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UNIVERSIDADE PAULISTA Curso de Enfermagem QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO EM CASA DE LONGA PERMANÊNCIA CAMPINAS SP 2012

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UNIVERSIDADE PAULISTA

Curso de Enfermagem

QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO EM CASA DE LONGA

PERMANÊNCIA

CAMPINAS – SP

2012

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Zenaide Chiavagatti Pizzi – A248ID-9

QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO EM CASA DE LONGA

PERMANÊNCIA

PESQUISA DESENVOLVIDA E

APRESENTADA A DISCIPLINA DE

PRODUÇÃO TÉCNICO CIENTÍFICO-

INTERDISCIPLINAR DO CURSO DE

GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM DA

UNIVERSIDADE PAULISTA, PARA A

OBTENÇÃO DO TÍTULO DE BACHAREL

EM ENFERMAGEM. ORIENTADOR:

PROF.º BENEDITO CHERBÉU

DLESSANDRE OLIVEIRA.

CAMPINAS – SP

2012

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Dedicatória

Primeiramente a ele que dirijo minha maior gratidão. Deus, mais do que me

criar deu propósito à minha vida, vem dele tudo o que sou o que tenho e o que

espero.

Aos meus pais Valdemar e Lúcia, que mais do que me proporcionar uma boa

infância, formaram os fundamentos do meu caráter. Obrigada por serem a minha

referência de tantas maneiras e estarem sempre presentes na minha vida, mesmo

separados por tantos quilômetros, mas presentes no meu pensamento todos os dias

da minha vida. Amo vocês.

As minhas filhas Bruna e Suelen que são o segundo coração que bate dentro

de mim, dedico essa conquista a elas, pois elas são a maior de todas as minhas

vitórias. Ao meu marido Clei, que representa minha segurança, obrigada pela sua

paciência e compreensão você foi o amigo e companheiro de todas as horas, que

me deu forças para enfrentar os desafios durante esse percurso. Amooooooooooo

vocês família.

Aos meus irmãos Tassi, Eni José, Ricardo e a minha irmã e amiga Elizandra,

por mesmo longe participarem de todos os momentos de tristeza e de alegria na

minha vida. Amo vocês e conto sempre com vocês meus amores.

Dedico aos meus sobrinhos com muito amor e carinho que tenho por eles:

Tainá, Larissa, Miguel e João Pedro.

Aos meus futuros genros, Vitor e Wevertom pelo amor e carinho para com

minhas filhas, e por fazer parte da minha família.

Aos meus colegas de sala e amigos que fortaleceram os laços de igualdade,

mas principalmente a Ana Lúcia (Ana), Fernanda (Fer) Eliana (bonita) pelos

momentos de partilha e companheirismo, pelo ombro amigo e por rir e chorar juntas.

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Agradecimentos

A Deus por ter me dado forças e iluminado meu caminho para que pudesse

concluir mais uma etapa em minha vida e poder exercer uma profissão magnífica.

Aos meus pais Valdemar e Lúcia aos quais foi minha primeira base de

educação, pois sei que mesmo longe estavam vibrando por mim, aos quais devo

grande parte que sou. Amo vocês

As minhas amadas filhas Bruna e Suelen, que vibro e torço muito por elas,

agradeço pelo incentivo, colaboração e ajuda que muito fizeram por mim e peço

desculpas por algum dia eu estar muito estressada com os estudos e o trabalho e

descontar em vocês, e que muitas vezes precisavam de mim e eu estava ausente,

mas me entendam que foi por um bom objetivo. Amo muito, muito, muito vocês.

Ao meu marido Clei, amigo, companheiro de todas as horas, que de forma

especial e carinhosa me deu força e coragem. Obrigada pelo apoio, mesmo em meio

a tantos momentos difíceis de nossas vidas.

Aos meus irmãos agradeço pelo companheirismo e carinho e aos momentos

de descontração que me fizeram rir mesmo em meio há momentos tão difíceis.

Ao meu Professor e orientador Cherbeu D de Oliveira, pelo suporte e apoio,

por suas correções, sugestões e orientações precisas em todos os momentos

solicitados.

Há tantos a agradecer, por tanto se dedicarem, não somente por terem por

terem ensinado, mas por terem me feito aprender! A palavra mestre, nunca fará

justiça aos professores, por isso agradeço a todos os professores que se fizeram

presentes nesta fase da minha vida. Mas em especial professor Cherbeu, professora

Marcia, professora Bia Verri, professora Alessandra, professora Bia Rosa pelo

exemplo de dedicação e por seus ensinamentos ao longo do curso que contribuiu

para minha formação.

Aos colegas de sala e amigos pela força e carinho nos momentos difíceis,

companheirismo de alguns e pelos momentos agradáveis de convívio de muitas.

Agradeço a Ana por se preocupar em tirar xerox para mim e a Fernanda por me

acordar meia noite para ver se tinha tal matéria.

Aos meus queridos idosos da casa de repouso onde fiz minha pesquisa, o

meu muito obrigada.

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A todas as pessoas as quais torceram por mim e mesmo que não citadas,

aqui contribuíram para realização desse trabalho e sonho realizado.

O meu muito obrigada!!!

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SUMÁRIO

RESUMO, ABSTRACT E RESUMEN.

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................10

2. OBJETIVOS..........................................................................................................16

2.1. Objetivo geral

2.2. Objetivos específicos

3. MATERIAL E MÉTODO.......................................................................................17

3.1. Tipo de estudo

3.2. Local de estudo

3.3. População

3.4. Amostra

3.5. Critérios para inclusão e exclusão dos sujeitos

3.5.1. Critérios de inclusão

3.5.2. Critérios de exclusão

3.6. Operacionalização da coleta de dados

3.7. Descrição da coleta de dados

3.8. Descrição e análise da coleta de dados

3.9. Ética em pesquisa com seres humanos

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................19

5. CONCLUSÃO.......................................................................................................26

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................27

7. ANEXOS

ANEXO: Carta de Aprovação

8. APÊNDICES

APÊNDICE 1: Declaração de Autoria

APÊNCIDE 2: Instrumento de Coleta de Dados

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Resumo Introdução: Este trabalho apresenta um estudo sobre a qualidade de vida dos idosos

em instituições de longa permanência. O comprometimento da capacidade funcional

do idoso tem implicações importantes para a família, a comunidade, para o sistema

