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ALEXANDRE DALMINA PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES POLITRAUMATIZADOS QUE SOFRERAM ACIDENTE MOTOCICLISTICOS INTERNADOS NO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – TUBARÃO/SC. Tubarão, 2005

TCC Perfil epidemiológicos dos pacientes politraumatizadosfisio-tb.unisul.br/Tccs/AlexandreDalmina/tcc.pdf · acidente desta proporção, pelo fato de que o paciente estar mais desprovido

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ALEXANDRE DALMINA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES POLITRAUMATIZADOS QUE

SOFRERAM ACIDENTE MOTOCICLISTICOS INTERNADOS NO HOSPITAL

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – TUBARÃO/SC.

Tubarão, 2005

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ALEXANDRE DALMINA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES POLITRAUMATIZADOS QUE

SOFRERAM ACIDENTE MOTOCICLISTICOS INTERNADOS NO HOSPITAL

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – TUBARÃO/SC.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia, como requisito à obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientador Prof°. Rafael Nascimento dos Santos

Tubarão, 2005

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ALEXANDRE DALMINA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES QUE SOFRERAM ACIDENTE

MOTOCICLISTICOS INTERNADOS NO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA

CONCEIÇÃO – TUBARÃO/SC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia, como requisito à obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina

Tubarão, 27 de junho de 2005.

_______________________________________ Prof° Esp. Rafael Nascimento dos Santos

Universidade do Sul de Santa Catarina

_______________________________________ Profº Esp. Alexandre Figueiredo Zabot Universidade do Sul de Santa Catarina

_______________________________________ Profª Esp. Jaqueline de Fátima Biazus Universidade do Sul de Santa Catarina

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DEDICATÓRIA

A meus pais Lírio Antônio Dalmina e Gelci Dias Dalmina

que são a minha fonte de inspiração e foram e sempre

serão a razão da minha luta para a conquista de meus

objetivos e sonhos. Obrigado!

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Rafael Nascimento dos Santos, ao meu

grande amigo André Correa de Araújo e a todas as

pessoas que me ajudaram direta ou indiretamente desejo

do fundo do meu coração “Saúde e Sabedoria...”

Alexandre Dalmina

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RESUMO

O objetivo do presente estudo foi de identificar o perfil epidemiológico dos pacientes polit raumatizados que sofreram acidentes motociclísticos internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição – Tubarão. Teve como critérios de inclusão as vítimas de acidente motociclístico no período de julho a dezembro de 2004 e que sofreram polit rauma conforme critério adotado pelo médico responsável. A amostra foi composta por 18 pacientes que se encaixaram nesses critérios. A coleta de dados foi realizada no setor de prontuários e arquivos do hospital (SAME). Os resultados foram analisados através dos dados colhidos nos prontuários, os acidentes motociclísticos são mais freqüentes entre condutores do sexo masculino, o horário do dia em que mais houve acidentes foi pós-trabalho, das 18:00 as 24:00 horas, sendo mais comum em período urbano, o seguimento mais acometido foi o MID, a maioria dos pacientes teve seu quadro melhorado e a grande maioria das vítimas não recebeu atendimento fisioterapeutico. Verificou-se então que o trânsito caótico das nossas cidades e das rodovias que cruzam esta região, aumentam o índice de acidentes motociclísticos e que o Hospital Nossa Senhora da Conceição necessita de mais fisioterapeutas para suprir a demanda de seus enfermos. Palavras-chave: acidentes motociclísticos/polit raumatismo/fisioterapia

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ABSTRACT

The objective of the present study was to identify to the profile epidemiologist of the polit raumatizados patients who had suffered motociclísticos accidents interned in the Hospital Ours Lady of the Conceição - Tubarão. The December of 2004 had as inclusion criteria the victims of motociclistic accident in the period of July and that they had suffered polit rauma as criterion adopted for the responsible doctor. The sample was composed for 18 patients who if had incased in these criteria. The collection of data was carried through in the sector of handbook sand archives of the hospital (SAME). The results had been analyzed through the data harvested in handbooks, the motociclísticos accidents are more frequent between conductors of the masculine sex, the schedule of the day where more it had accidents was after-work, of the 18:00 the 24:00 hours, being more common in urban period, the acometid pursuing more was the MID, the majority of the patients had its improved picture and the great majority of the victims did not receive attendance fisioterapeutico. It was verified then that the chaotic transit of our cities and the highways that cross this region, they increase the index of motociclísticos accidents and that the Hospital Ours Lady of the Conceição needs more physiotherapists to supply the demand of its patients. Key-word: accidents motociclistic/ polit raumatism/ physical therapy

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SUMARIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................09

