CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE ÉVORA

Técnico (a) de contabilidade e

fiscalidade

Cp4 – processos identitários

Aspetos culturais das sociedades

contemporâneas

Trabalho realizado:

Marisa Escarpiado

Susana Almeida

Helena Madeira

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Aspetos culturais das sociedades

contemporâneas

Introdução

Existem vários aspetos culturais das sociedades contemporâneas, como as

subculturas, a aculturação, a homogeneização cultural, a diferenciação cultural

e o etnocentrismo cultural, no entanto estas surgiram em função de vários

fatores, como por exemplo no caso da cultura portuguesa. Esta assenta num

passado que remonta à época pré-histórica e foi fortemente influenciada por uma

diversidade de povos e costumes ao longo dos anos. As eras das invasões

romanas e árabes, bem como as sociedades que as precederam, deixaram os

seus vestígios e um eclético legado cultural e arqueológico visível em todo o

território português. Ao longo de séculos, as artes em Portugal sofreram

influências externas, incluindo flamengas, francesas e italianas. As viagens dos

descobridores portugueses abriram caminho às inspirações orientais e à

revelação do ouro e pedras preciosas vindas do Brasil, que alimentaram a chama

barroca na arquitetura e na decoração. Portugal possui uma enorme herança

cultural – venha descobri-la!

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Subculturas

Subcultura é o conjunto de particularidades culturais de um grupo que se

distancia do modo de vida dominante sem se desprender dele.

Todas as manifestações culturais diferentes, são tudo aquilo que se diferencia

de um grupo diferente dentro de uma cultura que tenha comportamentos

padrões, crenças, valores e interesses de determinados grupos sociais.

É comum uma subcultura definir-se a si mesma por oposição à cultura

dominante. Há ocasiões, no entanto, em que essa oposição não é radical.

Os membros de uma subcultura tendem a compartilhar uma aparência similar

que os identifica, podendo ser um determinado penteado (a crista, no caso dos

punks, por exemplo) a cor da roupa (preta, no caso dos góticos) e o símbolo

tão conhecido como paz e amor (os Hippies).

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Movimento Hippie

Através da passagem pela

história da sociedade

contemporânea, adquirimos

movimentos como: Góticos,

rastafári, punk, hippy Heavy

metal, emos, e muitos mais.

Dentro destes estilos, um dos

que influenciou uma época

entre os 60/70 foi os hippies.

Era um movimento que adotavam um modo de vida comunitário, com tendência

a uma espécie de socialismo libertário, a um estilo de vida a e à vida em

comunhão com a natureza. Negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietnam,

bem como todas as guerras. Abraçavam aspetos de religiões orientais como o

budismo e o hinduísmo e das religiões das culturas nativas norte-americanas.

Comunidades emigrantes

No seio de uma subcultura é hábito falar-se um dialeto particular ou usar termos

pouco frequentes noutros grupos. Estes grupos acabam por trazer o seu país de

origem para dentro dos países que residem, praticando os mesmos costumes.

Formando comunidades de emigrantes que criam barreiras para a sociedade,

pois vivem, trabalham, comem, dormem e estudam dentro da sua comunidade.

Estas práticas por muitas vezes originam conflitos, pois quando no novo pais os

seus costumes são contra a lei e estes povos acabam por se isolar da sociedade

para manter os seus costumes, incutindo nas futuras gerações o isolamento e

travando o desenvolvimento das novas gerações, por vezes ate correm risco de

vida pois estes têm práticas como a mutilação do clitóris e a circuncisão que são

praticadas em situações deploráveis e sem higiene, que continuam a ser

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praticada nos dias de hoje. Estes casos são muito frequentes em Portugal, pois

muitos deste costume vêm de antigas colonias Portuguesas.

Aculturação

Aculturação é uma mistura de

culturas que constituem a nossa

identidade cultural pois acabamos

por nos tornar “mestiços”

adquirindo riquezas e diversidades

culturais ao longo da história.

A nossa sociedade ao longo do

tempo tornou-se numa função de

elementos externos tornando-se

num fenómeno de interação social

que resulta no contato entre duas

ou mais culturas.

