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Tecnologia Das Construções

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Page 1: Tecnologia Das Construções

Locação de Obras• Introdução:

• A locação da obra é o processo de transferência da planta baixa do projeto da edificação parao terreno, ou seja, os recuos, os afastamentos, os alicerces, as paredes, as aberturas etc.

• Na fase de execução da locação da obra deve se adotar o máximo rigor possível. A presençado engenheiro civil nesta fase deve ser constante.

• Deve-se ter em mente que os elementos de locação deverão permanecer na obra por umtempo razoável, até que se possa transferir para a edificações pontos de referênciadefinitivos.

Processos de locação(gabarito):1 - Locação por cavaletes;

2 – Locação por tábua corrida (tabeira);

3- Teodolitos e Níveis

– 1.0 Locação por cavaletesA locação por cavaletes é indicada para obras de menor porte – garagens, barracões e ampliações –e com poucos elementos a serem locados. Nesse tipo de locação, os alinhamentos são definidos por pregos cravados nos cavaletes constituídos de duas ou três estacas cravadas diretamente no solo etravadas por uma travessa nivelada pregada nas estacas.

•Vantagem:utiliza menos quantidade de material (estacas e tábuas).•Desvantagem: A grande desvantagem dos cavaletes por serem isolados é a dificuldade de seperceber deslocamentos provocados pela circulação de equipamentos e operários, resultando comisso alinhamentos e locações fora do previsto.

- 2.0 Locação por tábua corridaA locação por tábua corrida, também chamada de tabela ou tabeira, é indicada para obras commuitos elementos a serem locados.

Consiste em contornar toda a futura edificação com um cavalete contínuo constituído de estacas etábuas niveladas e em esquadro (polígono em esquadro).

Depois de definidas as linhas do gabarito, sempre que possível distância das 1,20 m ou mais dafutura construção, fincam-se no solo os pontaletes que darão rigidez ao cercado, devendo desde jáficarem alinhados e nivelados.

OBS.:Para uma maior garantia (obras de maior vulto) convém concretar a base das estacas,aguardando pelo menos 24 horas para dar continuidade à locação.

No caso do terreno apresentar uma inclinação acentuada a locação pode ser feita com gabaritos emdegraus (patamares), sempre em nível e esquadro.

Após a fixação dos pontaletes, estes devem ser serrados com o topo ficando no nível desejado. -nível eletrônico a laser; -ou em obras menores um nível de mangueira, constituído de uma mangueira transparente (cristal)

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de 12 a 15 mm de diâmetro, cheia de água limpa e livre de bolhas de ar no interior;-Outro método de transferir o nível é esticando uma linha entre os pontaletes e pregando uma tábuanivelada com nível de bolha, logo abaixo da linha. (não é muito preciso mais serve para marcaçõespreliminares)-Partindo de um ponto definido no primeiro pontalete, transfere-se o nível para os demaispontaletes. -

- 3.0 Teodolitos e Níveis•Ponto deixado pelo topógrafo.

•Solicitar ao topógrafo a conferência de eixos e divisas da obra.

•Após esta conferência, verificar as distâncias entre os eixos e as divisas.

Procedimentos que antecedem a locação da obra:-o terreno deve estar limpo (capinado) e, preferencialmente, na cota de arrasamento das fundações(estacas ou sapatas). -é necessário conseguir a referência inicial que pode ser um ponto definido no terreno e um rumo ouuma parede de construção vizinha. A referência mais comum em obras urbanas é o alinhamentopredial que geralmente é marcada por equipe de topógrafo da prefeitura ou por empresa prestadorade serviços contratada pela município.-estudar os projetos.-providenciar todos os equipamentos e ferramentas necessários;-

• Equipamentos e ferramentas necessárias para se realizar a locação de uma obra:-teodolitos e níveis (mangueira 3/8” ou laser); -nível de mangueira;-trena metálica de 30 metros (jamais usar trena de lona, plástico ou metro de madeira); -linhas de nylon;-prumo; -Arame recozido n 18;-tinta esmalte (cores vermelha e branca), marreta, martelo e pregos etc.

c) Confeccionar a face escolhida com estacas ou pontaletes (3"x3") espaçados de 1,5 a 3,0metros e alinhados rigorosamente por uma das faces (esticar uma linha de nylon).

d) Depois de consolidados no terreno, os pontaletes devem ser nivelados (nível de mangueira),cortados no topo a uma altura de 40 a 50 cm do solo (até 1 a 1,2 m) e ter pregado na sua face internatábuas (de boa qualidade) de 1"x6" (pode ser 1"x4") devidamente niveladas;

e) A partir da primeira face, marcar e confeccionar as demais faces do gabarito, usando triângulosretângulos (gabaritos) para garantir a ortogonalidade do conjunto (esquadro), conferindo sempre atétravar todo o conjunto com mãos-francesas e contraventamento, se necessário;

f) Pintar o gabarito, preferencialmente, com tinta esmalte branca (pode ser látex);

g) Dependendo do método de locação utilizado ou da existência de projeto de locação, faz-se amarcação no topo da tábua interna colocando pregos em alturas diferentes(ou de diferentesdiâmetros) para identificar eixos, faces laterais de paredes etc. Marcar na tábua a linha de pilarescom tinta esmalte vermelha;

h) Marcar todos os pontos de referência na tábua sempre usando trena metálica e efetuar aconferência (mestre ou engenheiro). Um bom método de conferência é o inverso, ou seja, voltar doúltimo ponto marcado, fazendo o caminho inverso da locação;

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i) Com duas linhas de nylon n.80 (preferência arame de aço recozido n.18) esticadas a partir dasmarcações do gabarito e no cruzamento das linhas transferir as coordenadas das estacas (sapata ouelemento que venha a ser executado) para o terreno, usando um fio de prumo (250 g) marcar oponto exato da estaca (centro), cravando um piquete (pintado de branco);

j) No caso de haver movimentação de equipamentos pesados (bate-estacas, máquinas ecaminhões) proceder a cravação com um rebaixo em relação ao terreno e marcar o local do piquetecom cal ou areia, remarcar sempre que ocorrer dúvida em relação a locação do piquete;

l) Colocar proteções e avisos da existência do gabarito para evitar abalroamento e deslocamentosque possam por em risco a exatidão do controle geométrico da obra. Alertar para que não utilizem ogabarito como andaime, apoio para materiais, passarelas etc.