2 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES POLITRAUMATIZADOS QUE

SOFRERAM ACIDENTE MOTOCICLISTICOS INTERNADOS NO HOSPITAL

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – TUBARÃO/SC.............................................11

2.1 Acidentes Motociclísticos................................................................................................11

2.2 Lesões e Poli trauma.........................................................................................................12

2.3 Mecanismo da Lesão.......................................................................................................14

2.3.1 Osso................................................................................................................................15

2.3.2 Fratura..............................................................................................................................16

2.4 Tratamento Fisioterapeutico..........................................................................................18

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA.................................................................................20

3.1 Tipo de pesquisa..............................................................................................................20

3.2 Caracterização da população/amostra..........................................................................20

3.3 Instrumentos utili zados na coleta de dados...................................................................21

3.4 Procedimento utili zado na coleta de dados...................................................................21

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4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS............................................................22

4.1 Distr ibuição da amostra quanto à idade do paciente...................................................22

4.2 Distr ibuição da amostra quanto ao sexo do paciente...................................................23

4.3 Distr ibuição da amostra quanto à procedência do paciente........................................24

4.4 Distr ibuição da amostra quanto ao local do acidente..................................................24

4.5 Distr ibuição da amostra quanto ao horár io do dia......................................................25

4.6 Distr ibuição da amostra quanto ao dia da semana......................................................26

4.7 Distr ibuição da amostra quanto ao mês em que ocor reu o acidente..........................27

4.8 Distr ibuição da amostra quanto a topografia da lesão................................................28

4.9 Distr ibuição das vítimas quanto a sua evolução na unidade hospitalar (melhorado

ou óbito)............................................................................................................................29

4.10 Distr ibuição das vítimas quanto ao tempo de internação............................................30

4.11 Distr ibuição das vítimas quanto ao atendimento fisioterapeutico..............................31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................32

REFERÊNCIAS......................................................................................................................33

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1 INTRODUÇÃO

A Fisioterapia é uma ciência que se dedica ao estudo do movimento humano em

todas as suas formas e potencialidades. O fisioterapeuta, utili zando exercícios e recursos

terapêuticos, é reconhecidamente um profissional indispensável nos processos de

restabelecimento da saúde, habilit ação ou reabilitação do indivíduo quanto as suas funções

corporais.

A fisioterapia atua em instituições de prestação de cuidados de saúde, públicas e

privadas tais como hospitais, clínicas privadas, centros de saúde, centros de reabilit ação.

A fisioterapia traumatologia é um dos campos de maior destaque dentro da

fisioterapia, sendo de fundamental importância na plena reabilit ação do paciente.

O fisioterapeuta atua na identificação, prevenção, recuperação, reeducação,

habilit ação e reabilit ação de incapacidades originadas por disfunções físicas, do âmbito

funcional músculo-esquelético, cardiovascular, respiratório, neurológico, entre outros, com o

objetivo de desenvolver a máxima funcionalidade e qualidade de vida aos pacientes

submetidos à internação em uma unidade hospitalar.

Os acidentes envolvendo motos (acidentes motociclísticos) estão se tornando cada

dia mais comum em nossas vidas, o que nos faz buscar cada vez mais estudos e técnicas

preventivas e de tratamento desses indivíduos que vêem a sofrer algum tipo de lesão através

destes acidentes.

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O trauma que um indivíduo apresenta ao sofrer um acidente motociclístico

geralmente é de grandes proporções, devida a exposição corpórea mais vulnerável ao

ambiente, sendo que obtém pouco ou nenhum artigo de proteção.

Além de explanar sobre acidentes motociclísticos e suas conseqüências, este

estudo aborda não apenas o polit raumatismo, que se classifica como qualquer tipo de trauma,

mas principalmente sobre o trauma ósseo (fratura) que é muito comum em qualquer tipo de

acidente desta proporção, pelo fato de que o paciente estar mais desprovido de equipamentos

de segurança comparado a outro veículo e mesmo se vier a sofrer algum tipo de queda livre.

Este trabalho é direcionado a população em geral que faz uso principalmente de

motocicletas como meio de transporte, trabalho ou diversão, onde a velocidade e a

imprudência tomam um papel importante na ocorrência de acidentes e conseqüentes traumas,

fraturas e seqüelas que poderão ser irreversíveis, isso quando não evoluídos a óbito.

Este estudo se trata de uma pesquisa descritiva que tem como objetivo geral

identificar o perfil epidemiológico dos pacientes classificados como polit raumatizados

internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição vítimas de acidentes motociclísticos

assim como a sua evolução na unidade hospitalar.

