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UNIVERSIDADE PAULISTA
Curso de Enfermagem
QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO EM CASA DE LONGA
PERMANÊNCIA
CAMPINAS – SP
2012
Zenaide Chiavagatti Pizzi – A248ID-9
QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO EM CASA DE LONGA
PERMANÊNCIA
PESQUISA DESENVOLVIDA E
APRESENTADA A DISCIPLINA DE
PRODUÇÃO TÉCNICO CIENTÍFICO-
INTERDISCIPLINAR DO CURSO DE
GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM DA
UNIVERSIDADE PAULISTA, PARA A
OBTENÇÃO DO TÍTULO DE BACHAREL
EM ENFERMAGEM. ORIENTADOR:
PROF.º BENEDITO CHERBÉU
DLESSANDRE OLIVEIRA.
CAMPINAS – SP
2012
Dedicatória
Primeiramente a ele que dirijo minha maior gratidão. Deus, mais do que me
criar deu propósito à minha vida, vem dele tudo o que sou o que tenho e o que
espero.
Aos meus pais Valdemar e Lúcia, que mais do que me proporcionar uma boa
infância, formaram os fundamentos do meu caráter. Obrigada por serem a minha
referência de tantas maneiras e estarem sempre presentes na minha vida, mesmo
separados por tantos quilômetros, mas presentes no meu pensamento todos os dias
da minha vida. Amo vocês.
As minhas filhas Bruna e Suelen que são o segundo coração que bate dentro
de mim, dedico essa conquista a elas, pois elas são a maior de todas as minhas
vitórias. Ao meu marido Clei, que representa minha segurança, obrigada pela sua
paciência e compreensão você foi o amigo e companheiro de todas as horas, que
me deu forças para enfrentar os desafios durante esse percurso. Amooooooooooo
vocês família.
Aos meus irmãos Tassi, Eni José, Ricardo e a minha irmã e amiga Elizandra,
por mesmo longe participarem de todos os momentos de tristeza e de alegria na
minha vida. Amo vocês e conto sempre com vocês meus amores.
Dedico aos meus sobrinhos com muito amor e carinho que tenho por eles:
Tainá, Larissa, Miguel e João Pedro.
Aos meus futuros genros, Vitor e Wevertom pelo amor e carinho para com
minhas filhas, e por fazer parte da minha família.
Aos meus colegas de sala e amigos que fortaleceram os laços de igualdade,
mas principalmente a Ana Lúcia (Ana), Fernanda (Fer) Eliana (bonita) pelos
momentos de partilha e companheirismo, pelo ombro amigo e por rir e chorar juntas.
Agradecimentos
A Deus por ter me dado forças e iluminado meu caminho para que pudesse
concluir mais uma etapa em minha vida e poder exercer uma profissão magnífica.
Aos meus pais Valdemar e Lúcia aos quais foi minha primeira base de
educação, pois sei que mesmo longe estavam vibrando por mim, aos quais devo
grande parte que sou. Amo vocês
As minhas amadas filhas Bruna e Suelen, que vibro e torço muito por elas,
agradeço pelo incentivo, colaboração e ajuda que muito fizeram por mim e peço
desculpas por algum dia eu estar muito estressada com os estudos e o trabalho e
descontar em vocês, e que muitas vezes precisavam de mim e eu estava ausente,
mas me entendam que foi por um bom objetivo. Amo muito, muito, muito vocês.
Ao meu marido Clei, amigo, companheiro de todas as horas, que de forma
especial e carinhosa me deu força e coragem. Obrigada pelo apoio, mesmo em meio
a tantos momentos difíceis de nossas vidas.
Aos meus irmãos agradeço pelo companheirismo e carinho e aos momentos
de descontração que me fizeram rir mesmo em meio há momentos tão difíceis.
Ao meu Professor e orientador Cherbeu D de Oliveira, pelo suporte e apoio,
por suas correções, sugestões e orientações precisas em todos os momentos
solicitados.
Há tantos a agradecer, por tanto se dedicarem, não somente por terem por
terem ensinado, mas por terem me feito aprender! A palavra mestre, nunca fará
justiça aos professores, por isso agradeço a todos os professores que se fizeram
presentes nesta fase da minha vida. Mas em especial professor Cherbeu, professora
Marcia, professora Bia Verri, professora Alessandra, professora Bia Rosa pelo
exemplo de dedicação e por seus ensinamentos ao longo do curso que contribuiu
para minha formação.
Aos colegas de sala e amigos pela força e carinho nos momentos difíceis,
companheirismo de alguns e pelos momentos agradáveis de convívio de muitas.
Agradeço a Ana por se preocupar em tirar xerox para mim e a Fernanda por me
acordar meia noite para ver se tinha tal matéria.
Aos meus queridos idosos da casa de repouso onde fiz minha pesquisa, o
meu muito obrigada.
A todas as pessoas as quais torceram por mim e mesmo que não citadas,
aqui contribuíram para realização desse trabalho e sonho realizado.
O meu muito obrigada!!!
SUMÁRIO
RESUMO, ABSTRACT E RESUMEN.
