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tácio moreira/metropress alberto coutinho/agecom · novo”. A brincadeira caiu na boca dos cole-gas e virou resenha comandada pelo presi-dente Leo Prates. Quem quer largar o osso?

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Jornal da Metrópole, Salvador, 13 de abril de 20172

Publisher Editora KSZDiretor Executivo Chico KertészEditor Felipe ParanhosProjeto Gráfico Marcelo Kertész

Grupo Metrópole Rua Conde Pereira Carneiro, 226 Pernambués CEP 41100-010 Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000

Editor de Arte Paulo BragaDiagramação Dimitri Argolo CerqueiraRedação Bárbara Silveira e Matheus SimoniRevisão Felipe Paranhos

Fotos Tácio MoreiraProdução Gráfica Evandro BrandãoComercial (71) 3505-5022 [email protected]

Jornal da

Boca quente

SUA SANTIDADE...Sempre irônico, o senador Otto Alen-car (PSD) voltou a dizer que ainda não tem como prever seu futuro político, mas que se diverte com as previsões: ‘Lançaram meu filho para candidato a vice de Rui Costa, me lançaram como vice de ACM Neto, me lançaram candi-dato a governador e teve até gente que me lançou candidato a Papa”, brincou.

A VEZ DO NOVOJá em seu sétimo mandato na Câmara, o vereador Odiosvaldo Vigas (PDT) já defi-niu seu slogan para 2020: “Agora é a vez do novo”. A brincadeira caiu na boca dos cole-gas e virou resenha comandada pelo presi-dente Leo Prates. Quem quer largar o osso?

EU SOZINHO Marcelo Nilo anda a cada dia mais enfra-quecido politicamente. Além de ter per-dido influência no governo, hoje faz parte do bloco do “eu sozinho”. A solução para o Homem de Antas — e de Antes — é mes-mo ir chorar no pé do caboclo.

BACALHAU O presidente da Assembleia Legisla-tiva, Angelo Coronel (PSD), continua trabalhando no atacado. A última foi conceder um abono salarial de Páscoa, que os servidores logo apelidaram de “bacalhau”.

Se depender das vereadoras de oposição, o bate-boca entre a secretária de Políticas para as Mulheres de Salvador, Taissa Gama, e uma ex-funcionária não vai passar em brancas nuvens. A Comissão de Direitos para as Mulheres da Casa enviou a Taissa um pedido para que ela peça desculpas publicamente, além de cobrar um posicionamento do prefeito ACM Neto.

Além de Paulo Câmara, outro nome do PSDB baiano articula para disputar uma cadeira na Assembleia Le-gislativa nas eleições do ano que vem. Trata-se do vereador Tiago Correia, que vira e mexe vai se consultar com as altas hostes tucanas em Brasília. Aos mais próximos, Correia tem dito que o páreo não vai ser fácil.

O ASSUNTO AINDA RENDE

CORREIA QUER A ASSEMBLEIA

... PAPA OTTO I“Eu disse logo ‘não, muito obri-gado’”, continuou o bem-humo-rado Otto Alencar, que voltou a defender uma atuação urgente por parte do governo federal para salvar o Rio São Francisco. “Isso, sim, tem me preocupa-do demais. Tirado meu sono”, completou.

tácio moreira/metropress alberto coutinho/agecom

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Jornal da Metrópole, Salvador, 13 de abril de 2017 3

Você tambémpode fazer a sua parte.

Não jogue lixo nas ruas, bueiros, canais e encostas

Para evitar deslizamentos, não faça corte “a pique” nas encostas

Mantenha a cobertura vegetal das encostas; as raízes ajudam a segurar a terra

Não plante bananeira nas encostas

Mantenha as margens dos rios e canais livres para manutenção

Se perceber inclinação de postes, árvores ou muros, entre em contato com a Codesal

A Prefeitura está trabalhando para prevenir os riscos das chuvas.