Os objetivos específicos são identificar a idade de maior ocorrência de acidentes;

verificar o sexo mais comunente envolvido em acidentes; averiguar a procedência (cidade) da

vítima; descrever o local mais comum de acidente (rodovia/urbano); identificar em qual

horário do dia ocorrem mais acidentes; verificar o dia da semana mais comum de ocorrência

de acidentes; constatar em qual mês ocorre mais acidentes (julho a dezembro); descrever o

seguimento do corpo mais acometido; averiguar a evolução do paciente na unidade hospitalar

(alta/óbito); verificar o tempo de internação do paciente e; constatar se o paciente recebeu ou

não atendimento fisioterapêutico durante sua internação.

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2 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES POLITRAUMATIZADOS QUE

SOFRERAM ACIDENTE MOTOCICLISTICOS INTERNADOS NO HOSPITAL

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – TUBARÃO/SC.

2.1 Acidentes Motociclísticos

O aumento da frota de veículos tem sido mundial, mas, em geral, o sistema viário

e o planejamento urbano não acompanham este crescimento. Além da poluição sonora e

atmosférica, o aumento do tempo de percurso e os engarrafamentos são responsáveis pela

crescente agressividade dos motoristas e decrescente qualidade de vida em meio urbano e

conseqüente aumento dos acidentes de trânsito. Conceitualmente, acidente de trânsito é todo

evento com dano que envolva o veículo, a via, o homem e/ou animais, e que, para

caracterizar-se tem a necessidade da presença de dois desses fatores (ROBERTS, 1995).

Conforme o estudo de Liberatti, Andrade e Soares (2003) com o crescimento da

frota de motocicletas no Brasil , os ocupantes desses veículos vêm, paulatinamente, assumindo

o primeiro lugar entre as vítimas de acidentes de trânsito com veículos a motor.

No estudo de Sousa, Régis e Koizumi (1999), evidenciou-se uma importante

diferença na proporção de mortos nos ocupantes de motocicleta em relação aos demais

veículos a motor. A maior vulnerabili dade do usuário de moto é evidente. Nesses acidentes a

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ocorrência de múltiplas lesões é bastante freqüente, que se caracteriza por um choque sempre

desigual, uma vez que o motociclista esta mais desprovido de artigos de proteção.

A vulnerabili dade do usuário da moto é evidente. Para ele não há proteções similares àquelas dos ocupantes de veículos de quatro rodas. Na colisão, que é um dos tipos de acidentes de motocicleta mais usual, o motociclista absorve em sua superfície corpórea toda a energia gerada no impacto, seja indo de encontro com a via pública, seja com os objetos da mesma ou outros veículos a motor. Como conseqüência, há ocorrência de vítimas polit raumatizadas com as lesões mais graves localizando-se na cabeça e as extremidades como as regiões mais freqüentemente atingidas. (KOIZUMI, 1992).

O uso de motocicletas tem sido crescente no Brasil , por ser uma opção mais

econômica, comparada a outros veículos automotores, além das facili dades de tráfego e

estacionamento. Neste contexto, tem sido observado, nos últimos anos, um aumento de sua

utili zação como instrumento de trabalho na entrega de mercadorias, medicamentos, alimentos

ou documentos e, até mesmo, no transporte de passageiros. Seus condutores estão

constantemente expostos à possibili dade de ocorrência de acidentes, seja por sua maior

exposição nas vias públicas, seja por realização de manobras arriscadas ou por velocidades

adotadas com vistas à realização rápida de tarefas e conseqüentemente aumento da

produtividade. Motociclistas, juntamente com pedestres, constituem o grupo de usuários da

via pública mais vulnerável em termos de exposição corpórea a lesões em caso de acidentes,

já que estes, não possuem praticamente nenhum ou pouco artigo de proteção (PIRES;

VASCONCELLOS; SILVA, 1997).

2.2 Lesões e Poli trauma

A lesão é uma ocorrência lamentável da vida cotidiana. Enquanto alguns

indivíduos sofrem lesão de maior gravidade mais freqüentemente do que outros, ninguém é

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poupado da dor, do transtorno e da incapacidade causados por uma lesão. Qualquer lesão

acompanhada por custos físicos, emocionais e econômicos inevitáveis, assim como por perda

de tempo e da função normal (WHITING; ZERNICKE, 2001).

O impacto da morte relacionada a uma lesão é mais significativo que o impacto da

morte devida a outras causas ao levar em conta a perspectiva do período restante de vida

potencial (WHITING; ZERNICKE, 2001).

As estatísticas precedentes sobre fatalidade por lesão pintam apenas uma parte do

quadro do impacto das lesões. As estatísticas de acidentes não-fatais são ainda mais

assustadoras. As lesões incapacitantes afetam milhões de indivíduos a cada ano. As

estimativas do National Safety Council para os Estados Unidos indicam que, a cada 10

minutos, duas pessoas são mortas e cerca de 370 sofrem uma lesão incapacitante, com um

custo de US$ 8,3 milhões. Em média, ocorrem 11 mortes por lesão não-intencional e cerca de

2.200 lesões incapacitantes a cada hora durante o ano. Apesar dos esforços bem-sucedidos

para a redução das lesões em algumas áreas, como nas colisões de veículos, ainda devemos

esperar que muitos de nós sejamos vítimas de lesões (WHITING; ZERNICKE, 2001).