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................10
2. OBJETIVOS..........................................................................................................16
2.1. Objetivo geral
2.2. Objetivos específicos
3. MATERIAL E MÉTODO.......................................................................................17
3.1. Tipo de estudo
3.2. Local de estudo
3.3. População
3.4. Amostra
3.5. Critérios para inclusão e exclusão dos sujeitos
3.5.1. Critérios de inclusão
3.5.2. Critérios de exclusão
3.6. Operacionalização da coleta de dados
3.7. Descrição da coleta de dados
3.8. Descrição e análise da coleta de dados
3.9. Ética em pesquisa com seres humanos
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................19
5. CONCLUSÃO.......................................................................................................26
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................27
7. ANEXOS
ANEXO: Carta de Aprovação
8. APÊNDICES
APÊNDICE 1: Declaração de Autoria
APÊNCIDE 2: Instrumento de Coleta de Dados
Resumo Introdução: Este trabalho apresenta um estudo sobre a qualidade de vida dos idosos
em instituições de longa permanência. O comprometimento da capacidade funcional
do idoso tem implicações importantes para a família, a comunidade, para o sistema
de saúde e para a vida do próprio idoso. Devido ao aumento da demanda das
Instituições de Longa Permanência, como consequência da transição demográfica
vivenciada no país, surgiu uma preocupação em relação a qualidade de vida dos
idosos dentro destas Instituições. Este estudo tem como objetivo Identificar a
qualidade de vida de idosos moradores em casa de longa permanência. Trata-se de
uma pesquisa quantitativa exploratória, não experimental e descritiva. Resultados: A
análise do processo de envelhecimento humano deveria considerar o estudo de
diferentes variáveis presentes na vida dos indivíduos, tais como: fatores familiares,
sociais, econômicos, pessoais e, principalmente, fatores físicos e biológicos. Os
resultados sobre a percepção dos idosos sobre a qualidade de vida no
envelhecimento é de 17% consideraram ruim, 59% média e apenas 24%
consideraram boa. Em relação a qualidade do ambiente físico, 3% não considerou
nada saudável, 28% pouco saudável, 55% médio e 14% saudável. Dos 29
entrevistados, 78% relataram ter pensamentos negativos (depressão, ansiedade) as
vezes, 13% frequente e 7% constantemente. Conclusão: há uma necessidade de
implementação de novas propostas relacionadas aos cuidados destes
Institucionalizados, onde deve-se priorizar o bem estar individual e a visão destes
cuidados deve ser holística, envolvendo também a família.
Palavras-chave: qualidade de vida, envelhecimento, Instituição de Longa
Permanência, enfermagem.
Abstract
Introduction: This paper presents a study on quality of life for seniors in long-stay
institutions. The impaired functional capacity of elderly people has important
implications for the family, the community, for the health system and for the life of the
elderly person. Due to increased demand for long-stay institutions, as a consequence
of demographic transition experienced in the country, there was a concern about the
quality of life of older people within these institutions. This study aims to identify the
quality of life of elderly residents in long-stay home. This is an exploratory
quantitative research, non-experimental and descriptive. Results: The analysis of the
human aging process should consider the study of different variables present in the
lives of individuals, such as family factors, social, economic, personal and, especially,
physical and biological factors. The results on the perception of the elderly on the
quality of life in aging is considered 17% evil, 59% average and only 24% considered
good. Regarding the quality of physical environment, 3% did not consider unhealthy,
unhealthy 28%, 55% medium and 14% healthy. Of the 29 respondents, 78% reported
having negative thoughts (depression, anxiety) sometimes, often 13% and 7%
constantly. Conclusion: There is a need to implement new proposals related to the
care of institutionalized, which should prioritize the welfare of individual and vision
care should be holistic, involving the family.
Keywords: quality of life, aging, long-term institution, nursing.
Resumen
Introducción: Este trabajo presenta un estudio sobre la calidad de vida de los
ancianos en instituciones de larga estadía. El deterioro de la capacidad funcional de
las personas mayores tiene importantes implicaciones para la familia, la comunidad,
por el sistema de salud y para la vida de la persona de edad avanzada. Debido a la
creciente demanda de instituciones de larga estadía, como consecuencia de la
transición demográfica que vive el país, hubo una preocupación por la calidad de
vida de las personas mayores dentro de estas instituciones. Este estudio tiene como
objetivo identificar la calidad de vida de los ancianos residentes en el largo quedarse
en casa. Se trata de un estudio exploratorio cuantitativo, no experimental y
descriptivo. Resultados: El análisis del proceso de envejecimiento humano debe
considerar el estudio de las diferentes variables presentes en las vidas de los
individuos, tales como los factores familiares, factores sociales, económicos,
personales y, sobre todo, físicos y biológicos. Los resultados sobre la percepción de
las personas mayores en la calidad de vida en el envejecimiento se considera un
17% el mal, el 59% promedio y sólo el 24% considera bueno. En cuanto a la calidad
del entorno físico, el 3% no considera saludable, no saludable 28%, media 55% y
14% sano. De los 29 encuestados, 78% reportaron haber tenido pensamientos
negativos (depresión, ansiedad) a veces, a menudo 13% y el 7% constantemente.
Conclusión: Hay una necesidad de implementar nuevas propuestas relacionadas
con el cuidado del institucionalizada, que debe priorizar el bienestar de la atención
individual y la visión debe ser integral, involucrando a la familia.
Palabras clave: calidad de vida, envejecimiento, instituciones a largo plazo, de enfermería.
10
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta um estudo sobre a qualidade de vida dos idosos em
instituições de longa permanência. Inicialmente, a abordagem sobre o idoso
apresenta considerações sobre o envelhecimento. Partindo do pressuposto que o
envelhecimento é complexo, pois envolve vários fatores que se interagem entre si,
além do critério cronológico, é preciso considerar os fatores hereditários, os hábitos
de vida do indivíduo, o meio ambiente em que vive e os cuidados que dedica à
própria saúde¹.
