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ÍNDICE TECNOLOGIA DE INCÊNDIO.......................................................... ............ 01 Histórico do Fogo.............................................. .......................... 02 Causas de Incêndio.......................................... ........................... 03 Incêndio.......................................... ............................................. 05 Elementos Essenciais do Fogo.............................................. ... 05 Meios de Transmissão de Calor............................................. ... 09 Conceito da Combustão......................................... .................... 10 Pontos Notáveis da Combustão......................................... ........ 11 Processo da Combustão......................................... .................... 11 Representação da Combustão......................................... .......... 12 1

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ÍNDICE

TECNOLOGIA DE INCÊNDIO...................................................................... 01Histórico do Fogo........................................................................ 02Causas de Incêndio..................................................................... 03Incêndio....................................................................................... 05Elementos Essenciais do Fogo................................................. 05Meios de Transmissão de Calor................................................ 09Conceito da Combustão............................................................. 10Pontos Notáveis da Combustão................................................. 11Processo da Combustão............................................................. 11Representação da Combustão................................................... 12Velocidade da Combustão.......................................................... 13Fatores que Influenciam na Velocidade da Combustão........... 13Marcha da Combustão................................................................ 13Produtos da Combustão............................................................. 14Classificação dos Incêndios....................................................... 17Evolução do Incêndio.................................................................. 18Processos de Extinção de Incêndio........................................... 19Agentes Extintores...................................................................... 19Extintores..................................................................................... 20Salvatagem................................................................................... 25Rescaldo....................................................................................... 26

TECNOLOGIA DE INCÊNDIO

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TÉCNICA:

Maneira, jeito ou habilidade especial de executar ou de fazer algo. Do grego Techinikos "relativo à arte", pelo latim Techiniku. Peculiar a uma determinada arte.

TÁTICA:

Conjunto de conhecimentos, especialmente princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo da atividade.

CONCLUSÃO:

Combater o incêndio faz parte de nossa missão, porém, antes de combater esse inimigo abominável, estude-o, conheça-o o máximo possível para combatê-lo de forma eficiente, caso contrário ele será fatal.

1. HISTÓRICO DO FOGO

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O nosso planeta já foi uma massa incandescente, que passou por um processo de resfriamento, até chegar à formação que conhecemos. Dessa forma, o fogo existe desde o início da formação da Terra, passando a coexistir com o homem depois do seu aparecimento. Presume-se que os primeiros contatos, que os primitivos habitantes tiveram com o fogo, foram através de manifestações naturais como os raios que provocam grandes incêndios florestais.

Na sua evolução, o homem primitivo passou a utilizar o fogo como parte integrante da sua vida. O fogo colhido dos eventos naturais e, mais tarde, obtido intencionalmente através da fricção de pedras, foi utilizado na iluminação e aquecimento das cavernas e no cozimento da sua comida. Nesse período, o homem dominava, plenamente, as técnicas de obtenção do fogo tendo-o, porém, como um fenômeno sobrenatural.

O homem era nômade, passou a ser sedentário, daí a necessidade do desenvolvimento tecnológico.

O "Homo Habilis" foi o primeiro ser a construir ferramentas. Há um milhão de anos o "Homo Erectus", os ancestrais da humanidade,

dominaram o fogo, viveram em clãs e se aventuraram fora do berço da humanidade, a África.

Sob o ponto de vista tecnológico o fogo só teve importância decisiva na idade dos metais. A possibilidade de acender o fogo tornou mais fácil a existência do homem. Técnicas para acender fogo:

Rotação sobre madeira seca de ponta de uma broca num arco. Fricção de pedra contra pedra e madeira contra madeira. Fricção de uma corda contra madeira. Antes da Idade Média, a teoria denominada "flogística" ou teoria do flogístico,

palavra de origem grega (“Phlogistos”) que significa inflamável, de autoria do médico e químico George Ernest Stahl (1660-1734), dizia que a matéria possuía um elemento extremamente leve e o fogo era apenas a perda ou liberação desse elemento.

No início da Idade Média os alquimistas, curiosos da química, através do célebre filósofo e cientista Arquimedes, nos estudos sobre os elementos fundamentais do planeta, ressaltou a importância do fogo, concluindo que eram quatro os elementos: o ar, a água, a terra e o fogo.

No século XVIII, um célebre cientista francês, Antoine Lawrence Lavoisier (1743-1794), descobriu as bases científicas do fogo. A principal experiência que forneceu a chave do “enigma” foi colocar certa quantidade de mercúrio (Hg - o único metal que normalmente já é líquido) dentro de um recipiente fechado, aquecendo-o. Quando a temperatura chegou a 300ºC, ao observar o interior do frasco, encontrou um pó vermelho que pesava mais que o líquido original. O cientista notou, ainda, que a quantidade de ar que havia no recipiente diminuíra de 1/5, e que esse mesmo ar possuía o poder de apagar qualquer chama e matar. Concluiu que a queima do mercúrio absorveu a parte do ar que nos permite respirar (essa mesma parte que faz um combustível queimar: o oxigênio). Os 4/5 restantes eram nitrogênio (gás que não queima), e o pó vermelho era o óxido de mercúrio, ou seja, o resultado da reação do oxigênio com o combustível.

Segundo Lavosier fogo é o resultado de um combustível reagindo com o oxigênio (02) resultando no aparecimento de energia térmica e luminosa. E a teoria do triângulo da combustão, que até hoje e fundamental para estudo de prevenção e combate a incêndios.

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O fogo foi intensamente estudado por ocasião da descoberta dos motores a combustão interna, não com o objetivo de alcançar o fogo ou o calor e sim a força propulsora. Foi estudando também na descoberta dos motores a jato, de combustão externa, com o objetivo de produção do empuxo.

2. CAUSAS DE INCÊNDIO

2.1 NATURAISSão aquelas decorrentes de fenômenos da natureza e se dividem em:

2.1.1 NATUREZA FÍSICO-QUÍMICA

Ex: Vulcões, terremotos, raios, meteoros, etc.

2.1.2 NATUREZA BIOLÓGICA

São os incêndios decorrentes do aumento da temperatura devido à fermentação e à ação degradativa das bactérias.

2.2 ARTIFICIAIS

2.2.1 MATERIAIS

2.2.1.1 De origem física-mecânica

Provenientes de qualquer fenômeno físico que produz energia calorífica.

2.2.1.1.1 Atrito

Fricção entre corpos rígidos, ou entre partes metálicas com lubrificação deficiente.

2.2.1.1.2 Choque

Choque entre partes metálicas frouxas ou desajustadas, em máquinas e motores que estejam sujos com resíduos de óleo e graxa.

2.2.1.1.3 Compressão

Compressão brusca e continuada dos gases provocando o aumento de temperatura em recargas de cilindro de gases, por exemplo.

2.2.1.1.4 Condução térmica

Calor transmitido de um corpo em alta temperatura para corpos vizinhos que estejam em condições normais.Ex: Uma chaminé em contato com o forro de madeira do telhado.

2.2.1.2 De origem química

Substâncias químicas que podem gerar calor quando se combinam, ou em decomposição, produzindo aquecimento, inflamação ou explosão.Ex: Metais pirofóricos finamente divididos quando expostos ao ar.

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2.2.1.3 De origem biológica

Aumento de temperatura provocado pela fermentação e a ação degradativa das bactérias, obtido em laboratórios.Ex: Fermentação do lixo em um biodigestor de gás para fins domésticos.

2.2.1.4 Eletricidade

São aqueles gerados por fenômenos termoelétricos.Ex: Curto-circuito, sobrecarga, fuga de corrente, etc.

2.2.2 HUMANAS

2.2.2.1 Culposas

São incêndios nos quais o homem é o seu causador, sem, no entanto, ter havido intenção de provocá-lo. Esta pode ser dividida em três situações distintas:

2.2.2.1.1 Imprudência

Incêndio provocado por crianças ou pessoas em condições de incapacidade (doentes mentais), que não podem ser responsabilizados legalmente pelo delito cometido.

