Upload
fernando-ramos
View
215
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
7/31/2019 TCC_DAIANA
1/98
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
DAIANA SAVIAM DA SILVA
ESTUDO COMPARATIVO DOS MTODOS DE PRODUO DE ARGAMASSASDE REVESTIMENTO UTILIZADOS EM OBRAS DO MUNICPIO DE TUBARO
Tubaro2008
DAIANA SAVIAM DA SILVA
7/31/2019 TCC_DAIANA
2/98
ESTUDO COMPARATIVO DOS MTODOS DE PRODUO DE ARGAMASSASDE REVESTIMENTO UTILIZADOS EM OBRAS DO MUNICPIO DE TUBARO
Trabalho de Concluso de Curso apresentadoao Curso de Engenharia Civil da Universidadedo Sul de Santa Catarina, como requisitoparcial obteno do ttulo de EngenheiroCivil.
Orientadora: Prof. Msc. Lucimara Aparecida Schambeck Andrade.
Tubaro
2008
DAIANA SAVIAM DA SILVA
7/31/2019 TCC_DAIANA
3/98
ESTUDO COMPARATIVO DOS MTODOS DE PRODUO DE ARGAMASSASDE REVESTIMENTO UTILIZADOS EM OBRAS DO MUNICPIO DE TUBARO
Este Trabalho de Concluso de Curso foijulgado adequado obteno do Diploma deEngenheiro Civil e aprovado em sua formafinal pelo Curso de Graduao em Engenharia
Civil da Universidade do Sul de SantaCatarina.
Tubaro, 24 de Novembro de 2008.
______________________________________________________
Orientadora: Prof. Lucimara Aparecida Schambeck Andrade, Msc.Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________Prof. Mara Regina Gomes, Msc.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________Eng. Mrcio R. Duvoisin
Universidade do Sul de Santa Catarina
AGRADECIMENTOS
7/31/2019 TCC_DAIANA
4/98
com muita satisfao que dedico este trabalho aos meus pais, Natlio da Silva e
Teresinha Natalina Saviam da Silva, que sempre apostaram em mim, destinando todo o amor,
carinho, compreenso, pacincia e investimentos, sendo neste longo perodo as pessoas com
quem sempre pude contar.
Elton Jos Luiz, homem que tanto amo e que com seu amor, carinho e
dedicao incondicionais, ensinou-me a ter fora, confiana e determinao nos momentos de
angstia, dificuldade e dvida.
Tatiana da Silva, irm que sempre me espelhei. Obrigado pelos valiosos
conselhos e pelo cunhado, pessoa maravilhosa que colocou em nossa famlia.
Mariana da Silva, irm caula que me aturou nestes cinco anos de estresse
total. Celena, Jerusa, Mylena, Anylara, Ana e aos demais, famlia que me acolheu
com tanto amor e carinho.
famlia do Laboratrio de Materiais e Solos da Unisul, em especial a Luiz
Vezzaro, o famoso Seu Luiz. Obrigado pela ajuda, pelas risadas e pelos ensinamentos que
proporcionou.
Prof. Orientadora Lucimara Aparecida S. Andrade e Prof. Mara Regina Gomes
chegamos ao fim. Um muito obrigado especialssimo pelos incentivos, pelo carinho e,principalmente pela amizade que me disponibilizaram ao longo desses anos.
Aos meus colegas de turma, em especial a Marcelo Heidemann, pelo qual tenho
muita admirao no fim d tudo certo e deu, chegamos ao fim de mais uma jornada
muito obrigada a todos.
As empresas que atenciosamente cederam espao, informaes valorosas e
acreditaram seriamente na importncia desse trabalho. Um profundo e eterno agradecimento a
todos.E especialmente a Deus, por ter colocado todas essas pessoas no meu caminho.
Agradeo eternamente a Ele por ter me dado o dom da vida e a grata oportunidade de realizar
este sonho.
Muito obrigada!
7/31/2019 TCC_DAIANA
5/98
RESUMO
No Brasil, novos conceitos de execuo e novos materiais lanados no mercado, sempre
encontraram resistncia para sua utilizao na construo civil, e, para a argamassa de
revestimento no diferente. Apesar da disponibilidade de produtos manufaturados para as
argamassas, tais como as industrializadas e a dosada em central, visvel a preferncia das
empresas do ramo em utilizar tcnicas manuais em sua produo. Tcnicas essas que
apresentam grandes problemas tais como: a utilizao de argamassas sem controles
tecnolgicos, a utilizao de traos que no atingem as resistncias exigidas para este material
e os desperdcios de mo-de-obra e materiais que decorrem dos sistemas de produo dasargamassas. Haja visto tais problemas, surge a necessidade de um estudo aprofundado afim de
investigar a atual situao dos sistemas de produo utilizados pelas construtoras da cidade
em anlise. Atravs de um estudo de caso e de ensaios realizados em laboratrio, a presente
pesquisa obteve resultados significativos que mostram as deficincias das empresas na
produo de argamassas e as vantagens consideravelmente grandes em se adotar produtos
manufaturados para o revestimento de paredes internas e externas.
Palavras-chave: Argamassa, Revestimento, Mtodos de Produo.
7/31/2019 TCC_DAIANA
6/98
ABSTRACT
The new concepts of execution and new materials land appointed in the market, always found
resist renewed for its use in the building the calendar, in Brazil, and for the mortar coating no
the else. This paper discusses improvements efficiency with the dosed mortar in central and
industrial mortar. After a conceptual approach, it describes the process concerned, from
receiving until the mortar application, surveying the improvements. Also is analyzed labor
productivity data based on researches. The quality control of cement facing work also gave
cause for concern. In practically half the sites visited no quality procedure at all was used in
the preparation and installation. In the few sites that did exercise some form of control, a lackof technical preparedness of the resident professionals in requesting and interpreting
laboratory test results was notes.
Key-words: Cement facing, Methods of Production.
7/31/2019 TCC_DAIANA
7/98
LISTA DE GRFICOS
Grfico 1 Anlise Granulomtrica da Obra A..............................................................67
Grfico 2 Anlise Granulomtrica da Obra B..............................................................69
Grfico 3 Anlise Granulomtrica da Obra C..............................................................70
7/31/2019 TCC_DAIANA
8/98
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Dimenso mxima e mdulo de finura das areias para execuo de revestimentos
de argamassa.............................................................................................40
Tabela 2 Consumo de materiais para 1 m de argamassa Obra A................................56
Tabela 3 Consumo de materiais para 1 m de argamassa Obra B................................59
Tabela 4 Consumo de materiais para 1 m de argamassa Obra C................................62
Tabela 5 Consumo de materiais para 1 m de argamassa Obra D................................64
Tabela 6 Consumo de materiais para 1 m de argamassa Obra E.................................65
Tabela 7 Composio Granulomtrica da Obra A........................................................67Tabela 8 Composio Granulomtrica da Obra B........................................................68
Tabela 9 Composio Granulomtrica da Obra C........................................................69
Tabela 10 Resultados do ensaio de determinao do ndice de consistncia...............73
Tabela 11 Resultados do ensaio de retrao das argamassas estudadas.......................75
Tabela 12 Resultados do ensaio de compresso da Obra A com trao
reproduzido em Laboratrio............................................................................................78
Tabela 13 Resultados do ensaio de compresso da Obra B com traoreproduzido em Laboratrio............................................................................................78
Tabela 14 Resultados do ensaio de compresso da Obra C com trao
reproduzido em Laboratrio............................................................................................78
Tabela 15 Resultados do ensaio de compresso da Obra D com trao
reproduzido em Laboratrio e disponibilizado pelo fornecedor.....................................79
Tabela 16 Resultados do ensaio de compresso da Obra E com trao
reproduzido em Laboratrio e disponibilizado pelo fornecedor.....................................79Tabela 17 Resultados do ensaio de compresso da Obra A moldada in loco..............80
Tabela 18 Resultados do ensaio de compresso da Obra B moldada in loco..............80
Tabela 19 Resultados do ensaio de compresso da Obra C moldada in loco...............80
Tabela 20 Resultados do ensaio de compresso da Obra D moldada in loco..............81
Tabela 21 Resultados do ensaio de compresso da Obra E moldada in loco...............81
Tabela 22 Resultados do ensaio de aderncia trao das argamassas estudadas......84
Tabela 23 Classificao das argamassas quanto ao ensaio de compresso..................91
Tabela 24 Resultados do ensaio de aderncia trao.................................................92
7/31/2019 TCC_DAIANA
9/98
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Tipos de ruptura no ensaio de resistncia de aderncia trao de revestimentos de
argamassa.............................................................................................27
Figura 2 Variao da reteno de gua para diferentes argamassas.............................32
Figura 3 rea de estocagem da areia Obra A...............................................................54
Figura 4 rea de estocagem da cal Obra A..................................................................54
Figura 5 rea de estocagem do cimento Obra A..........................................................55
Figura 6 Local de preparo da argamassa Obra A.........................................................55
Figura 7 rea de estocagem da areia Obra B...............................................................57
Figura 8 rea de estocagem da cal Obra B..................................................................58Figura 9 rea de estocagem do cimento Obra B..........................................................58
Figura 10 Local de preparo da argamassa Obra B........................................................59
Figura 11 rea de estocagem da areia com adio de cal Obra C...............................60
Figura 12 rea de estocagem do cimento Obra C........................................................61
Figura 13 Local de preparo da argamassa Obra C........................................................61
Figura 14 rea de estocagem da argamassa Obra D....................................................63
Figura 15 rea de estocagem da argamassa Obra E....................................................65Figura 16 Enchimento do molde tronco-cnico...........................................................71
Figura 17 Acionamento da manivela da mesa.............................................................72
Figura 18 Medio do espalhamento da argamassa.....................................................72
Figura 19 Corpo-de-prova utilizado na realizao do ensaio de retrao....................74
Figura 20 Relgio comparador utilizado para leitura da retrao em argamassas.......75
Figura 21 Prensa utilizada no rompimento dos corpos-de-prova de argamassa...........77
Figura 22 Corpo-de-prova de argamassa aps o rompimento......................................77Figura 23 Delimitao do corpo-de-prova para realizao do ensaio de aderncia.....82
Figura 24 Colagem da pastilha para acoplar o equipamento de trao........................83
Figura 25 Acoplamento do equipamento de trao......................................................83
Figura 26 Ruptura na interface argamassa-substrato...................................................84
Figura 27 Pastilha com ruptura na interface argamassa-substrato...............................85
Figura 28 Ruptura na argamassa..................................................................................85
Figura 29 Pastilha com ruptura na argamassa..............................................................86
7/31/2019 TCC_DAIANA
10/98
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Classificao das argamassas.......................................................................20
Quadro 2 Classificao das argamassas segundo suas funes....................................21
Quadro 3 Limites de resistncia de aderncia trao (Ra) para revestimentos de paredes e
tetos (emboo e camada nica)........................................................................26
Quadro 4 Resultados do ensaio de resistncia de aderncia trao da argamassa
industrializada com base em alvenaria............................................................................27
Quadro 5 Resultados do ensaio de resistncia de aderncia trao da argamassa preparada
em obra base alvenaria....................................................................................28
Quadro 6 Resultados do ensaio de resistncia de aderncia trao da argamassa dosada emcentral base alvenaria.....................................................................................28
Quadro 7 Resultados da avaliao do ndice de consistncia da argamassa
virada em obra.................................................................................................................30
Quadro 8 Resultados da avaliao do ndice de consistncia da argamassa
