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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS 25 o Encontro Espírita Sobre O Livro dos Espíritos Tema: A Doutrina Espírita e as Inimizades “Como a Doutrina Espírita compreende e explica as causas dos desafetos, infortúnios e inimizades na vida presente e cotidiana de relação – causas e consequências” (O Livro dos Espíritos, questões 887, 937, 938a e 963) 22, 23 e 24 de fevereiro de 2009

Tema: A Doutrina Espírita e as Inimizades Este pensamento não impede seu coração de ser ferido; ora, isto não pode fazer com que nele nasça a idéia de que seria mais feliz,

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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

25o Encontro Espírita Sobre O Livro dos Espíritos

Tema: A Doutrina Espírita e as Inimizades

“Como a Doutrina Espírita compreende e explica as causas dos desafetos, infortúnios e inimizades na vida presente e cotidiana de relação – causas e consequências”

(O Livro dos Espíritos, questões 887, 937, 938a e 963)

22, 23 e 24 de fevereiro de 2009

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PROGRAMA DO ENCONTRO

25O ENCONTRO ESPÍRITA SOBRE O LIVRO DOS ESPÍRITOS

1. TEMÁRIO

TEMA CENTRAL:

A Doutrina Espírita e as Inimizades

1o Dia – Domingo Tema Básico:A Afetividade

2o Dia – segunda-feira Tema 1: As Inimizades na Vida Social Tema 2: As Inimizades na Vida Familiar

3o Dia – terça-feira Tema 3: As Inimizades na Profissão Tema 4: As Inimizades na Casa Espírita

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2. INFORMAÇÕES GERAIS Período: 23 e 24 de fevereiro de 2009 Horário:

8h / 8h30 – Chegada / recepção 8h30 / 9h30 – Abertura 8h45 / 10h30 – Estudo 11h – Intervalo 11h / 12h55 – Estudo 13h – Encerramento

CENTROS PARTICIPANTES: Além do Centro Espírita Léon Denis, outras instituições realizarão o Encontro: Grupo Espírita Rita de Cássia de Estudos Espíritas Grupo Boa Nova de Estudos Espíritas Centro Espírita Abigail Centro Espírita Antonio de Aquino Núcleo Espírita Léon Denis Centro Espírita Dr. Hermann (Campos) Centro Espírita Léon Denis (Cabo Frio) Centro Espírita Bom Jesus (Bom Jesus de Itabapoana) Centro Espírita Gabriel Delanne (Vitória – ES)

O Encontro será apresentado também pela Internet 3. RESUMO DO ESTUDO

O estudo abordará as questões do relacionamento entre os espíritos encarnados nos diferentes setores da vida social.

Serão estudadas as causas e consequências dos desafetos, bem como as dores causadas por semelhantes desajustes.

Procuraremos construir/encontrar, em conjunto, as soluções / recursos apresentados pela Doutrina Espírita para o enfrentamento cristão desta(s) situação(ões).

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TEMA BÁSICO – AFETIVIDADE

Ao observarmos o tema indicado pela Espiritualidade do CELD para a realização do 25o Encontro de Estudos sobre O Livro dos Espíritos, pensamos na profundidade e utilidade do assunto para nossa vivência como espíritos que, em algum momento, fomos tocados pelo esclarecimento da Doutrina Espírita.

Neste estudo básico do 1o dia trataremos primordialmente das causas dos desafetos, posteriormente setorizaremos alguns aspectos dos infortúnios das desafeições e a proposta espírita para lidarmos com estas situações.

Partiremos de algumas questões de O Livro dos Espíritos que muito nos ajudarão a compreender os dolorosos mecanismos das inimizades.

Trabalharemos por blocos de idéias.

1) Fatores que contribuem para a aproximação entre os espíritos

386. Dois seres que se conheceram e se amaram podem se reencontrar numa outra existência corporal e se reconhecer?

“Reconhecer-se, não; Mas, serem atraídos um para o outro, sim; e, frequentemente, ligações íntimas, fundadas numa afeição sincera, não possuem outra causa. Dois seres se aproximam um do outro, por circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que decorrem da atração de dois Espíritos, que se buscam, em meio à multidão.”

a) Não lhes seria mais agradável reconhecerem-se? “Nem sempre; a lembrança das existências passadas teria inconvenientes maiores do

que imaginais. Depois da morte, eles se reconhecerão, terão consciência do tempo que passaram juntos.” (392)

(O Livro dos Espíritos, 2a Parte, cap. VII. Léon Denis – Gráfica e Editora) 387. A simpatia tem sempre por princípio um conhecimento anterior?

“Não; dois Espíritos, que se agradam mutuamente, naturalmente se procuram, sem que se tenham conhecido como homens.”

(O Livro dos Espíritos, 2a Parte, cap. VII. Léon Denis – Gráfica e Editora) Vemos então que a simpatia (atração) entre dois seres, nem sempre estará

fundamentada em um anterior conhecimento, mas em situações naturais da vida de encarnado como: idade, condição social, sexo, estado de humor, objetivos passageiros e/ou constantes.

E os encontros fortuitos?

388. Os encontros, de certas pessoas, que algumas vezes ocorrem e se atribuem ao acaso, não seriam o efeito de uma espécie de relações simpáticas?

“Há entre os seres pensantes, ligações que não conheceis ainda. O magnetismo é o piloto desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor.”

(O Livro dos Espíritos, 2a Parte, cap. VII. Léon Denis – Gráfica e Editora)

Atentemos que TUDO VIBRA NO UNIVERSO.

Nossos pensamentos, sentimentos, emoções, palavras, atitudes, formam a chamada psicosfera ou campo magnético individual que, embora não possa ser visto por todos, vibra e atrai.

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Daí estabelecermos ligações, aparentemente fortuitas, mas que são a resultante de todo esse processo.

“Conforme vibramos atraímos”

Esta afirmação ajuda-nos a compreender não só o nosso círculo de relacionamento como também leva-nos ao auto-conhecimento, partindo de uma situação concreta.

2) O que leva ao afastamento (igual a repulsão, indiferença) entre duas pessoas?

389. De onde se origina a repulsão instintiva que se experimenta por algumas pessoas à primeira vista?

“Espíritos antipáticos que se adivinham e se reconhecem, sem se falarem.” (O Livro dos Espíritos, 2a Parte, cap. VII. Léon Denis – Gráfica e Editora)

Podemos entender ”advinham” como “vibram de forma diferente?” Outra questão importante é entendermos que antipatia não é sinônimo de

maldade, mas de inferioridade moral.

390. A antipatia instintiva é sempre um sinal de natureza má? “Dois Espíritos não são necessariamente maus, por não serem simpáticos; a antipatia

pode nascer de uma divergência de idéias; porém, à medida que se elevam, as diferenças se apagam e a antipatia desaparece.”

(O Livro dos Espíritos, 2a Parte, cap. VII. Léon Denis – Gráfica e Editora) 391. A antipatia entre duas pessoas nasce, primeiramente, naquela em que o Espírito é pior ou melhor?