O polit rauma é um conjunto de lesões múltiplas simultâneas, de vários segmentos

do corpo, onde pelo menos uma ou a combinação de várias é potencialmente letal (REIS,

2000).

O mais freqüente polit rauma é aquele resultante de acidentes envolvendo veículos

motorizados, seguidos dos oriundos de agressão físicas e dos causados por acidentes de

trabalho e dos acidentes na prática de esportes de ação (REIS, 2000).

O trauma é o conjunto de lesões ou alterações funcionais causadas pela ação de

uma força externa (REIS, 2000).

No Brasil e na quase totalidade dos outros paises, o trauma é a principal causa de

morte do individuo jovem. Mais de 120.000 morrem por ano em conseqüência de acidentes e

estima-se de quatro a cinco vítimas com seqüelas permanentes para cada óbito (OLIVEIRA;

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PAROLIN; JUNIOR, 2004).

O aumento numérico de automóveis, aliado a velocidades sempre crescentes,

tornou-se responsável em parte pelo avultado aumento em número e gravidade das lesões

traumáticas musculoesqueléticas – fraturas e traumas conseqüentes – e em particular pelo

crescente número de pacientes que sofrem múltiplas lesões traumáticas graves,

comprometendo vários grandes sistemas orgânicos (SAUTER, 2001, p.4).

O trauma determina conseqüências sociais e econômicas importantes, pois as

lesões podem ocasionar a morte ou incapacidade temporária ou permanente da vítima,

determinando um alto custo com a recuperação, além de muitas vezes comprometer-lhe a

qualidade de vida (WHITAKER; GUTIÉRREZ; KOIZUMI, 1998).

Frente a esta realidade, é fundamental que se desenvolvam serviços de

atendimento pré-hospitalar eficazes em analisar a cena do acidente observando os

mecanismos que produziram o trauma. Desta forma é possível detectar precocemente as

lesões potencialmente fatais e iniciar o tratamento da vítima da forma mais rápida possível,

aumentando as chances de sobrevida (OLIVEIRA; PAROLIN; JUNIOR, 2004).

Os acidentes de motocicletas são responsáveis por grande número de mortes todos

os anos. Entre os que não morreram, muitos sofrem trauma de crânio e coluna e ficam com

graves seqüelas (OLIVEIRA; PAROLIN; JUNIOR, 2004).

2.3 Mecanismo da Lesão

Mecanismo de lesão pode ser definido como o processo físico fundamental

responsável por uma determinada ação, reação ou resultado (WHITING; ZERNICKE, 2001).

Enquanto que às vezes um único mecanismo é responsável por uma determinada

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lesão, com certa freqüência os mecanismos atuam em combinação. A identificação precisa

dos mecanismos envolvidos é importante para o condicionamento apropriado, o tratamento e

a reabilit ação (WHITING; ZERNICKE, 2001).

2.3.1 Osso

O tecido conjuntivo especializado conhecido como osso é um dos tecidos mais

duros e mais resistentes do corpo. O esqueleto dos seres humanos e de outros vertebrados

protege os órgãos vitais, funciona como um depósito de minerais, abriga as células

hematopoéticas da medula óssea e proporciona alavancas a partir das quais os músculos

conseguem controlar os movimentos. O osso é uma estrutura dinâmica que sofre

remodelagem constante e responde às alterações nas cargas mecânicas, nos hormônios

sistêmicos e nos níveis séricos de cálcio (WHITING; ZERNICKE, 2001).

Os eventos envolvidos na consolidação de uma fratura são responsáveis pelo

desbridamento, estabili zação e, em última análise, remodelagem do local fraturado. A

consolidação óssea primária ocorre com o contato direto e íntimo entre os segmentos

fraturados. O osso novo cresce diretamente através das extremidades ósseas comprimidas, a

fim de unir a fratura. Habitualmente a formação de calo ósseo ocorre aproximadamente duas

semanas depois do momento da lesão. A consolidação secundária denota mineralização e

substituição, por osso, de uma matriz cartilaginosa com um aspecto radiográfico característico

de formação de calo. Esse calo de união externa aumenta a estabili dade no local da fratura,

por aumentar a espessura do osso (HOPPENFELD; MURTHY, 2001).