2.2.2.1.2 Negligência

É o desrespeito às normas de segurança, mesmo conhecendo-as, porém sem a intenção efetiva de provocar o incêndio.

2.2.2.1.3 Imperícia

É o desconhecimento das normas de segurança.

2.2.2.2 Dolosas

São os incêndios provocados com a intenção (dolo) de destruir. Logo, quem provocou o incêndio, tinha plena ciência das suas conseqüências e assumiu o risco de as produzir. Incêndios de causas dolosas normalmente têm motivação financeira. Como tal prática é crime, são alvos de investigação pericial (Perícia de Incêndio), e criminal para a apuração de sua autoria.

3. INCÊNDIO

Incêndio é o fogo descontrolado, nocivo, destruidor, o que caracteriza o objetivo de sua ação. O fogo bem pequeno, mas, sem controle caracteriza um princípio de incêndio.

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4. ELEMENTOS ESSENCIAIS DO FOGO

4.1 COMBUSTÍVEL

É a matéria sujeita a transformação que serve de campo de propagação do fogo estando dividido em 4 grandes grupos: Carbono (C), Hidrogênio (H), Fósforo (P), Enxofre (S).

Podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, porém poucos reagem com o oxigênio nos estados sólidos ou líquidos, normalmente transformam-se em vapor antes da reação.

A combustibilidade de um material depende de sua maior ou menor capacidade de reagir com o oxigênio sob a ação do calor. Alguns materiais pegam fogo com facilidade e outros pegam fogo com relativa dificuldade.

No Brasil não existe parâmetro para determinar a incombustibilidade dos materiais, portanto para efeito de seguro incêndio são considerados incombustíveis os materiais que para se queimarem necessitam temperatura acima de 1000ºC.

4.1.1. Combustíveis Sólidos

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A maioria dos combustíveis sólidos transformam-se em vapores e, então, reagem com o oxigênio. Outros sólidos (ferro, parafina, cobre, bronze) primeiro transformam-se em líquidos, e posteriormente em gases, para então se queimarem.

Quanto maior a superfície exposta, mais rápida será o aquecimento do material e, conseqüentemente, o processo de combustão. Como exemplo: uma barra de aço exigirá muito calor para queimar, mas, se transformada em palha de aço, queimará com facilidade. Assim sendo, quanto maior a fragmentação do material, maior será a velocidade da combustão.

4.1.2 Combustíveis Líquidos

Os líquidos inflamáveis têm algumas propriedades físicas que dificultam a extinção do calor, aumentando o perigo para os bombeiros. Os líquidos assumem a forma do recipiente que os contem. Se derramados, os líquidos tomam a forma do piso, fluem e se acumulam nas partes mais baixas. Tomando como base o peso da água, cujo litro pesa 1 quilograma, classificamos os demais líquidos como mais leves ou mais pesados. É importante notar que a maioria dos líquidos inflamáveis é mais leves que água e, portanto, flutuam sobre esta.

Outra propriedade a ser considerada é a solubilidade do líquido, ou seja, sua capacidade de misturar-se à água. Os líquidos derivados do petróleo (conhecidos como hidrocarbonetos) têm pouca solubilidade, ao passo que líquidos como álcool, acetona (conhecidos como solventes polares) têm grande solubilidade, isto é, podem ser diluídos até um ponto em que a mistura (solvente polar + água) não seja inflamável.

A volatilidade, que é a facilidade com que os líquidos liberam vapores, também é de grande importância, porque quanto mais volátil for o líquido, maior a possibilidade de haver fogo, ou mesmo explosão. Chamamos de voláteis os líquidos que liberam vapores a temperaturas menores que 20º C.

4.1.3 Combustíveis Gasosos

Os gases não têm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em que estão contidos.

Se o peso do gás é menor que o do ar, o gás tende a subir e dissipar-se. Mas, se o peso do gás é maior que o do ar, o gás permanece próximo ao solo e caminha na direção do vento, obedecendo aos contornos do terreno.

Para o gás queimar, há necessidade de que esteja em uma mistura ideal com o ar atmosférico, e, portanto, se estiver numa concentração fora de determinados limites, não queimará. Cada gás, ou vapor, tem seus limites próprios. Por exemplo, se num ambiente há menos de 1,4% ou mais de 7,6% de vapor de gasolina, não haverá combustão, pois a concentração de vapor de gasolina nesse local está fora do que se chama de mistura ideal, ou limites de inflamabilidade; isto é, ou a concentração deste vapor é inferior ou é superior aos limites de inflamabilidade.

4.2 COMBURENTE

Representado pelo Oxigênio (O2), possibilita vida às chamas e intensifica a combustão, por isso é que, em ambientes pobres de O2, o fogo não tem chamas e nos locais ricos elas são brilhantes e com elevada temperatura (maçaricos e oxi-acetilenos). Há corpos que possuem oxigênio em sua estrutura (agentes oxidantes), liberando-o

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durante a queima ou em outras reações, portanto podem manter a combustão em ambiente fechado, onde não exista O2do ar (pólvora).

4.2.1 Composição do ar:

78% Nitrogênio (N), não entra na combustão.21% Oxigênio.01% de outros gases. Ambientes com mais de 15% de O2, combustão completa. Ambientes com O2 entre 15% e 13%, combustão incompleta Ambientes com O2 entre 13% e 9% nos combustíveis sólidos, combustão

lenta (oxidação).Ambientes com O2 abaixo de 9%, não há combustão.

4.3. AGENTE ÍGNEO

Calor é uma forma de energia gerada da transformação de outra energia através de processos físicos ou químicos.

Quando um combustível é submetido à ação do calor ele inevitavelmente se vaporizará, passando pelos pontos de fulgor, combustão e ignição (Pirólise).

4.3.1 Efeitos do Calor

O calor é uma forma de energia que produz efeitos físicos e químicos nos corpos e efeitos fisiológicos nos seres vivos. Em conseqüência do aumento de intensidade do calor, os corpos apresentarão sucessivas modificações, inicialmente físicas e depois químicas.

Assim, por exemplo, ao aquecermos um pedaço de ferro, este, inicialmente, aumenta sua temperatura e, a seguir, o seu volume. Mantido o processo de aquecimento, o ferro muda de cor, perde a forma, até atingir o seu ponto de fusão, quando se transforma de sólido em líquido. Sendo ainda aquecido, gaseifica-se e queima em contato com o oxigênio, transformando-se em outra substância.

4.3.1.1 Elevação da temperatura

Este fenômeno se desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons condutores de calor, como os metais; e, mais vagarosamente, nos corpos tidos como maus condutores de calor, como por exemplo, o amianto. Por ser mau condutor de calor, o amianto é utilizado na confecção de materiais de combate a incêndio, como roupas, capas e luvas de proteção ao calor. (O amianto vem sendo substituído por outros materiais, por apresentar características cancerígenas). O conhecimento sobre a condutibilidade de calor dos diversos materiais é de grande valia na prevenção de incêndio. Aprendemos que materiais combustíveis nunca devem permanecer em contato com corpos bons condutores, sujeitos a uma fonte de aquecimento.

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4.3.1.2 Aumento de volume

Todos os corpos – sólidos, líquidos ou gasosos – se dilatam e se contraem conforme o aumento ou diminuição da temperatura. A atuação do calor não se faz de maneira igual sobre todos os materiais. Alguns problemas podem decorrer dessa diferença. Imaginemos, por exemplo, uma viga de concreto de 10m exposta a uma variação de temperatura de 700 ºC. A essa variação, o ferro, dentro da viga, aumentará seu comprimento cerca de 84 mm, e o concreto, 42 mm.

Com isso, o ferro tende a deslocar-se no concreto, que perde a capacidade de sustentação, enquanto que a viga “empurra” toda a estrutura que sustenta em, pelo menos, 42 mm. Os materiais não resistem a variações bruscas de temperatura. Por exemplo, ao jogarmos água em um corpo superaquecido, este se contrai de forma rápida e desigual, o que lhe causa rompimentos e danos.