“Numa e noutra; as causas e os efeitos são diferentes. Um Espírito mau antipatiza contra quem quer que possa julgá-lo e desmascará-lo; vendo uma pessoa pela primeira vez, sabe que vai ser criticado; seu afastamento se transforma em ódio, em inveja e lhe inspira o desejo de praticar o mal. O bom Espírito sente repulsão pelo mau, porque sabe que não será compreendido e que eles não comungam os mesmos sentimentos; mas, seguro de sua superioridade, não tem contra o outro ódio, nem inveja; contenta-se em evitá-lo compadecer-se dele.”

(O Livro dos Espíritos, 2a Parte, cap. VII. Léon Denis – Gráfica e Editora) E quando a afeição é só de um lado? 939. Visto que os Espíritos simpáticos são levados a se unir, como é que, entre os espíritos encarnados, frequentemente, a afeição só existe de um lado e que o amor mais sincero é acolhido com indiferença e, até, com repulsão? Como é, além disso, que a afeição mais viva de dois seres pode se transformar em antipatia e, algumas vezes, em ódio?

“Não compreendes, então, que isso constitui uma punição, embora passageira. Além disso, quantos não crêem amar perdidamente, porque apenas julgam pelas aparências, não demoram a reconhecer que não passava de um encantamento material! Não basta estar apaixonado por uma pessoa que vos agrada e em quem supondes belas qualidades; é vivendo, realmente, com ela que podereis apreciá-la. Quantas dessas uniões também existem que, a princípio, parecem destinadas a nunca ser simpáticas e, após se conhecer bem e bem se estudar, ambos acabam por se amar, com um amor terno e saudável porque repousa na estima! É preciso não se esquecer que é o Espírito quem ama e, não, o corpo e, quando a ilusão material se dissipa, o Espírito vê a realidade.

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Há duas espécies de afeição: a do corpo e a da alma, frequentemente, toma-se uma pela outra. A afeição da alma, quando pura e simpática, é durável; do corpo é perecível; eis porque, muitas vezes, aqueles que acreditavam amar-se com um amor eterno passam a odiar-se, quando a ilusão acaba.”

(O Livro dos Espíritos, 4a Parte, cap. I, nota da questão 939. Léon Denis – Gráfica e Editora) A codificação nos ensina através de O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item

4, ‘Causas atuais das aflições’:

Quantas uniões infelizes porque foram o resultado do interesse ou da vaidade e nas quais o coração não teve nenhuma participação!

Quantas desavenças e discussões teriam sido evitadas com mais moderação e menos suscetibilidade!

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item 4. Léon Denis – Gráfica e Editora)

3) É legítimo o desgosto oriundo de uma ingratidão / afastamento.

937. As decepções que nos fazem experimentar a ingratidão e a fragilidade dos laços de amizade, não representam também, para o homem sensível uma fonte de amargura?

“Sim; mas nós vos ensinamos a ter compaixão dos ingratos e dos amigos infiéis: eles serão mais infelizes do que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta encontrará, mais tarde, corações insensíveis, como ele próprio o foi. Lembrai-vos de todos aqueles que fizeram mais bem do que vós, que valeram mais do que vós e que foram pagos com a ingratidão. Lembrai-vos de que o próprio Jesus foi ridicularizado e menosprezado, enquanto vivo, tratado como hipócrita e impostor, e não vos espanteis que o mesmo aconteça convosco. Que o bem que fizestes seja a vossa recompensa neste mundo e não vos importeis com o que dizem disto aqueles que o receberam. A ingratidão é uma prova para a vossa persistência em fazer o bem; isto vos será levado em conta e aqueles que vos desprezaram serão tanto mais punidos por isso, quanto maior lhes tenha sido a ingratidão.”

(O Livro dos Espíritos, 4a Parte, cap. I. Léon Denis – Gráfica e Editora) Quem é o homem de coração? É o homem sensível. No entanto, convém estabelecer a diferença entre ● Sensibilidade – Virtude, atributo superior do espírito. ● Suscetibilidade – vício, filha do orgulho, dependência de aprovação, busca de

reconhecimento, prestígio. Nesta questão vemos uma vez mais a lei de aprendizado e educação (causa e

efeito) através da reencarnação. Voltando ao ponto da psicosfera, quando Allan Kardec diz que o “magnetismo é o

piloto desta ciência”, analisemos as consequências da semeadura da ingratidão.

938. As decepções causadas pela ingratidão não serão motivo para o endurecimento do coração fechando-o à sensibilidade? “Isso seria um engano, pois o homem sensível, como o dizes, fica sempre feliz pelo bem que faz. Ele sabe que, se este bem não é lembrado nesta vida, sê-lo-á numa outra e que o ingrato terá vergonha e remorsos por isso.”

(O Livro dos Espíritos, 4a Parte, cap. I. Léon Denis – Gráfica e Editora) Logo: Amar proporciona ao espírito um agradável estado de completude. Hammed já nos diz que “o amor de que me sinto carente é aquele que eu não

dou”. Em verdade o amor SEMPRE chegará: É da Lei! O importante é estarmos

vigilantes para percebê-lo e recebê-lo, venha de que “fonte” vier!

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Claro está que não estamos banalizando a dor intensa das decepções pelas rejeições do amos concedido, Allan Kardec indaga aos espíritos:

938a) Este pensamento não impede seu coração de ser ferido; ora, isto não pode fazer com que nele nasça a idéia de que seria mais feliz, se fosse menos sensível?

“Sim, se ele preferir a felicidade do egoísta; que triste felicidade é essa! Que ele saiba, portanto, que os amigos ingratos que o abandonam não são dignos de sua amizade e que ele se enganou a respeito deles; assim sendo, não deve lamentá-los. Mais tarde, encontrará outros, que saberão compreendê-lo melhor. Tende compaixão daqueles que procedem mal para convosco, sem o merecerdes, pois haverá para eles um triste retorno; mas,não vos aflijais, por isso: é o meio de vos colocardes acima deles.” NK - A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Uma das maiores satisfações que lhe são concedidas na Terra é a de encontrar corações que simpatizam com o seu; ela lhe dá, dessa forma, as primícias da felicidade que lhe está reservada no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benevolência; é um gozo recusado ao egoísta.

(O Livro dos Espíritos, 4a Parte, cap. I. Léon Denis – Gráfica e Editora) Será que teremos que viver junto a alguém que nos faz sofrer?

940. A falta de simpatia entre seres destinados a viver juntos não ser, igualmente, uma fonte de aborrecimentos, tanto mais amargos por envenenarem toda a existência?

“Muito amargos, com efeito; mas, constitui uma dessas infelicidades de que sois, na maioria das vezes, a causa principal; primeiramente, são vossas leis que estão erradas, pois julgas, porventura, que Deus te constranja a permanecer com aqueles que te desagradam? E, além disso, nessas uniões, frequentemente procurais mais a satisfação do vosso orgulho e da vossa ambição, do que a felicidade de uma afeição mútua; experimentais, então. as consequências dos vossos preconceitos.” a) Mas, neste caso, não há quase sempre, uma vítima inocente?

“Sim e representa para ela uma dura expiação; mas, a responsabilidade de sua infelicidade recairá sobre aqueles que a tiverem causado. Se a luz da verdade tiver penetrado em sua alma, ela haurirá consolação na sua fé no futuro; de resto, à medida que os preconceitos se enfraquecerem, as causas dessas desgraças particulares também desaparecerão.”