Não acrescentando uma cultura

pela outra, a transmissão de elementos de uma cultura vai sempre sucedida por

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uma relação, que implica na aceitação de alguns e na rejeição de outros

elementos culturais.

A aculturação leva muitas vezes à desintegração de uma ou de várias culturas,

sob a influência dos contatos que se estabelecem entre os seus componentes.

É frequente a desintegração de

uma ou várias culturas, sob a

influência dos contatos que se

estabelecem entre os grupos.

Muito comum também é a mudança

dos elementos adquiridos,

ocorrendo uma fusão social, o que

pode envolver o desaparecimento,

total ou parcial dos costumes

anteriores, como também a fusão

de certos elementos em novos

costumes.

Um dos exemplos antigos de aculturação, é na época dos descobrimentos onde

os Portugueses levaram a sua cultura, costumes e religião para os povos nativos.

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Homogeneização cultural

A homogeneização cultural tem

como definição “ imperialismo

cultural”, isto é impor uma única

cultura mundialmente à custa da

aniquilação das restantes culturas,

hábitos, tradições e costumes de

outros povos.

Com a rapidez da comunicação

entre povos diferentes, tem

tendência a enfraquecer ou ate

perder-se as culturas nacionais e

sendo substituídas pelas culturas

estrangeiras com maior poder de

atração como os Estados Unidos da

América introduzindo a sua única

cultura utilizando como veículos de

difusão mais eficaz através do

cinema, publicidade, filmes, moda introduzindo, novos conceitos de beleza.

O uso do editor de imagem Photoshop é muitas vezes utilizado em fotografias

capas e editorias de revistas. Onde a verdadeira beleza e estereótipos

transcendem padrões universais.

Originando transtornos como bulimia, anorexia e várias cirurgias plásticas onde

se correm muitos riscos de vida, para atingir os novos conceitos de beleza.

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Diferenciação cultural

Caracteriza-se pela

convivência de

variedades de culturas,

dando a oportunidade de

escolha ou combinar

culturas nacionais e

estrangeiras, tornando-se

em culturas hibridas.

Havendo uma corrida de

geração a geração para deixar os seus costumes e tradições, composta por

traços nacionais quer por traços estrangeiros, estas gerações foram constituídas

especialmente a partir do fim da Idade Média com o tráfico da escravatura, mas

também com os fluxos de comércio que levavam à deslocação de bens e

pessoas. Mais tarde, a procura de riqueza provocou os fenómenos de

colonização, o que levou a que muitas pessoas procurassem, sobretudo no

chamado Novo Mundo do continente americano, novas oportunidades de

trabalho. Mais tarde, a industrialização criou a necessidade e a oportunidade da

migração de muitos povos da África e da Ásia que procuravam trabalho e

melhores condições de vida tanto no Novo Mundo como na Europa. A

concentração urbana de diferentes etnias nem sempre é pacífica, levando, a

maior parte das vezes, a diferentes intensidades de intolerância, racismo,

violência e exclusão.

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Etnocentrismo

Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é o centro de

tudo e todos, os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores,

nossos modelos, nossas definições do que é a existência.

No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a

diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade,

etc.

Perguntar sobre o que é etnocentrismo é, pois, procurar sobre um fenómeno

onde se misturam tantos os elementos intelectuais e racionais quanto os

elementos emocionais e afetivos.

No etnocentrismo, estes dois planos do espírito humano – sentimento e

pensamento – juntos compõem um fenómeno não apenas, fortemente enraizado

na história das sociedades, como também facilmente detetável no dia-a-dia das

nossas vidas.

Assim, a questão central sobre o etnocentrismo pode ser expressa como a

procura de sabermos os mecanismos, as formas, os caminhos e razões, enfim,

pelos quais tantas e tão profundas distorções se perpetuam nas emoções,

pensamentos, imagens e representações que fazemos da vida daqueles que são

diferentes de nós.

Este problema não é exclusivo de uma determinada época nem de uma única

sociedade. Talvez o etnocentrismo seja, de entre os factos humanos, um

daqueles de mais unanimidade.

