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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA E ESTATÍSTICA CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GABRIELA NATACHA BECHARA BENCHMARKING DE SERVIÇOS ORIENTADOS A MPLS EM ESTRUTURAS DE REDES DE TELECOMUNICAÇÕES Orientador: Prof.. Dr. Mário Antônio Ribeiro Dantas Co-orientador: MSc. Eduardo Rezende

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO TECNOLÓGICO

DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA E ESTATÍSTICACURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

GABRIELA NATACHA BECHARA

BENCHMARKING DE SERVIÇOS ORIENTADOS A MPLS EM ESTRUTURAS DE REDES DE TELECOMUNICAÇÕES

Orientador: Prof.. Dr. Mário Antônio Ribeiro DantasCo-orientador: MSc. Eduardo Rezende

FLORIANÓPOLIS, NOVEMBRO DE 2005

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GABRIELA NATACHA BECHARA

BENCHMARKING DE SERVIÇOS ORIENTADOS A MPLS EM ESTRUTURAS DE REDES DE TELECOMUNICAÇÕES

Trabalho monográfico apresentado para a obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação, pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Orientador: Prof.. Dr. Mário Antônio Ribeiro Dantas

FLORIANÓPOLIS, 2005

GABRIELA NATACHA BECHARA

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BENCHMARKING DE SERVIÇOS ORIENTADOS A MPLS EM ESTRUTURAS DE REDES DE TELECOMUNICAÇÕES

Monografia apresentada como trabalho de conclusão de curso para a obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação, pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Este trabalho foi julgado adequado para a obtenção do título requerido e, portanto, aprovado em sua forma final, obtendo a nota de ______, atribuída pela banca constituída pelo orientador e membros abaixo mencionados.

Compuseram a banca:

__________________________________________Prof. Orientador Mário Antônio Ribeiro Dantas, Dr.

Departamento de Informática e Estatística - USFC

Nota atribuída .................

__________________________________________Prof. Corientador Eduardo Rezende, MSc.

Nota atribuída .................

__________________________________________Prof. Vitório Bruno Mazzola, MSc.

Departamento de Informática e Estatística - USFC

Nota atribuída .................

Florianópolis, 08 de novembro de 2005.

__________________________________________Prof. Renato Cislaghi, MSc.

Coordenador de Monografia - UFSC

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais, Elisabeth e Juarez, por todo o apoio,

amor e carinho dedicados a minha pessoa ao longo desses últimos 23 anos de vida.

Agradeço também a minha irmã, Sabrina, pela alegria e incentivo dados nos

momentos difíceis.

Agradeço ao meu orientador Professor Mário Dantas e ao meu co-orientador

Eduardo Rezende pela ajudada prestada.

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RESUMO

De uma forma crescente, as redes de computadores têm suportado o surgimento

constante de diferentes tipos de tecnologia, com diferentes tipos de aplicações

(VoIP, dados, imagens, etc). Para que essas tecnologias tenham um suporte

adequado, é importante que abordagens tais como MPLS e Engenharia de Tráfego

sejam adotadas nas estruturas de redes atuais.

A adoção do MPLS, uma das mais recentes arquiteturas de redes existentes no

mercado, permite o encaminhamento rápido de pacotes e a utilização de diferentes

tipos de arquitetura numa mesma topologia, o que agrega um enorme valor aos

serviços prestados pela rede. A engenharia de tráfego para melhorar o tráfego

dentro das redes das operadoras.

O foco deste trabalho está dirigido às aplicações derivadas da utilização da

tecnologia MPLS nas operadoras de telecomunicações do Brasil, bem como as

características específicas de cada uma dessas implementações. Paralelamente,

conceitos de Benchmarking são utilizados com o objetivo de analisar essas

aplicações e identificar possíveis melhorias nas mesmas.

Palavras-Chave: Benchmarking, mpls, redes.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Rede IP Tradicional...............................................................................................15

Figura 2.2 - Rede ATM sendo utilizada no núcleo de uma rede IP tradicional........................17

Figura 2.3 - Iniciativas de unir a comutação ao IP...................................................................18

Figura 2.4 - Topologia de rede da arquitetura MPLS...............................................................19

Figura 2.5 - Privatização do Setor de Telecomunicações.........................................................23

Figura 2.6 - Área de Cobertura das Operadoras de Telecomunicações....................................24

Figura 2.3.1 - As Gerações de Benchmarking..........................................................................31

Figura 2.3.2 - Benchmarking Competitivo...............................................................................33

Figura 2.3.3 - Tipos de Benchmarking, Recolhimento de Dados e Potencial de Inovação......35

Figura 2.3.4 - Conseqüências da utilização do Benchmarking.................................................37

Figura 3.1 - Etapas do Benchmarking.......................................................................................40

Figura 3.2 - Processo do Benchmarking...................................................................................41

Figura 3.1.1.1 - Exemplos de Fontes de Informação................................................................43

Figura 3.3 - Controle da Etapa de Planejamento do Benchmarking.........................................44

Figura 3.4 - Topologia VPN IP Intelig. Fonte: Intelig..............................................................48

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ATM - Assynchronous Transfer Mode - tecnologia de redes.

IETF - Internet Engeneering Trask Force

ISP - Internet Service Provider

IP - Internet Protocol

MPLS - Multi Protocol Label Switching

QoS (Quality of Service) - qualidade de serviço

TCP (Transfer Control Protocol) - protocolo de nível 4.

UDP (User Datagram Protocol) - protocolo de nível 4.

VPN Virtual Private Network - rede privada virtual

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................91.1 Tema...........................................................................................................................91.2 Área de Pesquisa.......................................................................................................101.3 Objetivos...................................................................................................................10

1.3.1 Objetivo Geral...................................................................................................101.3.2 Objetivo Específico...........................................................................................10

1.4 Definição do Problema.............................................................................................101.5 Justificativas..............................................................................................................111.6 Limitações.................................................................................................................111.7 Organização do trabalho...........................................................................................11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................132.1 Redes de Computadores............................................................................................13

2.1.1 Redes IP............................................................................................................132.1.2 Redes MPLS.....................................................................................................16

2.2 Operadoras de Telecomunicações.............................................................................202.2.1 Histórico das Telecomunicações no Brasil.......................................................202.2.2 O uso do MPLS nas Redes das Operadoras de Telecomunicações..................232.2.3 Operadoras Escolhidas......................................................................................24

2.3 Benchmarking...........................................................................................................262.3.1 Origem do Termo..............................................................................................262.3.2 Definições.........................................................................................................272.3.3 Histórico............................................................................................................282.3.4 Tipos de Benchmarking....................................................................................302.3.5 Benefícios do Benchmarking............................................................................342.3.6 Críticas Comuns ao Benchmarking...................................................................36

3 Aplicando o Benchmarking aos Serviços Orientados a MPLS...................................373.1 Etapas do Processo do Benchmarking......................................................................37

3.1.1 Planejamento.....................................................................................................403.1.2 Análise..............................................................................................................423.1.3 Integração..........................................................................................................443.1.4 Ação..................................................................................................................44

3.2 Benchmarking em aplicações MPLS........................................................................443.2.1 Business IP VPN...............................................................................................443.2.2 VPN IP Intelig...................................................................................................453.2.3 Vetor.................................................................................................................47

3.3 Código de Conduta do Benchmarking......................................................................47

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES...............................................49

5 REFERENCIAS................................................................................................................50

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1 INTRODUÇÃO

A tecnologia MPLS (Multiprotocol Label Switching) vem sendo desenvolvida

desde que certas necessidades como a Qualidade de Serviço (QoS), a Engenharia

de Tráfego (TE) e as Redes Virtuais Privadas (VPN´s) foram identificadas junto às

redes de interconexão usuais como uma forma de melhorar o funcionamento das

redes IP´s tradicionais.

O MPLS é uma tecnologia de encaminhamento rápido de pacotes e que

possibilita, entre outros benefícios, um aumento na performance dos roteadores,

aumentando sua capacidade para lidar com as tabelas de roteamento e o crescente

fluxo de dados que passa pela rede.

No entanto, a utilização dessa tecnologia foi mantida quase que

exclusivamente em âmbito acadêmico até a pouco tempo atrás, sendo utilizada para

simulações e experimentos de comparação da tecnologia e a comprovação efetiva

de seu funcionamento.

Até a pouco tempo atrás a tecnologia MPLS era utilizada apenas em âmbito

acadêmico, em simulações e experimentos de comparação e comprovação do real

funcionamento dessa tecnologia. Tendo o seu uso estendido ao mercado, o MPLS

vem atualmente sendo utilizado pelos grandes fornecedores de tecnologia

(Operadoras de Telecomunicações) para o provimento de serviços com alto valor

agregado.