Orientação aos moradores das áreas de risco

Limpeza de canais e bueiros

Desobstrução e recuperação de drenagem

Vistoria e poda ou remoção de árvores com risco de tombamento

Limpeza de encostas

Vistoria técnica de imóveis em áreas de risco

Aplicação de lona para proteção de áreas de risco

Aplicação de geomanta em encostas com alto risco de deslizamento

Implantação de contenção de encostas

Recuperação de escadarias

A GENTE NÃOPODE EVITAR AS CHUVAS FORTES,

MAS PODESE PREPARAR

PARA ELAS.

EM CASO DE EMERGÊNCIA

DISQUE 199CADASTRE-SE PARA SER UM VOLUNTÁRIO EM:

codesal.salvador.ba.gov.br

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“Não tem nenhuma estrutura. A gente sempre está tomando chuva ou sol”

Soiane Silva, educadora e usuária de ônibus

JCDECAUX: 17 ANOS DEDESCASO Desde 2000 dominando

o mobiliário urbano de Salvador, empresa ignora peculiaridades da cidade e maltrata ainda mais os usuários de ônibus

A educadora Soiane Silva tem uma lista extensa de re-clamações sobre os pontos de ônibus projetados pela empresa JCDecaux, instalados em diver-sos pontos da cidade. “Não tem estrutura para quando chove ou mesmo no sol. Não é feito de uma maneira de acordo com a natureza, então a gente sem-pre está tomando chuva ou sol. Às vezes não tem cadeira para sentar, às vezes a quantidade de pessoas é muito maior do que o

ponto suporta...”, reclamou.A JCDecaux foi a vencedora

dos contratos de concessão do mobiliário urbano de Salvador ainda na gestão de Antônio Imbassahy. Na época, a empre-sa se tornou responsável pela administração dos pontos de ônibus, banheiros, painéis pu-blicitários e outros itens — só que, nos últimos anos, como já mostrou a Metrópole, reduziu drasticamente os serviços pres-tados na cidade e tem deixado a desejar quanto à manutenção dos equipamentos.

Os pontos de ônibus da JC Decaux são tão ruins que a população prefere ficar debaixo de um poste para conseguir um pouco de sombra

Cidade

Mais de 17 anos após a as-sinatura do contrato com a JC-Decaux, o modelo de abrigo de ônibus é criticado não só por passageiros, mas também por arquitetos e urbanistas como o baiano Fernando Peixoto.

De acordo com o especia-lista, os pontos deveriam ser mais funcionais para o usuário

e servir para contar um pouco da história de personalidades da Bahia. “Um local em que pudesse estar exposto algo sobre a cidade. Acho que ele pode ter mais conforto, mas é preciso muito cuidado para esse conforto não se tornar abrigo de barracas, de came-lôs”, opinou.

PROJETO É QUESTIONADO

Fotos Tácio MoreiraTexto Bárbara [email protected]

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Fábio Mota admitiu que modelo de Lelé é

mais eficiente

No ponto criado por Lelé, até intervenções ecológicas são possíveis — como esta, recente

Cidade

O ponto administrado pela JCDecaux na Avenida Jequi-taia, na região da Calçada, estava com parte dos vidros estraçalhados na manhã da úl-tima quarta-feira (12). Apesar do risco, pedestres se espre-miam na pequena área de co-bertura para tentar fugir do sol forte. “Não tenho costume de pegar ônibus aqui, mas isso é perigoso mesmo”, reconheceu a aposentada Lourdes Lopes.

Procurada pela Metró-pole, a empresa argumentou que faz a manutenção regular e “constante” dos 390 pontos, “incluindo intervenções pro-gramadas e corretivas”.

Apesar de antigos, os pon-tos projetados pelo arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, agradam muito mais a popu-lação que depende do trans-porte público. De acordo com a usuária Soiane Silva, por ser construído em concreto e ter estrutura mais ampla, as edificações dão muito mais

segurança e conforto. “Aque-les pontos mais antigos eram bem melhores, porque ti-nham uma base central e sa-íam duas laterais. Então, ou ele cobria o fundo ou a fren-te. Aquele era melhor. Esse só tem para frente. Tem uns que a parte de trás fica totalmen-te descoberta”, avaliou.