(O Livro dos Espíritos, 4a Parte, cap. I. Léon Denis – Gráfica e Editora) A questão não é suportar, mas compreender.

4) Nossas reações Como espíritos ainda imperfeitos, em transição da animalidade para a humanidade,

ainda apresentamos reações características do estágio anterior, diante da adversidade das inimizades.

Daí as reações de: a) Fuga Não consigo nem olhar o desafeto. Passo para o outro lado da calçada da experiência. b) Camuflagem Disfarço meus sentimentos.

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Confundo com o ambiente, esperando a oportunidade do ataque ou apenas me defendo.

(...) Entretanto, nem sempre se deve confiar nas aparências; pois, a educação e a vivência no mundo podem proporcionar o verniz dessas qualidades ao homem. Quantos há, cuja fingida bondade não passa de máscara para o exterior, uma roupa cujo corte planejado dissimula as deformidades ocultas! O mundo está cheio dessas criaturas que têm um sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são brandos desde que nada as incomode, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, de ouro quando falam diante das pessoas, transforma-se em dardo envenenado, quando falam por trás...

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IX, item 6. Léon Denis – Gráfica e Editora)

(...) ataca o inimigo em sua honra e em suas afeições, não se detendo diante da calúnia. Suas insinuações pérfidas, habilmente difundidas por toda parte, vão aumentando pelo caminho, e assim, quando aquele a quem persegue se apresenta nos lugares por onde semeou suas mentiras venenosas, admira-se ao deparar com expressões frias onde outrora encontrava rostos amigos e benevolentes, surpreende-se quando mãos que procuravam a sua, agora se recusam a apertá-la. Enfim, sente-se humilhado, quando seus amigos mais queridos e parentes se fogem dele, Ah! o covarde que assim se vinga é cem vezes mais culpado do que aquele que vai direto ao seu inimigo e o insulta à vista de todos....

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XII, item 9. Léon Denis – Gráfica e Editora) a) Agressão ESE. Cap. XII, item 9 ... A vingança é uma inspiração funesta, tanto mais que tem por

companheiras assíduas a falsidade e a baixeza; efetivamente, aquele que se entrega a essa fatal e cega paixão jamais se vinga a céu aberto. Quando é o mais forte, lança-se com um animal bravo sobre o outro aquele a quem chama seu inimigo, no momento em que a presença deste último vem agravar sua paixão, sua cólera e sua raiva. Muitas vezes, porém, ele reveste uma aparência hipócrita, dissimulando no mais íntimo do seu coração os maus sentimentos que o animam. Toma caminhos escusos, e sem que seu inimigo desconfie, segue-o às escondidas, esperando o momento propício para feri-lo, sem correr nenhum risco. Ocultando-se do seu inimigo, fica a observá-lo incessantemente, prepara-lhe ciladas odiosas e, surgindo a oportunidade coloca veneno no seu copo....

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XII, item 9. Léon Denis – Gráfica e Editora) A questão é esta: A inimizade existe: é um fato. Vivenciamo-la na família, no trabalho, nos ambientes de convívio social. Como lidar com ela? A Doutrina Espírita nos oferece algum recurso? É o que veremos nos próximos estudos.

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AFETOS E DESAFETOS NO CONVÍVIO SOCIAL Recordando os pontos já vistos: Vimos no Tema básico que os afetos e desafetos que nutrimos são decorrentes

das simpatias e afinidades que temos uns com os outros, a partir das vibrações que constantemente emitimos. Conforme vibramos, atraímos. A semelhança ou repulsão que sentimos uns com os outros é o resultado de uma sintonia vibratória. Assim, sentimo-nos bem junto àqueles que vibram em uníssono conosco e temos reservas com aqueles que estão em um padrão vibratório diverso do nosso.

Neste Tema, vamos aprofundar a manifestação destas relações observando nossa vida social. Assim, vamos refletir sobre:

1. Como ocorrem as relações de simpatia e antipatia, afetos e desafetos, amizades e inimizades, em nosso ambiente de trabalho, no convívio público, nas instituições públicas, etc.?

2. Quais as estratégias de fuga, camuflagem e agressão que utilizamos com

aqueles que pouco conhecemos? 3. O que esperar dos outros e como devemos nos portar no convívio social?

1. Necessidade da Vida Social O primeiro ponto a observar é a necessidade que temos de viver em sociedade.

Nas questões 766 a 768 (incluindo a Nota de Kardec), há as seguintes referências a esta necessidade:

766. (...) Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus não deu ao homem,

inutilmente, a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação. 767. (...) por instinto e que todos devem concorrer para o progresso, auxiliando-se

mutuamente. 768. O homem deve progredir; sozinho, ele não o pode, porque não possui todas as

faculdades; é-lhe necessário o contato com os outros homens. No insulamento, ele se embrutece e se estiola.

NK. Nenhum homem possui faculdades completas; através da união social, eles se

completam uns aos outros, para assegurar seu bem-estar e progredir: é por isso que, necessitando uns dos outros, foram feitos para viver em sociedade e, não, isolados.

(O Livro dos Espíritos, 2a Parte, cap. VII. Léon Denis – Gráfica e Editora)

** Porque o convívio social é difícil? ** 2. As Dificuldades do Convívio Social

Na Terra estamos em posições espirituais muito diferentes uns dos outros (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III, itens 13 a 15). Portanto, é de se esperar que, no contato social, mantenhamos relações de simpatia com aqueles que comungam dos mesmos ideais que nós, e de antipatia, estranhamento, até mesmo de repulsão, com aqueles que não se afinam conosco.

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390. A antipatia instintiva é sempre um sinal de natureza má? “Dois Espíritos não são necessariamente maus, por não serem simpáticos; a antipatia

pode nascer de uma divergência de idéias; porém, à medida que se elevam, as diferenças se apagam e a antipatia desaparece”.

(O Livro dos Espíritos, 2a Parte, cap. VII. Léon Denis – Gráfica e Editora) O Evangelho nos faz recordar que, na Terra, somos chamados a estar em contato

com espíritos com níveis evolutivos, interesses, gostos, etc. muito diferentes.

Sois chamados a estar em contacto com espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 10. Léon Denis – Gráfica e Editora) Portanto, é natural que identifiquemos, na vida social, um sem número de

situações em que estaremos juntos a pessoas com quem não partilhamos interesses, gostos e, principalmente, sintonia espiritual. Além disso, já sabemos que na grande maioria dos casos, vamos nos encontrar com pessoas que possuem dificuldades, assim como nós as possuímos.

172. A [encarnação] deste mundo não é a primeira, nem a última e é uma das mais materiais e das mais distantes da perfeição.

(O Livro dos Espíritos, 2a Parte, cap. IV. Léon Denis – Gráfica e Editora) A Terra, portanto, fornece um dos tipos de mundos expiatórios, cujas variedades são infinitas, mas que têm por característica comum servir de lugar de exílio para os espíritos rebeldes à lei de Deus.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III, item 15. Léon Denis – Gráfica e Editora) 3. Compreendendo o Comportamento Social

3.1. A Fuga

769. (...) por que o do isolamento absoluto seria condenável, se o homem nele encontra sua satisfação?

