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TÉCNICAS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS
Pressão Arterial (P.A.)
Pulso (P)
Temperatura (Tª)
Saturação (SpO2)
Respiração (Resp)
SINAIS VITAIS
Sinais vitais são aqueles que evidenciam o funcionamento e as alterações da função
corporal. Dentre os inúmeros sinais que são utilizados na prática diária para o auxílio do
exame clínico, destacam-se pela sua importância e por nós serão abordados: a pressão
arterial, o pulso, a temperatura corpórea e a respiração. Por serem os mesmos relacionados
com a própria existência da vida, recebem o nome de sinais vitais.
PRESSÃO ARTERIAL
A pressão ou tensão arterial é um parâmetro de suma importância na investigação
diagnóstica, sendo obrigatório em toda consulta de qualquer especialidade; relacionando-se
com o coração, traduz o sistema de pressão vigente na árvore arterial. É medida com a
utilização do esfigmomanômetro e do estetoscópio.
OS APARELHOS
ESFIGMOMANÔMETRO - É o instrumento utilizado para a medida da pressão arterial. Foi
idealizado por três cientistas: VonBasch (1880), Riva-Ricci (1896) e Korotkoff (1905). O
tamanho do aparelho depende da circunferência do braço a ser examinado, sendo que a
bolsa inflável do manguito deve ter uma largura que corresponda à 40% da circunferência do
braço, sendo que seu comprimento deve ser de 80%; manguitos muito curtos ou estreitos
podem fornecer leituras falsamente elevadas. O esfigmomanômetro pode ser de coluna de
mercúrio para a medida da pressão, ou aneróide. Existem aparelhos semi-automáticos que
se utilizam do método auscultatório e oscilométrico, com grau de confiabilidade variável,
devido sofrerem com freqüência alterações na calibração.
manômetro
manguito
ESTETOSCÓPIO - Existem vários modelos, porém os principais componentes são: Olivas
auriculares: são pequenas peças cônicas que proporcionam uma
perfeita adaptação ao meato auditivo, de modo a criar um sistema fechado entre o ouvido e
o aparelho.
Armação metálica: põe em comunicação as peças auriculares com o sistema flexível de
borracha; é provida de mola que permite um perfeito ajuste do aparelho.
Tubos de borracha: possuem diâmetro de 0,3 a 0,5 cm. e comprimento de 25 a 30 cm.
Receptores: existem dois tipos fundamentais: o de campânula de 2,5 cm. que é mais
sensível aos sons de menor freqüência e o diafragma que dispõe de uma membrana semi-
rígida com diâmetro de 3 a 3,5 cm., utilizado para ausculta em geral.
FATORES DETERMINANTES DA PRESSÃO ARTERIAL
A pressão arterial é determinada pela relação PA = DC x RP, onde DC é o débito cardíaco e
RP significa resistência periférica, sendo que cada um desses fatores sofre influência de
vários outros.
O débito cardíaco é resultante do volume sistólico (VS) multiplicado pela freqüência cardíaca
(FC), sendo que o volume sistólico é a quantidade de sangue que é expelida do ventrículo
cardíaco em cada sístole (contração); as variações do débito cardíaco são grandes, sendo
em média de 5 a 6 litros por minuto, podendo chegar a 30 litros por minuto durante um
exercício físico.
A resistência periférica é representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar, sendo este
fator importante na regulação da pressão arterial mínima ou diastólica; ela é dependente das
fibras musculares na camada média dos vasos dos vasos, dos esfíncteres pré-capilares e de
substâncias humorais como a angiotensina e catecolamina.
A distensibilidade é uma característica dos grandes vasos, principalmente da aorta que
possuem grande quantidade de fibras elásticas. Em cada sístole o sangue é impulsionado
para a aorta, acompanhada de uma apreciável energia cinética, que é em parte absorvida
pela parede do vaso, fazendo com que a corrente sanguínea progrida de maneira contínua.
A diminuição da elasticidade da aorta, como ocorre em pessoas idosas, resulta de aumento
da pressão sistólica sem elevação da diastólica.
A volemia interfere de maneira direta e significativa nos níveis da pressão arterial sistólica e
diastólica; com a redução da volemia, que ocorre na desidratação e hemorragias, ocorre
uma diminuição da pressão arterial.
A viscosidade sangüínea também é um fator determinante, porém de menor importância; nas
anemias graves, podemos encontrar níveis mais baixos de pressão arterial, podendo estar
elevados na poliglobulia.
