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8/20/2019 Tema 8- A Propriedade Como Relac_a_o Juri_dica Complexa
1/13
Tema 8: A propriedade como relação jurídica complexa. Caracterização e análise da
função social da propriedade
Bibliografia:
CASSETARI, Christiano (Coord). 10 anos de vign!ia do C"digo Civil brasileiro de #00#.
Est$dos e% ho%enage% ao &rofessor Carlos Alberto 'ab$s al$f. So &a$lo: Saraiva, #01*
'E+ ER-, oo Alberto S!h/ter . - signifi!ado $r2di!o da e34resso 5f$n6o so!ial da
4ro4riedade5. Revista da 7a!$ldade de 'ireito de So Bernardo do Ca%4o. So Bernardo do
Ca%4o, v. *, 4. 8998, 1998.
;-'- ?@ ed. So &a$lo: Saraiva, #01#.
+E-S, &atr2!ia 7aga Igle!ias. eio a%biente e res4onsabilidade !ivil do 4ro4riet=rio:
an=lise do ne3o !a$sal> #@ ed. So &a$lo: Revista dos Trib$nais, #01#.
A+7, Adriana Caldas do Rego 7reitas 'ab$s. +i%ita6es $rban2sti!as ao direito de
4ro4reidade. So &a$lo: Atlas, #010.
A+7, Carlos Alberto 'ab$s. +i%ita6es ao direito de 4ro4riedade> *@ ed. So &a$lo:
Saraiva, #011
. +i%ita6es ao direito de 4ro4riedade. A$la %agna na 7a!$ldade de 'ireito da
niversidade de So &a$lo. Revista do Instit$to dos Advogados de So &a$lo. RIAS&. ova
sDrie. Ano 1?. . #8. an.$n#011, 4. #F??.
SU!"#$%. &ropriedade
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%.% 'ist(rico
%.) Conceito
). "elação *urídica
+. ,unção Social da &ropriedade
+.% Caracterização
+.) Análise
%. &ropriedade
%.% 'ist(rico
- direito de 4ro4riedade re%onta da Antig$idade, G$al sea a 4ro4riedade 4rivada G$e
= era tratada no C"digo de Ha%%$rabi, e ainda 4arte da organia6o instit$!ional da
so!iedade gre!oro%ana.
- !on!eito de 4ro4riedade desenvolvese G$ase G$e !on$nta%ente !o% a transi6o da
fase do ho%e% selvage% 4ara a do ho%e% sedent=rio, G$ando a !ivilia6o assentase sobre
deter%inados es4a6os f2si!os, retirando da terra se$ s$stento e valores1.
- 4oder ideol"gi!o do detentor da 4ro4riedade, ainda nos 4ri%"rdios da !ivilia6o h$%ana,
fi!a evidente !o% o s$rgi%ento dos !ls religiosos, onde a fig$ra do !hefe de fa%2lia (de4ois, pater familas 4ara o 'ireito Ro%ano) te% destaG$e e lideran6a sobre as de%ais 4essoas
fi3adas e% $% territ"rio.
Tanto o i%4Drio grego !o%o o i%4Drio ro%ano i%4li!ara% a event$al lideran6a
ideol"gi!a e, 4osterior%ente, e!on%i!a ao !on!eito de 4ro4riedade. Tanto D verdade G$e os
$ris!ons$ltos ro%anos trae% J tona o !on!eito de dreto de 4ro4riedade !o%o algo
absol$to, indis4on2vel, G$ase $%a garantia f$nda%ental do indiv2d$o#
1 A 4artir daG$i !o4iei integral%ente 4arte de $% trabalho da Revista de 'ireito da S& inhtt4:KKK.egov.$fs!.br4ortalsitesdefa$ltfilesL8M#MM9#F914b.4df
2;R-SSI, &aolo. La propredad y las propredades: $% Anlss hist"ri!o. adrid: editorial !ivitas, 199#. 4.*1*#.
N
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Torno$se i%4erioso reg$la%entar tal direito d$rante esse 4er2odo, haa vista ser a
!on!entra6o de terras o instr$%ento i%4res!ind2vel 4ara a %an$ten6o do 4oder. Essa
!on!entra6o de 4ro4riedade D %otivo de fortale!i%ento, in!l$sive, das %onarG$ias
absol$tistas G$e s$rge% !o% o advento da Idade oderna, onde o 4oder e 4rest2gio dos Reis
4oderia ser %edido e% virt$de do G$e 4oss$2a !ada Reino. A !onG$ista de novas terras e atD
%es%o a $s$r4a6o do direito de 4ro4riedade alheio era !ondi6o 4ara o fortale!i%ento do
4oder real G$e s$rgia !o% %aior for6a.