Pode ocorrer um enfraquecimento deste corpo, chegando até a um colapso, isto é, ao surgimento de grandes rupturas internas que fazem com que o material não mais se sustente. (Mudanças bruscas de temperatura, como as relatadas acima, são causas comuns de desabamentos de estruturas).

A dilatação dos líquidos também pode produzir situações perigosas, provocando transbordamento de vasilhas, rupturas de vasos contendo produtos perigosos, etc. A dilatação dos gases provocada por aquecimento acarreta risco de explosões físicas, pois, ao serem aquecidos até 273 ºC, os gases duplicam de volume; a 546 ºC o seu volume é triplicado, e assim sucessivamente. Sob a ação de calor, os gases liquefeitos comprimidos aumentam a pressão no interior dos vasos que os contêm, pois não têm para onde se expandir. Se o aumento de temperatura não cessar, ou se não houver dispositivos de segurança que permitam escape dos gases, pode ocorrer uma explosão, provocada pela ruptura das paredes do vaso e pela violenta expansão dos gases. Os vapores de líquidos (inflamáveis ou não) se comportam como os gases.

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4.3.1.3 Mudança do estado físico da matéria

Com o aumento do calor, os corpos tendem a mudar seu estado físico: alguns sólidos transformam-se em líquidos (liquefação), líquidos se transformam em gases (gaseificação) e há sólidos que se transformam diretamente em gases (sublimação). Isso se deve ao fato de que o calor faz com que haja maior espaço entre as moléculas e estas, separando-se, mudam o estado físico da matéria. No gelo, as moléculas vibram pouco e estão bem juntas; com o calor, elas adquirem velocidade e maior espaçamento, transformando um sólido (gelo) em um líquido (água).

4.3.1.4 Mudança do estado químico da matéria

Mudança química é aquela em que ocorre a transformação de uma substância em outra. A madeira, quando aquecida, não libera moléculas de madeira em forma de gases, e sim outros gases, diferentes, em sua composição, das moléculas originais de madeira. Essas moléculas são menores e mais simples, por isso têm grande capacidade de combinar com outras moléculas, as de oxigênio, por exemplo. Podem produzir também gases venenosos ou explosões.

4.3.1.5 Efeitos fisiológicos do calor

O calor é a causa direta da queima e de outras formas de danos pessoais. Danos causados pelo calor incluem desidratação, insolação, fadiga e problemas para o aparelho respiratório, além de queimaduras, que nos casos mais graves (1º, 2º e 3º graus) podem levar até a morte.

4.4 REAÇÃO EM CADEIA

A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combina com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante.

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5. MEIOS DE TRANSMISSÃO DO CALOR

5.1 CONDUÇÃO OU CONDUTIBILIDADE

É a transferência de calor de um ponto para outro de forma contínua. Esta transferência é feita de molécula a molécula sem que haja transporte da matéria de uma região para outra. É o processo pelo qual o calor se propaga da chama para a mão, através da barra de ferro.

A condutância depende da condutibilidade térmica do material da área seccional da trajetória do fluxo e do comprimento da trajetória. O ar é um péssimo condutor de calor.

A quantidade de energia calorífica transferida por condução varia de corpo para corpo dependendo da condutibilidade do material, de sua seção transversal e espaço percorrido pelo fluxo.

Corpos mais condutores têm baixo teor de condutibilidade.

5.2 CONVECÇÃO

Circulação do meio transmissor, gás ou líquido o que fica mais quente sobe.É a transferência do calor de uma região para outra, através do transporte de

matéria (ar ou fumaça). Esta transferência se processa em decorrência da diferença de densidade do ar, que ocorre com a absorção ou perda de calor. O ar quente sempre subirá. É o processo pelo qual o calor se propaga nas galerias ou janelas dos edifícios em chamas.

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5.3 RADIAÇÃO

É a transferência do calor através de ondas eletromagnéticas, denominadas ondas caloríficas ou calor radiante. Neste processo não há necessidade de suporte material nem transporte de matéria. A irradiação passa por corpos transparentes como o vidro e fica bloqueada em corpos opacos como a parede. Ex: O calor propagado de um prédio para outro sem ligação física.

A forma de transmissão é por meio de ondas de energia calorífica no espaço, na velocidade da luz, sendo absorvidas, refletidas ou transmitidas. (Superfície escura absorve e a clara reflete).

A capacidade de absorção de energia por radiação depende do tipo da superfície do corpo frio e da área da superfície irradiante do corpo quente.

O calor radiante é emanado em todos os sentidos até encontrar obstáculo (esfericamente).

6. CONCEITO DE COMBUSTÃO

Combustão é uma reação química (oxidação), na qual uma substância combustível reage com o oxigênio, ativada pelo calor (elevação de temperatura), emitindo energia luminosa (fogo), mais calor e outros produtos. Várias reações têm essa propriedade, porém, a mais comum é aquela que tem lugar entre carbono (C) e hidrogênio (H2) e com o oxigênio (O2).

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7. PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO

7.1 PONTO DE FULGOR (Flash Point)

É a temperatura mínima, na qual os corpos combustíveis começam a desprender vapores que em contato com uma fonte externa de calor (agente ígneo), se incendeiam, portanto, a chama não se mantém devido à insuficiência de vapores.

7.2 PONTO DE COMBUSTÃO OU INFLAMAÇÃO (Fire Point)

É a temperatura mínima, na qual o corpo combustível começa a desprender vapores, que se incendeiam em contato com uma chama ou centelha (agente ígneo), e mantém-se queimando, mesmo com a retirada do agente ígneo.

7.3 PONTO DE IGNIÇÃO

É a temperatura mínima, na qual os gases desprendidos dos combustíveis entram em combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer fonte de calor.

Os pontos de fulgor e de combustão são muito próximos. Fatores envolvidos para determinar o ponto de ignição: Tamanho e forma da

partícula, local da queima, porcentagem e concentração dos gases ou vapores (mistura com ar), intensidade e duração do aquecimento, catalisadores, efeitos de materiais estranhos, qualidade e temperatura da fonte de calor e concentração de ar mais O2.

8. PROCESSO DA COMBUSTÃO

A combustão não é a simples representação do triângulo do (combustível, comburente, calor). Com a elevação da temperatura chegará a um ponto que teremos o fenômeno Pirólise (decomposição química da matéria devido ao aumento do calor, passando diretamente do estado sólido para gasoso). Ex. Combustão da madeira.

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Na realidade o que se queima não é a madeira e sim os gases emanados (ácido acético, álcool metílico e monóxido de carbono).

A madeira a 100ºC começa a evaporar, próximo a 180ºC, começa a destilar (ácido, acético, álcool metílico e monóxido de carbono), a 250ºC em contato com agente ignizador se inflama.

O início da combustão requer a conversão do combustível para o estado gasoso por aquecimento. O combustível pode ser encontrado em qualquer um dos três estados da matéria: sólido, líquido ou gasoso. Gases combustíveis emanam dos combustíveis sólidos, através da pirólise que é definida como a decomposição química de uma substância pela ação do calor.

Gases combustíveis emanam dos combustíveis líquidos pela vaporização. Este processo é semelhante à ebulição da água ou à evaporação de uma vasilha de água ao sol. Em ambos os casos, o calor causa a vaporização do líquido. Os gases combustíveis não necessitam do calor e este fato implica em consideráveis restrições no controle e extinção de incêndios nestas substâncias (quadro abaixo).