TÉCNICA - Após a lavagem das mãos, reunir todo o material e dirigir-se à unidade do
paciente, orientando-o para o procedimento. O mesmo deve estar em repouso por pelo
menos cinco minutos, em abstenção de fumo ou cafeína nos últimos 30 minutos; o braço
selecionado deve estar livre de vestimentas, relaxado e mantido ao nível do coração
(aproximadamente no quarto espaço inter-costal); quando o paciente está sentado, coloca-
se o braço por sobre uma mesa; a pressão arterial poderá estar falsamente elevada caso a
artéria braquial fique abaixo do nível do coração.
O pulso braquial deve ser palpado para o diagnóstico de sua integridade A bolsa
inflável deve ser centralizada por sobre a artéria braquial, sendo que a margem inferior do
manguito deve permanecer 2,5 cm. acima da prega anti-cubital; prende-se o manguito e
posiciona-se o braço de modo que fique levemente fletido.
Método palpatório: insufla-se o manguito, fechando-se a válvula e apertando-se a
“pera” rapidamente até o desaparecimentodo pulso radial, verifica-se o valor e acrescenta-se
30 mmHg. Após, desinsufla-se lenta e completamente o manguito até o aparecimento do
pulso, o que é considerado a pressão arterial máxima. Desinsufla-se a seguir o manguito
rapidamente. O método palpatório só permite a verificação da pressão arterial máxima.
Método auscultatório: coloca-se o diafragma do estetoscópio suavemente por sobre a
artéria braquial; insufla-se o manguito suavemente até o nível previamente determinado (30
mmHg acima da pressão arterial máxima verificada pelo método palpatório) e em seguida
desinsufla-se lentamente, à uma velocidade de 2 a 3 mmHg por segundo. Verifica-se o nível
no qual os ruídos (de Korotkoff) são auscultados, o que corresponde à pressão arterial
máxima. Continua-se baixando a pressão até o abafamento das bulhas e a seguir o
desaparecimento completo dos ruídos de Korotkoff, o que corresponde à pressão arterial
mínima. Em algumas pessoas, o ponto de abafamento e o de desaparecimento ficam muito
afastados, e em raras situações chegam a não desaparecer. A diferença entre a pressão
arterial máxima e mínima é chamada de pressão de pulso. Durante a ausculta dos ruídos (de
Korotkoff), pode existir uma ausência temporária dos mesmos, sendo este fenômeno
chamado de hiato auscultatório, comum em hipertensos graves a em patologias da vávula
aórtica.
Notas complementares
variações na posição e na pressão do receptor do estetoscópio interferem com o resultado
dos níveis tencionais.
a pressão arterial deve ser medida em ambos os braços.
as diferenças de pressão acima de 10 mmHg sugerem obstrução ou compressão arterial do
lado de menor pressão
evitar a congestão das veias do braço, pois dificulta a ausculta
a roupa da paciente não deve fazer constrição no braço
a presença de arritmias importantes interfere na medida da PA
a medida da PA deve ser sempre medida em condições basais.
a PA pode ser medida nas coxas, porém com manguitos especiais e com o estetoscópio
localizado no oco poplíteo
em pacientes obesos, a maior circunferência do braço determina níveis pressóricos
falsamente elevados, sendo conveniente nesses casos a mediada da PA no ante-braço, com
o estetoscópio sobre a artéria radial.
em crianças, na determinação da PA diastólica, leva-se em conta a diminuição dos ruídos de
Korotkoff, já que o desaparecimento pode não ocorrer.
VALORES NORMAIS DA PRESSÃO ARTERIAL - Os valores máximos estabelecidos pelo
Consenso Brasileiro da Sociedade Brasileira de Cardiologia par indivíduos acima de 18 anos
é de 140/90 mmHg. A pressão arterial sistólica como a diastólica podem estar alteradas
isolada ou conjuntamente.
VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS
Idade - em crianças é nitidamente mais baixos do que em adultos
Sexo - na mulher é pouco mais baixa do que no homem, porém na
prática adotam-se os mesmos valores
Raça - as diferenças em grupos étnicos muito distintos talvez se deva à
condições culturais e de alimentação.
Sono - durante o sono ocorre uma diminuição de cerca de 10% tanto na
sistólica como na diastólica
Emoções - há uma elevação principalmente da sistólica
Exercício físico - provoca intensa elevação da PA, devido ao aumento do
débito cardíaco, existindo curvas normais da elevação da PA durante o
esforço físico. (testes ergométricos).
Alimentação - após as refeições, há discreta elevação, porém sem
significado prático.