O secretário de Mobilidade de Salvador, Fábio Mota, reco-nheceu que o modelo de Lelé é mais eficiente, mas expli-cou que não é todo lugar que comporta a estrutura. “A Av. Cardeal da Silva, por exemplo, é estreita. Colocamos mais

em final de linha”, explicou. Ainda segundo Fábio Mota, o contrato de concessão termina em 2019 e, depois disso, será pensado o que deve ser feito. “Tem que aguardar para ver se renova ou faz outro tipo de modelo”, disse.

PASSAGEIROS SE ESPREMEM EM MEIO A CACOS DE VIDRO NA AVENIDA JEQUITAIA

“OS PONTOS ANTIGOS ERAM BEM MELHORES”

MUDANÇA, TALVEZ, EM 2019

390pontos de ônibus de Salvador são do formato da JCDecaux

Em 2016, a Metrópole de-nunciou que a JCDecaux acabou com quase todos os banheiros públicos que faziam parte do mobiliário. Na época, a diretora--geral da empresa no Brasil, Ana Célia Biondi, culpou o soteropo-litano pelo fim de algo que a em-presa deveria cuidar. “Quando foram instalados, foram muito mal utilizados. Não estou que-rendo dizer que a população é mal educada. No mundo inteiro o banheiro não funciona. Eles foram usados desde sempre como pontos de drogas, de pros-tituição”, afirmou a executiva.

JCDECAUX ABANDONOU BANHEIROS

Na região da Barra, quem for pegar ônibus precisa sair do ponto para se abrigar do sol

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Fotos Tácio MoreiraTexto Bárbara Silveira e Yasmin [email protected]

ELES SÃO QUENTES E SUJOS,MAS QUEREM SEU DINHEIRO

Supermercados de Salvador abusam dos maus tratos aos clien-tes, sem ar condiciona-do ou higiene adequa-da. Extra e Atakarejo são os recordistas

Quando você pensa em comida, as principais coi-sas que vêm em mente são limpeza e organização, cer-to? Acontece que, se você realiza suas compras em alguns supermercados de Salvador, é melhor redefinir suas prioridades. Nas últi-mas semanas, o Jornal da Metrópole recebeu dezenas de reclamações sobre falta de higiene e de refrigeração adequada nos maiores cen-tros de compras da cidade.

Na última quarta-feira (12), percorremos alguns dos lugares apontados e a conclu-são não foi nada boa: em Sal-vador, para comprar, é preciso tolerar até a presença de ani-mais nojentos e indesejados.

No Extra da Av. Luiz Viana Filho, a Paralela, aos funcionários resta um ventiladorzinho

Esta foto mostra como o Atakarejo do Caminho de Areia trata os clientes: além do péssimo acondicionamento dos produtos, o consumidor é obrigado a lidar com cada coisa que é melhor nem descobrir o que é

Cidade

Foi-se o tempo em que ir ao supermercado ajudava a ame-nizar o calorão de Salvador. Hoje, ar-condicionado é coi-sa rara nas principais redes. A Metrópole esteve no Bompre-ço do Politeama, no Atakarejo de Caminho de Areia e no Ex-tra da Av. Luiz Viana Filho e só na primeiro deles havia refri-geração funcionando de modo minimamente adequado.

AR-CONDICIONADO É COISA DO PASSADO

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“Já flagrei ratinhos correndo numa das seções”

Marise Bispo, dona de casa

Com tanto calor, é fácil ver produtos estragando rapidamente — como estas tangerinas

O ouvinte Fábio Corrêa flagrou a agonia dos clientes do Extra com o calor. Esta usou um leque

Cidade

Por volta das 11h30 da últi-ma quarta, o Extra da Av. Luiz Viana Filho parecia uma ver-dadeira sauna. A dona de casa Andreia Farias usava a lista de compras para tentar espantar o calor. “Tá muito quente aqui. Hoje tá só calor, mas tem dias em que a peixaria fede muito”, afirmou. A temperatura alta também foi motivo de recla-mação do perito Osmar Sou-za, que aguardava na fila para pagar as compras e contava apenas com a ajuda de um ven-tilador. “Tá demais. Tem um comunicado ali dizendo que o ar deve estar pronto brevemen-te. Mas eu vim aqui há uns 20 dias e já estava lá [o comunica-do]”, afirmou.