“Satisfação egoísta. (...) A Deus não pode ser agradável uma vida pela qual condenamo-nos a não ser úteis a ninguém.”

(O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. VII. Léon Denis – Gráfica e Editora)

(...) Portanto, aquele que se isola, priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de perfeição; não tendo em quem pensar, a não ser em si, sua vida é a de um egoísta.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 10. Léon Denis – Gráfica e Editora) 3.2. Camuflagem

917. É o atrito do egoísmo dos outros que o homem experimenta que o torna, frequentemente, egoísta ele próprio, porque sente a necessidade de manter-se na defensiva. Vendo que os outros pensam em si próprios e, não, nele, é levado a ocupar-se mais consigo, do que com os outros. (grifo nosso)

(O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. XII. Léon Denis – Gráfica e Editora) 3.3. Agressão

877. No vosso mundo, onde tantos homens não praticam a lei de justiça, cada um usa de represálias e aí está o que causa a perturbação e a confusão da vossa sociedade. (grifo nosso)

(O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. XI. Léon Denis – Gráfica e Editora)

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“Sabeis que foi dito aos antigos: Não matareis e quem quer que mate merecerá condenação pelo juízo. – Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenação no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá condenado pelo conselho; e que aquele que lhe disser: És louco, merecerá condenado ao fogo do inferno.” (Mateus, V:21 e 22)

4. Síntese dos Três Estados

“Se somente amardes os que vos amam, que mérito se vos reconhecerá, uma vez que as pessoas de má vida também amam os que as amam? – Se o bem somente o fizerdes aos que vo-lo fazem, que mérito se vos reconhecerá, dado que o mesmo faz a gente de má vida? – Se só emprestardes àqueles de quem possais esperar o mesmo favor, que mérito se vos reconhecerá, quando as pessoas de má vida se entreajudam dessa maneira, para auferir a mesma vantagem? Pelo que vos toca, amai os vossos inimigos, fazei bem a todos e auxiliai sem esperar coisa alguma. Então, muito grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, que é bom para os ingratos e até para os maus. – Sede, pois, cheios de misericórdia, como cheio de misericórdia é o vosso Deus.” (grifos adicionados) (Lucas, VI: 32 a 36) “Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? – Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro do teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? – Hipócritas, tirai primeiro a trave do vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão.”

(Mateus, VII: 3 a 5) O orgulho faz com que a criatura se julgue superior ao que é realmente, e não suporte passar por uma comparação que possa rebaixá-la; faz também com que se considere de tal forma acima dos seus semelhantes, seja em aptidões, seja em posição social, seja em vantagens pessoais que o menor paralelo a irrita e a fere; e então o que acontece? Ela se entrega à cólera.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IX, item 9. Léon Denis – Gráfica e Editora) Conclusão IV. O progresso da Humanidade tem seu princípio na aplicação da lei de justiça, de amor e de caridade; esta lei se funda na certeza do futuro; tirai-lhe esta certeza e lhe tirais sua pedra fundamental. Desta lei derivam todas as outras, pois ela encerra todas as condições de felicidade do homem; só ela pode curar as chagas da sociedade, (...). (grifos nossos)

(O Livro dos Espíritos, Conclusão IV. Léon Denis – Gráfica e Editora)

Segundo os Espíritos, é a aplicação desta Lei que “encerra todas as condições da felicidade do homem”.

Mas o que ela significa no convívio social?

4.1. o reconhecimento do direito do próximo:

(...) a sublimidade da religião cristã foi a de tomar o direito pessoal como base do direito do próximo.

(O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. XI, nota da questão 876. Léon Denis – Gráfica e Editora)

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4.2. o reconhecimento dos nossos deveres:

O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo,

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 7. Léon Denis – Gráfica e Editora) 4.3. a prática da caridade:

886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, assim como a entendia Jesus?

Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.

(O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. XI. Léon Denis – Gráfica e Editora) 4.4. vermos o outro como nosso irmão.

774. (...) os laços sociais são necessários ao progresso e os laços de família tornam mais apertados os laços sociais; eis por que os laços de família constituem uma lei da Natureza. Deus quis que os homens aprendessem, desse modo, a se amar como irmãos.

(O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. VII. Léon Denis – Gráfica e Editora)

É assim que, através do convívio social, tornamos nossas ações úteis, para nós mesmos e para os outros, aproveitando as oportunidades de crescimento e ação no

bem e construindo a nossa felicidade!

COMO A DOUTRINA ESPÍRITA COMPREENDE E EXPLICA AS

CAUSAS DOS DESAFETOS E INIMIZADES NA FAMÍLIA?

Objetivos específicos: Compreender a luz da reencarnação a formação dos grupos familiares, entendendo

que os desafetos e inimizades na família têm a sua origem na lei das atrações magnéticas oriundas de nossas escolhas e comportamentos mediante a necessidade de nossos reajustes, cuja finalidade é o desenvolvimento do sentimento do amor através da prática do perdão e da caridade entre os espíritos.

No item Laços de Família de O Livro dos Espíritos, encontramos a seguinte explicação:

“Os animais vivem a vida material e, não, a vida moral. (...)” (O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. VII, questão 773. Léon Denis – Gráfica e Editora)

E também a complementação:

“O homem tem um destino diferente do dos animais; por que, então, quererem sempre identificá-lo com eles? Há nele algo além das necessidades físicas; há a necessidade do progresso; os laços sociais são necessários ao progresso e os laços de família tornam mais apertados os laços sociais; eis por que os laços de família constituem uma lei da Natureza. Deus quis que os homens aprendessem, desse modo, a se amar como irmãos.”

(O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. VII, questão 774. Léon Denis – Gráfica e Editora)

A vida em família é um grande laboratório de aprendizados contribuindo muito para este processo.

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Aos olhos de algumas pessoas, a doutrina da reencarnação parece destruir os laços de família, fazendo-os anteriores à nossa existência atual.

“Ela os distende, porém, não os destrói. Sendo a parentela baseada em afeições anteriores, os laços que unem os membros de uma mesma família são menos precários. (...)”

(O Livro dos Espíritos, 1a Parte, cap. IV, questão 205. Léon Denis – Gráfica e Editora)

Se a reencarnação fortalece os laços de família, porque é que os fatos ocorridos, às vezes, parecem contradizer essa afirmativa dos Espíritos?

“(...) Dois seres se aproximam um do outro, por circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que decorrem da atração de dois Espíritos, que se buscam, em meio à multidão.”

(O Livro dos Espíritos, 1a Parte, cap. VII, questão 386. Léon Denis – Gráfica e Editora)

“(...) a lembrança das existências passadas teria inconvenientes maiores do que imaginais.”

(O Livro dos Espíritos, 1a Parte, cap. VII, questão 386a. Léon Denis – Gráfica e Editora)

Como então a Doutrina Espírita explica as causas das desafeições e o convívio com os desafetos nas relações familiares e suas consequencias?

“Há entre os seres pensantes, ligações que não conheceis ainda. O magnetismo é o piloto desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor.”