Como uma espécie de pano de fundo da questão etnocêntrica temos a

experiência de um choque cultural. De um lado, conhecemos um grupo do “eu”,

o “nosso” grupo, que come igual, veste igual, gosta de coisas parecidas, conhece

problemas do mesmo tipo, acredita nos mesmos deuses da mesma forma,

empresta à vida significado comum e procede, por muitas maneiras,

semelhantemente. Aí, então, de repente, deparamo-nos com um “outro”, o grupo

do “diferente” que, às vezes, nem sequer faz coisas como as nossas ou quando

as faz é de forma tal que não reconhecemos como possíveis de existir. Prova

disso são os exemplos que se multiplicam nos nossos quotidianos. A “indústria

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cultural” – TV, jornais, revistas, publicidade, certo tipo de cinema, rádio – está

frequentemente a fornecer exemplos de etnocentrismo. No universo da indústria

cultural é criado sistematicamente um enorme conjunto de “outros” que servem

para reafirmar, por oposição, uma série de valores de um grupo dominante que

se autopromove a modelo de humanidade.

As nossas próprias atitudes frente a outros grupos sociais com os quais

convivemos nas grandes cidades são, muitas vezes, repletas de atitudes

etnocêntricas. Rotulamos e aplicamos estereótipos através dos quais nos

guiamos para o confronto quotidiano com a diferença. As ideias etnocêntricas

que temos sobre as “mulheres”, os “negros”, os “desempregados”, os

“jornalistas”, os “surfistas”, as “tias”, os “velhos”, os “fora de moda”, os “sem-

abrigo”, os gays e todos os demais “outros” com os quais temos familiaridade,

são uma espécie de “conhecimento”, um “saber” baseado em formulações

ideológicas, que no fundo transforma a diferença pura e simples num juízo de

valor perigosamente etnocêntrico."

“Paulo Lima-jornalista de SP, Brasil”

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Formas de Etnocentrismo, Racismo e Xenofobia

RACISMO

A palavra racismo tem origem na junção de dois termos: raça e “ismo”, sendo

raça a palavra mãe.

Racismo = Raça + “ismo”

Para percebermos o significado da palavra racismo temos de entender o que

significa realmente a palavra raça.

Raça é o grupo de indivíduos que apresentam particularidades comuns entre

os membros da mesma espécie.

A palavra raça teve origem no latim, de ratio, que significa espécie.

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Assim, racismo, não é mais do que uma teoria que afirma a superioridade da

raça X ou Y em relação às outras raças. Nesta teoria assenta a defesa do

direito de dominar ou mesmo reprimir as raças consideradas inferiores.

Resumindo, o racismo consiste em crer que certas pessoas são superiores a

outras devido a pertencer a uma raça específica. Os racistas diferenciam as

pessoas com base em características físicas como a cor de pele e o aspeto

do cabelo.

Também tem a tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se

dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e

superiores umas às outras. O racismo não é uma teoria científica, mas um

conjunto de opiniões pré concebidas onde a principal função é valorizar as

diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser

superiores aos outros de acordo com sua matriz racial.

A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas

vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por

outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade

e ao complexo de inferioridade, de muitos povos, como sendo inferiores aos

europeus.

Existem vários tipos de racismo nas nossas sociedades, sendo eles:

Racismo individual – Realça-se nos lugares mais estranhos, nas atitudes,

nos comportamentos e até nos interesses pessoais que estão socializados

entre várias raças.

Racismo institucional – demonstrado em dados oficiais, por exemplo

aqueles que são discriminados no nosso sistema de trabalho, na Justiça, na

Economia, na Política e nas instituições.

Racismo cultural – Manifesta-se nos valores, nas crenças, na religião, na

língua, na música, na filosofia, na estética, entre outros….

Racismo primário – É um fenómeno emocional ou passional, sem qualquer

elaboração ou justificações.

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Racismo comunitarista ou diferencialista – É um racismo contemporâneo

que se apropriou dos pontos centrais do antirracismo, ou seja que raça não é

natureza.

Racismo ecológico ou ambiental – É a forma ou subespécie mais recente

de discriminação, contra a “Mãe Terra”.