No Atakarejo do Caminho de Areia, os problemas são tantos que o calor passa qua-se despercebido. Em meio às prateleiras, muita sujeira e restos de alimentos espalha-dos. Não é à toa que a dona de casa Marise Bispo já teve uma surpresa nada agradável. “Deveria ser bem melhor com a organização. Já flagrei uns

ratinhos correndo em uma das seções”, lembrou.

Segundo a bancária Rebe-ca Barreto, na loja de Piatã, a sujeira é constante e os caixas usam um ventilador para ame-nizar o calor. “É muito quen-te. E olhe que eu fui à noite. É frequente também ver baratas nas prateleiras. É como se não existisse fiscalização”, disse.

LISTA VIRA ABANADOR NO EXTRA PARALELA ATAKAREJO: RATOS E BARATAS POR TODO LADO

O Atakarejo afirmou que a central de ar da loja de Piatã estava em manutenção até o dia 5, mas que a refrigeração já foi restabelecida. A loja não se posicionou sobre a falta de higiene e a denúncia do Cami-nho de Areia. Já o Bompreço afirmou que o sistema de ar da loja do Canela está sendo avaliado. “Em relação à loja do Politeama, os exaustores do ar-condicionado passaram por um trabalho de isolamento nos últimos dias”, declarou.

RESPOSTAS VAZIAS E NENHUMA SOLUÇÃO

Extra promete temperatura agradável até o fim do mês. Enquanto isso, melhor não ir lá

HAJA CALOR

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Jornal da Metrópole, Salvador, 13 de abril de 20178

Texto Matheus [email protected]

Brigas entre organizadas ofuscaram a ótima torcida mista

Fim da tradiçãoNo Mineirão, causou polêmica em 2016 o aumento do preço e a “gour-metização” do tradicional feijão tropeiro, que era servido no prato de plástico e passou a ser vendido em insossas quentinhas de isopor.

Sem acarajéPaulo Leandro também critica a descaracterização dos estádios baianos. “Não tem mais acarajé ou abará. O torcedor tem que comer um ou outro sanduíche de R$ 13, que ninguém sabe há quanto tempo está lá”, diz.

Esporte

O FUTEBOL ESTÁ CHATOClubes, dirigentes e imprensa colaboram para implantar à força o politicamente correto no esporte preferido do baiano

O título desta matéria é au-toexplicativo. Quem acompa-nha futebol ou dedica alguns minutos para a ver a bola ro-lando nos gramados sente fal-ta dos tempos em que Bahia e Vitória paravam a cidade nos Ba-Vis. No último final de se-mana, os dois clubes da capital se enfrentaram pelo torneio estadual já classificados. O alento para quem compareceu ao estádio foi a possibilidade

de retomar um antigo costume dos torcedores que frequenta-vam a velha Fonte Nova: a tor-cida mista. Muitos tricolores e rubro-negros viram o clássico lado a lado, numa condição que favoreceria a velha “rese-nha” sadia entre os torcedores.

Mas até isso tentaram estra-gar: fora do estádio, membros de torcidas organizadas dos dois clubes protagonizaram verda-deiras cenas de guerra, com uma morte — que acabou ofuscando a iniciativa da torcida mista.

QUEREM ACABAR ATÉ COM AS PROVOCAÇÕES

No último Ba-Vi, domin-go (9), foi possível ver um so-pro do antigo futebol da era da velha Fonte. Em lance na área rubro-negra, os zaguei-ros Lucas Fonseca e Kanu, de Bahia e Vitória, tiveram uma discussão acalorada. Em de-terminado momento, o de-fensor tricolor acusou o rival

de estar com bafo, provoca-ção que teve repercussão na-cional por conta da esponta-neidade e do ineditismo.

Porém, a quase folclórica postura de Lucas Fonseca chegou a ser vista como ati-tude de racismo por parte da imprensa — o que claramen-te não foi o caso. A provocação sobre o suposto bafo do zagueiro Kanu foi tratada como “possibilidade de racismo” por setores da imprensa baiana

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Próximo clássicoO próximo Ba-Vi está marcado para 27 de abril, no Barradão, pela semi-final da Copa do Nordeste. A partida de volta acontece na Arena Fonte Nova, três dias depois, um sábado, para definir o classificado à final.