Tal !on!e46o 4er%ane!e$ dessa for%a assi% atD G$e os ideais liberais G$e so4rara%
sobre a E$ro4a e A%Dri!a, 4rin!i4al%ente a 4artir da transi6o da Idade Ddia 4ara a Idade
oderna, tro$3era% J tona o G$estiona%ento da !on!entra6o de direitos individ$ais 4or
4arte dos 4ensadores il$%inistas G$e 4ovoara% esses territ"rios, 4rin!i4al%ente, ao longo dos
sD!$los OPII e OPIII..
- Il$%inis%o, 4a$tado e% s$as d$as !orrentes f$nda%entais, o ra!ionalis%o e o
e%4iris%o, levo$ J !ria6o de d$as i%4ortantes vertentes 4ara a 4ositiva6o do direito de
4ro4riedade. 'e $% lado a vertente do contratualsmo, !$a do$trina b=si!a 4revia no ser o
Estado fr$to do a!aso, %as res$ltado da a6o ra!ional do ho%e%. A viso de +o!Qe, Hobbes e
Ro$ssea$, dentre o$tros, de G$e o ho%e% era detentor de direitos e G$e os levava% 4ara a
vida e% so!iedade foi de!isiva 4ara a !ristalia6o dessa vertente na hist"ria da h$%anidade.
'e o$tro lado, havia a vertente jusnaturalsta, G$e b$s!o$ $sta%ente 4ositivar os direitos
f$nda%entais e individ$ais G$e seria% anteriores J so!iedade e ao estado, !abendo a este
res4eit=los.
+o!Qe G$e% 4re!onia, e% $% 4ri%eiro %o%ento G$ais direitos f$nda%entais
individ$ais deveria% ser 4ositivados, no G$e 4ode%os aG$i deno%inar de 4assage% do
estado de nat$rea 4ara o estado !ontrat$al. assi%, o direito de 4ro4riedade ganha $%
!ontorno %aior a 4artir da teoria !ontrat$alista. essa 4ositiva6o o!orre !o% o s$rgi%ento da
Carta Constit$!ional nortea%eri!ana, ori$nda da Conven6o de 7iladDlfia, de 18M8, e na
'e!lara6o dos 'ireitos do ho%e% e do !idado, de 18M9, na 7ran6a. a 4artir dessas !artas
!onstit$!ionais, a in!ol$%idade do direito de 4ro4riedade 4assa 4or gera6es, sendo
!onsiderado $% direito absol$to, i%4res!rit2vel, inalien=vel.
E%bora essa no6o de direito absol$to tenha sido 4osterior%ente !ontestada, D !edi6o
G$e nenh$%a lei %aior dis4enso$ dar J 4ro4riedade se$ devido trata%ento !onstit$!ional,
4ositivandoo !o%o $niversal. - G$e se 4ode !onstatar, a 4artir da an=lise das !onstit$i6es
a!er!a do te%a, D G$e ho$ve !erta fle3ibilia6o desses direitos frente ao s$rgi%ento de novosdireitos, 4osterior%ente 4ositivados !o%o !onstit$!ionais.
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G$e, a4"s as revol$6es liberais do sD!. OPIII, sobreviera% novos fatos hist"ri!os
na traet"ria das !ivilia6es G$e %$dara%, de !erta for%a, o 4aradig%a de for%$la6o de
direitos f$nda%entais. A 4assage% da Idade oderna 4ara a Conte%4orUnea D %ar!ada 4elo
4ro!esso de Revol$6o Ind$strial, onde o %odelo e!on%i!o !a4italista, e%bora 4ros4ere na
rela6o !a4italtrabalho das f=bri!as, !onflitase !o% o %odelo so!ialista G$e se desenvolve
no +este da E$ro4a, fortale!ido !o% os %ovi%entos sindi!alanarG$istas dessa era. esse
4er2odo h= $%a !ontesta6o da idDia de G$e o direito de 4ro4riedade D absol$to, sendo dado,
desde ento, novo trata%ento !onstit$!ional J G$esto.
Ressalta%os no ite% anterior G$e a 4ositiva6o da 4ro4riedade !o%o $% direito
absol$to en!ontra res4aldo nos %ovi%entos liberais G$e !$l%inara% na elabora6o das
!onstit$i6es fran!esas, de 18M9 e nortea%eri!ana, de 18M8. Afir%a%os ta%bD% G$e esse
!ar=ter absol$to 4assa a ser relativiado. Restanos saber G$ando. A res4osta D fr$to,
$sta%ente, das transfor%a6es ori$ndas da Revol$6o Ind$strial e das teorias so!ialistas da
D4o!a. - tri$nfo da Revol$6o SoviDti!a, de 1918, e o s$rgi%ento do Estado de Vei%ar, 4"s
1o ;$erra $ndial refor%$la% o !on!eito de direito de 4ro4riedade.
o seria e3agero anotar%os G$e tanto a Constit$i6o %e3i!ana, de 1918, G$anto a
Constit$i6o de Vei%ar, de 1919, do $% novo trata%ento 4ara o !on!eito de direito de
4ro4riedade, trata%ento esse G$e fa !o% G$e aG$ela dei3e de ser vista a4enas !o%o $%
direito, 4assando a ser !on!ebida ta%bD% !o%o $%a obriga6o, no sentido de G$e a
4ro4riedade obriga se$ detentor a %antla.