O osso fratura-se resultado de sobrecarga mecânica. A fratura interrompe, dentro

de frações de milissegundos, a integridade estrutural, e com isto a rigidez do osso. A forma da

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fratura depende principalmente do tipo de carga exercida e da energia liberada. A torção

resulta em fraturas espirais, a avulsão em fraturas transversas, a flexão em fraturas oblíquas,

enquanto que a compressão axial resulta em impactação. O grau de fragmentação depende da

energia armazenada antes do processo de fratura; assim as fraturas em cunha e as

multi fragmentárias associam-se com alta liberação de energia (MÜLLER et al 1993).

2.3.2 Fratura

Fratura é a lesão óssea de origem traumática, produzida por trauma direto ou

indireto, de alta ou baixa energia. O conjunto de fragmentos ósseos produzidos pela fratura e

os tecidos lesados em torno da contusão é denominado foco da fratura (OLIVEIRA;

PAROLIN; JUNIOR, 2004).

Na fratura incompleta ocorre a lesão óssea, mas não rompe a continuidade óssea.

Na lesão completa os fragmentos ósseos perdem a continuidade, ficando desviados ou não

(OLIVEIRA; PAROLIN; JUNIOR, 2004).

Quanto à exposição do foco da fratura ela pode ser fechada ou aberta (exposta). A

fratura fechada o foco de fratura esta protegido por partes moles e com pele integra. Na

fratura exposta o foco da fratura esta em contato com o meio externo com o osso

exteriorizado ou não. A pele, nestes casos, esta sempre lesada (OLIVEIRA; PAROLIN;

JUNIOR, 2004).

Fratura exposta é aquela em que há quebra na barreira da pele e tecidos moles

adjacentes levando a comunicação direta entre o meio externo e a fratura e seu hematoma.

Como o meio interno, no caso dos membros, é estéril , o contato com o meio ambiente muda

esta situação, transformando-o em contaminado. Dependendo do tempo de exposição, até o

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início do tratamento, e do sucesso ou não do procedimento cirúrgico inicial, a contaminação

pode evoluir para infecção de partes moles e também do osso (MULLER; SARDENBERG;

PEREIRA et al, 2003).

Fratura patológica é aquela na qual um osso é quebrado através de uma área

enfraquecida por doença preexistente, por um grau de esforço que teria deixado intacto um

osso normal (ROCKWOOD; GREEN; BUCHOLZ, 1993).

Conforme Reis (2000), fratura patológica é aquela que se instala em um osso

previamente acometido por uma lesão neoplásica benigna, maligna ou pseudotumoral.

A fratura por estresse acontece quando cargas anormais agem sobre um osso

normal. Ela é causada quando forças de compressão, tensão ou rotação são aplicadas

repetidamente a um osso normal, provocando inicialmente microfraturas que se propagam e

coalescem até formarem a fratura por estresse. Em resposta ao estresse aplicado ao osso

normal, que provoca essas microfraturas, o osso reage aumentando o seu remodelamento

através do aumento de sua atividade osteoblástica. Quando a resposta osteoblástica ao estresse

não consegue reparar as microfraturas que estão sendo feitas, começa o processo que

culminará em uma fratura de estresse (LAURINO; MISZPUTEN; VIEIRA apud COHEN;

ABDALLA, 2003).

Fraturas por impacto ocorrem quando uma força com um momento que esta

acabando é aplicada em uma pequena área. As características de identificação são uma linha

transversal de fratura e a freqüente constatação, no antebraço ou na perna, de que apenas um

osso esta fraturado. Uma vez que a maior parte da energia é absorvida pelo osso, há pouca

lesão de tecidos moles, embora uma pequena área de pele sobrejacente possa ser rompida ou

contundida (ROCKWOOD; GREEN; BUCHOLZ, 1993).

Fraturas por esmagamento são acompanhadas por extensa lesão de tecidos moles.

O osso fica ou extensamente fragmentado ou quebrado transversalmente. No antebraço ou na

perna ambos os ossos são fraturados ao mesmo nível (ROCKWOOD; GREEN; BUCHOLZ,

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18

1993).

Fraturas penetrantes são produzidas por projéteis, e para todas as intenções e

finalidades elas podem ser chamadas fraturas por armas de fogo (ROCKWOOD; GREEN;

BUCHOLZ, 1993).

2.4 Tratamento fisioterapêutico

A mobili zação precoce e correta que somente o fisioterapeuta capacitado pode

oferecer as vítimas faz com que diminua o risco de que estes pacientes venham a obter

complicações, dentre outras, pneumopatias, disfunções articulares, infecções hospitalares e

conseqüentemente diminuição do tempo de internação, acelerando a reabilit ação e

reintegração do traumatizado à sua vida ativa.

A desvantagem principal do tratamento não cirúrgico é o longo período de tempo

gasto no leito. Com o suporte funcional isto pode ser consideravelmente reduzido; na verdade,

para fraturas da metade inferior do fêmur este é o método a ser escolhido, pois fornece as

melhores condições: segurança, confiabili dade e um período relativamente curto de

hospitalização (APLEY, 1998).