Além da questão individual, também é preciso atentar para o crescimento
da população idosa na sociedade. Tradicionalmente, o número de jovens do Brasil
era bem maior do que a de idosos, mas essa diferença está diminuindo, e está
previsto para uma tendência de igualdade.1
No Brasil, nos últimos 30 anos, a pirâmide etária vem apresentando
crescente participação da população idosa, levando a um alargamento de seu ápice,
que tende à retangularização. Do ponto de vista demográfico, existe superposição
de uma população jovem de dimensão relevante, com uma população envelhecida
também expressiva. ¹
Decorre do aumento da população idosa a necessidade de aumentar
também o número de instituições para abrigar aqueles que precisam de um abrigo
para viver sua vida em paz e segurança. Deve-se destacar que essas instituições
são reguladas por legislação específica, destacando-se as principais normas legais,
apresentadas na sequência. O Decreto nº 1.948, de 03 de julho de 1996, que em
seu artigo 3°, trata de atendimento aos idosos: a modalidade asilar, "atendimento,
em regime de internato, ao idoso sem vínculo familiar ou sem condições de prover a
própria subsistência, de modo a satisfazer as suas necessidades de moradia,
alimentação, saúde e convivência social", que rege a vida do mesmo por meio de
normas específicas, e o ampara civil e socialmente; e a modalidade não-asilar, que
se compõe de Centro de Convivência, Centro de Cuidados Diurno, Hospital-Dia,
Casa-Lar e Oficina Abrigada de Trabalho e destina-se a atender o idoso por
determinado período do dia. Essas últimas são importantes, pois possibilitam ao
idoso continuar sob o convívio familiar. A Lei 8.842, de janeiro de 1994, artigo 4º,
parágrafo III, disciplina o atendimento do idoso pelas famílias, ao invés de
instituições. O problema está no fato de que as normas legais não se refletem na
11
realidade dos idosos, pois faltam políticas públicas que possibilitem a aplicação da
legislação, devido à falta de verbas e fiscalização. O aumento da demanda pela
institucionalização também agrava o problema. A Portaria nº 810, de 22 de
setembro de 1989, do Ministério da Saúde, descreve: as normas e padrões para o
funcionamento de casas de repouso, clínicas geriátricas e outras instituições
destinadas ao atendimento de idosos, quanto à definição, organização, área física e
recursos humanos. Todavia, muitas instituições funcionam sem estarem sob as
condições ideais e, ainda que recebam o aval para funcionarem, "estão longe de
atenderem à população idosa ².
É de conhecimento geral as reclamações de algumas situações de difícil
adaptação dos idosos às especificidades das instituições de longa permanência,
destacando-se a dificuldade do nível dos sistemas de saúde para suportar os
encargos relacionados de uma população cada vez mais envelhecida e carente de
cuidados. A esse problema somam-se as patologias crônicas, devido ao fato dos
idosos viverem cada vez mais tempo ³ .
Destaca-se, também, que os governos não adotam medidas políticas para
melhor atender os idosos, seja na área de instituições, seja na área da saúde. Estas
instituições precisam oferecer prestação de serviços de qualidade e sabe-se que
nem sempre isso é possível, por carência de recursos humanos, materiais e
financeiros, é conhecida a realidade das instituições destinadas a idosos, limitando-
se seu objetivo em assegurar as condições mínimas de sobrevivência a quem delas
necessitava. Entretanto, cada vez mais, o idoso é reconhecido como cidadão titular
do direito de viver num ambiente favorável, devendo assumir responsabilidades ao
longo da sua própria velhice. Certamente, não se deve destacar apenas carências
de causas materiais, mas, também, todas as variáveis constitutivas do mesmo.
Assim, o ambiente deverá ser estimulante, de forma a proporcionar um conjunto de
experiências que permitam à pessoa idosa manter-se em atividade, periodicamente
com aspectos sócias de vida saudável, realizando atividade física, alimentação
saudável com o objetivo de que o processo de envelhecimento possa ser de
qualidade de vida da pessoa idosa institucionalizada ³,4.
Em pesquisa realizada por Eliane de Medeiros e Marcelo Silva Duarte foram
entrevistados idosos em instituições permanentes, os quais responderam que sua
própria saúde era satisfatória diante da vivencia na instituição, e tinham a sensação
12
de segurança. O fato social revelou-se pelo abandono dos familiares, sendo que nos
demais requisitos, reconheciam qualidade de vida em sua estadia permanente5.
Medeiros e Duarte citam Mazuim, que constatou em estudo sobre idosos
lúcidos, que, antes de serem institucionalizados, tanto os homens quanto as
mulheres realizavam atividades rotineiras, o que favorecia a manutenção da
autonomia e independência. Entretanto, após a institucionalização, em virtude da
escassa atividade sugerida, muitos perdiam a capacidade funcional. Esses
resultados sugerem que, se continuar a persistir a maneira como a grande maioria
das instituições trata seus velhos, a tendência é que os mesmos se tornem pessoas
dependentes e incapacitadas. Esta pesquisa permite avaliar que a qualidade de vida
de idosos institucionalizados pode ser ruim, principalmente em instituições que não
oferecem alternativas, como recreação e/ou fisioterapia.5
Este estudo resulta do reconhecimento da necessidade de investigar a
percepção individual do idoso sobre o seu bem-estar, com o objetivo de avaliar a
qualidade de vida e sugerir condutas e políticas que favoreçam um envelhecimento
digno. Diante disso, um dos objetivos deste estudo é avaliar e comparar a qualidade
de vida em idosos com o que a teoria ensina. A capacidade de realizar tarefas do
cotidiano sem o auxilio de outros é denominada de capacidade funcional. Estas
necessidades diárias são de dois tipos: atividades básicas da vida diária (AVDs) –
levantar da cama ou de uma cadeira, andar, usar o banheiro, vestir-se, alimentar-se
– e atividades instrumentais de vida diária (AIVDs) – andar perto de casa, cuidar do
seu dinheiro, sair e tomar uma condução, fazer compras. Os estudos realizados no
Brasil também mostram que quase a metade dos idosos precisa de ajuda para a
realização de pelo menos umas das atividades necessárias à sua vida diária e uma
minoria significativa (7%) mostrou ser altamente dependente. 6, 7
Muitos são os fatores que são usados como desculpa para um atendimento
de inferior ao que se espera das instituições para idosos. A institucionalização é uma
das situações estressantes e desencadeadoras de depressão, que levam o ancião a
passar por transformações de todos os tipos. O isolamento social o leva à perda de
identidade, de liberdade, de autoestima, ao estado de solidão e muitas vezes de
recusa da própria vida, o que demanda um serviço de atendimento inclusive
psicológico aos idosos. Para procurar selecionar os problemas da qualidade de vida
dos idosos a Carta de Ottawa define cinco campos vitais à promoção da vida e
saúde da terceira idade: 1) elaboração e implementação de políticas públicas
13
saudáveis; 2) criação de ambientes favoráveis à saúde; 3) reforço da ação
comunitária; 4) desenvolvimento de habilidades pessoais; e 5) reorientação do
sistema e dos serviços de saúde. Essa Carta estabelece uma ligação entre saúde e
qualidade de vida e a ênfase na criação de ambientes favoráveis à saúde e
desenvolvimento de habilidades pessoais. Aí constam as ações de promoção da
saúde do idoso que ampliam o âmbito das intervenções, como a experiência bem-
sucedida relatada a seguir. Destaca-se que as condições e os requisitos para a
qualidade de vida dos idosos, a saber: além da saúde, a paz, a educação, a
moradia, a alimentação, a renda, um ecossistema estável, a justiça social e a
equidade.