PIRÓLISE

TEMPERATURA REAÇÃO200ºC Produção de vapor d'água, dióxido de carbono, ácidos fórmicos

e acéticos200ºC - 280ºC Menos vapor d'água, algum monóxido de carbono, ainda uma

reação endotérmica (absorvendo calor)280ºC - 500ºC Reação exotérmica (liberação de calor) com vários inflamáveis e

partículas. Algumas reações secundárias provenientes do carvão formado

Acima de 500ºC Resíduos de carvão com notável açãoFonte: Manual de Protecion Contra Incendio - 2a Edicion española 1983

9. REPRESENTAÇÃO DA COMBUSTÃO

9.1 COMO CHAMA

A chama ocorre em camada gasosa fina acompanhada de luminosidade. A exceção das chamas de hidrogênio, que é pouco luminosa e extremamente

quente e do flúor e cloro que são combustões vivas sem oxidação: A cor da chama varia de acordo com a temperatura da mesma:

Cor Temperatura Vermelho visível à luz do dia 515ºC Vermelho pálido 1000ºC Vermelho alaranjado 1100º'C Amarelo alaranjado 1200ºC Amarelo esbranquiçado 1300ºC Branco brilhante 1400ºC

9.2 COMO BRASA

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Brasas são resíduos de combustões dos materiais sólidos que após liberação dos gases que se queimam em forma de chama viva, continuam a arder, com pequena velocidade de reação, O carbono dos combustíveis sólidos, bem como alguns combustíveis sólidos como os metais, queimam-se em forma de brasas.

Cor TemperaturaVermelha (início da combustão) 400ºCVermelha escuro 700ºC Vermelha pálido 900ºCAmarela 1100ºC

Tendendo a azul 1300ºCAzul clara 1500ºC

10. VELOCIDADE DA COMBUSTÃO

10.1 LENTAS

Sem chamas ou qualquer fenômeno luminoso. Ocorre quando a oxidação de uma determinada substância não provoca liberação de energia luminosa nem aumento de temperatura. Ex: ferrugem, respiração, etc.

10.2 VIVAS

Produção de chamas ou qualquer fenômeno luminoso. Ocorre quando a reação química de oxidação libera energia luminosa e calor sem aumento significativo de pressão no ambiente. Ex: Queima de materiais comuns diversos.

10.3 MUITO VIVAS

A Velocidade da reação é muito grande, menor que a velocidade do som (300 m/s). Ocorre quando a reação química de oxidação libera energia e calor numa velocidade muito rápida com elevado aumento de pressão no ambiente. Ex: Explosões de gás de cozinha, Dinamite, queima da pólvora em espaço não confinado.

10.4 INSTANTÂNEAS

Combustão súbita atinge de imediato toda a massa de combustível. Ex. serragem em suspensão no ar.

11. FATORES QUE INFLUENCIAM NA VELOCIDADE DA COMBUSTÃO

11.1 CATALIZADORES

Interferem na velocidade da reação sem tomar parte.

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11.2 RELAÇÃO SUPERFÍCIE / MASSA

Madeira em bloco e em limalha.

11.3 NATUREZA DO COMBUSTÍVEL

Os voláteis se queimam com velocidade maior.

11.4 CONCENTRAÇÃO DE CALOR

Em ambientes que possibilitem a quantidade de concentração de calor.

12. MARCHA DA COMBUSTÃO

A propagação do fogo depende das condições ambientais e da natureza do combustível.

Há diferença de marcha da combustão do ambiente aberto para o ambiente fechado.

12.1 FASES DA MARCHA DA COMBUSTÃO EM AMBIENTE FECHADO

12.1.1 1ª FASE

Combustão normal como se fosse a ambiente aberto. Produção de vapor d'água, Co2, Co, anidrido sulfuroso. Temperatura ambiente acerca de 40ºC. O2 está acima de 15%.

12.1.2 2ª FASE

O2 insuficiente, teor de 21% passa a 17%. A intensidade da combustão reduz-se. Aumenta a produção de CO. Temperatura ambiente vai de 100ºC a 200ºC.

12.1.3 3ª FASE

O2 chega a 15% (diminui). As chamas quase desaparecem. CO aumenta mais. Vapores emanados Carbono livre, formam fumaça mais densa. A temperatura ambiente vai de 300ºC a 400ºC. Gases possibilitam explosão. Impossível a presença de pessoas.

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12.1.4 4ª FASE

02 chega a 13% ou menos. Chamas desaparecem. Ambiente com fumaça concentrada. Gases a alta temperatura 500ºC ou mais. Calor interno faz desprender gases inflamáveis de todos os materiais

combustíveis, aumentando o risco de explosão devido à entrada de 0² (através do ar).

12.2 FASES DA MARCHA DA COMBUSTÃO EM AMBIENTE ABERTO

Não apresenta característica especial. O fogo se propaga segundo as condições ambientais e a natureza do combustível.

13. PRODUTOS DA COMBUSTÃO

CO² (gás carbônico). H²O (Vapor d'água). SO² (Anidrido sulfuroso). CO (Monóxido de carbono, óxido de carbono, Protóxito de carbono). Anidridos, devido à combinação de metais com O². Cinzas. Fuligem. HS2 Gas sulfidrico. Óxidos em estado gasoso (oxido nitroso).

13.1 PRODUTOS NOCIVOS DA COMBUSTÃO

CO (Monóxido de carbono). SO² (Anidrido sulfuroso). Gases Nitrosados.

13.1.1 CO - MONÓXIDO DE CARBONO

Se houver suficiência de 02 formar-se-á o gás carbônico (Co2) composto estável, não havendo essa suficiência formar-se-á o (Co) monóxido de carbono, composto instável ocasionando simultaneamente a combustão, incompletas até a extinção do fogo. Intensa formação de fumaça demonstra combustão incompleta. A fumaça ainda provoca inviabilidade.

E um gás incolor, insípido (sem sabor), queima-se com cor azulada formando o Co2, forma misturas explosivas com O2 e com o ar na proporção de 12,5 a 74%. É venenosíssimo, com o sangue forma mistura estável (carboxihemoglobina) impedindo a chegada de O2 aos órgãos e músculos e impede a expulsão do Co2 desses. Na concentração de 0,5% do gás, produz-se a inconsciência.0, 1 % priva o homem das faculdades locomotoras.2,0% matam em uma hora. 10% matam imediatamente.

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Dois haustos (aspirações) profundos a 2% de Co matam a pessoa em 3 minutos.

Gases de autos são bastante instáveis. Co2 + CI (Cloro) + luz solar forma o gás sufocante fosgênio.

13.1.2 ANIDRIDO SULFUROSO. (SO2)

Apresentar-se-á onde se queima o enxofre (S) ou seus compostos é incolor de cheiro desagradável, sufocante, de sabor ácido, muito solúvel em H20 (água), venenosos, incombustível e incomburente. Em reações secundárias pode produzir H2SO4 (ácido sulfúrico).

É utilizado para produzir (H2SO4) desinfetante, alvejante de lã e seda, e refrigeração. É vendido em cilindro de aço.

13.1.3 GASES NITROSADOS

São produzidos devido à queima incompleta de compostos de (N) Nitrogênio (Ex. Celulóide), reconhecidos facilmente devido a cor amarela da fumaça e cheiro acre amargo, áspero).

São altamente venenosos, pouco haustos podem provocar a morte e são explosivos.

Gases resultante da combustão de celulóide:40% CO20% Gases Nitrosados.25% Co215% Compostos cianídricos, hidrocarbonetos, Nitrogênio e Hidrogênio.Obs. E composto de (Celulóide Formado de algodão e pólvora), 2[3, explosivo, mais 1[3 de cânfora (substância cristalina de Vegetais), a mistura retira as propriedades explosivas. E sensível ao fogo, usado para filmes, queima-se rapidamente, possui o O2 em sua constituição não sendo extinto por abafamento. Sua queima pode produzir também o ácido cianídrico (HCN), que tem cheiro de amêndoas amargas e é venenosíssimo. Riscos dos Produtos da Combustão:

CO²: Em alta concentração provoca asfixia.CO: Venenoso, podendo provocar morte.Gás cianídrico: Altamente venenoso, provoca morte.