No entanto, a utilização dessa tecnologia é relativamente recente e não

existem muitas pesquisas ou dados sobre a sua utilização, abrangência no mercado

ou funcionamento de suas aplicações. Inserida nesse contexto, a utilização de

práticas de Benchmarking tem por finalidade identificar, através de pesquisas e

estudos, as operadoras que fazem uso dessa tecnologia, suas aplicações, e demais

características a fim de propor mudanças através de possíveis melhorias nos

serviços e aplicações.

1.1 Tema

Partindo do princípio de que a maioria das organizações estão continuamente

em busca de opções que melhorem o desempenho de seus serviços e/ou

processos, e conseqüente posição no mercado, este Trabalho de Conclusão de

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Curso (TCC) aborda o tema tecnologia MPLS, suas aplicações e o ambiente de rede

em que essa tecnologia é utilizada, analisando essas aplicações e identificando

possíveis melhorias nas mesmas.

1.2 Área de Pesquisa

A are de pesquisa deste trabalho, é a de Redes de Computadores, mais

especificamente aquelas que fazem uso da tecnologia MPLS. Além da área de

redes, o presente trabalho tem também como área de pesquisa a área de

Benchmarking.

1.3 Objetivos

A seguir são descritos o objetivo geral e o objetivo específico utilizados para o

desenvolvimento deste trabalho.

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do presente trabalho é realizar um estudo da tecnologia

MPLS, estabelecendo relações com as tecnologias de interconexão de redes já

existentes e a sua utilização no mercado de telecomunicações.

1.3.2 Objetivo Específico

Focar o estudo da tecnologia MPLS, mais precisamente nas aplicações dessa

tecnologia, analisar a utilização da mesma em operadoras de telecomunicações, e,

através dos conceitos de Benchmarking, identificar possíveis melhorias nessas

aplicações.

1.4 Definição do Problema

Fazendo uso das características de uma rede de computadores, o problema

apresentado consiste em analisar, com o auxílio de conceitos de Benchmarking, as

aplicações que utilizam a tecnologia MPLS no mercado brasileiro de

telecomunicações.

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1.5 Justificativas

A utilização da tecnologia MPLS foi mantida quase que exclusivamente em

âmbito acadêmico até pouco tempo atrás. Por isso a importância de se analisar as

recentes soluções apresentadas no mercado (que fazem uso da tecnologia MPLS)

nas redes de computadores e se possível, identificar melhorias que agreguem valor

as aplicações e facilitem o seu uso.

1.6 Limitações

A principal limitação deste trabalho diz respeito a obtenção das informações

necessárias para o desenvolvimento do mesmo. Essa dificuldade fez-se sentir por

dois principais motivos: O primeiro pelo fato de a pesquisa ter um cunho acadêmico,

o que fez com que o acesso às informações fosse exclusivamente através de

pesquisas em livros, na internet e relatórios empresariais.

O segundo motivo pode ser visto também, mas não exclusivamente, como

conseqüência do primeiro, já que uma das maiores preocupações das empresas de

qualquer ramo refere-se ao sigilo das informações pertinentes ao seu negócio e a

sua estratégia comercial dentro do mercado. A preocupação com o sigilo das

informações acaba por dificultar, e às vezes até mesmo impossibilitar, o acesso às

informações necessárias.

As outras limitações do trabalho dizem respeito aos recursos empregados

para a realização da pesquisa e elaboração do trabalho, seja o recurso classificado

como humano ou financeiro.

1.7 Organização do trabalho

O presente trabalho está estruturado da seguinte maneira:

Inicialmente é feita uma introdução ao escopo do projeto, onde se estabelece

o tema e a área de pesquisa. A seguir são descritos os objetivos do trabalho (Geral

e Específico), a definição do problema, justificativa para a sua realização, limitações

e a maneira como o trabalho está organizado.

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No tópico 2 apresenta-se a fundamentação teórica a respeito das tecnologias

e conceitos envolvidos no trabalho e que serviram como base para a elaboração do

mesmo.

Em seguida, o tópico 3 apresenta as diferentes etapas do processo de

benchmarking, o resultado obtido com a aplicação do mesmo em redes de

telecomunicações e as regras de conduta que devem ser seguidas para uma bem-

sucedida aplicação de benchmarking.

Finalizando, faz-se a apresentação das considerações finais a respeito da

elaboração deste trabalho, as dificuldades encontradas e as sugestões para

trabalhos futuros. Por último, apresenta-se as referências bibliográficas utilizadas

para a elaboração deste projeto.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente tópico tem por objetivo dar embasamento teórico à pesquisa

realizada. Por isso, expõem-se aqui os pontos fundamentais dos conceitos

envolvidos: Tecnologia MPLS, as Operadoras de Telecomunicações e o

Benchmarking. Cada conceito será discutido de maneira breve, dando seus

conceitos e suas características principais.

2.1 Redes de Computadores

Desde a sua criação até os dias de hoje, a Internet tem apresentado um

crescente nível de expansão, oferecendo aos seus usuários os mais diversos tipos

de serviços e aplicações. As altas taxas de transmissão e as constantes alterações

nos tipos de dados que trafegam pela rede atualmente não constavam no modelo

inicial da Internet, por isso, serviços como o comércio eletrônico, educação à

distância e aplicações multimídia acabam por exigir cada vez mais da rede, o que

acaba trazendo a tona algumas de suas muitas limitações.

Para que esses problemas possam ser solucionados, provedores de serviço

Internet (ISP´s) e os administradores de grandes redes corporativas têm se

esforçado no sentido de encontrar soluções eficientes, de baixo custo, mas de

elevado desempenho e que permitam agregar valor as suas aplicações, como é o

caso do MPLS.

Para que haja uma melhor compreensão dos conceitos relacionados as redes

de computadores neste trabalho, será apresentado a seguir os conceitos que

envolvem essa área da informática.

2.1.1 Redes IP

O Internet Protocol (IP), surgiu de uma iniciativa feita pela ARPANET, uma

rede de pesquisa criada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos visando

a conexão de inúmeras redes.

O IP foi concebido para ser um protocolo para redes de comunicação de

dados, com um conjunto de regras e formatos utilizado em redes em que a

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comunicação se dá através de pacotes de dados. Um pacote de dados é definido

como um conjunto de bits contendo dados a serem transmitidos ao qual se agrega

informação suficiente para o seu encaminhamento da origem ao destino.

O IP estabelece as regras de atribuição e os formatos de endereços de

computadores e outros dispositivos conectados a uma rede, além de também

fornecer regras para que os pacotes sejam encaminhados de um computador ou

dispositivo na rede para outro até atingir o endereço destino que consta no pacote.

Abaixo, o modelo de uma rede IP tradicional.

Figura 2.1 - Rede IP Tradicional

Em uma rede IP os pacotes de dados são encaminhados um a um e de forma

independente. Não é estabelecido uma conexão ou circuito virtual que defina um

caminho predeterminado para os pacotes.

É através dos roteadores que o encaminhamento dos pacotes é feito. Os

roteadores implementam a camada 3 de rede do modelo OSI. Tal característica

permite que as redes IP sejam flexíveis e tenham seus endereços distribuídos de

maneira organizada. Entretanto, quando a rede opera em elevadas taxas de tráfego,

os roteadores se tornam pontos críticos. 

Ao receber um pacote IP o roteador analisa o endereço destino, consulta sua

tabela de roteamento e decide o destino do pacote recebido.

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 A tabela de roteamento é mantida pelo roteador utilizando informações

trocadas entre os roteadores e procedimentos definidos pelo protocolo de

roteamento utilizado. Um roteador pode ser configurado com múltiplos protocolos de

roteamento. Open shortest path first (OSPF), Routing Information Protocol (RIP) e

Border Gateway Protocol (BGP) são exemplos de protocolos de roteamento.

Uma outra maneira existente de se encaminhar pacotes em uma rede é

através do uso de comutadores (switches). O uso de comutadores tem sido aceito

como uma alternativa ao roteamento IP, a fim de melhorar o seu desempenho. Um

comutador implementa uma conexão ou circuito virtual, fazendo com que a decisão

de encaminhamento não seja tomada pacote a pacote. São exemplos de switches

para redes de dados as que utilizam os protocolos ATM (Assincronous Transfer

Mode) e Frame Relay.

Comparando-se um roteador com um comutador, observa-se que o último

tende a ser mais simples. Comutadores suportam um número limitado de protocolos

e tipos de interfaces, e o seu algoritmo de encaminhamento de pacotes é

invariavelmente mais simples. Tais características fazem com que os comutadores

sejam mais rápidos e mais baratos do que os roteadores.