A saúde é mais do que ausência de doença; é um estado adequado de
bem-estar físico, mental e social que permite aos indivíduos identificar e realizar
suas aspirações e satisfazer suas necessidades. A Carta procura destacar os
fatores necessários à qualidade de via do idoso, mas, infelizmente, tais fatores não
estão refletidos na realidade da Terceira idade8.
O envelhecimento acarreta inúmeras alterações fisiológicas, psicológicas,
econômicas e sociais que influenciam o estado emocional dos indivíduos geriátricos,
acarretando um maior risco de desnutrição para este grupo. Além dessas alterações,
os idosos apresentam uma maior incidência de patologias agudas e a prevalência de
doenças crônicas, agregadas a polimedicação e ao sedentarismo. 9
A frequência das doenças crônicas e a longevidade atual dos brasileiros são
as duas principais causas do crescimento das taxas de idosos portadores de
incapacidades. A prevenção das doenças crônicas e degenerativas, a assistência à
saúde dos idosos dependentes e o suporte aos cuidadores familiares representam
novos desafios para o sistema de saúde instalado no Brasil. 10
As instituições de longa permanência (ILPI) recebem várias denominações,
como casa de repouso, asilo, clínica geriátrica. A maioria delas apresenta
periodicamente a necessidade de contratar um médico responsável capacitado a
exercer suas atividades na área clínica de geriatria em instituições de longa
permanência. O corpo de enfermagem dessas instituições também deve estar apto a
agir em diferentes procedimentos nesses idosos, desde medicamentos endovenosos
a cuidados paliativos.10,11
A decisão de hospitalização é multifatorial, sendo influenciada pela gravidade
do quadro clinico, infra-estrutura da instituição, e necessidades econômicas.
14
Recomenda-se cautela permanente quanto aos benefícios e riscos envolvidos nas
internações hospitalares, como, o desenvolvimento de declínios funcionais, podendo
resultar em piora do estado geral e da qualidade de vida do idoso asilado durante ou
após a internação. 11
A institucionalização de idosos tende a crescer com o envelhecimento
populacional. Mesmo os países desenvolvidos onde a institucionalização dos idosos
abaixo de 85 anos diminuiu, acima de 85 anos houve um aumento considerável.
Algumas situações também como um conflito familiar, leva a procura da família, ou
em alguns casos até do próprio idoso pela institucionalização. De outra parte muitas
pessoas não conseguem manter o idoso dependente porque o cuidado se torna
difícil e desgastante, física e emocionalmente, e quando a situação financeira da
família é mais favorável, a sobrecarga pode ser minimizada com a contratação de
cuidadores e outros tipos de suporte.12
Em 2005 passa a vigorar a resolução da diretoria, RDC nº 283, que adota o
termo ILPI, e estabelece normas de modalidade assistencial. Segundo o documento
ILPI são Instituições governamentais e não-governamentais de caráter residencial
destinadas a domicilio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos,
com ou sem suporte familiar, em condições de liberdade, dignidade e cidadania. A
norma define quais são os graus de dependência e as condições gerais de
organização institucional baseada nos direitos dos idosos, incluindo, recursos
humanos, infraestrutural, processos operacionais, notificação compulsória,
monitoramento e avaliação. 12, 13, 14
Após leitura e levantamento bibliográfico, observou-se que o aumento da
população idosa brasileira está acelerado e existem poucas medidas públicas
tomadas para fazer frente a essa realidade, além do pouco tempo que a própria
família disponibiliza para cuidar dos idosos, colocando-os nessas instituições.
Destacando assim, a importância dos idosos terem qualidade de vida, levantaram-se
os seguintes questionamentos: O que as autoridades da área da Saúde, a
sociedade civil e, em particular, os profissionais de Enfermagem podem fazer para
solucionar o problema dos idosos do país? Quais os direitos constitucionais que
garantem ao idoso um tratamento diferenciado, garantindo-lhes qualidade de vida?
Neste sentido, as hipóteses desse estudo são: Sabe-se que quando o idoso é
encaminhado em casa de longa permanência, ocorre uma separação entre ele e
seus familiares. Essa separação pode levar a quadros depressivos o que ira
15
interferir em sua qualidade de vida. Uma das patologias que mais acomete o idoso
institucionalizado é a depressão, pois a separação da família, traz a esse individuo
um sentimento de impotência e muitas vezes ele não tem informação que tem
direitos legais e constitucionais.
16
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL:
Identificar a qualidade de vida de idosos moradores em casa de longa
permanência.
2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO:
Definir qualidade de vida no envelhecimento e identificar fatores que
possam atuar sobre ela.
Detectar se a condição do idoso morar em casa de longa permanência
interfere na sua qualidade de vida.
Identificar se existem sentimentos conflitantes nos idosos após a
institucionalização.
17
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. TIPO DE PESQUISA
Trata-se de uma pesquisa quantitativa exploratória, não experimental e
descritiva.
3.2. LOCAL DE ESTUDO
Foi realizada em uma instituição de longa permanência no município de
Campinas, interior de São Paulo.
3.3. POPULAÇÃO
A população deste estudo foi constituída de pessoas da terceira idade que
residam em uma instituição de longa permanência no município de Campinas,
interior de São Paulo.
3.4. AMOSTRA
A amostra utilizada para o presente estudo foram todos dados coletados
com os participantes da terceira idade que frequentam a instituição de longa
permanência, e que preencheram adequadamente o questionário, segundo os
critérios estabelecidos. Um total de 29 entrevistados.