dosada em central (aps 12h de repouso)..................................................,,,,..................30
Quadro 9 Resultados da avaliao do ndice de consistncia da argamassa
industrializada..................................................................................................................30Quadro 10 Limites de reteno de gua para revestimentos de paredes e
tetos (emboo e camada nica)........................................................................................32
Quadro 11 Resultados do ensaio de reteno de gua, em estado fresco, em argamassas
industrializadas.............................................................................................32
Quadro 12 Resultados do ensaio de retrao em argamassas virada em obra..............34
Quadro 13 Resultados do ensaio de retrao em argamassas dosada em central
(aps 12h de repouso)......................................................................................................34Quadro 14 Resultados do ensaio de retrao em argamassas industrializadas............34
Quadro 15 Limites de resistncia compresso para revestimentos de paredes
e tetos (emboo e camada nica).....................................................................................36
Quadro 16 Resultados do ensaio de resistncia compresso em argamassas
virada em obra.................................................................................................................36
Quadro 17 Resultados do ensaio de resistncia compresso em argamassas
dosada em central (aps 12h de repouso)........................................................................36
Quadro 18 Resultados do ensaio de resistncia compresso em argamassas
industrializadas................................................................................................................37
7/31/2019 TCC_DAIANA
11/98
Quadro 19 Propriedades consideradas requisitos de desempenho das argamassas
de revestimento................................................................................................................42
Quadro 20 Tipos de misturadores de argamassa..........................................................47
7/31/2019 TCC_DAIANA
12/98
SUMRIO
1 INTRODUO.......................................................................................................14
1.1 IMPORTNCIA DO TEMA.................................................................................14
1.2 OBJETIVOS...........................................................................................................15
1.2.1 Objetivo Geral....................................................................................................15
1.2.2 Objetivos Especficos.........................................................................................15
1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................16
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO...........................................................................16
2 REVISO BIBLIOGRFICA...............................................................................182.1 ARGAMASSAS.....................................................................................................18
2.1.1 Definio.............................................................................................................18
2.1.2 Histrico.............................................................................................................18
2.1.3 Classificao.......................................................................................................19
2.1.3.1 Argamassa preparada em obra..........................................................................21
2.1.3.2 Argamassa industrializada................................................................................22
2.1.3.3 Misturas semi-prontas para Argamassa............................................................232.1.3.4 Argamassa dosada em central...........................................................................23
2.2 REVESTIMENTO DE ARGAMASSA.................................................................23
2.2.1 Funes...............................................................................................................23
2.2.2 Propriedades......................................................................................................24
2.2.2.1 Aderncia..........................................................................................................24
2.2.2.1.1 Mtodo de ensaio...........................................................................................25
2.2.2.2 Trabalhabilidade...............................................................................................292.2.2.2.1 Consistncia e plasticidade...........................................................................29
2.2.2.2.2 Reteno de gua...........................................................................................31
2.2.2.3 Retrao............................................................................................................33
2.2.2.3.1 Mtodo de ensaio...........................................................................................33
2.2.2.4 Resistncia mecnica........................................................................................35
2.2.2.4.1 Mtodo de ensaio...........................................................................................35
2.2.3 Classificao.......................................................................................................37
2.3 CONTROLE TECNOLGICO.............................................................................38
7/31/2019 TCC_DAIANA
13/98
2.3.1 Controle tecnolgico para avaliao das caractersticas e propriedades da
base..................................................................................................................................38
2.3.2 Controle tecnolgico para avaliao dos materiais........................................39
2.3.2.1 Agregados.........................................................................................................39
2.3.2.2 Aglomerantes....................................................................................................40
2.3.2.3 gua de amassamento......................................................................................41
2.3.3 Controle tecnolgico para avaliao das caractersticas e propriedades
das argamassas de revestimentos.................................................................................41
2.4 DESPERDCIOS NA CONSTRUO CIVIL.....................................................43
2.4.1 Sistema de produo dos revestimentos de argamassa..................................43
2.4.1.1 Projeto...............................................................................................................442.4.1.2 Produo da argamassa.....................................................................................45
2.4.1.2.1 Local de preparo da argamassa....................................................................45
2.4.1.2.2 Medio dos materiais...................................................................................46
2.4.1.2.3 Mistura da argamassa...................................................................................47
2.4.1.3 Aplicao..........................................................................................................48
2.4.1.4 Controle de recebimento e qualidade dos materiais.........................................49
2.4.1.5 Recebimento e descarga dos materiais.............................................................492.4.1.6 Armazenamento................................................................................................50
2.4.1.7 Transporte dos materiais...................................................................................51
3 ESTUDO COMPARATIVO...................................................................................52
3.1 METODOLOGIA DA PESQUISA........................................................................52
3.2 APRESENTAO E CLASSIFICAO DAS OBRAS ESTUDADAS.............53
3.2.1 Obra A................................................................................................................53
3.2.2 Obra B................................................................................................................56
3.2.3 Obra C................................................................................................................60
3.2.4 Obra D................................................................................................................62
3.2.5 Obra E................................................................................................................64
3.3 ENSAIOS REALIZADOS EM LABORATRIO................................................65
3.3.1 Composio granulomtrica dos agregados midos......................................66
3.3.1.1 Composio granulomtrica dos agregados da Obra A....................................66
3.3.1.2 Composio granulomtrica dos agregados da Obra B....................................68
3.3.1.3 Composio granulomtrica dos agregados da Obra C....................................69
7/31/2019 TCC_DAIANA
14/98
3.3.2 Determinao do ndice de consistncia..........................................................70
3.3.3 Retrao das argamassas..................................................................................73
3.3.4 Resistncia compresso das argamassas reproduzidas em
laboratrio......................................................................................................................76
3.4 ENSAIOS REALIZADOS IN LOCO....................................................................79
3.4.1 Resistncia compresso das argamassas moldadas in loco.........................79
3.4.2 Aderncia trao.............................................................................................81
4 DISCUSSO DOS RESULTADOS.......................................................................87
4.1 COMPARAO DOS SISTEMAS DE PRODUO DAS ARGAMASSAS
ESTUDADAS.................................................................................................................874.2 COMPARAO DOS RESULTADOS DO ENSAIO DE COMPOSIO
GRANULOMTRICA DOS AGREGADOS MIDOS................................................88
4.3 COMPARAO DOS RESULTADOS DO ENSAIO DO NDICE DE
CONSISTNCIA............................................................................................................88
4.4 COMPARAO DOS RESULTADOS DO ENSAIO DE
RETRAO...................................................................................................................88
4.5 COMPARAO DOS ENSAIOS DE RESISTNCIA COMPRESSOREALIZADOS IN LOCO E EM LABORATRIO......................................................88
4.5.1 Obra A................................................................................................................89
4.5.2 Obra B................................................................................................................89
4.5.3 Obra C................................................................................................................89
4.5.4 Obra D................................................................................................................90
4.5.5 Obra E................................................................................................................90
4.6 COMPARAO DOS RESULTADOS DE RESISTNCIA COMPRESSO DAS ARGAMASSAS MOLDADAS IN LOCO................................90
4.7 COMPARAO DOS RESULTADOS DO ENSAIO DE ADERNCIA
TRAO.....................................................................................................................91
5 CONCLUSO..........................................................................................................93
REFERNCIAS.............................................................................................................95
1 - INTRODUO
7/31/2019 TCC_DAIANA
15/98
1.1 Importncia do Tema
Segundo SABBATINI & BAA (2000) os revestimentos de argamassa, embora
utilizados h vrios anos, apresentam uma considervel incidncia de falhas, problemas
patolgicos, desperdcios de materiais, mo-de-obra e tempo, alm de custo elevado em sua
produo. Um dos principais motivos dessas incidncias a utilizao de mtodos retrgrados
na produo de argamassa.
No Brasil, novos conceitos de execuo e novos materiais lanados no mercadosempre encontraram resistncia para sua utilizao na construo civil e para a argamassa de
revestimento no diferente. Apesar da disponibilidade de produtos manufaturados para as
argamassas, tais como a argamassa industrializada e a dosada em central, visvel a
preferncia das empresas do ramo em utilizar tcnicas manuais em sua produo.
