana T. Método NIOSH na identificação do risco para o segmento lombar

em trabalhadores do setor de empacotamento de beneficiamento de arroz. Criciúma, SC:

UNESC, 2011. Trabalho de Conclusão de Curso. Disponível em: <

http://repositorio.unesc.net/bitstream/handle/1/344/Silvana%20Trombim%20Chechetto.pdf?sequ

ence=1 > Acesso em: 04 jan 2013.

CORREIA, Ana Maria M. et. al. Estudo da qualidade de vida no trabalho em uma agência

bancária localizada em Santa Rita/PB. Anais: VII Seprone, 2012. Mossoró – RN. Disponível

em: < http://www.seprone2012.com.br/sites/default/files/et28.pdf > Acesso em: 07 mar. 2013.

Page 53: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

53

COUTO, Hudson de A. Ergonomia aplicada ao trabalho: conteúdo básico: guia prático. Belo

Horizonte: ERGO Editora, 2007.

COUTO, Hudson de A. Ergonomia aplicada ao trabalho: o manual técnico da máquina

humana. Belo Horizonte: Ergo, 1995.

DEFANI, Junior C.; XAVIER, Antonio A. Fadiga no trabalho: estudo de caso na agroindústria.

XIII SIMPEP 2006 – Bauru, SP. Anais. Disponível em : <

http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/527.pdf > Acesso em: 22 nov. 2013.

FERNANDES, Jocimar et. al. Análise ergonômica e aplicação do método OWAS numa oficina

de manutenção mecânica de uma usina termoelétrica. Perspectivas Online. Vol. 4, nº 14, 2010

(18-28). Disponível em: <

http://www.perspectivasonline.com.br/revista/2010vol4n14/volume4(14)artigo2.pdf > Acesso em

12 nov.2013

FERREIRA, Ailton da S. et. al. Análise ergonõmica do trabalho na churrascaria gaúcha. Em:

XXXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2011, Belo Horizonte.

FERREIRA, Mario S. ; RIGHI, Carlos Antoônio Ramires. Análise Ergonômica do Trabalho.

2009. Disponível em: < http://www.ergonomianotrabalho.com.br/analise-ergonomica.pdf >.

Acesso em: 14nov. 2013

FERREIRA, Patrícia C. Avaliação ergonômica de algumas operações florestais no município

de Santa Bárbara – MG. Centro Universitário de Caratinga, MG – Dissertação de Mestrado.

Caratinga, 2006. Disponível em: <

http://www.portal.ufra.edu.br/attachments/1026_Avalia%C3%A7%C3%A3o%20Ergon%C3%B4

mica%20de%20algumas%20Opera%C3%A7%C3%B5es%20Florestais%20Dicerta%C3%A7%C

3%A3o%20de%20Mestrado).pdf > Acesso em: 07 jan. 2013.

FREITAS, Pedro C.G. de. Ergonomia em bibliotecas universitárias. Universidade Regional de

Blumenau – FURB. Monografia. Blumenau, 2009. Disponível em: <

http://www.revistarecrearte.net/IMG/pdf/ERGONOMIA_EM_BIBLIOTECAS_UNIVERSITARI

AS._Pedro_Carlos_Garcia_de_Freitas-2.pdf > Acesso em: 12 ago. 2013.

Page 54: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

54

GONÇALVES, Cristiana S. Checklist como técnica de avaliação de interface utiizando os

critérios ergonômicos. Universidade Estadual de Maringá – UEM. Monografia. Maringá, 2008.

Disponível em: < http://www.espweb.uem.br/monografias/2006/CristinSimanGoncalves.pdf >

Acesso em: 23 mar. 2013

GRAUP, Susane. Cenário Epidemiológico de Morbidade no Ambiente de Trabalho no

Brasil. Florianópolis: UFSC, 2012. Tese de Doutorado. Disponível em: <

https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/100370/313858.pdf?sequence=1>

Acesso em: 07 mar. 2013.

GUIMARÃES, LIA B.M. Ergonomia de Processo: Histórico, Ambiente. 1ª Ed. Porto

Alegre, RS, Editora Lia Buarque de Macedo Guimarães, 2004.