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XENOFOBIA

O termo é de origem grega e se, forma a partir das palavras “xénos” (estrangeiro)

e “phóbos” (medo). A xenofobia pode-se caracterizar como uma forma de

preconceito ou como uma doença, um transtorno psiquiátrico.

O preconceito gerado pela xenofobia é algo controverso.

Geralmente se manifesta através de ações discriminatórias e ódio por indivíduos

estrangeiros. Há intolerância e aversão por aqueles que vêm de outros países

ou diferentes culturas, desencadeando diversas reações entre os xenófobos.

Nem todas as formas de discriminação contra minorias étnicas, diferentes

culturas, subculturas ou crenças podem ser consideradas xenofobia. Em muitos

casos são atitudes associadas a conflitos ideológicos, choque de culturas ou

mesmo motivações políticas.

Como doença, a xenofobia é um transtorno causado por um medo descontrolado

do desconhecido, que se transforma em desequilíbrio. Quem sofre este

transtorno possivelmente passou por uma má experiência ao estar exposto a

uma situação desconhecida que causou terror e deixou marcas que vão interferir

na sua vida diária.

As pessoas com essa patologia sofrem de angústia e extrema ansiedade, se

distanciam do convívio social, evitam o contato com estranhos e, em alguns

casos, podem ter crises de pânico.

O que realmente é importante na nossa existência são os laços que

construímos ao longo das nossas vidas. Não podemos ficar presos a questões

que não nos enriquece absolutamente nada como preconceito, racismo ou

diferenças sociais e culturais, vamos dar valor e nos preocupar com o que

realmente importa, como as alterações ambientais da natureza, com as pessoas

que passam fome e sede, pessoas que sofrem com doenças e por ai em diante.

Só assim começando por resolver questões como estas que vamos conseguir

viver em comunhão e consequentemente em igualdade e mais felizes.

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Representações sociais

Encontramos representações sociais nas mais variadas formas, na sociedade

ou no nosso quotidiano. Estas representações são-nos transmitidas pelos

agentes socializadores ao ponto de as interiorizarmos de uma forma que quase

não questionamos, porque nos deixámos absorver de tal forma por elas que nem

colocamos a tão importante questão do “será?”

Encontramo-las a propósito de conceitos, de realidades e de situações. Estas

representações surgem da necessidade de reduzir a complexidade da realidade

em que vivemos e que nos conduz para uma necessidade de a classificarmos.

Por esse motivo estas são constituídas como esquemas de perceção e de

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classificação da realidade, pois as representações sociais pressupõem os

chamados valores.

Por exemplo quando qualquer um de nós expõe uma questão, pertinente ou não,

sobre determinada matéria ou assunto, como por exemplo acerca da qualidade

de um produto novo ou se determinado sistema de saúde ou de ensino é de

qualidade, ou se determinada pessoa será um profissional responsável e

cumpridor, ou como ainda acontece nos nossos dias, quem será aquela mulher

que fuma e vai até ao café do lado enquanto devia estar em casa a cuidar do lar

e dos filhos, estamos de imediato conscientemente ou não, a criar um conjunto

de opiniões que levam a uma representação social.

Em suma podemos dizer que as representações sociais são a construção de

uma realidade comum, manifestando-se sob a forma de conceitos, categorias e

teorias. São essencialmente fenómenos sociais que podem aparecer sob a

forma de canções, provérbios, literatura, mitos, lendas, entre outros. Podemos

assim afirmar que as representações sociais orientam o nosso comportamento.

Enquanto forma de conhecimento, é a “reprodução daquilo que se pensa”, poder-

se-á dizer que é “o conteúdo concreto aprendido pelos sentidos, pela

imaginação, pela memória ou pelo pensamento”. Mas há quem defenda que esta

se adquire pelo “senso-comum”.

Henry Wallon, destaca a questão da afetividade. Este autor estudou o

crescimento dos bebés para compreender o papel dos sentimentos e das

emoções para a formação de um indivíduo.

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Estigmas

Referimos anteriormente que as representações sociais orientam o nosso

comportamento.

Pois bem, analisemos por exemplo a questão da beleza física tal como hoje a

entendemos. Sabemos que esta se encontra associada a um ideal como a

saúde, a boa forma física, a juventude, a magreza e toda uma panóplia de

caraterísticas físicas mais ou menos objetivas.