A !onstit$i6o 4ort$g$esa, de 198L, arrola o direito de 4ro4riedade no rol dos direitos
e!on%i!os, so!iais e !$lt$rais, retirandoo do elen!o dos direitos e liberdades individ$ais.
Tratase de $%a nova viso deste direito, in!l$sive !o% $%a di%enso de G$e esta 4assa a ser
$% instr$%ento de trabalho voltado 4ara a G$esto distrib$tiva.
Assi%, 4ode%os !onstatar $% novo trata%ento !onstit$!ional ao !on!eito, trata%ento
esse G$e, re4eti%os, relativisa o direito de 4ro4riedade frente aos novos direitos so!iais G$e
4assa% a ser !onstit$!ionaliados, e G$e e3ige% do estado $%a a6o 4ositiva 4ara a s$a
4ro%o6o. % novo %odelo estatal D desenhado. esse %odelo 4ress$4e no %ais a o%isso
do Estado na defesa dos direitos f$nda%entais, %as s$a 4ro%o6o 4or %eio das 4ol2ti!as e
servi6os 4Wbli!os. esse !onte3to, o direito de 4ro4riedade, e%bora ainda !onsiderado $%a
garantia f$nda%ental, adG$ire $%a nova di%enso e ne!essita adeG$ar se J evol$6o so!ial e
4ol2ti!a G$e leva J refor%$la6o dos te3tos !onstit$!ionais.
%.) Conceito
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A 4ro4riedade D $% instit$to, dis!ri%inado 4elo 4r"4rio C"digo Civil Brasileiro, G$e
asseg$ra ao 4ro4riet=rio o direito de $sar, goar e dis4or de $% be%, alD% de reavlo,
G$ando in$sta%ente estea sob a 4osse de o$tre%.
este sentido, ento, o C"digo Civil de #00#, tra e% se$ artigo 1.##M caput $%
!on!eito hist"ri!o do G$e sea a 4ro4riedade, assi% !o%o se$ 4ar=grafo 4ri%eiro tra $%
!on!eito anal2ti!o, seno vea%os:
Art. 1.##M. - 4ro4riet=rio te% a fa!$ldade de $sar, goar e dis4or
da !oisa, e o direito de reavla do 4oder de G$e% G$er G$e in$sta%ente a 4oss$a o$ a
detenha.
X 1Y - direito de 4ro4riedade deve ser e3er!ido e% !onsonUn!ia
!o% as s$as finalidades e!on%i!as e so!iais e de %odo G$e sea% 4reservados, de
!onfor%idade !o% o estabele!ido e% lei es4e!ial, a flora, a fa$na, as beleas nat$rais, o
eG$il2brio e!ol"gi!o e o 4atri%nio hist"ri!o e art2sti!o, be% !o%o evitada a 4ol$i6o do ar e
das =g$as.
a !onsolida6o de Tei3eira de 7reitas, = se lia no art. MM?: Consiste o do%inio na
livre fa!$ldade de $sar, e dis4or, das !o$sas, e de as de%andar 4or a!6es reaes.
aria Helena 'ini, red$ a 4ro4riedade aos %es%os,
e34ondoos da seg$inte for%a: - direito de $sar da !oisa D o de tirar dela todosos servi6os G$e 4ode 4restar, dentro das restri6es legais, se% G$e haa %odifi!a6o
e% s$a s$bstUn!ia. - direito de goar da !oisa e3terioriase na 4er!e46o dos se$s
fr$tos e na $tilia6o de se$s 4rod$tos. , 4ortanto, o direito de e34lor=la
e!ono%i!a%ente. - direito de dis4or da !oisa D o 4oder de alien=la a t2t$lo oneroso
o$ grat$ito, abrangendo o 4oder de !ons$%ila e o de grav=la de n$s reais o$ de
s$b%etla ao servi6o de o$tre%. - direito de reivindi!ar a !oisa D o 4oder G$e te% o
4ro4riet=rio de %over a6o 4ara obter o be% de G$e% in$sta o$ ilegiti%a%ente o
4oss$a o$ o detenha, e% rao do se$ direito de seG/ela.
-rlando ;o%es, s$gere e% s$a obra, a !on!eit$a6o da 4ro4riedade sob a an=lise
!on$nta de alg$ns !ritDrios, e34ondo G$e:
Sinteti!a%ente, D de se definilo, !o% Vinds!heid, !o%o a s$b%isso de $%a !oisa,
e% todas as s$as rela6es, a $%a 4essoa. Analiti!a%ente, o direito de $sar, fr$ir e
dis4or de $% be%, e de reavlo de G$e% in$sta%ente o 4oss$a. 'es!ritiva%ente, o
direito !o%4le3o, absol$to, 4er4Dt$o e e3!l$sivo, 4elo G$al $%a !oisa fi!a s$b%etida
J vontade de $%a 4essoa, !o% as li%ita6es da lei.