As vantagens apresentadas pelos comutadores em relação aos roteadores,

levaram a maioria dos backbones a implementar uma rede ATM em seu núcleo,

como na figura abaixo.

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Figura 2.2 - Rede ATM sendo utilizada no núcleo de uma rede IP tradicional

2.1.2 Redes MPLS

A partir do ano de 1995, a Internet Engeneering Task Force (IETF) e o ATM

Fórum começaram a desenvolver propostas para integrar protocolos baseados em

roteamento, como o IP, sobre a estrutura de comutação da tecnologia ATM.

Buscava-se uma rede que oferecesse facilidade de gerenciamento, reserva de

largura de banda, requisitos de QoS e suporte nativo a multicast.

Como resultado deste esforço, surgiram protocolos como o Multiprotocol Over

ATM (MPOA) e o Integrated Private Network to Network Interface (I-PNNI) ambos de

considerável complexidade e dificuldades quanto a sua implementação e

gerenciamento.

Durante o ano de 1996 algumas empresas de informática sugeriram as

primeiras soluções para integrar as vantagens das redes comutadas à família de

protocolos IP. A pioneira desta iniciativa foi a empresa Ipsilon ao desenvolver o IP

Switching, que utiliza comutadores ATM, determinando fluxos de pacotes com

endereços similares e verificando se tais fluxos devam ser roteados ou comutados.

Em seguida, a Cisco propôs o Tag Switching, que adiciona a cada pacote de

dados um label, chamado tag. Essa medida permite a transmissão do pacote

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através de um circuito virtual. Assim, não é necessário uma análise das informações

de roteamento em cada etapa do percurso, uma vez que a decisão do próximo nodo

é baseada apenas no tag e não no conteúdo de cabeçalho dos pacotes.

Ao final de 1996, a Toshiba e a IBM criaram variantes do Tag Switching,

chamadas respectivamente de Cell Switched Router (CSR) e Aggregate Route-

Based IP Switching (ARIS). O IETF criou então um grupo de trabalho para

padronizar uma solução baseada nestes protocolos e que deu origem ao

Multiprotocol Label Switching (MPLS).

Figura 2.3 - Iniciativas de unir a comutação ao IP

O MPLS foi padronizado para resolver uma série de problemas das redes IP,

como possibilitar a utilização de comutadores, principalmente em backbones de

redes IP, sem ter de lidar com a complexidade do mapeamento do IP no ATM,

prover escalabilidade e adicionar novas funcionalidades ao roteamento

O MPLS fornece meios para mapear endereços IP em rótulos simples e de

comprimento fixo utilizados por diferentes tecnologias de encaminhamento e

chaveamento de pacotes. Este mapeamento é feito apenas uma vez no nó na borda

da rede MPLS. A partir daí o encaminhamento dos pacotes é feito utilizando-se a

informação contida em um rótulo (label) inserido no cabeçalho do pacote. Este rótulo

não traz um endereço e é trocado em cada switch. O chaveamento de dados a altas

velocidades é possível por que os rótulos de comprimento fixo são inseridos no

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início do pacote e podem ser usados pelo hardware resultando em um chaveamento

rápido. 

A pesar de ter sido desenvolvido visando redes com camada de rede IP e de

enlace ATM, o mecanismo de encaminhamento dos pacotes no MPLS pode ser

utilizado para quaisquer outras combinações de protocolos de rede e de enlace, o

que explica o nome de Multiprotocol Label switching dado pelo grupo de trabalho do

IETF. Em qualquer rede MPLS, um roteador que suporte tal técnica é chamado

“Label Switching Router”, ou LSR. Abaixo, uma figura com uma rede MPLS.

Figura 2.4 - Topologia de rede da arquitetura MPLS

O Label é um rótulo identificador de comprimento curto e definido que é usado

para identificar uma FEC, tendo geralmente significado local. No ATM este rótulo

pode ser inserido no cabeçalho da camada de enlace nos campos de VCI ou VPI.

Quando utilizado sobre protocolos onde o cabeçalho da camada de enlace não pode

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ser utilizado, o rótulo "shim" é inserido entre os cabeçalhos das camadas de enlace

e de rede.

 Uma FEC (Foward Equivalence Class) é a representação de um grupo de

pacotes que tem os mesmo requisitos para o seu transporte. Para todos os pacotes

neste grupo é fornecido o mesmo tratamento na rota até o seu destino. As FECs são

baseados em requisitos de serviço para um dado conjunto de pacotes ou

simplesmente por um prefixo de endereçamento.

 No roteamento IP convencional um roteador em particular irá tipicamente

considerar que dois pacotes estão na mesma FEC pela análise do endereço destino

do pacote. Quando o pacote anda na rede, em cada roteador o pacote é re

examinado e atribuído a uma FEC.

 No MPLS, a atribuição de um pacote particular a uma FEC em particular é

feita apenas uma vez, no LER, quando o pacote entra na rede. A FEC atribuída ao

pacote é codificada como um valor de comprimento fixo e curto conhecido como

"label". Quando o pacote é encaminhado para o próximo roteador o rótulo é enviado

juntamente com ele, ou seja o pacote é rotulado antes de ser encaminhado.

 Nos roteadores subsequentes (LSR), não existe analise do cabeçalho da

camada de rede do pacote. O rótulo é usado como um índice em uma tabela que

especifica o próximo roteador e um novo rótulo. O rótulo antigo é trocado pelo novo

e o pacote é encaminhado para o próximo roteador.

 No MPLS, uma vez que um pacote é associado a uma FEC, não é

necessário mais nenhuma análise do cabeçalho por parte dos outros roteadores,

todo o encaminhamento é feito a partir dos rótulos.

 Uma LER (Label Edge Router) é um nó MPLS que conecta um domínio

MPLS com um nó fora deste domínio.

 Um LSR (Label Switching Router) é um nó do MPLS. Ele recebe o pacote de

dados, extrai o label do pacote e o utiliza para descobrir na tabela de

encaminhamento qual a porta de saída e o novo rótulo. Para executar este

procedimento o LSR tem apenas um algoritmo utilizado para todos os tipos de

serviço.

 A tabela de encaminhamento pode ser única ou existirem várias, uma para

cada interface. Elas são compostas utilizando rótulos distribuídos utilizando-se label

distribution protocols, RSVP ou protocolos de roteamento como o BGP e OSPF.

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 O LDP (Label Distribution Protocol) é um conjunto de procedimentos pelo

qual um LSR informa outro das associações entre Label/FEC que ele fez.

 Dois LSRs que utilizam um LDP para trocar informações de associações

label/FEC são conhecidos como "label distribution peers" em relação a informação

de associação que trocaram.

 No MPLS a transmissão de dados ocorre em caminhos chaveados a rótulo -

LSP (Label Switching Path). LSPs são uma sequência de rótulos em cada e todos os

nós ao longo do caminho da origem ao destino. LSPs são estabelecidos antes a

transmissão dos dados ou com a detecção de um certo fluxo de dados.

A seguir são descritas algumas das tecnologias que são providas pelo MPLS:

Qualidade de Serviço, Engenharia de Tráfego e Redes Virtuais Privadas.

2.2 Operadoras de Telecomunicações

Neste tópico será abordado o assunto telecomunicações. Faz-se um breve

histórico das telecomunicações no país e também apresenta-se de maneira

resumida as Operadoras de telecomunicações abordadas neste trabalho, suas

histórias, características, e demais informações pertinentes.

2.2.1 Histórico das Telecomunicações no Brasil

O primeiro telefone instalado no Brasil foi um presente da Western and

Brazilian Telegraph Company, empresa canadense que explorava os telégrafos no

Brasil, a D. Pedro II, em 1887. A linha telefônica foi instalada no Palácio da Boa

Vista, hoje Museu Nacional, e ia até as residências dos ministros do Imperador.

A regulamentação do serviço de telecomunicações ocorreu em 1879, por um

decreto de D.Pedro II. Um outro decreto, desta vez em 1881, concedeu a

Companhia Telefônica do Brazil (CTB), autorização para construir linhas telefônicas

na cidade do Rio de Janeiro, em seus subúrbios e na cidade de Niterói. A CTB foi a

primeira entidade a explorar comercialmente o serviço de telefonia no Brasil.

Devido à falta de investimentos, o setor de telecomunicações brasileiras

esteve estagnado durante muitos anos. Isso acabou fazendo com que não houvesse

investimentos em infra-estrutura, equipamentos ou melhoria na rede existente.