ØQual a tolerância das medidas?

§Esquadro do Gabarito – 2 mm/10m;

§Esquadro dos Eixos Principais- 1 mm/10m;

§Nivelamento do Gabarito – 10 mm em 30m;

§Precisão da Trena – 3 mm;

§Elementos da Fundação: Varia com o tipo

§Alicerce: 5 cm

§Bloco de Fundação: 5cm

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É necessário um programa de necessidades para o projeto do canteiro de obras.O que é o PCMAT?•

PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho – ligado à NR-18, é específico,obrigatório para qualquer obra com mais de 20 operários do total, independente de serem ou nãoda mesma empresa.

• Os riscos de acidentes dos trabalhadores acompanham esse processo, exigindoacompanhamento pontual e periódico, seguindo as Normas Reguladoras (NR’s),estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

• Quais são os objetivos do PCMAT?

• Garantir, por ações preventivas, a integridade física e a saúde do trabalhador da construção,uncionários terceirizados, fornecedores, contratantes, visitantes, etc.;

• Estabelecer um Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho nos serviços relacionados àconstrução, através da definição de atribuições e responsabilidades à equipe que iráadministrar a obra.

Considerações sobre o PCMAT

A falta deste implicará nas penalidades previstas na legislação que poderão variar de multa até aparalisação das atividades do estabelecimento em questão.

O PCMAT deve ser elaborado e executado por profissional legalmente habilitado.

O proprietário do estabelecimento e seus contratados são responsáveis pela implementação doPCMAT.

Como é elaborado o PCMAT?

A elaboração do programa se dá pela antecipação dos riscos inerentes à atividade da construçãocivil. O PCMAT deve contemplar as exigências contidas na NR-9 – Programa de Prevenção deRiscos Industriais, são aplicados métodos e técnicas que têm por objetivo o reconhecimento,avaliação e controle dos riscos encontrados. A partir deste levantamento, são tomadas providências para eliminar ou minimizar e controlar estesriscos, através de medidas de proteção coletivas ou individuais. É importante que o PCMAT tenha sólida ligação com o PCMSO (Programa de Controle Médico eSaúde Ocupacional), uma vez que este depende do PCMAT para sua melhor aplicação.

Quem pode elaborar o PCMAT? Roteiro para PCMAT?

A elaboração do PCMAT é realizada em 5 etapas:

1. Análise de projetosÉ a verificação dos projetos que serão utilizados para a construção, com o intuito de conhecer quaisserão os métodos construtivos, instalações e equipamentos que farão parte da execução da obra.

2. Vistoria do localA vistoria no local da futura construção serve para complementar a análise de projetos. Esta visita

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fornecerá informações sobre as condições de trabalho que efetivamente serão encontradas naexecução da obra.

3. Reconhecimento e avaliação dos riscosNesta etapa é feito o diagnóstico das condições de trabalhoencontradas no local da obra. Surgem, então, a avaliação qualitativa e quantitativa dos riscos, paramelhor adoção das medidas de controle.

4. Elaboração do documento baseÉ a elaboração do PCMAT propriamente dito. É o momento onde todo o levantamento anterior édescrito e são especificadas as fases do processo de produção

5. Implantação do programaO processo de implantação do programa deve contemplar:- Desenvolvimento/aprimoramento de projetos e implementação de medidas de controle;- Adoção de programas de treinamento de pessoal envolvido na obra;- Especificação de equipamentos de proteção individual;- Avaliação constante dos riscos, com o objetivo de atualizare aprimorar sistematicamente o PCMAT;- Estabelecimento de métodos para servir como indicadoresde desempenho;- Aplicação de auditorias em escritório e em campo, demodo a verificar a eficiência do gerenciamento do sistema deSegurança do Trabalho.- adoção de bandeja – para prédios com mais de 4 pavimentos, ou altura equivalente (~12m)

-guarda-corpo – proteção contra quedas de altura (telas e/ou). - elevador de cargas – com capacidades previstas

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INSTALAÇÕES

Áreas de Vivência (lavanderia, alojamentos, cozinha e área de lazer) quanto houver trabalhadoresalojadosAmbulatório – quando houver 50 ou mais trabalhadores na obra;Instalações Sanitárias/vestiários – um vaso sanitário/mictório/lavatório para cada 20 operários e 1chuveiro para cada 10, local do vaso: área mínima de 1m2, local do chuveiro: área mínima de 0,80m2;Refeitório – mesas com tampos laváveis, idem para os pisos; 1m2/trabalhador; não ficar situado emsubsolos ou porões; não ter comunicação com instalações sanitárias; pé direito mínimo 2,80m; Alojamentos – dormitórios confortáveis e arejados, pé-direito 2,5m cama simples e 3,0m2, beliche;é proibido instalá-los em subsolos ou porões, proibido treliche; •Áreas de Vivência (lavanderia,alojamentos, cozinha e área de lazer) quanto houver trabalhadores alojado

Cozinha – somente quando houver preparo de refeições na obra, existência de pia e equipamento derefrigeração;Área de Lazer – pode ser usado o refeitório;Vestiário –armários individuais com cadeado, bancos com largura mínima de 0,30 cm; Lavanderia – área coberto e em número adequado •Central de Armação

-Localizar o processamento do aço (corte/dobramento/prémontagem)nas proximidades do estoque de aço e facilmente acessível quanto ao transporte vertical;

– Área da ordem de 50 m²;– Cobertura seria o ideal, mas é obrigatória apenas sobre eventual policorte.