(O Livro dos Espíritos, 1a Parte, cap. VII, questão 388. Léon Denis – Gráfica e Editora)

Os laços de família não são destruídos pela reencarnação, como pensam certas pessoas. Ao contrário, eles são fortalecidos e apertados: é o princípio oposto que os destrói.

No espaço, os espíritos formam grupos ou famílias unidos pela afeição, simpatia e identidade de inclinações.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IV, item 18. Léon Denis – Gráfica e Editora)

O que atrai magneticamente os familiares-problemas?

Somos obrigados a suportar esse tipo de situação?

E quando um inimigo do passado retorna na figura de um parente na atual existência?

Estamos conseguindo dividir o nosso espaço físico e de sentimentos no convívio com tais criaturas?

Como eu me comporto? Fugindo do convívio com eles? Camuflando, como se essa situação não existisse? Partindo para a agressão? Ou buscando novas alternativas?

Quais as soluções que podemos aplicar nestas situações?

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A união e a afeição que existem entre parentes são o indício da simpatia anterior que os aproximou; assim, costuma-se dizer que uma pessoa não é da família quando o seu caráter, seus gostos e inclinações não têm nenhuma semelhança com os de seus parentes. Ao se dizer essas palavras, enuncia-se uma verdade maior do que se supõe. Deus permite essas encarnações de espíritos antipáticos ou estranhos nas famílias, com o duplo objetivo de servir de prova para uns, e de meio de adiantamento para outros. Os maus se melhoram pouco a pouco em contato com os bons e pelos cuidados que deles recebem; seu caráter se abranda, seus hábitos se depuram, as antipatias se desfazem.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IV, item 19. Léon Denis – Gráfica e Editora)

Há casos em que a Providência Divina aproxima através da reencarnação os inimigos.

887. Jesus também disse: Amai os vossos inimigos. Ora, o amor pelos nossos inimigos não será contrário às nossas tendências naturais e a inimizade não proverá da falta de simpatia entre os Espíritos? “Certamente, não se pode ter pelos inimigos um amor terno e apaixonado; não foi isso o que ele quis dizer, amar seus inimigos é perdoar-lhes e retribuir o mal com o bem; quem age assim torna-se superior a eles; quem busca vingança coloca-se abaixo deles.”

(O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. XI. Léon Denis – Gráfica e Editora) Vejamos também o que nos fala o Espírito Antonio de Aquino, na lição ‘Temos o

que somos’: no livro Inspirações do Amor Único de Deus – Volume 1.

TEMOS O QUE SOMOS (...) A Doutrina Espírita, mostrando a todos nós que somos espíritos imortais, que

carregamos conosco toda uma extensa gama de problemas, idéias e situações, algumas, mesmo, intransponíveis em determinados momentos, esclarece-nos que, em verdade, tudo aquilo que passamos, em forma de sofrimento, ou que impomos ao outro, como, por exemplo, nossa maneira de ser, vem desse passado nem sempre garboso que carregamos conosco.

Consideremos o homem, diante da própria vida, com a sua família. Ele vê-se frente a frente com situações aparentemente insolúveis: é o filho-problema, é o esposo complicado, é a esposa difícil, são os pais exigentes...

A quem devemos atribuir a responsabilidade de tais situações de convivência? Quase sempre, dizemos que Deus determina que tais espíritos fiquem ao nosso lado. Que é certo que Deus determina, o entendemos, mas o que nós precisamos compreender é que as aproximações são feitas em função da sintonia que exercemos com tais pessoas.

(...) Muitos, ao ouvir isso, indagarão: Somos então obrigados a viver ao lado delas, aceitando-lhes as imposições, tantas vezes tenebrosas?

Não! Se a lei divina manda que vivamos com os resultados dos nossos atos, ela também nos ensina que a educação e o autoburilamento fazem parte da vida do espírito imortal.

(...) E assim é que iremos observar a nossa natureza. Iremos observar o que somos, as nossas contradições, os nossos desequilíbrios, o posicionamento que temos diante da vida; quase sempre, parecendo aos outros que somos pessoas intransigentes. Em verdade, desejamos, apenas, compreender; desejamos, apenas, amar e ser amados. ... Veremos, por vezes, até com tristeza, que, se estamos mudando, ainda trazemos no espírito algumas marcas difíceis de serem extirpadas. Examinar essas marcas, modificá-las, corrigi-las, torná-las diferentes, isso passa a ser obrigação da nossa alma. ...

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Corrijamos o nosso ser; aprendamos a estender as mãos; sejamos simpáticos; não agucemos as diferenças; não maltratemos ninguém. Saibamos sorrir; saibamos ver que as pessoas estão bem; saibamos comprometer-nos com a simpatia, com o sorriso, com a caridade. Certamente, quando formos capazes de fazer isso, o nosso espírito exultará, como alma elevada buscando a Deus. ...

Precisamos transformar os nossos desafetos em afetos:

Está bem claro que aqui se trata da afeição verdadeira de alma para alma, a única que sobrevive à destruição do corpo, porquanto os seres que, na Terra, se unem apenas pelos sentidos, não têm nenhum motivo para se procurarem no mundo dos espíritos. Só as afeições espirituais são duráveis (...).

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IV, item 18. Léon Denis – Gráfica e Editora) Porque direta ou indiretamente, fomos nós que escolhemos nossas provas ao lado

dessas almas.

Então, mediante um imenso esforço, tais espíritos conseguem observar aqueles a quem odiaram na Terra, mas, diante dessa visão, a sua animosidade desperta, revoltam-se com a idéia de perdoá-los, ainda mais com a de renunciarem a si mesmos, e, principalmente, com a de amarem aqueles que foram talvez os causadores da destruição da sua fortuna, sua honra, sua família. (...)

Enfim, após alguns anos de meditações e de preces, o espírito se aproveita de um corpo que se prepara, na família daquele que ele detestou, e pede, aos espíritos encarregados de transmitir as ordens supremas, para ir cumprir na Terra os destinos daquele corpo que acaba de se formar. Qual será, então, sua conduta nessa família? Ela dependerá da maior ou menor persistência das suas boas resoluções. O contato incessante com os seres que ele odiou é uma prova terrível, sob a qual, às vezes, sucumbe, se a sua vontade não for bastante forte.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9. Léon Denis – Gráfica e Editora) Devemos investir na manutenção do afeto em nossa família porque:

A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Uma das maiores satisfações que lhe são concedidas na Terra é a de encontrar corações que simpatizem com o seu; ela lhe dá, dessa forma, as primícias da felicidade que lhe está reservada no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benevolência: é um gozo reservado ao egoísta.

(O Livro dos Espíritos, 4a Parte, cap. I, nota da questão 938a. Léon Denis – Gráfica e Editora)

775. Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família? “Uma recrudescência do egoísmo.”

(O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. VII. Léon Denis – Gráfica e Editora)

AS INIMIZADES NA PROFISSÃO

“Meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também.” Jesus “O trabalho é o meio; a educação é o fim.” Emmanuel

Estabelecer relacionamentos é Lei Natural para todo o espírito, para que se

cumpra a Lei do Progresso. Assim, a vida profissional é um marco importante na escolha das provas do espírito

encarnado.