3.5. CRITÉRIOS PARA INCLUSÃO E EXCLUSÃO DOS SUJEITOS
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO:
Os participantes incluídos no estudo foram aqueles com idade igual ou maior
que 60 anos, de ambos os sexos, que concordaram em participar voluntariamente e
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
3.6. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO:
Os sujeitos excluídos do estudo foram os menores de 60 anos, e aqueles
que não aceitaram participar do estudo, não assinando o TCLE.
18
3.7. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Foi utilizado um instrumento para coleta de dados adaptado do instrumento
de coleta de dados do The World Health Organization Quality of Life (WHOQOL).
(Apêndice 1).
3.8. DESCRIÇÃO DA COLETA DE DADOS
O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da UNIP, sob
aprovação do protocolo 1306/11 CEP/ICS/UNIP (Anexo 1), após aprovação a coleta
de dados foi realizada diretamente com os sujeitos. Após a leitura e assinatura do
TCLE, os participantes responderam as perguntas no local. A solicitação para coleta
de dados foi feita ao responsável pela instituição e campo de pesquisa, assim como
a autorização para divulgação dos dados.
3.9. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA COLETA DE DADOS
Os dados obtidos foram compilados e tabulados em planilha de Excel de
acordo com a sequência das questões. Posteriormente foram submetidos ao cálculo
de porcentagem simples para quantificação de variáveis.
3.9. ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS
Dado que os participantes do estudo são seres humanos obedecemos ao
previsto na Resolução 196/96 do Ministério da Saúde, submetendo tal projeto à
análise e julgamento do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Paulista de
Campinas que é reconhecido pelo Conselho Nacional de Pesquisa com Seres
Humanos (CONEP), sendo apresentado por meio do envio à presidência juntamente
com a folha de rosto padronizada para tal.
19
4. RESULTADOS
A compreensão do processo de envelhecimento humano não requer apenas o
entendimento do termo, o qual podemos dizer que envelhecer é chegar pouco a
pouco a um período mais avançado da vida ou perder a jovialidade e a beleza além
das possíveis perdas das habilidades cognitivas. Sob essa perspectiva, o
envelhecimento humano representaria apenas uma mudança ou simples passagem
de uma fase para outra fase da vida. A análise do processo de envelhecimento
humano deveria considerar o estudo de diferentes variáveis presentes na vida dos
indivíduos, tais como: fatores familiares, sociais, econômicos, pessoais e,
principalmente, fatores físicos e biológicos.15
O termo Qualidade de Vida (QV) tem recebido uma variedade de definições
ao longo dos anos. A QV pode se basear em três princípios fundamentais:
capacidade funcional, nível sócioeconômico e satisfação. Também pode estar
relacionada com os seguintes componentes: capacidade física para a realização de
hábitos saudáveis como boa alimentação, sono e independência para ir e vir, estado
emocional, interação social, ambiente saudável, relacionamentos interpessoais,
atividade intelectual, situação econômica e autoproteção de saúde. Na realidade, o
conceito de QV varia de acordo com a visão de cada indivíduo. Para alguns, ela é
considerada como unidimensional, enquanto, para outros, é conceituada como
multidimensional.17
20
Quadro 1- Visão dos idosos institucionalizados sobre características relacionadas à
qualidade de vida. Campinas, 2012.
Situações do dia a dia Nada Pouco Médio Bastante
Num % Num % Num % Num %
Incapacitado (a) pela dor física 1 3 7 24 17 59 4 14
Tratamento médico para vida diária
0 0 3 10 7 24 19 66
Concentração 2 7 8 28 19 66 0 0
Sentimento de segurança 3 10 6 21 18 62 2 7
Energia para dia-a-dia 0 0 6 21 20 69 3 10
Dinheiro para necessidades 11 38 18 62 0 0 0 0
Informações 0 0 5 17 16 55 8 28
O quanto aproveita a vida 17 59 9 31 3 10 0 0
Capacidade de locomoção 3 10 5 17 16 55 5 17
Aceita aparência física 0 0 7 24 11 38 11 38
Oportunidade de atividade de lazer
18 62 9 31 2 7 0 0
De acordo com o quadro 1, o que os idosos vivenciam no dia a dia não condiz
com as definições de qualidade de vida. Considerando a incapacitação de realizar
atividades diárias básicas devido a dor física é grande em 14% dos idosos
entrevistados, média em 59%, pouca em 24% e em apenas 3%, ou seja, apenas 1
entrevistado não sente que a dor o incapacita. Em relação ao tratamento médico
66% necessitam bastante, 24% médio e 10% pouco, ou seja, todos os entrevistados
fazem uso de medicamentos diários. Outro item que chama bastante a atenção é se
possui dinheiro suficiente para satisfazer as necessidades e 38% relataram que não
tem nada enquanto 62% disseram ter muito pouco. Perguntados o quanto
aproveitam a vida 59% relataram que nada, 31% que muito pouco e 10% médio. No
quesito de oportunidade de atividade de lazer 62% disse que não tem, 31% que tem
muito pouco e 7% um pouco. Evidências demonstram que mais da metade do
declínio da capacidade física dos idosos é devida ao tédio, à inatividade e à
expectativa de enfermidades e, que a atividade física regular e sistemática aumenta
ou mantém a aptidão física da população idosa e tem o potencial de melhorar o
21
bem-estar funcional, conseqüentemente diminuindo a taxa de morbidade e de
mortalidade desta população. Pesquisas norte-americanas sugerem que 50% do
declínio, freqüentemente atribuído ao envelhecimento biológico, na realidade é
provocado pela atrofia por desuso, resultante da inatividade física que caracteriza os
países industrializados.5,10,18
Gráfico 1- Percepção dos idosos sobre a qualidade de vida própria.
Campinas, 2012.
17%
59%
24%
RUIM
MÉDIA
BOA
Como mostra o gráfico 1, a percepção dos idosos sobre a qualidade de vida
que possuem é muito ruim, 17% consideram a qualidade ruim, 59% média e 24%
consideram boa, nenhum dos entrevistados consideraram ter uma ótima qualidade
de vida.