de saúde e para a vida do próprio idoso. Devido ao aumento da demanda das

Instituições de Longa Permanência, como consequência da transição demográfica

vivenciada no país, surgiu uma preocupação em relação a qualidade de vida dos

idosos dentro destas Instituições. Este estudo tem como objetivo Identificar a

qualidade de vida de idosos moradores em casa de longa permanência. Trata-se de

uma pesquisa quantitativa exploratória, não experimental e descritiva. Resultados: A

análise do processo de envelhecimento humano deveria considerar o estudo de

diferentes variáveis presentes na vida dos indivíduos, tais como: fatores familiares,

sociais, econômicos, pessoais e, principalmente, fatores físicos e biológicos. Os

resultados sobre a percepção dos idosos sobre a qualidade de vida no

envelhecimento é de 17% consideraram ruim, 59% média e apenas 24%

consideraram boa. Em relação a qualidade do ambiente físico, 3% não considerou

nada saudável, 28% pouco saudável, 55% médio e 14% saudável. Dos 29

entrevistados, 78% relataram ter pensamentos negativos (depressão, ansiedade) as

vezes, 13% frequente e 7% constantemente. Conclusão: há uma necessidade de

implementação de novas propostas relacionadas aos cuidados destes

Institucionalizados, onde deve-se priorizar o bem estar individual e a visão destes

cuidados deve ser holística, envolvendo também a família.

Palavras-chave: qualidade de vida, envelhecimento, Instituição de Longa

Permanência, enfermagem.

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Abstract

Introduction: This paper presents a study on quality of life for seniors in long-stay

institutions. The impaired functional capacity of elderly people has important

implications for the family, the community, for the health system and for the life of the

elderly person. Due to increased demand for long-stay institutions, as a consequence

of demographic transition experienced in the country, there was a concern about the

quality of life of older people within these institutions. This study aims to identify the

quality of life of elderly residents in long-stay home. This is an exploratory

quantitative research, non-experimental and descriptive. Results: The analysis of the

human aging process should consider the study of different variables present in the

lives of individuals, such as family factors, social, economic, personal and, especially,

physical and biological factors. The results on the perception of the elderly on the

quality of life in aging is considered 17% evil, 59% average and only 24% considered

good. Regarding the quality of physical environment, 3% did not consider unhealthy,

unhealthy 28%, 55% medium and 14% healthy. Of the 29 respondents, 78% reported

having negative thoughts (depression, anxiety) sometimes, often 13% and 7%

constantly. Conclusion: There is a need to implement new proposals related to the

care of institutionalized, which should prioritize the welfare of individual and vision

care should be holistic, involving the family.

Keywords: quality of life, aging, long-term institution, nursing.

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Resumen

Introducción: Este trabajo presenta un estudio sobre la calidad de vida de los

ancianos en instituciones de larga estadía. El deterioro de la capacidad funcional de

las personas mayores tiene importantes implicaciones para la familia, la comunidad,

por el sistema de salud y para la vida de la persona de edad avanzada. Debido a la

creciente demanda de instituciones de larga estadía, como consecuencia de la

transición demográfica que vive el país, hubo una preocupación por la calidad de

vida de las personas mayores dentro de estas instituciones. Este estudio tiene como

objetivo identificar la calidad de vida de los ancianos residentes en el largo quedarse

en casa. Se trata de un estudio exploratorio cuantitativo, no experimental y

descriptivo. Resultados: El análisis del proceso de envejecimiento humano debe

considerar el estudio de las diferentes variables presentes en las vidas de los

individuos, tales como los factores familiares, factores sociales, económicos,

personales y, sobre todo, físicos y biológicos. Los resultados sobre la percepción de

las personas mayores en la calidad de vida en el envejecimiento se considera un

17% el mal, el 59% promedio y sólo el 24% considera bueno. En cuanto a la calidad

del entorno físico, el 3% no considera saludable, no saludable 28%, media 55% y

14% sano. De los 29 encuestados, 78% reportaron haber tenido pensamientos

negativos (depresión, ansiedad) a veces, a menudo 13% y el 7% constantemente.

Conclusión: Hay una necesidad de implementar nuevas propuestas relacionadas

con el cuidado del institucionalizada, que debe priorizar el bienestar de la atención

individual y la visión debe ser integral, involucrando a la familia.

Palabras clave: calidad de vida, envejecimiento, instituciones a largo plazo, de enfermería.

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10

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta um estudo sobre a qualidade de vida dos idosos em

instituições de longa permanência. Inicialmente, a abordagem sobre o idoso

apresenta considerações sobre o envelhecimento. Partindo do pressuposto que o

envelhecimento é complexo, pois envolve vários fatores que se interagem entre si,

além do critério cronológico, é preciso considerar os fatores hereditários, os hábitos

de vida do indivíduo, o meio ambiente em que vive e os cuidados que dedica à

própria saúde¹.

Além da questão individual, também é preciso atentar para o crescimento

da população idosa na sociedade. Tradicionalmente, o número de jovens do Brasil

era bem maior do que a de idosos, mas essa diferença está diminuindo, e está

previsto para uma tendência de igualdade.1

No Brasil, nos últimos 30 anos, a pirâmide etária vem apresentando

crescente participação da população idosa, levando a um alargamento de seu ápice,

que tende à retangularização. Do ponto de vista demográfico, existe superposição

de uma população jovem de dimensão relevante, com uma população envelhecida

também expressiva. ¹

Decorre do aumento da população idosa a necessidade de aumentar

também o número de instituições para abrigar aqueles que precisam de um abrigo

para viver sua vida em paz e segurança. Deve-se destacar que essas instituições

são reguladas por legislação específica, destacando-se as principais normas legais,

apresentadas na sequência. O Decreto nº 1.948, de 03 de julho de 1996, que em

seu artigo 3°, trata de atendimento aos idosos: a modalidade asilar, "atendimento,

em regime de internato, ao idoso sem vínculo familiar ou sem condições de prover a

própria subsistência, de modo a satisfazer as suas necessidades de moradia,

alimentação, saúde e convivência social", que rege a vida do mesmo por meio de

normas específicas, e o ampara civil e socialmente; e a modalidade não-asilar, que

se compõe de Centro de Convivência, Centro de Cuidados Diurno, Hospital-Dia,

Casa-Lar e Oficina Abrigada de Trabalho e destina-se a atender o idoso por

determinado período do dia. Essas últimas são importantes, pois possibilitam ao

idoso continuar sob o convívio familiar. A Lei 8.842, de janeiro de 1994, artigo 4º,

parágrafo III, disciplina o atendimento do idoso pelas famílias, ao invés de

instituições. O problema está no fato de que as normas legais não se refletem na

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realidade dos idosos, pois faltam políticas públicas que possibilitem a aplicação da

legislação, devido à falta de verbas e fiscalização. O aumento da demanda pela

institucionalização também agrava o problema. A Portaria nº 810, de 22 de

setembro de 1989, do Ministério da Saúde, descreve: as normas e padrões para o

funcionamento de casas de repouso, clínicas geriátricas e outras instituições

destinadas ao atendimento de idosos, quanto à definição, organização, área física e

recursos humanos. Todavia, muitas instituições funcionam sem estarem sob as

condições ideais e, ainda que recebam o aval para funcionarem, "estão longe de

atenderem à população idosa ².