A moderna Medicina de Emergências e Traumas tem se organizado para oferecer

o melhor atendimento às vítimas de lesões traumáticas em todos os momentos, estudando e

aperfeiçoando técnicas de cuidados pré-hospitalares locais, técnicas de transporte terrestre,

marítimo, aéreo e principalmente cuidados hospitalares, onde pacientes com lesões mais

complexas, por terem sido rapidamente socorridos, chegam em condições gravíssimas aos

hospitais de emergência ou centros de referência para trauma, necessitando cuidados

multidisciplinares e multiprofissionais adequados (REIS, 2000).

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

3.1 Tipo de pesquisa

Trata-se de uma pesquisa descritiva, onde foram evidenciadas as freqüências das

variáveis sem manipulá-las, pois segundo Rudio (2000, p.71) “ [...] a pesquisa descritiva esta

interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e

interpretá-los.”

3.2 Caracterização da população/amostra

A população alvo deste estudo compreende aos pacientes que sofreram acidentes

motociclísticos e foram internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição no período de 1°

de julho de 2004 a 31 de dezembro de 2004.

A amostra foi composta por 18 pacientes que satisfizeram os critérios de inclusão

que foram: vítimas de acidente motociclístico e polit raumatismo conforme o critério adotado

pelo médico responsável.

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3.3 Instrumentos utili zados na coleta de dados

As informações foram colhidas com base nos prontuários do Hospital Nossa

Senhora da Conceição do período já citado anteriormente.

3.4 Procedimento utili zado na coleta de dados

Foi solicitada uma autorização para se ter acesso ao Hospital fora do horário de

aula junto ao setor responsável pela unidade hospitalar de ensino, para que se fizesse possível

a coleta de dados necessárias no (SAME). Sendo assim a coleta foi realizada no período de 23

a 27 de maio de 2005.

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21

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4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A análise e interpretação dos dados foram obtidas através da coleta direta em

prontuários (SAME).

4.1 Distr ibuição da amostra quanto à idade do paciente

Figura 1. Distribuição (%),de acordo com a faixa etária acometida, dos motociclistas acidentados no trânsito e internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição, de julho a dezembro de 2004.

A idade variou de 16 a 49 anos, e a média de idade foi de 30,8 anos. O número de

vítimas dos 16 aos 36 anos foi de 13 (72,2 %). Na faixa acima de 36 anos havia 5 vítimas

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77,00%

23,00%

M as culino Fem inino

(27,8%). Em um estudo realizado por Koizumi (1992), com 159 pacientes a idade média foi

de 24,3 anos, sendo a prevalência de 89% dos pacientes com idade inferior a 35 anos. Para a

autora, o fato de a maior prevalência ter sido em jovens, se deve a inexperiência do condutor.

Em outro estudo de Oliveira e Souza (2003), dos 67 pacientes, 48 tinham idade inferior a 32

anos.

Cabe salientar ainda, que um outro fator preponderante na maior prevalência de

jovens neste estudo se deve pelo fato de que altas velocidades, bebidas alcoólicas e falta de

equipamentos de proteção são mais comuns entre os indivíduos dessa idade.

O autor da pesquisa salienta ainda que o uso de motocicletas é maior entre os

jovens.

4.2 Distr ibuição da amostra quanto ao sexo do paciente

Figura 2.

Distribuição (%), de acordo com o sexo, dos motociclistas acidentados no trânsito e internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição, de julho a dezembro de 2004.

O sexo masculino teve notável prevalência de 14 pacientes (77,7%) em relação ao

sexo feminino que foi de 4 pacientes (22,3%). Em estudo realizado por Koizumi (1992), com

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39,00%

11,50% 11,50%

38,00%

Tubarão Laguna B raç o doNorte

O utras

159 pacientes foi encontrada a prevalência de 87,4% dos pacientes sendo do sexo masculino.

Em outro estudo o por Bried, Cordasco e Volz (1987), com 71 pacientes a prevalência foi de

79%. Cabe aqui dizer que a motocicleta é um meio de transporte amplamente mais usado pelo

sexo masculino, sendo que as vítimas do sexo feminino são em sua maioria passageiras.

4.3 Distr ibuição da amostra quanto à procedência do paciente.

Figura 3. Distribuição (%),de acordo com a procedência, dos motociclistas acidentados no trânsito e internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição, de julho a dezembro de 2004.

