Tema 11 Aluno

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  • 5/24/2018 Tema 11 Aluno

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    Redao Tema 11 2008

    Vaidade o vcio da sociedade contempornea?Perodo: 13 a 19 de maio

    Orientaes para o aluno

    Em primeiro lugar, lembrar-se de que ser vaidoso no ser belo.

    Ricardo Melo, no texto 1, diz-nos claramente que a vaidade uma auto-

    estima que adoeceu, que se exacerbou.

    O mundo atual lana-nos milhares de apelos para que nossa vaidade

    seja cultivada e cultuada como necessidades imediatas para nossa acei-

    tao. Assim, a mulher, que h to pouco tempo era a nica acusada de

    ser vaidosa demais, ganhou atualmente um parceiro para seu excesso de

    cuidados consigo prpria: o homem contemporneo tambm um cole-

    cionador de vaidades pessoais.

    At as crianas so vaidosas e tm cuidados excessivos com a apa-

    rncia exterior.

    Algum deveria nos ensinar que a auto-estima um bem, mas que a

    vaidade recrudescida no nos leva a nada.

    preciso que se observe, porm, que a vaidade no apenas um

    vcio da sociedade de consumo, tpica do capitalismo; ela aparece, com

    mais ou menos nfase, em todas as pocas e em todos os povos e, paraexemplicar, basta que nos lembremos, por exemplo, de Clepatra, Nero,

    Lus XV, Imelda Marcos (ex-primeira dama das Filipinas).

    Discuta seu texto com base na reexo losca.

    Proposta de redao

    Opo 1:

    Depois de ler os textos a seguir, faa uma redao de carter disser-

    tativo (enfoque reexivo-losco); para tanto, procure levar em conta

    seus conhecimentos de mundo:

    1. Selecione, organize e inter-relacione argumentos, fatos, opinies a

    fim de que defenda seus pontos de vista e/ou propostas, mas sem feriros direitos humanos assegurados em lei, respaldados pela tica;

    2. Seu texto deve ser escrito na modalidade padro da Lngua Portuguesa;

    3. A redao deve ser escrita a tinta (caneta azul, preferencialmente);

    4. No deixe de dar um ttulo sua redao.

    O tema desta redao o seguinte:

    A vaidade a auto-estima que adoeceu ou mesmo um sinal de

    inferioridade. Quem muito vaidoso, vangloria-se de tudo e tem sempre

    a necessidade de mostrar para os outros que foi ele(a) quem fez ou deixou

    de fazer, demonstra sua insegurana e deixa patente sua necessidade de

    chamar a ateno de quem o rodeia, no que desejar ser reconhecido seja

    algo ruim, absolutamente.Ricardo Melo.

    Opo 2:

    Carta argumentativa

    Escreva uma carta ao articulista Ricardo Melo, contestando as

    afirmaes dele no artigo Vaidade, as quais podem ser lidas no tex-

    to 1.

    Recomendaes:

    1. a carta no precisa de ttulo;

    2. use cidade, data, vocativo;

    3. no se esquea de desenvolver o aspecto persuasivo e manter a nter-

    locuo;4. oferea dados atuais sobre o assunto em questo;

    5. assine apenas com suas iniciais.

    Texto 1

    Ricardo Melo*Bem, se me permitem, eu diria que na vida real a vaidade uma

    das maiores pedras que o ser humano precisa aprender a vencer. Um

    dos problemas que ela muito confundida com auto-estima e muitos

    vaidosos de planto escondem-se atrs deste libi. No, vaidade no auto-estima. Auto-estima ter conscincia de seu valor, reconhecer seus

    pontos fracos e fortes sem se abater com o que descobre. Acima de tudo

    reconhecer seu lugar no mundo e seu valor neste espao. A vaidade

    a auto-estima que adoeceu ou mesmo um sinal de inferioridade. Quem

    muito vaidoso, vangloria-se de tudo e tem sempre a necessidade de mos-

    trar para os outros que foi ele(a) quem fez ou deixou de fazer, demonstra

    sua insegurana e deixa patente sua necessidade de chamar a ateno de

    quem o rodeia, no que desejar ser reconhecido seja algo ruim, absoluta-

    mente. Mas da a fazer disso uma meta, acima do bom senso e do respeito

    a capacidade das outras pessoas, vai uma longa distncia. [...]

    Uma proposta: pea a pessoas de sua conana que tracem umperl a seu respeito. Pergunte a elas como o enxergam. Pergunte quais

    so seus pontos fortes e fracos. Pergunte qual imagem voc lhes passa.