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1. Profissão / Vocação

804 – Por que Deus não concedeu as mesmas aptidões a todos os homens? “Deus criou iguais todos os Espíritos, mas cada um deles vive há mais ou menos

tempo e, por conseguinte, possui mais ou menos aquisições; a diferença está no grau de sua experiência e da vontade que lhes constitui o livre-arbítrio: daí, uns se aperfeiçoarem mais rapidamente, o que lhes dá aptidões diversas. A interação das aptidões é necessária, a fim de que cada um possa concorrer para os desígnios da Providência, no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais: o que um não faz, o outro faz; é assim que cada um tem seu papel útil. Além disso, sendo solidários entre si todos os mundos, é necessário que os habitantes dos mundos superiores que, na sua maioria, foram criados antes do vosso, venham aqui habitar para vos dar o exemplo.”

(O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. IX. Léon Denis – Gráfica e Editora) Tomando por base Emmanuel, na obra Pensamento e Vida, capítulos 16 e 17

(anexos), tendo por títulos “Vocação” e “Profissão”, respectivamente, levantamos alguns pontos para reflexão:

A vocação é constituída da experiência acumulada pelo espírito (bagagem). O título profissional é carta de crédito para a criação de reflexos que nos

enobreçam. As dificuldades enfrentadas na vida profissional podem originar-se do fato de

sermos iniciantes naquele setor de serviço ou da necessidade de corrigirmos certas distorções realizadas em outras épocas.

As profissões oferecem um leque de oportunidades para que o espírito possa expressar/ampliar sua bagagem.

2. Relacionamento Profissional / Hierarquias

A vida não é algo linear. Em todas as áreas, temos oportunidades de crescimento.

Assim, aquele que é subalterno no trabalho, no lar pode exercer uma posição de gerência, tomada de decisões.

Somos sempre colocados entre os superiores e os inferiores.

A autoridade, da mesma forma que a fortuna, é uma delegação da qual, aquele que a possui, terá que prestar contas. Não acrediteis que ela lhe seja dada para proporcionar o vão prazer do mando, nem como um direito ou uma propriedade, como erradamente os poderosos da Terra acreditam. Deus, entretanto, constantemente, lhes prova que não é uma coisa nem outra, visto que a retira quando deseja. Se fosse um privilégio ligado à pessoa, ela seria inalienável. Ninguém pode dizer que uma coisa lhe pertence, quando ela lhe pode ser tirada sem seu consentimento. Deus dá a autoridade a título de missão ou de prova, quando isso lhe convém, e da mesma forma a retira.

Todo aquele que é depositário da autoridade, qualquer que seja a sua extensão, desde a do senhor sobre o seu escravo, até a do soberano sobre o seu povo, não pode esquecer-se de que é um encarregado de almas. (...)

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 9. Léon Denis – Gráfica e Editora)

Observamos, então, ser a posição profissional um exercício para a aquisição de COMPETÊNCIA MORAL (cumprimento do dever, capacitação para oferecer qualidade na tarefa, interesse no crescimento do grupo social).

Natural é ocorrerem crises, pois somos espíritos que apresentam níveis evolutivos diferentes.

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A questão não é a crise de relacionamento em si, mas o que fazemos com ela.

Na obra Vinha de Luz, referendo-se a CRISES (texto anexo), Emmanuel esclarece-nos:

“Todas as coisas se preparam em função das crises que virão. É a crise que decide o futuro.” (grifo nosso)

3. Conflitos

Na análise dos conflitos, podemos destacar:

Interiores: os oriundos de sermos iniciantes naquele aprendizado, gerando ansiedades pelo medo do novo; resistência à aquisição de novas técnicas; registro de fracassos anteriores e os causados por expectativas em relação ao grupo e do grupo atingindo o espírito (“cobrança”).

Parábola dos Talentos. O Senhor age como um homem que, tendo que fazer uma longa viagem fora de seu país, chama os seus servidores e lhes entrega os seus bens. A um ele deu cinco talentos, a outro, dois e a outro deu um, segundo a capacidade diferente de cada um, e partiu imediatamente. Aquele servidor que havia recebido cinco talentos foi-se embora, negociou com esse dinheiro, e ganhou mais cinco. O que recebeu dois, ganhou, da mesma forma, outros dois. Mas aquele que só recebeu um talento, cavou um buraco na terra e ali escondeu o dinheiro que recebera.

Algum tempo depois, o senhor daqueles servidores voltou e chamou-os para que lhe prestassem contas. Aquele que havia recebido cinco talentos veio e apresentou-lhe outros cinco dizendo: “Senhor, tu me deste cinco talentos, eis aqui, além desses, outros cinco que eu ganhei”. E o senhor lhe respondeu: “Ó bom e fiel servidor, porque foste fiel em poucas coisas, vou te confiar muitas outras, participa da alegria do teu senhor.” Aquele que havia recebido os dois talentos também veio logo se apresentar e disse: “Senhor, tu me deste dois talentos, eis aqui, além daqueles, outros dois que eu ganhei.” O senhor respondeu: “Ó bom e fiel servidor, porque foste fiel em poucas coisas, vou te confiar muitas outras; participa da alegria do teu senhor.” Aquele que havia recebido só um talento veio a seguir, e falou: “Senhor, sei que és um homem enérgico, que ceifas onde não semeaste, colhes de onde nada puseste, por isso, com receio de ti, escondi o teu dinheiro na terra; aqui está ele, eu te devolvo o que é teu.” O senhor, porém, lhe respondeu: “Servidor mau e preguiçoso, sabias que eu ceifo onde não semeei e que colho de onde nada coloquei; devias, portanto, pôr o meu dinheiro nas mãos dos banqueiros, a fim de que, no meu regresso, eu retirasse com juros o que me pertence. Então, tirem o talento que está com ele e entreguem-no ao que tem dez talentos, porquanto dar-se-á a todos os que já têm, e eles serão cumulados de bens, mas para aquele que não tem, tirar-se-lhe-á até o que parece ter. E que esse servidor inútil seja lançado nas trevas exteriores, é ali que haverá lágrimas e ranger de dentes. (Mateus, XXV:14-30)

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 6. Léon Denis – Gráfica e Editora) Entendendo que: Qualquer atributo da alma (querer, pensar, sentir) é talento. A Lei de Deus é de amor, logo, estaremos sempre com possibilidades de

multiplicação dos talentos, mesmo através de situações aparentemente desfavoráveis. A inimizade na vida profissional pode ter como causas:

Competição, gerando insegurança, medo, ciúmes, inveja, mentira, etc. Diversidade de caracteres, interesses, vibrações. Forma diversa de interpretação da realidade.

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4. Sugestões / Soluções Oferecidas pela Doutrina Espírita

Refletir que incomodamos o outro na mesma medida em que o outro nos incomoda. A resolução do impasse, ou não, vai depender da resposta que damos.

(...) Amar os inimigos é não ter contra eles nem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; é perdoar-lhes sem segundas intenções e sem restrições o mal que nos fizeram; é não colocar nenhum obstáculo à reconciliação; é desejar-lhes o bem em lugar do mal; é ficar alegre, em vez de triste, com o bem que lhes aconteça; é estender-lhes a mão para socorrê-los em caso de necessidade; é evitar, por palavras ou ações, tudo o que possa prejudicá-los; é, enfim, retribuir-lhes o mal com o bem, sem intenção de humilhá-los. (...)