Mudança de posição - a resposta normal quando uma pessoa fica em pé ou sai da posição
de decúbito, inclui uma queda da PA sistólica de até 15 mmHg e uma leve queda ou
aumento da diastólica de 5 a 10 mmHg. Pode ocorrer hipotensão postural (ortostática), que
se acompanha de tontura ou síncope; as três causas mais comuns da hipotensão ortostática:
depleção do volume intra-vascular, mecanismos vaso-constrictores inadequados e efeito
autônomo insuficiente sobre a constrição vascular.
PULSO
A palpação do pulso é um dos procedimentos clínicos mais antigos da prática médica, e
representa também um gesto simbólico, pois é um dos primeiros contato físico entre o
médico e o paciente.
FISIOLOGIA - Com a contração do ventrículo esquerdo há uma ejeção de um volume de
sangue na aorta, e dali, para a árvore arterial, sendo que uma onda de pressão desloca-se
rapidamente pelo sistema arterial, onde pode ser percebida como pulso arterial. Portanto o
pulso é a contração e expansão alternada de uma artéria
LOCAIS - As artérias em que com freqüência são verificados os pulsos: artéria radial,
carótidas, braquial, femurais, pediosas, temporal, poplítea e tibial posterior. Nessas artérias
pode ser avaliado: o estado da parede arterial, a freqüência, o ritmo, a amplitude, a tensão e
a comparação com a artéria contra-lateral.
PROCEDIMENTO
Lavar as mãos
Orientar o paciente quanto ao procedimento
Colocar o paciente em posição confortável, sentado ou deitado, porém sempre com o braço
apoiado
Realizar o procedimento de acordo com a técnica descrita abaixo
Contar durante 1 minuto inteiro
Lavar as mãos
Anotar no prontuário
TÉCNICA - Pulso radial: a artéria radial encontra-se entre a apófise estilóide do rádio e o
tendão dos flexores, sendo que para palpá-los emprega-se os dedos indicador e médio, com
o polegar fixado no dorso do punho do paciente, sendo que o examinador usa a mão direita
para examinar o pulso esquerdo e vice versa.
Pulso carotídeo: as pulsações da carótida são visíveis e palpáveis medialmente aos
músculos esternocleidomastoideos. Para sua palpação, devemos colocar o polegar
esquerdo (ou o indicador e dedo médio) sobre a carótida direita e vice-versa, no terço inferior
do pescoço, adjacente à margem medial do músculo esternocleiomastoideo bem relaxado,
aproximadamente ao nível da cartilagem cricóide.
Pulso braquial: colocar a mão oposta por debaixo do cotovelo do paciente e utilizar o polegar
para palpar a artéria braquial imediatamente medial ao tendão do músculo bíceps, sendo
que o braço do paciente deve repousar com o cotovelo esticado e as palmas da mão para
cima.
CARACTERÍSTICAS DO PULSO
PAREDE ARTERIAL - A parede do vaso não deve apresentar tortuosidades, sendo
facilmente depressível; na aterosclerose, ocorre deposição de sais de cálcio na parede dos
vasos, sendo que à palpação notamos o mesmo endurecido, irregular, tortuoso, recebendo o
nome de traquéia de passarinho.
FREQÜÊNCIA - A contagem deve ser sempre feita por um período de 1 minuto, sendo que a
freqüência varia com a idade e diversas condições físicas. Na primeira infância varia de 120
a 130 bat/min.; na segunda infância de 80 a 100 e no adulto é considerada normal de 60 a
100 batimentos por minuto, sendo que acima do valor normal, temos a taquisfigmia e abaixo
bradisfigmia. Na prática diária, erroneamente usamos os termos respectivamente de
taquicardia e bradicardia, pois nem sempre o número de pulsações periféricas corresponde
aos batimentos cardíacos. Está aumentada em situações fisiológicas como exercício,
emoção, gravidez, ou em situações patológicas como estados febris, hipertiroidismo,
hipovolemia entre muitos outros. A bradisfigmia pode ser normal em atletas.
RITMO - É dado pela seqüência das pulsações, sendo que quando ocorrem a intervalos
iguais, chamamos de ritmo regular, sendo que se os intervalos são ora mais longos ora mais
curtos, o ritmo é irregular. A arritmia traduz alteração do ritmo cardíaco.
AMPLITUDE OU MAGNITUDE - É avaliada pela sensação captada em cada pulsação e
está diretamente relacionada com o grau de enchimento da artéria na sístole e esvaziamento
na diástole.
TENSÃO OU DUREZA - É avaliada pela compressão progressiva da artéria, sendo que se
for pequena a pressão necessária para interromper as pulsações, caracteriza-se um pulso
mole. No pulso duro a pressão exercida para desaparecimento do pulso é grande e pode
indicar hipertensão arterial.