A QV boa ou excelente é aquela que oferece um mínimo de condições para
que os indivíduos possam desenvolver o máximo de suas potencialidades, vivendo,
sentindo ou amando, trabalhando, produzindo bens ou serviços; fazendo ciência ou
artes; vivendo (...) apenas enfeitando, ou, simplesmente existindo. Todos são seres
vivos que procuram se realizar. Por outro lado, muitas pessoas procuram associar
qualidade de vida com o fator saúde. Nesse sentido, saúde, independente de
qualquer definição idealista que lhe possa ser atribuída, é produto das condições
objetivas de existência. Resulta das condições de vida biológica, social e cultural e,
particularmente, das relações que os homens estabelecem entre si e com a
natureza, através do trabalho. 1, 11,14
22
Gráfico 2- Qualidade do ambiente físico, de acordo com a percepção dos
idosos. Campinas, 2012.
3%
28%
55%
14%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60% Nada saudável
Pouco saudável
Médio
Saudável
De acordo com o gráfico 2, 3% dos entrevistados não consideram nada
saudável o ambiente físico, 28% consideram um pouco saudável, 55% médio e
apenas 14% consideram saudável.
Existem evidências empíricas de que a qualidade do ambiente físico pode
influenciar nos resultados adaptativos dos idosos nas instituições. A docilidade do
ambiente diz respeito aos benefícios que idosos com deficits diversos podem ter em
seus resultados adaptativos na medida em que o ambiente atua como auxílio
protético. Porém, embora o ambiente deva compensar as perdas advindas do
envelhecimento, pode ser igualmente prejudicial quando ignora as capacidades do
indivíduo e oferece mais auxílio do que o necessário, simplesmente partindo do
pressuposto da dependência. A proatividade do ambiente, portanto, significa que
deve ser também estimulante, incentivando o idoso a manter sua capacidade
funcional tanto quanto possível. Isso também implica que, à medida que o idoso é
fortalecido em sua capacidade de desempenho, a possibilidade de que o utilize para
atender às suas necessidades pode igualmente aumentar.19
Com a chegada da velhice, ocorre o enfraquecimento do tônus muscular e da
constituição óssea, o que pode levar à mudança na postura do tronco e das pernas,
acentuando ainda mais as curvaturas da coluna torácica e lombar. Além disso, as
articulações ficam mais enrijecidas, reduzindo os movimentos e produzindo
alterações no equilíbrio e na marcha. Ocorrem também alterações nos reflexos de
proteção e no controle do equilíbrio, prejudicando assim, a mobilidade corporal e,
com isso, predispondo a ocorrência de quedas e riscos de fraturas e ocasionando
23
graves conseqüências sobre o desempenho funcional. Esse fato altera
completamente a qualidade de vida do idoso5-11-20
.
Gráfico 3 – Satisfação com a saúde de acordo com os idosos. Campinas,
2012.
73%
3%
7%
17%
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Médio
Satisfeito
De acordo com o gráfico 3 existe grande insatisfação por parte dos idosos em
relação à saúde, 3% relatam estar muito insatisfeito, 73% insatisfeito, 17% médio e
apenas 7% consideram-se satisfeitos com a saúde, o que implica diretamente na
sua qualidade de vida. A alimentação adequada tem papel importante na promoção
da saúde, na prevenção de doenças, e está diretamente relacionada com as
mudanças fisiológicas próprias da idade. Estudos sugerem que a nutrição
inadequada é comum em idosos e está relacionada com o desenvolvimento de
doenças crônico-degenerativas e aumento da morbimortalidade, tendo como
conseqüência o impacto negativo na qualidade de vida.21-22
Sejam quais forem as circunstâncias da sua internação, o idoso experimenta
uma realidade nova e, por vezes assustadora, tornando-se difícil elaborar de
maneira tranqüila e equilibrada essa nova experiência. Somada a essa situação, no
geral, a instituição não está preparada para serviços que respeitem a sua
individualidade, personalidade, privacidade e modo de vida23. A tendência é priorizar
as necessidades fisiológicas (alimentação, vestuário, alojamento, cuidados de saúde
e higiene) desprezando a especificidade da experiência de cada indivíduo. Fica claro
que o idoso ao perder (total ou parcial) as suas construções simbólicas,
24
conseqüentemente haverá um corte com o seu mundo de relações e com sua
história.23-24
Gráfico 4 – Consideração de qualidade de vida do ponto de vista da
institucionalização, de acordo com os idosos. Campinas, 2112.
72%
28%
0%
20%
40%
60%
80%
Antes Agora
Como mostra o gráfico 4, apenas 28% dos entrevistados dizem ser melhor
agora e 72% consideram melhor antes da institucionalização. Quando questionados
porque era melhor antes, as respostas mais comuns foram, por que ficavam próximo
à família, tinham liberdade para sair, ir à igreja, visitar parentes. Os que
responderam agora disseram que é porque agora têm companhia, tempo para eles
mesmos.
Gráfico 5 – Sentimento antes da institucionalização, segundo os
entrevistados. Campinas, 2012.
90%
7% 3%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Feliz Normal Sozinho (a)
Como mostra o gráfico 5, 90% dos entrevistados relataram ser felizes antes
da institucionalização, 7% disseram que o sentimento era normal, e apenas 3%
sozinho. Quanto maior o tempo de institucionalização, maior a debilidade do idoso,
25
uma vez que a institucionalização promove o isolamento social e a inatividade física.
Para que a integração do idoso seja positiva é necessário considerar as relações
pessoais internas, ou seja, as que se estabelecem entre os idosos e os restantes
utentes, bem como com o pessoal que tem a seu cargo os idosos24. É igualmente
importante, para a integração do idoso na instituição, fomentar as relações com o
exterior, com a família e os amigos. É importante que o idoso saiba que se
preocupam com ele e desenvolver relações que evitem o isolamento social e a
solidão do idoso.24-25
Gráfico 6 – Freqüência com que os entrevistados tem de pensamentos
negativos. Campinas, 2012.
Pode-se visualizar no gráfico 6 que o fato de estarem institucionalizados leva
muitas vezes a sentimentos e pensamento negativos como depressão, alteração de
humor, desespero e ansiedade, 7% relatam que pensam nisso com muita
freqüência, 13% pensam frequentemente e 78% pensam algumas vezes.