Alguns dos problemas enfrentados eram em relação a péssima qualidade das

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ligações, a demora em se conseguir uma linha e a falta de compatibilidade entre os

equipamentos das companhias.

Em 1962, foi aprovado o Código Brasileiro de Telecomunicações, separando

juridicamente as telecomunicações da radiodifusão. Em 16 de setembro de 1965 foi

criada a Empresa Brasileira de Telecomunicações, a Embratel. Seis meses depois, a

Embratel assina um contrato com a Brazilian Traction, concessionária da Companhia

Telefônica Brasileira (CTB), a empresa que detinha 80% dos telefones do país, e

assume o seu controle acionário.

No ano de 1972, é criada a Telebrás (Telecomunicações Brasileiras S/A), que

tinha como principal objetivo controlar as empresas de telecomunicação do país. A

partir desse momento, a Telebrás encampou praticamente todas as empresas de

telefonia que existiam no país e formou o Sistema Telebrás. O modelo adotado

então foi o de que a Telebrás e suas subsidiárias ficariam responsáveis pela solução

de problemas estaduais, enquanto a Embratel atuaria em âmbito nacional, nas

conexões estaduais e internacionais.

Com essas modificações no setor de telecomunicações do Brasil, houve uma

enorme expansão da planta telefônica brasileira, que melhorou e cresceu

significativamente.

Algumas décadas depois, em 1997, é aprovada a Lei Geral das

Telecomunicações, que acaba com o monopólio estatal e privado das

telecomunicações no Brasil. Em 1998 o Sistema Telebrás e a Embratel são

privatizados, dando origem as atuais empresas que atuam no mercado brasileiro de

telecomunicações. Os valores advindos dessas privatizações podem ser observados

abaixo:

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Figura 2.5 - Privatização do Setor de Telecomunicações.

Fonte: Anatel

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Assim foi instituído pela Anatel, Agência Nacional de Telecomunicações, que

o Serviço de Telefonia Fixo Comutado (STFC), em sua modalidade local, é prestado

de acordo com a seguinte categoria de empresas: as Concessionárias, as Espelhos

e as Espelhinhos e Novas Autorizações.

As concessionárias são empresas formadas a partir das antigas companhias

telefônicas do sistema Telebrás. As espelhos são as empresas de telefonia que

receberam autorização de funcionamento em 1999. Já as Espelhinhos e as Novas

Autorizações são as demais empresas que receberam, autorização para operar no

setor de telefonia do país, mas num número reduzido de municípios.

A Anatel, ainda dividiu as áreas de cobertura que uma empresa telefônica

pode cobrir em 3 grandes regiões: Região I, Região II e Região III, como descrito na

figura abaixo.

Figura 2.6 - Área de Cobertura das Operadoras de Telecomunicações. Fonte: Anatel

2.2.2 O uso do MPLS nas Redes das Operadoras de Telecomunicações

As grandes operadoras utilizam o MPLS porque o mesmo provê uma série de

soluções com valor agregado, o que pode fazer com que a receita de serviços de

comutação das empresas cresça significativamente.

Com a sua adoção, o MPLS proporciona um vasto conjunto de benefícios,

principalmente ao oferecer interoperabilidade entre os protocolos existentes (IP,

ATM, SDH), flexibilidade na configuração e segurança no transporte.

Ao se implementar o protocolo, o cliente corporativo pode obter uma maior

largura de banda, dados, voz e videoconferência num único canal de comunicação.

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O MPLS também possibilita que as operadoras combinem os benefícios de cada

protocolo e que definam o que poderá trafegar na rede e como.

Finalizando a vasta lista de vantagens do MPLS, o mesmo também permite a

criação de túneis em redes públicas, com segurança e sem exigir a implantação do

IPSec.

2.2.3 Operadoras Escolhidas

As operadoras de telecomunicações escolhidas para fazerem parte deste

trabalho são: A Embratel, a sua espelho Intelig Telecom e a Brasil Telecom. Essas

empresas foram escolhidas por possuírem serviços que utilizam a tecnologia MPLS,

por estarem consolidadas no mercado e por disponibilizarem as informações

necessárias de maneira mais viável do que as outras que atendiam ao escopo deste

projeto.

2.2.3.1 Embratel

A Embratel, Empresa Brasileira de Telecomunicações, foi criada em 1965. A

empresa oferece serviços de telefonia local, de longa distância nacional e

internacional, além de possuir serviços de transmissão de dados, voz avançada,

redes corporativa, televisão e internet. A empresa também assegura o atendimento

em todo o território nacional através de soluções via satélite. Esse último serviço é

administrado por uma de suas empresas subsidiárias, a Star One. As outras são:

BrasilCenter e Click 21.

Privatizada no segundo semestre de 1998, a Embratel Participações S.A

controla a Empresa Brasileira de Telecomunicações S.A, cujo controle acionário

pertencia a MCI e passou para a Telmex em julho de 2004.

Possuindo o maior backbone Internet da América Latina, a Embratel atinge

mais de 300 localidades em todo o país e transmite dados tanto em nível nacional

quanto internacional. Sua rede tem uma cobertura de quase 29 mil quilômetros de

cabos ópticos, o que representa cerca de um milhão e sessenta e nove mil

quilômetros de fibras ópticas.

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Em relação a sua concessão, a Embratel está presente na região IV e seu

código de operadora é o mais famoso do país, o 21.

2.2.3.2 Intelig Telecom

A Intelig Telecom entrou em operação em janeiro de 2000, dois anos após a

privatização do sistema de telecomunicações brasileiro. Como espelho da Embratel,

seu código de operadora é o 23. A empresa possui autorização para operar em todo

país, em serviços de longa distância nacional, internacional e serviço de chamadas

locais.

A operadora é formada a partir do consórcio de três empresas: A National

Grid (NGC) com 50% das ações, a France Telecom com 25% das ações e a Sprint,

com os outros 25%.

A rede da Intelig Telecom é formada por equipamentos Cisco e Nortel. O

backbone tem uma capacidade de 17 Gb/seg. Os roteadores pertencem a família

Cisco GSR 12000 e Cisco 7500. Os servidores de acesso são de fabricação Nortel.

A rede da operadora foi concebida para se basear em MPLS, que só foi ativado em

julho de 2001, quando o serviço VPN/IP passou a ser oferecido.

A Intelig ainda possui estações terrenas de satélites com abrangência

nacional e internacional. Para garantir a conexão às grandes redes internacionais, a

empresa adquiriu capacidade nos principais sistemas de cabos submarinos, como o

AmericasII e o Globenet.

Em relação as arquiteturas de redes usuais, a da Intelig traz uma inovação

para a América Latina, já que sua camada IP está diretamente conectada ao núcleo

óptico através de interfaces POS (packet over SDH).

2.2.3.3 Brasil Telecom

A Brasil Telecom S.A foi formada a partir da privatização das operadoras de

telefonia fixa do país. É a principal empresa de telecomunicações das regiões Sul,

Centro-Oeste e dos estados do Acre, Rondônia e Tocantins. Atua na Região II, que

corresponde a 33% do território nacional e seu código de operadora é 14.

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A operadora é controlada pela Brasil Telecom Participações S.A., que por sua

vez é controlada pela Solpart Participações S.A, detentora de 53,6% do capital

votante e 20,2% do capital total. Os acionistas da Solpart são a Timepart

Participações S.A., a Telecom Itália International N.V., a Techold Participações S.A e

o Opportunity Zain.

A Brasil Telecom S.A conta com as seguintes subsidiárias: BrT Serviços de

Internet e a Brasil Telecom GSM.

O backbone da operadora tem mais de 11 mil quilômetros de cabos ópticos

interligando nove estados e o Distrito Federal e outros 28 mil quilômetros de anéis

ópticos estaduais. A taxa de digitalização da rede é de 99%.

2.3 Benchmarking

A seguir é apresentado brevemente os conceitos que envolvem a teoria do

benchmarking: definições, histórico, tipos de Benchmarking, etc.

2.3.1 Origem do Termo

O termo benchmarking, palavra originária da língua inglesa, não tem uma

tradução exata em português. Fazendo-se uma tradução aproximada, observa-se

que benchmarking é a união de duas outras palavras: Bench, termo inglês para

arbitrado, e Marking, que significa marcado.

De acordo com Watson (apud PIZZETTI, 1999) o termo “originou-se da

palavra benchmarking, que significa uma marca feita por agrimensor, indicado um

ponto em uma linha de nível, um padrão ou um ponto de referencia”.

A diferença de entre os termos benchmarking e benchmark é que usualmente,

o primeiro é usado para designar a técnica em si, e o segundo se refere ao

paradigma ou as medidas obtidas por meio da aplicação de benchmarking. Assim

pode-se dizer que benchmark é um ponto ou padrão de referência para algo.