No municpio de Tubaro, sede do presente estudo, a maioria das empresas do
ramo de construo utiliza argamassa produzida in loco. Nem mesmo a instalao de uma
central de dosagem de argamassa para revestimentos na regio mudou esse quadro.Quando questionados sobre o assunto, proprietrios de empresas do ramo,
afirmam que os custos de utilizao da argamassa dosada em central ou industrializada
superior aos seus gastos com a argamassa elaborada na obra. Mas, verificando os critrios
adotados para este clculo, percebe-se que estes avaliam apenas o gasto com materiais,
excluindo, portanto, valores de mo-de-obra e desperdcios de matria-prima que ocorrem
dentro do canteiro de obras.
As argamassas manufaturadas apresentam um custo de mo-de-obra bem menorque as convencionais. Apresentam ainda, como so produtos que j vem com um controle
tecnolgico de fbrica, menores chances de cometer erros de dosagem e desperdcio de
materiais no canteiro de obras, o que afeta diretamente a qualidade e o custo final do
empreendimento.
7/31/2019 TCC_DAIANA
16/98
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
O objetivo geral deste trabalho apresentar uma anlise comparativa entre os
mtodos de produo de argamassa de revestimento que vem sendo utilizados pelas empresas
do ramo da construo civil do municpio de Tubaro Santa Catarina, identificando, atravs
de um estudo de caso, os pontos favorveis e desfavorveis de cada uma das alternativas
analisadas.
1.2.2 Objetivos especficos
Para a consecuo do objetivo geral, os seguintes objetivos especficos foram
estipulados: realizar reviso bibliogrfica com os principais temas relacionados ao contexto
da pesquisa;
realizar levantamento das obras que se encontram em fase de revestimento deargamassa no municpio de Tubaro;
classificar os mtodos de produo das argamassas utilizadas nas obrasselecionadas para sediar a presente pesquisa;
comparar os mtodos de armazenamento, recebimento, local de preparo,medio, mistura e transporte dos materiais utilizados pelas obras a serem
estudadas;
coletar amostras das argamassas de revestimento nas obras e ensai-las noLaboratrio de Materiais e Solos da Universidade do Sul de Santa Catarina -
Unisul;
realizar estudo comparativo entre os resultados obtidos nos ensaios realizadoscom as argamassas coletas nas obras;
reproduzir os traos das obras estudadas e ensai-las em laboratrio;
7/31/2019 TCC_DAIANA
17/98
realizar estudo comparativo dos resultados encontrados nos ensaios com asargamassas reproduzidas em laboratrio e as argamassas utilizadas em obra;
determinar qual o tipo de argamassa de revestimento obteve melhoresresultados quanto s comparaes realizadas.
1.3 JUSTIFICATIVA
A tecnologia de execuo de revestimento de argamassa no Brasil extremamente
deficiente, dado que, o conhecimento sobre a execuo de tal servio no pas extenso,contraditrio, inconcluso e no est sistematizado como foi sintetizado por Sabbatini (1992).
Sem a devida qualificao necessria, os operrios e tcnicos que atuam no
canteiro de obras, transmitem de forma verbal suas experincias, fazendo destas normas de
execuo, o que faz com que a execuo de revestimentos de argamassas venha se
degradando, perdendo qualidade, sendo alterado pelos rudos da comunicao oral, sofrendo
assim desgastes importantes no seu contedo. Isto acontece devido realidade da construo
civil no Brasil, onde grande a resistncia cultural por parte dos empresrios em adotar novastecnologias. A tradio cultural brasileira de no valorizar a pesquisa e o desenvolvimento
cientfico-tecnolgico, a ausncia de mecanismos eficazes da sociedade para reduzir o
desperdcio de recursos na construo civil e a carncia ao se exigir um incremento e garantia
dos nveis de qualidade dos produtos deste setor.
Tais fatos tm conduzido a situaes inaceitveis em termos do nvel de
problemas patolgicos apresentados por estes revestimentos e sendo considervel o volume de
recursos desperdiados na sua execuo.Este trabalho busca conhecer as oportunidades e limitaes da utilizao das
argamassas produzidas em obra, industrializadas, dosadas em central e misturas semi-prontas
para argamassa, como revestimento de paredes e tetos, atravs de um estudo de caso em
algumas obras do municpio de Tubaro.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
7/31/2019 TCC_DAIANA
18/98
Este trabalho est dividido em 5 captulos, sendo este o da introduo.
No segundo captulo, busca-se a partir das referncias adotadas relativas ao tema,
conhecer as caractersticas das argamassas em geral e das argamassas de revestimento bem
como suas propriedades, funes e classificaes e entender o conceito de sistema de
produo dos revestimentos de argamassa, visualizando a produo como algo que envolve
diversas atividades interdependentes.
No terceiro captulo, apresenta-se os estudos de casos. Foram realizadas anlises
das argamassas produzidas em obra, em central e misturas semi-prontas em diferentes obras
da cidade sede da presente pesquisa.
No quarto captulo, so apresentadas as anlises dos resultados encontrados nos
estudos de caso tendo como referncia os estudos do segundo captulo.No quinto captulo, temos a concluso do trabalho, apresentando a sntese dos
argumentos usados.
7/31/2019 TCC_DAIANA
19/98
2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 ARGAMASSAS
2.1.1 Definio
Segundo a norma NBR 13529 (ABNT, 1995), argamassa uma mistura
homognea de agregados midos, aglomerantes inorgnicos e gua, com aditivos ou no, ecom propriedades de aderncias e endurecimento.
De acordo com Fiorito (1994), as argamassas mais comuns utilizadas em obras
so compostas de agregados midos (areia natural lavada), e os aglomerantes so em geral o
cimento portland e a cal hidratada.
As funes das argamassas esto associadas diretamente s suas finalidades ou
aplicaes. Na construo civil, os principais usos da argamassa so: no assentamento de
alvenarias e nas etapas de revestimentos, como emboo, reboco ou revestimento de camadanica de paredes e tetos, alm de contrapisos para a regularizao de pisos e assentamento de
revestimentos cermicos.
2.1.2 Histrico
O primeiro registro de emprego de argamassa como material de construo,
segundo Carasek (2007), vem da pr-histria, h cerca de 11.000 anos. Em 1985, no sul da
Galilia, em Israel, quando realizavam escavaes para abrir uma rua, foi descoberto um piso
polido de 180 m feito com pedras e uma argamassa de cal e areia, o qual se estima ter sido
executado entre 7.000 a.C. e 9.000 a.C., sendo este considerado hoje o registro mais antigo do
emprego de argamassa pela humanidade.
Como visto, as argamassas mais antigas eram base de cal e areia. Mas, com os
avanos tecnolgicos, o setor da construo civil ganhou novos materiais, como o cimento
7/31/2019 TCC_DAIANA
20/98
portland, que contribui para maior resistncia e endurecimento da massa, e mais recentemente
os aditivos orgnicos, que melhoram algumas propriedades, como a trabalhabilidade.
A partir da produo formal de edifcios de mltiplos pavimentos, desde a dcada
de 30, no Brasil o revestimento de argamassa era produzido em obra, onde as argamassas
eram misturadas por processo mecanizado ou manual, at obteno de massa perfeitamente
homogeneizada.
No incio da dcada de 1950 surgiram, na Europa e nos Estados Unidos, as
argamassas industrializadas e as misturas semi-prontas para argamassa, que eram dosadas em
instalaes industriais, para as quais, na obra, s necessria a adio de gua para as
industrializadas e de cimento e gua para as misturas semi-prontas.
No Brasil, o uso de argamassas industrializadas e das misturas semi-prontas nosservios de assentamento de alvenarias e revestimentos em geral, segundo Selmo (1989), deu-
se a partir dos anos 90, tanto pelos investimentos da indstria cimenteira para ofertar esses
produtos, quanto pela evoluo nas metas de racionalizao da construo civil.
Na Alemanha (Ocidental), na dcada de 1970, j se utilizava uma tecnologia mais
revolucionria, onde era fornecido s obras grandes recipientes abertos com materiais em
consistncia desejada, que permanecia de forma imutvel por perodos de 2 a 3 dias, prontas
para a utilizao. (MARTINS; DJANIKIAN, 1999)Estas argamassas, conhecida como argamassas dosadas em central, tiveram incio
no Brasil em meados de 1997 e a partir de ento, vm conquistando boa participao no
mercado consumidor, uma vez que esto sendo produzidas em larga escala, com materiais
classificados e de qualidade, controle tecnolgico e acompanhamento de assistncia tcnica
nas obras.
2.1.3 Classificao
Segundo Carasek (2007), as argamassas podem ser classificadas com relao a
vrios critrios, o quadro 1 apresenta algumas destas classificaes.
7/31/2019 TCC_DAIANA
21/98
Critrio de classificao Tipo
Quanto natureza do aglomerante Argamassa area Argamassa hidrulica
Quanto ao tipo de aglomerante
Argamassa de cal Argamassa de cimento Argamassa de cal e cimento Argamassa de gesso Argamassa de cal e gesso
Quanto ao nmero de aglomerantes Argamassa simples Argamassa mista
Quanto consistncia da argamassa
Argamassa seca Argamassa plstica Argamassa fluida
Quanto plasticidade da argamassa
Argamassa pobre ou magra Argamassa mdia ou cheia Argamassa rica ou gorda
Quanto densidade de massa da argamassa
Argamassa leve
Argamassa normal Argamassa pesada
Quanto forma de preparo ou
fornecimento
Argamassa preparada em obra Mistura semipronta para
argamassa
Argamassa industrializada Argamassa dosada em central
Quadro 1 Classificao das argamassas
Fonte: Carasek, Helena (2007)
As argamassas podem ainda ser classificadas segundo sua funo na construo,
conforme apresentado no quadro 2.
7/31/2019 TCC_DAIANA
22/98
Funo Tipos
Para construo de alvenarias Argamassa de assentamento Argamassa de fixao
Para revestimento de paredes e tetos Argamassa de chapisco Argamassa de emboo Argamassa de reboco Argamassa de camada nica Argamassa de revestimento decorativo
monocamada
Para revestimento de pisos Argamassa de contrapiso Argamassa de alta resistncia para piso
Para revestimento cermico Argamassa colante Argamassa de rejuntamento
Para recuperao de estruturas Argamassa de reparoQuadro 2 Classificao das argamassas segundo suas funes
Fonte: Carasek, Helena (2007)
Neste trabalho utilizada a classificao das argamassas para revestimentos de
paredes e tetos quanto forma de preparo ou fornecimento. Os tipos de argamassa, conforme
essa classificao, esto descritos a seguir.