No Brasil, o envelhecimento tem aumentado a prevalência de doenças
psiquiátricas, das quais a depressão é considerada a mais freqüente e a depressão
menor a mais prevalente na população envelhecida. A clínica dos quadros
depressivos no idoso tem sido tema recorrente da literatura nas últimas décadas.20
78%
13%
7%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
As vezes
Frequentemente
Muitas vezes
26
5. CONCLUSÃO
O comprometimento da capacidade funcional do idoso tem implicações
importantes para a família, a comunidade, para o sistema de saúde e para a vida do
próprio idoso, uma vez que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e
dependência na velhice, contribuindo para a diminuição do bem-estar e da qualidade
de vida dos idosos. Devido ao aumento da demanda das Instituições de Longa
Permanência, como consequência da transição demográfica vivenciada no país,
surgiu uma preocupação em relação a qualidade de vida dos idosos dentro destas
Instituições, observando-se as características gerais da vida asilar, bem como o
perfil dos mesmos.
Muitas vezes, as famílias não possuem a renda ou o tempo suficiente para
manter aqueles, cuja idade, muitas vezes, não lhes permite a auto-suficiência, e a
garantia da satisfação de suas necessidades, levando assim, a escolha da
internação destes em ILPs.
Verificou-se, ao desenvolver o presente trabalho, que as famílias dos idosos
institucionalizados, na maioria das vezes, são ausentes no que se refere à relação
com os idosos, o que tem, na maioria das vezes, levado-os à depressão,
pensamentos negativos, distúrbios de ansiedade, entre outros. Apesar de receberem
cuidados profissionais, a maioria dos entrevistados (72,4%) relatou ser melhor antes
da internação pela autonomia e liberdade que possuíam.
Deste modo, conclui-se que há uma necessidade de implementação de novas
propostas relacionadas aos cuidados, com uma visão holística destes
Institucionalizados, onde, não apenas os profissionais da saúde fazem parte dos
cuidados básicos, bem como, os familiares estarem presentes e participativos no dia
a dia dos mesmos.
27
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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permanência: uma reflexão sobre o processo de envelhecimento no Brasil. Rev.
Bras. Geriatr. Gerontol, Rio de Janeiro, 9(1):83-92, 2006.
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Campinas. Rev Latino-am Enfermagem, setembro-outubro; 10(5):660-6, 2002.
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Envelhecimento, 1(1): 1-44, Rio de Janeiro nov. 1998.
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institucionalizada em lares. Rev Latino-am Enfermagem, novembro-dezembro; 16(6):
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cerca da qualidade de vida dos idosos institucionalizados. FRASCE RJ 2010.
6- Freitas MAV, Scheicher ME. Qualidade de vida de idosos institucionalizados. Rev.
Bras. Geriatr. Gerontol. 13(3):1-6, Rio de Janeiro, 2010.
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cuidar nas instituições de longa permanência: visão dos cuidadores formais de
idosos. Rev. bras. Enferm, Brasília, 62(6): 870-5, 2009.
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das universidades da terceira idade. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro,
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Crónicas em Idosos Institucionalizados. Dissertação. Universidade da Beira Interior.
Faculdade de Ciências da Saúde. Covilha, junho, 2009. 41 pag.
10- Karsch UM. Idosos dependentes: famílias e cuidadores. Cad Saúde Pública, Rio
de Janeiro, 19(3):861-866, 2003.
11- Gorzonil ML, Pires II, SL. Idosos asilados em hospitais gerais. Rev Saúde
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12- Pollo SHL, Assis M. Instituições de longa permanência para idosos - ILPIS:
desafios e alternativas no município do Rio de Janeiro. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol.
11 (1): 11-37, Rio de Janeiro, 2008.
28
13- Colomé ICS et al. Cuidar de idosos institucionalizados: características e
dificuldades dos cuidadores. . Rev. Eletr. Enf. 2011 abr/jun;13(2):306-12.
14- Felician AM, Santos SSC, Pelzer MT, Oliveira AMN, Pinho LB. Construção de
ferramenta avaliativa direcionada às instituições de longa permanência para idosos:
relato de experiência. Rev Eletr Enf, jul/set; 13(3): 474-82, 2011.
15- Alves LC, Leimann BCQ, Vasconcelos MEL et al. A influência das doenças
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Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(8):1924-30. 2007.
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17- Santos SR, Santos IBC, Fernandes MGM, Henriques MERM. Qualidade de vida
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instituições de longa permanência. RBCEH, Passo Fundo; 4(1):88-102, jan/jun,
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20- Pelegrin AKAP, Araújo JA, Costa LC, Cyrillo RMZ, Rosset I. Idosos de uma
instituição de longa permanência de Ribeirão Preto: níveis de capacidade funcional.
Arq Ciênc Saúde; 15(4):182-8, out/dez, 2008.
21- Iwamoto C, Silva RB, Santos LC, Coutinho VF. Estado nutricional, qualidade de
vida e doenças associadas em idosos residentes em instituições de longa
permanência. Geriatria & Gerontologia; 2(2):42-48, 2008.
29
22- Passos JP, Ferreira KS. Caracterização de uma instituição de longa
permanência para idosos e avaliação da qualidade nutricional da dieta oferecida.
Alim Nutr, Araraquara; 21(2):241-249, abr/jun, 2010.
23-Oliveira DN, Gorreis TF, Creutzberg M, Santos BRL. Diagnósticos de
enfermagem em idosos de instituição de longa permanência. Revista Ciência &
Saúde, Porto Alegre; 1(2):57-63, jul/dez, 2008.
24- Paiva SB, Del-Masso MCS. Envelhecimento humano: leitura e memória. In:
Bruns MAT, Del-Masso MCS. Envelhecimento humano: diferentes perspectivas.
Campinas, SP: Alínea Editora, p 53-72, 2007.
25- Andrade ACA, Lima FRA, Silva LFA, Santos SSC. Depressão em idosos de uma
instituição de longa permanência (ILP): proposta de ação de enfermagem. Rev
Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre; 26(1): 57-66, abr, 2005.