A distribuição dos acidentados conforme a procedência mostrou uma maior

incidência nos moradores de Tubarão com 7 (39,30%) pacientes, 2 (11,11%) Laguna, 2

(11,11%) Braço do Norte, 1 (5,50%) Paulo Lopes, 1 (5,50%) São Ludgero, 1 (5,50%)

Criciúma, 1 (5,50%) Capivari de Baixo, 1 (5,50%) Sangão, 1 (5,50%) Imaruí e 1 (5,50%)

Jaguaruna dando um total de 38% (outras).

A justificativa pela notável maior incidência de acidentados provenientes do

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66,66%

33,34%Urbano

Rodovia

município de Tubarão, deve-se pelo fato que o Hospital Nossa Senhora da Conceição

localiza-se neste município, além de ser a cidade mais populosa da região atendida pelo

hospital.

4.4 Distr ibuição da amostra quanto ao local do acidente.

Figura 4. Distribuição (%), de acordo com o local do acidente, dos motociclistas acidentados no trânsito e internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição de julho a dezembro de 2004.

A distribuição das vítimas de acordo com o local do acidente mostrou uma maior

incidência de vítimas acidentadas no perímetro urbano com 12 (66,66%) vítimas, comparado

com as rodovias, 6 (33,34%) vítimas.

Esse número é compreensível, uma vez que a moto é cada vez mais um transporte

predominantemente urbano, devido ao baixo custo implicado no seu uso, além de ser um

veículo ágil e de fácil manuseio no trânsito urbano.

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22,30%

22,30%50,00%

5,40% 6:00 - 12:00

12:00 - 18:00

18:00 - 24:00

24:00 - 6:00

4.5 Distr ibuição da amostra quanto ao horár io do dia

Figura 5. Distribuição (%), de acordo com o horário do dia do acidente, dos motociclistas acidentados no trânsito e internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição, de julho a dezembro de 2004.

A distribuição de acordo com o horário do dia do acidente, mostrou uma maior

incidência no período das 18:00 ás 24:00 horas, com 9 (50%) vítimas, seguido do horário das

12:00 ás 18:00 horas, com 4 (22,30%) vítimas, das 6:00 ás 12:00 horas, com 4 (22,30%)

vítimas e das 24:00 ás 6:00 horas com 1 (5,50%) acidentado. Esse elevado número de

acidentes no período citado justifica-se, pois engloba além de um horário de maior fluxo

urbano e retorno de suas atividades, também existe o fator em que neste horário há um maior

consumo de bebidas alcoólicas. Vindo a confirmar esta hipótese nos estudos feitos por Bastos,

Andrade e Soares (2005), foi verificado um maior índice de acidentes também no período do

dia que compreende das 18:00 ás 24:00 horas.

4.6 Distr ibuição da amostra quanto ao dia da semana.

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55,50%

44,50%

P eríodo A P eríodo B

Figura 6. Distribuição (%), de acordo com o dia da semana, dos motociclistas acidentados no trânsito e internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição de julho a dezembro de 2004.

Agrupando os dias da semana de ocorrências dos acidentes em dois distintos

períodos mais representativos, obteve-se: no período A (segunda, terça, quarta ou quinta-

feira) 10 (55,50%) vítimas e no período B (sexta, sábado ou domingo) 55 (44,50%) vítimas.

Apesar de terem sido atingidos valores aproximados quanto ao período semanal da ocorrência

do acidente, verificaram-se no estudo que a cidade de Tubarão por ter um trânsito caótico e

também pouco monitorado pelas autoridades, obteve maior porcentagem no período semanal

do que nos fins de semana.

4.7 Distr ibuição da amostra quanto ao mês em que ocor reu o acidente.

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4 4 ,4 4 %

5 5 ,5 6 %

ju lh o - se te m b ro o u tu b ro - d e ze m b ro

Figura 7. Distribuição (%), de acordo com o mês que ocorreu o acidente, dos motociclistas acidentados no trânsito e internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição, de julho a dezembro de 2004.

A maior proporção de vítimas de acidentes motociclísticos que necessitaram

internação ocorreu nos meses de outubro/novembro e dezembro de 2004 (55,56%) e nos

meses de julho/agosto e setembro (44,44%) dos casos. O estudo de Bastos, Andrade e Soares

(2005), evidenciam os meses sem aulas escolares e de faculdades como os que mais produzem

vítimas, pelo alto fluxo e movimentação devida as férias.

O autor salienta ainda que por Tubarão ser uma cidade com uma Universidade de

grande porte, onde estudantes de vários lugares se deslocam para estudar, torna esse meio de

locomoção mais ágil , rápido e barato para este fim.

4.8 Distr ibuição da amostra quanto a topografia da lesão.

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27,90%

5,50%

16,70%

5,50%

38,90%

5,50%

Cabeç a

Tronc o

M S D

M S E

M ID

M IE

Figura 8. Distribuição (%), de acordo com a topografia da lesão, dos motociclistas acidentados no trânsito e internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição, de julho a dezembro de 2004.