“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.Lei de Lavoisier

Quando duas substâncias reagem quimicamente entre si, se transformam em outras substâncias. Estes produtos finais resultantes da combustão, que dependerão do tipo do combustível, normalmente são: Gás Carbônico (CO2), Monóxido de Carbono (CO), Fuligem, Cinzas, Vapor d’água, mais Calor e Energia Luminosa. Dependendo do combustível poderemos ter vários outros produtos, inclusive tóxicos ou irritantes.Exemplos:v PVC ................................................................................ CO e Ácido Clorídrico (HCI)v Isopor e Outros Plásticos ...................................................................................... C O

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v Poliuretano ...................................................................... CO e Gás Cianídrico (HCN)

13.2 OUTROS PRODUTOS DA COMBUSTÃO

Durante a queima, os corpos combustíveis liberam alguns produtos que merecem atenção por parte daqueles que tentam extinguir as suas chamas.

13.2.1 Cinzas

São os produtos de uma combustão completa, as quais não oferecem risco ao homem, nem interferem na combustão.

13.2.2 Carvão

É o resíduo sólido da combustão incompleta. Merece atenção especial, pois pode estar em brasa no seu interior e permitir o retorno das chamas.

13.2.3 Vapor d’água

É produzido pela umidade existente no corpo que queima e pela água utilizada na extinção das chamas.

Durante os incêndios, normalmente, existem rolos de fumaça negra e à medida que a extinção se processa aparece uma fumaça branca, identificando a presença de vapor d’água, que serve para indicar a ação extintora.

Porém, o vapor d’água aquecido prejudica as vias respiratórias.

13.2.4 Fumaça

É composto por partículas sólidas em suspensão (carbono), monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2) e outros gases, que variam de acordo com a natureza do combustível, tais como gás sulfuroso, ácido fosfórico, ácido prússico e outros.

A fumaça, além de prejudicar a visibilidade e dificultar a respiração, é a maior responsável pelo pânico nos incêndios, podendo, também, provocar irritação nos olhos, prejudicar as vias respiratórias e atacar o trato gastrintestinal, provocando vômitos.

13.2.4 FogoÉ a parte externa e visível de uma combustão, caracterizada, identificada, por

vezes pela existência de chama. A chama (figura abaixo) é um fluxo de gás que queima emitindo luz, na qual é possível distinguir-se três zonas específicas:

13.2.4.1 Zona de Gás

Aqui se inicia a vaporização do combustível líquido existente no material. (combustão incompleta).

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13.2.4.2 Zona de Incandescência

Aqui, devido à influência da temperatura de combustão (da zona de combustão), os vapores combustíveis se decompõem em carbono e hidrogênio. A incandescência se deve às partículas de carbono finamente divididas. (gases em combustão incompleta. E responsável pela iluminação da vela).

13.2.4.3 Zona de Combustão

Somente aqui, onde o ar pode ter acesso, inicia-se a combustão e o desprendimento de calor. Esta zona é facilmente reconhecida como uma fina camada azul clara. (gases em combustão completa).

OBS Ainda há a zona mais central, chamada de zona escura, formada de gases destilados da vela, não estando em combustão.

14. CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS

14.1 CLASSE ASão os incêndios em combustíveis comuns (madeira, papel, estopa, algodão,

borracha) que ao se queimarem deixam resíduos (cinzas). Queimam-se em razão de superfície e profundidade.

14.2 CLASSE BSão incêndios em líquidos inflamáveis derivados de petróleo

(Hidrocarbonetos.), gasolina, óleo, tintas, gases liquefeitos de petróleo (GLP), ou líquidos polares, álcool.

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Queimam-se em razão de superfície e não deixam resíduos. Pegam fogo com grande facilidade.

14.3 CLASSE C São incêndios em aparelhos elétricos energizados, Vídeo-cassete, TV,

Terminal de computador, transformador, etc.A extinção oferece grande riscos ao operador.

14.4 CLASSE D

São incêndios em metais alcalinos (magnésio, selênio, potássio e outros combustíveis pirofóricos (possuem oxigênio em sua estrutura).

15. EVOLUÇÃO DO INCÊNDIO

15.1 ECLOSÃO

Fogo inicial ou principal. É a fase embrionária do incêndio.

15.2 INCUBAÇÃO

Elevação da temperatura em virtude da concentração do calor.

As duas fases acima constituem o princípio do incêndio.

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15.3 DEFLAGRAÇÃO

A temperatura ambiente chega a 280ºC, sendo que os materiais combustíveis passam a emitir gases e, em presença de oxigênio suficiente, entram em combustão, provocando a deflagração do incêndio.

15.4 PROPAGAÇÃO

Evolui para a generalização. Todos os materiais entram em combustão. Ocorre o FLASHHOWER.

15.5 EXTINÇÃO

Quando o fogo e extinto por total consumo do combustível.16. PROCESSOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO

Sendo que já estudamos o triângulo do fogo e sabemos quais os elementos necessários para que ele exista, poderemos eliminá-lo, retirando um dos lados do triângulo.

16.1 RETIRADA DO MATERIAL /ISOLAMENTO

Método mais simples existente, executado com a força física, consiste na retirada do campo de propagação do fogo (material ainda não atingido). Ex. aceiro.

16.2 RESFRIAMENTO

Método mais usado para retirar-se o calor do combustível até abaixo do ponto de combustão. Normalmente utiliza-se água para resfriamento porque é o elemento que tem maior capacidade de absorver calor.

16.3 ABAFAMENTO

Método de extinção mais difícil, pois consiste na retirada ou controle do comburente (O2), o que é praticamente impossível nos grandes incêndios. O combustível deverá perder o contato com o comburente totalmente.

16.4 EXTINÇÃO QUÍMICA

Interfere na reação em cadeia verificada nos incêndios onde há temperatura relativamente elevada (1.200ºC). Os agentes extintores deverão ser compostos por halogenados e sais de metais alcalinos. Em suma, consiste de uma reação química desses agentes com os produtos intermediários da cadeia de reação da combustão (radicais ativos). Esta reação intervém na cadeia da combustão, contribuindo no mecanismo de extinção.Exemplos

Hálon 1011 Bromociorometano CH2BrCI Hálon 1211 Bromociorodifluometano CBrCIF Hálon 1202 Dibromodifluormetano CBr2F2

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Hálon 1311 Bromotrifluormetano CBrF3

16.5 EMULSIFICAÇÃO

Agitação de líquidos imissíveis, sendo que um dispersa o outro em forma de pequenas gotículas, formando emulsão. Ex. líquidos inflamáveis viscosos com água. O resfriamento provocado na superfície impedirá a liberação de vapores inflamáveis.

16.6 DILUIÇÃO

Mistura de líquidos inflamáveis e água. Ex. Querosene e água.

17. AGENTES EXTINTORESSão denominados Agentes Extintores os produtos químicos utilizados na

extinção de incêndio, na suspensão e na supressão de explosões. São normalmente utilizados através dos equipamentos especializados ou instalações adequadas e destinadas a proporcionar a projeção dos mesmos contra o fogo ou ambiente, a fim de combater ou suprimir incêndios ou explosões.

A proteção dos agentes é feita por meio de um jato proporcionado pelo equipamento ou instalação, com a finalidade de:

Proteger o operador, mantendo-o à distância do fogo. Alcançar o fogo nas mais desfavoráveis condições. Facilitar a distribuição gradativa e propícia do agente. Propiciar a penetração do agente no foco propriamente dito.

Os agentes extintores, na prática, são utilizados por equipamentos e instalações de combate a incêndio, ou seja:

Extintores portáteis ou carretas; Unidades estacionárias; Viaturas; Instalações fixas automáticas ou sob comando.

Neste artigo estudaremos os agentes extintores, suas propriedades, características de extinção, riscos que oferecem à pessoa humana, maneira de empregá-los e os aditivos que admitem para melhorar, ampliar ou facilitar sua utilização ou função extintora.

O princípio de ação dos agentes é por processo físico ou químico e às vezes combinação dos dois. São armazenados nos equipamentos e instalações e utilizados nos estados sólidos, líquidos ou gasosos.