2.1.3.1 Argamassa preparada em obra
Segundo NBR 13529 (ABNT, 1995), as argamassas preparadas em obra so
aquelas em que a medio e a mistura dos materiais ocorrem no prprio canteiro de obras.
Seus materiais so medidos em volume ou massa; e podem ser compostas por um ou mais
aglomerantes (simples ou mistas).
Caso se utilize a cal, no preparo de argamassa em obra, deve-se proceder
inicialmente a mistura da cal hidratada em p com areia e gua, ou mistura prvia de cal
hidratada com gua. Para tais misturas iniciais necessrio aguardar o seu tempo de
7/31/2019 TCC_DAIANA
23/98
maturao, a fim de atingir uma perfeita hidratao. Segundo a norma NBR 7200 (ABNT,
1998), esse tempo de 16 horas.
Segundo Regattieri (2003) a argamassa preparada em canteiro envolve um
nmero bem maior de processos, o que requer maior demanda de transporte, maior
necessidade de reas de armazenamento, maior quantidade de controles e, conseqentemente,
maior utilizao de mo-de-obra.
2.1.3.2 Argamassa industrializada
O preparo da argamassa industrializada efetuado na obra pela simples adio da
gua, pois a mistura dos materiais, agregados, aglomerantes e em alguns casos, aditivos,
feita em usinas, onde devidamente ensacada e vendida.
No h como se enganar sobre a quantidade de gua a ser colocada para o
preparo, pois o volume timo aquele que confere melhor trabalhabilidade argamassa. Caso
se coloque gua em excesso corre-se o risco de deixar a argamassa muito fluda e caso no se
introduza uma quantidade suficiente de gua tem-se a mesma muito seca. Mas existem disposio do mercado alguns traos pr-determinados e que por serem genricos prestam-se
a diversos usos, as chamadas argamassas multiuso.
Segundo Antunes (2008), nas argamassas multiuso, por serem to abrangentes,
tais traos pr-definidos no se adquam a certos casos, por exemplo, os revestimentos no
qual o desempenho no depende exclusivamente da argamassa, mas da interao de diversos
fatores combinados.
O preparo, em obra, pode ser feito em uma nica central para que se faa otransporte da argamassa pronta at o ponto de aplicao, ou podem-se transportar os sacos e
armazen-los nos andares, deixando o preparo para ser efetuado no momento da aplicao,
minimizando o transporte de argamassa pronta.
Segundo Antunes (2008), a grande justificativa pela utilizao deste material a
eliminao do controle do preparo, existindo assim, uma uniformidade no trao. A
responsabilidade da produo da argamassa transfere-se a um terceiro, mas deve se enfatizar
que o uso das argamassas ensacadas no elimina a necessidade da definio do trao, ou das
caractersticas de desempenho do trao a ser utilizado, feita na fase de projeto.
7/31/2019 TCC_DAIANA
24/98
2.1.3.3 Misturas semi-prontas para argamassa
Muito parecida com a argamassa industrializada, a argamassa semipronta uma
mistura de areia, cal e aditivo plastificante, realizada em instalaes industriais, sendo que,
so adicionados o cimento e gua.
Este mtodo dispensa a necessidade das empresas em realizar a pr mistura da cal
com o agregado, o que contribui com a diminuio dos espaos destinados a armazenamento
dos materiais em obra, com a reduo no nmero de mo-de-obra utilizada e do desperdcio
de materiais decorrentes da mistura dos materiais em obra.
2.1.3.4 Argamassa dosada em central
A fabricao desta argamassa realizada em centrais de produo e sua
distribuio feita por caminhes betoneira, que depositam a argamassa pronta para
utilizao, em caixas previamente instaladas na obra. (SISTEMA..., 2008, p. 4)Segundo fabricantes, esta argamassa se adapta as necessidades de cada obra, seja
pelo consumo ou pelo tipo de trabalho a ser realizado, uma vez que so fornecidas obra com
consistncia adequada para cada utilizao e a sua trabalhabilidade se mantm constante
durante determinado espao de tempo, facilitando sua aplicao.
O desenvolvimento dos aditivos viabilizou a produo das dosagens em central,
pois para estas argamassas base de cimento, so utilizados aditivos retardadores e
incorporadores de ar para promover o retardamento do incio da pega, a fim de que suascaractersticas iniciais de dosagem possam perdurar por um perodo maior.
2.2 REVESTIMENTO DE ARGAMASSA
2.2.1 Funes
7/31/2019 TCC_DAIANA
25/98
As argamassas de revestimentos so utilizadas para revestir paredes, muros e
tetos, tm em geral, segundo Sabbatini (1992), as seguintes funes:
proteger a alvenaria e a estrutura contra a ao do intemperismo, evitandoassim, a degradao precoce das edificaes, aumentando a durabilidade e
reduzindo custos de manuteno;
integrar o sistema de vedao das estruturas, auxiliando nas funes destas, taiscomo: isolamento trmico (~30%), isolamento acstico (~50%), estanqueidade
a gua (~70 a 100%), segurana ao fogo e resistncia ao desgaste superficial;
regularizar a superfcie dos elementos de vedao servindo de funo esttica,contribuindo com a valorizao da construo.
O revestimento de argamassa ao receber acabamentos de revestimentos
cermicos, laminados, entre outros, passa a ter tambm funo de substrato, o que exige do
revestimento, uma superfcie mais uniforme e maior capacidade de suporte mecnico a estes
acabamentos.
2.2.2 Propriedades
Visando satisfazer s funes citadas anteriormente, algumas propriedades
tornam-se essenciais para os revestimentos de argamassas. Algumas das principais
propriedades das argamassas de revestimentos, associadas as suas funes, esto descritas a
seguir.
2.2.2.1 Aderncia
Carasek (2007) conceituou uma das propriedades fundamentais dos
revestimentos, a aderncia, como o termo usado para descrever a resistncia e a extenso do
contato entre a argamassa e a base.
Segundo Sabbatini (1992), a aderncia resulta da conjuno das seguintes
caractersticas da interface revestimento/base de aplicao:
7/31/2019 TCC_DAIANA
26/98
resistncia de aderncia a trao; resistncia de aderncia ao cisalhamento; a extenso de aderncia, relao entre a rea de contato efetivo e a rea total
possvel de ser unida.
O mecanismo de aderncia se desenvolve, principalmente, pela ancoragem da
pasta aglomerante nos poros da base e por efeito de ancoragem mecnica da argamassa nas
reentrncias e salincias macroscpicas da superfcie a ser revestida.
Desta forma, os fatores que exercem maior influncia na aderncia de argamassas
sobre as bases, so:
os materiais constituintes, tanto sua natureza como suas propores; a trabalhabilidade da argamassa e tcnicas de execuo do revestimento: com
uma trabalhabilidade adequada, a argamassa ter um melhor espalhamento
apresentando contato mais extenso com a base. A tcnica executiva, quando
bem efetuada, tende a ampliar a extenso de contato em funo das operaes
de compactao e prensagem;
a natureza e caractersticas da base: a textura superficial e a capacidade deabsoro da base dependem da natureza, distribuio e do dimetro de seus
poros, que podem ampliar ou no a extenso de aderncia e ancoragem dorevestimento;
as condies de limpeza da superfcie de aplicao: a existncia de partculassoltas ou gros de areia, poeira, fungos, camadas superficiais de desmoldantes
ou graxa, podem comprometer a aderncia da argamassa base.
2.2.2.1.1 Mtodo de ensaio
A aderncia vem sendo amplamente estudada no Brasil e no exterior, devido a sua
grande importncia, existindo mtodos normalizados para sua avaliao. No Brasil, a
resistncia de aderncia trao de revestimentos de argamassa uma das poucas
propriedades que possui critrios de desempenho especificado em norma, conforme mostrado
no quadro 3.
7/31/2019 TCC_DAIANA
27/98
Local Acabamento Ra (MPa)
Pintura ou base para reboco 0,20Interna
Cermica ou laminado 0,30
Pintura ou base para reboco 0,30Externa
Cermica 0,30
Quadro 3 Limites de resistncia de aderncia trao (Ra) para revestimentos de paredes e tetos (emboo e
camada nica)
Fonte: NBR 13749 (ABNT, 1996)
To importante quanto os valores de resistncia de aderncia obtidos no teste de
arrancamento a anlise do tipo de ruptura.Segundo Carasek (2007), quando a ruptura ocorre no interior da argamassa ou do
substrato (tipos B e C da figura 1), recebe o nome de ruptura do tipo coesiva, e ao menos que
sejam muito baixos, os valores da resistncia de aderncia so menos preocupantes. Porm,
quando a ruptura ocorre na interface argamassa/substrato (tipo A), chamado ruptura do tipo
adesiva, os valores da resistncia de aderncia obrigatoriamente devem ser mais elevados,
sendo que, apresentam maior facilidade para ocorrncia de patologias. A ruptura do tipo D
indica que a poro mais fraca a camada superficial do revestimento de argamassa e quando
os valores obtidos so baixos indica resistncia superficial inadequada (pulverulncia). A
ruptura do tipo E um defeito de colagem, devendo este ponto de ensaio ser desprezado.
7/31/2019 TCC_DAIANA
28/98
Figura 1 Tipos de ruptura no ensaio de resistncia de aderncia trao de revestimentos de argamassa
Fonte: Carasek (2007).
Em seus estudos com revestimentos de argamassas industrializadas e produzidas
em obra, Antunes (2008)realizou ensaios de resistncia de aderncia trao, no qual foram
encontrados os valores apresentados a seguir nos quadros 4 e 5.