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Trata%se os !on!eitos tradi!ionais de 4ro4riedade G$e trad$e% $% direito
!onsiderado !o%o instr$%ento de realia6o do individ$alis%o $r2di!o, tanto na vertente
4ol2ti!a, o liberalis%o, G$anto na e!on%i!a, o !a4italis%o. &ara o entendi%ento da reei6o
!on!eit$al tradi!ional, observase a i%4ortUn!ia de se desta!ar a e3istn!ia de li%ita6es
legais na defini6o de 4ro4riedade. Isto 4orG$e o direito deve e3istir e% !onsonUn!ia !o% a
s$a finalidade. &ortanto, o 'ireito de &ro4riedade D absol$to atD o %o%ento e% G$e se
dis!$te o %es%o entre 4arti!$lares. Confor%e -rlando ;o%es , tais restri6es t% !o%o
f$nda%ento o interesse 4Wbli!o, so!ial o$ !oletivo, de $% lado, e, do o$tro, o interesse de
o$tros 4ro4riet=rios !onsiderados e% f$n6o da ne!essidade so!ial de !oe3istn!ia 4a!2fi!a.
At$al%ente e !o% o advento da C7MM, h= o in!re%ento da f$n6o so!ial !o% a
!onstit$!ionalia6o do !on!eito de 4ro4riedade. 7ran!is!o dos Santos A%aral eto e34e
este fen%eno !o%o:
Inter4enetra6o do direito !ivil !o% o !onstit$!ional, o G$e re4resenta, 4ara alg$ns, a
!onstit$!ionalia6o do direito !ivil no sentido de G$e %atDrias tratadas 4elos !ivilistas
entrara% na Constit$i6o, e 4ara o$tros, a !ivilia6o do direito !onstit$!ional, re4resentando
a s$bstit$i6o dos f$nda%entos !onstit$!ionais do direito !ivil 4elos f$nda%entos !ivis do
direito !onstit$!ional, t$do isso trad$indo, de i%ediato, a s$4era6o da !l=ssi!a di!oto%ia
direito 4Wbli!odireito 4rivado. a verdade, o direito !ivil !onstit$!ional D %aterial%ente
direito !ivil !ontido na Constit$i6o e s" for%al%ente direito !onstit$!ional. E a Constit$i6o
7ederal 4reside, 4or s$a 4r"4ria nat$rea, a orde% $r2di!a brasileira.
'essa for%a, o referido fen%eno 4oder ser res$%ido !o%o $%a for%a de releit$ra
do direito infra!onstit$!ional J l$ da Constit$i6o 7ederal de 19MM, retratando a efi!=!ia
nor%ativa das nor%as !onstit$!ionais, sendo a4li!adas direta%ente nas rela6es 4rivadas.
%.+ A propriedade no ordenamento jurídico -rasileiro
Te%se a 4ro4riedade !o%o !on!eito $nit=rio, an=lise 4roveniente do direito ro%ano,
4osto haver ta%bD% 4ontos de !ontato entre a 4ro4riedade %oderna e ro%ana, !o%o s$a
!ara!ter2sti!a individ$alista.
Pale ressaltar o !on!eito ro%ano domnum est us utend et abutend, quatenus urs
rato pattur , definida 4or Caio =rio a 4ro4riedade ser $% direito de $sar, goar e dis4or da
!oisa, 4odendo reivindi!=la de alg$D% G$e in$sta%ente a detenha.
a seara liberal, te%se a 4ro4riedade !o%o !on!eito s$betivo 4$ro, G$al sea, $%a
viso $nit=ria !o%o $% !on!eito !ivilisti!o, individ$al e ili%itado, in4irado no artigo 18 da
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'e!lara6o dos 'ireitos do Ho%e% e do Cidado de 18M9, e% trad$6o livre direito
inviol=vel e sagrado.
Essa !on!e46o define 4ro4riedade !o%o direito absol$to, nat$ral, e do G$al e%ana%
todos os o$tros direitos, ainda: revelase 4roveniente dos ensina%entos da es!ola 4ande!tista
ale%, des!rito no X 90* do C"digo Civil ale%o (B;B), fonte de ins4ira6o 4ara o C"digo
Civil de #01L.