CARACTERÍSTICAS DOS EXTINTORESCONSIDERAÇÕES ÁGUA ESPUMA

QUÍMICADIÓXIDO

DE CARBONO

PÓ QUÍMICO SECO

"HALON"

classe "a" bom Fraco fraco fraco fracoclasse "b" mau Bom bom bom bomclasse "c" perigoso Perigoso bom bom bomagente extintor água Espuma CO2 NAHCO3 hidrocarbonetos

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halogenadosação principal resfriamento abafamento abafamento abafamento abafamentoação secundária abafamento resfriamento resfriamento ---------- ------------perigo de funcionamento

eletricidade eletricidade asfixiante em concentração acima de 10%

sufocante em concentração acima de 10%

venenoso

Capacidade 10, 50, 75 100 e 150 l

10, 75, 100 e 150 l

1, 2, 4, 6, 10 25 e 50 kg

1, 2, 4, 6, 8 12, 20, 50, e 75 kg

1,2 e 4 kg

alcance do jato em metros

10 a 12 9 a 12 1 a 3 2 a 7 --------------

composição da carga água água bicarbonato de sódio, sulfato de alumínio e alcaçuz

dióxido de carbono

bicarbonato de sódio, hidróxido de alumínio e nitrogênio

bromo, cloro, flúor, iodo carbono

Fonte: MABOM (MAB 1-4-PM) 2a ed. 1986

17.1 ÁGUA

É o agente extintor mais antigo e mais utilizado. Suas propriedades devem ser conhecidas para que possa ser bem

empregada, porque possui limitações. Pode ser decomposta em seus elementos básicos pela corrente elétrica, e por

altíssimas temperaturas (acima de 1200ºC) produzindo o perigoso gás hidrogênio e o comburente oxigênio. O ferro (Fe) e o cobre (Cu) também a decompõem. O potássio (K) o sódio (Na) e o cálcio (Ca) reagem violentamente com ela, decompondo-a, a frio, e incendiando-se ao seu contato. O flúor (F) e o cloro (Ci) a decompõem, produzindo os ácidos clorídrico e fluorídríco. Portanto pode observar-se que mal utilizada, a água poderá trazer riscos para o operador e aumentar a gravidade da ocorrência.

Pode ser utilizada de diversas maneiras no estado líquido:Jato sólido (compacto), resfriamento;Jato pulverizado (chuveiro), resfriamento;Neblina resfriamento, emulsificação, abafamento.No estado gasoso (vapor), abafamento, possibilitando ações de resfriamento,

abafamento, emulsificação e diluição. A água sempre conjuga as ações de resfriamento e abafamento. Instalações hidráulicas para incêndios, bombas e equipamentos especializados

possibilitam as maneiras de utilização. Sendo que a água em seu estado natural contém impurezas, essa se torna

condutiva. Deve- se considerar o risco de choque elétrico, principalmente nos casos onde há alto potencial ou alta voltagem envolvidos.

A água pode provocar o choque térmico e em conseqüência riscos de desabamento e danos desnecessários.

A água pode ser condicionada em aparelhos extintores pressurizados, de pressão injetável e água gás ou através de instalações hidráulicas com uso de bombas hidráulicas (caminhões, reservatórios de edificações, bombas portáteis).

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Hoje já podem ser adicionados a água agentes químicos especiais que afetarão na sua forma de ação conforme a necessidade. Exemplos:

17.1.1 AGENTES HUMECTANTES (ÁGUA MOLHADA)

Diminuem a tensão superficial da água, facilitando assim seu poder de penetração em fardos ou materiais empilhados. Materiais de Classe A

17.1.2 ÁGUA VISCOSA (VISCOSIDADE)

Aumenta a viscosidade da água, limitando assim sua capacidade de penetração na massa do material incendiado, fazendo com que fixe e aglutinem-se mais facilmente nos combustíveis em chamas, espalhe-se por si só, em uma cobertura contínua, sobre a superfície dos combustíveis; desenvolve uma camada de cobertura com uma espessura várias vezes maior que a da água, absorve calor proporcionalmente à quantidade de água presente; após a secagem, forma uma película seca que ajuda a isolar o combustível do oxigênio (02), resiste a correntezas de ventos em algumas aplicações típicas, como no caso do combate de incêndio em florestas com auxílio de aviões.

O maior emprego da água viscosa é no combate de incêndio em grandes estruturas, os quais produzem muita energia calorífica.

17.2 ESPUMA

A espuma é constituída por um aglomerado de bolhas de ar ou gás bióxido de Carbono (Co2), formados de películas de água. Para que se formem as películas, é necessária a mistura de agente espumante.

O objetivo da espuma é tornar a água mais leve, gaseificando-a, que desta maneira poderá flutuar sobre os líquidos mais leves que a água.

Age por abafamento e devido à presença da água secundariamente por resfriamento, portanto deve ser utilizada para combater incêndios em materiais combustíveis de Classe B.

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No caso específico do álcool acetona, devido à rápida ação de miscibilidade, deve ser adicionada a água um agente químico especial.

A espuma forma uma cobertura forte e contínua sobre o líquido inflamável e o isola do contato com o ar, evitando sua vaporização.

Pode ser gerada de forma mecânica (sistema de venturi), água + líquido gerador de espuma + ar; ou de forma química que é obtida pela reação entre soluções aquosa de um sal alcalino, normalmente bicarbonato de sódio básico e um sal ácido, normalmente o sulfato de alumínio.

Espuma Mecânica é formada por uma mistura de água com uma pequena porcentagem (1% a 6%) de concentrado gerador de espuma e entrada forçada de ar. Essa mistura, ao ser submetida a uma turbulência, produz um aumento de volume da solução (de 10 a 100 vezes) formando a Espuma.

Espuma Química é resultante de uma reação química entre uma solução composta por "água, sulfato de alumínio e alcaçuz" e outra composta por "água e bicarbonato de sódio".

Os agentes geradores de espuma podem ser condicionados em aparelhos extintores portáteis e carretas, enquanto que a espuma mecânica é gerada através de bombas hidráulicas (pelo sistema venturi).

Como agente extintor a espuma age principalmente por abafamento, tendo uma ação secundária de resfriamento, face a existência da água na sua composição. Existem vários tipos de espuma que atendem a tipos diferentes de combustíveis em chamas. Alguns tipos especiais podem atender uma grande variedade de combustíveis. A espuma pode ser utilizada no combate a incêndios das Classes A e B, não podendo ser utilizado na Classe C, pois conduz corrente elétrica.

17.3 Co2 (BIÓXIDO DE CARBONO)

Dióxido de carbono, bióxido de carbono, anidrido carbônico, gás carbônico ou ainda ácido carbônico são os vários nomes que se dão a este agente extintor.

É um gás incombustível, inodoro, incolor, mais pesado que o ar, não é tóxico, mas sua ingestão provoca asfixia. Atua por abafamento, dissipa-se rapidamente quando aplicado em locais abertos. Não conduz corrente elétrica, nem suja o ambiente em que é utilizado.

É comprimido dentro dos cilindros a cerca de 60 atm (850 PSI). Aliviado da compressão, o líquido se vaporiza e sua rápida expansão abaixa violentamente a pressão a temperatura que alcança 78ºC negativos e parte do gás se solidifica em pequenas partículas formando uma neve carbônica conhecida como gelo seco.

Deve ser usado para extinção de incêndios especiais, onde é exigido um meio extintor não condutor de eletricidade e sem ação prejudicial sobre o equipamento ou sobre o pessoal.

Não é um veneno, podendo, contudo causar a asfixia quando é muito concentrado no ambiente fechado. Pessoas desacordadas em locais onde houve grandes concentrações do gás, devem ser removidas imediatamente, para onde exista ar puro.

Age por abafamento ou pela diminuição dos produtos gasosos no local do incêndio e, secundariamente por resfriamento.