30
APÊNDICE 1 – DECLARAÇÃO DE AUTORIA
D e c l a r a ç ã o
Eu, ZENAIDE CHIAVAGATTI PIZZI, portador da cédula de identidade RG
52286142-8, devidamente matriculado no curso de Enfermagem da UNIP -
Universidade Paulista, matrícula número A248ID-9, declaro a quem possa
interessar e para todos os fins de direito que:
a. Sou o legítimo autor do trabalho de conclusão de curso cujo título é
Qualidade de Vida do Idoso em Casa de Longa Permanência.
b. Respeitei, a legislação vigente de direitos autorais, em especial citando
sempre as fontes que recorri para transcrever ou adaptar textos produzidos por
terceiros.
Declaro-me ainda ciente que se for apurada a falsidade das declarações
acima, o TCC será considerado nulo e o certificado de conclusão de
curso/diploma porventura emitido será cancelado, podendo a informação de
cancelamento ser de conhecimento público.
Por ser verdade, firmo a presente declaração.
São Paulo, XX de junho de 2012.
Assinatura e carimbo do professor orientador
31
APÊNDICE 2
Instrumento de coleta de dados *
Questionário sobre a Qualidade de Vida de Idosos em Instituição de Longa
Permanência .
Objetivo: Avaliar a qualidade de vida dos idosos em instituição de longa
permanência.
Justificativa: Com este questionário queremos apontar as características que
envolvem a qualidade de vida dos idosos em instituições de longa permanência.
Agradecimento: Gostaria de agradecer sua participação. Espero ter atendido
às expectativas de todos e assim, buscar elementos para melhor
aperfeiçoamento.
Assinale somente uma resposta para cada uma das questões:
Número do sujeito: _________________
01-Como você avaliaria sua qualidade de vida:
1 ( ) Muito ruim.
2 ( ) Ruim.
3 ( ) Nem ruim, nem boa.
4 ( ) Boa.
5 ( ) Ótima.
02- Quão satisfeito (a) você está com a sua saúde?
1 ( ) Muito insatisfeito.
2 ( ) Insatisfeito.
3 ( ) Nem satisfeito, nem insatisfeito.
4 ( ) Satisfeito.
5 ( ) Muito satisfeito.
* Adaptado do instrumento de coleta de dados do The World Health
03 – Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que
você precisa?
1 ( )Nada.
2 ( )Muito pouco.
3 ( )Médio.
4 ( )Bastante.
5 ( )Completamente.
04- O quanto você precisa de tratamento médico para levar sua vida?
1 ( )Nada.
2 ( )Muito pouco.
3 ( )Médio.
4 ( )Bastante.
5 ( )Completamente.
05- O quanto você aproveita a vida?
1 ( )Nada.
2 ( )Muito pouco.
3 ( )Médio.
4 ( )Bastante.
5 ( )Completamente.
06- Em que medida você acha que a sua vida tem sentido?
1 ( )Nada.
2 ( )Muito pouco.
3 ( )Médio.
4 ( )Bastante.
5 ( )Completamente.
07- O quanto você consegue se concentrar?
1 ( )Nada.
2 ( )Muito pouco.
3 ( )Médio.
4 ( )Bastante.
5 ( )Completamente.
08- Quão seguro (a) você se sente em sua vida diária?
1 ( )Nada.
2 ( )Muito pouco.
3 ( )Médio.
4 ( )Bastante.
5 ( )Completamente.
09 – Quão saudável é o seu ambiente físico? (clima, barulho, poluição, atrativos)
1 ( )Nada.
2 ( )Muito pouco.
3 ( )Médio.
4 ( )Bastante.
5 ( )Completamente.
10 – Você tem energia suficiente para o seu dia a dia?
1 ( )Nada.
2 ( )Muito pouco.
3 ( )Médio.
4 ( )Bastante.
5 ( )Completamente.
11- Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades?
1 ( )Nada.
2 ( )Muito pouco.
3 ( )Médio.
4 ( )Bastante.
5 ( )Completamente.
12 - Quão disponíveis para você estão as informações que precisa para o seu dia a
dia?
1 ( )Nada.
2 ( )Muito pouco.
3 ( )Médio.
4 ( )Bastante.
5 ( )Completamente.
13 – Em que medida você tem atividades de lazer?
1 ( )Nada.
2 ( )Muito pouco.
3 ( )Médio.
4 ( )Bastante.
5 ( )Completamente.
14– Quão bem você é capaz de se locomover?
1 ( )Muito ruim.
2 ( )Ruim.
3 ( )Mais ou menos.
4 ( )Bom.
5 ( )Muito bom.
15- Quão satisfeito você está com seu sono?
1 ( )Muito insatisfeito.
2 ( )Insatisfeito.
3 ( )Nem satisfeito, nem insatisfeito.
4 ( )Satisfeito.
5 ( )Muito satisfeito.
16-Quão satisfeito você está com sua capacidade de desempenhar as atividades do
seu dia a dia?
1 ( )Muito insatisfeito.
2 ( )Insatisfeito.
3 ( )Nem satisfeito, nem insatisfeito.
4 ( )Satisfeito.
5 ( )Muito satisfeito.
17 – Quão satisfeito você está com as condições do local onde mora?
1 ( )Muito insatisfeito.
2 ( )Insatisfeito.
3 ( )Nem satisfeito, nem insatisfeito.
4 ( )Satisfeito.
5 ( )Muito satisfeito.
18 – Com que frequência você tem sentimentos negativos, tais como mau humor,
desespero, ansiedade, depressão?
1 ( )Nunca.
2 ( )Algumas vezes.
3 ( )Frequentemente.
4 ( )Muito frequentemente.
5 ( )Sempre.
19- Possui família na cidade?
1 ( ) Não
2 ( ) Sim. Quantos filhos vivos?______
20- Há quanto tempo reside na instituição?
__________________________________________________________________
21-Antes de vir para cá, morava com quem?
___________________________________________________________________
22-Como você se sentia?Era feliz?
___________________________________________________________________
______________________________________________________________
23-Para você era melhor antes ou agora? Porque?
___________________________________________________________________
______________________________________________________________