Central de Fôrmas

– Local aberto;– Área da ordem de 20 m²;

Central de Pré-Montagem de Instalações

– Local coberto;– Área da ordem de 20 m²;

Estoque de Areia

• Próximo ao portão de materiais (se possível acessível diretamente• pelo basculamento do caminhão);• Próximo à betoneira de produção de argamassa; próximo ao• equipamento para transporte vertical;• Evitar contato direto com terreno, prover delimitação quanto às• laterais;• Evitar carreamento pela chuva e contaminação com terra, entulho e• outros materiais;• Altura máxima do estoque sobre o terreno da ordem de 1,5 m;• Não estocar sobre laje (sobrecarga).

Estoque de Argamassa - Local fechado, próximo ao acesso de materiais (viabilizar descarregamento sob responsabilidadedo fornecedor), isento deumidade;- Isolar os sacos do contato com o piso (estrados) e afastar das paredes do ambiente;-Procurar induzir política de “primeiro a chegar = primeiro a usar”;-Pilhas com no máximo 10 sacos de altura;

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- Área é função da demanda (ordem de grandeza = 20 m²).

Estoque de Tubos

-Local coberto;-Local não necessariamente fechado - almoxarifado;-Criar “prateleiras” para organização do estoque;-Área com ordem de grandeza de (2 x 7) m².

Estoque de Conexões

Local fechado (Uso do almoxarifado);

Estoque relativo ao Elevador, Tintas e Esquadrias-Local fechado e coberto;-Área da ordem de 20m².

Estoque de Louças•• Local fechado;• Área da ordem de 20m².

Estoque de Metais

Local fechado – almoxarifado;

Estoque de Barras de Aço • Pode ser ao ar livre;• Evitar contato com solo (britas + caibros transversais);• Delimitar “baias” para diferentes diâmetros;• Local próximo ao portão de materiais (no caso da não• Existência de grua ou guindaste para transporte horizontal);• Nas proximidades do processamento (corte/dobra/prémontagem)das barras;• Evitar estocagem sobre lajes (sobrecarga);• Ordem de grandeza de área: (3 x 13) m2.

•Estoque de Compensados para fôrmas • Próximo ao portão de materiais;• Próximo ao local de confecção das fôrmas;• Evitar contato com solo e umidade (isolar do chão com caibros; cobrir com lona);• Pilhas com no máximo 75 chapas;– Área da ordem de 20 m².

LIXO

AZUL: papel/papelão;•VERMELHO: plástico;•VERDE: vidro;•AMARELO: metal;•PRETO: madeira;•LARANJA: resíduos perigosos;•BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde;•ROXO: resíduos radioativos;•MARROM: resíduos orgânicos;

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•CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação.

5.2. Armazenamento de materiais

•Materiais perecíveis

- cimento/cal/gesso – deve ter depósito específico, isento de umidade, ventilado, empilhado sobretablado de madeira elevado do solo. Em construções de grande porte, são armazenados em silos.

• Materiais especiais – deterioram com facilidade, e são caros (tintas, ferragens, fiação,canalização, madeira) armazenagem específica••Materiais de acabamento – azulejos, peças sanitárias, podem ser armazenadas posteriormente(após os vedos) em local apropriado.5.2. Armazenamento de materiais não perecíveis

- pedra e areia – armazená-los em locais próprios, evitando evasão, desperdício. Localizarpróximos à betoneira e ao preparo das argamassas. - tijolos – empilhados por meio de amarração (fiadas), área de 0,25m2 para 250 unidades, altura de1,65m. - blocos de concreto – idem tijolos, empilhados em paletes próximos às gruas. - madeira - para fôrmas e telhado, classificada por bitolas e tabicadas (área de 6m decomprimento por 1m para cada m3 de madeira). - armaduras (barras de aço) – área de 15m x 0,50m para cada tonelada (prever área para bancadapara dobragem).

7.3 Instalações

•é dada em função do número de trabalhadores, evitando que sejam contíguas à obra, evitandoaberturas voltadas aos ventos predominantes.• Escritórios – posição que permita o controle visual da obra, independente dos vestiários e/ou,separando do Engo / Arquiteto residente dos mestres.• Almoxarifados – 0,20 a 0,60m2 por trabalhador, depende da obra. O canteiro em aço exigeespaços reduzidos, regra geral as peças chegam e já são montadas rapidamente.• Carpintaria – espaço compatível quando a tecnologia for concreto armado.•Vestiários, Sanitários – superfície de 1 a 2m2 por trabalhador; e 1 a 2 sanitários para cada 50operários, conforme já exposto• Oficinas – de acordo com os componentes a serem produzidos (pré-moldados e/ou).• Alojamentos – indispensável para obras fora do perímetro urbano (aluguel de casas próxima àobra)

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1. INTRODUÇÃOFundações são os elementos estruturais com função de transmitir as cargas da estrutura ao terrenoonde ela se apoia (AZEREDO, 1988). Assim, as fundações devem ter resistência adequada parasuportar às tensões causadas pelos esforços solicitantes. Além disso, o solo necessita de resistência erigidez apropriadas para não sofrer ruptura e não apresentar deformações exageradas oudiferenciais.

Para se escolher a fundação mais adequada, deve-se conhecer os esforços atuantes sobre aedificação, as características do solo e dos elementos estruturais que formam as undações. Assim,analisa-se a possibilidade de utilizar os vários tipos de fundação, em ordem crescente decomplexidade e custos (WOLLE, 1993). Fundações bem projetadas correspondem de 3% a 10% docusto total do edifício; porém, se forem mal concebidas e mal projetadas, podem atingir 5 a 10vezes o custo da fundação mais apropriada para o caso (BRITO, 1987).

2. INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLONa grande maioria dos casos, a avaliação e o estudo das características do subsolo do terreno sobreo qual será executada a edificação se resume em sondagens de simples reconhecimento (sondagemà percussão), mas dependendo do porte da obra ou se as informações obtidas não foremsatisfatórias, outros tipos de pesquisas serão executados (por exemplo, poços exploratórios, ensaiode penetração contínua, ensaio de palheta).

Características como: número de pontos de sondagem, seu posicionamento no terreno (levando-seem conta a posição relativa do edifício) e a profundidade a ser atingida são determinadas porprofissional capacitado, baseado em normas brasileiras e na sua experiência (BRITO,1987).

Tendo-se executado as sondagens corretamente, as informações são condensadas e apresentadas emum relatório escrito e outro gráfico, que deverá conter as seguintes informações referentes aosubsolo estudado:

• locação dos furos de sondagem;

• determinação dos tipos de solo até a profundidade de interesse do projeto;

• determinação das condições de compacidade, consistência e capacidade de carga de cadatipo de solo;

• determinação da espessura das camadas e avaliação da orientação dos planos que asseparam;

• informação do nível do lençol freático.

Estes dados obtidos através de sondagem retratam as características e propriedades do subsolo e,depois de avaliados e minuciosamente estudados, servem de base técnica para a escolha do tipo defundação da edificação que melhor se adapte ao terreno.

3. TIPOS DE FUNDAÇÕESAs fundações se classificam em diretas e indiretas, de acordo com a forma de transferência decargas da estrutura para o solo onde ela se apoia. Fundações diretas são aquelas que transferem ascargas para camadas de solo capazes de suportá-las (FABIANI, s.d.), sem deformar-seexageradamente. Esta transmissão é feita através da base do elemento estrutural da fundação,considerando apenas o apoio da peça sobre a camada do solo, sendo desprezada qualquer outraforma de transferência das cargas (BRITO, 1987).

As fundações diretas podem ser subdivididas em rasas e profundas. A fundação rasa se caracteriza

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quando a camada de suporte está próxima à superfície do solo (profundidade até 2,5 m) (FABIANI,s.d.), ou quando a cota de apoio é inferior à largura do elemento da fundação (BRITO, 1987). Poroutro lado, a fundação é considerada profunda se suas dimensões ultrapassam todos os limitesacima mencionados. Fundações indiretas são aquelas que transferem as cargas por efeito de atritolateral do elemento com o solo e por efeito de ponta (FABIANI, s.d.). As fundações indiretas sãotodas profundas, devido às dimensões das peças estruturais (BRITO, 1987).

Fundações diretas rasas • blocos e alicerces

• sapatas: corrida, isolada, associada, alavancada

• radiers

Fundações diretas profundas

• tubulões céu aberto

• ar comprimido

• Fundações indiretas brocas

• estacas de madeira

• estacas de aço

• estacas de concreto pré-moldadas

• estacas de concreto moldadas in loco Strauss

• Franki

• Raiz

• Barrete/Estacão

3.1 Blocos e AlicercesEste tipo de fundação é utilizado quando há atuação de pequenas cargas, como por exemplo umsobrado. Os blocos são elementos estruturais de grande rigidez, ligados por vigas denominadas“baldrames”, que suportam predominantemente esforços de compressão simples provenientes dascargas dos pilares. Os eventuais esforços de tração são absorvidos pelo próprio material do bloco.Podem ser de concreto simples (não armado), alvenarias de tijolos comuns (Figura 3.1) ou mesmode pedra de mão (argamassada ou não). Geralmente, usa-se blocos quando a profundidade dacamada resistente do solo está entre 0,5 e 1,0 m de profundidade (BRITO,1987).

Os alicerces, também denominados de blocos corridos, são utilizados na construção de pequenasresidências e suportam as cargas provenientes das paredes resistentes, podendo ser de concreto,alvenaria ou de pedra (Figura 3.2).

O processo de execução de um alicerce consiste em:

1. executar a abertura da vala;

2. promover a compactação da camada do solo resistente, apiloando o fundo;

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3. colocação de um lastro de concreto magro (90 kgf/cm2) de 5 a 10 cm de espessura;

4. execução do embasamento, que pode ser de concreto, alvenaria ou pedra;

5. construir uma cinta de amarração que tem a finalidade de absorver esforços não previstos,suportar pequenos recalques, distribuir o carregamento e combater esforços horizontais;

6. fazer a impermeabilização para evitar a percolação capilar, utilizando uma argamassa“impermeável” (com aditivo) ou ainda, uma chapa de cobre, de alumínio ou ardósia.

Deve-se, ainda, observar com cuidado:

• se há ocorrência de formigueiros e raízes de árvore no momento da escavação da vala;

• compatibilização da carga da parede x largura do alicerce, observando: eventual distinção dalargura dos alicerces para as diferentes paredes, e o uso adicional de

• brocas em pontos isolados, como reforço de fundação;

• se o terreno está em declive, deve-se fazer o alicerce em escada

.

CONTROLE DE EXECUÇÃO– locação do centro dos blocos e das linhas das paredes;

– cota do fundo da vala;

– limpeza da vala.

3.2 SapatasAo contrário dos blocos, as sapatas não trabalham apenas à compressão simples, mas

também à flexão, devendo neste caso serem executadas incluindo material resistente à

tração (BRITO, 1987).

3.2.1 Sapatas isoladasSão aquelas que transmitem para o solo, através

de sua base, a carga de uma coluna (pilar) ou

um conjunto de colunas (BRITO, 1987). A

Figura 3.4 apresenta alguns tipos de sapatas

isoladas.