Quadro 4 Resultados do ensaio de resistncia de aderncia trao da argamassa industrializada com base em
alvenaria
Fonte: Antunes (2008).
Corpo de prova Tenso (MPa) Forma de ruptura
CP-01 0,30 100% Ruptura superficial emboo
CP-02 0,31 100% Ruptura interface chapadas emboo
CP-03 0,40 100% Ruptura superficial embooCP-04 0,45 100% Ruptura superficial emboo
CP-05 0,51 100% Ruptura superficial emboo
CP-06 0,23 100% Ruptura emboo fissurado
COLA
SUBSTRATOARGAMASSA
PASTILHA
BA
Ruptura na argamassa
DCE
Ruptura no substrato Ruptura na interfacecola-argamasssa
Ruptura na interfacecola-pastilha
7/31/2019 TCC_DAIANA
29/98
Corpo de prova Tenso (MPa) Forma de ruptura
CP-01 0,57 100% Ruptura emboo
CP-02 0,53 100% Ruptura emboo
CP-03 0,53 100% Ruptura emboo
CP-04 0,34 100% Ruptura superficial emboo
CP-05 0,32 100% Ruptura superficial emboo
CP-06 0,17 100% Ruptura emboo fissurado
Quadro 5 Resultados do ensaio de resistncia de aderncia trao da argamassa preparada em obra base
alvenaria
Fonte: Antunes (2008).
Martins e Djanikian (1999), ao realizarem ensaios de resistncia de aderncia com
revestimentos de argamassa dosados em central encontraram resultados, conforme exposto no
quadro 6.
Corpo de prova Tenso (MPa)
ADC-16 0,39
ADC-17 0,38
ADC-18 0,33
ADC-19 0,24
Quadro 6 Resultados do ensaio de resistncia de aderncia trao da argamassa dosada em central base
alvenaria
Fonte: Martins e Djanikian (1999).
De acordo com a NBR 13749 (ABNT,1996), consideradas suas determinaes de
aderncia (ver quadro 3), os resultados encontrados no ensaio de resistncia de aderncia
trao devem atender a uma resistncia de, no mnimo, 0,20 MPa, dependendo do local a ser
utilizado (interno ou externo).
Desse modo, os ensaios realizados pelos autores mencionados, cujos resultados
esto dispostos nos quadros 2, 3 e 4, demonstram que os revestimentos avaliados atendem as
recomendaes da norma, sendo que, apenas um apresentou resultado desfavorvel, o qual
ocorreu no revestimento de argamassa produzido em obra.
7/31/2019 TCC_DAIANA
30/98
2.2.2.2 Trabalhabilidade
Segundo Carasek (2007), trabalhabilidade a propriedade das argamassas no
estado fresco que determina a facilidade com que elas podem ser misturadas, transportadas,
aplicadas, consolidadas e acabadas, em uma condio homognea.
Desta forma, uma argamassa considerada trabalhvel quando permite o
aplicador executar o servio com boa produtividade, garantindo que o revestimento fique
adequadamente aderido base e apresente o acabamento superficial especificado.
A trabalhabilidade uma propriedade das argamassas bastante complexa
resultante da conjuno de diversas outras propriedades, tais como: consistncia, plasticidade,reteno de gua, coeso, exsudao, densidade da massa e adeso inicial. Mas, de acordo
com a finalidade a ser dada as argamassas, algumas destas propriedades podem ser mais
importantes que as outras, como por exemplo, para a argamassa de revestimento, as
propriedades mais importantes seriam a consistncia, plasticidade e reteno de gua.
2.2.2.2.1 Consistncia e plasticidade
Segundo Carasek (2007), consistncia a maior ou menor facilidade da
argamassa deformar-se sob a ao de cargas e plasticidade a propriedade pela qual a
argamassa tende a conservar-se deformada aps a retirada das tenses de deformao.
Tais propriedades so os principais fatores condicionantes da trabalhabilidade das
argamassas, a qual pode garantir que o revestimento fique adequadamente aderido aosubstrato e dar o acabamento superficial desejado.
A consistncia e a plasticidade podem alterar-se completamente em funo da
relao gua/aglomerante, da relao aglomerante/areia, e da natureza e qualidade do
aglomerante.
2.2.2.2.1.1 Mtodo de ensaio
7/31/2019 TCC_DAIANA
31/98
So vrios os mtodos empregados para a medida da consistncia de argamassas.
No Brasil, o mais utilizado o mtodo que impem argamassa uma deformao atravs de
vibrao ou choque medindo ao mesmo tempo a consistncia e a plasticidade, para o qual,
utiliza-se uma mesa de consistncia, tambm conhecida como flow table. Tal mtodo
denominado como avaliao do ndice de consistncia e est prevista na norma NBR 13276
(ABNT, 2005), na qual, a quantidade de gua de amassamento deve ser obtida atravs do
ndice de consistncia-padro da argamassa, com valor compreendido entre (255 10) mm.
De acordo com estudos de Martins e Djanikian (1999), ao avaliarem o ndice de
consistncia das argamassas virada em obra, dosada em central e industrializada, foram
encontrados valores conforme quadros 7, 8 e 9, respectivamente.
Corpo de prova Consistncia (mm)
VO 2 262
VO 3 257
Quadro 7 Resultados da avaliao do ndice de consistncia da argamassa virada em obra
Fonte: Martins e Djanikian (1999).
Corpo de prova Consistncia logo aps amistura (mm)
Consistncia 12h aps amistura (mm)
ADC 4 252 245
ADC 5 261 254
ADC 6 255 249
Quadro 8 Resultados da avaliao do ndice de consistncia da argamassa dosada em central (aps 12h de
repouso)
Fonte: Martins e Djanikian (1999).
Corpo de prova Consistncia (mm)
HC 1 256
Quadro 9 Resultados da avaliao do ndice de consistncia da argamassa industrializada
Fonte: Martins e Djanikian (1999).
De acordo com tais resultados pode-se observar que a argamassa dosada em
central, mesmo depois de 12h de sua mistura, apresentou valor de trabalhabilidade adequado,
segundo a NBR 13276 (ABNT, 2005).
7/31/2019 TCC_DAIANA
32/98
2.2.2.2.2 Reteno de gua
Segundo Carasek (2007), reteno de gua a propriedade que est associada
capacidade da argamassa fresca manter a sua trabalhabilidade quando sujeita a solicitaes
que provocam perda de gua de amassamento, seja por evaporao seja por absoro de gua
da base.
Alm de interferir no comportamento da argamassa no estado fresco, esta
propriedade, no estando adequada ao uso, pode afetar propriedades da argamassa endurecida,
como a aderncia e a resistncia mecnica, haja visto que, aps seu endurecimento, ainda se
faz necessrio uma certa reteno de gua para que seja efetuado de maneira apropriada asreaes qumicas de endurecimento dos aglomerantes.
Desta forma, a reteno de gua uma propriedade muito importante para os
revestimentos de argamassa e deve receber maior ateno quando aplicado sobre substratos
com alta suco de gua e quando as condies climticas estiverem mais desfavorveis,
como alta temperatura, baixa umidade e ventos fortes.
2.2.2.2.2.1 Mtodo de ensaio
A reteno de gua pode ser avaliada pelo mtodo prescrito na NBR 13277
(ABNT, 2005), onde a massa de gua retida pela argamassa medida aps a suco realizada
por meio de uma bomba de vcuo a baixa presso, em um funil de filtragem. A reteno de
gua alterada em funo da composio da argamassa. A figura 2 ilustra, de formaqualitativa, o aumento da reteno de gua para diferentes argamassas.
7/31/2019 TCC_DAIANA
33/98
Argamassas com aditivo retentor de gua
Argamassas mistas de cimento e cal
Argamassas com aditivo incorporador de ar
Argamassas de cimento
Figura 2 Variao da reteno de gua para diferentes argamassas
Fonte: Carasek (2007)
A norma que especifica critrios de desempenho para os resultados dos ensaios de
reteno de gua a NBR 13281 (ABNT, 2005), conforme quadro 10.
Identificao Capacidade de reteno de gua (%)
Normal 80 e < 90
Alta > 90
Quadro 10 Limites de reteno de gua para revestimentos de paredes e tetos (emboo e camada nica)
Fonte: NBR 13281 (ABNT, 2005).
Conforme estudos de Cincotto, et. al. (2005) foram encontrados valores de
reteno de gua para as argamassas industrializadas conforme quadro 10.
Corpo de prova Reteno de gua (%)
C 88
D 82
E 64
F 78
Quadro 11 Resultados do ensaio de reteno de gua, em estado fresco, em argamassas industrializadas
Fonte: Cincotto et. al. (2005).
Aumentoda
retenode gua
7/31/2019 TCC_DAIANA
34/98
2.2.2.3 Retrao
Segundo Cincotto, et. al. (2005.) a importncia do estudo do fenmeno de
retrao das argamassas est ligada qualidade e durabilidade das edificaes. Uma vez
aplicada sobre uma base, a argamassa impedida de retrair-se livremente por causa da
aderncia e so geradas tenses de trao que podem levar fissurao do revestimento.
Para Casarek (2007), se a secagem do revestimento for lenta, a argamassa ter
tempo suficiente para atingir uma resistncia trao necessria para suportar as tenses
internas que surgiram.
De acordo com Fiorito (1994) a trao do revestimento devida retrao daargamassa cresce com a espessura da camada do revestimento, e tambm ser tanto maior
quanto mais rica for a argamassa em cimento.
Assim, a argamassa adequada dever ter um menor mdulo de elasticidade, ou
seja, com teor moderado de cimento.
Outro fator que pode influenciar na retrao a granulometria da areia, esse
material determina o volume de vazios a ser preenchido pela pasta aglomerante. Segundo
Casarek (2007), quanto mais elevado for o volume de vazios, isto , quanto maior o teor definos e distribuio granulomtrica uniforme, maior ser o teor de pasta aglomerante,
elevando-se o potencial de retrao da argamassa.