É de conhecimento geral as reclamações de algumas situações de difícil

adaptação dos idosos às especificidades das instituições de longa permanência,

destacando-se a dificuldade do nível dos sistemas de saúde para suportar os

encargos relacionados de uma população cada vez mais envelhecida e carente de

cuidados. A esse problema somam-se as patologias crônicas, devido ao fato dos

idosos viverem cada vez mais tempo ³ .

Destaca-se, também, que os governos não adotam medidas políticas para

melhor atender os idosos, seja na área de instituições, seja na área da saúde. Estas

instituições precisam oferecer prestação de serviços de qualidade e sabe-se que

nem sempre isso é possível, por carência de recursos humanos, materiais e

financeiros, é conhecida a realidade das instituições destinadas a idosos, limitando-

se seu objetivo em assegurar as condições mínimas de sobrevivência a quem delas

necessitava. Entretanto, cada vez mais, o idoso é reconhecido como cidadão titular

do direito de viver num ambiente favorável, devendo assumir responsabilidades ao

longo da sua própria velhice. Certamente, não se deve destacar apenas carências

de causas materiais, mas, também, todas as variáveis constitutivas do mesmo.

Assim, o ambiente deverá ser estimulante, de forma a proporcionar um conjunto de

experiências que permitam à pessoa idosa manter-se em atividade, periodicamente

com aspectos sócias de vida saudável, realizando atividade física, alimentação

saudável com o objetivo de que o processo de envelhecimento possa ser de

qualidade de vida da pessoa idosa institucionalizada ³,4.

Em pesquisa realizada por Eliane de Medeiros e Marcelo Silva Duarte foram

entrevistados idosos em instituições permanentes, os quais responderam que sua

própria saúde era satisfatória diante da vivencia na instituição, e tinham a sensação

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de segurança. O fato social revelou-se pelo abandono dos familiares, sendo que nos

demais requisitos, reconheciam qualidade de vida em sua estadia permanente5.

Medeiros e Duarte citam Mazuim, que constatou em estudo sobre idosos

lúcidos, que, antes de serem institucionalizados, tanto os homens quanto as

mulheres realizavam atividades rotineiras, o que favorecia a manutenção da

autonomia e independência. Entretanto, após a institucionalização, em virtude da

escassa atividade sugerida, muitos perdiam a capacidade funcional. Esses

resultados sugerem que, se continuar a persistir a maneira como a grande maioria

das instituições trata seus velhos, a tendência é que os mesmos se tornem pessoas

dependentes e incapacitadas. Esta pesquisa permite avaliar que a qualidade de vida

de idosos institucionalizados pode ser ruim, principalmente em instituições que não

oferecem alternativas, como recreação e/ou fisioterapia.5

Este estudo resulta do reconhecimento da necessidade de investigar a

percepção individual do idoso sobre o seu bem-estar, com o objetivo de avaliar a

qualidade de vida e sugerir condutas e políticas que favoreçam um envelhecimento

digno. Diante disso, um dos objetivos deste estudo é avaliar e comparar a qualidade

de vida em idosos com o que a teoria ensina. A capacidade de realizar tarefas do

cotidiano sem o auxilio de outros é denominada de capacidade funcional. Estas

necessidades diárias são de dois tipos: atividades básicas da vida diária (AVDs) –

levantar da cama ou de uma cadeira, andar, usar o banheiro, vestir-se, alimentar-se

– e atividades instrumentais de vida diária (AIVDs) – andar perto de casa, cuidar do

seu dinheiro, sair e tomar uma condução, fazer compras. Os estudos realizados no

Brasil também mostram que quase a metade dos idosos precisa de ajuda para a

realização de pelo menos umas das atividades necessárias à sua vida diária e uma

minoria significativa (7%) mostrou ser altamente dependente. 6, 7

Muitos são os fatores que são usados como desculpa para um atendimento

de inferior ao que se espera das instituições para idosos. A institucionalização é uma

das situações estressantes e desencadeadoras de depressão, que levam o ancião a

passar por transformações de todos os tipos. O isolamento social o leva à perda de

identidade, de liberdade, de autoestima, ao estado de solidão e muitas vezes de

recusa da própria vida, o que demanda um serviço de atendimento inclusive

psicológico aos idosos. Para procurar selecionar os problemas da qualidade de vida

dos idosos a Carta de Ottawa define cinco campos vitais à promoção da vida e

saúde da terceira idade: 1) elaboração e implementação de políticas públicas

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saudáveis; 2) criação de ambientes favoráveis à saúde; 3) reforço da ação

comunitária; 4) desenvolvimento de habilidades pessoais; e 5) reorientação do

sistema e dos serviços de saúde. Essa Carta estabelece uma ligação entre saúde e

qualidade de vida e a ênfase na criação de ambientes favoráveis à saúde e

desenvolvimento de habilidades pessoais. Aí constam as ações de promoção da

saúde do idoso que ampliam o âmbito das intervenções, como a experiência bem-

sucedida relatada a seguir. Destaca-se que as condições e os requisitos para a

qualidade de vida dos idosos, a saber: além da saúde, a paz, a educação, a

moradia, a alimentação, a renda, um ecossistema estável, a justiça social e a

equidade.

A saúde é mais do que ausência de doença; é um estado adequado de

bem-estar físico, mental e social que permite aos indivíduos identificar e realizar

suas aspirações e satisfazer suas necessidades. A Carta procura destacar os

fatores necessários à qualidade de via do idoso, mas, infelizmente, tais fatores não

estão refletidos na realidade da Terceira idade8.