“Tudo o que a civilização sufoca leva ao tédio”“Tudo o que a civilização sufoca demais nos torna chato e leva ao suicídio e leva ao tédio. Entre o desejo e o tédio, buscamos um jeito de não se matar. O futebol é ótimo para isso e se divertir bastante com as coisas curiosas e divertidas, além das inesperadas”, analisa o pesquisador.

Esporte

Em meio à tentativa de unir as torcidas, também colabo-ra com a chatice do futebol a tentativa de podar a persona-lidade de atletas mais polêmi-cos. Recentemente, o atacante Hernane, do Bahia, declarou que faria um gol no clássico Ba-Vi. Bastou isso para que ele fosse repreendido pela dire-

toria do clube — o que o pre-sidente Marcelo Sant’Ana ad-mitiu em recente entrevista à Rádio Metrópole.

Bom mesmo deve ser aque-le jogador que fala que “vai co-locar o que o professor treinou durante a semana, para con-quistar os três pontos, que são o mais importante”, né?

PERSONALIDADE PODADA

“A CHATICE VAI AFASTAR O PÚBLICO”Para o jornalista esporti-

vo e pesquisador Paulo Le-andro, autor do livro “Negô! Baêa! - A invenção da torci-da baiana”, a atual cultura do futebol descaracteriza o esporte.

“Provavelmente, no pró-ximo passo histórico, à me-dida em que o mercado for percebendo que a chatice vai afastar o público — e, portanto, seu cliente —, é provável que esse mercado reaja e possa voltar a soltar

um pouco o torcedor. Na rei-nauguração da Fonte Nova, há quatro anos, era possível ao jogador subir as escadi-nhas e abraçar o torcedor. Ela não foi feita para isso, mas o jogador e o torcedor reinventaram a escadinha com o propósito do encon-tro. Mas então veio o poder ordenador do estado e da empresa e determinou que a escadinha ficasse proibida para isso”, lamentou Paulo Leandro.

Falante à moda antiga, Hernane foi censurado pelo cada vez mais politicamente correto futebolSem a vigilância do politicamente correto, torcedores mantém acesa a resenha esportiva — que, afinal, é o que mantém intensa a paixão

Pesquisador critica atual chatice do futebol

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Jornal da Metrópole, Salvador, 13 de abril de 201710

Texto Felipe [email protected]

Salvador não está imune às consequências da seca na Bahia. Segundo o presidente da Empre-sa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), Rogério Cedraz, a hipó-tese de um racionamento de água não está descartada. Sem chuvas nas barragens que abastecem a capital e a Região Metropolitana, a situação piora a cada dia.

De acordo com Cedraz, a Ba-cia do Recôncavo Norte e a região de Camaçari, Mata de São João e Dias D’Ávila precisam urgente-mente de chuva. “Estamos com uma situação grave nos manan-ciais. Nunca tínhamos visto uma seca dessa. Chove no Nordeste quase todo e a Bahia tem ficado de fora. A situação é crítica e me-rece toda a atenção”, ressaltou.

Considerando o volume útil, entre o nível máximo e o nível de captação da água, os percentuais de armazenamen-to dos reservatórios do Recôn-cavo e Região Metropolitana são os seguintes: Pedra do Ca-valo (22,85%), Joanes I (68%), Joanes II (8,08%), Ipitanga I (20,09%), Ipitanga II (30,62%) e Santa Helena (10,65%).

“O uso racional de água é fundamental neste momento”, declarou Rogério Cedraz, du-rante entrevista a Mário Ker-tész na última segunda (10).

O presidente da Embasa ressaltou que, se não fossem as recentes obras do gover-no do estado para melhorar o abastecimento, a situação se-ria ainda pior.