Mas de onde terá surgido esta representação de beleza física tão diferente da

que se conhecia por exemplo na cultura ocidental?

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Se pararmos para pensar um pouco neste assunto, percebemos que somos

diariamente bombardeados com ela pelos meios de comunicação social

(televisão, revistas, cinema, etc.) no entanto, existem outros grupos sociais que

também tendem a convencer-nos de que ser bonito é ser alto e magro, atlético

e musculado, por exemplo a internet.

Devido a estas situações, grande parte da população que não se insere nestas

caraterísticas, acaba por ser vítima das mesmas, sofrendo de baixa auto estima,

distúrbios alimentares gravíssimos, como a anorexia e a bulimia, num excessivo

e aterrador número de adolescentes, que por norma são as mais afetadas por

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estas situações, pois temem ser consideradas feias por serem menos saudáveis,

menos jovens, mais gordas, ou fisicamente menos “bonitas”, sofrendo depois a

rejeição ou a estigmatização por parte de quem as rodeia, quer socialmente

(dificuldade em formar um grupo de amigos ou encontrar um parceiro) quer

profissionalmente (sobretudo em locais em que se pratique o atendimento ao

público).

Estes estigmas originaram uma procura constante e quase desesperada, quer

em jovens, como adolescentes ou pessoas de média idade, por formas de

manter uma aparência jovem e saudável e manter a “elegância e beleza física ”

que tanto se fala, quer através de cirurgias estéticas, como cosméticos, ginásios

e alimentação saudável, até aos mais excessivos métodos pouco aconselháveis

e que por norma levam a problemas sérios de saúde.

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Não é negativo a preocupação que se começa a ter em cuidar melhor do corpo

e da saúde, desde que este não tome proporções doentias e excessivas.

Infelizmente existem outros exemplos de condicionamentos do comportamento

a este nível que surgem de forma negativa.

Temos como exemplo deste último, o caso de jovens brasileiros que auto

administram uma substância de um óleo composto, chamada ADE com a

finalidade de adquirirem uma aparência bonita e uma boa constituição física, sem

esforço e num curto espaço de tempo.

O pior é que esta é péssima e tremendamente perigosa para a saúde.

Trata-se de um óleo, que enche os músculos como se eles fossem balões de

água, fazendo com que a pessoa fique inchada em função da reação que o

organismo faz ao mesmo. Enquanto isso, quem o utiliza acha que está a ficar

musculado e a atingir o tão ansiado estado de beleza física.

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O uso desta substância nas pessoas provoca uma resposta fisiológica do corpo,

que ao não absorver a mesma, gera uma cápsula que envolve esse mesmo óleo

e consequentemente aumenta o volume do local em que foi injetado.

A ADE, não aumenta força ou volume muscular, simplesmente dá um aumento

volumétrico de uma estrutura como resposta defensiva do corpo, reagindo a essa

agressão.

O ADE tem este nome porque é um composto de três vitaminas, A, D e E. Este

composto destina-se ao uso veterinário, mas infelizmente para certas pessoas

este é associado a uma “superdose bombástica e milagrosa” pelo que continuam

a administrá-la. O ADE é originalmente usado para tratar carências e

infeções em bovinos, equinos, suínos, caprinos e até coelhos.

Este é apenas um exemplo do que este estigma de beleza física pode fazer na

mente e na vida das pessoas menos confiantes ou mais estigmatizadas, em

busca de uma aceitação social ou profissional. Podemos concluir que existe uma

série de modelos de comportamento associados a uma representação social da

beleza física e que inevitavelmente estão condicionados por ela, com graves

consequências, por vezes nefastas, como as do exemplo supra citado.

Todos estes condicionantes levam ao tão conhecido estigma do terror de

engordar, levando um elevado número de adolescentes femininas (na maior

parte dos casos, visto ser uma doença rara nos homens) a sofrer de Anorexia.

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A Anorexia é uma doença nervosa conhecida há muitos anos no meio dos

profissionais de saúde, mas que atualmente também já é abordada em contextos

sociais.

Ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, a Anorexia nervosa não

é caraterizada pela falta de apetite, muito pelo contrário, a principal caraterística

é que na maior parte dos casos, as doentes que sofrem desta patologia sentem

muita fome, contudo, devido ao medo mórbido de engordar, recusam-se a

comer, por recearem perder o controlo da quantidade de alimentos que ingerem.

Após um período prolongado sobre este regime alimentar, o próprio organismo

já não aceita o alimento, e é nesta fase que se passa para o buraco mais fundo

deste poço frio e escuro, seduzidos pelos apelos destruidores da conhecida

Anorexia nervosa.

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Como companheira desta última surge a conhecida Bulimia nervosa. Trata-se

de um transtorno alimentar caracterizado por períodos de compulsão alimentar

seguidos por comportamentos não saudáveis para perda de peso rápido, como

induzir vômito (90% dos casos), uso de laxantes, abuso de cafeína, uso de

cocaína e/ou dietas inadequadas.

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Diferencia-se da Anorexia nervosa por envolver grande variação de peso,

descontrole alimentar frequente e estar mais associado a depressão maior,

enquanto a vítima de anorexia nervosa está mais associado com uma magreza

excessiva, longos períodos sem se alimentar e transtornos de ansiedade.

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Apesar de ser num número muito inferior ao das mulheres, também existem

casos de homens que sofrem destas doenças, alguns deles atores e modelos

conceituados.

De salientar que estas ocorrem não apenas em virtude das situações a que estas

pessoas são sujeitas social ou profissionalmente, mas também no seio familiar.

Por exemplo, existe crianças que em tenra idade iniciam o seu doloroso percurso

para a anorexia ou a bulimia. Por falta de apoio em casa, porque os pais estão

constantemente a criticá-las pelo que comem ou pelo que não devem comer,

porque são mais gordas que as amiguinhas, porque são demasiado magras ou

simplesmente porque não estão atentos ao desenvolvimento e crescimento

exterior e interior dos seus filhos. Não existe diálogo em casa e por vezes nem

a preocupação de saber como correu o dia ou como vai a escola.

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Esta desatenção provoca na criança uma sensação de perda e frustração, de

invisibilidade e transforma-a num ser obcecado pela perfeição em busca da tão

ansiada atenção. A criança torna-se triste, depressiva, tem tendência para o

isolamento, não tem convívio com as outras crianças e procura uma forma de

agradar a todos os que a rodeiam…Muita atenção a estes sinais, podem ser

sinais de algo perigoso.

Pais e mães

Vejamos algumas imagens de crianças estigmatizadas na escola ou pela família,

imagens do que esta representação social provoca na auto estima de uma

criança e o que faz com o seu sorriso e beleza naturais. Imagens da solidão que

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os estigmas provocam num ser pequeno e belo, que crescerá um homem ou

uma mulher com baixa auto estima, com fragilidades, com medo de dizer NÃO,

com necessidade obsessiva de agradar a todos os que o rodeiam, com uma

tremenda dificuldade em ser ele mesmo. Alguém que cresce sem saber quem

é…daí até à Anorexia ou Bulimia é um passo semelhante ao de uma formiga,

num abrir e fechar de olhos chegam a esta maldita viagem que infelizmente na

maior parte dos casos não tem regresso….

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Aqui pode iniciar o percurso mais doloroso da

vida dos vossos filhos e da vossa…atenção ao

vosso bem mais precioso…

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Em conclusão das representações sociais, podemos afirmar que estas, tem

impacto positivo na sociedade, mas também uma forte e perigosa influência

negativa, que não sendo bem filtrada pode levar a consequências graves, quer

físicas como psicológicas.

Em suma, represente-se exatamente como é e deixe que os que o rodeiam se

representem a si mesmos na mesma forma de estar. Esta é a mais saudável das

representações sociais, alimentares e de beleza.

“Aceite-se na plenitude do ser e permita ao outro que faça a sua

escolha...aceite as diferenças que marcam uma existência e a unificação

de um ser, e sorria perante quem o rodeia. Liberte o mundo de estigmas e

viva a plenitude de uma existência...”

(Susana Almeida)

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=pywYmAVcUzA

https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=uzfdKM_Cu30