Cont$do, a ins4ira6o do 4ri%eiro ordena%ento !ivilisti!o brasileiro !onsoante atD
ento o ordena%ento basearse nas -rdena6es 4rovenientes de &ort$gal no se li%ito$ ao
ale%o, havendo ta%bD% not=vel infl$n!ia fran!esa, adotando $% %odelo de 4ro4riedade
individ$alista o G$al define os direitos do 4ro4riet=rio e o !onteWdo do direito de 4ro4riedade.
o to!ante ao !on!eito de 4ro4riedade e iser6o do ele%ento obriga6o nesse, te%se
G$e = estava 4resente nas Constit$i6es de 19L8, 19L9 atD a at$al. Est= 4resente no !a42t$lo
da orde% e!on%i!a, de for%a G$e a Carta agna brasileira, ao ser analisada no !o%o $%
%ero !o%4arti%ento estanG$e, %as 4arte integrante de $% siste%a !onstit$!ional, a$ferese
G$e a 4ro4riedade no %ais 4ode ser !onsiderada !o%o direito individ$al, se$ !on!eito e
signifi!ado no 4ode% ser relativiados dessa for%a, %as !o%o $% 4rin!24io da orde%
e!on%i!a !o% $% fi% so!ial.
Esse 4ress$4osto e finalidade de%onstra% 4arte da !o%4le3ia6o do !on!eito de
4ro4riedade, s$a a%4lit$de. 'evese !ont$do, analisar !on$nta%ente 4ro4riedade 4rivada
!o% o 4rin!24io da f$n6o so!ial.
). "elação *urídica
).% Conceito
A4"s !on!l$ir G$e a 4ro4riedade denota $%a rela6o $r2di!a !o%4le3a, !abe definir o
G$e D rela6o $r2di!a.Rela6o $r2di!a D o v2n!$lo entre s$eitos de direito estabele!ido 4or lei o$ 4ela
vontade h$%ana, 4ara a !onse!$6o dos res4e!tivos interesses*, D a rela6o da vida so!ial
dis!i4linada 4elo 'ireito, %ediante atrib$i6o a $%a 4essoa de $% direito s$betivo e a
i%4osi6o a o$tra de $% dever $r2di!o o$ de $%a s$ei6o ?, o$ sea, a rela6o $r2di!a D
3 Roberto Senise +isboa, 4. ##*
4 'efini6o de Caio ario
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G$alG$er rela6o da vida so!ial relevante 4ara o 'ireito, o$ sea, s$s!e4t2vel de 4rod$ir
efeitos $r2di!osF.
&ara &ontes de iranda a rela6o $r2di!a ZD a rela6o interh$%ana, a G$e a regra
$r2di!a, in!idindo sobre os fatos, torna $r2di!a, logo, as rela6es $r2di!as se for%a% 4ela
in!idn!ia de nor%as $r2di!as sobre fatos so!iais.
).% lemento Su-jeti/o
'entre os ele%entos s$betivos da rela6o $r2di!a, te%se a 4ossibilidade de a %es%a
ser si%4les, havendo so%ente $% bin%io: direito [ vin!$la6o, de for%a G$e $%a 4essoa
te% o direito e a o$tra 4essoa est= vin!$lada ao !$%4ri%ento desse direito, e ainda !o%4le3a,
obeto do 4resente.
A rela6o $r2di!a !o%4le3a !ara!teriase 4ela bilateralidade obriga!ional, o$ sea,
!ada 4essoa 4oss$i direitos e% rela6o J o$tra (direitos e deveres re!24ro!os), de for%a G$e
o$tro ele%ento s$betivo, G$al sea se$s s$eito, relativia%se G$anto J no6o de 4assivo, 4or
e3e%4lo, !onsoante essa bilateralidade.
).+ "elação *urídica Complexa
A viso da 4ro4riedade !o%o rela6o $r2di!a !o%4le3a $rge da Constit$i6o de
Vei%ar, de 1919, na G$al o 4ro4riet=rio D a4resentado ao 4rin!24io da solidariedade, G$e
havia sido esG$e!ido 4elos liberais fran!eses, ao a4ro4riare%se dos %otes revol$!ion=riosL.
Assi%, e% $% !onte3to de n2tida %$dan6a do 4aradig%a +iberal 4ara o Be%Estar
So!ial, ho$ve $%a ne!ess=ria !on!ilia6o entre 4oderes e deveres do 4ro4riet=rio, tendo e%
vista G$e a t$tela da 4ro4riedade e dos 4oderes e!on%i!os e $r2di!os do se$ tit$lar 4assa a
ser !ondi!ionada ao adi%4le%ento de deveres so!iais8. - direito de 4ro4riedade dei3o$ de
ser !onsiderado !o%o s$betivo e 4asso$ a ser visto !o%o $%a !o%4le3a sit$a6o $r2di!a
s$betiva, e3igindo do 4ro4riet=rio $%a sDrie de obriga6es 4ositivas e% favor da so!iedadeM.