Para Thomaz (1989), o fator que mais influncia a retrao das argamassas a
relao gua/aglomerante, pois ao ser aplicada, a argamassa perde gua de amassamento para
a base, por efeito de suco, essa perda de gua ocasiona movimentao reversvel ou
irreversvel, estando primeiramente relacionada capacidade de absoro de gua do sistema
base-revestimento e a outra relacionada ao processo de secagem. Mas o autor explica que, emfuno da trabalhabilidade necessria, as argamassas so normalmente preparadas com gua
em excesso, o que vem acentuar a retrao.
2.2.2.3.1 Mtodo de ensaio
No Brasil o ensaio utilizado para a avaliao da retrao, segundo a NBR 8490
(ABNT, 1984), emprega corpos-de-prova prismticos de 25mm x 25mm x 285mm, sendo
7/31/2019 TCC_DAIANA
35/98
medida a retrao livre da argamassa com uma leitura inicial em relgio comparador (preciso
0,001 mm) realizada logo aps a desforma e sendo novamente medida aos 28 dias.
Segundo Martins e Djanikian (1999), foram encontrados valores de retrao para
as argamassas virada em obra, dosada em central, e industrializadas conforme quadros 12,13 e
14, respectivamente.
Corpo de prova Retrao (%)
VO 2 2,70
VO 3 2,60
Quadro 12 Resultados do ensaio de retrao em argamassas virada em obra
Fonte: Martins e Djanikian (1999).
Corpo de prova Retrao (%)
ADC 4 3,0
ADC 5 2,9
ADC 6 2,7
Quadro 13 Resultados do ensaio de retrao em argamassas dosada em central (aps 12h de repouso)
Fonte: Martins e Djanikian (1999).
Corpo de prova Retrao (%)
HC 1 2,35
Quadro 14 Resultados do ensaio de retrao em argamassas industrializadas
Fonte: Martins e Djanikian (1999).
Conforme os resultados acima encontrados, a argamassa industrializadaapresentou menor retrao no revestimento. Este fato pode ter ocorrido, de acordo com os
dados encontrados por tais autores, por diversas situaes, tais como: uma menor quantidade
de cimento que possa ter sido utilizada na mistura desta argamassa, pois quanto mais rica a
argamassa em cimento maior ser a retrao; a granulometria do agregado pode ter sido mais
adequada, diminuindo o volume de vazios desta argamassa e, conseqentemente diminuindo o
potencial de retrao; ou uma relao gua/aglomerante mais apropriada, fazendo com que a
pasta retrasse menos ao perder gua de sua composio.
7/31/2019 TCC_DAIANA
36/98
2.2.2.4 Resistncia mecnica
Segundo Sabbatini (1992), a resistncia mecnica diz respeito propriedade dos
revestimentos de possurem um estado de consolidao interna, capaz de suportar aes
mecnicas das mais diversas naturezas, e que se traduzem em geral, por tenses simultneas
de trao, compresso e cisalhamento.
Entre as solicitaes que exigem resistncia mecnica dos revestimentos,
podemos citar os esforos de abraso superficial, as cargas de impacto e os movimentos de
contrao e expanso dos revestimentos por efeito de umidade, que geram tenses internas
que tendem a desagregar a argamassa.A resistncia mecnica uma propriedade de grande importncia s argamassas
de revestimentos devido a sua resistncia ao desgaste superficial e sua capacidade de resistir a
esforos mecnicos sem desagregao e sem deformaes plsticas visveis. Os fatores que
mais influenciam na resistncia mecnica das argamassas, so:
consumo e natureza dos aglomerantes e agregados: nas argamassas de cimentoquando a proporo de agregado aumentada, a resistncia mecnica do
revestimento geralmente diminui as resistncias trao e compresso e nasargamassas de cal e cimento variam inversamente com a relao gua/cimento
das misturas frescas a qual varia diretamente com o teor e finura dos
agregados e com consistncia de preparo da argamassa;
tcnica de execuo do revestimento: quanto maior for a compactao domaterial base, maior ser sua resistncia aes de desgaste por abraso e de
impactos. E, quando o acabamento final feito com desempenadeira de ao a
resistncia superficial dos revestimentos tambm parece favorecida,possivelmente por gerar uma pelcula superficial de baixa porosidade.
2.2.2.4.1 Mtodo de ensaio
Segundo Sabbatini (1992), o mtodo geralmente adotado em obra, para qualificar
a resistncia dos revestimentos, o tradicional risco com prego ou objeto pontiagudo similar,
mas emprico para servir de base para especificaes.
7/31/2019 TCC_DAIANA
37/98
Segundo Martins e Djanikian (1999), os ensaios mais realizados para avaliar a
resistncia mecnica das argamassas, em estado endurecido, so a compresso e trao na
flexo.
A norma que especifica critrios de desempenho para os resultados dos ensaios deresistncia a compresso a NBR 13281 (ABNT 2005), conforme quadro 15.
Classe Resistncia compresso (MPa)
P1 2,0
P2 1,5 a 3,0
P3 2,5 a 4,5
P4 4,0 a 6,5P5 5,5 a 9,0
P6 8,0
Quadro 15 Limites de resistncia compresso para revestimentos de paredes e tetos (emboo e camada nica)
Fonte: NBR 13281 (ABNT, 2005).
Segundo Martins e Djanikian (1999), foram encontrados valores de resistncia
compresso para as argamassas virada em obra, dosada em central, e industrializadas
conforme quadros 16, 17 e 18, respectivamente.
Corpo de prova Resistncia compresso (MPa)
VO 2 4,6
VO 3 2,25
Quadro 16 Resultados do ensaio de resistncia compresso em argamassas virada em obra
Fonte: Martins e Djanikian (1999),
Corpo de prova Resistncia compresso (MPa)
ADC 4 6,2
ADC 6 3,7
Quadro 17 Resultados do ensaio de resistncia compresso em argamassas dosada em central (aps 12h de
repouso)
Fonte: Martins e Djanikian (1999).
7/31/2019 TCC_DAIANA
38/98
Corpo de prova Resistncia compresso (MPa)
HC 1 6,4
Quadro 18 Resultados do ensaio de resistncia compresso em argamassas industrializadas
Fonte: Martins e Djanikian (1999).
2.2.3 Classificao
Segundo Sabbatini (1992), os revestimentos de argamassa podem ser classificadosde acordo com os seguintes critrios:
quanto ao nmero de camadas que o constituem:- uma nica camada;
- mltiplas camadas;
quanto s condies de exposio:- revestimentos de paredes internas;
- revestimentos de paredes externas; quanto ao plano de aplicao:
- vertical (paredes);
- horizontal (tetos).
Nos casos em que o revestimento de argamassa venha servir de base para outros
acabamentos, com por exemplos revestimentos cermicos, eles estaro submetidos a
solicitaes de intensidade muito diferentes, sendo que, devero apresentar caractersticas
distintas de modo a atender adequadamente tais exigncias funcionais.Pensando desta forma, Sabbatini (1992), descreveu uma classificao mais ampla
dos revestimentos de argamassa, de modo a agrup-los em diferentes tipos de acordo com as
exigncias funcionais que devam apresentar. Assim, os revestimentos de argamassa podem
ainda ser divididos nos seguintes tipos:
Revestimentos internos de paredes com acabamento em pintura; Revestimentos internos de paredes, base para outros revestimentos; Revestimentos de tetos (com acabamento em pintura); Revestimentos externos com acabamento em pintura e Revestimentos externos, base para outros revestimentos.
7/31/2019 TCC_DAIANA
39/98
O mesmo autor salienta a importncia do conhecimento das funes e
propriedades dos revestimentos nas diversas situaes de sua aplicao, pois para cada
situao de trabalho, as aes atuantes sobre o revestimento sero diferenciadas, exigindo-se
que suas propriedades sejam ponderadas de modo diverso.
2.3 CONTROLE TECNOLGICO
2.3.1 Controle tecnolgico para avaliao das caractersticas e propriedades da base
Como visto nos itens anteriores, um fator determinante para o bom desempenho
dos revestimentos de argamassa so as caractersticas, tipos e aderncia da base em que sero
aplicados. Desta forma, de grande importncia o conhecimento do tipo de controle
tecnolgico destes substratos.
Segundo British Atandarts Institution (1976 apud Selmo, 1989), para a definio
da composio, nmero de camadas e tipo de acabamento dos revestimentos a ser utilizado,devem ser consideradas as seguintes caractersticas da base:
resistncia mecnica: por ter funo de suporte, as bases devem ter resistnciamecnica maior que os revestimentos. Quando as bases tiverem menor
resistncia, deformveis, os revestimentos devem apresentar capacidade de
deformao compatvel e criteriosamente fixada;
absoro capilar e porosidade: estas propriedades influem na movimentaohigroscpica da base, quanto afetam a aderncia do revestimento;
textura superficial: a fim de garantir aderncia mecnica ao revestimento, abase deve ser irregular ou pode ser promovida pelo chapisco;
grau de permeabilidade gua: algumas bases so impermeveis penetraode gua sem o revestimento e outras no, isso depende do dimetro, natureza e
distribuio dos poros da base;
proteo requerida: funo das condies de exposio da fachada e de todasas caractersticas anteriormente citadas.
7/31/2019 TCC_DAIANA
40/98
Segundo Fiorito (1994), para que as argamassas utilizadas nos revestimentos
fiquem perfeitamente ligadas ao suporte, necessrio que no incio e durante a aplicao
deste base, ocorra a remoo de poeira de obra, umedecimento da base e uso de chapisco.
2.3.2 Controle tecnolgico para avaliao dos materiais
O controle tecnolgico para se obter um revestimento de argamassa que atenda
adequadamente as suas funes, deve ter incio pela anlise das caractersticas tecnolgicas
dos materiais constituintes, que tero papel vital em seu desempenho.Como j citado anteriormente, as argamassas mais comuns utilizadas em obras
so compostas de agregados midos (areia natural lavada), e os aglomerantes so em geral o
cimento portland e a cal hidratada.