Para construção de uma sapata isolada, são

executadas as seguintes etapas:

1. fôrma para o rodapé, com folga de 5 cm para execução do concreto “magro”;

2. posicionamento das fôrmas, de acordo com a marcação executada no gabarito de locação;

3. preparo da superfície de apoio;

4. colocação da armadura;

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5. posicionamento do pilar em relação à caixa com as armações;

6. colocação das guias de arame, para acompanhamento da declividade das superfícies do concreto;

7. concretagem: a base poderá ser vibrada normalmente, porém para o concreto inclinado deverá serfeita uma vibração manual, isto é, sem o uso do vibrador.

Obs.: a etapa 3 compreende a limpeza do fundo da vala de materiais soltos, lama, o apiloamentocom soquete ou sapo mecânico e a execução do concreto “magro”, que é um lastro de concreto compouco cimento, com função de regularizar a superfície de apoio e não permitir a saída da água doconcreto da sapata, além de isolar a armadura do solo. A vala deve ser executada com pelo menos10 cm de folga a mais da largura da sapata para permitir o trabalho dos operários dentro dela.

3.2.2 Sapatas corridasSão elementos contínuos que acompanham a linha das paredes, as quais lhes transmitem a carga pormetro linear (BRITO,1987). Para edificações cujas cargas não sejam muito grandes, comoresidências, pode-se utilizar alvenaria de tijolos. Caso contrário, ou ainda para profundidadesmaiores do que 1,0 m, torna-se mais adequado e econômico o uso do concreto armado.

Para construção de uma sapata corrida, com embasamento em alvenaria, são executadas asseguintes etapas:

1. escavação;

2. colocação de um lastro de concreto magro de 5 a 10 cm de espessura;

3. posicionamento das fôrmas, quando o solo assim o exigir;

4. colocação das armaduras;

5. concretagem;

6. cinta de concreto armado: sua finalidade é a maior distribuição das cargas, evitando tambémdeslocamentos indesejáveis, pelo travamento que confere à fundação; muitas vezes, é usado opróprio tijolo como fôrma lateral;

7. camada impermeabilizante: sua função é evitar a subida da umidade por capilaridade para aalvenaria de elevação; sua execução deve evitar descontinuidades que poderão comprometer seufuncionamento e nunca devem ser feitas nos cantos ou nas junções das paredes; esta camada deveráser executada com argamassa com adição de impermeabilizante e deverá se estender pelo menos 10cm para revestimento da alvenaria de embasamento; para evitar retrações prejudiciais, deveráreceber uma cura apropriada (água, sacos de cimento molhados, etc.), sendo depois pintada com

emulsão asfáltica em duas demãos, uma após a secagem completa da outra

(FABIANI, s.d.).

3.2.3 Sapatas associadasUm projeto econômico deve ser feito com o maior número possível de sapatas isoladas. No caso emque a proximidade entre dois ou mais pilares seja tal que as sapatas isoladas se superponham, deve-se executar uma sapata associada. A viga que une os dois pilares denomina-se viga de rigidez , etem a função de permitir que a sapata trabalhe com tensão constante (BRITO,1987).

3.2.4 Sapatas alavancadasNo caso de sapatas de pilares de divisa ou próximos a obstáculos onde não seja possível fazer com

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que o centro de gravidade da sapata coincida com o centro de carga do pilar, cria-se uma vigaalavanca ligada entre duas sapatas (Figura 3.7), de modo que um pilar absorva o momentoresultante da excentricidade da posição do outro pilar (BRITO,1987).

CONTROLE DE EXECUÇÃO– locação do centro da sapata e do eixo do pilar;– cota do fundo da vala;– limpeza do fundo da vala;– nivelamento do fundo da vala;– dimensões da forma da sapata;– armadura da sapata e do arranque do pilar;

3.3 RadiersA utilização de sapatas corridas é adequada economicamente enquanto sua área em relação à daedificação não ultrapasse 50%. Caso contrário, é mais vantajoso reunir todas as sapatas num sóelemento de fundação denominado radier (Figura 3.8). Este é executado em concreto armado, umavez que, além de esforços de compressão, devem resistir a momentos provenientes dos pilaresdiferencialmente carregados, e ocasionalmente a pressões do lençol freático (necessidade dearmadura negativa). O fato do radier ser uma peça inteiriça pode lhe conferir uma alta rigidez, o quemuitas vezes evita grandes recalques diferenciais (BRITO,1987). Uma outra vantagem é que a suaexecução cria uma plataforma de trabalho para os serviços posteriores; porém, em contrapartida,impõe a execução precoce de todos os serviços enterrados na área do radier (instalações sanitárias,etc.).

CONTROLE DE EXECUÇÃO

– locação dos eixos dos pilares;– cota do fundo da escavação;– nivelamento do fundo da escavação;– colocação dos componentes das instalações e passagens, enterrados.

3.4 TubulõesTubulões são elementos estruturais da fundação que transmitem a carga ao solo resistente porcompressão, através da escavação de um fuste cilíndrico e uma base alargada tronco-cônica a umaprofundidade igual ou maior do que três vezes o seu diâmetro (BRITO,1987).

De acordo com o método de sua escavação, os tubulões se classificam em:

Tubulões a céu aberto

Consiste em um poço aberto manualmente ou mecanicamente em solos coesivos, de modo que nãohaja desmoronamento durante a escavação, e acima do nível d’água . Quando há tendência dedesmoronamento, reveste-se o furo com alvenaria de tijolo, tubo de concreto ou tubo de aço. Ofuste é escavado até a cota desejada, a base é alargada e posteriormente enche-se de concreto(BRITO,1987).

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O processo de execução da fundação deve seguir as seguintes etapas:

1. A partir do gabarito, faz-se a marcação do eixo da peça utilizando um piquete de madeira.Depois, com um arame e um prego, marca-se no terreno a circunferência que delimita o tubulão,cujo diâmetro mínimo é de 70cm.