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2.3.2 Definições

Existem várias definições para o termo benchmarking. Como um conceito de

definição multifacetado, o termo possui um significado amplo a fim de servir a

diferentes tipos de negócios e ser levado a sério pelas organizações em geral.

Neste trabalho, preferiu-se considerar diversas definições de benchmarking,

extraídas de uma série de fontes de modo a entender os elementos subjacentes do

termo, além de não se adotar uma definição dogmática para o mesmo. Para Fisher

(1996) “Todas as interpretações são igualmente válidas, embora cada uma revele

um pouco mais sobre a evolução do conceito inicial de comparação”.

Watson (1994), dá uma definição mais completa ao dizer que “Benchmarking

é um processo sistemático e contínuo de medida; um processo para medir e

comparar continuamente os processos empresariais de uma organização em

relação a lideres de processos empresariais em qualquer lugar do mundo a fim de

obter informações que podem ajudar a organização a agir para melhorar seu

desempenho.”

Spendolini (apud PIZZETTI, 1999, p.44) conceitua benchmarking como sendo

“um processo contínuo e sistemático para avaliar produtos, serviços e processos de

trabalho de organizações que são reconhecidas como representantes das melhores

práticas com a finalidade de melhoria organizacional”.

Boxwell (1996), define o benchmarking como uma ferramenta para "propor-se

metas utilizando normas externas e objetivas, e aprendendo dos outros: aprendendo

"quanto" e, talvez o que e tem mais importante, aprendendo "como"”.

De acordo com Camp (1999), benchmarking “é um processo positivo e pró-

ativo por meio do qual uma empresa examina como outra realiza uma função

especifica a fim de melhorar uma similar”.

Foi Camp o precursor do moderno conceito de benchmarking. Ele introduziu

as primeiras definições formais de benchmarking e realçou alguns dos aspectos que

fazem parte de sua definição: Processo Contínuo, Avaliação de Desempenho,

Produtos, Serviços e Práticas e Empresas Reconhecidas.

Processo Contínuo seria procurar a excelência, e assumir um processo

dinâmico para fixar objetivos. O processo contínuo constitui-se num fator motivador

de melhoria contínua.

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Na Avaliação de Desempenho, pressupõe-se a avaliação e tem-se implícita a

análise comparada e relacionada de práticas e resultados. As diferenças de

desempenho proporcionam a percepção das oportunidades de mudança e melhoria

dentro da organização.

Em Produtos, Serviços e Práticas, o objeto e âmbito de pesquisa de

benchmarking é abrangente, indo desde produtos a processos de negócio a práticas

e métodos. Camp também destaca as empresas reconhecidas como líderes. A

excelência como paradigma e como requisito para assegurar vantagens

competitivas.

A maioria das definições descritas no presente trabalho possuem algumas

características em comum, como o fato de o benchmarking ser uma melhoria

contínua ou ser uma evolução para o melhor através da comparação e avaliação.

É importante salientar que no benchmarking a comparação e a avaliação não

representam um fim em si. É um meio para apoiar o processo de melhoria, sendo

uma forma de aprendizagem, já que a procura de melhores práticas implica numa

análise cuidadosa das diversas formas de implementação dos processos, das

metodologias de trabalho e dos diferentes tipos de organizações.

2.3.3 Histórico

No final do século XIX, Frederick Taylor estimulou as empresas a fazerem

comparações de atividades e processos dentro das organizações ao por em prática

seus estudos sobre o método científico. Logo após, durante a Segunda Guerra

Mundial, a comparação tornou uma prática comum a fim de que certos padrões

fossem estabelecidos.

Foi durante a década de 1950 que a primeira geração de benchmarking

surgiu. Essa primeira geração teve origem na produção de produtos norte-

americanos pelos japoneses e nada mais era do que uma engenharia reversa de

produtos, onde o benchmarking era feito comparando-se características dos

produtos originais e os derivados dessa engenharia reversa.

A segunda geração, a do benchmarking competitivo, teve origem dentro da

empresa americana Rank Xérox Corporation, na década de 1970, atribuindo a Xérox

o pioneirismo do uso de benchmarking e se tornando o caso mais conhecido do uso

do processo para identificar e extrapolar desvantagens competitivas.

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Watson (1994) expõe o fato de que “precisando compreender que processos

seus concorrentes estavam utilizando para entregar seus produtos com mais

eficiência, a Xerox desenvolveu essa capacidade após constatar que os custos de

produção de seus produtos se igualavam aos preços de venda de seus

concorrentes”.

Confundindo-se com o fim da segunda geração de benchmarking está a

terceira, denominada de benchmarking de processo, que ocorreu na década de

1980, quando alguns gestores perceberam que poderiam aprender com empresas

de áreas diferentes da área de atuação da suas empresas, mas que possuíssem

processos similares.

Isso fez com que a busca deixasse de ser pelo melhor processo entre os

concorrentes para ser à busca do melhor processo de qualquer organização,

independente da área de atuação dela.

A quarta geração, a do benchmarking estratégico, é definida por Watson

(1994) como “um processo sistemático para avaliar alternativas implementar

estratégias e melhorar o desempenho compreendendo e adaptando estratégias bem

sucedidas de parceiros externos que participam de uma aliança empresarial

continua”.

O benchmarking estratégico difere do benchmarking de processo pela

intenção e pelo nível de troca de informações entre empresas parceiras.

Então de acordo com Watson, pode-se exemplificar a evolução histórica do

benchmarking da seguinte maneira:

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Figura 2.3.1 - As Gerações de Benchmarking. Fonte: Adaptado de Watson (1994)

2.3.4 Tipos de Benchmarking

Existem diversos tipos de benchmarking. Tais tipos são estabelecidos de

acordo com diversos aspectos como o tipo de processo a ser estudado, ou o

objetivo da análise a ser feita e diferentes tipos de atividades, como medidas

estratégicas ou comerciais, sendo em empresas do mesmo setor ou de setores

distintos.

A classificação mais utilizada para a definição dos tipos de benchmarking é

aquela que os divide em 3: benchmarking interno, benchmarking competitivo e

benchmarking funcional ou genérico. Cada um desses tipos voltado para objetivos e

atividades específicos.

A seguir, segue uma breve descrição dos principais tipos de benchmarking

que podem ser utilizados dentro das organizações.

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2.3.4.1 Benchmarking Interno

O Benchmarking interno é o tipo de Benchmarking mais utilizado dentro das

organizações. Consiste em identificar a melhor prática dentro de uma empresa e em

seguida repassar esse conhecimento para outros grupos dentro da organização

(sejam do mesmo setor ou não, demais filiais, etc). O objetivo desse tipo de

benchmarking é identificar internamente o modelo a ser seguido.

Segundo Watson (1994, p.103), os estudos do benchmarking interno

“comparam operações semelhantes em unidades diferentes e, tipicamente,

fornecem a informação mais detalhada sobre potencial de aperfeiçoamento de

processo, porque as barreiras para cooperação interempresas não estão presentes”.

Spendolini (apud PIZZETTI, 1999, p.51) mostra que “muitas organizações são

capazes de conseguir ganhos imediatos, identificando suas melhores práticas

internas de negocio, e depois transferindo aquelas informações para outras partes

da organização”.

Através da prática do benchmarking interno, as empresas conseguem

preservar o sigilo das informações e quaisquer vantagens advindas dessa prática

são exclusivamente da empresa que a utilizou.

Pizzetti (1999, p.51) cita como vantagens, de se adotar esse tipo de

benchmarking, entre outras uma maior facilidade em a empresa obter parcerias,

custos mais baixos dentro da organização, valorização do recurso humano da

empresa, etc.

Contudo, esse tipo de benchmarking também tem as suas limitações,

principalmente pelo fato de ser um processo realizado unicamente dentro da

empresa. Watson (1994), tem como principal desvantagem do benchmarking interno

o fato de que todas as práticas desempenhadas pelos funcionários da empresa

estarão impregnadas com os mesmos paradigmas organizacionais, sendo que

muitas vezes, o aprimoramento exigido ultrapassa a capacidade das pessoas

envolvidas.

2.3.4.2 Benchmarking Competitivo

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O principal objetivo do benchmarking competitivo é identificar informações

específicas os negócios dos concorrentes diretos de uma organização e em seguida

fazer comparações com aquelas mesmas informações da própria organização.

É o tipo de benchmarking mais difícil de por em prática, tendo em vista que a

maior parte das empresas concorrentes não está disposta a liberar informações

sobre os seus negócios, sejam elas significantes ou não.