Segundo Carasek et al. (2001), as caractersticas fsicas e qumicas dos materiais,
bem como suas propores, podem afetar, dentre outras propriedades da argamassa, a sua
aderncia aos substratos porosos.
2.3.2.1 Agregados
Segundo Carneiro (1999), as argamassas so constitudas por partculas ou gros
de caractersticas morfolgicas, mecnicas e fsico-qumicas muito diferentes. Em funo das
diferentes caractersticas, a disposio espacial depende de interao delas.Segundo a NBR 7200 (ABNT, 1982), as dimenses mximas para os agregados
utilizados no revestimento de argamassa de paredes externas, internas e tetos deveriam ser:
para chapisco: 5 mm; para emboo: 3 mm; para reboco: 1 mm.A norma em vigor sobre agregados para concreto, NBR 7211 (ABNT, 2005),
define limites da composio granulomtrica do agregado mido, classificando a areia em
fina, mdia e grossa em funo do mdulo de finura (MF), conseguido com a soma das
7/31/2019 TCC_DAIANA
41/98
porcentagens retidas acumuladas dividida por 100, e da sua dimenso mxima caracterstica
(Dm).
Com base na norma em vigor, Carneiro (1999), recomenda para a composio das
camadas do revestimento de argamassa a utilizao de areias com diferentes granulometrias,
conforme mostra a tabela 1.
Tabela 1 Dimenso mxima e mdulo de finura das areias para execuo de revestimentos
de argamassa
Etapa da aplicao de
revestimentos em paredes externasAreia Dm (mm) MF
Reboco Fina Dm < 2,4 MF < 2,39
Emboo Mdia 4,8 > Dm > 2,4 3,87 > MF > 2,39
Chapisco Grossa Dm 4,8 MF 3,87
Fonte: CARNEIRO, 1999
Segundo este mesmo autor, a distribuio granulomtrica do agregado tem grande
influncia nas propriedades das argamassas tanto no estado fresco como endurecido. Segundo
ele, com uma adequada seleo granulomtrica da areia pode-se conseguir aumento da massa
unitria e reduo do volume de vazios, o que proporcionaria uma reduo no consumo de
aglomerantes e de gua, possibilitando uma melhora no desempenho tcnico e econmico das
argamassas.
2.3.2.2 Aglomerantes
De acordo com Fiorito (1994), os aglomerantes utilizados na produo de
argamassa de revestimento so em geral o cimento portland e a cal hidratada.
Conforme estudos de Carasek et al. (2001), o tipo e as caractersticas fsicas do
cimento podem influenciar os valores de aderncia das argamassas, sendo que um dos fatores
mais significativos na resistncia de aderncia a finura do cimento, pois quanto mais fino for
o cimento, maior ser a resistncia de aderncia obtida, tanto final quanto, principalmente, ainicial.
7/31/2019 TCC_DAIANA
42/98
Segundo Cincotto et al. (1999), h uma grande influncia dos tipos de cimentos
existentes nas propriedades mecnicas das argamassas, devendo cada trao ser adequado ao
tipo de cimento empregado.
Segundo Carasek et al. (2001), melhorias tanto na extenso como no valor da
resistncia de aderncia podem ser obtidas pela adio de pequenas pores de cal s
argamassas de cimento Portland.
A cal pode ser classificada, segundo NBR 7175 (ABNT, 2003), em trs tipos:
CHI, CHII, CHIII. A cal do tipo CHI a cal hidratada especial, que apresenta maior teor de
xidos totais, tornando-se mais reativa que as demais. Com isso, as propriedades da
argamassa, com relao principalmente reteno de gua e a trabalhabilidade, so melhores.
A cal CHII a cal hidratada comum e a CHIII a comum, com a adio de carbonosfinamente modos.
Segundo Carasek (2007), a cal alm de ser um material aglomerante, possui, por
sua finura, importantes propriedades plastificantes e de reteno de gua.
2.3.2.3 gua de amassamento
Conforme a antiga norma NBR 7200 (ABNT, 1982), toda gua apropriada ao
amassamento da argamassa, desde que no seja contaminada por impurezas, no seja
proveniente de processos industriais ou que apresente alto teor de sais solubilizados.
A relao gua/aglomerantes tem grande importncia tanto na trabalhabilidade da
argamassa como nas propriedades das argamassas endurecidas, como porosidade, absoro de
gua, retrao de secagem, resistncia mecnica, etc.Segundo a NBR 13276 (ABNT, 2005), a quantidade de gua de amassamento
deve ser obtida atravs do ndice de consistncia-padro da argamassa aditivada, com valor
compreendido entre (255 10) mm.
2.3.3 Controle tecnolgico para avaliao das caractersticas e propriedades das
argamassas de revestimentos
7/31/2019 TCC_DAIANA
43/98
Conforme Saretok (1977 apud Selmo, 1989) as propriedades consideradas como
requisitos de desempenho das argamassas de revestimento seguem relacionados no quadro 19.
Propriedade no estado fresco Propriedade no estado endurecido
Adeso inicial Coeso Consistncia Endurecimento Exsudao de gua Reteno de gua Reteno de consistncia Tixotropia Trabalhabilidade
Aderncia Retrao por secagem Umidade de equilbrio e mximo de
umidade absorvida
Fissurao Resistncia superficial Permeabilidade gua Absoro de gua Textura e cor Estabilidade Condutibilidade trmica Resistncia ao congelamento Resistncia ao fogo
Quadro 19 Propriedades consideradas requisitos de desempenho das argamassas de revestimento
Fonte: Saretok, 1977 apud Selmo, 1989
No item 2.2.2, anteriormente discutido, foram citados alguns mtodos de ensaios
para caracterizao de algumas destas propriedades, julgadas mais importantes. Deve-se
salientar que atualmente no existem mtodos de ensaio e nem to pouco critrios de
desempenho para todas essas propriedades.
No Brasil, a grande diversidade de areias de rio, de cavas e artificiais usadas nasargamassas, bem como de adies minerais plastificantes ou substitutos da cal, segundo
Selmo (1989) fazem com que as argamassas tradicionais, obtidas de cimento, cal hidratada e
areia, estejam hoje sem regulamentao de traos empricos. Apenas a NBR 8798 (ABNT,
1985), de alvenaria estrutural, apresenta a indicao de traos empricos para argamassas,
embora questionveis.
Desta forma, tais autores, interpretam que as argamassas consagradas pelo uso
dispensam a comprovao de suas propriedades, desde que produzidas a partir de materiais de
boa qualidade e por procedimentos adequados, de correo de traos, de mistura e de
aplicao.
7/31/2019 TCC_DAIANA
44/98
2.4 DESPERDCIOS NA CONSTRUO CIVIL
Na busca para atingir melhores nveis de competitividade e de qualidade, o setor
da construo civil, comea lentamente utilizar os conceitos e princpios da indstria
manufaturada. Sendo um dos parmetros, muito discutido atualmente, a eliminao das perdas
e desperdcios neste setor.
Segundo Freitas (1995), o desperdcio na construo civil todo o recurso que se
gasta para executar um produto ou servio sem agregar valor ao mesmo.
Para Santos (1995), o desperdcio na construo civil pode ser conceituado como
qualquer ineficincia que se reflita no uso dos materiais, mo-de-obra e equipamentos emquantidades superiores quelas necessrias produo da edificao.
Para que ocorra uma organizao na produo dos revestimentos de argamassa
bem como sua racionalizao necessrio antes se conhecer e intervir nas diversas atividades
que envolvem a produo de um revestimento, ou seja, preciso se conhecer o sistema de
produo dos revestimentos de argamassa.
2.4.1 Sistema de produo dos revestimentos de argamassa
Segundo Antunes (2008), um sistema de produo de revestimentos de argamassa
pode ser decomposto nas seguintes atividades: projeto, produo, aplicao, controle,
armazenamento e transporte.
O principal objetivo desta classificao facilitar a ao gerencial para solucionaras causas das perdas, atravs da identificao das suas origens e natureza.
7/31/2019 TCC_DAIANA
45/98
2.4.1.1 Projeto
A falta de coordenao entre os projetos, principalmente entre o de arquitetura e o
de estrutura, acarreta na necessidade de se aumentar a espessura dos revestimentos.
Pinto (1989), ao calcular a diferena entre o volume projetado (espessura
projetada x rea de revestimento) e o volume utilizado na execuo dos revestimentos em
argamassa (tetos, paredes internas e externas), chegou ao valor de aproximadamente 80% de
perdas devido sobrespessura dos revestimentos estudados.
Para Melhado (1995), a soluo para o desperdcio na execuo dos revestimentos
de argamassa a elaborao do projeto de revestimento, que, para este autor, corresponde definio clara e precisa de todos os aspectos relativos aos materiais, tcnicas e detalhes
construtivos a serem empregados e aos padres e tcnicas de controle de qualidade a serem
observados.
O projeto de um revestimento pode conter informaes tanto do projeto do
produto, com a definio da composio do trao em funo de determinados parmetros, tais
como condies de exposio, condies de execuo, caractersticas da base e necessidades
dos usurios e a definio das caractersticas geomtricas do revestimento quando aplicadoem um substrato (nmero de camadas, a espessura, as juntas de trabalho e de dilatao);
quanto do projeto do processo, que inclui o planejamento da execuo trazendo cronograma
de atividades, quantificao dos servios, previso de suprimentos, recomendaes,
procedimentos para a preparao da argamassa, os mtodos e tcnicas construtivas a serem
adotadas para a aplicao do revestimento, disposio e seqncia de atividades no servio e o
uso e as caractersticas dos equipamentos.
O potencial de racionalizao de um sistema de revestimento tanto maior quantomais cedo nele houver uma interveno, , portanto a partir da fase de projeto dos
revestimentos que se consegue planejar o conjunto de atividades de produo com o sentido
de se diminuir desperdcios e aumentar a produtividade. So tambm em funo do projeto
que se originam os principais problemas patolgicos nos revestimentos, portanto um bom
projeto dos revestimentos provavelmente tambm assegurar um desempenho melhor destes
revestimentos.