A distribuição de acordo com a topografia da lesão, mostrou uma maior incidência

em MID com 7 (38,90%) vítimas, seguido de cabeça com 5 (27,90%), MSD com 3 (16,70%),

tronco 1 (5,50%), MSE 1 (5,50%) e MIE 1 (5,50%). Vale ressaltar que no presente estudo os

pacientes foram pré-selecionados como polit raumatizados, sendo que pela falta de informação

em prontuários, foram classificados os seguimentos acometidos já citados acima, de acordo

com a localização do trauma. De acordo com o estudo de Koizumi (1992), onde verificou que

a cabeça, os membros inferiores e os membros superiores são as regiões corpóreas mais

atingidas nesse tipo de acidente.

Já Oliveira e Sousa (2003), evidenciaram em seu estudo com um número de 67

vítimas analisadas que os membros inferiores são os mais gravemente lesados seguidos dos

traumas de cabeça.

4.9 Distr ibuição das vítimas quanto a sua evolução na unidade hospitalar (melhorado

ou óbito).

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94,44%

5,56%

M elhorado Ó bito

Figura 9. Distribuição (%), de acordo com sua evolução na unidade hospitalar, dos motociclistas acidentados no trânsito e internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição, de julho a dezembro de 2004.

Das vítimas que deram entrada neste período, 17 (94,44%) tiveram seu quadro

melhorado e 1 (5,56%) evoluiu para óbito. Vale ressaltar que a vítima que evoluiu para óbito

sofreu acidente no perímetro rodoviário. No estudo de Koizumi (1992), foi encontrado um

número parecido com o obtido no presente estudo, com 4,9% de pacientes que evoluíram para

óbito num universo de 173 pacientes.

4.10 Distr ibuição das vítimas quanto ao tempo de internação.

Em relação ao tempo de internação o período máximo encontrado foi de 37 dias, e

o mínimo foi de 1 dia (óbito). Tendo um tempo médio de internação de 10,8 dias. Em um

estudo realiza por Koizumi (1992) com 173 pacientes o tempo médio de internação foi de

15,8 dias, e o tempo mínimo de internação foi de 1 dia e o máximo de 101 dias. O tempo de

internação é muito variável, pois em outros estudos como Rivara (1988 apud KOIZUMI,

1992) encontrou um tempo médio de internação de 19,6 dias com o mínimo de 1 dia e o

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27,78%

72,22%

S im

Não

máximo de 258 dias.

Vale ressaltar que pacientes neurológicos e queimados aumentam o tempo de

internação na unidade hospitalar.

4.11 Distr ibuição das vítimas quanto ao atendimento fisioterapeutico.

Figura 11. Distribuição (%), de acordo com o atendimento fisioterapêutico recebido ou não, dos motociclistas acidentados no trânsito e internados no Hospital Nossa Senhora da Conceição, de julho a dezembro de 2004.

Das vítimas que deram entrada na unidade hospitalar, a grande maioria, 13

(72,22%) dos pacientes não receberam atendimento fisioterapeutico e apenas 5 (27,78%)

receberam atendimento fisioterápico. Esses dados nos mostram a necessidade da contratação

de mais fisioterapeutas na unidade hospitalar, pois a demanda de pacientes é muito superior

aos profissionais que lá atuam, sendo que os pacientes que receberam atendimento

fisioterapeutico, receberam de acadêmicos em período de estágios e não pelos fisioterapeutas

contratados do hospital, segundo informações colhidas em prontuários.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos nesta pesquisa confirmam não só a importância de uma

maior atenção por parte das autoridades mas, também por parte de nossos políticos, perante o

trânsito da cidade de Tubarão e da rodovia que a cruza. Além disso, confirma a importância

dos responsáveis pela unidade hospitalar de Tubarão para com a grande demanda, as

oportunidades de trabalho e os benefícios que a fisioterapia traz dentro da unidade hospitalar.

Observou-se que apesar do grande número de vítimas de acidentes motociclísticos

que encontramos no nosso dia a dia presenciando noticiários, jornais e mesmo para quem tem

a oportunidade de estar dentro de uma unidade hospitalar como a do Hospital Nossa Senhora

da Conceição, pouco foi achado em termos de quantidade de vítimas no setor de arquivos do

Hospital devido a sua falta de organização e precariedade do setor.

Vale salientar que o mais importante a ser feito é um trabalho de prevenção com

conscientização por parte não só dos governantes, mas principalmente por parte das pessoas

que usufruem desse meio de transporte.

Espera-se que os resultados observados sirvam de estímulo para realização de

outras pesquisas que possam complementar e confirmar o conhecimento alcançado neste

estudo.

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