COMPARAÇÃO COM ARTÉRIA HOMÓLOGA - É sempre obrigatório o exame de pulso da
artéria contra-lateral, pois a desigualdade dos pulsos podem identificar lesões anatômicas.
TEMPERATURA
Sabemos ser quase constante, a temperatura no interior do corpo, com uma mínima
variação, ao redor de 0,6 graus centígrados, mesmo quando expostos à grandes diferenças
de temperatura externa, graças à um complexo sistema chamado termorregulador. Já a
temperatura no exterior varia de acordo com condições ambientais. A mesma é medida
através do termômetro clínico.
TERMÔMETRO CLÍNICO - Idealizado por Santório, entre os anos 1561 e 1636, é
considerado o ponto de partida da utilização de aparelhos simples que permitem obter dados
de valor para a complementação do exame clínico.
CONTROLE DA TEMPERATURA CORPORAL - O calor produzido no interior do organismo
chega à superfície corporal através dos vasos sangüíneos e se difundem através do plexo
sub-cutâneo, que representa até 30% do total do débito cardíaco. O grau de aporte de
sangue pela pele é controlado pela constricção ou relaxamento das artérias, sendo que ao
chegar na superfície, o calor é transferido do sangue para o meio externo, através de:
irradiação, condução e evaporação.
Para que ocorra a irradiação, basta que a temperatura do corpo esteja acima do meio
ambiente. A condução ocorre quando há contato com outra superfície, sendo que existe
troca de calor até que as temperaturas se igualem. Já o mecanismo pelo qual o corpo troca
temperatura com o ar circulante chama-se convecção.
A temperatura é quase que totalmente controlada por mecanismos centrais de
retroalimentação que operam através de um centro regulador situado no hipotálamo, mais
precisamente através de neurônios localizados na área pré-óptica do hipotálamo, sendo que
este centro recebe o nome de centro termo regulador.
Quando há elevação da temperatura, inicia-se uma eliminação do calor, através do estímulo
das glândulas sudoríparas e pela vasodilatação; com a sudorese há uma perda importante
de calor, sendo que quando ocorre o inverso, ou seja o resfriamento do organismo, são
iniciados mecanismos para a manutenção da temperatura, através da constricção dos vasos
cutâneos e diminuição da perda por condução, convecção e transpiração.
LOCAIS DE VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA - Os locais onde habitualmente são
medidas as temperatura do corpo são: axila, boca, reto e mais raramente a prega inguinal,
sendo que além do valor absoluto, as diferenças de temperatura nas diferentes regiões do
corpo, possuem valor propedêutico, por exemplo, a temperatura retal maior que a axilar em
valores acima de 1 grau, pode ser indicativo de processo inflamatório intra-abdominal.
Na medida oral, o termômetro deverá ser colocado sob a língua, posicionando-o no canto do
lábio; a verificação da temperatura oral é contra-indicada em crianças, idosos, pacientes
graves, inconscientes, psiquiátricos, portadores de alterações orofaríngeas, após fumar e
após ingestão de alimentos quentes ou gelados.
Na temperatura retal, o termômetro deverá possuir bulbo arredondado e ser de maior calibre,
sendo contra-indicações para a verificação do método pacientes com cirurgias recente no
reto ou períneo ou portadores de processos inflamatórios neste local. É considerada a
temperatura mais precisa.
MATERIAL - bandeja, termômetro, algodão, álcool e sacos para algodão seco e úmido.
PROCEDIMENTO
Lavar as mãos
Orientar o paciente quanto ao procedimento
Reunir o material e levar à unidade do paciente
Deixar o paciente deitado ou recostado confortavelmente
Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool
Enxugar a axila se for o caso, com as próprias vestimentas do paciente
Descer a coluna de mercúrio até o ponto mais baixo, segurando o
termômetro firmemente e sacudindo-o com cuidado
Colocar o termômetro na axila, se for o caso, mantendo-o com o braço
bem encostado ao tórax
Retirar o termômetro após 5 a 7 minutos
Ler a temperatura na escala
Limpar com algodão embebido em álcool
Lavar as mãos
Anotar no prontuário da paciente
VALORES NORMAIS DA TEMPERATURA - Como dito anteriormente, os locais habituais
da medida da temperatura corpórea são: a axila, a boca e o ânus, sendo que existem
diferenças fisiológicas entre os locais:
Axilar - 35,5 a 37,0 0C
Bucal - 36,0 a 37,4 0C
Retal - 36,0 a 37,5 0C
A elevação da temperatura acima dos níveis normais recebe o nome de hipertermia e abaixo
de hipotermia.