Pode ser utilizado com segurança em caso de incêndio em materiais de classe C (aparelhos elétricos energizados) e classe B (líquidos inflamáveis derivados de petróleo e similares). Na Classe A apaga somente na superfície.

É acondicionado em aparelhos extintores portáteis, carretas, instalações fixas e carros especiais.

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17.4 PÓS QUÍMICOS

Pó químico, para fins de combate a incêndio, é o pó composto de finíssimas partículas, normalmente de bicarbonato de potássio, cioreto de potássio, fosfato monoamônico, uréia, bicarbonato de potássio com adição de determinados materiais específicos, e submetido a tratamento adequado para dar-lhe resistência à vibração e duração quando embalado.

O pó químico A B C ou pó químico para múltiplos propósitos são os pós destinados a extinção de incêndios das classes A, B e C.

O pó químico especial, são os pós especialmente formulados para agirem como agentes extintores de incêndios em metais combustíveis.

O pó químico regular ou pó químico comum, são os pós destinados a extinção de incêndios de classe B e C.

Os ingredientes dos pós químicos não são tóxicos, porém uma descarga em grandes volumes pode causar dificuldade respiratórias durante o uso ou logo a seguir, dificultando também, seriamente a visibilidade.

Age por abafamento. É utilizado para extinção de incêndio em líquidos inflamáveis. Não é condutor de eletricidade. Não deve ser utilizado em instalações ou equipamentos elétricos ou eletrônicos que possuam relês ou contatos elétricos delicados, pois as propriedades isolantes do pó acumulado em tais locais tornam-os inoperantes e de difícil limpeza além de corroê-los.

É expelido dos recipientes através de gás expelente (normalmente o nitrogênio) (N).

São acondicionados em aparelhos extintores portáteis, pressurizados e de pressão injetável, carretas, equipamentos estacionários, viaturas especiais de combate a incêndios e instalações fixas.

RESUMOComposto de finíssimas partículas com características de um talco micro-

pulverizado, não abrasivo, não condutor de corrente elétrica, normalmente de bicarbonato de sódio ou bicarbonato de potássio. Atua por abafamento. Não conduz corrente elétrica, não é tóxico, mas sua ingestão em excesso provoca asfixia. Contamina o ambiente sujando-o, podendo danificar inclusive equipamentos eletrônicos, desta forma, deve-se evitar sua utilização em ambiente que possua estes equipamentos no seu interior. O Pó Químico Seco apresenta melhor resultado no combate a incêndios das Classes B e C. Na Classe A apaga somente em superfície.

17.5 Halogenados (Halon)

Compostos halogenados é aquele que contém em sua composição um ou mais átomos de um dos elementos da série de halogêneos, ou seja, mais comumente o Bromo (Br), o cloro (CI) e o Flúor (F).

Os compostos de lodo (I) não são utilizados por serem tóxicos e instáveis. Não têm tendência a se ionizar ou tornar-se eletricamente condutivo, portanto são indicados para uso em incêndios elétricos devido a sua baixa condutibilidade elétrica.

Os halons são gases que vaporizam rapidamente em contato com o fogo, devido a este fato, após o uso deixam poucos resíduos corrosivos ou abrasivos, possuem uma alta densidade no estado líquido, permitindo seu armazenamento em depósitos compactos.

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E classificado no grupo 6, reservado as substâncias menos tóxicas pois não oferece riscos em concentrações de até 10%.

Incolor, inodoro, praticamente atóxico, não conduz eletricidade, não ataca nenhum tipo de material, nem mesmo os mais sensíveis como plásticos, borracha, tintas, etc.

É o ideal para a proteção em recintos de difícil evacuação o que contenham objetos raros e equipamento de alto custo como centrais de processamentos de dados, bancos, museus, bibliotecas, galerias de arte, navios, aviões, etc.

Atua nas classes A, B e C, é cinco vezes mais rápido do que qualquer outro extintor pois, atua de forma diferente, quebrando a reação em cadeia da combustão, exigindo com isso, uma quantidade muito menor do elemento extintor.

Quando disparado, se expande em mais de 180 vezes o seu volume original.Obs. Para ocupar o mesmo espaço seriam necessários 6 Kg de Co2. É leve, compacto e fácil de ser operado, mesmo por pessoa sem nenhum treinamento.

17.5.1 CARACTERÍSTICAS

Recipiente: lata de alumínio, sem costura, própria para suportar altas pressões.

Válvula: Do tipo alta vazão, com abertura de repetição, punho plástico anatômico, pino de segurança e lacrada até o momento do uso.

Conteúdo: uma mistura de Halon 1301 e o 121 1. Complementos: suportes metálicos para prendê-lo à parede, etiqueta para

controle de peso, letreira de sinalização em auto adesivo. Capacidade: 1 Kg, 2,1/2 Kg. e 5 Kg.

17.6 AGENTES EXTINTORES PARA METAIS COMBUSTÍVEIS

Vários metais queimam e são denominados metais combustíveis ou metais pirofóricos.

Uns queimam-se quando aquecidos a altas temperaturas por fricção ou quando expostos a uma fonte de calor, outros queimam pelo contato com a umidade ou devido a reação com outros materiais. Exemplo: Magnésio (Mg), Sódio (Na), Potássio (K), Titânio (Ti), Lítio (Li), Cálcio (Ca), Zircônio (Zr), Hafno (Hf), Tório (Th), Urânio (U), Plutônio (Pu), pós de Alumínio (AI), Zinco (Zh) e Ferro (Fe).

A extinção de incêndios nesse materiais envolvem os seguintes riscos: Explosão da água por decomposição em seus elementos básicos; Produtos tóxicos da combustão; Reação explosivas com alguns dos agentes extintores mais comuns; Decomposição de determinados agentes extintores, com liberação de

gases combustíveis ou produtos tóxicos; Perigosa radiação, no caso de alguns metais nucleares;

Portanto os agentes extintores e os métodos específicos de seus empregos precisam ser bem conhecidos e selecionados com cuidado.

Existem metais que, incendiados, não permitirão uma aproximação para combate ao fogo sem o uso de máscaras autônomas e roupas de proteção, mesmo no caso de pequenos incêndios; outros admitem a aproximação facilmente e com um mínimo de proteção e finalmente existem outros que só podem ser combatidos com equipamentos fixos, sem a presença do homem.

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O sucesso do controle ou da extinção de um incêndio em metal combustível depende consideravelmente do método de aplicação dos agentes extintores e da experiência e treinamento dos operadores.

Nos locais com indústrias que manipulem metais perigosos, tanto o Corpo de Bombeiros Oficial como o Industrial devem recorrer ao pessoal técnico altamente conhecedor do assunto para o treinamento de seus bombeiros; porque num local com incêndio desses materiais há necessidade de pessoal técnico altamente conhecedor do assunto para combatê-lo.

18. SALVATAGEM

OBJETIVOS

Descrever a importância da salvatagem como atividade de bombeiro no relacionamento com a sociedade.

Saber empregar os materiais de salvatagem, assim como saber fazer inspeção, limpeza e manutenção destes materiais.

Montar uma calha d’água e um reservatório de água. Remover restos, escombros e água.

Cobrir e fechar aberturas feitas durante o incêndio.Localizar focos ocultos de fogo por busca visual, tátil ou auditiva.Separar, sem aumento de dano ou risco, o material queimado do não

queimado.Realizar a inspeção final, deixando o local em segurança.Listar os procedimentos a serem seguidos na inspeção final.Tomar as precauções de segurança necessárias durante o rescaldo ou

inspeção final.Preservar evidências de incêndios.

18.1 Introdução

A salvatagem é um conjunto de ações que visa diminuir os danos causados pelo fogo, pela água e pela fumaça, antes, durante e após o combate ao incêndio. Pode ser realizada em qualquer fase do combate ao incêndio. Este procedimento operacional compreende diversas ações: cobertura de objetos, escoamento de água, secagem, transporte de objetos, etc.