5 'efini6o de R$i ;o%es da Silva e ig$el edina Silva
6 7ARIAS e R-SEPA+', #00L, 4.#0F
7 7ARIAS e R-SEPA+', #00L, 4.#0F
8 7ARIAS e R-SEPA+', #00L
https://jus.com.br/tudo/conciliacaohttps://jus.com.br/tudo/conciliacao
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o 'ireito brasileiro, essas %$dan6as de%orara% $% 4o$!o a a!onte!er, sendo
a4enas efetivadas na Constit$i6o de 19MM. &orD%, = na Constit$i6o de 19?L, de a!ordo
!o% osD +$i \$adros de agalhes, ho$ve a 4res!ri6o da 4ossibilidade de desa4ro4ria6o
sob o f$nda%ento do interesse so!ial.
a Constit$i6o 7ederal de 19MM, a 4ri%aia D atrib$2da Js sit$a6es e3isten!iais o$
e3tra4atri%oniais, trad$idas e% e3tenso rol de direitos f$nda%entais. esse siste%a, o
indiv2d$o solit=rio, isolado e% s$a atividade e!on%i!a, D !onvertido na 4essoa solid=ria G$e
!onvive e% so!iedade e en!ontra nas ne!essidades do o$tro $% !laro li%ite J s$a liberdade9.
'essa for%a, te%se a 4ro4riedade !o%o rela6o $r2di!a !o%4le3a basi!a%ente 4ela
s$a inser6o no ordena%ento $r2di!o. Consoante ensina Pital oreira, h= $% d$4lo as4e!to:
a) &osi6o $r2di!a s$betiva: A 4ro4riedade do indiv2d$o !ontra o
Estado. 'ireito f$nda%ental 4revisto no artigo FY, in!iso OOII da C7,
+. Caracterização e análise da função social da propriedade
+.% Caracterização
A C7MM inova ao e34andir a f$n6o so!ial J 4ro4riedade $rbana, tendo 4or finalidadeo desenvolvi%ento so!ial e o be%estar dos habitantes das !idades, dis4e ainda de artigos
versando sobre a f$n6o so!ial da 4ro4riedade $rbana e r$ral, tais !o%o1F*, X ?Y, 1FL, X 1Y,
180, III, 1M#, X#Y, 1M?, 1MF, 4ar=grafo Wni!o, 1ML, e o in!iso OOIII do art. FY.
-s reG$isitos indis4ens=veis J !ara!teria6o da f$n6o so!ial das 4ro4riedades
$rbana e r$ral esto dis4ostos nos arts. 1M#, X #Y, e 1ML, leia%se:
5Art. 1M#.
X #Y A 4ro4riedade $rbana !$%4re s$a f$n6o so!ial G$ando atende Js e3ign!ias
f$nda%entais de ordena6o da !idade e34ressas no 4lano diretor....
Art. 1ML. A f$n6o so!ial D !$%4rida G$ando a 4ro4riedade r$ral atende,
si%$ltanea%ente, seg$ndo !ritDrios e gra$s de e3ign!ia estabele!idos e% lei, aos
seg$intes reG$isitos:
I [ a4roveita%ento ra!ional e adeG$ado>
II [ $tilia6o adeG$ada dos re!$rsos nat$rais dis4on2veis e 4reserva6o do %eio
a%biente>
III [ observUn!ia das dis4osi6es G$e reg$la% as rela6es de trabalho>
9 7ARIAS e R-SEPA+', #00L, 4.199
8/20/2019 Tema 8- A Propriedade Como Relac_a_o Juri_dica Complexa
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IP [ e34lora6o G$e favore6a o be%estar dos 4ro4riet=rios e dos trabalhadores.
A f$n6o so!ial !onstit$i 4rin!24io basilar da 4ro4riedade, G$e 4assa a ter a
!o%4osi6o: $so, goo, dis4osi6o e f$n6o so!ial, a fi% de har%oniarse !o% as
dis4osi6es !onstit$!ionais, adG$irindo de tal %odo a t$tela legal.
&ortanto, o tit$lar do direito de 4ro4riedade, na %edida e% G$e s$a a$tono%ia no
%ais re4resenta o livre arb2trio do $so indis!ri%inado, in!$%bindolhe o dever de atender aos
reG$isitos i%4ostos 4elos arts. 1M# e 1ML. Cont$do, o legislador se v obrigado a elaborar
te3tos nor%ativos na %es%a linha, assi% !o%o o $i e de%ais o4eradores do direito a
adota% !o%o !ritDrio de inter4reta6o e a4li!a6o das leis.
A C7MM e34e nos se$s arts. 1M#, X ?Y, III (4ro4riedade $rbana), e 1M? (4ro4riedade
r$ral), a desa4ro4ria6osan6o: diante da no 4ro%o6o, 4elo 4ro4riet=rio, da s$a adeG$ada
$tilia6o, %ediante 4aga%ento atravDs de t2t$los da d2vida 4Wbli!a. Pale ressaltar G$e, s" D
legiti%ada 4ara a $s$!a4io $rbano, 4or $%a s" ve, a 4essoa f2si!a no 4ro4riet=ria de o$tro
i%"vel, sea $rbano o$ r$ral, desde G$e 4oss$idor, 4or !in!o anos ininterr$4tos, de =rea de atD
d$entos e !inG/enta %etros G$adrados, $tiliada $ni!a%ente 4ara s$a %oradia o$ de s$a
fa%2lia, ressalvada a hi4"tese de do%2nio 4Wbli!o.
o G$e tange J desa4ro4ria6o !o%$%, aG$ela no 4$nitiva, 4ara fins de refor%a
agr=ria, h= de ser deter%inado o 4rDvio 4aga%ento e% dinheiro, o !onstit$inte 4rivilegio$
a4enas $% dos ele%entos G$e integra o !on!eito de f$n6o so!ial G$e di res4eito J
4rod$tividade, o G$e se revela e% desaten6o !o% os o$tros reG$isitos de ig$al relevUn!ia.