FEBRE - Nada mais é do que a elevação da temperatura acima da normalidade, causada
por alterações do centro termo regulador ou por substâncias que interferem com o mesmo.
Muitas proteínas ou produtos como as toxinas de bactérias causam elevação da temperatura
e são chamadas de substâncias pirogênicas, sendo portanto que a elevação da temperatura
ou seja a febre pode ocorrer por infecções, lesões teciduais processos inflamatórios e
neoplasias entre as mais importantes.
A febre é apenas a elevação da temperatura, ou seja, um sinal porém a grande maioria das
pessoas se ressentem desta elevação apresentando outros sinais e sintomas como: astenia,
inapetência, cefaléia, taquicardia, taquipnéia, taquisfigmia, oligúria, dor pelo corpo, calafrios,
sudorese, nauseas, vômitos, delírio, confusão mental e até convulsões, principalmente em
recém-nascidos e crianças. Ao conjunto desses sinais e sintomas, acompanhado da
elevação da temperatura damos o nome de síndrome febril. São raras as pessoas que
apresentam febre na ausência de qualquer outro sinal ou sintoma.
SEMIOLOGIA DA FEBRE - As seguintes características da febre devem ser avaliadas:
início, intensidade, duração, modo de evolução e término.
INÍCIO - Pode ser súbito, onde percebe-se a elevação brusca da temperatura, sendo que
neste caso com freqüência acompanha-se de sinais e sintomas da síndrome febril, ou pode
ocorrer de maneira gradual, em que as vezes nem é percebida pelo paciente.
INTENSIDADE - A classificação obedece a temperatura axilar, devendo sempre lembrar que
a intensidade também depende da capacidade de reação do organismo, sendo que
pacientes extremamente debilitados e idosos podem não responder diante de um processo
infeccioso. A intensidade e é assim caracterizada:
febre leve ou febrícula - até 37,5 graus
febre moderada - de 37,5 até 38,5 graus
febre alta ou elevada - acima de 38,5 graus
DURAÇÃO - É uma característica importante, podendo interferir na conduta médica. É dita
prolongada quando a duração é maior do que 10 dias, sendo que existem doenças próprias
que são responsáveis por esta duração, como a tuberculose, septcemia, endocardite,
linfomas entre outras.
MODO DE EVOLUÇÃO - Este dado poderá ser avalizado pela informação do paciente,
porém principalmente pela análise diária da temperatura, sendo a mesma registrada em
gráficos próprios chamados de gráficos ou quadro térmico, sendo que a anotação pode ser
feita no mínimo duas vezes por dia, ou de acordo com a orientação médica.
Febre contínua - aquela que sempre permanece acima do normal, com variações de até 1
grau; exemplo freqüente é a febre da pneumonia
Febre remitente - há hipertermia diária, sendo que as variações são acima de 1 grau; são
exemplos a febre dos abcesso, septicemias
Febre intermitente - neste caso, a hipertermia é interrompida por períodos de temperatura
normal, que pode ser de alguma medida no mesmo dia, ou um ou mais dias com
temperatura normal; é característica da malária.
Febre recorrente ou ondulante - caracteriza-se por períodos de temperatura normal que dura
dias, seguido de elevações variáveis da temperatura; são encontradas por exemplo nos
portadores de neoplasias malignas.
Término - é dito em crise, quando a febre desaparece subitamente, com freqüência nesses
casos acompanhado de sudorese profusa e prostação. Em lise quando a hipertermia
desaparece lentamente.
Normal Contínua
Remitente Intermitente
RESPIRAÇÃO
A respiração é a troca de gases dos pulmões com o meio exterior, que tem como objetivo a
absorção do oxigênio e eliminação do gás carbônico.
FREQÜÊNCIA - crianças - 30 a 40 movimentos respiratórios/minuto
adulto - 14 a 20 movimentos respiratórios/minuto
ALTERAÇÕES DA RESPIRAÇÃO
Dispnénia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças
pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa.
Ortopnéia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição
ereta.
Taquipnéia : respiração rápida, acima dos valores da normalidade, freqüentemente pouco
profunda.
Bradipnéia : respiração lenta, abaixo da normalidade.
Apnéia: ausência da respiração
MATERIAL
Relógio com ponteiro de segundos
Papel e caneta para anotações
TÉCNICA
Lavar as mãos
Orientar o paciente quanto ao exame
Não deixar o paciente perceber que estão sendo contados os movimentos
Contagem pelo período de 1 minuto
Lavar as mãos no término
Anotar no prontuário