    No se assuste se em alguns casos o que elas responderem no corres-

    ponder a sua expectativa. muito comum que a maneira como os outros

    nos enxergam seja diferente da forma como achamos que elas nos enxer-

    gam. Depois pense em uma frase, um sloganque sintetize sua imagem,

    sintetize voc! Isso mesmo. Uma frase e nada mais. E depois pea a essas

    pessoas (de preferncia que sejam de diferentes reas de sua vida) que

    digam uma frase que sintetize a forma como elas o vem. Outra vez, no

    se surpreenda se o que ouvir no estiver congruente com o que voc es-

    creveu. A partir da seu grande desao vai ser manter o perl que voc

    descobriu, caso o aprecie, ou modic-lo, caso no goste muito da ima-

    gem que passa para o mundo a seu redor ( o mais provvel).

    O objetivo no nos moldar ao mundo, mas perceber que quando

    somos vaidosos temos a iluso de que o mundo deve se moldar a ns, que

    tudo deve ocorrer no nosso tempo e da forma como desejamos e sabemos

    que, na realidade, no assim que a vida funciona! Voltando ao lme O

    advogado do diabo, a frase que mais me chamou a ateno : Vaidade

    meu pecado predileto!..

    *Ricardo Melo consultor em desenvolvimento humano, presidente

    do Instituto Ricardo Melo. Trainer em programao neurolingustica,

    reconhecido pelo Instituto de Sadhana, na Espanha.

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    Redao Tema 11 2008Vaidade o vcio da sociedade contempornea?

    Perodo: 13 a 19 de maio

    Texto 2

    Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo

    vaidade (1:2). Considerei todas as obras que zeram as minhas mos,

    como tambm o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo

    era vaidade e correr atrs do vento, e nenhum proveito havia debaixo do

    sol (2:11).Eclesiastes, sobre a fala de Salomo.

    Texto 3.

    Todas as paixes do conosco passos iguais no caminho da vida:

    logo que vimos ao mundo, comeamos a ter dio ou amor, tristeza ou

    alegria: s a vaidade vem depois, mas dura para sempre.Matias Aires, pensador brasileiro do sculo XVIII.

    Texto 4

    O mito de Narciso uma dessas fbulas que explicam at onde pode

    ir a fraqueza humana. Apaixonado pela beleza de seu reexo em um lago,

    o jovem orgulhoso parou de comer e de beber, at que morreu admirando

    a prpria imagem. A mitologia antiga ajuda a explicar a natureza humana

    at os dias de hoje. Uma pesquisa realizada neste ano em dez pases pelas

    professoras Suzy Orbach, da London School of Economics, e Nancy Etco-

    ff, de Harvard, trouxe alguns resultados assustadores (leia os quadros

    ao longo da reportagem). Descobriu que, no Brasil, o peso e a beleza do

    corpo inuem mais na auto-estima que sucesso na prosso, f religiosa

    ou nmero de amigos. Apenas 7% das mulheres se consideram bonitas e,por conta disso, 54% se dizem dispostas a fazer cirurgias plsticas.

    Essa a armadilha. A tecnologia e a medicina esttica progrediram

    tanto que os recursos para embelezamento de 30 anos atrs hoje parecem

    medievais. Mas, junto com as novidades, surgiu uma srie de riscos - e

    pacientes que muitas vezes preferem encar-los, mesmo avisados de que

    determinado tratamento no indicado para seu caso. Se tivesse pensado

    mais, a dona de casa carioca Rita Bensussan, de 50 anos, no teria feito

    lipoaspirao. Magra, cismou de reduzir os culotes. Em 1997, procurou

    um cirurgio plstico. Ele se negou a fazer a operao. Disse que eu no

    precisava, conta Rita. Insatisfeita com a recusa, foi a outro mdico, que

    topou. O resultado foi uma pele cheia de ondulaes e um lado do corpo

    mais gordo que o outro. Parecia que um caminho tinha passado por

    cima de mim, lembra. Nos ltimos seis anos, Rita fez outras trs lipos

    para corrigir o estrago. Quem tenta melhorar o que no precisa pode

    ter um resultado pior que o inicial, alerta Aloizio de Souza, presidente da

    Sociedade Brasileira de Medicina Esttica do Rio de Janeiro. impor-

    tante procurar um mdico que estabelea o limite entre o que necessrio

    e o que intil [...]Revistapoca, outubro de 2004.

    Texto 5

    [...]embora o pas j esteja pulando o ano inteiro, coitado do bra-

    sileiro. Alguns exemplos para distrair quem ainda no viu: a mulher desilicone, plstico e plsticas, para sair na Escola de Samba Porto da Pe-

    dra, de So Gonalo, RJ, virou oriental com a sua quadragsima segunda

    cirurgia plstica. Incrvel, at jornais americanos noticiaram o fato de

    ngela Bismarck, num arroubo de loucura carnavalesca, mudar o pr-

    prio rosto, para comemorar a chegada dos japoneses no Brasil. ngela,

    ngela, como voc cou feia! Japonesa loura, de olhos claros e rosto que

    j no agenta tanto ponto bem dado. Haja bisturi! O corpo, que muitos

    dizem escultural, escultural mesmo. Deu trabalho insano a cirurgies

    colocarem um pouquinho de silicone ali, um pouco mais aqui e a televiso

    vai mostrar o resultado com detalhes.Jorge C Sader Filho, na coluna Deus me livre, Jorge C Sader Filho

    .