O benchmarking competitivo prevê a comparação dos produtos e serviços,

assim como dos métodos de trabalho de uma empresa, a fim de superar o

desempenho da concorrência, identificando as qualidades e os problemas que a

mesma encontra.

Benchmarking competitivo consiste em medir as atividades, processos,

produtos ou serviços de uma empresa em relação a concorrência e melhorá-los para

que no fim do processo, a organização seja a melhor, ou em ultimo caso, melhor do

que o concorrente analisado.

Como vantagem, essa prática pode trazer novas idéias para dentro da

empresa, fazendo o gestor ter uma nova perspectiva de todo o processo produtivo.

Como desvantagem tem-se a dificuldade em coletar dados para serem

utilizados durante o processo de benchmarking e as questões éticas envolvidas.

Segundo Fisher (1996), o benchmarking competitivo diz onde a empresa está

e onde os concorrentes estão, mas não como eles chegaram lá.

Figura 2.3.2 - Benchmarking Competitivo. Fonte: Adaptado de Boxwell (1996)

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2.3.4.3 Benchmarking Funcional ou Genérico

Este tipo de benchmarking é o mais abrangente de todos, segundo Watson

(1994). Envolve a identificação de produtos, serviços e processos de trabalho de

organizações que podem ou não ser seus concorrentes.

Não há uma limitação de fazer a pesquisa em empresas do mesmo setor,

porque o objetivo do benchmarking funcional é procurar a organização que tenha

criado a reputação de excelência na área que esteja sobre alvo do processo de

benchmarking.

Segundo Watson (apud PIZZETTI, 1999, p.54) “a palavra funcional é usada

porque o benchmarking neste nível quase sempre envolve atividades específicas de

negócio dentro de determinada área funcional”.

Conforme Spendolini (apud PIZZETTI, 1999, p.54) “A palavra genérico

sugere, sem uma marca, o que é consistente com a idéia de que esse tipo de

benchmarking focaliza-se em processos de trabalho excelentes, e não nas práticas

de negócios de uma organização ou indústria em particular”.

Não existe uma regra sobre esse tipo de benchmarking, porém, segundo

Pinto (1993), é comum haver uma combinação para que a empresa que forneça as

informações receba algo em troca de todo o conhecimento que é passado sem

restrições para a empresa que faz a pesquisa.

Spendolini (apud PIZZETTI, 1999, p.50) aponta uma série de vantagens em

adotar esse tipo de benchmarking, tais como: alto potencial para descobrir práticas

inovadoras, tecnologias/práticas de fácil transferência, desenvolvimento de redes de

contatos profissionais, acesso a bancos de dados relevantes e resultados

estimulantes.

Aponta também algumas desvantagens: dificuldade na transferência de

praticas para ambientes diferentes, algumas informações não podem ser

transferidas e consome bastante tempo.

Exemplificando os tipos de benchmarking, o recolhimento de dados e o

potencial de inovação para a realização dos mesmos, têm-se que:

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Figura 2.3.3 - Tipos de Benchmarking, Recolhimento de Dados e Potencial de Inovação

Neste trabalho foi utilizado o benchmarking genérico por ser o tipo que mais

se adequou ao escopo do presente trabalho.

2.3.5 Benefícios do Benchmarking

O benchmarking tem associado ao seu conceito uma série de benefícios –

tanto tangíveis quanto intangíveis – e que podem ser percebidos facilmente nas

organizações em geral. Neste trabalho não se pretende abordar todos os benefícios

que a prática do benchmarking proporciona as organizações, mesmo porque essa

seria uma tarefa muito difícil e quase impossível, mas será abordado alguns dos

benefícios mais importantes.

Inicialmente, pode-se citar o fato de que a adoção de práticas de

benchmarking leva a empresa a um contínuo processo de auto aperfeiçoamento,

além de melhorar o conhecimento interno da própria organização, já que é

necessário um profundo conhecimento sobre os aspectos positivos e negativos da

empresa.

Um dos maiores benefícios do benchmarking é o de fazer com que a empresa

consiga identificar internamente os processos que devem ser melhorados e os que

são críticos para o desempenho da empresa como um todo. A identificação de

processos-chave contribui significativamente o melhor desempenho da empresa no

mercado e faz com que a organização possa estabelecer um diferencial em relação

a concorrência, elevando seu posicionamento junto aos clientes e permitindo a sua

sobrevivência no mercado.

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Outro ponto é o de que através da utilização do benchmarking, a empresa

pode incorporar as melhores práticas existentes. Para Camp (1997) “a adoção ou

adaptação das melhores práticas permite a uma organização elevar o desempenho

de seus produtos, serviços e processos de negócios para níveis de liderança”.

A superioridade em relação a concorrência é outra vantagem da prática de

benchmarking. Após a busca pelo melhor dos melhores ser feita, a empresa deve

tentar tornar-se a melhor do mercado, um o ponto de referência para as outras

empresas que queiram fazer uso do benchmarking.

Além dessas vantagens, o benchmarking ainda ocasiona uma melhoria e

reengenharia de processos dentro da empresa. Também se propõe a criar uma

cultura organizacional de continuo melhoramento na qualidade dos

produtos/serviços, fazendo com que essa melhoria reflita nas metas e objetivos da

empresa, influenciando as medidas que norteiam a avaliação da organização.

O benchmarking fornece ainda um novo modelo comportamental as

organizações. A prática faz com que o aprendizado e a adequação as mudanças

sejam características vitais dentro da empresa, permitindo a mesma que continue a

sua luta pela conservação da competitividade e sobrevivência no mercado.

Boxwell (1996, p.16) apresenta um resumo do que pode ocorrer com a

utilização do benchmarking, como segue abaixo.

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Figura 2.3.4 - Conseqüências da utilização do Benchmarking. Fonte: Adaptado de Boxwell (1996)

2.3.6 Críticas Comuns ao Benchmarking

Como toda prática organizacional que se preze, o benchmarking também

possui algumas críticas feitas a respeito de seus conceitos. Trataremos aqui apenas

de algumas das críticas relatadas por Boxwell (1996) e que são comumente feitas ao

processo de benchmarking: a de Espionagem Industrial e a de Cópia.

Segundo Boxwell (1996), muitos acusam o processo de benchmarking de ser

uma espionagem industrial. Por espionagem industrial entende-se roubo de

informações sigilosas de uma empresa. De maneira contrária a essa acusação, o

benchmarking não rouba informações, mas sim capta informações através de todos

os meios legítimos possíveis para aprender sobre a sua concorrência. O

benchmarking não busca as melhores práticas no mesmo setor de atuação, ele

também busca qualquer empresa que seja referência em determinada

atividade/processo para poder aprender e melhorar as práticas internas da

organização que estiver fazendo uso do benchmarking.

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Mesmo quando há coleta de dados entre empresas concorrentes, existe um

código de ética a ser seguido pelas empresas praticantes de benchmarking. Além do

mais, a coleta de dados pode ser feita de maneira cooperativa entre as empresas,

cada uma fornecendo informações de caráter relevante a outra.

Uma das outras críticas feitas, é a que diz que o benchmarking é apenas uma

cópia. A copia é muito difícil, principalmente pelo fato de existirem muitas diferenças

entre as empresas. O que ocorre é uma adaptação e idéias sobre novas formas de

se executarem atividades/processos dentro da organização.

Finalizando, benchmarking não é espionagem, cópia ou imitação. Trata-se de

uma prática séria e com profundas repercussões dentro de uma empresa. Trata-se

de um processo de contínuo aprendizado, no qual se aproveita as melhores práticas,

adaptando-as a realidade de cada empresa. As empresas que não tomam das

novas práticas de gestão, correm um sério risco de ficarem estagnadas e não

conseguirem sobreviver no mercado competitivo de hoje em dia.

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3 Aplicando o Benchmarking aos Serviços Orientados a MPLS

Neste tópico, apresenta-se as etapas necessários ao processo de

benchmarking dentro das organizações, fazendo-se as adaptações, quando

necessário, para enquadrar esse processo dentro do conceito de ambientes de

operadoras de telecomunicações. Em seguida mostra-se os resultados obtidos em

relação a coleta de dados sobre os serviços MPLS dentro das operadoras.

Regras de conduta necessárias a boa prática do benchmarking são

apresentados e ao final, discute-se a forma de mensurar a melhoria obtida com o

benchmarking aplicado.