O envelhecimento acarreta inúmeras alterações fisiológicas, psicológicas,

econômicas e sociais que influenciam o estado emocional dos indivíduos geriátricos,

acarretando um maior risco de desnutrição para este grupo. Além dessas alterações,

os idosos apresentam uma maior incidência de patologias agudas e a prevalência de

doenças crônicas, agregadas a polimedicação e ao sedentarismo. 9

A frequência das doenças crônicas e a longevidade atual dos brasileiros são

as duas principais causas do crescimento das taxas de idosos portadores de

incapacidades. A prevenção das doenças crônicas e degenerativas, a assistência à

saúde dos idosos dependentes e o suporte aos cuidadores familiares representam

novos desafios para o sistema de saúde instalado no Brasil. 10

As instituições de longa permanência (ILPI) recebem várias denominações,

como casa de repouso, asilo, clínica geriátrica. A maioria delas apresenta

periodicamente a necessidade de contratar um médico responsável capacitado a

exercer suas atividades na área clínica de geriatria em instituições de longa

permanência. O corpo de enfermagem dessas instituições também deve estar apto a

agir em diferentes procedimentos nesses idosos, desde medicamentos endovenosos

a cuidados paliativos.10,11

A decisão de hospitalização é multifatorial, sendo influenciada pela gravidade

do quadro clinico, infra-estrutura da instituição, e necessidades econômicas.

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Recomenda-se cautela permanente quanto aos benefícios e riscos envolvidos nas

internações hospitalares, como, o desenvolvimento de declínios funcionais, podendo

resultar em piora do estado geral e da qualidade de vida do idoso asilado durante ou

após a internação. 11

A institucionalização de idosos tende a crescer com o envelhecimento

populacional. Mesmo os países desenvolvidos onde a institucionalização dos idosos

abaixo de 85 anos diminuiu, acima de 85 anos houve um aumento considerável.

Algumas situações também como um conflito familiar, leva a procura da família, ou

em alguns casos até do próprio idoso pela institucionalização. De outra parte muitas

pessoas não conseguem manter o idoso dependente porque o cuidado se torna

difícil e desgastante, física e emocionalmente, e quando a situação financeira da

família é mais favorável, a sobrecarga pode ser minimizada com a contratação de

cuidadores e outros tipos de suporte.12

Em 2005 passa a vigorar a resolução da diretoria, RDC nº 283, que adota o

termo ILPI, e estabelece normas de modalidade assistencial. Segundo o documento

ILPI são Instituições governamentais e não-governamentais de caráter residencial

destinadas a domicilio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos,

com ou sem suporte familiar, em condições de liberdade, dignidade e cidadania. A

norma define quais são os graus de dependência e as condições gerais de

organização institucional baseada nos direitos dos idosos, incluindo, recursos

humanos, infraestrutural, processos operacionais, notificação compulsória,

monitoramento e avaliação. 12, 13, 14

Após leitura e levantamento bibliográfico, observou-se que o aumento da

população idosa brasileira está acelerado e existem poucas medidas públicas

tomadas para fazer frente a essa realidade, além do pouco tempo que a própria

família disponibiliza para cuidar dos idosos, colocando-os nessas instituições.

Destacando assim, a importância dos idosos terem qualidade de vida, levantaram-se

os seguintes questionamentos: O que as autoridades da área da Saúde, a

sociedade civil e, em particular, os profissionais de Enfermagem podem fazer para

solucionar o problema dos idosos do país? Quais os direitos constitucionais que

garantem ao idoso um tratamento diferenciado, garantindo-lhes qualidade de vida?

Neste sentido, as hipóteses desse estudo são: Sabe-se que quando o idoso é

encaminhado em casa de longa permanência, ocorre uma separação entre ele e

seus familiares. Essa separação pode levar a quadros depressivos o que ira

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15

interferir em sua qualidade de vida. Uma das patologias que mais acomete o idoso

institucionalizado é a depressão, pois a separação da família, traz a esse individuo

um sentimento de impotência e muitas vezes ele não tem informação que tem

direitos legais e constitucionais.

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16

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL:

Identificar a qualidade de vida de idosos moradores em casa de longa

permanência.

2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO:

Definir qualidade de vida no envelhecimento e identificar fatores que

possam atuar sobre ela.

Detectar se a condição do idoso morar em casa de longa permanência

interfere na sua qualidade de vida.

Identificar se existem sentimentos conflitantes nos idosos após a

institucionalização.

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17

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. TIPO DE PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa quantitativa exploratória, não experimental e

descritiva.

3.2. LOCAL DE ESTUDO

Foi realizada em uma instituição de longa permanência no município de

Campinas, interior de São Paulo.

3.3. POPULAÇÃO

A população deste estudo foi constituída de pessoas da terceira idade que

residam em uma instituição de longa permanência no município de Campinas,

interior de São Paulo.

3.4. AMOSTRA

A amostra utilizada para o presente estudo foram todos dados coletados

com os participantes da terceira idade que frequentam a instituição de longa

permanência, e que preencheram adequadamente o questionário, segundo os

critérios estabelecidos. Um total de 29 entrevistados.

3.5. CRITÉRIOS PARA INCLUSÃO E EXCLUSÃO DOS SUJEITOS

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO:

Os participantes incluídos no estudo foram aqueles com idade igual ou maior

que 60 anos, de ambos os sexos, que concordaram em participar voluntariamente e

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

3.6. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO:

Os sujeitos excluídos do estudo foram os menores de 60 anos, e aqueles

que não aceitaram participar do estudo, não assinando o TCLE.

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18

3.7. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Foi utilizado um instrumento para coleta de dados adaptado do instrumento

de coleta de dados do The World Health Organization Quality of Life (WHOQOL).

(Apêndice 1).

3.8. DESCRIÇÃO DA COLETA DE DADOS

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da UNIP, sob

aprovação do protocolo 1306/11 CEP/ICS/UNIP (Anexo 1), após aprovação a coleta

de dados foi realizada diretamente com os sujeitos. Após a leitura e assinatura do

TCLE, os participantes responderam as perguntas no local. A solicitação para coleta

de dados foi feita ao responsável pela instituição e campo de pesquisa, assim como

a autorização para divulgação dos dados.

3.9. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA COLETA DE DADOS

Os dados obtidos foram compilados e tabulados em planilha de Excel de

acordo com a sequência das questões. Posteriormente foram submetidos ao cálculo

de porcentagem simples para quantificação de variáveis.