KUNH, Peterson D. Avaliação das condições biomecânicas da avicultura de corte: um estudo

na atividade de aquecimento de aviários. Universidade Tecnológica Federal do Paraná –

UTFPR. Dissertação de Mestrado. Ponta Grossa, 2010. Disponível em: <

http://www.pg.utfpr.edu.br/dirppg/ppgep/dissertacoes/arquivos/159/Dissertacao.pdf > Acesso

em: 04 nov. 2013.

LIMA, SILENE M. O. De; SILVA, SÉRGIO, P.Da. Avaliação da Qualidade de Vida No

Trabalho dos Colaboradores do Banco do Brasil S/A da Agência Borborema – Campina Grande-

PB. Qualit@s Revista Eletrônica, Vol. 6, No 1 (2007)

LOBO, Paulo A. M.; MORAES, Alexandre C.; OLIVEIRA, Angelo R. de. Otimização e controle

de tempos e métodos de trabalho através da sinergia de métodos ergonômicos, estatísticos e

computacionais. Anais. XXVII Encontro nacional de Engenharia de Produção – ENEGEP 2007.

LUZ, Adjane de M. A influência da ergonomia para o desempenho no trabalho: um estudo

em uma agência bancária na cidade de Picos – PI. Universidade Federal do Piauí- UFPI, 2013.

Monografia. Disponível em: < http://www.ufpi.br/subsiteFiles/admpicos/arquivos/files/TCC%20DE%20ADJANE%20DE%20

MOURA%20LUZ.pdf > Acesso em: 11 out. 2013

MEJIA, Dayana P.M.; SOUSA, Edislândia I. de. Estudo de caso de avaliação qualitativa das

melhorias ergonômicas implantadas no posto de trabalho de inserção de molas nas placas do

Page 55: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

55

controle remoto. Portal Biocursos, 2012. Disponível em: <

http://www.portalbiocursos.com.br/artigos/ergonomia/04.pdf > Acesso em: 12 ago. 2013.

MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia. São Paulo, 1992.

PAIZANTE, Grasiela O. Análise dos fatores de risco da coluna lombar em costureiras de

uma fábrica de confecção de moda íntima masculina no município de Muriaé – MG. Centro

Universitário de Caratinga – UNEC. Dissertação. Caratinga, 2006. Disponível em: <

http://bibliotecadigital.unec.edu.br/bdtdunec/tde_arquivos/22/TDE-2007-08-24T125659Z-

26/Publico/GRASIELLA%20OLIVEIRA%20PAIZANTE.pdf > Acesso em: 22 out. 2013.

PAVANI. Ronildo A.; QUELHAS, Osvaldo L.G. A avaliação dos riscos ergonômicos como

ferramenta gerencial em saúde ocupacional. XIII SIMPEP – Bauru, SP: 2006. Disponível em: <

http://ergonomics.com.br/files/2012/08/comparacao_metodos.pdf > Acesso em: 06 ago. 2013.

PRZYGODA, Kathlen. História da Ergonomia e o Envolvimento da psicologia: uma revisão

do estado da arte. Blumenau – SC: FURB, 2012. Trabalho de Conclusão de Curso. Disponível

em: < http://www.bc.furb.br/docs/MO/2012/352132_1_1.PDF > Acesso em: 12 mar. 2013.

SCHMITZ, Cláudio. Análise Ergonômica de Postos de Trabalho de Caixa de Banco:

Comparação de Dois Modelos do Banrisul S. A. Universidade Federal do Rio Grande do Sul –

UFRGS. Trabalho de Conclusão de Curso. Escola de Engenharia – Mestrado Profissionalizante

em Engenharia, Porto Alegre - RS: 2002.

SESMT– Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho. Disponível

em: < http://www.sesmt.com.br/portal/downloads/normas/nr_01.pdf >. Acesso em: 11 set. 2013.

SILVA, FERNANDA R. ERGONOMIA: Uma necessidade industrial apenas industrial ou

também social? Florianópolis. Mestrado em Engenharia de Produção _ PPGEP. 2001.

SILVA, JOSÉ C.P., and PASCHOARELLI, LC. A evolução histórica da ergonomia no mundo

e seus pioneiros. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.