7/31/2019 TCC_DAIANA
46/98
2.4.1.2 Produo da argamassa
Esta atividade consiste da mistura dos materiais componentes da argamassa. O
modo de preparo das argamassas deve ser definido levando-se em conta o desempenho da
argamassa, os custos, as caractersticas fsicas da obra e do canteiro e os materiais disponveis
no mercado. A definio do modo de preparo das argamassas tambm est relacionada com a
medio dos materiais necessrios e com o local de preparo da argamassa no canteiro de obra.
Segundo Antunes (2008), o modo de preparo das argamassas mais usual e
tradicional o realizado no prprio canteiro de obras, neste caso geralmente se prev um
espao no canteiro para localizao da central de preparo atravs de betoneiras estacionrias eespao para estocagem de todas as matrias-primas necessrias.
Mas devido necessidade crescente de reduo nos custos, a grande necessidade
de controle de materiais na obra, a existncia de espaos reduzidos nos canteiro de obras e a
introduo de novos materiais na composio das argamassas, o mtodo de produo de
argamassas virada em obra, responsvel por grande parte dos desperdcios no setor, vem, cada
vez mais, caindo em desusos. Nos grandes centros, j nem se fala mais neste mtodo de
produo, tal fato dar-se pelas alternativas de preparo das argamassas que tem sido ofertadopelo mercado.
Encontram-se atualmente no mercado argamassas semi-prontas, que eliminam a
necessidade de preparao da argamassa no canteiro de obra, bastando apenas adio de
gua e cimento para a sua aplicao. A mistura com gua e cimento pode ser feita em centrais
no canteiro (betoneiras), ou utilizando-se misturadores de argamassa localizados prximos de
onde se vai aplicar o revestimento.
Outra alternativa que vem sendo muito aceita pelo mercado so as argamassasprontas fornecidas em caminhes betoneira e pr-misturadas em uma central dosadora. Neste
caso, nem h a necessidade de adio de gua no canteiro, apenas que haja espaos
apropriados para o armazenamento da argamassa pronta.
2.4.1.2.1 Local de preparo da argamassa
7/31/2019 TCC_DAIANA
47/98
Segundo Antunes (2008), o local de mistura da argamassa influi no fluxo de
materiais e pessoas, ritmo de produo, diferentes nveis de controle da qualidade da
argamassa e em perdas quantitativas de materiais.
A mistura da argamassa pode ser de duas formas, ou seja, em local nico no
canteiro de obras (central de preparo) ou em locais variveis. Neste ltimo caso, comumente
ocorre nos pavimentos de execuo do servio.
Para as argamassas preparadas em obra, a mistura em locais variveis apresenta
alguns problemas, tais como dificuldade no controle de qualidade da argamassa e perdas na
medio e transporte dos materiais, sendo que se faz necessria a medio de todos os
materiais constituintes.
Para as argamassas semi-prontas, a mistura em locais variveis pode ser um poucomais simplificada quando comparado as argamassas virada em obra, mas ainda torna-se
problema, pois podem ocorrer perdas na medio e transporte dos materiais.
J as argamassas dosadas em centrais apresentam maiores vantagens neste item,
pois despensa um local prprio para sua produo por no precisarem de medio de
materiais, pois so fornecidas prontas para o uso, podem ser diretamente colocadas nos
pavimentos de execuo do servio. Este mtodo de produo de argamassa permite menores
solicitaes de transporte e mo-de-obra e otimizao dos sistemas de transporte vertical, comutilizao fora dos horrios de pico da obra.
2.4.1.2.2 Medio dos materiais
Os equipamentos recomendados para a medio dos aglomerantes e dosagregados so as padiolas e os carrinhos-padiola.
A medio da quantidade de gua pode ser feita com o auxilio de baldes, latas ou
dosadores os quais devem ter uma marca visvel, evitando variaes da quantidade de gua. E,
para alguns tipos de misturadores, a dosagem de gua pode ser automtica.
Embora em alguns casos se recomende incorporar aditivos na argamassa
preparada em canteiro, o seu uso comprometido em funo da dificuldade de sua dosagem,
uma vez que precisa de quantidades mnimas, difceis de serem medidas no canteiro de obras.
A isto soma-se o fato de que muitas vezes o equipamento utilizado no adequado.
7/31/2019 TCC_DAIANA
48/98
2.4.1.2.3 Mistura da argamassa
De acordo com a norma NBR 7200 (ABNT, 1998), as misturas devem ser feitas
por processos mecanizados ou, em casos excepcionais, por processo manual. A mistura
manual no aconselhvel, pois no garantida a correta homogeneizao da argamassa, o
que compromete as suas propriedades.
Segundo REGATTIERI & SILVA (2003) muitos so os equipamentos atualmente
disponveis para o preparo mecnico da argamassa. Tais equipamentos podem ser
classificados de acordo com o sistema de mistura, com o tipo do eixo e com o regime de
produo. No quadro 20, apresenta-se essa classificao.
Quadro 20 Tipos de misturadores de argamassa
Fonte: REGATTIERI & SILVA (2003)
Segundo Antunes (2008), os misturadores de queda livre (ou gravitacionais),
tambm conhecidos por betoneiras, no so indicados para a mistura da argamassa, pois no
garantem a perfeita homogeneidade da mistura.
Apesar disso, nota-se que eles so muito usados para a mistura de argamassa de
revestimento. O ideal que o preparo da argamassa seja feito com equipamento especfico e
melhor adaptado para a produo de argamassa, denominado de argamassadeira.
A falta de equipamentos especficos para a mistura da argamassa preparada emobra uma desvantagem para esta forma de produo. Uma das vantagens das
Critrios de classificao Tipos de misturadores
Tipo de mistura Por queda livre ou gravitacional
Forada
Tipo de eixo
Horizontal
Vertical Inclinado
Planetrio
Regime de produo Intermitente (por batelada)
Continuo
7/31/2019 TCC_DAIANA
49/98
argamassadeiras sua dimenso, que permite o deslocamento na obra com facilidade o que
pode facilitar a produo das argamassas semi-prontas nos pavimentos de execuo do
servio. A maioria das argamassadeiras dotada de rodas, sendo possvel sua movimentao
por apenas um profissional.
J as argamassas dosadas em central, como j foram mencionadas anteriormente,
dispensam misturas de materiais, pois j so fornecidas prontas para uso, inclusive com a
adio de gua.
2.4.1.3 Aplicao
Esta a atividade final no sistema de produo dos revestimentos, ou seja,
aplicao e o acabamento do revestimento de argamassa.
Segundo Antunes (2008), a aplicao da argamassa na parede envolve uma srie
de operaes, podendo-se destacar:
a limpeza e preparao do substrato (incluindo chapisco, se houver); o taliscamento da parede e execuo de mestras; a aplicao da argamassa propriamente dita; o acabamento do revestimento (sarrafeamento e desempeno).A aplicao do revestimento pode obedecer a um conjunto de diferentes tcnicas
que preferencialmente devem ser definidas durante a fase de projeto, em funo das
caractersticas que se deseja obter do mesmo.
O revestimento pode ser aplicado em camada nica ou em duas camadas, pode
dispensar a utilizao do chapisco, pode haver execuo anterior de mestras ou no, pode seraplicado manualmente ou por projeo mecnica, pode ter um acabamento sarrafeado,
desempenado, camurado alisado ou texturado.
A tcnica de aplicao das argamassas bastante influenciada pela introduo, a
cada dia, de novos equipamentos e acessrios no mercado local, como por exemplo, novos
tipos de desempenadeiras, a utilizao de balancim eltrico em fachadas, os equipamentos de
projeo mecnica das argamassas.
7/31/2019 TCC_DAIANA
50/98
2.4.1.4 Controle de recebimento e qualidade dos materiais
Segundo Formoso et. al. (1999), um dos problemas causadores de ineficincia da
execuo dos servios que utilizam a argamassa a falta de qualidade e grande variabilidade
dos materiais, que podem ocasionar patologias, perdas de materiais, retrabalho, etc.
Desta forma, a realizao de um controle de recebimento em prol da qualidade
dos materiais que iro constituir a argamassa, e da certeza de que o material recebido est de
acordo com as especificaes e com a quantidade solicitada, uma etapa determinante para
auxiliar no processo de racionalizao de subsistema revestimento.
O controle deve estar presente em todas as fases do sistema de produo dorevestimento de argamassa, do projeto ao acabamento final.
importante ressaltar que para argamassas produzidas em canteiro
imprescindvel um estudo prvio de dosagem visando determinar tanto o proporcionamento
propriamente dito quanto as especificaes das matrias primas.
Em funo do uso de diferentes materiais, a argamassa preparada em obra
necessita de um nmero maior de controles comparado s argamassas semi-prontas e dosadas
em central. Este custo muitas vezes negligenciado quando di planejamento dosempreendimentos.
Segundo Formoso et. al. (1999), outra desvantagem da argamassa preparada em
obra a dificuldade em controlar a qualidade da areia, que apresenta diversos problemas
difceis de serem detectados, como a presena de impurezas.
2.4.1.5 Recebimento e descarga dos materiais
A forma de descarga dos materiais, utilizados na produo de argamassa, est
ligada forma de recebimento deles.
Os materiais entregues em sacos (cimento e cal) so descarregados manualmente
ou, se forem entregues em paletes, com o uso de carro porta-palete, empilhadeiras ou grua.
Os materiais entregues a granel so descarregados, geralmente, pelo prprio
veiculo de entrega. A areia recebida a granel em caminhes basculantes. A necessidade do
descarregamento da areia fora de seu local de armazenamento pode ser muito onerosa, uma
7/31/2019 TCC_DAIANA
51/98
vez que pode demandar grande quantidade de mo-de-obra, alm de uma logstica
complicada.
A argamassa dosada em central