3.9. ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS

Dado que os participantes do estudo são seres humanos obedecemos ao

previsto na Resolução 196/96 do Ministério da Saúde, submetendo tal projeto à

análise e julgamento do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Paulista de

Campinas que é reconhecido pelo Conselho Nacional de Pesquisa com Seres

Humanos (CONEP), sendo apresentado por meio do envio à presidência juntamente

com a folha de rosto padronizada para tal.

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4. RESULTADOS

A compreensão do processo de envelhecimento humano não requer apenas o

entendimento do termo, o qual podemos dizer que envelhecer é chegar pouco a

pouco a um período mais avançado da vida ou perder a jovialidade e a beleza além

das possíveis perdas das habilidades cognitivas. Sob essa perspectiva, o

envelhecimento humano representaria apenas uma mudança ou simples passagem

de uma fase para outra fase da vida. A análise do processo de envelhecimento

humano deveria considerar o estudo de diferentes variáveis presentes na vida dos

indivíduos, tais como: fatores familiares, sociais, econômicos, pessoais e,

principalmente, fatores físicos e biológicos.15

O termo Qualidade de Vida (QV) tem recebido uma variedade de definições

ao longo dos anos. A QV pode se basear em três princípios fundamentais:

capacidade funcional, nível sócioeconômico e satisfação. Também pode estar

relacionada com os seguintes componentes: capacidade física para a realização de

hábitos saudáveis como boa alimentação, sono e independência para ir e vir, estado

emocional, interação social, ambiente saudável, relacionamentos interpessoais,

atividade intelectual, situação econômica e autoproteção de saúde. Na realidade, o

conceito de QV varia de acordo com a visão de cada indivíduo. Para alguns, ela é

considerada como unidimensional, enquanto, para outros, é conceituada como

multidimensional.17

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20

Quadro 1- Visão dos idosos institucionalizados sobre características relacionadas à

qualidade de vida. Campinas, 2012.

Situações do dia a dia Nada Pouco Médio Bastante

Num % Num % Num % Num %

Incapacitado (a) pela dor física 1 3 7 24 17 59 4 14

Tratamento médico para vida diária

0 0 3 10 7 24 19 66

Concentração 2 7 8 28 19 66 0 0

Sentimento de segurança 3 10 6 21 18 62 2 7

Energia para dia-a-dia 0 0 6 21 20 69 3 10

Dinheiro para necessidades 11 38 18 62 0 0 0 0

Informações 0 0 5 17 16 55 8 28

O quanto aproveita a vida 17 59 9 31 3 10 0 0

Capacidade de locomoção 3 10 5 17 16 55 5 17

Aceita aparência física 0 0 7 24 11 38 11 38

Oportunidade de atividade de lazer

18 62 9 31 2 7 0 0

De acordo com o quadro 1, o que os idosos vivenciam no dia a dia não condiz

com as definições de qualidade de vida. Considerando a incapacitação de realizar

atividades diárias básicas devido a dor física é grande em 14% dos idosos

entrevistados, média em 59%, pouca em 24% e em apenas 3%, ou seja, apenas 1

entrevistado não sente que a dor o incapacita. Em relação ao tratamento médico

66% necessitam bastante, 24% médio e 10% pouco, ou seja, todos os entrevistados

fazem uso de medicamentos diários. Outro item que chama bastante a atenção é se

possui dinheiro suficiente para satisfazer as necessidades e 38% relataram que não

tem nada enquanto 62% disseram ter muito pouco. Perguntados o quanto

aproveitam a vida 59% relataram que nada, 31% que muito pouco e 10% médio. No

quesito de oportunidade de atividade de lazer 62% disse que não tem, 31% que tem

muito pouco e 7% um pouco. Evidências demonstram que mais da metade do

declínio da capacidade física dos idosos é devida ao tédio, à inatividade e à

expectativa de enfermidades e, que a atividade física regular e sistemática aumenta

ou mantém a aptidão física da população idosa e tem o potencial de melhorar o

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bem-estar funcional, conseqüentemente diminuindo a taxa de morbidade e de

mortalidade desta população. Pesquisas norte-americanas sugerem que 50% do

declínio, freqüentemente atribuído ao envelhecimento biológico, na realidade é

provocado pela atrofia por desuso, resultante da inatividade física que caracteriza os

países industrializados.5,10,18

Gráfico 1- Percepção dos idosos sobre a qualidade de vida própria.

Campinas, 2012.

17%

59%

24%

RUIM

MÉDIA

BOA

Como mostra o gráfico 1, a percepção dos idosos sobre a qualidade de vida

que possuem é muito ruim, 17% consideram a qualidade ruim, 59% média e 24%

consideram boa, nenhum dos entrevistados consideraram ter uma ótima qualidade

de vida.

A QV boa ou excelente é aquela que oferece um mínimo de condições para

que os indivíduos possam desenvolver o máximo de suas potencialidades, vivendo,

sentindo ou amando, trabalhando, produzindo bens ou serviços; fazendo ciência ou

artes; vivendo (...) apenas enfeitando, ou, simplesmente existindo. Todos são seres

vivos que procuram se realizar. Por outro lado, muitas pessoas procuram associar

qualidade de vida com o fator saúde. Nesse sentido, saúde, independente de

qualquer definição idealista que lhe possa ser atribuída, é produto das condições

objetivas de existência. Resulta das condições de vida biológica, social e cultural e,

particularmente, das relações que os homens estabelecem entre si e com a

natureza, através do trabalho. 1, 11,14

Page 22: TCC Zenaide finalizado.pdf

22

Gráfico 2- Qualidade do ambiente físico, de acordo com a percepção dos

idosos. Campinas, 2012.

3%

28%

55%

14%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60% Nada saudável

Pouco saudável

Médio

Saudável

De acordo com o gráfico 2, 3% dos entrevistados não consideram nada

saudável o ambiente físico, 28% consideram um pouco saudável, 55% médio e

apenas 14% consideram saudável.