O rescaldo é a fase do serviço de combate ao incêndio em que se localizam focos de fogo escondidos ou brasas que poderão tornar-se novos focos. Este trabalho visa impedir que o fogo volte, após estar dominado. Trata-se, pois, da última fase do combate ao incêndio. O rescaldo não deve prejudicar os trabalhos de peritagem (determinação das causas do incêndio), mas deve impedir o ressurgimento do fogo e deixar o local em condições de segurança para os peritos e para quem for reconstruir ou recuperar a edificação. Deve-se realizar a remoção e não a destruição dosmateriais; se possível, recuperar o local.

18.2 Procedimentos em Salvatagem

Os procedimentos de salvatagem visam a diminuição dos danos causados pelo incêndio e seu combate. A salvatagem, através de um planejamento bem feito, consistirá em: organização e cobertura de máquinas, mobília e materiais existentes no

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local do sinistro; escoamento da água empregada no combate; separação do material não queimado e sua remoção para lugar seguro; cobertura de janelas, portas e telhados. Ações como jogar água em fumaça ou em objetos quentes (sem fogo) devem ser evitadas, pois acarretam conseqüências tais como: mais danos que o incêndio; gasto desnecessário de água, que poderá faltar no combate ao fogo; perda sensível de tempo;riscos desnecessários à guarnição.

19. Rescaldo

Os procedimentos de rescaldo têm por objetivo confirmar a extinção completa do incêndio e deixar o local sinistrado nas melhores condições possíveis de segurança e habitabilidade, sem destruir evidências de incêndio. O rescaldo consistirá em: determinar e sanar (ou isolar) as condições perigosas da edificação; detectar focos de fogo, seja visualmente, por toques ou sons e extingui-los completamente; remover escombros e efetuar a limpeza do local sinistrado e de objetos não queimados.

As ações de salvatagem empregadas durante um incêndio afetarão diretamente o trabalho de rescaldo a ser realizado, minimizando-o ou prejudicando-o. Como toda operação de bombeiro, o rescaldo deve ser precedido de um planejamento adequado à situação.

19.1 Condições Perigosas da Edificação

Antes do início do rescaldo, é imprescindível verificar as condições de segurança da edificação. A intensidade do fogo e a quantidade de água utilizada no combate ao incêndio são fatores importantes para se determinar essas condições.

O fogo pode afetar partes estruturais da edificação, diminuindo sua resistência. A utilização de água em grandes quantidades implica em peso adicional sobre pisos e paredes. Há outros fatores que resultam em condições inseguras ao rescaldo, tais como:- Concreto avariado pela ação do calor;- Madeiramento do telhado ou do piso queimado;- Pisos enfraquecidos devido à exposição de vigas de sustentação ao calor e ao choque térmico produzido durante o combate ao incêndio;- Estrutura metálica deformada pela ação do incêndio;- Paredes comprometidas devido à dilatação de estruturas metálicas;- Revestimento (reboco) solto devido à ação do calor.

Constatando condições inseguras para a entrada ou permanência no local, o bombeiro deve comunicar-se imediatamente com o comandante da operação, que determinará as medidas cabíveis.

19.2 Detecção e Extinção de Focos Ocultos

A detecção e a extinção de focos são procedimentos essenciais para o rescaldo. Requerem do bombeiro conhecimento, atenção e persistência. O bombeiro só deve abandonar esse serviço quando tiver certeza da completa extinção do fogo.

Rescaldo apressado ou mal feito pode exigir o retorno ao local sinistrado, o que demonstrará ineficiência no serviço. Pode-se detectar focos ocultos visualmente, por toques e sons.

VISUALMENTE, OBSERVANDO SE HÁ:

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- material descolorado;- pintura descascada;- saída de fumaça pelas fendas;- rebocos trincados;- papel de parede ressecado e/ou chamuscado.

POR MEIO DE TOQUES, SENTINDO:

- a temperatura das paredes, pisos e outros materiais.

OUVINDO OS SONS, PROCURANDO IDENTIFICAR:

- estalos característicos de materiais queimando;- chiado de vapor.

É importante em um rescaldo ter paciência para verificar todas as possibilidades de focos de incêndio escondidos. É imprescindível, na pesquisa de focos ocultos, a verificação sistemática e contínua para se determinar se houve propagação do fogo para outros compartimentos da edificação ou para outras edificações. Verificando-se que houve propagação, é preciso saber as maneiras pelas quais o fogo se propagou. Deve-se dar atenção especial ao madeiramento de telhado e pisos, devido à facilidade que estes têm de conduzir o fogo de um ambiente para outro.

Havendo suspeita de focos em espaços ocultos sob pisos, acima de forros ou entre paredes e divisórias, deve-se abri-los.

O método de abertura de forro consiste em destacá-lo da estrutura de sustentação. Quando puxar o forro, o bombeiro deve posicionar-se distante da abertura, de onde poderão sair estilhaços. Não se deve realizar esta operação sem estar usando equipamento de proteção adequado (capa, luvas, capacete, máscara, etc.).

19.3 Extinguindo Focos de Incêndio

Manter sempre uma linha de ataque armada para extinção de focos ou para qualquer eventualidade. Havendo necessidade do uso de água, deve-se fazê-lo em pequena quantidade, sempre tomando cuidado para não prejudicar a perícia do incêndio.

Durante o rescaldo é comum descobrirmos pequenos objetos queimando. Devido ao seu tamanho e condições do local, é melhor colocá-los em um recipiente com água que molhá-los com jatos. Lavatórios, pias, bacias e tanques são muito úteis para isso. O bolsão também pode ser usado como recipiente para este fim. Os móveis grandes, como sofás, camas e estantes, deverão ser removidos para fora do ambiente, onde possíveis focos poderão ser facilmente extintos. É indispensável a utilização de EPIs, inclusive aparelho de proteção respiratória, nas operações de rescaldo.

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19.4 Inspeção Final

A inspeção final tem por objetivo:- assegurar que a causa do incêndio está totalmente eliminada;- verificar se o rescaldo foi totalmente realizado;- avaliar a eficiência do rescaldo;- verificar as condições finais de segurança do local sinistrado.Durante esta inspeção, verifica-se se ainda há necessidade de escoamento

da água ou remoção de escombros e limpeza. O local deve ser deixado nas melhores condições de segurança e habitabilidade. Somente então o equipamento é recolhido.

19.5 Proteção e Preservação do Local Sinistrado

Durante o combate ao incêndio e rescaldo, o bombeiro deve ter duas preocupações:- manter as evidências das causas do fogo onde foram encontradas, sem tocá-las e sem removê-las, se possível;- identificar, remover e guardar, em segurança, evidências que não possam ser deixadas no local. É importante lembrar que resíduos ou objetos parcialmente queimados podem ser evidências para a perícia determinar as causas e os efeitos do incêndio. O bombeiro que detectar evidências de incêndio criminoso deve preservar o local, proteger a evidência e comunicar imediatamente a descoberta a seu chefe imediato.

Não alterar as evidências mais do que o absolutamente necessário à extinção do incêndio.

Não usar água em excesso, o que pode destruir a evidência, além de significar gasto desnecessário. Após a preservação do local e proteção das evidências, os escombros devem ser removidos para prevenir possível reignição. Qualquer material não danificado pelo fogo deve ser separado e limpo.

Os escombros devem ser colocados em local adequado, fora da área do incêndio, evitando-se deixá-los na calçada ou na rua. Especial cuidado deve ser tomado em locais onde se encontram livros contábeis, notas fiscais, recibos e outros documentos. A remoção deve ser ordenada, mantendo o material arrumado e separado, e a extinção, criteriosa, para não causar danos maiores.

Lembrar que esse tipo de material pode também ser evidência de incêndio criminoso. Com o intuito de preservar evidências e evitar acidentes, deve ser absolutamente proibida a presença de qualquer pessoa estranha ao serviço de combate a incêndio, com exceção das autorizadas pelo Cmt da operação, e devidamente acompanhadas por um bombeiro.

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