2. Inicia-se a escavação do poço até a cota especificada em projeto. No caso de escavação manualusa-se vanga, balde e um sarrilho para a retirada de terra. Nas obras com perfuração mecânica oaparelho rotativo acoplado a um caminhão retira a terra. Na fase de escavação pode ocorrer apresença de água. Nestas casos, a execução da perfuração manual se fará com um bombeamentosimultâneo da água acumulada no poço.

Poderá ocorrer, ainda, que alguma camada do solo não resista à perfuração e desmorone (no caso desolos arenosos). Então, será necessário o encamisamento da peça ao longo dessas camadas. Istopoderá ser feito através de tubos de concreto com o diâmetro interno igual ao diâmetro do fuste dotubulão.

3. Faz-se o alargamento da base de acordo com as dimensões do projeto.

4. Verificação das dimensões do poço, como: profundidade, alargamento da base, e ainda o tipo desolo na base. Certifica-se, também, se os poços estão limpos.

5. Colocação da armadura.

6. A concretagem é feita lançando-se o concreto da superfície (diretamente do caminhão betoneira,em caso de utilização do concreto usinado) através de um funil (tremonha), com o comprimento daordem de 5 vezes seu diâmetro, de modo a evitar que o concreto bata nas paredes do tubulão e semisture com a terra, prejudicando a concretagem (ALONSO,1979).

O concreto se espalhará pela base pelo próprio impacto de sua descarga, porém, durante aconcretagem, é conveniente sua interrupção de vez em quando e descer para espalhá-lo, de modo aevitar que fiquem vazios na massa de concreto.

3.4.2 Tubulões com ar comprimidoEste tipo de fundação é utilizado quando existe água, exige-se grandes profundidades e existe operigo de desmoronamento das paredes. Neste caso, a injeção de ar comprimido nos tubulõesimpede a entrada de água, pois a pressão interna é maior que a pressão da água, sendo a pressãoempregada no máximo de 3 atm, limitando a profundidade em 30m abaixo do nível d’água .Issopermite que seja executados normalmente os trabalhos de escavação, alargamento do fuste econcretagem.

O equipamento utilizado compõe de uma câmara de equilíbrio e um compressor. Durante acompressão, o sangue dos homens absorve mais gases do que na pressão normal. Se adescompressão for feita muito rapidamente, o gás absorvido em excesso no sangue pode formarbolhas, que por sua vez podem provocar dores e até morte por embolia. Para evitar esse problema,antes de passar à pressão normal, os trabalhadores devem sofrer um processo de descompressãolenta (nunca inferior a 15 minutos) numa câmara de emergência (BRITO,1987).

Estes tubulões são encamisados com camisas de concreto ou de aço. No caso de camisa de concreto,a cravação da camisa, abertura e concretagem da base é feita sob ar comprimido, pois o serviço éfeito manualmente. Se a camisa é de aço, a cravação é feita a céu aberto com auxílio de um bateestacas e a abertura e concretagem do tubulão são feitos a ar comprimido.

CONTROLE DE EXECUÇÃO

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– locação do centro do tubulão;

– cota do fundo da base do tubulão;

– verticalidade da escavação;

– alargamento da base;

– posicionamento da armadura, quando houver, e da armadura de ligação;

– dimensões (diâmetro) do tubulão;

– concretagem (não misturar o solo com o concreto e evitar que se formem vazios na

base alargada;

-tubulão a ar comprimido: pressão do ar no interior do tubulão, risco de acidentes.

3.6 Estacas MetálicasAs estacas metálicas podem ser perfis laminados, perfis soldados, trilhos soldados ou estacastubulares. Podem ser cravadas em quase todos os tipos de terreno; possuem facilidade de corte eemenda; podem atingir grande capacidade de carga; trabalham bem à flexão; e, se utilizadas emserviços provisórios, podem ser reaproveitadas várias vezes. Seu emprego necessita com cuidadossobre a corrosão do material metálico. Sua maior desvantagem é o custo maior em relação àsestacas pré-moldadas de concreto, Strauss e Franki.

CONTROLE DE EXECUÇÃO– locação do centro das estacas;

– profundidade de cravação;

– emendas;

– nega;

3.7 Estacas Pré-Moldadas de ConcretoEstas estacas podem ser de concreto armado ou protendido e, como decorrência do problema detransporte e equipamento, têm limitações de comprimento, sendo fabricadas em segmentos, o queleva em geral à necessidade de grandes estoques e requerem armaduras especiais para içamento etransporte.

Costumam ser pré-fabricadas em firmas especializadas, com suas responsabilidades bem definidas,ou no próprio canteiro, sempre num processo sob controle rigoroso (BRITO,1987).

O comprimento de cravação real às vezes difere do previsto pela sondagem, levando a duassituações: a necessidade de emendas ou de corte. No caso de emendas, geralmente constitui-se numponto crítico, dependendo do tipo de emenda: luvas de simples encaixe, luvas soldadas, ou emendacom cola epóxi através de cinta metálica e pinos para encaixe, este último tipo mais eficiente

Quando o comprimento torna-se muito grande, há um limite para o qual não há comprometimentoda linearidade da estaca, o que exige certo controle. Por outro lado, quando há sobra, o corte ouarrasamento deve ser feito de maneira adequada no sentido de evitar danos à estaca. Apresentam-seem várias seções (versatilidade): quadradas, circulares, circulares centrifugadas (SCAC), duplo “T”,etc. As vazadas podem permitir inspeção após a cravação.