Cedraz afirmou que Salvador precisa aprender a economizar água. “Em São Paulo, a mudan-ça de comportamento começou quando houve a necessidade de fazer um racionamento de água. Era uma coisa impensável, mas fizemos racionamento na cidade de Ilhéus. Quando isso aconteceu, houve uma mudança de compor-tamento. Salvador, infelizmente, ainda não tem essa cultura da economia da água. A chuva que caiu dá a sensação que as coisas estão normalizadas, mas isso não é verdade”, disse, ressaltando que as recentes tempestades ficaram restritas ao litoral baiano.

RESERVATÓRIOS EM RISCO MUDANÇA DE COMPORTAMENTO

Governo está ampliando o Sistema de Abastecimento do Reservatório R23, em Salvador

Foto Tácio Moreira

Entrevista

“O USO RACIONAL DE ÁGUA É FUNDAMENTAL NESTE MOMENTO”

À Metrópole, presidente da Empresa Baiana de Águas e Saneamento não descartou a possibilidade de Salvador sofrer racionamento de água em breve

Rogério Cedraz, presidente da Embasa

Ações do governo minimizam danos, diz presidente da Embasa

matheus pereira/agecom

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Jornal da Metrópole, Salvador, 13 de abril de 2017 11

“O transporte público ficou parado

por 40 anos”

“O problema do trânsito de Salvador é relativamente novo: começou há uns 15 anos”

Fabrizzio Muller, superintendente da Transalvador

Entrevista

Comandante de uma dos setores mais complicados da Prefeitura, Fabrizzio Muller, su-perintendente da Transalvador, foi entrevistado por Chico Ker-tész na última quarta-feira (12) e respondeu questionamentos de motoristas soteropolitanos.

Questionado sobre os en-garrafamentos, que lideram a lista de reclamações, o superin-tendente explicou que a solução é incentivar o uso do transporte público. “É você deixar o carro

em casa e utilizar o transporte público, que tem melhorado. O que aconteceu no Brasil foi que o transporte público ficou parado por 40 anos, a indús-tria automobilística teve força. Temos o problema cultural que é o carro. Não basta só ter um transporte público eficiente, é preciso que haja uma cultura para isso”, afirmou. Segundo Muller, o problema da capital é cultural. “Se nós tivéssemos, hoje, um trânsito perfeito como o de Londres, ainda haveria problemas”, disse.

Apesar de reconhecer os problemas de mobilidade de Salvador, Fabrizzio Muller afir-mou que o baiano tem “memó-ria curta” quando o assunto é problema no trânsito. “O pro-blema do trânsito de Salvador é relativamente novo. Come-çou há uns 15 anos. As pessoas têm memória curta. Diferente de São Paulo, por exemplo,

que já tem rodízio desde 1992. E aqui, por ser um problema novo, as pessoas querem im-putar a culpa [ao gestor atual]. O problema foi que houve um momento da frota. No NOA [Núcleo de Operação Assisti-da], a gente consegue dar uma resposta rápida. Mas realmen-te é muito trabalho”, afirmou o superintendente.

“A SOLUÇÃO DEFINITIVA É DEIXAR O CARRO EM CASA”Muller afirmou que a melhora do transporte público, com BRT e metrô, vai diminuir congestionamentos

Fabrizzio Muller, superintendente da Transalvador

Sobre o serviço da Zona Azul, Muller reconheceu que existem falhas. “Por falta de hábito da população, o sindicato dos ven-dedores da cartela de Zona Azul não deu certo. Quando esse tipo de serviço surgiu em Salvador, as pessoas podiam adquirir a car-tela da Zona Azul em bancas de jornal, por exemplo”, lembrou o superintendente.

Mas, para resolver a situação, segundo Muller, até o final de 2017, a Prefeitura vai anunciar medidas para coibir a atuação dos flanelinhas que atuam de forma clandestina. “Quem qui-ser, pode comprar na Transal-vador. A Prefeitura está fazendo um estudo sobre esse sistema e até o fim do ano a gente vai ter novidades”, disse.

SOTEROPOLITANO COM “MEMÓRIA CURTA”

COMPRA DA ZONA AZUL FACILITADA

Sistema de cartelas de Zona Azul já se demonstrou um problema insolúvel na cidade

Foto Tácio Moreira Texto Bárbara Silveira

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Jornal da Metrópole, Salvador, 13 de abril de 201712