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XII, item 3. Léon Denis – Gráfica e Editora) Logo, percebemos a necessidade de trabalharmos o sentimento da

FRATERNIDADE.

Compreensão da transitoriedade da vida material e de que a oportunidade de aprendizado oferecida pelo relacionamento profissional é um “tesouro que nem a traça, nem a ferrugem corroerão”.

Entendimento de que tempo, vontade, conhecimento e maturidade é que resolverão estas questões características da INIMIZADE.

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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

25o Encontro Espírita sobre O Livro dos Espíritos

Texto para Estudo: CRISES

“Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora.” – Jesus

(JOÃO, 12:27) A lição de Jesus, neste passo do Evangelho, é das mais expressivas. Lá o Mestre provar o abandono dos entes amados, a ingratidão de beneficiários da

véspera, a ironia da multidão, o apodo na via pública, o suplício e a cruz, mas sabia que ali se encontrava para isto, consoante os desígnios do Eterno.

Pede a proteção do Pai e submete-se na condição de filho fiel. Examina a gravidade da hora em curso, todavia reconhece a necessidade do

testemunho. E todas as vidas na Terra experimentarão os mesmos trâmites na escala infinita

das experiências necessárias. Todos os seres e coisas se preparam, considerando as crises que virão. É a crise

que decide o futuro. (destaque nosso) A terra aguarda a charrua. O minério será remetido ao cadinho. A árvore sofrerá a poda. O verme será submetido à luz solar. A ave defrontará com a tormenta. A ovelha esperará a tosquia. O homem será conduzido à luta. O cristão conhecerá testemunhos sucessivos. É por isto que vemos, no serviço divino do Mestre, a crise da cruz que se fez

acompanhar pela bênção eterna da Ressurreição. Quando pois te encontrares em luta imensa, recorda que o Senhor te conduziu a

semelhante posição de sacrifício, considerando a probabilidade de tua exaltação, e não te esqueças de que toda crise é fonte sublime de espírito renovador para os que sabem ter esperança.

(Livro: Vinha de Luz, Emmanuel, psicografia do médium Francisco Cândido Xavier, lição 58. Ed. FEB)

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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS 25o Encontro Espírita sobre O Livro dos Espíritos

Texto para Estudo:

PROFISSÃO

Pelos contatos da profissão cria o homem vasta escola de trabalho, construindo a dignidade humana; contudo, pela abnegação emite reflexos da beleza divina, descerrando trilhos novos para o Reino Celestial.

A profissão, honestamente exercida, embora em regime de retribuição, inclina os semelhantes para o culto ao dever.

A abnegação, que é sacrifício pela felicidade alheia, sublima o espírito. É por isso que todos os povos sentem necessidade de erguer, no imo do próprio

seio, um altar permanente em que rendam preito aos legítimos heróis. A abnegação que começa onde termina o dever possibilita a repercussão da

Esfera Superior sobre o campo da Humanidade. O delinquente comum, algemado ao cárcere, inspira piedade e sofrimento. O

paladino de uma causa nobre, injustamente recluso no mesmo sítio, provoca respeito e imitação.

O administrador consciente e amigo que reparte os bens do serviço, gastando a parte que lhe compete com escrupulosa probidade, é um padrão de virtudes terrenas. O homem que cede suor e sangue de si mesmo, a benefício de todos, sem cogitar do seu interesse, é um apóstolo das virtudes celestes.

A ama, devidamente paga por seu trabalho, junto à criança que lhe recebe carinho, é credora natural de atenção e reconhecimento, mas o coração materno, em constante renúncia, arrebata, quem o contempla, à glória do amor puro.

É assim que o matemático, laureando-se de considerações públicas, dignamente gratificado pela obra que realiza, é catalogado à conta de cientista, e o cientista, mergulhado no trabalho incessante, em favor da tranquilidade e da segurança da civilização, esquecido de si mesmo, é classificado por benfeitor.

Pela fidelidade ao desempenho das suas obrigações, o homem melhora a si mesmo, e, pela abnegação, o anjo aproxima-se do homem melhorado, aprimorando a vida e o mundo.

Nas atividades que transcendem o quadro de serviços remuneráveis na Terra, fruto das almas que ultrapassaram o impulso de preservação do próprio conforto, descem os reflexos mentais das Inteligências Celestes que operam, por amor, nas linhas da benemerência oculta, linhas em que encontramos os braços eternos do Divino Incognoscível, que é Deus.

Nessa província moral do devotamento sem lindes, em que surpreendemos todos os corações humanos consagrados ao serviço espontâneo do bem, nem sempre respira o gênio, por vezes onerado de angústia pela soma dos reflexos infelizes que carreia consigo desde o passado distante, mas identificamos facilmente os altos sacerdotes de todas as religiões, os admiráveis artistas de todas as pátrias, os nobres inventores de todos os climas, os artífices iluminados de todos os povos e as grandes mães, tanta vez esquecidas e sofredoras, de todas as latitudes. Por todos esses a Espiritualidade Superior desce gradativamente à esfera humana, sem qualquer ligação com o pagamento da popularidade e do ouro, porque é aí, pelo completo desprendimento de si mesma, no auxílio aos outros, que a alma vive o apostolado sublime da renúncia santificante, atraindo o Pensamento Divino para o burilamento e a ascensão da Humanidade.

(Livro: Pensamento e Vida, Emmanuel, psicografia do médium Francisco Cândido Xavier, lição 17)

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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

25o Encontro Espírita sobre O Livro dos Espíritos

Texto para Estudo: VOCAÇÃO

A vocação é a soma dos reflexos da experiência que trazemos de outras vidas. É natural que muitas vezes sejamos iniciantes, nesse ou naquele setor de serviço,

diante da evolução das técnicas de trabalho que sempre nos reclamam novas modalidades de ação; todavia, comumente, retomamos no berço a senda que já perlustramos, seja para a continuação de uma obra determinada, seja para corrigir nossos próprios caminhos.

De qualquer modo, o título profissional, em todas as ocasiões, é a carta de crédito para a criação de reflexos que nos enobreçam.

O administrador, o juiz, o professor, o médico, o artista, o marinheiro, o operário e o lavrador estão perfeitamente figurados naquela parábola dos talentos de que se valeu o Divino Mestre para convidar-nos ao exame das responsabilidades próprias perante os empréstimos da Bondade Infinita.

Cada espírito recebe, no plano em que se encontra, certa quota de recursos para honrar a Obra Divina e engrandecê-la.

Acontece, porém, que, na maioria das circunstâncias, nos apropriamos indebitamente das concessões do Senhor, usando-as no jogo infeliz de nossas paixões desgovernadas, no aloucado propósito de nos antepormos ao próprio Deus.

Daí a colheita dos reflexos amargos de nossa conduta, quando se nos desgasta o corpo terrestre, com o doloroso constrangimento do regresso às dificuldades do recomeço, em que o instituto da reencarnação funciona com valores exatos.