O processo de cravação mais utilizado é o de cravação dinâmica, onde o bate-estacas utilizado é ode gravidade. Este tipo de cravação promove um elevado nível de vibração, que pode causarproblemas a edificações próximas do local. O processo prossegue até que a estaca que esteja sendo

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cravada penetre no terreno, sob a ação de um certo número de golpes, um comprimento pré-fixadoem projeto:a “nega”, uma medida dinâmica e indireta da capacidade de carga da estaca. Emcampo,“tira-se” a “nega” da estaca através da média de comprimentos cravados nos últimos 10golpes do martelo. O objetivo de verificação da nega para as diferentes estacas é a uniformidade decomportamento das mesmas (LICHTENSTEIN,N.B.;GLAZER,N., s.d.). Deve-se ter cuidado com aaltura de queda do martelo: a altura ideal está entre 1,5 a 2,0 m, para não causar danos à cabeça daestaca e fissuração da mesma, não esquecendo de usar também o coxim de madeira e o capacetemetálico para proteger a cabeça da estaca contra o impacto do martelo, mesmo assim, estas estacasapresentam índice de quebra às vezes alto. Se a altura for inferior à ideal, poderá dar uma “falsanega”. Estas estacas não resistem a esforços de tração e de flexão e não atravessam camadasresistentes. Outra vantagem destas estacas é que podem ser cravadas abaixo do nível d’água. Suaaplicação de rotina é em obras de pequeno a médio porte.

O processo executivo de cravação emprega como equipamentos um dos três tipos de bate-estacas:

– bate-estacas por gravidade: consta, basicamente, de um peso que é levantado através

de um guincho e que cai orientado por guias laterais. A freqüência das pancadas é da

ordem de 10 por minuto e o peso do martelo varia entre 1,0 a 3,5 ton.

-bate-estacas a vapor: o levantamento do peso é feito através da pressão de vapor

obtido por uma caldeira e a queda é por gravidade. São muito mais rápidos que os de

gravidade, com cerca de 40 pancadas por minuto e o peso do martelo de 4,0 ton.

Como variante deste tipo, temos o chamado bate-estacas de duplo efeito, onde a

pressão do vapor acelera a descida do macaco, aumentando assim o número de

pancadas para cerca de 250 por minuto .

– bate-estacas a explosão: o levantamento do peso é feito através da explosão de gases

(tipo diesel). Este tipo de bate-estacas está hoje sofrendo grande evolução

(BRITO,1987).

,

CONTROLE DE EXECUÇÃO

– locação das estacas;

– profundidade de cravação;

– ocorrência de fissuras;

– verticalidade;

– nega

– altura de queda do pilão;

– execução da emenda;

– cota de arrasamento da cabeça da estaca;

– proteção da cabeça da estaca .

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3.7.1 Estacas MegaÉ constituída de elementos justapostos (de concreto armado, protendido ou de aço) ligados uns aosoutros por emenda especial e cravados sucessivamente por meio de macacos hidráulicos. Estesbuscarão reação ou sobre a estrutura existente ou na estrutura que esteja sendo construída ou emcargueiras especialmente construídas para tanto (cravação estática). A solidarização da estaca com aestrutura é feita sob tensão: executa-se um bloco sobre a extremidade da estaca; com o macacohidráulico comprime-se a estaca calçando a estaca sob a estrutura; retira-se o macaco e concreta-seo conjunto (ALONSO, 1979). Costumam ser utilizadas para reforço de fundações, mas às vezestambém são empregadas como solução direta, permitindo em alguns casos até a execução daestrutura antes da fundação (Figura 3.12).

3.9 Estacas StraussA estaca Strauss é uma fundação em concreto (simples ou armado), moldada in loco, executada comrevestimento metálico recuperável.

Para sua execução, são empregados os seguintes equipamentos (Figura 3.13):

– tripé de madeira ou de aço;

– guincho acoplado a motor a explosão ou elétrico;

– sonda de percussão, com válvula para retirada de terra na sua extremidade inferior;

– soquete de 300 kg, aproximadamente;

– tubos de aço com 2,0 a 3,0 m de comprimento, rosqueáveis entre si;

– guincho manual para retirada da tubulação;

– roldanas, cabos e ferramentas.

O processo executivo se inicia com a abertura de um furo no terreno, utilizando o soquete, até 1,0 a2,0 m de profundidade, para colocação do primeiro tubo, dentado na extremidade inferior, chamado“coroa”. Em seguida, aprofunda-se o furo com golpes sucessivos da sonda de percussão, retirando-se o solo abaixo da coroa. De acordo com a descida do tubo metálico, quando necessário érosqueado o tubo seguinte, e prossegue-se na escavação até a profundidade determinada (APEMOL,s.d.). Para concretagem, lança-se concreto no tubo até se obter uma coluna de 1,0 m e apiloa-se omaterial com o soquete, formando uma base alargada na ponta da estaca. Para formar o fuste, oconcreto é lançado na tubulação e apiloado, enquanto que as camisas metálicas são retiradas com oguincho manual. A concretagem é feita até um pouco acima da cota de arrasamento da estaca. Apósesta etapa, coloca-se barras de aço de espera para ligação com blocos e baldrames na extremidadesuperior da estaca. Finalmente, remove-se o concreto excedente acima da cota de arrasamento,quebrando-se a cabeça da estaca com ponteiros metálicos. A estaca Strauss pode ser empregada emocais confinados ou terrenos acidentados devido à simplicidade do equipamento utilizado. Suaexecução não causa vibrações, evitando problemas com edificações vizinhas. Porém, em geralpossui capacidade de carga menor que estacas Franki e pré-moldadas de concreto e possui limitaçãodevido ao nível do lençol freático.

CONTROLE DE EXECUÇÃO

– locação das estacas;

Page 18: Tecnologia Das Construções

– profundidade de escavação;

– verticalidade da camisa metálica;

– velocidade de retirada da camisa;

– tipo de solo encontrado (retirada de amostras);

– cota de arrasamento da cabeça das estacas;

– armadura, quando for o caso.