    Texto 6

    Para os olhos delas

    Tirando as Amlias, uma espcie, alis, em franco processo de

    mutao, toda mulher que se preza no vive sem a sua vaidade. Para

    os homens, pode parecer felicidade barata mas, para as mulheres, que

    sabem o quo caro o custo disso, um dia de sorriso garantido aquele

    em que a pele amanhece perfeita, os cabelos dispostos a colaborarem eo guarda-roupa recheado de peas que parecem ter sido desenhadas sob

    medida. Mas quem pensa que a tradicional produo visual feminina visa

    encantar os olhares masculinos, engana-se. claro que, nessa histria,

    h uma boa dose de sndrome de pavo, que se enfeita para atrair o sexo

    oposto, e tambm um pouco de satisfao pessoal. Mas o que atormenta

    a maioria das mulheres naqueles dias de camiseta, cala de moleton e

    rabinho de cavalo a prpria opinio feminina. Como boas representan-

    tes da espcie, elas sabem que o mundo uma arena de leoas, todas de

    olho vivo para condenar sapatos mal escolhidos, maquiagens borradas e

    outros deslizes da concorrncia.

    A advogada Juliana Grillo assume que, quando abre o armrio,

    com a opinio das outras que se preocupa na hora de escolher a roupa.Eu me visto para as mulheres, confesso. Ns somos muito cruis, no

    deixamos passar nada. Nem os homens so to exigentes, acredita. Aca-

    demia de ginstica o melhor lugar para comprovar isso. Aquele bando

    de mulheres reparando se voc usa a mesma malha todo dia, se voc

    muda sempre. um julgamento constante, diz ela. Da mesma maneira,

    a bartender Branca Carvalho confessa que marca duro na avaliao das

    colegas de trabalho. Na boate onde eu trabalho, somos mais oito mulhe-

    res. Eu reparo mesmo e comento com as outras. Mas, pelo menos, sou

    justa. Quando vem alguma mais bem arrumadinha, fao questo de elo-

    giar, diz ela. Mesmo que tal generosidade seja, na verdade, uma espcie

    de inveja velada. um horror. No fundo, co me roendo em perceber que

    tem algum mais bonita do que eu. uma competio mesmo. Homem

    no repara se o cinto est combinando com o sapato ou se voc repetiu a

    mesma cala a semana inteira, comenta ela.

    E no reparam mesmo. Basta uma rpida pesquisa para compro-

    var que, quando passa uma mulher, h, para os homens, outros apetre-

    chos mais interessantes a serem observados do que a produo fashion.

    A gente olha primeiro pro corpo, pro rosto, ningum ca reparando em

    sapato. Pode at reparar, mas no comenta, seno j viu... ca mal fala-

    do, garante o economista Bernardo Morzira. Para ele, para agradar os

    homens, basta que a mulher apenas aposte nas peas que realcem, diga-

    mos, suas bnos naturais. Quando coloca uma blusinha mais decotada,

    uma cala mais justa, a a galera repara e gosta. No importa a cor, se

    est combinando com a saia, ou qualquer coisa assim. Desde que esteja

    valorizando coisas boas, se a roupa for curta e justinha, j faz a alegriada garotada, garante.

    Como bom membro da espcie, a psicloga Olga Ins Tessari tam-

    bm assume que se veste para os olhos das outras mulheres. Toda mulher

    assim, de certa forma. Isso acontece porque ela quer que as outras a

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    Redao Tema 11 2008Vaidade o vcio da sociedade contempornea?

    Perodo: 13 a 19 de maio

    vejam como a mais bonita, a mais gostosa, a mais mais, comenta. Isso

    apenas mais uma manifestao daquela antiga e polmica histria: a

    concorrncia feminina. Repare s: junta-se um grupo de mulheres para

    comentar sobre como um rapaz bonito, interessante, bom partido. Talvez

    elas no saibam, mas o que faz essa reunio o desejo de conquistar o

    mesmo rapaz e valorizar essa conquista, embora no revelem essa vonta-

    de para a outra. O mesmo acontece com a roupa. Na maioria dos casos,

    uma necessidade de compensao da auto-estima, como o carro para o

    homem, compara ela. Difcil essa vida de mulher: se arrumar para elas,

    se despir para eles.Parte da entrevista com a Dra. Olga Ins Tessari.

    Publicado no site Bolsa de Mulherpor Fernando Puga.

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