&or tais raes, %es%o G$e a 4rod$tividade sea !onseg$ida 4or %eio da $tilia6o de
trabalho es!ravo o$ e% afronta ao %eio a%biente, a 4ro4riedade r$ral, desde G$e 4rod$tiva,
no 4ode ser desa4ro4riada 4ara fins de refor%a agr=ria [ art. 1MF, II, C7MM.
+.) Análise da função social da propriedade%0
10 Retirei integralmente de trabalhos acadêmicos essa parte, por estar bem completa e sitetizada!eg"e o lin#$ https$%%&"scombr%artigos%24354%a'("ncao'social'da'propriedade'e'o'conceito'de'
principio'&"ridico e )adernos da *+ de ireito )i-il
https://jus.com.br/artigos/24354/a-funcao-social-da-propriedade-e-o-conceito-de-principio-juridicohttps://jus.com.br/artigos/24354/a-funcao-social-da-propriedade-e-o-conceito-de-principio-juridicohttps://jus.com.br/artigos/24354/a-funcao-social-da-propriedade-e-o-conceito-de-principio-juridicohttps://jus.com.br/artigos/24354/a-funcao-social-da-propriedade-e-o-conceito-de-principio-juridicohttps://jus.com.br/artigos/24354/a-funcao-social-da-propriedade-e-o-conceito-de-principio-juridicohttps://jus.com.br/artigos/24354/a-funcao-social-da-propriedade-e-o-conceito-de-principio-juridico
8/20/2019 Tema 8- A Propriedade Como Relac_a_o Juri_dica Complexa
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- C"digo Civil de 191L, o G$al !onferia ao 4ro4riet=rio o 4oder de $so ili%itado e
in!ondi!ionado sobre se$s bens. Isto D, a 4ro4riedade servia a4enas ao dono, e no tinha
G$alG$er f$n6o instr$%ental na lida dos interesses 4Wbli!os.
Co% o advento da no6o de f$n6o so!ial da 4ro4riedade, o 4ensa%ento G$e girava
e% torno do instit$to 4a$latina%ente se %odifi!o$. &or infl$n!ia, = no sD!$lo OO, do $rista
+Don '$g$it, a no6o de f$n6o so!ial, antes !on!ebida 4or A$g$sto Co%te, foi in!or4orada
ao !on!eito de direito de 4ro4riedade. A 4artir de ento,a no6o do instit$to 4asso$ a abranger
a s$afle3ibilia6o, nos !asos e% G$e o be% no fosse $tiliado de for%a a atender,
!on!o%itante%ente aos interesses do 4ro4riet=rio, os interesses !oletivos.
&asso$se a inad%itir, desta %aneira, a o!iosidade e o s$ba4roveita%ento da
4ro4riedade. A 4ro4riedade G$e no !$%4re s$a f$n6o so!ial 4erde se$ !ar=ter de intang2vel.
elhor diendo, o ordena%ento $r2di!o no a!eita !o%o leg2ti%a a 4ro4riedade G$e no
!$%4re s$a f$n6o so!ial e, assi%, o Estado se v %$nido dos f$nda%entos 4ara a i%4osi6o
do $so adeG$ado, o$ de o$tra destina6o G$e i%4liG$e na 4erda da 4ro4riedade.
A f$n6o so!ial da 4ro4riedade foi densa%ente $tiliada 4elo legislador !onstit$inte
origin=rio, tendo 4or res$ltado a in!l$so, na Constit$i6o 7ederal de 19MM, de diversos
dis4ositivos relativos ao instit$to. Ali=s, foi a Carta agna de 19MM G$e de$ nfase J
4$bli!ia6o do instit$to, sobret$do ante a 4reviso e34ressa da f$n6o so!ial.
] legisla6o !ivil resto$ a atrib$i6o de reg$lar as rela6es entre 4arti!$lares G$anto
ao $so, goo e dis4osi6o da 4ro4riedade e, ainda assi%, res4eitados os ter%os
!onstit$!ionais, es4e!ial%ente no G$e !on!erne ao atendi%ento da f$n6o so!ial.