3.1 Etapas do Processo do Benchmarking

Para se por em prática um processo de benchmarking dentro de uma

organização, existem algumas etapas que devem ser seguidas. Tais etapas servem

como auxílio na hora de se aplicar os conceitos de benchmarking, embora não

exista um padrão único e universalmente aceito para todas as organizações. Isso se

deve ao fato de que nenhuma empresa é igual a outra, sempre haverá. Para

funcionar, a prática do benchmarking deve ser adaptada a realidade da empresa,

caso contrário a mesma não obterá os benefícios advindos da prática, como a

vantagem competitiva ou uma possível liderança no seu mercado de atuação.

A maneira como será conduzido um benchmarking ou o nível de profundidade

que este terá irá depender de alguns fatores, como: os recursos que a empresa está

disposta a fornecer (humanos ou financeiros) e os objetivos e metas que a

organização deseja alcançar, entre outros.

Basicamente, pode-se dividir um processo de benchmarking em um conjunto

de 4 etapas essenciais, cada uma com suas respectivas subdivisões: Planejamento,

Análise, Integração e Ação. Esse conjunto de etapas é baseado no caso da Xérox,

proposto por Camp (19970. Abaixo segue o esquema dessas 4 etapas essenciais

para a aplicação do benchmarking dentro de uma organização.

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Figura 3.1 - Etapas do Benchmarking.Fonte: Adaptado de Camp (1997, p.18).

É importante deixar claro que o processo do benchmarking não é um

processo estático. Ele é um processo dinâmico, em constante alteração. Ao final de

cada ciclo, deve ocorrer uma retro-alimentação do sistema, da etapa de ação

novamente para a etapa de planejamento, da etapa de planejamento para a etapa

de análise, e assim por diante.

Os dez passos mencionados por Camp podem ser sintetizados em quatro

etapas: planejamento, análise, integração e ação, conforme a figura:

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Figura 3.2 - Processo do Benchmarking

Cada uma dessas etapas possui suas próprias características. Ao final de

cada uma delas, um controle da fase pode ser gerado, a fim de auxiliar na próxima

etapa, durante todo o ciclo e ao analisar os resultados obtidos.

Os objetivos e metas elegidos pela empresa devem ser pensados desde o

início, e mantidos, na medida do possível, durante todo o processo, para que

possam ser alcançados. Para que isso ocorra, nenhuma dessas etapas deve ser

deixada de lado, pois a não realização de uma delas pode comprometer todo o

processo de benchmarking.

A seguir, as etapas de planejamento, análise, integração e ação serão

discutidas separadamente. A aplicação das mesmas aos serviços das operadoras

de telecomunicações será feita, sempre que possível.

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3.1.1 Planejamento

É a etapa inicial do processo de benchmarking. É nessa etapa que o

benchmarking começa a ser estruturado. O objetivo dessa etapa é começar a

planejar todo o processo, definindo o quê deve ser benchmarked (que deve sofrer o

processo de benchmarking), quem será comparado com quem e como os dados

necessários ao processo serão coletados.

A etapa de planejamento é uma etapa que deve ser levada extremamente a

sério, porque será ela que irá nortear o resto do processo de benchmarking. É

através do planejamento que a empresa poderá avaliar de forma correta a direção

que ela deseja dar ao processo. Essa etapa requer um grande esforço da parte dos

participantes, principalmente se a empresa deseja alcançar os objetivos desejados.

A primeira pergunta que deve ser respondida durante a etapa de

planejamento é a seguinte: o que deve ser benchmarked (sofrer o processo de

benchmarking). Para este trabalho, entendemos que o que deve ser benchmarked

são as aplicações que fazem uso da tecnologia MPLS dentro do ambiente das

operadoras de telecomunicações do Brasil.

Com a primeira pergunta tendo sido respondida, partimos para a segunda:

Quem será comparado com quem? Para responder a essa pergunta é necessário

realizar uma busca por empresas que atendam ao escopo da primeira. Neste

trabalho optamos pelas empresas de telecomunicações Embratel, sua espelho

Intelig e BrasilTelecom.

Com a definição do que deve ser benchmarked e quem será comparado com

quem, a última pergunta deve ser respondida: Como os dados serão coletados?

Esse é um dos pontos fundamentais para que o processo de benchmarking seja

executado com sucesso.

É nessa etapa também que os recursos da empresas são alocados para a

execução do benchmarking. Por isso, deve-se inicialmente definir as atividades

chaves, as que irão sofrer o processo de benchmarking e que com isso trarão mais

benefício a organização.

Segundo Fisher (1996), o Departamento of Trady and Industry norte-

americado, em março de 1995, estima que “40% dos recursos destinados a qualquer

projeto de benchmarking são gastos na coleta de informações”.

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Para realizar a coleta de dados, Fisher (1996) faz algumas sugestões, como

na imagem a seguir:

Figura 3.1.1.1 - Exemplos de Fontes de Informação. Fonte: Fisher (1996).

A coleta de informações para este trabalho se deu principalmente em fontes

como a Internet, Revistas especializadas na Área de Redes e Telecomunicações,

estatísticas governamentais e balanços feitos pelas empresas pesquisadas.

Ao final da fase de planejamento, uma forma de controlar as informações

obtidas se faz necessário. Camp (1997, p.156) propõe uma ficha de controle para

essa etapa. Neste trabalho, essa ficha foi adaptada conforme o escopo do mesmo.

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Figura 3.3 - Controle da Etapa de Planejamento do Benchmarking. Fonte: Adaptado de Camp (1997)

3.1.2 Análise

Depois de determinar o quê, como e quem deve ser benchmarked, é

necessário realizar a coleta e a análise de dados pertinentes a aplicação do

benchmarking.

Fazendo uso dos dados levantados, pode-se identificar potenciais áreas de

melhorias em relação ao que está sob aplicação do benchmarking, além de se obter

a possibilidade de projetar níveis futuros de desempenho.

Watson (1994, p.84), ainda apresenta algumas outras atividades especificas

desta fase, como:

Organizar e apresentar graficamente os dados para a identificação

das diferenças de desempenho.

Normalizar desempenho em relação a uma base de medida comum.

Comparar desempenho atual em relação a benchmark.

Identificar diferenças de desempenho e determinar suas causas-raiz.

Projetar desempenho.

Desenvolver estudos de caso de “melhores práticas”.

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A realização ou não dessas atividades vai depender, entre outros, do tipo de

Benchmarking escolhido para se por em prática e da coleta e análise dos dados

necessários a pesquisa.

Normalmente apresenta-se essa etapa num plano cartesiano. Verticalmente

tem-se os valores das empresas pesquisadas. Horizontalmente, tem-se um eixo do

tempo onde os benchmark esperados são projetados. Aqui já é esperado que o

benchmark da organização seja maior do que o esperado pela empresa base.

A coleta de dados,depois de analisada, produzirá resultados. Segundo Fisher

(1996) “Alguns constituirão medidas objetivas (produtividade, percentuais, tempo);

outros, medidas mais subjetivas (reputação, atitude, inovação)”.

Realizar uma coleta de dados, não é uma tarefa simples ou fácil, e depende

de muitos fatores, como a disposição das empresas para compartilhar informações e

os recursos envolvidos durante a prática da coleta de dados. Em contrapartida a

falta de informações, o excesso de dados irrelevantes pode acabar resultando na

ineficácia de todo o processo. Para Fisher (1996) “Reunir e apresentar informações

consistentes é a chave de um benchmarking bem-sucedido”.

No entanto, dependendo do tipo de benchmarking adotado, talvez não seja

possível obtenção de dados quantitativos, mas é possível saber a maneira como

funciona o operacional da empresa em questão. Foi o que ocorreu durante a

realização deste trabalho. Por ter sido escolhido o benchmarking funcional ou

genérico, não se pode conseguir muitas informações quantitativas devido a

dificuldade de se coletar informações.

Para a realização deste trabalho, algumas dificuldades foram encontradas,

principalmente em relação a coleta de dados. Mas como Fisher (1996) diz “o

importante é aplicar benchmarking, mesmo que não haja condições de fazê-lo com

perfeição”.

Os dados pertinentes a este trabalho que foram obtidos durante a coleta de

dados são apresentados no tópico a seguir.

3.1.3 Integração

A etapa de Integração pode ser dividida em duas partes: comunicar os

resultados obtidos e estabelecer planos e estratégias de mudança, bem como

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futuras metas. A comunicação dos resultados obtidos influencia diretamente o

estabelecimento de uma nova estratégia dentro da organização.

As metas devem ajudar a organização a atingir o aperfeiçoamento esperado

pelo processo de benchmarking. Essas metas vão sendo modificadas de acordo

com os resultados obtidos pela empresa nas outras etapas, afinal tudo pode e deve

ser melhorado com regularidade.

Essa etapa não foi possível de ser posta em prática, já que este é um estudo

de cunho acadêmico e não empresarial.