Existem evidências empíricas de que a qualidade do ambiente físico pode

influenciar nos resultados adaptativos dos idosos nas instituições. A docilidade do

ambiente diz respeito aos benefícios que idosos com deficits diversos podem ter em

seus resultados adaptativos na medida em que o ambiente atua como auxílio

protético. Porém, embora o ambiente deva compensar as perdas advindas do

envelhecimento, pode ser igualmente prejudicial quando ignora as capacidades do

indivíduo e oferece mais auxílio do que o necessário, simplesmente partindo do

pressuposto da dependência. A proatividade do ambiente, portanto, significa que

deve ser também estimulante, incentivando o idoso a manter sua capacidade

funcional tanto quanto possível. Isso também implica que, à medida que o idoso é

fortalecido em sua capacidade de desempenho, a possibilidade de que o utilize para

atender às suas necessidades pode igualmente aumentar.19

Com a chegada da velhice, ocorre o enfraquecimento do tônus muscular e da

constituição óssea, o que pode levar à mudança na postura do tronco e das pernas,

acentuando ainda mais as curvaturas da coluna torácica e lombar. Além disso, as

articulações ficam mais enrijecidas, reduzindo os movimentos e produzindo

alterações no equilíbrio e na marcha. Ocorrem também alterações nos reflexos de

proteção e no controle do equilíbrio, prejudicando assim, a mobilidade corporal e,

com isso, predispondo a ocorrência de quedas e riscos de fraturas e ocasionando

Page 23: TCC Zenaide finalizado.pdf

23

graves conseqüências sobre o desempenho funcional. Esse fato altera

completamente a qualidade de vida do idoso5-11-20

.

Gráfico 3 – Satisfação com a saúde de acordo com os idosos. Campinas,

2012.

73%

3%

7%

17%

Muito insatisfeito

Insatisfeito

Médio

Satisfeito

De acordo com o gráfico 3 existe grande insatisfação por parte dos idosos em

relação à saúde, 3% relatam estar muito insatisfeito, 73% insatisfeito, 17% médio e

apenas 7% consideram-se satisfeitos com a saúde, o que implica diretamente na

sua qualidade de vida. A alimentação adequada tem papel importante na promoção

da saúde, na prevenção de doenças, e está diretamente relacionada com as

mudanças fisiológicas próprias da idade. Estudos sugerem que a nutrição

inadequada é comum em idosos e está relacionada com o desenvolvimento de

doenças crônico-degenerativas e aumento da morbimortalidade, tendo como

conseqüência o impacto negativo na qualidade de vida.21-22

Sejam quais forem as circunstâncias da sua internação, o idoso experimenta

uma realidade nova e, por vezes assustadora, tornando-se difícil elaborar de

maneira tranqüila e equilibrada essa nova experiência. Somada a essa situação, no

geral, a instituição não está preparada para serviços que respeitem a sua

individualidade, personalidade, privacidade e modo de vida23. A tendência é priorizar

as necessidades fisiológicas (alimentação, vestuário, alojamento, cuidados de saúde

e higiene) desprezando a especificidade da experiência de cada indivíduo. Fica claro

que o idoso ao perder (total ou parcial) as suas construções simbólicas,

Page 24: TCC Zenaide finalizado.pdf

24

conseqüentemente haverá um corte com o seu mundo de relações e com sua

história.23-24

Gráfico 4 – Consideração de qualidade de vida do ponto de vista da

institucionalização, de acordo com os idosos. Campinas, 2112.

72%

28%

0%

20%

40%

60%

80%

Antes Agora

Como mostra o gráfico 4, apenas 28% dos entrevistados dizem ser melhor

agora e 72% consideram melhor antes da institucionalização. Quando questionados

porque era melhor antes, as respostas mais comuns foram, por que ficavam próximo

à família, tinham liberdade para sair, ir à igreja, visitar parentes. Os que

responderam agora disseram que é porque agora têm companhia, tempo para eles

mesmos.

Gráfico 5 – Sentimento antes da institucionalização, segundo os

entrevistados. Campinas, 2012.

90%

7% 3%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Feliz Normal Sozinho (a)

Como mostra o gráfico 5, 90% dos entrevistados relataram ser felizes antes

da institucionalização, 7% disseram que o sentimento era normal, e apenas 3%

sozinho. Quanto maior o tempo de institucionalização, maior a debilidade do idoso,

Page 25: TCC Zenaide finalizado.pdf

25

uma vez que a institucionalização promove o isolamento social e a inatividade física.

Para que a integração do idoso seja positiva é necessário considerar as relações

pessoais internas, ou seja, as que se estabelecem entre os idosos e os restantes

utentes, bem como com o pessoal que tem a seu cargo os idosos24. É igualmente

importante, para a integração do idoso na instituição, fomentar as relações com o

exterior, com a família e os amigos. É importante que o idoso saiba que se

preocupam com ele e desenvolver relações que evitem o isolamento social e a

solidão do idoso.24-25

Gráfico 6 – Freqüência com que os entrevistados tem de pensamentos

negativos. Campinas, 2012.

Pode-se visualizar no gráfico 6 que o fato de estarem institucionalizados leva

muitas vezes a sentimentos e pensamento negativos como depressão, alteração de

humor, desespero e ansiedade, 7% relatam que pensam nisso com muita

freqüência, 13% pensam frequentemente e 78% pensam algumas vezes.

No Brasil, o envelhecimento tem aumentado a prevalência de doenças

psiquiátricas, das quais a depressão é considerada a mais freqüente e a depressão

menor a mais prevalente na população envelhecida. A clínica dos quadros

depressivos no idoso tem sido tema recorrente da literatura nas últimas décadas.20

78%

13%

7%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

As vezes

Frequentemente

Muitas vezes

Page 26: TCC Zenaide finalizado.pdf

26

5. CONCLUSÃO

O comprometimento da capacidade funcional do idoso tem implicações

importantes para a família, a comunidade, para o sistema de saúde e para a vida do

próprio idoso, uma vez que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e

dependência na velhice, contribuindo para a diminuição do bem-estar e da qualidade

de vida dos idosos. Devido ao aumento da demanda das Instituições de Longa

Permanência, como consequência da transição demográfica vivenciada no país,

surgiu uma preocupação em relação a qualidade de vida dos idosos dentro destas

Instituições, observando-se as características gerais da vida asilar, bem como o

perfil dos mesmos.

Muitas vezes, as famílias não possuem a renda ou o tempo suficiente para

manter aqueles, cuja idade, muitas vezes, não lhes permite a auto-suficiência, e a

garantia da satisfação de suas necessidades, levando assim, a escolha da

internação destes em ILPs.