SILVA, Liane M.F. e; SOARES, Elaine V.G. Estudo ergonômico e propostas de melhorias em

postos de trabalho de uma empresa de mineração. VII SEPRONE, Mossoró-RN: 2012.

Page 56: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

56

Disponível em: < http://www.seprone2012.com.br/sites/default/files/et9.pdf > Acesso em: 07

mar. 2013.

SOARES, MARCELO M. “21 anos da ABERGO: A Ergonomia brasileira atinge sua

maioridade”. Anais da ABERGO, Fortaleza –CE, 2004

TEIXEIRA, Maria de F. A. A importância fisioterapêutica na utilização do questionário

bipolar de Couto na avaliação de fadiga em conjunto com a análise das interrupções de

trabalho em operadores de telefonia (call center): estudo preliminar. Universidade Veiga de

Almeida – UVA, Rio de Janeiro: 2008. Monografia. Disponível em: <

http://www.uva.br/sites/all/themes/uva/files/pdf/A-IMPORTANCIA-FISIOTERAPEUTICA-NA-

UTILIZAC.pdf > Acesso em: 07 mar. 2013.

TINOCO, Fernanda P. As dificuldades encontradas na atividade consultiva de ergonomia no

Brasil. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro,

2010. Disponível em: < http://objdig.ufrj.br/60/teses/coppe_m/FernandaPecanhaTinoco.pdf >

Acesso em: 16 out. 2013.

VARGAS, Denise O. Qualidade de vida no trabalho em uma agência bancária de Porto

Alegre. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Trabalho de Conclusão de Curso.

Porto Alegre, 2010. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/33325 > Acesso

em: 13 ago. 2013.

Page 57: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

57

ANEXOS

Page 58: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

58

ANEXO 1

QUESTIONÁRIO BIPOLAR – AVALIAÇÃO DE FADIGA- QUESTIONÁRIO

DO INÍCIO DA JORNADA DE TRABALHO

Nome:

Horário:

1 2 3 4 5 6 7

Descansado Cansado Boa concentração Dificuldade de concentrar Calmo Nervoso Produtividade

normal

Produtividade

Comprometida Descansado

visualmente

Cansaço visual

Ausência de dor nos

músculos do pescoço

e ombros

Dor nos músculos do

pescoço e ombros

Ausência de dor nas

costas

Dor nas costas

Ausência de dor na

região lombar

Dor na região lombar

Ausência de dor nas

coxas

Dor nas coxas

Ausência de dor nas

pernas

Dor nas pernas

Ausência de dor nos

Pés

Dor nos pés

Ausência de dor de

cabeça

Dor de cabeça

Ausência de dor no

braço, no punho ou

na mão do lado

direito

Dor no braço, no punho

ou na mão do lado

direito

Page 59: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

59

Ausência de dor no

braço, no punho ou

na mão do lado

esquerdo

Dor no braço, no punho

ou na mão do lado

esquerdo

Page 60: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

QUESTIONÁRIO BIPOLAR – AVALIAÇÃO DE FADIGA-

QUESTIONÁRIO DO MEIO DA JORNADA DE TRABALHO

1 2 3 4 5 6 7

Ausência de dor na

região lombar

Dor na região lombar

Ausência de dor nas

coxas

Dor nas coxas

Ausência de dor nas

pernas

Dor nas pernas

Produtividade

normal

Produtividade

Comprometida Ausência de dor nos

músculos do pescoço

e ombros

Dor nos músculos do

pescoço e ombros

Ausência de dor nas

costas

Dor nas costas

Ausência de dor no

braço, no punho ou

na mão do lado

esquerdo

Dor no braço, no punho

ou na mão do lado

esquerdo

Ausência de dor no

braço, no punho ou

na mão do lado

direito

Dor nos braço, no punho

ou na mão do lado

direito

Descansado Cansado Boa concentração Dificuldade de concentrar Calmo Nervoso Ausência de dor nos

pés

Dor nos pés

Ausência de dor de

cabeça

Dor de cabeça

Descansado

visualmente

Cansaço visual

Page 61: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

QUESTIONÁRIO BIPOLAR – AVALIAÇÃO DE FADIGA-

QUESTIONÁRIO DO FINAL DA JORNADA DE TRABALHO

Nome:

Horário:

1 2 3 4 5 6 7

Descansado Cansado Boa concentração Dificuldade de concentrar Calmo Nervoso Produtividade

normal

Produtividade

Comprometida Descansado

visualmente

Cansaço visual

Ausência de dor nos

músculos do pescoço

e ombros

Dor nos músculos do

pescoço e ombros

Ausência de dor nas

costas

Dor nas costas

Ausência de dor na

região lombar

Dor na região lombar

Ausência de dor nas

coxas

Dor nas coxas

Ausência de dor nas

pernas

Dor nas pernas

Ausência de dor nos

pés

Dor nos pés

Ausência de dor de

cabeça

Dor de cabeça

Ausência de dor no

braço, no punho ou

na mão do lado

direito

Dor nos braço, no punho

ou na mão do lado

direito

Ausência de dor no

braço, no punho ou

na mão do lado

esquerdo

Dor no braço, no punho

ou na mão do lado

esquerdo

Page 62: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

Instruções:

São 3 folhas, sendo que a primeira é para ser aplicada quando o trabalhador inicia a

jornada, a segunda na hora em que ele está saindo para o almoço e a terceira no final da

jornada.

Não aplicar aos seguintes trabalhadores:

• Aqueles novos na função – menos de 2 meses

• Aqueles que estejam com quadro clínico de LER/DORT/ lombalgia e queixando-

se de dor

• Aqueles que tenham retornado de férias nas últimas 3 semanas.

Aqueles que estiverem trabalhando em regime de rodízio (job rotation) deverão permanecer

na função a ser estudada durante 3 dias, sem rodízio, sendo o questionário aplicado ao

terceiro dia. Deverá ser explicado para ele que ao final do terceiro dia o mesmo retornará ao

esquema de rodízio normal.

Explique ao trabalhador o seguinte:

Se ele estiver se sentindo da forma que está à esquerda, marque 1; se ele estiver se sentindo

totalmente à direita, marque 7; se for mais ou menos, marque 4; mais para o lado da

caracterização à esquerda, 3 ou 2; mais para o lado da caracterização da direita, marcar 5 ou

6. Dê assistência a eles na hora de preencherem, para tirar dúvidas.

Page 63: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

É importante que eles preencham num lugar em que possam se sentar e escrever; assim,

talvez no início da jornada no refeitório; na hora do almoço também no refeitório; e antes

de sair, eles passariam pelo refeitório.

Não deixe que ele veja o resultado da avaliação anterior.

Assim, haverá um conjunto de 3 questionários por trabalhador; Naturalmente, conforme

você pode ver, quanto mais para a direita, maior é a fadiga.

Page 64: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

4

No caso de haver hora extra naquele dia, aplicar um outro questionário (igual ao último) ao

final da hora extra.

Critério de Interpretação

Qualitativa

• Fadiga acumulada - será identificada quando o primeiro questionário revelar item

4 ou acima nos seguintes aspectos: dor nos músculos do pescoço e ombros e dor

nos braços e quando ficar caracterizada a continuidade das queixas ao longo da

jornada; a marcação de item 4 ou superior ao início da jornada nos itens cansado e

produtividade comprometida depende de uma avaliação melhor quanto às causas.

• Nível de fadiga – tomar como base o questionário do final da jornada-

o Ausência de fadiga– até 3 em cada um dos itens;

o Moderada – 4 ou 5 em algum dos itens (sendo que a pontuação inicial era

menor que 3);

o Intensa – 6 ou 7 em algum dos itens;

o Há que se tomar alguns cuidados na interpretação do questionário quando o

nível inicial marcado em relação àquele item era de 3 ou 4. Nesse caso, tem-

se que interpretar se houve um aumento da pontuação ao longo da jornada.

Page 65: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

5

ANEXO 2

Page 66: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

6

ANEXO 3

Page 67: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

7

ANEXO 4

Page 68: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

8

ANEXO 5

Page 69: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

9

ANEXO 6

Page 70: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

10

ANEXO 7

Page 71: TCC DANIELE ANDRIGHETTI PÓS ENG DE PRODUÇÃO

11

ANEXO 8