3.1.4 Ação

É nessa última etapa do processo de benchmarking que as melhores práticas

deixam o papel e são efetivamente implantadas dentro da empresa. A partir de

então, o ideal é que seja desenvolvido um plano de melhoria, visando atingir

patamares mais altos dentro do mercado ou fortalecer uma liderança já alcançada.

O plano de melhoria deve levar em consideração certas limitações, como as

limitações de recursos financeiros e humanos, além do tempo que a organização

pode disponibilizar.

Pelas mesmas razões da etapa anterior, esta também não pode ser posta em

prática.

3.2 Benchmarking em aplicações MPLS

A seguir são listas os resultados obtidos durante a prática do benchmarking

nas empresas de telecomunicações, mas especificamente em relação aos serviços

que utilizam a tecnologia MPLS.

3.2.1 Business IP VPN

O Business IP VPN é a solução da Embratel que utiliza o conceito da

tecnologia de redes MPLS. As informações apresentadas aqui foram retiradas, em

sua grande maioria, do site da Embratel na Internet.

De acordo com a empresa, o IP VPN é ideal para empresas que desejem

interligar matriz, filiais e parceiros em tempo real, com uma solução de baixo custo e

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com a simplicidade do protocolo IP. A solução possibilita a transmissão otimizada de

dados, voz e vídeo, com qualidade e segurança e sem que haja a necessidade de

investimentos em equipamentos. o sio Redução de Custos, Tratamento do Tráfego

(com Qos)

Ainda de acordo com a Embratel, a solução traz consigo benefícios, como:

Segurança - isolamento do tráfego é implementado e realizado no backbone

IP da Embratel;

Redução de custos - O uso da estrutura IP/MPLS garante uma formação de

rede segura com baixos custos. O uso de QoS, otimiza recursos atendendo as

expectativas da rede realizando o tratamento do tráfego por aplicação (ERP, CRM,

e-mail, http, etc.

Tratamento do Tráfego - A função do QoS (Qualidade de Serviço) é otimizar

os recursos da rede. Com até 5 classes diferentes, a empresa pode escolher quais

as aplicações devem ser tratadas ou não.

Gerência - O IP VPN permite uma gerência simplificada, reduzindo o grau de

complexidade da rede.

Escalabilidade – o serviço foi criado para suportar o crescimento das

empresas, sem causar impacto na implementação.

Alguns dos clientes do Business IP VPN da Embratel: Banco do Brasil, Grupo

Y. Yamada, Tigre, Banco Rural, Scania, Visanet, Damovo, entre outros.

3.2.2 VPN IP Intelig

Considerada a empresa de telecomunicações pioneira no uso da tecnologia

MPLS, a Intelig colocou no mercado o seu VPN IP Intelig em 2001.

Segundo a operadora, o serviço é ideal para empresas que possuem vários

escritórios ou filiais, já que o cliente tem a seu dispor uma rede exclusiva no

backbone da intelig, sem contato com a rede pública. Essa característica garante um

meio seguro e confiável para a troca de informações, além de se ter a opção de

interligar dados e voz.

A Intelig ainda cita como vantagens:

Total privacidade das informações;

Redução de custos em relação a outros serviços de linhas dedicadas;

Conectividade entre todos os pontos da rede corporativa (any-to-any);

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Velocidades de acesso de 64Kbps a 155Mbps;

Flexibilidade nas configurações e escalabilidade para ampliações de

rede;

Abrangência nacional e internacional;

Não requer investimento em equipamentos especiais.

Na figura abaixo, a topologia de rede do serviço VPN IP Intelig.

Figura 3.4 - Topologia VPN IP Intelig. Fonte: Intelig

O serviço ainda conta um portal de serviços especialmente desenvolvido para

que o cliente possa ter uma visão de seus serviços em tempo real. Através de relatórios

de performance é possível verificar o nível de utilização dos links e também dos

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equipamentos, quando fornecidos pela Intelig Telecom, possibilitando um

acompanhamento constante dos serviços e permitindo ao cliente tomar ações pró-

ativas (upgrade ou downgrade) sempre que o nível de utilização ultrapassar um

determinado patamar.

Dos clientes do VPN IP Intelig, pode-se citar com maior destaque o grupo da

Construtora Norberto Odebrecht, que utiliza o serviço desde o seu lançamento.

3.2.3 Vetor

O Vetor é uma solução voltada a grande corporações e que permite dobrar a

banda e reduzir em 20% os custos em telecomunicações das empresas. O Vetor é

uma rede privada virtual, VPN IP com MPLS, suportada pelo Backbone da Brasil

Telecom.

Além do MPLS, um dos outros diferenciais da solução fornecida é o fato de a

VPN IP operar sobre uma rede de próxima geração (NGN). Com isso, a partir de um

único acesso, as empresas podem dispor de três diferentes serviços: voz sobre IP

(VoIP), multimídia e dados expressos - onde o cliente determina a prioridade de tráfego

por áreas de negócio. O serviço ainda conta com o diferencial de poder ter sua topologia

de rede gerenciada pela internet.

Segundo um relatório anual da Brasil Telecom em dezembro de 2004, o Vetor

atingiu 1.300 acessos, correspondendo a uma participação de mercado de

aproximadamente 37%. Seguindo as maiores tendências do mercado, o produto

teve a mais alta taxa de crescimento entre os produtos de comunicações de dados.

O terceiro relatório trimestral de 2005 da operadora ressalta o crescimento de

10,4% em relação ao trimestre anterior de serviços de formação de rede (VPN,

Vetor, Interplan).

3.3 Código de Conduta do Benchmarking

Com o intuito de evitar uma série de possíveis problemas em relação a

utilização das práticas de Benchmarking, o Benchmarking Centre publicou uma

proposta de código de conduta para todos os parceiros de Benchmarking. Esse

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código de conduta baseia-se em 8 princípios básico, descritos resumidamente a

seguir:

Princípio da Legalidade: evitar conversas em relação a estipulação de preços.

Abster-se de adquirir segredos comerciais ou publicar resultados advindos de

praticas de Benchmarking sem o consentimento de todas as partes envolvidas;

Princípio da Troca de Informações: Estar disponível para fornecer o mesmo

nível de informações que foi solicitado aos parceiros de Benchmarking. Seja honesto

e completo;

Princípio da Confidencialidade: A participação de uma empresa num estudo é

confidencial e não deve ser revelada ao exterior sem a prévia autorização dessa

empresa. As informações obtidas não devem ser divulgadas fora do âmbito das

organizações parceiras;

Princípio da Utilização: Utilizar as informações obtidas apenas para efeitos de

formular melhorias. O Benchmarking não deve ser usado como meio de

comercializar ou vender;

Princípio do Primeiro Contacto: Evite revelar o nome de um contacto numa

reunião aberta sem ter obtido a licença desse contacto;

Princípio da Preparação: Preparar-se adequadamente para cada passo do

processo;

Princípio da Conclusão: Cumprir cada compromisso assumido com os

parceiros de Benchmarking;

Princípio da Compreensão e da Acção: Compreender de que modo os

parceiros de Benchmarking gostariam de ser tratados.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS

FUTUROS

Em busca pela vantagem competitiva dentro do acirrado mercado de

telecomunicações, serviços que utilizem MPLS estão sendo cada dia mais utilizados.

Dentro desse escopo, práticas de benchmarking auxiliam ainda mais as empresas a

identificarem possíveis diferenciais em relação a concorrência e a melhoria contínua

da organização, como apresentado neste trabalho.

O presente trabalho se mostrou válido, pois conseguiu-se atingir o objetivo

geral, inicialmente proposto, que era o de realizar um estudo da tecnologia MPLS,

estabelecendo relações com as tecnologias de interconexão de redes já existentes e

a sua utilização no mercado de telecomunicações.

Em relação ao objetivo específico, encontrou-se uma certa resistência por

parte das empresas em fornecer as informações necessárias para a realização do

trabalho, principalmente devido a preocupação com o sigilo das informações. Sendo

assim o objetivo não pode ser alcançado totalmente alcançado.

Os objetivos específicos também foram alcançados. Com a revisão

bibliográfica pode-se mostrar a importância de se adotar ferramentas de

gerenciamento nas organizações. Pois estas auxiliam os gestores de forma a

tornarem suas tomadas de decisões mais precisas e no momento mais correto.

As etapas do processo de benchmarking foram apresentadas e relacionadas

ao trabalho, fazendo-se as adaptações necessárias para que elas pudessem ser

aplicadas aos serviços das operadoras.

Como trabalhos futuros, pretende-se aplicar a elaboração de um questionário

de benchmarking junto as operadoras, com o intuito de obter informações mais

precisas.

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