Verificou-se, ao desenvolver o presente trabalho, que as famílias dos idosos

institucionalizados, na maioria das vezes, são ausentes no que se refere à relação

com os idosos, o que tem, na maioria das vezes, levado-os à depressão,

pensamentos negativos, distúrbios de ansiedade, entre outros. Apesar de receberem

cuidados profissionais, a maioria dos entrevistados (72,4%) relatou ser melhor antes

da internação pela autonomia e liberdade que possuíam.

Deste modo, conclui-se que há uma necessidade de implementação de novas

propostas relacionadas aos cuidados, com uma visão holística destes

Institucionalizados, onde, não apenas os profissionais da saúde fazem parte dos

cuidados básicos, bem como, os familiares estarem presentes e participativos no dia

a dia dos mesmos.

Page 27: TCC Zenaide finalizado.pdf

27

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- Freire RC Jr, Tavares MFL. A Promoção da saúde nas instituições de longa

permanência: uma reflexão sobre o processo de envelhecimento no Brasil. Rev.

Bras. Geriatr. Gerontol, Rio de Janeiro, 9(1):83-92, 2006.

2- Yamamoto A, Diogo MJD'E. Os idosos e as instituições asilares do município de

Campinas. Rev Latino-am Enfermagem, setembro-outubro; 10(5):660-6, 2002.

3- Anderson MIP et al. Saúde e qualidade de vida na terceira idade. Textos

Envelhecimento, 1(1): 1-44, Rio de Janeiro nov. 1998.

4- Almeida AJPS, Rodrigues VMCP. A qualidade de vida da pessoa idosa

institucionalizada em lares. Rev Latino-am Enfermagem, novembro-dezembro; 16(6):

1-8, 2008.

5- Jorge EM, Duarte MS. Idosos institucionalizados: Auto-percepção da vivência e a

cerca da qualidade de vida dos idosos institucionalizados. FRASCE RJ 2010.

6- Freitas MAV, Scheicher ME. Qualidade de vida de idosos institucionalizados. Rev.

Bras. Geriatr. Gerontol. 13(3):1-6, Rio de Janeiro, 2010.

7- Ribeiro MTF, Ferreira RC, Magalhães CS, Moreira NA, Ferreira EF. Processo de

cuidar nas instituições de longa permanência: visão dos cuidadores formais de

idosos. Rev. bras. Enferm, Brasília, 62(6): 870-5, 2009.

8- Veras RP, Caldas,CP. Promovendo a saúde e a cidadania do idoso: o movimento

das universidades da terceira idade. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro,

9(2):423-432, 2004.

9- Fonseca ACE. Estado Nutricional: Relação com a Actividade Física e Doenças

Crónicas em Idosos Institucionalizados. Dissertação. Universidade da Beira Interior.

Faculdade de Ciências da Saúde. Covilha, junho, 2009. 41 pag.

10- Karsch UM. Idosos dependentes: famílias e cuidadores. Cad Saúde Pública, Rio

de Janeiro, 19(3):861-866, 2003.

11- Gorzonil ML, Pires II, SL. Idosos asilados em hospitais gerais. Rev Saúde

Pública, 40(6):1124-30, 2006.

12- Pollo SHL, Assis M. Instituições de longa permanência para idosos - ILPIS:

desafios e alternativas no município do Rio de Janeiro. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol.

11 (1): 11-37, Rio de Janeiro, 2008.

Page 28: TCC Zenaide finalizado.pdf

28

13- Colomé ICS et al. Cuidar de idosos institucionalizados: características e

dificuldades dos cuidadores. . Rev. Eletr. Enf. 2011 abr/jun;13(2):306-12.

14- Felician AM, Santos SSC, Pelzer MT, Oliveira AMN, Pinho LB. Construção de

ferramenta avaliativa direcionada às instituições de longa permanência para idosos:

relato de experiência. Rev Eletr Enf, jul/set; 13(3): 474-82, 2011.

15- Alves LC, Leimann BCQ, Vasconcelos MEL et al. A influência das doenças

crônicas na capacidade funcional dos idosos no município de São Paulo-Brasil.

Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(8):1924-30. 2007.

16- Vecchia RD, Ruiz T, Bocchi SCM, Corrente JE. Qualidade de vida na terceira

idade: um conceito subjetivo. Rev Bras Epidemiol; 8(3):246-52, 2005.

17- Santos SR, Santos IBC, Fernandes MGM, Henriques MERM. Qualidade de vida

do idoso na comunidade: aplicação da escala de Flanagan. Rev Latino-am

Enfermagem, Nov/dez; 10(6):757-64, 2002.

18- Viana HB. Avaliando a qualidade de vida de pessoas idosas utilizando

parâmetros subjetivos. Rev Bras Cienc Esportes, Campinas; 25(3):149-153, 2004.

19- Tomasini SLV, Alves S. Envelhecimento bem sucedido e o ambiente das

instituições de longa permanência. RBCEH, Passo Fundo; 4(1):88-102, jan/jun,

2007.

20- Pelegrin AKAP, Araújo JA, Costa LC, Cyrillo RMZ, Rosset I. Idosos de uma

instituição de longa permanência de Ribeirão Preto: níveis de capacidade funcional.

Arq Ciênc Saúde; 15(4):182-8, out/dez, 2008.

21- Iwamoto C, Silva RB, Santos LC, Coutinho VF. Estado nutricional, qualidade de

vida e doenças associadas em idosos residentes em instituições de longa

permanência. Geriatria & Gerontologia; 2(2):42-48, 2008.

Page 29: TCC Zenaide finalizado.pdf

29

22- Passos JP, Ferreira KS. Caracterização de uma instituição de longa

permanência para idosos e avaliação da qualidade nutricional da dieta oferecida.

Alim Nutr, Araraquara; 21(2):241-249, abr/jun, 2010.

23-Oliveira DN, Gorreis TF, Creutzberg M, Santos BRL. Diagnósticos de

enfermagem em idosos de instituição de longa permanência. Revista Ciência &

Saúde, Porto Alegre; 1(2):57-63, jul/dez, 2008.

24- Paiva SB, Del-Masso MCS. Envelhecimento humano: leitura e memória. In:

Bruns MAT, Del-Masso MCS. Envelhecimento humano: diferentes perspectivas.

Campinas, SP: Alínea Editora, p 53-72, 2007.

25- Andrade ACA, Lima FRA, Silva LFA, Santos SSC. Depressão em idosos de uma

instituição de longa permanência (ILP): proposta de ação de enfermagem. Rev

Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre; 26(1): 57-66, abr, 2005.