– apiloamento do concreto para garantir continuidade do fuste, mantendo dentro da tubulação umacoluna de concreto suficiente para ocupar o espaço perfurado e eventuais vazios do subsolo.

3.10 Estacas Franki

A execução deste tipo de estaca segue o seguinte procedimento:

1. Crava-se no solo um tubo de aço, cuja ponta é obturada por uma bucha de concretoseco, areia ebrita, estanque e fortemente comprimida sobre as paredes do tubo. Ao se bater com o pilão nabucha, o mesmo arrasta o tubo, impedindo a entrada de solo ou água;

2. Atingida a camada desejada, o tubo é preso e a bucha expulsa por golpes de pilão efortemente socada contra o terreno, de maneira a formar uma base alargada;

3. Uma vez executada a base e colocada a armadura, inicia-se a concretagem do fuste, em camadasfortemente socadas, extraindo-se o tubo à medida da concretagem, tendo-se o cuidado de deixar nomesmo uma quantidade suficiente de concreto para impedir a entrada de água e de solo.

As estacas tipo Franki apresentam grande capacidade de carga e podem ser executadas a grandesprofundidades, não sendo limitadas pelo nível do lençol freático. Seus maiores inconvenientesdizem respeito à vibração do solo durante a execução, área necessária ao bate-estacas epossibilidade de alterações do concreto do fuste, por deficiência do controle. Sua execução é semprefeita por firma especializada (BRITO, 1987).

Em situações especiais, sobretudo em zonas urbanas, pode-se atravessar camadas resistentes em queas vibrações poderiam causar problemas com construções vizinhas, por meio de perfuração préviaou cravando-se numa primeira etapa o tubo com a ponta aberta e desagregando-se o material com autilização de uma ferramenta apropriada e água (ALONSO, 1979).

No caso de existir uma camada espessa de argila orgânica mole saturada, a concretagem do fustepode ser feita de duas maneiras:

– crava-se o tubo até terreno firme, enche-se o mesmo com areia, arranca-se o tubo e torna-se acravá-lo no mesmo lugar. Deste modo, forma-se uma camada de areia que aumentará a resistênciada argila mole e protegerá o concreto fresco contra o efeito de estrangulamento;

– após a cravação do tubo, execução da base e colocação da armação, enche-se inteiramente omesmo com concreto plástico (slump de 8 a 12 cm) e em seguida o mesmo é retirado de uma só vezcom auxílio de um equipamento vibrador acoplado ao tubo. A este processo executivo dá-se o nomede estaca Franki com fuste vibrado (ALONSO, 1979).

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CONTROLE DE EXECUÇÃO

– locação do centro das estacas;

– profundidade de cravação/escavação;

– verticalidade do tubo e de sua retirada da camisa, para não haver estrangulamento do fuste;

– velocidade de execução;

– armação das estacas;

– nega;

– cota de arrasamento da cabeça da estaca;

– altura de queda do pilão;

– volume de concreto empregado na execução do bulbo.

3.11 Estacas RaizÉ uma estaca de pequeno diâmetro concretada “in loco”, cuja perfuração é realizada por rotação ourotopercussão, em direção vertical ou inclinada. Essa perfuração se processa com um tubo derevestimento e o material escavado é eliminado continuamente, por uma corrente fluida (água, lamabentonítica ou ar) que introduzida através do tubo refluí pelo espaço entre o tubo e o terreno.

Completada a perfuração, coloca-se a armadura ao longo da estaca, concretando-se à medida emque o tubo de perfuração é retirado (Figura 3.15). A argamassa é constituída de areia peneirada ecimento, acrescida de aditivos fluidificantes adequados para cada caso (BRITO,1987).

A concretagem é feita através de um tubo introduzido até o fundo da estaca, por onde é injetada aargamassa, dosada com 500 a 600 kg de cimento por metro cúbico de areia peneirada, com relaçãoágua/cimento de 0,4 a 0,6. Durante o processo de concretagem o furo permanece revestido. Quandoo tubo de perfuração está preenchido é montado um tampão em sua extremidade superior e se extraia coluna de perfuração aplicando-se ao mesmo tempo ar comprimido

BRITO,1987). Assim, a composição e a consistência do aglomerado que é utilizado na fabricaçãoda argamassa, a armação longitudinal, o processo de perfuração e o emprego de ar comprimido naconcretagem, em conjunto, concorrem para conferir à estaca uma adequada resistência estrutural eótima aderência ao terreno, o que garante uma elevada capacidade de carga (NACIONAL, s.d.).

A estaca raiz pode ser utilizada nos seguintes casos:

– em áreas de dimensões reduzidas;

– em locais de difícil acesso;

– em solos com presença de matacões, rocha ou concreto;

– em solos onde existem “cavernas” ou “vazios”;

– em reforços de fundações;

– para contenção lateral de escavações;

– em locais onde haja necessidade de ausência de ruídos ou de vibrações;

– quando são expressivos os esforços horizontais transmitidos pela estrutura às estacas de fundação(muros de arrimo, pontes, carga de vento, etc.);

– quando existe esforço de tração a solicitar o topo das estacas (ancoragem de lajes de subpressão,

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pontes rolantes, torres de linha de transmissão, etc.).

4. ARRASAMENTO DE ESTACAHá necessidade de se preparar a cabeça das estacas para sua perfeita ligação com os elementosestruturais. O concreto da cabeça da estaca geralmente é de qualidade inferior, pois ao final daconcretagem há subida de excesso de argamassa, ausência de pedra britada e possibilidade decontaminação com o barro em volta da estacas. Por isso, a concretagem da estaca deve terminar nomínimo 20 cm acima da cota de arrasamento. É uma operação manual com auxílio de um ponteiro emarreta e o sentido do corte deve ser de baixo para cima.