E como cada região profissional abrange variadas linhas de atividade, o juiz que criou reflexos de crueldade, perseguindo inocentes, costuma voltar ao mesmo tribunal, onde exercera as suas luzidas funções, com as lágrimas de réu condenado injustamente, para sofrer no próprio espírito e na própria carne as flagelações que impôs, noutro tempo, a vítimas indefesas. O médico que abusou das possibilidades que lhe foram entregues, retorna ao hospital que espezinhou, como apagado enfermeiro, defrontado por ásperos sacrifícios, a fim de ganhar o pão. O grande agricultor que dilapidou as energias dos cooperadores humildes que o Céu lhe concedeu, para os serviços do campo, vem, de novo, à gleba que explorou com vileza de sentimento, na condição de pobre lidador, padecendo o sistema de luta em que prendeu moralmente as esperanças dos outros. Artistas eméritos, que transformaram a inteligência em trilho de acesso a desregramentos inconfessáveis, reaparecem como anônimos companheiros do pincel ou da ribalta, debaixo de inibições por muito tempo insolúveis, à feição de habilidosos trabalhadores de última classe. Mulheres dignificadas por nomes distintos, confiadas ao vício e à dissipação, com esquecimento dos mais altos deveres que lhes marcam a rota, frequentemente voltam aos lares que deslustraram, na categoria de ínfimas servidoras, aprendendo duramente a reconquistar os títulos veneráveis de esposa e mãe...

E, comumente, de retorno suportam preterição e hostilidade, embaraços e desgostos, por onde passem, experimentando sublimes aspirações e frustrações amargosas, porquanto é da Lei venhamos a colher os reflexos de nossas próprias ações, implantados no ânimo alheio, retificando em nós mesmos o manancial da emoção e da idéia, para que nos ajustemos à corrente do bem, que parte de Deus e percorre todo o Universo para voltar a Deus.

(Livro: Pensamento e Vida, Emmanuel, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, lição 16)

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DESAFETOS NA CASA ESPÍRITA

Quais os pontos de divergência na Casa Espírita? Parecer dos Espíritos:

Somos todos iguais perante a Lei (Lei de Deus) (O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. IX, questão 803. Léon Denis – Gráfica e Editora)

E quanto ao nosso egoísmo?

De todas as imperfeições humanas, a mais difícil de desenraizar-se é o egoísmo, porque se origina da influência da matéria de que o homem, ainda muito próximo de sua origem, não pôde libertar-se e para cuja manutenção, tudo concorre: suas leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo se enfraquecerá com o predomínio da vida moral sobre a vida material e, principalmente, com a compreensão que o Espiritismo vos dá sobre vosso estado futuro real e, não, desfigurado pelas ficções alegóricas; (...)

(O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. XII, questão 917. Léon Denis – Gráfica e Editora) Como a educação na sua mais plena expressão irá nos auxiliar?

Há um elemento que quase não se faz pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de uma teoria: é a educação; não, a educação intelectual, mas a educação moral; tampouco a educação moral, através dos livros, mas a que consiste na arte de formar os caracteres, a que incute hábitos, pois a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. (...)

(...) A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem compreendida pode curar; aí está o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança de todos.

(O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. III, nota da questão 685. Léon Denis – Gráfica e Editora)

Qual a nossa visão em relação a esta vivência com o mundo espiritual?

Com a precisa madureza do raciocínio, compreenderá o homem que toda a sua existência é um grande conjunto de negócios espirituais e que a vida, em si, não passa de ato religioso permanente.

(Emmanuel, Vinha de Luz, lição 2, psicografia de Francisco C. Xavier. FEB) E os desafetos na Casa Espírita?

940. A falta de simpatia entre os seres destinados a viver juntos não será, igualmente, uma fonte de aborrecimentos tanto mais amargos, por envenenarem toda a existência?

Muito amargos, com efeito; mas constitui uma dessas infelicidades de que sois, na maioria das vezes, a causa principal; primeiramente, são vossas leis que estão erradas, pois julgas que Deus te constranja a permanecer com aqueles que te desagradam? E, além disso, nessas uniões, frequentemente, procurais mais a satisfação do vosso orgulho e da vossa ambição do que a felicidade de uma afeição mútua; experimentais, então, a consequência dos vossos preconceitos.

(O Livro dos Espíritos, 4a Parte, cap. I. Léon Denis – Gráfica e Editora)

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Que consequências isto traz para a Casa Espírita? Como combatê-las?

Ninguém sendo perfeito, segue-se que ninguém tem o direito de repreender seu semelhante?

— Certamente não, porque cada um de vós deve trabalhar visando ao progresso de todos, sobretudo daqueles que estão sob a vossa dependência, e essa é mais uma razão para o fazerdes com moderação, com um fim útil e, não, como se faz na maioria das vezes, pelo prazer de denegrir. (São Luis)

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. X, item 19. Léon Denis – Gráfica e Editora) E quanto observar as imperfeições dos outros?

Tudo depende da intenção; certamente que não é proibido ver o mal, quando o mal existe; seria mesmo inconveniente ver por toda a parte apenas o bem: essa ilusão causaria danos ao progresso. O erro consiste em fazer essa observação em detrimento do próximo, desacreditando-o perante a opinião pública sem necessidade. (São Luis)

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. X, item 20. Léon Denis – Gráfica e Editora) 466. Por que Deus permite que Espíritos nos excitem ao mal?

Os Espíritos imperfeitos são os instrumentos destinados a experimentar a fé e a constância dos homens no bem. Tu, como Espírito, deves progredir na ciência do infinito, é por isso que passas pelas provas do mal, para chegares ao bem. Nossa missão é colocar-te no bom caminho e, quando más influências agem sobre ti, é que tu as atrais, pelo desejo do mal, pois os Espíritos inferiores vêm ajudar-te no mal, quando tens a vontade de cometê-lo; (...)

(O Livro dos Espíritos, 2a Parte, cap. IX. Léon Denis – Gráfica e Editora)

632. O homem, estando sujeito ao erro, não pode enganar-se na apreciação do bem e do mal e acreditar que faz o bem quando, na realidade, faz o mal?

Jesus vos disse: vede o que quereríeis que vos fizessem, ou não vos fizessem: tudo se resume nisso. Não vos enganareis.

(O Livro dos Espíritos, 3a Parte, cap. I. Léon Denis – Gráfica e Editora) Como está meu estágio de aprendizado no bem?

Podereis, então, perguntar: Como reconhecer os que se acham no bom caminho se, entre os que foram chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram?

E nós vos responderemos: podereis reconhecê-los pelos verdadeiros princípios da caridade por eles ensinados e praticados; pelo número de aflitos a quem levem consolação; pelo seu amor ao próximo; pela sua abnegação; pelo seu desinteresse pessoal. Podereis reconhecê-los, enfim, pela vitória dos seus princípios, porque Deus quer o triunfo da sua lei, e os que a seguem serão os escolhidos que vencerão. Porém, aqueles que falseiam o espírito dessa lei, para satisfazerem sua vaidade e sua ambição, serão destruídos. (Erasto)

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XX, item 4. Léon Denis – Gráfica e Editora)

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