Page 30: TCC Zenaide finalizado.pdf

30

APÊNDICE 1 – DECLARAÇÃO DE AUTORIA

D e c l a r a ç ã o

Eu, ZENAIDE CHIAVAGATTI PIZZI, portador da cédula de identidade RG

52286142-8, devidamente matriculado no curso de Enfermagem da UNIP -

Universidade Paulista, matrícula número A248ID-9, declaro a quem possa

interessar e para todos os fins de direito que:

a. Sou o legítimo autor do trabalho de conclusão de curso cujo título é

Qualidade de Vida do Idoso em Casa de Longa Permanência.

b. Respeitei, a legislação vigente de direitos autorais, em especial citando

sempre as fontes que recorri para transcrever ou adaptar textos produzidos por

terceiros.

Declaro-me ainda ciente que se for apurada a falsidade das declarações

acima, o TCC será considerado nulo e o certificado de conclusão de

curso/diploma porventura emitido será cancelado, podendo a informação de

cancelamento ser de conhecimento público.

Por ser verdade, firmo a presente declaração.

São Paulo, XX de junho de 2012.

Assinatura e carimbo do professor orientador

Page 31: TCC Zenaide finalizado.pdf

31

APÊNDICE 2

Instrumento de coleta de dados *

Questionário sobre a Qualidade de Vida de Idosos em Instituição de Longa

Permanência .

Objetivo: Avaliar a qualidade de vida dos idosos em instituição de longa

permanência.

Justificativa: Com este questionário queremos apontar as características que

envolvem a qualidade de vida dos idosos em instituições de longa permanência.

Agradecimento: Gostaria de agradecer sua participação. Espero ter atendido

às expectativas de todos e assim, buscar elementos para melhor

aperfeiçoamento.

Assinale somente uma resposta para cada uma das questões:

Número do sujeito: _________________

01-Como você avaliaria sua qualidade de vida:

1 ( ) Muito ruim.

2 ( ) Ruim.

3 ( ) Nem ruim, nem boa.

4 ( ) Boa.

5 ( ) Ótima.

02- Quão satisfeito (a) você está com a sua saúde?

1 ( ) Muito insatisfeito.

2 ( ) Insatisfeito.

3 ( ) Nem satisfeito, nem insatisfeito.

4 ( ) Satisfeito.

5 ( ) Muito satisfeito.

* Adaptado do instrumento de coleta de dados do The World Health

Page 32: TCC Zenaide finalizado.pdf

03 – Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que

você precisa?

1 ( )Nada.

2 ( )Muito pouco.

3 ( )Médio.

4 ( )Bastante.

5 ( )Completamente.

04- O quanto você precisa de tratamento médico para levar sua vida?

1 ( )Nada.

2 ( )Muito pouco.

3 ( )Médio.

4 ( )Bastante.

5 ( )Completamente.

05- O quanto você aproveita a vida?

1 ( )Nada.

2 ( )Muito pouco.

3 ( )Médio.

4 ( )Bastante.

5 ( )Completamente.

06- Em que medida você acha que a sua vida tem sentido?

1 ( )Nada.

2 ( )Muito pouco.

3 ( )Médio.

4 ( )Bastante.

5 ( )Completamente.

07- O quanto você consegue se concentrar?

1 ( )Nada.

2 ( )Muito pouco.

3 ( )Médio.

Page 33: TCC Zenaide finalizado.pdf

4 ( )Bastante.

5 ( )Completamente.

08- Quão seguro (a) você se sente em sua vida diária?

1 ( )Nada.

2 ( )Muito pouco.

3 ( )Médio.

4 ( )Bastante.

5 ( )Completamente.

09 – Quão saudável é o seu ambiente físico? (clima, barulho, poluição, atrativos)

1 ( )Nada.

2 ( )Muito pouco.

3 ( )Médio.

4 ( )Bastante.

5 ( )Completamente.

10 – Você tem energia suficiente para o seu dia a dia?

1 ( )Nada.

2 ( )Muito pouco.

3 ( )Médio.

4 ( )Bastante.

5 ( )Completamente.

11- Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades?

1 ( )Nada.

2 ( )Muito pouco.

3 ( )Médio.

4 ( )Bastante.

5 ( )Completamente.

Page 34: TCC Zenaide finalizado.pdf

12 - Quão disponíveis para você estão as informações que precisa para o seu dia a

dia?

1 ( )Nada.

2 ( )Muito pouco.

3 ( )Médio.

4 ( )Bastante.

5 ( )Completamente.

13 – Em que medida você tem atividades de lazer?

1 ( )Nada.

2 ( )Muito pouco.

3 ( )Médio.

4 ( )Bastante.

5 ( )Completamente.

14– Quão bem você é capaz de se locomover?

1 ( )Muito ruim.

2 ( )Ruim.

3 ( )Mais ou menos.

4 ( )Bom.

5 ( )Muito bom.

15- Quão satisfeito você está com seu sono?

1 ( )Muito insatisfeito.

2 ( )Insatisfeito.

3 ( )Nem satisfeito, nem insatisfeito.

4 ( )Satisfeito.

5 ( )Muito satisfeito.

16-Quão satisfeito você está com sua capacidade de desempenhar as atividades do

seu dia a dia?

1 ( )Muito insatisfeito.

Page 35: TCC Zenaide finalizado.pdf

2 ( )Insatisfeito.

3 ( )Nem satisfeito, nem insatisfeito.

4 ( )Satisfeito.

5 ( )Muito satisfeito.

17 – Quão satisfeito você está com as condições do local onde mora?

1 ( )Muito insatisfeito.

2 ( )Insatisfeito.

3 ( )Nem satisfeito, nem insatisfeito.

4 ( )Satisfeito.

5 ( )Muito satisfeito.

18 – Com que frequência você tem sentimentos negativos, tais como mau humor,

desespero, ansiedade, depressão?

1 ( )Nunca.

2 ( )Algumas vezes.

3 ( )Frequentemente.

4 ( )Muito frequentemente.

5 ( )Sempre.

19- Possui família na cidade?

1 ( ) Não

2 ( ) Sim. Quantos filhos vivos?______

20- Há quanto tempo reside na instituição?

__________________________________________________________________

21-Antes de vir para cá, morava com quem?

___________________________________________________________________

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22-Como você se sentia?Era feliz?

___________________________________________________________________

______________________________________________________________

23-Para você era melhor antes ou agora? Porque?

___________________________________________________________________

______________________________________________________________