Assi%, a f$n6o so!ial da 4ro4riedade foi al6ada J !ondi6o de ele%ento
!ondi!ionante do e3er!2!io da 4ro4riedade, !onfor%e ins!$l4ido no artigo FY, in!iso OOIII,
da Constit$i6o 7ederal, be% !o%o 4rin!24io da orde% !onstit$!ional e!on%i!a, !a4it$lado
4elo artigo 180, in!iso III, e das 4ol2ti!as $rbana (artigo 1M#, X#Y) e agr2!ola e f$ndi=ria
(artigo 1ML). Co% esta i%4osi6o, a de !$%4ri%ento da f$n6o so!ial, es4era o te3to
!onstit$!ional obter $%a %elhor e %ais $sta distrib$i6o das riG$eas se%, no entanto,
ne!essaria%ente so!ialiar a 4ro4riedade.
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Esta viso da 4ro4riedade, e da res4e!tiva f$n6o so!ial, foi !on!ebida sob a
4ers4e!tiva de do$trinas tradi!ionais, G$e !onsidera% a in!idn!ia do 4rin!24io da f$n6o
so!ial da 4ro4riedade !o%o $% dos ele%entos de defini6o, de delinea%ento do !onteWdo do
G$e deno%ina% direito de 4ro4riedade. o seria a f$n6o so!ial, 4ortanto, 4ro4ria%ente$%a li%ita6o, $%a restri6o, $% sa!rifi!o J 4ro4riedade individ$al.
Cont$do, esta teoria 4are!e no e34li!ar de for%a satisfat"ria as i%4li!a6es
$r2di!as de!orrentes do siste%a nor%ativo vigente no Brasil, relativo Js atividades estatais
ligadas J interven6o na 4ro4riedade individ$al. -bservase, 4or e3e%4lo, a ne!essidade de
disting$ir a f$n6o so!ial da 4ro4riedade das li%ita6es ad%inistrativas, be% !o%o e3a%inar
se de fato !onstit$ise e% 4rin!24io $r2di!o, tal !o%o referida na Constit$i6o 7ederal de19MM.
esta 4ers4e!tiva, $rge en!ontrar refern!ias te"ri!as G$e %elhor se adDG$e% Js
tendn!ias dog%=ti!as G$e envolve% a 4ro4riedade e a f$n6o so!ial, !o%o for%a de
interven6o estatal nos direitos individ$ais. $sta%ente a2 ganha relevo a %oderna !on!e46o
de 4rin!24ios $r2di!os, nas!ida no direito ale%o e G$e %$ito se desenvolve$ nas Wlti%as
dD!adas, !o% !ontrib$i6es e34ressivas 4ara o avan6o !ient2fi!o sobre diversos instit$tos do
ordena%ento $r2di!o brasileiro.
o 4rin!24io da f$n6o so!ial da 4ro4riedade G$e tra a ne!ess=ria refor%$la6o do
!on!eito de 4ro4riedade. Assi%, a diferen6a !on!eit$al entre a 4ro4riedade e o do%2nio
4er%ite, do$trinaria%ente, $%a !lara no6o da 4ro4riedade !onte%4orUnea, isto D,
!onstit$!ionaliada. Isto 4orG$e, a 4ro4riedade e3istir= a4enas enG$anto o do%2nio for
e3er!ido e% !onsonUn!ia !o% os li%ites legais, G$e 4reo!$4a%se e% resg$ardar o interesse
4Wbli!o.
Ri!ardo Aronne e34li!a G$e:
7$n!ionaliar a 4ro4riedade no se !onf$nde !o% referir G$e a %es%a sea
$%a f$n6o. A 4ro4riedade se !onstit$i de $% direito, no absol$to, f$n!ionaliado
de nat$rea obriga!ional, sendo efetiva%ente instr$%ental ao do%2nio, instit$to
o$tro, de nat$rea real. ^..._ I%4orta dier G$e $% ato de do%2nio do 4ro4riet=rio,
leg2ti%o na esfera real, ganha anti$risdi!idade se violar o 4rin!24io da f$n6o so!ial
G$e o infor%a %aterial%ente, des!abendo se legiti%e na esfera 4ro4riet=ria.
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&ortanto, a 4ro4riedade f$n!ionaliada, isto D, a 4ro4riedade !onte%4orUnea deve
ganhar $% novo !ontorno !on!eit$al. E a antiga defini6o de 4ro4riedade resta ser
deno%inada !o%o do%2nio. Isto 4orG$e, seg$indo a diviso entre 4ro4riedade e do%2nio, e,
adeG$andoa J 4ro4riedade !onstit$!ionaliada, te%os a 4ro4riedade !o%o $% direito
4roveniente do do%2nio, f$ndada e% !ar=ter obriga!ional, 4or se tratar de $%a rela6o entre
4essoas [ 4ro4riet=rio e ter!eiros [, G$e !on!ede legiti%idade ao 4ro4riet=rio, no U%bito do
'ireito Real, enG$anto obede!er o 4rin!24io da f$n6o so!ial da 4ro4riedade.